João Luz Manchete SociedadeWai Hung | Perdas 58,6 milhões no primeiro semestre O Wai Hung Group apresentou perdas líquidas de 58,6 milhões de patacas nos primeiros seis meses do ano. Declínio de receitas e de projectos de grande envergadura são os motivos apontados numa nota enviada à Bolsa de Valores de Hong Kong. O grupo empresarial está a ser investigado pela Comissão Independente Contra a Corrupção de Hong Kong Numa nota enviada à Bolsa de Valores de Hong Kong, dirigida a accionistas e potenciais investidores, o Wai Hung Group apresentou perdas líquidas de, pelo menos, 58,6 milhões de patacas no primeiro semestre deste ano. A comunicação salienta que os resultados foram obtidos através da revisão preliminar das contas de gestão consolidadas e das informações disponibilizadas pelo Conselho de Administração, mas que ainda não foram revistas por auditores independentes ou pelo comité de auditoria da empresa. Como tal, as contas “ainda estão sujeitas a possíveis ajustes decorrentes de revisões posteriores”. Ainda assim, as esperadas perdas líquidas nos primeiros seis meses de 2024 acrescentam mais de 50 milhões de patacas às perdas líquidas de 8 milhões de patacas registadas no primeiro semestre do ano passado. O grupo indica que “as perdas líquidas previstas se devem principalmente à quebra das receitas devido à diminuição do número de projectos de grande dimensão”. Neste aspecto, o grupo revela que as receitas apuradas com projectos de grande dimensão caíram de 58,4 milhões de patacas no primeiro semestre deste ano, para aproximadamente 6,1 milhões de patacas no mesmo período de 2024. Despesas ao alto Além da diminuição do volume de negócios, o primeiro semestre deste ano foi marcado pelo aumento das perdas resultantes da imparidade dos activos financeiros e dos activos contratuais, que passaram de 400 mil patacas nos primeiros seis meses do ano passado, para 42,8 milhões de patacas este ano. Também as despesas administrativas duplicaram em termos anuais, de 7,2 milhões de patacas no primeiro semestre de 2023 para 14,4 milhões de patacas na primeira metade deste ano. Na semana passada, a compra e venda de acções do Grupo Wai Hung foi suspensa quando as autoridades de Hong Kong fizeram rusgas à empresa ao abrigo de uma investigação por suspeitas de fraude e falsificação de documentos e foram detidas sete pessoas. A operação contou com a participação simultânea da Polícia Judiciária em Macau, onde o grupo tem ligações e negócios que incluem renovações de interiores de salas de junkets, lojas, restaurantes. Rita Santos e Wu Chou Kit são directores independentes não-executivos da empresa, e a conselheira das Comunidades Portuguesas surge identificada no relatório com os resultados de 2020 como presidente da comissão de auditoria do grupo.
João Luz Manchete PolíticaChefe do Executivo | Sam Hou Fai apresenta hoje candidatura Sam Hou Fai vai apresentar hoje o manifesto de candidatura para o cargo de Chefe do Executivo no Centro de Ciência. No espectro oposto, uma responsável ligada à campanha de Jorge Chiang indica que o candidato já recolheu as assinaturas de membros da comissão eleitoral e que brevemente vão começar acções de campanha Agora é oficial. Hoje, pelas 11h, no Salão de Convenções do Centro de Ciência de Macau, realiza-se a “apresentação do manifesto de candidatura de Sam Hou Fai ao cargo de 6.º Chefe do Executivo da RAEM”. Um dia depois de ter sido exonerado do cargo de presidente do Tribunal de Última Instância (TUI), e um dia antes do início do período para submeter candidaturas às eleições para liderar o próximo Governo, Sam Hou Fai elimina as poucas dúvidas que restariam sobre as suas intenções políticas. Em menos de uma semana, o panorama político de Macau sofreu alterações dramáticas, com o anúncio da desistência de candidatura de Ho Iat Seng na passada quarta-feira, a declaração de intenções de Sam Hou Fai no dia seguinte, pausa para fim-de-semana, exoneração de Sam Hou Fai do mais alto cargo na magistratura da RAEM na segunda-feira e ontem o anúncio da candidatura a Chefe do Executivo. O lado B da vida No campo oposto, sem o peso institucional e apoios políticos, está a candidatura do empresário Jorge Chiang a Chefe do Executivo. O HM falou com uma representante da campanha, Ieong Kit Meng, que revelou que Jorge Chiang se encontrava ontem numa viagem de negócios ao estrangeiro, mas que irá regressar ao território nos próximos dias. A responsável que também é membro da Associação de Institucionalismo de Macau, assim como Chiang, afirmou ao HM que o empresário recolheu as assinaturas suficientes de membros da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo para participar nas eleições de 13 de Outubro. Em relação à inactividade da campanha de Jorge Chiang, sem presença mediática e sem publicações nas redes sociais, Ieong Kit Meng indicou que o candidato está a aguardar pelo tempo certo para começar as actividades de campanha. “Queremos que os residentes de Macau conheçam o nosso programa político. Estamos a planear começar as acções oficiais de campanha ainda esta semana”, afirmou a responsável, sem confirmar datas. Quanto ao programa político, Ieong Kit Meng indicou que Jorge Chiang irá explicar com mais detalhes os seus objectivo políticos e que a Associação de Institucionalismo de Macau irá organizar seminários sobre as prioridades do candidato. Porém, a saúde do tecido empresarial, em especial das pequenas e médias empresas, o bem-estar da população, emprego e habitação estão entre as principais preocupações de Jorge Chiang. Sobre a candidatura de Sam Hou Fai a Chefe do Executivo, a responsável da campanha adversário diz que acolhe com braços abertos a competição, que demonstra a importância que o cargo de Chefe do Executivo tem. “A participação de Sam Hou Fai nas eleições não significa uma vitória certa. Os candidatos vão ter de demonstrar quem apresenta melhores propostas que beneficiem a população e essa deve ser a atitude do eleito ao longo do cumprimento do seu mandato”, afirmou Ieong Kit Meng.
João Luz Manchete SociedadeTrânsito | Autoridades reunidas para preparar regresso às aulas O Governo reuniu com o CPSP e as operadoras de autocarros para garantir que o regresso às aulas, que arranca na próxima semana, não mergulha a cidade num caos de trânsito. Serão destacados agentes para gerir o tráfego nos pontos mais críticos e perto das escolas, a frequência de autocarros vai aumentar e a maioria das obras vão concluir até ao próximo sábado Na próxima segunda-feira, as aulas vão regressar em cerca de 80 por cento das escolas do território e o Governo está a ultimar detalhes para antecipar o aumento do trânsito. Para tal, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) e as duas operadoras de autocarros reuniram-se para preparar a organização do trânsito e do serviço de autocarros. Nos primeiros dias do ano lectivo, o CPSP irá destacar mais pessoal para gerir o fluxo de pessoas em pontos mais movimentados e nas proximidades das escolas e os autocarros vão aumentar as frequências e preparar-se para “situações de emergência, no sentido de ajudar os docentes e alunos a deslocarem-se em segurança”. A proliferação de obras nas vias públicas durante as férias de Verão foi outro dos assuntos discutidos. A DSAT indicou que a maioria das obras será concluída antes de sábado. “Das 24 obras viárias principais, apenas 10 continuarão a decorrer depois do início do ano lectivo, incluindo, as obras da estação elevatória e box-culverts da Bacia Norte do Patane, a obra da estação elevatória de águas pluviais e drenagem no sul do Porto Interior e a obra de construção da galeria técnica na Zona A dos Novos Aterros Urbanos”. Pela estrada fora No comunicado conjunto da DSAT, DSEDJ e CPSP é também referido que as operadoras de autocarro adaptaram as suas operações de acordo com previsões de fluxo de passageiros para o arranque do ano lectivo. As frequências de autocarros foram ajustadas, as carreiras especiais vão aumentar e será destacado “pessoal adicional, incluindo agentes de fiscalização fixos nas paragens e itinerantes, para manter a ordem e orientar os passageiros nas principais paragens”. Além disso, “serão disponibilizadas máquinas de validação portáteis aos coordenadores das paragens, permitindo que os passageiros entrem nos autocarros pela porta do meio, quando necessário, para agilizar o fluxo”. Em termos de trânsito, será implementado, a título experimental, o sentido único de circulação num troço da Rua do Minho entre a Rua de Sai On e a Rua de Bragança, bem como na Rua de Sai On, na Taipa. Em Coloane, onde vão abrir neste ano lectivo duas novas escolas, a DSAT vai reorganizar o trânsito na Rua das Schimas e nas vias circundantes, “bem como o ambiente pedonal nas imediações da escola na Rua de Afonso de Albuquerque, para aperfeiçoar a ordem de travessia de peões e de circulação de veículos”. Os estacionamentos também foram ajustados para “aumentar a visibilidade entre condutores e peões nas proximidades das passadeiras, reforçando assim a segurança dos docentes e alunos ao atravessarem a rua”. O Governo pede ainda aos pais para saírem de casa mais cedo quando forem levar os filhos à escola, antecipar o itinerário reservando tempo suficiente para as deslocações. Além disso, é ainda pedido aos progenitores que privilegiem a deslocações a pé ou a utilização dos transportes públicos.
