João Luz Manchete SociedadeJogo | Analistas revêem em baixa estimativas para 2024 e 2025 O grupo de investimento CLSA reviu em baixa as previsões da indústria do jogo para 2024 e 2025. As medidas de combate à troca ilegal de dinheiro impostas por Pequim e sazonalidade dos meses de Verão colocaram alguma água na fervura do optimismo. Também os lucros EBITDA foram revistos devido à subida dos custos de promoção e salários Depois da euforia, a ponderação. O grupo de investimentos de Hong Kong CLSA reviu em baixa as perspectivas de receitas brutas da indústria do jogo de Macau, assim como os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, em inglês) das concessionárias, para este ano e o próximo. A empresa que pertence ao banco de investimento chinês CITIC Securities colocou a fasquia das receitas brutas deste ano em 232,7 mil milhões de patacas, valor que representa um aumento anual de 27 por cento. Em relação a 2025, os analistas esperam um crescimento de 3,9 por cento das receitas deste ano, elevando para 241,7 mil milhões de patacas o montante amealhado pelo sector. “Baixámos as nossas previsões para 2024 e 2025 em 3 e 5,3 por cento, respectivamente, porque ajustámos as pressuposições sobre as receitas brutas/número de visitantes, tendo em conta os dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos para o segundo trimestre do ano”, indicam os analistas. Recorde-se que as receitas brutas do jogo caíram 1,6 por cento no segundo trimestre deste ano face ao trimestre anterior, para 56,4 mil milhões de patacas. Mas os analistas Jeffrey Kiang e Leo Pan salientam o impacto “do aperto da vigilância sobre a indústria no combate às trocas ilegais de dinheiro imposto pela China”. Bola e bolos Os analistas indicam também que Julho começou fraco em termos de receitas dos casinos, que já vinham sofrendo com a normal sazonalidade, com Junho a ser o mês mais fraco do ano, e com as atenções monopolizadas pelo Campeonato da Europa de futebol “Apesar do arranque tímido das receitas brutas de Julho, e do impacto que o aperto nas actividades de troca ilegal de dinheiro tiveram na sensibilidade dos investidores, folhas de balanço estáveis e concorrência sensata devem permitir que as operadoras de casinos resistam a estes ventos contrários a curto prazo”. Também os lucros EBITDA foram revistos em baixa para 2024 e 2025, devido ao aumento “das actividades promocionais das concessionárias e a subidas das folhas salariais”. Assim sendo, a CLSA prevê que a indústria tenha lucros ajustados de 63,3 mil milhões de dólares de Hong Kong, menos 8 por cento em relação à previsão anterior, mas, ainda assim, um valor que fica a 85 por cento dos níveis verificados em 2019. Para 2025, os analistas perspectiva lucros EBITDA de 71,7 mil milhões de dólares de Hong Kong, menos 5,8 por cento face à previsão anterior.
João Luz Manchete SociedadeTurismo | Quase 17 milhões visitaram Macau no primeiro semestre Durante os primeiros seis meses de 2024, 16,729 milhões de turistas escolheram Macau como destino turístico, segundos dados provisórios, total correspondente a um aumento anual de 43,6 por cento. O volume de turistas aproximou-se dos níveis de 2019. Visitantes internacionais mais que duplicaram Macau está a regressar à velha forma, retomando o lugar de um dos destinos de eleição desta parte do globo. Segundo dados provisórios adiantados ontem pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), entre Janeiro e Junho deste ano entraram em Macau cerca de 16,729 milhões de visitantes, uma média diária de perto de 92 mil (91.918). O total dos turistas que visitaram Macau no primeiro semestre de 2024 representa “um aumento de 43,6 por cento face ao período homólogo de 2023 e um regresso ao nível de 82,5 por cento registado no mesmo período de 2019”, antes da pandemia afectar severamente o sector. A DST refere que o “número que está de acordo com as expectativas”. A direcção de serviços liderada por Helena de Senna Fernandes realça ainda o “aumento significativo do número de visitantes em excursões internacionais”. Nos primeiros seis meses de 2024 entraram em Macau cerca de 1,17 milhões de visitantes internacionais, um aumento anual de 146,4 por cento, tendo sido retomado o nível de 67,2 por cento da primeira metade de 2019. Por outro lado, de acordo com os dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), nos primeiros cinco meses deste ano, 928 mil visitantes chegaram a Macau em excursões, ou seja, mais 230 por cento em termos anuais. Neste capítulo, o Governo destaca o aumento de 14 vezes do número de visitantes em excursões internacionais, que chegou a 88 mil. Segunda parte Em termos de ocupação hoteleira, a DST recorda que entre Janeiro e Maio deste ano, a taxa média de ocupação se fixou em 84,3 por cento, uma subida de 7,7 por cento face ao mesmo período de 2023 e menos 7,2 pontos percentuais do que em 2019 (quando a taxa média de ocupação foi de 91,5 por cento). “O número de hóspedes dos hotéis voltou a ser mais expressivo, com 6.135.000 entre Janeiro e Maio de 2024, mais 25 por cento do que no período homólogo de 2023 e mais 6 porcento do que no mesmo período de 2019”, indicou ontem a DST em comunicado. Em relação à segunda metade do ano, a DST começa por enaltecer as “medidas de apoio do Governo Central a Macau”, nomeadamente o alargamento dos programas de vistos individuais a mais cidades do Interior da China, e indica uma série de actividades programadas para os meses que se seguem. “No segundo semestre deste ano, uma série de actividades comemorativas do 25.º Aniversário do Estabelecimento da RAEM serão realizadas, incluindo o 32.º Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau, a corrida de bandejas do Dia Mundial do Turismo 2024, o Iluminar Macau 2024 e o espectáculo de fogo-de-artifício em celebração do 25.º aniversário do estabelecimento da RAEM, entre outros”.
João Luz Manchete PolíticaSaúde | Governo apresenta esboço de “Macau Saudável em 2030” O Governo apresentou ontem as linhas-mestras do plano de saúde para os próximos anos com foco na prevenção e mudança de mentalidades para comportamentos sadios. Durante a apresentação, Alvis Lo afirmou que o “Macau Saudável em 2030” tem como referências o plano China Saudável 2020/2030 e as orientações da Organização Mundial de Saúde Vinte anos depois da implementação do projecto “Cidade Saudável”, o Governo apresentou ontem as linhas gerais do plano “Macau Saudável em 2030”, que tem como principais objectivos combater o envelhecimento da população e as doenças crónicas. O director dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo, indicou que o plano que irá vigorar até 2030 tem em referência “as linhas gerais do planeamento ‘China Saudável 2020/2030’, assim como as estratégias globais definidas pela Organização Mundial de Saúde, adaptadas à realidade de Macau. Em comunicado, os SS garantem que vão “seguir as políticas nacionais de saúde, centrando-se na saúde dos residentes e integrando a saúde em todas as políticas públicas, combinando os recursos das áreas de saúde, educação, cultura e desporto, e através da participação dos diversos serviços públicos”. Sem relevar muitos detalhes sobre o plano, Alvis Lo apontou como factores que contribuem para doenças o “desenvolvimento urbano de Macau, envelhecimento da população e a mudança do estilo de vida”. Este contexto, indicou, é propício ao surgimento de hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares, cancros entre outras doenças crónicas, que “constituem os principais desafios para a saúde de Macau, levam ao aumento da procura de serviços de saúde e são as principais causas de morte dos residentes”. Mais vale prevenir O director dos SS sublinhou que a maioria das doenças crónicas pode ser evitada. Mas, para tal, são necessárias políticas de promoção da saúde, reunir condições para criar um ambiente saudável e potencial comportamentos sadios. Para tal, será necessária a mobilização da sociedade, passando por associações, escolas e toda a população, apontou o responsável. O Governo pretender consolidar e optimizar os serviços médicos existentes, elevar a literacia de saúde da população sobre, por exemplo doenças crónicas e infectocontagiosas e saúde mental. Além disso, a aposta irá incidir na prevenção e detecção precoce de problemas de saúde. Outro ponto focado por Alvis Lo foi a mudança de mentalidades. “Encorajamos os residentes a deixar de receber passivamente cuidados de saúde e, em vez disso, tomar por sua iniciativa medidas para prevenir a doença e realizar bem o trabalho de auto-gestão de saúde” Em relação à saúde mental, Alvis Lo indicou que alguns serviços vão ser integrados nos centros de saúde, e será dada formação sobre esta área a médicos e pessoal de saúde que trabalha nos centros. SSM | Recrutamento de portugueses bem-sucedido À margem da apresentação do “Plano de Acção para Macau Saudável”, o director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), Alvis Lo, afirmou que dois médicos portugueses que demonstraram interesse para trabalhar em Macau reúnem os requisitos para trabalhar no Centro Hospitalar Conde de São Januário. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, Alvis Lo disse que o processo foi bem-sucedido e que no início deste ano foram recebidas 12 candidaturas. O responsável disse ainda que os 16 médicos psiquiatras que actualmente fazem parte dos SSM serão colocados em centros de saúde para fomentar a formação e aumentar a capacidade para lidar com os casos de saúde mental na população.