João Luz Manchete SociedadeSarau Olímpico | Bilhetes no mercado negro à venda por 2.500 patacas Apesar de o Governo ter sublinhado que não queria especulação com os bilhetes para o encontro com a delegação de atletas nacionais medalhados em Paris, os ingressos nas redes sociais estavam ontem a ser vendidos entre 1.000 e 2.500 patacas, ainda antes de começar a distribuição de bilhetes. A PJ alertou para a hipótese de os ingressos serem usados para burlas Os bilhetes para o sarau olímpico, que se realiza no domingo na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental, já estavam ontem à venda em várias redes sociais chinesas, como o WeChat, Xiaohongshu e Douyin com preços a variarem entre 1.000 e 2.500 patacas. Os ingressos para o evento intitulado “O nosso orgulho! – Encontro com a Delegação de Atletas Olímpicos Nacionais em Macau serão distribuídos gratuitamente pelo Governo entre hoje e quinta-feira. Apesar de o Instituto do Desporto (ID) ter sublinhado que “os bilhetes constituem propriedade da organização, que não são transferíveis e não podem ser vendidos, oferecidos para venda ou usados para efeitos promocionais ou comerciais”, como é habitual em eventos em Macau, cedo chegaram ao mercado negro. A organização apelou ainda ao público para “adquirir os bilhetes através de meios oficiais e não especular e revender bilhetes do evento que podem infringir a lei com os referidos actos”. O ID referiu também que caso “encontre alguém que esteja a revender os bilhetes, será entregue ao serviço competente”. Apesar de ser recorrente o pedido para que os bilhetes tenham a identificação do portador para eventos muitos procurados, inclusive por deputados, o ID não optou por este método, ao contrário do que fez o Instituto Cultural no ano passado para os concertos do compositor japonês Joe Hisaishi. Estado de segurança O aparato securitário em torno do evento que se realiza na Nave Desportiva implica a proibição de entrada no recinto de comidas e bebidas, power banks, banners, cartazes e guarda-chuva, garrafas de vidro, plástico e latas de refrigerantes, assim como fica também barrada a gravação ou transmissão de imagens do evento. Além disso, o ID pediu ao público para fazer “testes rápidos de antigénio em casa antes de se deslocarem ao local”. A Polícia Judiciária alertou ontem a população para adquirir “bilhetes para o evento através dos canais oficiais, evitando comprá-los na Internet de fontes desconhecidas”. Ao mesmo tempo que avisam para as intenções de criminosos que se aproveitem destas situações para cometer burlas, as autoridades alertaram os cidadãos “para não revenderem ou comercializarem os bilhetes do evento, pois tais acções podem violar a lei”. Por outra via Antes de Macau, a delegação olímpica chinesa vai passar por Hong Kong, onde serão organizados um espectáculo de gala e demonstrações desportivas na sexta-feira e no sábado. Ao contrário de Macau, os cerca de 5.300 bilhetes não serão gratuitos, mas vão custar apenas 20 dólares de Hong Kong. Porém, as autoridades da região vizinha usaram o método de autenticação da identidade do comprador do bilhete, que terá de apresentar documento de identificação à entrada do recinto.
João Luz Manchete PolíticaChefe do Executivo | Sam Hou Fai apresenta demissão do TUI O presidente do Tribunal de Última Instância, Sam Hou Fai, pediu a exoneração do cargo, abrindo caminho para uma possível candidatura a líder do Governo. A ordem executiva que oficializou a saída do magistrado do mais elevado cargo judicial da RAEM foi assinada por Ho Iat Seng Com Lusa “É exonerado, a seu pedido, o juiz Sam Hou Fai dos cargos de presidente e de juiz do Tribunal de Última Instância (TUI) e do cargo de membro da Comissão Independente responsável pela indigitação dos candidatos ao cargo de juiz da Região Administrativa Especial de Macau, a partir do dia 28 de Agosto de 2024.” Foi desta forma que Sam Hou Fai deu o primeiro passo oficial antes de apresentar a sua candidatura ao cargo de Chefe do Executivo, através de uma ordem executiva publicada ontem no Boletim Oficial assinada por Ho Iat Seng, culminando quase um quarto de século na presidência do TUI. À medida que se aproxima o início do período para a apresentação de candidaturas ao mais elevado cargo político da região, a exoneração de Sam Hou Fai à frente do TUI liberta-o de impedimentos de legais no caminho para liderar o próximo Governo. De acordo com a lei eleitoral, juízes ou funcionários judiciais só se podem candidatar a Chefe do Executivo após apresentarem a demissão ou caso já se tenham reformado. Entre os impedimentos à candidatura, a lei eleitoral inclui ainda titulares dos principais cargos, membros do Conselho Executivo e membros das comissões eleitorais. Passo rápido Sam Hou Fai admitiu na quinta-feira a possibilidade de se candidatar ao cargo de Chefe do Executivo, à margem de um evento para o qual apenas foram chamados órgãos de comunicação social chineses mais próximos do Governo. “Sempre tive o desejo de servir Macau e alguns amigos encorajaram-me a continuar a dar o meu contributo para o desenvolvimento da RAEM”, afirmou. Sam Hou Fai expressou também gratidão por quem se tem preocupado com a eleição para líder do Governo e afirmou que “o cargo de Chefe do Executivo é uma posição nobre para servir Macau e os residentes”. Um dia antes de Sam Hou Fai admitir a possibilidade de concorrer a Chefe do Executivo, Ho Iat Seng anunciou que não se vai candidatar a um novo mandato no cargo, marcando um momento histórico e inédito na vida política da RAEM por ser a primeira vez que um Chefe do Executivo não cumpre dois mandatos. “Devido a problemas de saúde ainda não totalmente resolvidos, a bem do desenvolvimento a longo prazo de Macau e partindo do que corresponde ao melhor interesse desta região, decidi não participar na eleição para o sexto mandato do Chefe do Executivo”, afirmou, em comunicado divulgado pelo Gabinete de Comunicação Social. A eleição do Chefe do Executivo está marcada para 13 de Outubro e os candidatos a líder do Governo de Macau vão ser conhecidos entre a próxima quinta-feira e 12 de Setembro. O líder da região é eleito para um mandato de cinco anos pela Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo – que integra 400 membros provenientes dos quatro sectores da sociedade, sendo depois nomeado pelo Governo Central chinês, de acordo com a Lei Básica, e a respectiva lei eleitoral.
João Luz Manchete SociedadeElevadores | Moradores queixam-se de preço de reparações Até 2026, a lei obriga a que todos os 10 mil elevadores da cidade sejam alvo de inspecção de segurança. A obrigação de substituir peças que custam centenas de milhares de patacas poderá gerar situações de falta de segurança, alerta o deputado Nick Lei que pede ao Governo que subsidie reparações e admita mais empresas de inspecção A nova lei de segurança dos ascensores, que entrou em vigor no dia 1 de Abril deste ano, estabelece que dentro de um período de três anos todos os 10 mil elevadores instalados em Macau sejam registados, inspeccionados e reparados, caso sejam encontradas falhas de segurança. Porém, as exigências legais podem esbarrar em problemas práticos, indicou Nick Lei, numa interpelação escrita divulgada no sábado. O deputado, ligado à comunidade de Fujian, começou por mencionar as recorrentes dificuldades de gerar consensos em administrações de condomínio, principalmente em relação a despesas avultadas, como a substituição de peças que podem custar centenas de milhares de patacas. Nick Lei indica ter ouvido administradores de condomínios que se queixaram da discórdia provocada pela necessidade legal de cobrir despesas avultadas, incapazes de atingir o consenso dos proprietários. Os responsáveis temem que esta inacção impeça o cumprimento do prazo legal para reparar os ascensores, e garantir a segurança dos moradores. “Que medidas serão adoptadas para garantir a segurança dos elevadores quando os condóminos não quiserem pagar reparações ou a instalação de peças caras? Será que o Governo irá lançar um plano de subsídio específico para acelerar o melhoramento dos elevadores”, questiona. Mãos a medir O deputado recorda que caso os elevadores inspeccionados não cumpram as regras de segurança e obriguem a reparações, estes devem ser supervisionados de oito em oito meses até os melhoramentos serem realizados. Esta situação obriga as administrações dos condomínios a encarregarem uma entidade supervisora para fazer a inspecção anual, mesmo que não se verifiquem problemas. Nick Lei considera haver aqui outro desfasamento entre a letra da lei e a realidade, uma vez que para os cerca de 10 mil elevadores instalados em Macau apenas existem quatro entidades supervisoras disponíveis até ao momento. Como tal, Nick Lei pergunta ao Governo como irá gerir os períodos de maior procura dos serviços de supervisão, em especial quando o prazo para as inspecções estiver a terminar, face à reduzida quantidade de empresas e tendo em conta que um técnico supervisor só pode inspeccionar, no máximo, seis elevadores por dia. O deputado afirmou ainda ter ouvido responsáveis de empresas que se queixaram do tempo excessivo que as autoridades demoram a aprovar inscrições de entidades supervisoras.
João Luz Manchete PolíticaChefe do Executivo | Sam Hou Fai está a ponderar candidatura A possibilidade de Sam Hou Fai, presidente do Tribunal de Última Instância, se candidatar ao cargo de Chefe do Executivo parece agora mais certa, confirmando notícias e rumores que apontavam nesse sentido. O responsável afirmou ontem estar a pensar se apresenta a candidatura e que sempre desejou servir Macau Ainda antes do anúncio de Ho Iat Seng de que não iria cumprir um segundo mandato como Chefe do Executivo, já o nome de Sam Hou Fai era mencionado como potencial candidato ao cargo político mais elevado da RAEM, inclusive nas publicações Jornal Tribuna de Macau, Macau Daily Times e Plataforma. A hipótese ganhou ontem alguma força com as declarações do presidente do Tribunal de Última Instância (TUI), à margem de uma palestra sobre o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ com características de Macau, organizada pela Associação dos Antigos Alunos de Macau da Faculdade de Direito da Universidade Peking. Quando perguntado se iria apresentar uma candidatura às eleições que vão escolher o próximo Chefe do Executivo, Sam Hou Fai disse que “está a considerar a possibilidade” e que em breve irá endereçar o assunto. “Sempre tive o desejo de servir Macau e alguns amigos encorajaram-me a continuar a dar o meu contributo para o desenvolvimento da RAEM”, afirmou o magistrado à margem de um evento para o qual apenas foram chamados órgãos de comunicação social chineses mais próximos do Governo. Sam Hou Fai expressou também gratidão por quem se tem preocupado com a eleição para líder do Governo e afirmou que “o cargo de Chefe do Executivo é uma posição nobre para servir Macau e os residentes”. Perfil às direitas Sam Hou Fai tem dedicado a vida ao Direito. Nascido em 1962 na cidade vizinha de Zhongshan, o actual presidente do TUI fez a licenciatura em Direito na Universidade de Pequim, e um curso de língua e cultura portuguesa na Universidade de Coimbra, em Portugal, tal como um curso de Direito. Em Macau, frequentou ainda o curso de Introdução ao Direito na Universidade de Macau, o curso inaugural de formação de magistrados, bem como os primeiros cursos de formação básica e avançada para juízes e Ministério Público promovidos pelo Centro de Formação Jurídica e Judiciária. O potencial candidato a Chefe do Executivo exerceu advocacia no Interior da China e quando regressou a Macau ocupou vários cargos de relevo na Administração, dirigindo o Secretariado para a Coordenação Económica entre 1995 e 1997. Desde a transição que preside o TUI, o mais elevado cargo da hierarquia judicial da RAEM.
João Luz Manchete PolíticaTaiwan | Sugerida visita a Macau a residentes da Formosa Lao Ngai Leong, que tem chefiado a delegação de Macau na Assembleia Popular Nacional, deseja que residentes de Taiwan visitem a RAEM para testemunharem os progressos do território e apaziguar receios sobre ‘Um País, Dois Sistemas’. O responsável acusa William Lai de ser um soldado raso das forças anti-China Ver para crer. Este é o slogan de Lao Ngai Leong, que tem chefiado a delegação de Macau na Assembleia Popular Nacional (APN) nos últimos anos, em relação à reunificação de Taiwan com a República Popular da China. O responsável que preside ao Conselho Regional de Macau para a Promoção da Reunificação Pacífica da China, afirmou que gostaria que os residentes de Taiwan visitassem Macau para verem com os seus próprios olhos os progressos alcançados depois da transferência da soberania de Macau para a China. Testemunhar na primeira pessoa a prosperidade e harmonia do território poderia, na óptica de Lao Ngai Leong, corrigir mal-entendidos, apaziguar receios e desbloquear eventuais resistências em relação à eficácia do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’. A ideia foi partilhada pelo dirigente na última reunião da “Conferência Global dos Chineses Ultramarinos para Promover a Reunificação Pacífica da China”, que ocorreu na passada terça-feira em Hong Kong. Lao Ngai Leong concluiu perante os restantes membros do conselho que ao longo dos anos, Macau registou um notável desenvolvimento económico, a sociedade manteve-se estável e o bem-estar da população prossegue num crescendo. Além disso, o responsável destacou a projecção e prestígio internacional alcançado por Macau “devido às suas características multiculturais” e a ambiente urbano único. “Os residentes de Macau sabem que só uma pátria potente pode continuar a apoiar o território, como fez até agora, proporcionando um futuro brilhante para a região”, acrescentou Lao Ngai Leong, citado pelo jornal Ou Mun. Contra o separatismo Têm sido frequentes as intervenções do representante de Macau na APN sobre temas como a reunificação pacífica e a intransigência para com forças separatistas de Taiwan. A última reunião da “Conferência Global dos Chineses Ultramarinos para Promover a Reunificação Pacífica da China” não foi excepção. Lao Ngai Leong considera que os esforços dos independentistas de Taiwan para impedir a reunificação do país são em vão e estão votados ao insucesso. O responsável lançou também vários ataques pessoais ao dirigente da Formosa William Lai, referindo que este ignora o Consenso de 1992, insistindo na defesa da independência de Taiwan e “promovendo a falácia do separatismo”, e arrisca a segurança de 23 milhões de compatriotas. “William Lai serve como soldado raso das forças internacionais anti-China, que têm como objectivo travar o desenvolvimento da China”, acrescentou.
João Luz Manchete PolíticaHo Iat Seng desiste de recandidatura a Chefe do Executivo por motivos de saúde “Devido a problemas de saúde ainda não totalmente resolvidos, a bem do desenvolvimento a longo prazo de Macau e partindo do que corresponde ao melhor interesse desta Região, decidi não participar na eleição para o sexto mandato do Chefe do Executivo”. Foi desta forma que Ho Iat Seng anunciou ontem que não irá apresentar recandidatura ao cargo de Chefe do Executivo nas eleições marcadas para 13 de Outubro. A decisão, que surgiu através de um comunicado publicado pelo Gabinete de Comunicação Social, configura um momento histórico e inédito na vida política da RAEM por ser a primeira vez que um Chefe do Executivo não cumpre dois mandatos. O político, de 67 anos, acabou assim por confirmar os rumores sobre o seu estado de saúde, principalmente depois das longas férias que duraram quase quatro dezenas de dias. “O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, continua de férias entre 20 e 29 de Julho. Durante as suas férias, o Chefe do Executivo realizou o exame médico de rotina e recebeu cuidados de diagnóstico e terapêutica necessários, e está actualmente em bom estado de saúde”, indicou a 21 de Julho o Governo. Macau no coração Na mensagem publicada ontem, Ho Iat Seng começou por agradecer o apoio recebido enquanto ocupou o mais elevado cargo político do território, em particular o Governo Central. “Neste momento em que se está a aproximar o termo do quinto mandato do Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau, eu, Ho Iat Seng, gostaria de expressar os meus sinceros agradecimentos pela confiança total e apoio firme que me têm sido concedidos ao longo dos últimos cinco anos pelo Governo Central, pelos diversos sectores da sociedade de Macau e por toda a população. Também queria agradecer a estreita colaboração e cooperação de todos os trabalhadores dos serviços públicos”, afirmou. O governante fez também um balanço do seu mandato à frente do Executivo e comprometeu-se a continuar ligado aos destinos do território. “Eu e o quinto Governo da RAEM temos aderido ao conceito de ‘Sinergias e Avanço, Mudanças e Inovação’ no planeamento e impulsionamento do desenvolvimento diversificado de Macau, e temos dedicado esforços para a criação de uma nova conjuntura para o desenvolvimento de Macau e para a construção de novas vantagens competitivas de Macau. Guardo sentimentos profundos de Macau no meu coração e tenho dado o meu melhor para o seu desenvolvimento”, afirmou Ho Iat Seng. “Darei todo o meu apoio ao Chefe do Executivo do sexto mandato e ao Governo da RAEM nas acções governativas em cumprimento da lei, e irei continuar a dar o meu contributo para a causa do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ e o desenvolvimento de Macau”, acrescentou ainda o governante.