João Luz Manchete SociedadeHengqin | Ordenada liquidação de promotor de complexo imobiliário O Tribunal Intermédio de Zhuhai ordenou a nomeação de um administrador para a liquidação de um promotor imobiliário responsável pela construção de um icónico bloco de edifícios que tem como ex-líbris o Haoyi Fortune Center, em Hengqin. A empresa em questão é de Macau Na passada terça-feira, o Tribunal Intermédio do Povo de Zhuhai ordenou a nomeação de um administrador para proceder à liquidação de bens do promotor imobiliário de um mega-projecto em Hengqin, perto do posto fronteiriço com Macau, que tem o Haoyi Fortune Center como a principal joia da coroa. O tribunal estabeleceu a próxima segunda-feira como prazo limite para a nomeação do administrador de liquidação, avançou ontem a Macau News Agency (MNA). De acordo com o China Internet Information Center, um portal de informação do Governo Central, o projecto do Haoyi Fortune Center foi desenvolvido pela Hengqin Haoyi Real Estate Development, que é referida como uma empresa de Macau. Segundo o órgão judicial da cidade vizinha, o projecto imobiliário não está sujeito a hipotecas ou penhoras. O comunicado do Tribunal Intermédio do Povo de Zhuhai indica que a Hengqin Haoyi Real Estate Development foi registada pelas autoridades da Ilha da Montanha em Setembro de 2013, com um capital social de 760 milhões de renminbis. Povo na rua A MNA realça que esta não é a primeira vez que a empresa enfrenta dificuldades financeiras, chamando a atenção e escrutínio público. Por exemplo, em 2021 um grupo de proprietários montou um protesto no exterior do complexo em Henqgin devido ao incumprimento do compromisso assumido de terminar o projecto dentro do prazo fixado. Na altura, foi reportado que mais de 200 proprietários, envolvendo cerca de 3.000 fracções, protestaram o incumprimento da promotora imobiliária responsável pelo projecto. A empresa terá prometido que a construção, acabamentos e decoração das fracções seriam concluídos até ao final de 2020. Esta data foi empurrada para o meio de 2021, devido à pandemia da covid-19, situação que se voltou a verificar no fim desse ano devido aos mesmos motivos. A última gota de paciência dos proprietários foi atingida quando a empresa informou que não havia prazo limite para entregar as fracções. O ex-líbris do projecto, o Haoyi Fortune Center, é um complexo de escritórios, cuja construção terminou no início de Dezembro de 2020, composto por duas torres com 30 e 45 andares, com quase mil escritórios, quase 900 espaços comerciais e mais de 600 fracções habitacionais e cerca de 1.300 estacionamentos.
João Luz Manchete PolíticaChefe do Executivo | Jorge Chiang denuncia famílias poderosas Quem é o empresário que pretende ser candidato a Chefe do Executivo? Jorge Chiang é natural de Macau, católico, pretende fazer visitas de cortesia aos membros da Comissão Eleitoral e apresentar-se às gerações mais novas. Chiang afirma ainda que “algumas famílias” monopolizam certos aspectos da sociedade, algo que a população sabe, mas não ousa dizer Afinal quem é Jorge Chiang, o empresário de 61 anos que revelou na semana passada a intenção de concorrer às eleições para Chefe do Executivo? O HM falou o potencial candidato sobre o seu percurso, origem e o caminho que pretende seguir para chegar à mais elevada posição no Governo da RAEM. “Nasci em Macau. A minha família vive cá há muitos anos, desde a década de 1940. Estudei áudio, iluminação e telecomunicações e trabalhei na área financeira tanto na China, como no exterior. Durante a juventude, trabalhei no Centro Diocesano dos Meios de Comunicação Social. Sou católico”, contou o candidato ao HM. Em relação à falta de visibilidade na sociedade local, Jorge Chiang assume que essa é uma lacuna a colmatar. “A população não me conhece, nem tem uma ideia de quem sou, sou como uma página em branco. As novas gerações não me conhecem, porque não apareço publicamente em eventos. Acho que só as gerações mais velhas me conhecem bem.” Para já, a agenda de Jorge Chiang tem o início das suas aparições públicas para depois do encerramento da 3.ª Sessão Plenária do 20º Comité Central do Partido Comunista da China, que começou ontem. Sobre a falta de participação em associações locais, Jorge Chiang indica a que sua vida profissional, que implica viagens constantes a cidades da Grande Baía e a outros locais no Interior da China, lhe ocupa o tempo para se dedicar à vida associativa. Porém, acabou por criar a Associação de Institucionalismo de Macau (em 2020) e a Associação de Comércio Macau Lotus (em 2021). Fé no futuro Em relação à possibilidade de cumprir o requisito legal de reunir assinaturas de pelo menos 66 membros da Comissão Eleitoral no boletim de propositura, Jorge Chiang revelou ao HM que está confiante de que irá conseguir atingir esse objectivo. “Vou visitar pessoalmente cada membro da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo em breve, enquanto acto de cortesia”, afirmou. Recorde-se que a comissão é constituída por 344 membros. De momento, o nepotismo é um dos problemas que Jorge Chiang destaca em Macau, apesar de ainda estar a preparar as propostas para o futuro do território. “O Governo e algumas famílias monopolizam muitos interesses e sectores sociais. Isso provoca a irritação da população, que conhece muito bem estes problemas, mas não ousa falar. Espero que esta situação seja corrigida gradualmente”, indicou. Para já, o potencial candidato quer ouvir a população e confirmar a veracidade de algumas queixas que já ouviu, para procurar soluções para esses problemas. Vida cara Os preços praticados em Macau são uma das preocupações de Jorge Chiang, em particular os produtos alimentares. O empresário gere algumas propriedades em Zhuhai e Foshan onde são criados animais para alimentar o mercado de Macau, como frangos, porcos, patos, gansos e legumes. Em Huizhou, também em Guangdong, Jorge Chiang tem uma propriedade dedicada à aquacultura para fornecer peixe e marisco a Macau, “devido à poluição provocada pelos japoneses”. “Neste momento, Macau tem os preços mais elevados da Grande Baía. Temos de controlar esse problema de inflação procurando a importação de produtos mais baratos de outras províncias do Interior da China. Estou empenhado num projecto de comércio electrónico que tem esse objectivo, de encontrar mercadorias mais baratas noutras províncias e trazê-las para a Grande Baía. Mas também importar mercadorias estrangeiras para o Interior da China como, por exemplo, leite”, contou Jorge Chiang.
João Luz Manchete PolíticaCAECE | Mais de um terço dos candidatos são estreantes A lista de candidatos para a Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo foi revelada na sexta-feira, com mais de um terço de caras novas. O antigo Chefe do Executivo Chui Sai On estreia-se no grupo. No total, foram recebidas 348 candidaturas válidas para os 344 lugares da comissão eleitoral que irá votar o próximo líder do Governo A lista de candidatos à Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo (CECE) foi afixada na sexta-feira, que agrega 348 candidaturas para 344 lugares disponíveis, proporção que a presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo (CAECE), Song Man Lei, considerou ser sinónimo de uma “eleição competitiva”. A maioria dos 348 candidatos tem menos de 65 anos e 121 apresentaram pela primeira vez candidatura ao colégio eleitoral que elege o Chefe do Executivo, uma proporção de estreantes superior a um terço. Na conferência de imprensa de sexta-feira, em que foi anunciada a lista de candidatos à CECE, Song Man Lei referiu que os subsectores educacional e do trabalho registaram mais quatro candidatos, dois de cada, do que o número de assentos atribuídos de acordo com a lei. Uma das caras novas no colégio eleitoral será Fernando Chui Sai On, o antecessor de Ho Iat Seng que liderou o Executivo da RAEM entre 2009 e 2019, que irá concorrer no subsector educacional. Alta fidelidade Song Man Lei afirmou ainda que a Comissão de Defesa da Segurança do Estado verificou que todos os candidatos e representantes dos subsectores da religião e de membros de Macau na Assembleia Popular Nacional “defendem a Lei Básica e são fiéis à Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China”. Em relação aos candidatos com ligações à comunidade portuguesa, Jorge Neto Valente e Carlos Rodrigues vão concorrer pelo sector industrial, comercial e financeiro, onde constam também nomes como Frederico Ma, Manuel Iok Pui Ferreira, David Chow, Pansy Ho, e os deputados Chan Chak Mo e Wang Sai Man. Pelo subsector cultural, concorrem Manuel Pires, José Chan Rodrigues. Pelo sub-sector educacional, destaque para o presidente da Confraria da Gastronomia Macaense Carlos Cabral, o deputado nomeado pelo Chefe do Executivo Kou Kam Fai e José Chan Rodrigues. No subsector profissional constam os nomes de António Dias Azedo, Paulino Comandante, os arquitectos Carlos Marreiros e André Ritchie, a tradutora e intérprete Manuela Aguiar, Casimiro de Jesus Pinto e Leonel Alves. No subsector desportivo, concorrem João Manuel Paes D´Assumpção, Eurico de Jesus e Daniela Fão, enquanto no subsector dos serviços sociais permanece o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Macau António José de Freitas, e entra Duarte da Silva Rosário. A eleição dos membros da CECE está marcada para o dia 11 de Agosto.
João Luz Manchete SociedadeDSAL | Abertas inscrições para estágios em Xangai e Hengqin O Governo, em conjunto com as autoridades de Hengqin, vai lançar dois planos de estágios subsidiados com 90 vagas para jovens de Macau. O primeiro plano, com 30 vagas, levará os estagiários a Xangai para adquirirem experiência de trabalho em desporto electrónico (videojogos). O plano de Hengqin oferece 60 estágios nas indústrias 1+4 A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) anunciou ontem a organização, em conjunto com a Direcção dos Serviços de Assuntos de Subsistência de Hengqin, de dois planos de estágios destinados a jovens de Macau, que irá no total facultar 90 vagas. As inscrições abrem hoje às 12h e encerram às 12h de 2 de Agosto e podem ser submetidas no website da DSAL. As vagas estão destinadas a jovens de Macau com idade inferior a 35 anos, titulares de BIR, com licenciatura ou grau académico superior que satisfaçam as exigências de competências técnicas necessárias para os estágios. A DSAL acrescenta que será dada prioridade aos “jovens que possuírem as experiências profissionais adequadas”, e aos jovens que vão completar os estudos universitários no próximo ano lectivo. O plano de estágios de desporto electrónico (competições de videojogos), que faculta 30 vagas, terá lugar em Xangai, ao longo de oito semanas, oferecendo aos jovens experiência de trabalho na empresa VSPO, um dos maiores operadores de desportos electrónicos asiáticos. A DSAL caracteriza o desporto electrónico como “um sector emergente que abrange tecnologia, competição, diversão e interacção social”. Os jovens vão receber formação profissional antes de começaram os estágios. É a quarta vez que a DSAL organiza este programa de estágios. Metas a cumprir O outro plano diz respeito às indústrias prioritárias (1+4) para o plano de diversificação adequada, facultando 60 vagas de estágio, também com a duração de oito semanas, em empresas de Hengqin das áreas de “tecnologia de ponta, medicina tradicional chinesa, cultura, turismo, convenções, exposições e comércio, e ainda, indústria financeira moderna”. A DSAL especifica que o plano abrange postos especializados em “tecnologias de informação, tecnologia financeira, análise de dados, biomedicina, comércio electrónico, marketing, assuntos de telecomunicações, expansão de negócios, apoio às operações de gestão, serviços de apoio ao cliente, finanças, administração, recursos humanos, concepção artística e engenharia”. Por cada quatro semanas, a DSAL atribui “um subsídio de 5.000 patacas e um subsídio único para as despesas de transporte e seguros de viagem (sendo a quantia consoante ao plano a participar)”. Além disso, as autoridades de Hengqin atribuem a cada quatro semanas um subsídio de 4.000 renminbis para residências para o plano de Xangai e 2.000 renminbis para subsistência com a mesma periodicidade. Para os planos de estágios em Hengqin, a cada quatro semanas os estagiários recebem 4.000 renminbis subsídio de subsistência, enquanto o alojamento é garantido pelas autoridades. As restantes “despesas de subsistência e alimentação a cargo dos estagiários”.
João Luz Manchete PolíticaSegurança | Websites da polícia e bombeiros alvo de ataques Os serviços dos websites do gabinete de Wong Sio Chak, CPSP, bombeiros, Serviços das Forças de Segurança e da Escola Superior das Forças de Segurança, foram alvo de um ataque informático na noite de quarta-feira. A normalidade foi reposta três horas depois. A Polícia Judiciária está a investigar o caso Na noite de quarta-feira, por volta das 20h, os serviços dos websites do gabinete do secretário para a Segurança, Corpo de Polícia de Segurança Pública, Corpo de Bombeiros, Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau e Escola Superior das Forças de Segurança de Macau foram interrompidos devido a um ataque de negação de serviço oriundo do exterior, segundo o gabinete do secretário Wong Sio Chak. Quando o ataque foi detectado, as autoridades meteram em marcha “trabalhos de gestão de emergência” com os operadores de telecomunicações (a CTM), para retomar a normalidade dos serviços. Segundo um comunicado da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau (DSFSM), emitido ontem de madrugada, a equipa de técnicos de segurança da CTM conseguiu bloquear o ataque de negação de serviço, com os websites afectados a voltarem ao normal por volta das 20h45 de quarta-feira, 45 minutos depois da detecção das anomalias. Porém, os webistes continuaram inacessíveis através da rede da CTM, apesar de o acesso ter ficado normalidade através de outras redes. O acesso através da rede de internet da CTM foi restabelecido às 23h13 da mesma noite. Inundação digital A DSFSM pediu à CTM, que providencia serviços de bloqueio de ataque de negação de serviço, uma investigação exaustiva ao incidente, assim como um relatório sobre o sucedido e um plano para evitar que incidentes semelhantes voltem a acontecer. Entretanto, a Polícia Judiciária iniciou as diligências para proceder à investigação do crime desde que este foi reportado. O ataque sofrido pelos websites dos vários serviços de segurança de Macau, ataque de negação de serviço, costuma ter como objectivo primário tornar os recursos de um sistema indisponíveis para os utilizadores, tornando-os inacessíveis através da sua invalidação por sobrecarga. Este tipo de ataque informático não é uma invasão de sistema, mas força o sistema atacado a ser reiniciado ou a consumir todos os seus recursos, como memória de processamento, para interromper as suas funcionalidades. As autoridades não revelaram a origem do ataque, limitando-se a indicar que terá vindo do exterior.
João Luz Manchete PolíticaChefe do Executivo | Empresário Jorge Chiang apresenta candidatura O empresário e presidente da Associação de Comércio Macau Lotus Jorge Chiang apresentou candidatura a Chefe do Executivo. O HM falou com o potencial candidato que indicou estar ainda a alinhar o seu programa político. Jorge Chiang acredita que a governação de Macau precisa de se adaptar aos novos tempos e ser mais inovadora “A decisão de concorrer às eleições para Chefe do Executivo não foi repentina, mas algo em que pensei nos últimos cinco anos. Desde então, não vi mudanças em Macau. Aliás, a situação está ainda pior, por isso vou concorrer às eleições para Chefe do Executivo.” Foi assim que o empresário Jorge Chiang contou ao HM aquilo que o moveu para apresentar a candidatura ao cargo político mais elevado da RAEM. “Depois das governações dos Executivos anteriores, apareceram muitos problemas em Macau que é necessário corrigir gradualmente”, acrescentou ao HM, cerca de 20 horas depois de anunciar a candidatura nas redes sociais. Jorge Chiang preside à Associação de Institucionalismo de Macau (criada em 2020) e à Associação de Comércio Macau Lotus (criada 2021), além de ser supervisor da Associação Desportiva de Artes Marciais Zhong Hua. Para já, Jorge Chiang admitiu ainda não ter um programa político detalhado, mas remete para o anúncio que publicou nas redes sociais para dar uma ideia das linhas basilares da sua candidatura. Virar a página Numa publicação intitulada “nova era, novas ideias, nova Macau”, o candidato afirma que “num panorama com desafios sem igual em 100 anos, o velho estilo de governação não se adaptou aos novos tempos em Macau, tornando-se obsoleto”. “Macau deve atrever-se a inovar a começar de novo. Assumo uma nova missão e não pouparei esforços para ajudar a implementar em Macau as principais políticas designadas nacionalmente. Tenho o corpo em Macau, mas o coração com a pátria e o povo, e uma determinação sem igual para falar pelo povo e defender o povo”, pode ler-se na declaração do candidato. Com um forte cariz nacionalista, Jorge Chiang defende a “implementação do socialismo com características chinesas” e comprometeu-se a liderar Macau “na nova era, com novas ideias de governação”. “Quero construir uma sociedade baseada no Estado de Direito e na prosperidade de todos”, indicou. Para entrar na corrida, a lei determina que a candidatura de Jorge Chiang seja “feita mediante a aposição das assinaturas de pelo menos 66 membros da Comissão Eleitoral no boletim de propositura”. Na passada terça-feira, o portal Macau News Agency (MNA) avançou que Ho Iat Seng se iria candidatar a um segundo mandato a Chefe do Executivo e que, segundo fontes anónimas, a candidatura deveria ser apresentada depois de 11 de Agosto, dia em que decorrem as eleições para os membros da Comissão Eleitoral.