João Luz Manchete PolíticaEmpréstimos | Pedidos mais apoios para pagamentos só de juros Os planos de apoio a PME e indivíduos através de empréstimos com pagamentos de apenas juros vão terminar no fim do ano. O deputado Zheng Anting pede a continuação dos programas e argumenta que o “corte radical” irá colocar empresas e particulares à beira do colapso A recuperação assimétrica da economia, subidas da taxa de juros, depreciação imobiliária e quebras salariais são os ingredientes para uma autêntica bomba económica prestes a rebentar. Num artigo de opinião publicado no jornal Exmoo, o deputado Zheng Anting defende a continuidade do programa de apoio “pagamento de juros apenas com suspensão da amortização de capital”, para empréstimos contraídos por residentes e pequenas e médias empresas (PME) em dificuldades financeiras. Os planos de apoio foram anunciados em 2020, com o Governo a envolver o sector bancário no auxílio a residentes e empresas apanhadas na crise gerada pela pandemia. O deputado ligado à comunidade de Jiangmen deu voz à desilusão de residentes e donos de pequenos negócios que “pensavam que, depois de retiradas as restrições para as passagens fronteiriças no ano passado, as empresas podiam recuperar, gradualmente, o normal negócio, passando dos prejuízos para os lucros”. Porém, a adversidade financeira continuou a fazer parte do quotidiano, apesar da recuperação estatística dos números do turismo e da indústria do jogo. O deputado considera que as medidas de apoio do pagamento só de juros são o último sustento de “muitos residentes e PME” que enfrentaram dificuldades financeiras nos últimos quatro anos, em particular para quem perdeu o emprego durante a pandemia e quem trabalhava no sector do jogo VIP. Desmame cuidadoso No artigo de opinião, que fez eco dos argumentos apresentados pelo deputado numa intervenção antes da ordem do dia no último plenário da Assembleia Legislativa, Zheng Anting foca atenção também nos jovens que contraíram empréstimos para compra de casa antes da pandemia. “O preço das casas caiu quase 30 por em comparação com o período anterior à epidemia. Com a queda do preço dos imóveis, o montante inicial pago na altura ‘evaporou-se’”, indica. Além disso, o panorama é agravado pela quebra dos rendimentos, que “já não correspondem ao que auferiam”, aumentando a pressão na hora de pagar a prestação do crédito, ainda para mais num contexto de subida das taxas de juros. Face a este cenário, o ex-colega de bancada parlamentar de Mak Soi Kun não está surpreendido com o aumento do crédito malparado. Além da continuidade dos programas de empréstimos com pagamento apenas de juros e suspensão de amortizações, o deputado pede uma análise caso a caso para inverter a tendência de depressão económica. Tendo em conta a situação real caso a caso, Zheng Anting sugere que o Governo defina com base no “pagamento de juros” uma reduzida percentagem de capital a reembolsar, gradual e mensalmente, com vista a ajudar os residentes e as empresas a ultrapassarem as dificuldades e a estabilizar a situação geral da recuperação económica de Macau”.
João Luz Manchete SociedadeSaúde | “Liberdade médica” custa 5,6 milhões de patacas Macau é o local da Grande Baía onde a população admite estar mais preocupada com a “liberdade médica”, um termo que define o poder de escolher o hospital e o médico pretendido, receber tratamento adequado rapidamente ou ter capacidade para pagar as despesas médicas Cerca de 5,6 milhões de patacas, é este o montante que os residentes de Macau acreditam ser necessário para alcançar a “liberdade médica”. Este é um termo identificado como a possibilidade de escolher o hospital e o médico pretendido, receber tratamento adequado rapidamente ou ter capacidade para fazer face às despesas médicas. O montante foi apurado através de um inquérito realizado pela representação de Macau da seguradora Prudential, onde se indica que o território é também o local da Grande Baía em que a população mais se preocupa com a “liberdade médica”. O preço em Macau é superior ao das cidades do Interior da Grande Baía, onde os inquiridos indicaram o montante de 4,7 milhões de patacas como o custo para atingir a “liberdade médica”. Contudo, o preço mais caro surgiu em Hong Kong, com a “liberdade médica” a atingir cerca de 6,9 milhões de patacas. A informação divulgada pela seguradora indica que o custo apontado pelos inquiridos representa o valor acumulado de 10 anos de rendimentos das famílias. Quando questionados sobre os principais obstáculos para conseguirem alcançar a “liberdade médica”, 55 por cento de todos os inquiridos indicaram não conseguirem fazer frente aos elevados custos dos tratamentos médicos. Macau é também o local onde mais se espera uma subida dos preços nos cuidados de saúde. Entre os inquiridos, 18,2 por cento indicaram esperar que nos próximos anos os custos continuem a subir. Em Hong Kong, 17,7 por cento esperavam aumentos e nas cidades do Interior da Baía a percentagem era de 14,4 por cento. No entanto, é também em Macau que a população deposita mais esperança de que o Governo preste apoio na altura de aceder à saúde. Cerca de 56 por cento dos inquiridos afirmaram esperar fazer frente ao aumento dos custos de saúde com apoios da RAEM. Nas cidades do Interior e Hong Kong, apenas 31 por cento esperavam apoios dos respectivos Governos. Os mais preocupados Os resultados divulgados na semana passada, mostram também que os residentes de Macau são aqueles que mais se preocupam com a meta de atingir a “liberdade médica”. Em Macau, 98 por cento dos inquiridos responderam estarem preocupados com a necessidade de atingir esta liberdade. Na média da grande Baía, 92 por cento estavam preocupados, enquanto em Hong Kong esta era uma preocupação para 93 por cento dos inquiridos. O inquérito indica também que Macau lidera a procura por serviços de saúde transfronteiriços, com 44 por cento dos residentes a admitirem terem frequentado instituições médicos em Hong Kong ou no Interior. O inquérito foi realizado em Maio deste ano, através de entrevistas online ou na rua a cerca de 750 pessoas da Grande Baía, com idades entre os 18 e os 54 anos. Entre os inquiridos, 150 era de Macau, 300 de Hong Kong e 300 da Grande Baía.
João Luz SociedadeFutebol | TDM não conseguiu transmissões do Europeu via CCTV A ausência de jogos do Campeonato Europeu de Futebol desde ano da programação da TDM ficou a dever-se ao elevado preço dos direitos de transmissão da competição e ao facto de o canal CCTV-5 não ter os direitos de autor exclusivos que permitissem conceder uma sublicença à TDM, indicou a presidente da comissão executiva da TDM, Lo Song Man. Em resposta a uma interpelação escrita do deputado Che Sai Wang, a responsável revelou que a TDM tentou mesmo obter autorização do CCTV-5 para a transmissão do Campeonato Europeu de Futebol de 2024 no canal TDM Desporto. Esta solução terá sido já um último recurso para contar com os jogos do Europeu de Futebol no canal público de televisão. Lo Song Man afirmou que a TDM manifestou a intenção “ao titular dos direitos autorais” de “aquisição dos direitos de transmissão desde 2021”. Porém, a entidade titular dos direitos autorais mudou no ano passado. A TDM terá contactado “imediatamente” essa entidade para começar a negociar preços de transmissão. “Uma vez que o preço exigido pelo titular era muito superior ao que a TDM podia suportar, ou seja, mais do triplo do valor mais elevado das transmissões do Campeonato Europeu de Futebol anteriores, e com base no princípio da aplicação adequada do erário público, foi impossível chegar a um acordo entre as duas partes”, afirmou a dirigente da TDM. A emissora pública terá ainda tentado transmitir os jogos através internet, para reduzir custos, “o que se revelou insatisfatório, ou a aquisição dos direitos de transmissão de apenas duas meias-finais e da final, num total de três jogos, mas nenhuma delas foi aceite pelo titular”. A responsável indicou ainda que a TDM está em contacto com a RTP para explorar a possibilidade de uma maior cooperação entre as duas partes, nomeadamente quanto à transmissão de jogos da Primeira Liga portuguesa.