João Luz Manchete SociedadeMercados | Associações dizem que obras não melhoraram negócios Após a remodelação do Mercado da Mitra, os negócios dos comerciantes ficaram na mesma. Porém, a situação mais dramática nos mercados municipais verifica-se no Mercado de Tamagnini Barbosa, onde o presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Vendilhões de Macau estima uma taxa de desocupação de bancas de 70 por cento “As bancas do Mercado Municipal da Horta da Mitra têm uma oferta pouco variada, numa área muito reduzida. Não conseguem competir com a variedade de produtos vendidos nos supermercados e lojas das imediações. A situação é agudizada pela obrigação de vender apenas os produtos previstos nas licenças”, afirmou ao HM O Cheng Wong, presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Vendilhões de Macau. O dirigente associativo revela que, após meio ano da reabertura do Mercado da Horta da Mitra, os negócios se mantiveram como antes, não beneficiando das melhorias nas instalações. Uma das reivindicações de O Cheng Wong é a flexibilização das regras que estabelecem que tipo de produtos os comerciantes podem vender nos mercados, medida que poderia potenciar os negócios e evitar o surgimento de mais bancas vazias. Ainda em relação ao Mercado da Mitra, o representante do sector salienta o encerramento de bancas no exterior do mercado poder ser outro factor que contribui para o escasso fluxo dentro das instalações. Algo que não acontece com o Mercado Vermelho e o Mercado de São Lourenço, cujas imediações estão repletas de bancas de venda de frutas e vegetais. O bom e o mau Durante o período de obras de remodelação do Mercado Vermelho, que durou cerca de dois anos, 31 bancas ficaram desocupadas devido à desistência dos comerciantes que as operavam. Desde que o histórico mercado reabriu, o presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Vendilhões revela que não se verificou mais nenhuma desistência. Sobre a capacidade para atrair fregueses, O Cheng Wong salienta que o Mercado Vermelho oferece uma grande variedade de marisco e peixe em oferta. No geral, o representante indicou que as bancas de venda de carnes e vegetais enfrentam maiores dificuldades, sendo maioritariamente aquelas que acabam por encerrar. Entre os sete mercados municipais, O Cheng Wong destaca a situação de abandono a que está votado o Mercado de Tamagnini Barbosa, onde cerca de 70 por cento das bancas estão vazias. Isto apesar dos negócios no centro de comidas (food court) estarem a correr bem. Como tal, o dirigente associativo indica que apenas as bancas que ficam perto da zona da restauração conseguem captar mais clientes. Face a este cenário, o representante dos comerciantes de mercado afirma a urgência de remodelar o Mercado de Tamagnini Barbosa e flexibilizar as regras que estabelecem o tipo de produtos que podem ser vendidos nas bancas dos mercados municipais. “O Governo responde sempre que vai pensar ou que planeia fazer isso. Entretanto, o tempo continua a avançar e temos situações em que algumas bancas permanecem vazias há cerca de sete anos. O Governo tem de abrir concursos para estas bancas”, afirmou ao HM o presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Vendilhões.
João Luz Manchete SociedadeSMG | Previsto tufão na segunda metade de Julho O director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos prevê que na segunda metade de Julho Macau comece a ser afectado por ciclones tropicais e tufões. Leong Weng Kun explicou também a dificuldade de prever com exactidão a intensidade, local e altura em tempestades se abatam pelo território Um tufão poderá passar por Macau na segunda metade de Julho. A previsão foi avançada ontem pelo director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), Leong Weng Kun, durante o programa Fórum Macau, no canal chinês da Rádio Macau. Apesar de estimar a formação de ciclones tropicais ainda este mês, o responsável não arriscou prognósticos em relação ao impacto na cidade. Leong Weng Kun recordou que os SMG já içaram o sinal 8 no início de Junho, quando a tempestade tropical Maliksi passou por Macau, que apesar de não ter provocado muitos danos, quatro pessoas ficaram feridas e as aulas suspensas. O responsável sublinhou também que a época de tufões normalmente prolonga-se até Outubro e que, devido ao aquecimento global, a temperatura da água do mar, que tem gerado mais super-tufões, mas também o surgimento de tufões fora de época, por vezes em Dezembro. Recorde-se que em 2021, o tufão Rai passou por Macau uns dias antes do Natal, algo que não acontecia há quase meio século. O director dos SMG lembrou ainda que a Organização Meteorológica Mundial, uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU), lançou um alerta para o facto de 2023 ter sido o ano mais quente desde que existem registos. Leong Weng Kun perspectivou que dadas as temperaturas elevadas será provável o aumento do impacto de super tufões, chuvadas e temperaturas extremas em Macau. Comunicar é preciso A melhor forma de lidar com os fenómenos atmosféricos severos passa pela eficaz disseminação de informação, indicou o director dos SMG. Como tal, informações de previsões de tempo severo devem chegar à população o mais cedo possível, de forma a dar tempo de preparação. Apesar dos SMG terem sido reconhecidos pela Organização Internacional de Normalização com a certificação ISO do seu sistema de previsão de ciclones tropicais, e alertas de tempestade e chuvadas fortes, Leong Weng Kun realçou a dificuldade de prever este último fenómeno atmosférico. Ainda assim, indicou que a taxa de precisão dos alertas de chuvas fortes dos últimos anos se situa em cerca de 70 por cento. Neste domínio, o director dos SMG realçou as dificuldades para prever estes fenómenos, sentidas em todo o mundo. A aleatoriedade da progressão das tempestades aliada à reduzida dimensão geográfica de Macau, às taxas de dissipação e movimentação tornam muito difícil prever a formação, intensidade e os locais mais afectados. Ainda assim, o responsável garantiu que os SMG vão continuar a criar informações gráficas que alertem a população para a possibilidade de tempestades com três a quatro dias de antecedência.
João Luz Manchete SociedadeEstudo | Mudanças nos hábitos de jogadores chineses A pandemia teve um efeito profundo na forma como jogadores chineses passaram a jogar, segundo um estudo da Universidade Politécnica de Macau. O jogo online passou a atrair mais adeptos e os hábitos de jogo evoluíram consoante estado civil, salário e género O jogo também foi infectado pela covid-19, não só durante os anos de severas restrições de combate à pandemia. Esta realidade está patente num estudo de académicos da Universidade Politécnica de Macau, Jinquan Zhou, Hong-Wai Ho e Chi Biu Chan, onde se indica que a maior mudança se verificou na passagem de muitos jogadores para o mundo virtual, trocando as mesas dos casinos pelo jogo online. O estudo teve por base inquéritos feitos a 334 jogadores oriundos do Interior da China, com mais de metade destes a interromperem totalmente o jogo durante a pandemia. Muitos dos apostadores desencorajados a visitar Macau para irem aos casinos passaram a jogar online, o que levou à subida de 52,4 por cento do jogo online em comparação com o período antes da pandemia. Segundo o Asia Gaming Brief, a migração para o mundo digital de apostas foi mais pronunciada ocorreu entre os mais jovens, conduzindo uma tendência de clivagem geracional. Além disso, os dados recolhidos pelos investigadores da UPM apontam que a larga maioria dos jogadores (77,7 por cento) que passaram para o online são homens. Também as características sociais e demográficas influenciam o comportamento de jogo. Género, hábitos, frequência, e níveis salariais foram factores determinantes do comportamento dos jogadores durante a pandemia. Um dos aspectos destacados pelo Asia Gaming Brief é forma como o estado civil interferiu nas decisões para visitar casinos em Macau, mas não afectou a forma de jogar online. Curiosamente, pessoas casadas que vieram a Macau jogar durante a pandemia acabaram por passar mais tempo nos casinos, em comparação com solteiros. Isto apesar de os “orçamentos” para gastar em jogo se tenham mantido estáveis desde e depois da pandemia, tanto para solteiros como casados. Fechados no casino Os dados demográficos relativos à idade revelaram que os jogadores com menos de 25 anos e entre os 26 e os 35 anos foram mais frequentes durante a pandemia do que os jogadores com mais de 36 anos, o que indica uma taxa de participação mais elevada entre os mais jovens. Estes dados foram encarados pelos académicos como um sinal da capacidade de adaptação dos mais novos para alterações ambientais no sentido de continuar a jogar. Por outro lado, os jogadores regulares antes da pandemia, em especial os que jogavam diariamente, mantinham uma maior frequência de jogo em comparação com os que jogavam semanalmente, mensalmente ou de forma irregular. Neste aspecto, o estudo revela que a pandemia aumentou a frequência de jogo dos apostadores regulares. O estudo também registou diferenças significativas nos comportamentos de jogo online com base no nível de escolaridade. Os indivíduos com formação universitária tinham mais probabilidades de usarem plataformas de jogo online, em comparação com jogadores que tenham apenas estudos secundários, ou inferiores.
João Luz Manchete PolíticaAreia Preta | Projecto de habitação com duas estradas A Macau Renovação Urbana indicou ontem que o projecto de habitação temporária no Lote P na Areia Preta será complementado por duas estradas com quatro faixas. A empresa de fundos públicos confirmou que as oito torres de apartamentos vão estar concluídas até ao fim deste ano A Macau Renovação Urbana (MRU) confirmou ontem que projecto de habitação temporária no Lote P na Areia Preta estará completo até ao final deste ano e será servida por duas vias com quatro faixas para aliviar o trânsito na zona. Além das duas estradas, com 24 metros de largura, serão construídas paragens de autocarros, uma zona verde aberta e uma via para uso exclusivo de peões que ligará aos bairros adjacentes. Num comunicado emitido ontem, a empresa de fundos públicos indicou que a rede de infra-estruturas que irá apetrechar o projecto tem como objectivo criar um ambiente conveniente e habitável. O projecto que nasceu no terreno que esteve destinado ao complexo do Pearl Horizon foi a resposta do Governo para proporcionar alojamento temporário aos proprietários de fracções situadas em prédios intervencionados para renovação urbana. Durante o período em que as propriedades estão em processo de remodelação, os moradores podem ficar num apartamento de habitação temporária no Lote P na Areia Preta. A queda do bambu No passado mês de Dezembro, a MRU anunciou que a fase de construção das estruturas tinha chegado ao fim. Actualmente, estão em curso os trabalhos de adaptação que envolvem os trabalhos de interior, como fazer tectos, paredes, chão e posterior instalação de cabos e canalização. Terminada esta fase, começará a remoção dos andaimes das paredes exteriores. O complexo irá consistir de oito de torres residenciais com cerca de 2.000 apartamentos, “como o número suficiente de lugares de estacionamento para automóveis e motociclos”, indica a empresa. A construção do projecto foi entregue a duas empresas, com a primeira empreitada a cargo da China Construction Engineering (Macau) Company Limited (4 mil milhões de patacas), e a segunda empreitada da responsabilidade da joint venture entre a Coneer Engineering Limited-China Road and Bridge Corporation e a Top Design Consultants Company Limited (878 milhões de patacas). A MRU recorda que quem estiver interessado em saber mais sobre o projecto pode inscrever-se online no website da MRU para marcar uma visita ao andar modelo das habitações temporárias localizado no 3.º andar do Edifício Mong Tak de Habitação Social de Mong Há, na Rua de Francisco Xavier Pereira.
João Luz Manchete SociedadeEPM | Porta-voz do PSD de Macau envia queixa a ministro O porta-voz da Secção de Macau do PSD enviou uma carta ao Ministro da Educação, Ciência e Inovação a apresentar uma queixa formal contra o director da Escola Portuguesa de Macau. Na missiva, assinada em nome pessoal, é indicado que o corpo docente vive num “ambiente de terror”, sem receber horas extra e subsídio de ensino inclusivo O porta-voz da Secção de Macau do PSD, António Bessa Almeida, enviou em nome pessoal, no final da semana passada, uma carta ao Ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre em que apresenta uma “queixa formal contra o director da Escola Portuguesa de Macau por má conduta e intimidação aos professores e funcionários”. A carta dirigida a Fernando Alexandre, a que o HM teve acesso, descreve um “ambiente de terror”, que “provoca a degradação crescente do ambiente na escola, numa altura de avaliações finais, vigilâncias de exames e fecho do ano lectivo”. António Bessa Almeida refere que Acácio de Brito “mencionou irregularidades cometidas por professores sem nunca especificar qualquer uma e, portanto, sem dar aos professores a possibilidade de contraditório”, e acusa os dirigentes da escola de denegrirem a imagem e honra dos docentes dispensados. Corda ao pescoço O porta-voz da Secção de Macau do PSD afirma que “os professores não se sentem respeitados, são sistematicamente tratados como incompetentes”, e sentem-se pressionados e vivem num clima de medo por temerem ser despedidos ou alvos de processos disciplinares. É também indicado que não são pagas horas extraordinárias desde Janeiro deste ano, assim como os subsídios de ensino especial e ensino inclusivo. Em relação ao ano lectivo que se avizinha, António Bessa Almeida refere que até à data do envio da carta, o passado dia 4 de Julho, o corpo docente da escola ainda não tinha conhecimento da distribuição de serviço lectivo para o próximo ano. Por fim, o representante do PSD de Macau declara que, face à “degradação que, há mais de um mês, se agrava progressivamente na EPM” é solicitado ao Ministro da Educação, Ciência e Inovação, “que tome as providências necessárias com a maior urgência, sob pena de os danos já causados se tornarem irreversíveis para a imagem e bom nome da escola e dos seus professores”.
João Luz Manchete PolíticaEspectáculos | Propostas para zona ao ar livre entre 84,8 e 113 milhões O Governo convidou seis empresas para apresentarem propostas de construção da denominada “zona de espectáculos ao ar livre de Macau”, a área no Cotai reservada para eventos com capacidade para acolher 50 mil espectadores. As propostas têm preços entre 84,8 e 113 milhões de patacas A Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) convidou seis empresas a apresentarem propostas para a construção da “zona de espectáculos ao ar livre de Macau”, a área no Cotai ao lado do Grand Lisboa Palace destinada a espectáculos para cerca de 50 mil espectadores. No sábado, a DSOP publicou um quadro com as propostas de preço e prazo para a construção. O preço mais elevado foi apresentado pela Companhia de Construção Cheong Kong, 113,4 milhões de patacas, enquanto a proposta da Companhia de Construção & Engenharia Shing Lung apresentou o preço de 84,8 milhões de patacas, o mais reduzido das seis propostas. No pódio das propostas mais elevadas, o preço da Companhia de Construção e Engenharia Kin Pang foi o segundo mais alto (107,3 milhões de patacas), seguido da Empresa de Construção e Obras de Engenharia Tak Fat Kin Ip (105,7 milhões de patacas). A proposta da Top Builders International foi de 96,7 milhões de patacas, enquanto a Companhia de Decoração San Kei Ip apresentou um preço de 93,8 milhões de patacas. Todas as propostas têm como prazo execução 107 dias. A obra consiste na construção de pavimento em betão armado, de sistemas electromecânicos complementares e instalações de drenagem de água e serão instaladas salas funcionais móveis dentro da zona de espectáculos, tais como casas de banho, gabinetes para a equipa de actividade e salas de descanso. Desenho da área Na configuração do arranjo dos espaços, a zona central será destinada aos espectadores, enquanto o palco e uma área de apoio logístico ficará na zona norte. No lado oeste será instalada a área para a inspecção de segurança e entrada no recinto, ficando o lado sul reservado para evacuação. A zona de espectáculos ficará situada num terreno do Estado, com uma área de 94 mil metros quadrados, localizada “na intersecção entre a Avenida do Aeroporto e Rua de Ténis, virada a norte para a Rua de Ténis e a nordeste para a Avenida do Aeroporto”. Quando à elaboração do projecto a DSOP adjudicou os trabalhos à Sociedade de Consultadoria em Engenharia Civil por 2,3 milhões de patacas, com um prazo de execução de 45 dias. Em relação às obras de nivelamento, a DSOP dividiu o trabalho em duas fases, para as quais foram convidadas quatro empresas, também convidadas para a empreitada de construção da zona de espectáculos ao ar livre. A primeira foi adjudicada à Companhia de Decoração San Kei Ip, que apresentou o preço mais barato (menos de metade do segundo valor mais baixo), com 1,96 milhões de patacas, com um prazo de execução de 50 dias. A segunda fase foi adjudicada à Empresa de Construção e Obras de Engenharia Tak Fat Kin Ip por 875 mil patacas, mais uma vez o preço mais baixo, com prazo de execução de 20 dias.