João Luz Manchete SociedadeSarau olímpico | Segurança apertada e apelo a testes à covid-19 O Instituto do Desporto pediu a quem queira participar no sarau com os atletas olímpicos nacionais que faça um teste rápido antigénio em casa, antes de se deslocar à Nave Desportiva. Estão proibidas, dentro e fora do recinto, garrafas de vidro e plástico, latas de refrigerantes, e na Nave Desportiva power banks, banners, cartazes, guarda-chuvas e gravações “Para garantir a saúde do público do sarau, a organização apela aos cidadãos para que façam testes rápidos de antigénio em casa antes de se deslocarem ao local. Caso não se sinta bem, evite ir ao local.” Foi desta forma que o Instituto do Desporto (ID) solicitou a realização de testes à covid-19 a quem esteja interessado em participar no encontro com a delegação de atletas chineses medalhados nos últimos Jogos Olímpicos de Paris. O “sarau” está marcado para o dia 1 de Setembro, das 19h15 às 21h, na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental, e terá uma lotação máxima de 4.200 espectadores. O aparato securitário em torno do evento não se limita a solicitações do campo epidemiológico. “O acesso ao sarau sujeita-se a um controlo de segurança rigoroso. Os espectadores e os meios de comunicação social sem autorização prévia estão proibidos de entrar no recinto com as câmaras fotográficas e de filmagem”, estabeleceu o ID. Além disso, é proibida a entrada no recinto de comidas e bebidas, power banks, banners, cartazes e guarda-chuvas. As autoridades afirmam ainda que “dentro e fora do recinto é estritamente proibido usar, possuir, segurar, oferecer para venda, vender ou possuir com intuito de venda, quaisquer materiais políticos, promocionais, comerciais, ou objectos susceptíveis de provocarem danos (como armas, projécteis, objectos inflamáveis, substâncias explosivas, garrafas de vidro ou de plástico ou latas de refrigerantes)”. O ID não explica como será feito o controlo fora do recinto, nem se será estabelecido um perímetro de segurança onde será proibido circular com alguns dos itens acima referidos. Espontaneidade maldita O ID indica ainda que à entrada no recinto, os espectadores “estão condicionados à inspecção dos pertences pessoais”. Será “recusada a entrada a qualquer indivíduo que evidencie estar sob influência de substâncias que provoquem perturbações do comportamento, comportamentos violentos ou que seja susceptível de provocar comportamentos violentos, perigosos ou que perturbem a ordem pública”. A organização irá proibir também a gravação ou transmissão do sarau, não sendo claro se a instrução é aplicável a, por exemplo, publicações nas redes sociais, e está também proibido o regresso ao recinto para quem saiu do espaço. Os bilhetes para assistir ao evento “não são transferíveis e não podem ser vendidos, oferecidos para venda ou usados para efeitos promocionais ou comerciais”. O Governo irá disponibilizar um serviço gratuito de autocarros shuttle com partidas de Macau e Taipa, na Avenida Doutor Mário Soares (junto ao New Yaohan), Rua Central da Areia Preta (Centro de Saúde da Areia Preta), a Rua Norte do Patane (junto à zona de lazer da Baía Norte do Fai Chi Kei) e o Parque Central da Taipa (Rua de Seng Tou). O evento será um dos pontos da agenda da visita da delegação olímpica, que estará em Macau entre 31 de Agosto e 2 de Setembro. Apesar do aperto de segurança, as autoridades referem que a presença dos atletas tem como objectivos a “partilha e troca de ideias com jovens e atletas locais”, e “proporcionar à população de Macau a oportunidade de apreciar de perto o encanto dos atletas, partilhando a felicidade com todos”.
João Luz Manchete PolíticaAdministração | Ho Iat Seng pede “melhor posicionamento político” O Chefe do Executivo afirmou que as chefias “de diversos níveis devem melhorar o posicionamento político” e garantir a concretização das políticas do Governo Central para o território. Ho Iat Seng apontou como prioridade o apoio ao país no aperfeiçoamento dos “mecanismos de abertura ao exterior de alto padrão” Com Lusa Ho Iat Seng discursava na sexta-feira numa reunião de “transmissão e aprendizagem” sobre o espírito da terceira sessão plenária do 20.º Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC), com a presença de todos os cinco secretários do Governo da região, os chefes de gabinetes e os dirigentes de direcção de cerca de 70 serviços públicos, de acordo com um comunicado. O Chefe do Executivo salientou ser “necessário implementar melhor as decisões e disposições relacionadas com Macau da terceira sessão plenária” e “apoiar [a China] a aperfeiçoar os sistemas e os mecanismos de abertura ao exterior de alto padrão”. Macau deve também “empenhar-se na promoção da defesa da segurança nacional, melhorar a eficácia da governação, aperfeiçoar as acções em prol do bem-estar da população, desenvolver uma economia de alta qualidade e fortalecer a força do amor à pátria” e à região, de acordo com a mesma nota. Ho Iat Seng defendeu que “os dirigentes de diversos níveis devem melhorar o seu posicionamento político, e assegurar que as políticas do Governo Central que dizem respeito a Macau são concretizadas, aumentar ainda mais o sentido de responsabilidade e de missão, traduzir o espírito consagrado na terceira sessão plenária à governação”. Foi também pedido aos governantes e dirigentes que liderem a sociedade “para concretizar uma aprendizagem profunda, unificar o pensamento e a acção nas decisões do Governo Central”, conjugando a sua actuação “com o espírito dos importantes discursos sobre o trabalho de Macau do Presidente Xi Jinping”. Entre os discursos dos secretários, destaque para Wong Sio Chak que “garantiu que irá estudar com seriedade e compreender profundamente o espírito da terceira sessão plenária”. Ao estilo chinês Em Julho, o PCC aprovou medidas destinadas a reforçar o poder tecnológico do país e a fortalecer a segurança nacional, através da auto-suficiência, no final de uma reunião do principal órgão dirigente. “O desenvolvimento de alta qualidade é a principal tarefa da construção de um país socialista moderno de uma forma abrangente”, de acordo com um comunicado divulgado no final da terceira sessão plenária do 20.º Comité Central do PCC. “A segurança nacional é uma base importante para o desenvolvimento estável e a longo prazo da modernização ao estilo chinês”, assinalou o comunicado, observando que a “liderança do partido é a garantia fundamental” para alcançar esse objectivo. Na visão de Xi Jinping, o líder chinês mais forte das últimas décadas, a China deve alcançar um “crescimento genuíno” e converter-se numa potência industrial e tecnológica de nível mundial, com uma economia assente na produção de bens com valor acrescentado e alocação eficiente de recursos.
João Luz Manchete SociedadeChuva | Estrada abate e árvore cai em cima de templo As fortes chuvadas que se abateram sobre Macau na manhã de ontem provocaram o abatimento de uma estrada na Zona A, abrindo uma cratera com três metros de profundidade. Na Areia Preta, o Templo de Tin Hau voltou a ser atingido por uma árvore. O tempo de trovoada e chuvas fortes vai continuar a fustigar Macau nos próximos dias Chuva forte não foi a única coisa a cair ontem em Macau. Na manhã de ontem, por volta das 10h30 da manhã, a recém-construída via na Avenida Doutor Ma Man Kei, perto da Rotunda de Hou Kong na Zona A dos Novos Aterros, abateu criando uma cratera com três metros de profundidade e seis metros de largura. Uma equipa do Corpo de Bombeiros acorreu ao local, sem que tenha havido registo de feridos ou veículos afectados. Um comunicado da Direcção dos Serviços das Obras Públicas (DSOP) indicou que “na manhã do dia 15 de Agosto, no período de emissão do sinal vermelho de chuva intensa, estava em curso a obra da galeria técnica no estaleiro vedado, situado na Rotunda de Hou Kong e Avenida Doutor Ma Man Kei da Zona A dos Novos Aterros Urbanos, tendo ocorrido o desmoronamento de terra num pavimento”. As autoridades afirmaram que não houve feridos, ou estragos nas máquinas de construção, nem impacto na circulação de veículos nas vias públicas. A DSOP pediu à empresa de construção e à empresa de fiscalização mais atenção às condições meteorológicas durante a execução dos trabalhos. Não muito longe do pedaço de estrada engolido, um edifício classificado não foi poupado às sequelas da intempérie. O Templo de Tin Hau, na Rua dos Pescadores, voltou a ser atingido por uma árvore antiga, que esmagou um altar no exterior do templo. O Instituto Cultural e o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) enviaram equipas para o local para se inteirarem da situação e, depois de uma inspecção preliminar, concluíram que a estrutura principal do templo não ficou danificada. Águas mil A árvore estava na Lista de Salvaguarda de Árvores Antigas e de Reconhecido Valor desde Novembro de 2020 e desde então a sua condição foi sempre considerada problemática, obrigando a manutenção no ano passado. Desta vez, o IAM encontrou vestígios de doença fúngica no tronco e problemas na raiz que terão enfraquecido a árvore ao ponto de não resistir à chuvada desta manhã. Em Junho do ano passado, o Templo de Tin Hau foi atingindo por ramos de uma árvore antiga que danificou parte do telhado. Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos indicaram ontem que Macau está sob a influência de um vale depressionário, que nos próximos dias o território será afectado por aguaceiros por vezes muito fortes e trovoadas ocasionais. As previsões apontam para a continuação do mau tempo até ao meio da próxima semana. Durante a manhã de ontem, até ao meio-dia, a precipitação na península de Macau chegou aos 72,8 milímetros, na Taipa 70,4 milímetros e 44,4 milímetros em Coloane. Coutinho atento O deputado Pereira Coutinho afirmou numa publicação nas redes sociais que irá acompanhar de perto o incidente do aluimento da estrada na Zona A dos Novos Aterros e que recebeu muitas opiniões e preocupações de residentes. “Um engenheiro que me contactou referiu a falta de tempo suficiente para assentar antes de proceder à construção de edifícios. Neste momento, há que averiguar as causas por uma entidade independente e credível e apurar as devidas responsabilidades porque é um caso muito grave e elevado risco para a segurança das pessoas e evitar que casos idênticos voltem a repetir.”