João Luz Manchete PolíticaHengqin | Novo Bairro com 200 casas para talentos chineses A Macau Renovação Urbana vai arrendar 200 fracções no Novo Bairro de Macau a quadros qualificados chineses. A empresa de capitais públicos da RAEM está a negociar com a Universidade de Macau, a Escola de Hengqin Anexa à Escola Hou Kong e o posto médico que serve o bloco habitacional. Uma das intenções dos arrendamentos é aumentar a ocupação dos prédios A Macau Renovação Urbana anunciou ontem que reservou 200 apartamentos nos blocos 17 e 18 do lado sudoeste do Novo Bairro de Macau para arrendar a quadros qualificados do Interior da China, sem limitações às províncias de origem. Para já, a empresa de capitais públicos da RAEM está a negociar com a Universidade de Macau, a direcção da Escola de Hengqin Anexa à Escola Hou Kong e o Posto Médico do Novo Bairro de Macau a possibilidade de hospedar, através de contratos de arrendamento, profissionais das instituições. Num comunicado publicado no WeChat da Macau Renovação Urbana, a empresa refere que a iniciativa de arrendar apartamentos a quadros qualificados se inscreve na filosofia da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, procurando fixar na Ilha da Montanha talentos que ajudem ao desenvolvimento da zona. A medida tem também como objectivos “aumentar a ocupação e popularidade do Novo Bairro de Macau, melhorar as oportunidades de negócio dos espaços comerciais da zona e criar uma atmosfera de conveniência e qualidade de vida para quem trabalha, estuda e mora em Hengqin”. O Novo Bairro de Macau é composto por 27 torres residenciais, com aproximadamente 4.000 fracções habitacionais. A busca No comunicado emitido ontem, a empresa sublinha que o Novo Bairro de Macau é um projecto integrado, uma experiência nova e transversal em termos de sectores e regiões que pretende convergir o modo de vida de Macau com a integração na Grande Baía. Recorde-se que na semana passada foi noticiado que a Universidade de Macau estaria a sugerir a alunos de pós-graduações que considerassem usar fracções no Novo Bairro de Macau para residências de estudantes. Segundo a notícia da Macau News Agency, que consultou um email enviado pela universidade aos estudantes, a medida teria como objectivo “elevar a taxa baixa taxa de ocupação do projecto, que tem registado vendas fracas”. Em Maio, a Macau Renovação Urbana também flexibilizou os critérios para compra de fracções permitindo a compra a proprietários a partir dos 18 anos. A medida, que entrou em vigor em meados de Maio, foi implementada para “responder às mudanças no ambiente económico trazidas pelas novas políticas relativas ao mercado imobiliário de Macau e Hong Kong”, “após terem sido ouvidas opiniões de todos os sectores”.
João Luz Manchete PolíticaNacionalismo | Professores proibidos de prejudicar a imagem do país O Governo lançou orientações para as escolas de conduta do pessoal docente que proíbe que sejam transmitidos aos alunos conteúdos que possam denegrir a imagem da República Popular da China. No ano lectivo que se avizinha, serão distribuídos materiais didácticos sobre segurança nacional num esforço para reformar o patriotismo na educação O reforço do nacionalismo e da educação patriótica é a grande aposta para o sector da educação em Macau. No final de uma reunião do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central com representantes da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), o porta-voz e coordenador do conselho revelou as determinações do Governo. Um dos destaques para o próximo ano lectivo, segundo o conselheiro Ao Ieong Kuong Kao, tem a ver com as orientações dadas pela DSEDJ às escolas de Macau, que foram alteradas para incutir mais rigor ao nível da conduta e personalidade dos professores. Segundo as directrizes da DSEDJ, os docentes estão proibidos de transmitirem aos alunos conteúdos ou comentários que prejudiquem a imagem do país e da RAEM. De um modo geral, os representantes da DSEDJ indicaram na reunião de quarta-feira aos conselheiros que as medidas lançadas pela RAEM já estavam em sintonia com a Lei da Educação Patriótica da República Popular da China, que entrou em vigor no início deste ano. Porém, mais nunca é demais. Como tal, o Governo irá lançar mais medidas no sentido de reforçar o ensino patriótico. Segundo Ao Ieong Kuong Kao, que é também vice-presidente da Aliança do Povo, ligado à comunidade de Fujian, no ano lectivo que se avizinha será incluído nas exigências das competências académicas básicas o domínio de temas como segurança nacional, conhecimentos constitucionais e sobre as grandes conquistas tecnológicas nacionais. As exigências das competências básicas são os conhecimentos essenciais que os alunos têm de dominar no final de cada nível de ensino. Segundo o jornal Cidadão, o Governo ainda não fixou a carga horária que será dedicada a estes assuntos. A nação e o saber O conselheiro ligado à comunidade de Fujian indicou ainda que a DESDJ vai distribuir pelas escolas da região materiais didácticos suplementares sobre segurança nacional para os ensinos primários e secundários. Outra aposta a reforçar passa pela continuidade da participação de alunos de Macau em campos de actividades de educação para a segurança nacional no Interior da China, onde os estudantes recebem treino militar, incluindo o manuseio de armas. O conselheiro citou ainda dados da DSEDJ que indicam que entre 2022 e 2023, cerca de 1300 docentes foram formados na área do patriotismo. Em relação ao ensino superior, a DSEDJ sublinhou que continua a incentivar os estudantes de Macau a continuarem os estudos em universidades chinesas e que este ano cerca de 40 por cento dos alunos escolheram o Interior como o destino de ingresso no ensino superior. Além disso, foi ainda estabelecido que sempre que uma universidade ou instituição de ensino superior de Macau lançar uma nova licenciatura, conteúdos patrióticos são obrigatórios nas disciplinas de educação geral.
João Luz PolíticaDSSCU | Governo diz que terrenos não aproveitados não são desaproveitados Num comunicado emitido ontem pela Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU), o Governo da RAEM “reiterou mais uma vez que os ‘terrenos do Estado’ não aproveitados não são terrenos desaproveitados”, acrescentando que “os terrenos cuja finalidade definitiva ainda não foi atribuída permanecem na reserva de terrenos da RAEM”. Além do exercício de semântica acima citado, o Governo indicou que a recuperação de terrenos desaproveitados abrange uma área total de cerca de 720 000 mil quadrados. Destes, cerca de 190 mil metros quadrados (26 por cento) “foram aproveitados para a construção de edifícios para serviços públicos, armazéns, residências para idosos, habitações públicas, bem como para construir edifícios privados através da realização de concursos públicos”. O Executivo mencionou ainda o conceito de aproveitamento provisório de terrenos, indicando que quando surge um pedido, a “Administração pronuncia-se sobre a adequabilidade das condições, realiza estudos, ausculta opiniões e, caso seja do interesse público, é atribuída uma finalidade provisória aos terrenos”. A título de exemplo, são enumerados “espaços verdes e de lazer ou parques infantis, tais como a Zona de Lazer da Marginal da Estátua de Kun Iam, os Espaços Verdes Provisórios de Lazer junto à Praia de Hác Sá, a Zona de Lazer Temporária da Doca do Lam Mau e o “Local de Espectáculos ao Ar Livre de Macau”’ no Cotai destinado a espectáculos de larga escala. Em relação ao Plano Director da RAEM, o Governo indica também que estão a ser elaborados “os planos de pormenor das diversas Unidades Operativas de Planeamento e Gestão (UOPG), sendo que nos planos de pormenor de cada UOPG serão planeados os equipamentos de utilização colectiva”.