João Luz Manchete PolíticaAMCM | Guangdong emite 2,5 mil milhões de RMB em títulos de dívida O Governo da província de Guangdong vai emitir em Macau no fim deste mês 2,5 mil milhões de renminbis em títulos de dívida “offshore” especializados para financiar projectos de grandes infra-estruturas em Hengqin. A medida foi anunciada como uma forma de celebrar o 25.º aniversário do retorno de Macau à pátria O Governo da província vizinha de Guangdong, com o apoio do Ministério das Finanças, prepara-se para emitir em Macau no final de Agosto títulos de dívida “offshore” no valor de 2,5 mil milhões de renminbis (RMB), indicou ontem a Autoridade Monetária de Macau (AMCM). A emissão incluirá obrigações verdes e títulos de dívida do Governo dirigidos ao apoio dos grandes projectos de construção de infra-estruturas na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, ambos destinados a investidores profissionais. A AMCM sublinhou ontem que a iniciativa constitui “a quarta emissão consecutiva, desde 2021, realizada pelo Governo da província de Guangdong, de títulos de dívida em RMB em Macau”. Além disso, esta é a primeira emissão de títulos de dívida “especializados para a Zona de Cooperação Aprofundada” em Hengqin. Além disso, o organismo presidido por Benjamin Chau Sau San afirmou que a iniciativa do Governo de Guangdong tem também como objectivo “comemorar o 25.º aniversário do retorno de Macau à pátria”, conforme indica o valor da emissão (2,5 mil milhões RMB). O regulador financeiro da RAEM saudou a medida que “consubstancia o apoio do Governo Central e da província de Guangdong ao desenvolvimento do mercado obrigacionista em Macau, sendo também importante para aprofundar a cooperação financeira transfronteiriça entre Guangdong e Macau”. Verde como a natureza A AMCM salienta ainda que a emissão contínua de títulos de dívida verde contribui para a diversificação de variedades de activos financeiros verdes de Macau e reflecte “a cooperação entre Guangdong e Macau na promoção do desenvolvimento do mercado financeiro nas áreas verdes e sustentáveis”. No espaço de dois anos foram emitidos quase 95 mil milhões de patacas em títulos de dívida no território. No final de Janeiro, a AMCM dava conta do registo de 100 instituições na central de depósito de valores mobiliários do território, incluindo 67 oriundas do exterior e da China. Desde o início da operação da Central de Depósito de Valores Mobiliários de Macau, em Dezembro de 2021, o Governo Central por três vezes emitiu títulos de dívida em Macau, e esta será a quarta emissão realizada pelas autoridades da província de Guangdong.
João Luz Manchete SociedadeJogo | Receitas de 11 dias de Agosto acima de Junho e Julho Nos primeiros 11 dias deste mês, as receitas médias diárias dos casinos de Macau melhoraram face Junho e Julho, segundo as estimativas da JP Morgan. Apesar de manter a previsão de 19,5 mil milhões de patacas para este mês, os analistas ressalvam que a perspectiva pode ser conservadora e ultrapassada pelos resultados reais Depois de um arranque ao ritmo brando dos dois meses anteriores, Agosto parece ter entrado em velocidade de cruzeiro em termos de receitas brutas da indústria do jogo, de acordo com as estimativas dos analistas da JP Morgan Securities (Asia Pacific). Os analistas estimam que as receitas brutas dos primeiros 11 dias de Agosto tenham atingido 7,1 mil milhões de patacas, elevando as receitas médias diárias para 645 milhões de patacas. Este registo representa uma subida significativa, tendo em conta a estimativas apresentadas na semana passada para os primeiros seis dias do mês, com receitas médias diárias de 533 milhões de patacas, em linha com a performance de Julho. “Estes resultados indicam que o registo da semana passada melhorou sequencialmente para 657 milhões de patacas por dia, reflectindo uma procura sólida do mercado de massas para as férias do Verão, acima dos 590 a 600 milhões de patacas por dia entre Junho e Julho”, é referido na nota. Os analistas DS Kim, Mufan Shi e Selina Li indicam que no período em análise, as receitas brutas do segmento de massas ultrapassaram os níveis pré-pandémicos (110 por cento), enquanto o VIP baixou para cerca de 25 por cento em comparação com 2019. Com muita calma Apesar das boas perspectivas trazidas pela segunda semana deste mês, a JP Morgan mantém a previsão anterior que apontava para receitas brutas na casa dos 19,5 mil milhões de patacas, com receitas médias diárias entre 610 e 630 milhões de patacas. Os analistas ressalvam que as perspectivas podem ser um pouco conservadoras, a manterem-se as tendências semanais até ao fim do mês. Recorde-se que os casinos de Macau estão ainda a recuperar do pior mês deste ano, Junho, um período tradicionalmente afectado pela sazonalidade em jeito de ressaca depois do Maio abastado. Entre Junho e Julho, a indústria recuperou quase mil milhões de patacas em receitas, com 18,59 mil milhões de patacas no mês passado, face aos 17,69 mil milhões de patacas de Junho, um crescimento de 5,1 por cento.
João Luz Manchete PolíticaEmpresas públicas | Salários dos 10 mais bem pagos chegam a 17,5 milhões O top 10 dos executivos de empresas de capitais públicos mais bem pagos é liderado por Simon Chan Weng Hong, que preside à Comissão Executiva da Companhia do Aeroporto de Macau, com um salário anual de 2,87 milhões de patacas. No total, os 10 mais bem pagos auferem cerca de 17,5 milhões de patacas por ano Os quatro membros da comissão executiva da Companhia do Aeroporto de Macau (CAM) auferem rendimentos anuais conjuntos de 8,14 milhões de patacas, salários que colocam o órgão de gestão do aeroporto no topo da hierarquia salarial empresas públicas de Macau. Os dados estão na plataforma da divulgação pública da Direcção dos Serviços da Supervisão e da Gestão dos Activos Públicos (DSSGAP). Como seria de esperar, o presidente da comissão executiva da CAM, Simon Chan Weng Hong, aufere o salário mais elevado, 2,875 milhões de patacas por ano, o que representa um rendimento mensal de cerca de 239 mil patacas. Os restantes membros da comissão executiva (Chu Tan Neng, Kan Cheok Kuan e Lei Si Tai) recebem por ano 1,754 milhões de patacas (146 mil patacas por mês cada um). O jornal Plataforma indica que feita a comparação entre os salários de executivos em posições semelhantes no sector privado e os profissionais em posições de gestão nas empresas públicas de Macau, o presidente da CAM aufere um rendimento competitivo, por exemplo, face aos níveis salariais de gestores de alto nível na indústria da aviação norte-americana. Ainda no sector dos transportes, o presidente do conselho de administração da Sociedade do Metro Ligeiro de Macau, Ho Cheong Kei, recebe quase 1,57 milhões de patacas por ano, o que por mês dá cerca de 130 mil patacas, rendimento significativo principalmente se comparado com os membros da comissão executiva da empresa que auferem salários anuais entre 112 mil e 60 mil patacas. Talentos aos molhos A seguir, na lista dos mais bem pagos, está a antiga presidente do Instituto Cultural, Mok Ian Ian, que enquanto presidente do conselho de administração do Centro de Ciência de Macau recebe por ano mais de 1,55 milhões de patacas, cerca de 129 mil patacas por mês. O segundo salário mais elevado no Centro de Ciência, que é mais de 10 vezes superior ao terceiro, é recebido por U Hon Sang, do conselho de administração da empresa que gere o centro, com um rendimento anual superior de 1,21 milhões de patacas. O conselho de administração da TDM – Teledifusão de Macau é a empresa de capitais públicos que se segue na lista dos gestores mais bem pagos. A mais bem paga no conselho de administração da emissora pública é a vice-presidente Lo Song Man, que aufere mais de 1,4 milhões de patacas por ano, o que dá um salário mensal de 116 mil patacas. Importa referir que o presidente do conselho de administração, António José de Freitas, recebe 600 mil patacas por ano, o que dá 50 mil patacas por mês. A seguir a Lo Song Man, os dados da DSSGAP revelam que Ma Kam Keong, Un Weng Kuai, Vong Vai Hung e Cheang Kong Pou, todos administradores do conselho de administração, auferem um pouco mais de 1,22 milhões de patacas por ano. Outra empresa que convém sublinhar na lista dos melhores salários, é a Sociedade para o Desenvolvimento dos Parques Industriais de Macau, cujo presidente do conselho de administração, Lo Ioi Weng, aufere por ano mais de 1,18 milhões de patacas, ficando de fora da lista dos 10 mais bem pagos. Somados todos os salários anuais dos 13 executivos mais bem pagos das empresas públicas de Macau, a factura atinge os 21,15 milhões de patacas.