João Luz Manchete PolíticaIAM | Aberto concurso para alargar corredor verde na península Foi lançado ontem o concurso público para a construção da segunda fase do corredor verde da margem sul da península de Macau, entre a Ponte Governador Nobre de Carvalho e as Portas do Entendimento. O projecto abrange uma área com 60 mil metros quadrados à beira do Lago Sai Van, terá uma zona de restauração com esplanadas, parques infantis e um campo desportivo Começou ontem mais uma etapa na revitalização da costa sul da península de Macau, com a abertura do concurso público para a construção do corredor verde entre a parte oeste da Ponte Governador Nobre de Carvalho e as Portas do Entendimento. Segundo o anúncio oficial publicado ontem no Boletim Oficial, pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), o prazo da empreitada global não pode exceder 240 dias úteis, ou seja, cerca de um ano e os concorrentes ao concurso têm de apresentar as suas propostas até ao dia 7 de Agosto. O projecto irá nascer num terreno com uma área total de cerca de 60 mil metros quadrados e visa proporcionar aos cidadãos um espaço de lazer à beira do Lago Sai Van com diversões para pais e filhos, lazer e recreio, interacção com a água e paisagem aquática. A empreitada inclui a construção de uma zona de lazer, um campo para prática desportiva, um passeio marginal e uma plataforma de pesca. Os concorrentes ao concurso público vão ter de prestar uma caução provisória no valor de 750 mil patacas, em nome do IAM, através de depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovado nos termos legais. As autoridades fixaram o preço global da obra como o principal critério para a apreciação das propostas, com um peso de 60 por cento. O projecto de execução irá valer 12 por cento na apreciação, enquanto o prazo de execução razoável terá um peso de 8 por cento. Outros factores como experiência em obras semelhantes, qualidade de materiais e prazo de entrega, taxa de contratação de trabalhadores locais e avaliação do registo da situação de segurança e saúde ocupacional vão todos valer cinco por cento cada na avaliação das propostas. Grandes expectativas Aquando da apresentação da segunda fase do projecto, o IAM indicou que será construído “um passeio de lazer à beira-mar sem barreiras”, com largura mínima de cinco metros, e uma ciclovia com 1300 metros de comprimento, um espaço de diversão infantil com zona de escalada inclinada, escorrega e passagens superiores. Serão também construídas pistas de bicicletas para pais e filhos, tendo como referência o Circuito da Guia. Além disso, haverá áreas para a prática de ginástica, uma pista de skate polivalente e uma praça multifuncional que poderá acolher espectáculos e música ao vivo, e uma zona de restauração com esplanadas. Além disso, o IAM aponta para o local a possível realização futura do Festival de Gastronomia e a reserva de uma área para a queima de panchões na altura do Ano Novo Lunar. O projecto prevê ainda a construção de um campo para futebol de cinco, um campo de basquetebol, uma zona de manutenção física e outra destinada ao “convívio para idosos e pessoas com deficiências”.
João Luz Manchete SociedadeImobiliário | Mercado industrial e de lojas em quebra Apesar de alguma recuperação na venda de apartamentos, principalmente imóveis a estrear, o mercado imobiliário continua em queda no que diz respeito a fracções industriais e lojas. As conclusões foram retiradas do balanço trimestral da agência Centaline, que destaca também o aumento de escritórios desocupados, em parte, devido ao teletrabalho Se por um lado, o volume de vendas de fracções para habitação passou para o dobro entre o primeiro e o segundo trimestre do ano, o mercado de transacções de imóveis para fins industriais, comerciais e escritórios continua em queda. É o que indica o relatório de actividade da agência imobiliária Centaline referente ao segundo trimestre do ano. Em relação aos escritórios, o director regional responsável pelos mercados industriais e comerciais, Jack Lei, salientou a debilidade do segmento, que não deverá chegar às 50 transacções na primeira metade de 2024. “Não só é por causa da fraca economia global. Desde a pandemia, em muitas empresas passou a ser normal o trabalho à distância, o que ajudou a que exista muito mais oferta do que procura no mercado. A taxa geral de desocupação de escritórios aumentou no segundo trimestre para 12,4 por cento”, revelou o responsável. Em relação à perspectiva para o terceiro trimestre deste ano, Jack Lei não espera grandes novidades ou evolução. Quanto às vendas de lojas, a Centaline revelou dados díspares. Se por um lado, nos primeiros seis meses do ano foram vendidas 173 fracções, com aumento anual de 26 por cento, os preços dos imóveis caíram por necessidade de liquidez dos proprietários. A imobiliária refere também que a redução de preços e a busca de vendas rápidas fez com que surgissem no mercado mais lojas em zonas nobres, ou de grande fluxo de turistas, o tipo de imóveis para comércio que raramente surgia para venda. Por outro lado Porém, se as vendas de lojas aumentaram, os arrendamentos caíram 42 por cento no segundo trimestre, em relação ao mesmo período de 2023. Neste caso, Jack Lei salienta o grande aumento de lojas vazias, por arrendar, nos bairros comunitários, algo que justificou com o aumento do consumo para lá da fronteira. Além disso, revelou que no cômputo geral, as rendas de lojas aumentaram 10 por cento em termos anuais devido ao encarecimento nas zonas turísticas, enquanto nos bairros comunitários se acentuou o declínio do valor das rendas na altura de renovar o contrato. O mesmo se verifica nas vendas de fracções em edifícios industriais. Porém, como parece haver menos vontade dos proprietários destes imóveis em baixar muito os preços, a ocupação nestes edifícios caiu. Algo que a Centaline aponta como pista para a futura queda de preços já no terceiro trimestre deste ano. Ainda assim, a queda do valor destes imóveis levou ao aumento de cerca de 70 por cento ao ano do número de transacções nos primeiros seis meses de 2024. Em relação ao mercado da habitação, a Centaline destaca o aumento das vendas depois de terem avançado os benefícios fiscais, que terá levado muitos promotores a aproveitarem a oportunidade para limpar o inventário com descontos. No entanto, as transacções foram mais no mercado de apartamentos novos, com o mercado a registar mesmo preços mais baratos do que em casas já usadas. No segundo trimestre, as vendas de fracções em segunda mão foram apenas 25 por cento de todas as transacções.
João Luz Manchete PolíticaSalvo-conduto | Medida aplaudida por todos os quadrantes da população Desde que foi anunciada a emissão de salvos-condutos para residentes permanentes estrangeiros entrarem na China, as reacções não se fizeram esperar. Representantes de câmaras de comércio e da comunidade portuguesa aplaudiram a medida que, afirmam, irá facilitar a vida aos residentes estrangeiros e aprofundar a integração O anúncio da emissão de salvos-condutos que possibilita a residentes permanentes estrangeiros entrarem na China sem necessidade de tirar visto foi recebida com entusiasmo por vários quadrantes da sociedade de Macau, deputados, representantes de câmaras de comércio e das comunidades estrangeiras. Em declarações ao HM, o deputado Pereira Coutinho demonstrou satisfação com a nova medida e lembrou os tempos difíceis de isolamento a que ficaram votados alguns portugueses durante a pandemia. “Fiz várias interpelações escritas e intervenções antes da ordem do dia sobre este tema e hoje vemos que o Governo da República Popular da China (RPC) atendeu às nossas petições. Estamos felizes, estamos a divulgar essa informação para todos os portugueses que residem cá em Macau. É uma primeira abertura, espero que haja mais abertura e facilitação”, afirmou. O deputado salientou ainda a importância dos salvos-condutos enquanto instrumento de apoio aos empresários estrangeiros de Macau na contribuição a zona de cooperação aprofundada de Hengqin, assim como permitir aos portugueses tomarem um conhecimento acentuado da cultura chinesa e da evolução do país. Por sua vez, Carlos Cid Álvares, presidente do Banco Nacional Ultramarino e da delegação de Macau da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa declarou à Macau News Agency que a medida permite formar uma cooperação mais positiva entre o Interior da China e Macau. O responsável categorizou a medida como “uma grande iniciativa”, assim como uma oportunidade para aumentar investimentos, viagens e trocas comerciais com o Interior da China. Já o Cônsul-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, salientou ao Canal Macau da TDM que a medida anunciada pela Administração de Imigração da China enquanto materialização da vontade das autoridades chinesas em estabelecer “uma Grande Baía, com circulação facilitada entre os diversos povos” que residem nas regiões abrangidas. Campo de possibilidades O presidente da Câmara de Comércio Britânica em Macau, Keith Buckey, referiu à Macau News Agency que os benefícios económicos serão limitados, não deixando, no entanto, de ser “boas notícias para o desenvolvimento de Hengqin e da Grande Baía”. Porém, o responsável salientou que a maioria dos residentes permanentes estrangeiros não é constituída por empresários e que a facilitação de entrada no Interior pode acentuar as dificuldades dos sectores da restauração e comércio a retalho de Macau. A Conselheira das Comunidades Portuguesas da China, Macau e Hong Kong, Rita Santos, destaca que a facilitação fronteiriça para residentes permanentes não-chineses era uma “batalha” antiga. “É uma medida de louvar, porque é algo que queríamos há muito tempo, desde a implementação da RAEM, e principalmente durante a pandemia. Muitos amigos já me telefonaram a dizer que vão, a partir do dia 10 de Julho, requer o salvo-conduto”, revelou em declarações ao HM. Além disso, indicou que a medida permite estrear laços que vão além dos negócios. “É bom para os portugueses conhecerem melhor o desenvolvimento social e económico da RPC, para saberem que a China está aberta ao mundo e que o povo chinês é um povo acolhedor e que gosta de receber os amigos portugueses.” A nível comercial, a participação em feiras, seminários e visitas a polos industriais no Interior não só estabelecem pontes para parcerias como facilitam a compreensão do modelo de negócio, indicou. Porém, Rita Santos ressalva a necessidade de aumentar a gama de produtos que podem entrar nos mercados chineses, “não se limitando apenas à venda de vinhos, carne de porco e mariscos, é preciso alargar a entrada na China a outros produtos, assim como facilitar os processos de inspecção sanitária”. “Este é o novo passo que os conselheiros gostariam de transmitir não só ao Governo de Portugal, mas também ao Governo Central”, acrescentou. Quadros qualificados agradecem A Comissão de Desenvolvimento de Quadros Qualificados indicou que o Governo de Macau irá aproveitar a nova medida de salvos-condutos para residentes permanentes estrangeiros “para atrair e formar diversos tipos de quadros qualificados locais e implementar, de forma firme, a política de ‘captação, formação e regresso de quadros qualificados’”. Num comunicado publicado ontem, a comissão afirma que a medida demonstra a intenção do Governo Central de alargar a abertura ao exterior, permitindo intensificar o intercâmbio entre as pessoas de Macau e do Interior da China, incentivar e atrair quadros qualificados do estrangeiro para Macau e aumentar a competitividade da RAEM. A entidade não explicou, porém, que os profissionais estrangeiros que se pretende captar não vão ter BIR permanente da RAEM.
João Luz Manchete SociedadeCrime | Mais de 90 detidos por suspeitas de apostas ilegais As autoridades policiais de Macau, Hong Kong e Guangdong desmantelaram um grupo suspeito de operar uma rede de apostas desportivas ilegais, que terá movimentado, desde 2016, mil milhões de patacas em apostas. Em Macau foram apanhados 50 suspeitos. Desde o início do Euro 2024, o grupo facturou 72 milhões de patacas por semana No passado sábado, as autoridades policiais de Macau, Hong Kong e Guangdong deram início em simultâneo a uma operação que terminou na detenção de 93 indivíduos nos três territórios, 50 destes em Macau, por suspeitas de pertencerem a um grupo criminoso que se dedicava a jogo ilegal e apostas desportivas desde 2016. Segundo informação veiculada pela Polícia Judiciária (PJ), ontem conferência de imprensa, a investigação começou com um caso de branqueamento de capitais, que terá levantado o véu para uma operação de grande dimensão. Segundo o jornal Ou Mun, a PJ capturou dois cabecilhas do grupo, além de nove membros essenciais para as operações do gangue. A meia centena de detidos em Macau trabalhava como taxistas, comerciantes, homens de negócios e operadores de jogo. Quatro dos suspeitos estão neste momento a cumprir penas de prisão, mas antes de serem condenados faziam parte das operações. Um dos detidos na RAEM é um agente dos Serviços de Alfândega, de 29 anos de idade, que está neste momento suspenso e sob investigação disciplinar. A PJ estima que o grupo operava desde 2016 e já teria movimentado mais de mil milhões de patacas em apostas, principalmente envolvendo competições de futebol e basquetebol. As autoridades apuraram que desde o início do Campeonato Europeu de Futebol, que decorre na Alemanha, ou seja, desde 14 de Junho, o grupo criminoso recebeu apostas num total de cerca de 72 milhões de patacas por semana. Atendimento personalizado As investigações policiais revelaram ainda que o grupo recebia as apostas online através de servidores no estrangeiro, atraía clientes com o uso de agentes e ofertas de ‘odds’ irresistíveis e até um serviço de apoio ao cliente online disponível 24 horas por dia. A operação do lado de Macau envolveu cerca de 200 agentes da PJ, com detenções em vários apartamentos em Macau, Coloane e Cotai, e a apreensão de oito milhões de patacas em dinheiro, 103 telemóveis e 26 computadores portáteis. Além das apostas online em eventos desportivos, quatro dos suspeitos geriam um café num centro comercial na Areia Preta que servia de fachada para jogo ilegal de Mahjong e Póquer. No Interior da China foram detidas 42 pessoas e apreendidos 80 milhões de renminbis em dinheiro, e 20 milhões de renminbis divididos entre 90 contas bancárias. A única detenção em Hong Kong foi de um agente que aceitou apostas entre Junho de 2023 e Março deste ano num valor superior a 8 milhões de dólares de Hong Kong. Choque e espanto Os Serviços de Alfândega (SA) abriram uma investigação disciplinar interna e suspenderam as funções ao agente envolvido no grupo criminoso. “Os SA ficaram profundamente chocados e incrédulos com o facto de um indivíduo ser suspeito de prática de um crime grave”, foi indicado em comunicado. Os SA sublinham que nunca tolerarão quaisquer violações da lei e disciplina, vão aplicar com todo o rigor de forma inflexível e sem tolerância as respectivas responsabilidades legais, e que vão colaborar com a investigação ao caso.
João Luz Manchete SociedadeJogo | Junho mês mais fraco do ano, apesar de subida anual de 16,4% Durante o mês de Junho, os casinos de Macau arrecadaram receitas brutas de quase 17,7 mil milhões de patacas, o pior registo mensal deste ano, o que representou uma quebra de 12,35 por cento face a Maio. Apesar disso, as receitas do mês passado cresceram 16,4 por cento face a Junho de 2023 Com Lusa As receitas do jogo em Macau caíram 12,35 por cento em Junho, face ao mês anterior, mas subiram 16,4 por cento em termos anuais, foi ontem anunciado pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Em Maio, as receitas do jogo em Macau alcançaram o valor mais alto desde Janeiro de 2020, quando teve início a pandemia da covid-19. Este mês marca o valor mais baixo desde o início do ano. De acordo com os dados divulgados ontem pela DICJ, Junho foi também o mês com a subida anual de receitas brutas mais tímida de 2024. Os casinos arrecadaram 17,694 mil milhões de patacas em Junho contra 20,188 mil milhões de em Maio, enquanto em Junho de 2023, os casinos registaram receitas brutas de 15,207 mil milhões de patacas. Maçãs e laranjas Em termos de receita bruta acumulada, os primeiros seis meses deste ano registaram um aumento de 41,9 por cento em relação ao ano anterior, com um total de 113,753 mil milhões de patacas contra 80,136 mil milhões de patacas entre Janeiro e Junho de 2023. Em relação à comparação com o período pré-pandémico, na primeira metade deste ano as receitas brutas da indústria do jogo perderam 35,751 mil milhões de patacas face ao mesmo período de 2019, com uma descida de 23,9 por cento. Analisando apenas a performance mensal de Junho, o registo deste ano foi 25,7 por cento inferior a Junho de 2019, quando os casinos facturaram 23,812 mil milhões de patacas, registo superior ao melhor mês deste ano, Maio, quando os casinos facturaram 20,188 mil milhões de patacas. Recorde-se que os casinos de Macau fecharam o ano passado com receitas totais de 183 mil milhões de patacas, quatro vezes mais do que em 2022, depois de em Janeiro se terem levantado todas as restrições à entrada de turistas, que vigoraram durante quase três anos, devido à covid-19.
João Luz PolíticaTrânsito | Preocupações com espaço de grandes eventos A criação de um novo local para grandes espectáculos num terreno junto ao Grand Lisboa Palace, no Cotai, deixou o deputado Si Ka Lon preocupado com as consequências para o trânsito provocado por eventos que atraiam 50 mil espectadores. Numa interpelação escrita, o deputado ligado à comunidade de Fujian salienta a importância da indústria dos espectáculos culturais na diversificação da economia. O legislador citou dados do Governo que indicam que no ano passado foram organizados, por entidades públicas e privadas, mais de 2.000 eventos culturais e performances de grande escala. Os eventos atraíram quase 20 milhões de participantes, incluindo festivais públicos organizados pelo Instituto Cultural, e que os espectáculos organizados pelas empresas concessionárias de jogo atraíram um milhão de espectadores, com as receitas a chegar a 1,1 mil milhões de patacas. “Estes números demonstram a importâncias das indústrias culturais na economia de Macau, assim como o seu enorme potencial de desenvolvimento”. Face à abertura do novo espaço no próximo ano, o deputado perguntou se o Governo analisou a capacidade do trânsito para absorver um aumento de tráfego nos dias de espectáculos Si Ka Lon recordou ainda que nas Linhas de Acção Governativa deste ano foi indicado que o Governo tinha como objectivo de lançar temporadas de espectáculos musicais “ao estilo Broadway”. O deputado pediu um balanço sobre os trabalhos realizados para atingir este objectivo.