João Luz Manchete SociedadeEPM | Conselheiros das comunidades saúdam decisão do Governo Os conselheiros das comunidades portuguesas do círculo da China congratularam-se pelo “acompanhamento e apoio” do Governo “na resolução da situação vivida” na Escola Portuguesa de Macau nos “últimos dois meses e meio”. Além disso, deram conhecimento à DSEDJ e à DSAL do despacho do Governo português Os conselheiros disseram reconhecer no despacho do ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre, que renovou os contratos de professores que haviam sido dispensados pela direcção da escola, “a vontade clara de resolver a questão de forma justa”, de acordo com um comunicado enviado às redacções. Na quarta-feira, o ministro renovou por mais um ano as licenças especiais de cinco colaboradores da Escola Portuguesa de Macau (EPM), dispensados em Maio pela direcção da escola, num despacho assinado por Fernando Alexandre. A decisão foi tomada na sequência de um relatório elaborado pela Inspecção Geral da Educação e Ciência (IGEC), depois de uma inspecção à EPM, realizada entre 12 e 25 de Julho. Os conselheiros do círculo da China (Tóquio, Seul, Banguecoque e Singapura) saudaram o que consideraram ser “a resolução da situação dos professores”, bem como “a compreensão da importância de assegurar” o ensino do Português como Língua Não Materna (PLNM) “no estrito respeito da legislação em vigor”, indicaram na mesma nota. Também destacaram “a definição dos mecanismos que permitirão monitorizar e assegurar o bom funcionamento dos órgãos administrativos e pedagógicos da EPM, garantindo um clima de trabalho com serenidade e confiança na instituição”. Comunicação local No relatório da IGEC concluiu-se que não existiram “critérios objectivos, imparciais e transparentes na cessação ou não renovação dos contratos com professores e nos novos recrutamentos de professores”, não tendo o director da EPM, Acácio de Brito, no cargo desde Dezembro, pedido previamente “ao órgão colegial de administração da entidade titular a emissão de critérios definidores ou de orientações”. O relatório pediu a intervenção reguladora do Estado português para restabelecer “o bom funcionamento da EPM e poder iniciar-se o ano lectivo de 2024/2025 em plena normalidade, essencial para garantir a permanência e a difusão da língua e da cultura portuguesas” em Macau. Entre outras conclusões, considerou ainda que a “incerteza e dúvidas criadas na comunidade escolar e nas comunidades locais servidas pela EPM pela forma como o Director lidou com a questão da propalada redução ou da eliminação da actividade lectiva do PLNM, dando ele próprio azo a esse clima de incerteza”. “Esta decisão do Ministro da Educação, Ciência e Inovação demonstra o seu empenho em preservar esta instituição tão prezada e digna da confiança da comunidade local, tal como tem acontecido ao longo de mais de 25 anos de existência”, assinalaram os conselheiros. No dia seguinte à divulgação do despacho assinado por Fernando Alexandre, o gabinete dos Conselheiros das Comunidades Portuguesas do Círculo da China enviou missivas aos directores dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) e Serviços de Assuntos Laborais (DSAL) a dar conta das renovações das licenças especiais dos cinco profissionais dispensados e agradecendo a atenção de apoio dados pelos órgãos da Administração ao caso. Na carta enviada ao director da DSEDJ, Kong Chi Meng, Rita Santos destaca que a decisão do Governo português assegura que a EPM “cumprirá integralmente a lei vigente na RAEM, nomeadamente no que diz respeito ao recrutamento de pessoal”. Na comunicação com a DSAL, Rita Santos pediu o acompanhamento do órgão liderado por Wong Chi Hong relativamente a um caso de uma professora de inglês da EPM, “residente permanente de Macau, contratada localmente e injustamente despedida, ao passo que uma trabalhadora não-residente com as mesmas funções foi mantida ao serviço da EPM”. Com Lusa
João Luz Manchete SociedadeTurismo | Quase 843 mil visitantes na primeira semana do mês Entre 1 e 7 de Agosto, entraram em Macau quase 843 mil turistas, numa média de cerca de 120 mil por dia. O volume de turistas registado nos primeiros sete dias de Agosto representa um aumento anual de mais de 14 por cento e um incremento médio de mais de 20 mil turistas em comparação com Julho A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) divulgou ontem dados que demonstram a popularidade que Macau atravessa enquanto destino de Verão. Entre os dias 1 e 7 de Agosto, os dados provisórios da DST apontam para a entrada de quase 843 mil turistas em Macau, o que significa uma média diária de 120 mil visitantes e um aumento anual de 14,3 por cento. “À medida que atingimos o ponto mais elevado da época alta do turismo de Verão, as atracções turísticas e os locais em vários distritos de Macau registam um fluxo crescente de pessoas, revelador do crescente desejo dos turistas de visitar Macau”, indicou ontem o organismo liderado por Helena de Senna Fernandes. O Governo salienta o registo do primeiro sábado do mês, quando entraram em Macau cerca de 152 mil turistas, o maior volume de visitantes desde o início do Verão. O registo ficou apenas a 3 mil pessoas do dia com mais entradas no Verão de 2019 (27 de Julho), quando entraram em Macau 155 mil turistas, ou seja 97,8 por cento do dia mais concorrido. No mesmo dia, foi batido mais um recorde com 717.197 entradas e saídas nos postos fronteiriços, o número mais elevado de que há registo, mas que também reflecte o fluxo de entradas e saídas de moradores de Macau para Zhuhai. A DST destaca também que o número médio de turistas registados nos primeiros sete dias de Agosto superou em mais de 20 mil a média diária verificada no mês anterior de quase 98 mil. Foram ontem também actualizados os dados provisórios da entrada de turistas em Julho. Ao longo do mês passado, Macau foi visitado por 3,028 milhões de turistas, um aumento de 9,7 por cento face ao ano anterior e uma recuperação para 85,8 por cento dos níveis verificados em Julho de 2019. Medidas favoráveis A DST explica os resultados dos primeiros sete dias de Agosto com as diversas “medidas favoráveis” aprovadas pelo Governo Central, como o alargamento do número de cidades chinesas autorizadas para emitir salvos-condutos individuais para entrada nas regiões administrativas especiais, assim como o aumento do limite de isenção de imposto de produtos transportados em bagagem pessoal pelos visitantes. Além disso, DST destaca as várias campanhas de promoção que tem lançado para atrair turistas, nomeadamente actividades para levá-los para os bairros comunitários.
João Luz Manchete PolíticaConcessionárias | Mais de 90% dos quadros de gestão são locais No final de Junho, os trabalhadores locais com cargos de gestão de nível intermédio ou superior nas concessionárias de jogo ultrapassou a fasquia dos 90 por cento, acima dos 85 por cento exigidos pelo Governo. O Executivo vai estudar o que correu bem e mal no grande prémio de consumo da zona norte para lançar novas edições no último trimestre noutras áreas “Até finais de Junho deste ano, a taxa de ocupação dos trabalhadores locais nos quadros de gestão de nível intermédio ou superior das empresas em questão atingiu 90,3 por cento, ultrapassando a exigência de 85 por cento”, afirmou ontem o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong em mais uma sessão de respostas aos deputados. Em resposta a interpelações orais apresentadas por José Pereira Coutinho e Leong Sun Iok, o governante associou o aumento de trabalhadores locais em cargos de gestão nas concessionárias com planos lançados em conjunto pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais e as empresas que conjugam emprego e formação. O plano “Emprego + Formação” implica que os candidatos admitidos após iniciarem funções recebam formações nas empresas contratantes. Se forem aprovados nas provas são promovidos, podendo alcançar quadros de gestão, referiu Lei Wai Nong. Desde 2023, até ao passado mês de Junho, “foram proporcionados 21 planos e 379 candidatos iniciaram as funções com sucesso”, afirmou o governante. De fora para dentro Face à questão da crescente concorrência do mercado de resorts integrados com casinos nas regiões e países adjacentes, Pereira Coutinho perguntou o que iria o Governo fazer para apoiar os junkets que operam em Macau e se estes profissionais poderiam ver facilitada a abertura de contas bancárias. Lei Wai Nong começou por indicar que, face “à nova conjuntura económica e concorrência internacional”, o Governo vai analisar o desenvolvimento do jogo de outros países ou regiões, bem como estudar as estratégias de respostas adequadas, por forma a consolidar a competitividade de Macau. Sobre os promotores de jogo, o secretário mencionou as directrizes e normas de combate ao branqueamento de capitais e vincou que “qualquer cliente, incluindo titular de licença de promotor de jogo, consegue abrir uma conta bancária com sucesso, desde que cumpra os requisitos das medidas de controlo de risco”. Outra questão levantada pelos deputados Pereira Coutinho e Leong Sun Iok, foi a correspondência entre a recuperação económica das concessionárias de jogo e a economia real fora dos casinos, em particular nos bairros comunitários. Uma das sugestões foi a extensão do âmbito de uso dos benefícios ou cupões, concedidos pelas concessionárias aos clientes, para os bairros comunitários. Lei Wai Nong indicou que é necessária prudência para avaliar se esta medida poderá incentivar “uma excessiva promoção e divulgação das actividades de jogo junto dos bairros comunitários, provocando influências negativas”. Em relação aos gastos dos turistas no território, Pereira Coutinho argumentou que o turismo em massa não se reflecte em grandes proveitos económicos para a comunidade. Lei Wai Nong não concordou e recordou as mais recentes estatísticas de gastos de turistas. “Os gastos dos nossos visitantes têm vindo a aumentar de ano para ano e isso tem a ver com a diversidade de oferta que temos em Macau. As novas concessões contribuíram para isso. O governante salientou também os resultados do grande prémio do consumo na zona norte como uma medida bem-sucedida no fomento económico das pequenas e médias empresas. “Temos de tirar lições deste evento, aprender com o que fizemos bem e mal e “dar continuidade ao desenvolvimento próspero das zonas comunitárias e aumentar os volumes de negócios das pequenas e médias empresas”, apontou o secretário, indicando que irá alargar a iniciativa a outros bairros no último trimestre do ano.
João Luz Manchete SociedadeZona Norte | Grande prémio para o consumo gerou 150 milhões O Grande prémio para o consumo na Zona Norte, que terminou no domingo, gerou 150 milhões de patacas para as lojas aderentes, ao longo de mais de quatro meses. O Governo revelou que cerca de dois terços das empresas beneficiárias eram do sector do comércio a retalho A Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico (DSEDT) relevou ontem que ao longo dos mais de quatro meses, o plano de incentivo à economia local designado “Grande prémio para o consumo na Zona Norte” impulsionou os negócios em cerca de 150 milhões de patacas, que quintuplicaram durante a iniciativa. O Governo indicou que “a actividade contou com a participação activa de 1.255 estabelecimentos comerciais da Zona Norte”, e alguns comerciantes consideraram “os resultados da actividade satisfatórios”, concordando que “contribuiu para atrair mais pessoas e estimular o consumo”. A iniciativa, que decorreu apenas aos fins-de-semana, foram gastos 29,75 milhões de patacas para atrair clientela para as lojas aderentes na zona norte da península, área severamente afectada com a deslocação de consumidores para o outro lado da fronteira. Por partes Em relação ao tipo de empresas beneficiárias do programa, a DSEDT declarou que “estão espalhadas por diferentes sectores, das quais cerca de 64 por cento foram do sector de comércio a retalho e cerca de 36 por cento foram do sector da restauração”. No sector comercial, foram beneficiados estabelecimentos comerciais como supermercados, farmácias, armazéns e quinquilharias, maquilhagem e beleza, vestuário, calçado, artigos de couro, relógios e joalharia. Na restauração, a DSEDT afirmou que tiraram proveito do Grande prémio do consumo “vários tipos de restaurantes como restaurantes chineses, estabelecimentos de comidas, japoneses, coreanos, ocidentais”. O programa que decorreu entre 18 de Março e o domingo passado foi organizado pelo Governo em colaboração com a Associação Comercial de Macau e a Associação Industrial e Comercial da Zona Norte de Macau, com o objectivo de “revitalizar ainda mais a economia comunitária de Macau e atrair mais clientes a consumirem na Zona Norte”, afirmou ontem a DSEDT. O Grande Sorteio Final do programa está marcado para 15 de Agosto, no Salão Comemorativo do Sr. Ho Yin da Associação Comercial de Macau, quando serão sorteados prémios no valor total de meio milhão de patacas, incluindo prémios pecuniários, telemóveis, produtos digitais, electrodomésticos e bilhetes de avião.
João Luz Manchete SociedadeNatalidade | Deputadas relativizam previsão de aumento Wong Kit Cheng e Lo Choi In consideram urgente rever as políticas de incentivo à natalidade, tema que deve ser elevado a prioridade nas grandes políticas traçadas nos planos quinquenais e Linhas de Acção Governativa. A previsão de aumento da natalidade avançada pelo Governo não convenceu as deputadas O Governo tem de fazer mais para incentivar a população a ter mais filhos. O director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, indicou recentemente que a taxa de natalidade pode vir a aumentar, uma vez que as marcações de primeiras consultas pré-natal cresceram anualmente 4,2 por cento no primeiro semestre deste ano. Porém, esta estatística não convence as deputadas Wong Kit Cheng e Lo Choi In. Wong Kit Cheng, eleita pela lista da Associação Geral das Mulheres declarou ao jornal do Cidadão que mesmo que esta subida se verifique estará longe de ser suficiente para dar a volta à tendência demográfica. Já a deputada Lo Choi In, atacou a métrica apresentada por Alvis Lo, argumentando que os dados não têm significado por não constituírem um factor de observação científica e serem apenas relativos ao centro de saúde da Areia Preta. Além disso, as estatísticas oficiais indicaram que na primeira metade de 2024 nasceram cerca de 1.700 bebés em Macau, sendo previsto que o ano encerre com cerca de 3.000 nascimentos. A deputada ligada à comunidade de Jiangmen salienta que este registo continua a ser menos de metade do verificado em 2014, quando nasceram em Macau 7.360 crianças. Em declarações ao jornal do Cidadão, Lo Choi In defendeu a necessidade de encarar a natalidade e o envelhecimento populacional como prioridades que mereciam ser destacas nas políticas a longo prazo, como os Planos Quinquenais e Linhas de Acção Governativa. A deputada exemplificou a falta de direcção e instruções unificadas para o tema com o vídeo de incentivo à natalidade publicado nas redes sociais pelo Instituto de Acção Social, que foi votado à ridicularização dos internautas devido ao “fraco conteúdo”. Apostar forte Em relação a políticas imediatas de incentivo à natalidade, as deputadas pedem mais acção. Wong Kit Cheng salientou os custos elevados de ter um filho em Macau, sugerindo o aumento dos subsídios relacionados com o casamento e nascimento e a criação de novos apoios pecuniários, em particular para ajudar a pagar as despesas relacionadas com os bebés. Outra medida que merece apoio de ambas as deputadas, é o alargamento das licenças de maternidade e paternidade e medidas que garantam a flexibilidade no horário de trabalho para compatibilizar a vida profissional e familiar. Em matéria de acesso à habitação, Wong Kit Cheng aplaude os critérios benéficos de candidatura a habitações públicas por casais recém-casados ou com filhos menores, mas defende que devem ser atribuídos mais pontos a este tipo de candidatos. Na saúde, a deputada gostaria de ver reforçada a qualidade dos cuidados médicos nas especialidades de ginecologia e obstetrícia e pediatria.
João Luz Manchete SociedadeTurismo | Despesas de visitantes sobem 15,8% face a 2019 Na primeira metade deste ano, os turistas que visitaram Macau gastaram quase 38 mil milhões de patacas, sem contar com as despesas feitas em casinos, mais 16,4 por cento do que no primeiro semestre de 2023. Porém, a despesa per capita caiu quase 19 por cento em termos anuais, para 2.260 patacas Na primeira metade deste ano, os mais de 16 milhões de turistas que visitaram Macau gastaram no território 37,79 mil milhões de patacas, sem contar com gastos em casinos, valor que representou um crescimento anual de 16,4 por cento e mais 15,8 por cento face ao primeiro semestre de 2019, antes da paralisia económica provocada pela pandemia. Segundo dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a despesa dos turistas que chegaram a Macau individualmente atingiu 30,45 mil milhões de patacas, enquanto os excursionistas despenderam 7,33 mil milhões de patacas, aumentos anuais de 13,1 e 32,4 por cento, respectivamente. As comparações estatísticas tomam outra tendência quando analisadas as despesas médias por turista, apesar disso, a comparação com o primeiro semestre de 2019 ainda apresenta uma subida de 40,5 por cento da despesa per capita, para um total de 2.260 patacas. “Contudo, esta despesa diminuiu 18,9 por cento, em termos anuais, devido principalmente à elevada base de comparação do primeiro semestre do ano anterior, pois assistiu-se à liberação da despesa dos visitantes sobretudo no primeiro trimestre de 2023”. Dividindo por categoria, os turistas individuais gastaram, per capita, 3.889 patacas, enquanto os excursionistas realizaram despesas de 825 patacas, valores que representam descidas anuais de 12,4 e 16,9 por cento, respectivamente. Dinheiro em caixa Tirando as mesas de jogo, onde gastaram os turistas? Os dados estatísticos do primeiro semestre do ano indicam que os visitantes despenderam predominantemente em compras (47,1 por cento da despesa per capita), seguindo-se os gastos com alojamento (24,6 por cento) e alimentação (20,5 por cento). Tendo em conta os motivos da visita a Macau, quem veio para participar em convenções e exposições gastou, per capita, 4.992 patacas, mais 6,5 por cento em termos anuais. Por outro lado, quem veio a Macau assistir a espectáculos ou competições despendeu 5.656 patacas (-10,1 por cento), e passar férias 2.741 patacas (-17,7 por cento). Quanto à análise das despesas per capita tendo em conta a sua proveniência, os visitantes do Interior da China ocupam o topo da tabela dos mais gastadores, com 2.632 patacas, ainda assim registando uma quebra anual de 25,5 por cento. No pólo oposto, registando aumentos de despesas, estão os turistas vindos de Singapura e Coreia do Sul com gastos per capita de 2.592 patacas, seguidos dos visitantes oriundos da Tailândia com 2.522 patacas.