DICJ | Paulo Chan fica um ano à frente do organismo

Paulo Chan, ex-procurador adjunto do Ministério Público, ficará um ano à frente dos destinos da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). A nomeação do novo director do organismo, que substitui Manuel Joaquim das Neves, foi ontem tornada oficial através de um despacho no Boletim Oficial. Paulo Chan, que detém uma Licenciatura em Direito na Universidade de Macau e Mestrado em Direito na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, fica, assim, até Dezembro de 2016 no cargo de director da DICJ. Paulo Chan foi Chefe do Centro de Tradução da Administração Pública dos Serviços de Administração e Função Pública, desde 1995 a 1998, tendo sido depois nomeado como Delegado do Procurador e Procurador-Adjunto desde 1 de Dezembro de 2009 até à presente data.

26 Nov 2015

Violência Doméstica | IAS e associações assinam compromisso de tolerância zero

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Instituto de Acção Social (IAS) e 12 unidades de serviços de apoio familiar e comunitário assinaram ontem um compromisso que pretende impor a tolerância zero à violência doméstica. De acordo com um comunicado do IAS, o compromisso intitula-se “Adesão de toda a cidade, tolerância zero à violência doméstica” e partiu de uma ideia do próprio organismo.
“A cerimónia representa uma declaração clara do reconhecimento do espírito de compromisso, que se traduz na elevação do alerta da comunidade prestadora de serviços na prevenção e detecção precoce de casos de violência doméstica no sentido de activar o mecanismo de tratamento de casos de crise, evitar a continuação ou agravamento do problema de violência doméstica e ajudar no desenvolvimento saudável da família”, começa por indicar o IAS.
Para a vice-presidente do instituto, Vong Yim Mui, “nos anos recentes” o organismo tem vindo a melhorar “constantemente” o trabalho de tratamento e prevenção da violência doméstica, através do estabelecimento de um mecanismo de colaboração com outros serviços públicos e instituições particulares de serviço social e após a criação de um “sistema de registo centralizado de casos de violência doméstica, da rede de serviços de apoio aos casos de família, da rede de serviços de apoio de 24 horas às famílias em risco e da linha aberta de apoio às vítimas da violência doméstica”.
Sem data para a implementação da Lei de Prevenção e Correcção da Violência Doméstica, o IAS acredita que a assinatura dese compromisso conjunto entre o IAS e as instituições consiste na concretização da meta de “Tolerância zero à violência” e “promove um modo de comunicação interactiva de consideração e amor e eliminando actos de violência doméstica”.
O programa inclui acções de formação, mais de 60, sobre a prevenção e tratamento de incidentes de violência doméstica destinadas aos serviços públicos e às associações que lidam com estes casos, “com vista a elevar a atenção dos cerca de três mil trabalhadores da linha da frente para a problemática de violência doméstica e a sua capacidade profissional de lidar com esses casos”, informa o IAS.
Da lista de comprometidos fazem parte a União Geral das Associações dos Moradores de Macau, a Federação das Associações dos Operários de Macau, a Cáritas de Macau, a Associação Geral das Mulheres de Macau, a Associação Exército de Salvação (Macau), a Secção de Serviço Social da Igreja Metodista de Macau, o Movimento Católico Apoio à Família – Macau, a Associação de Luta contra os Maus-Tratos às Crianças de Macau, a Associação Promotora do Desenvolvimento de Macau, a Há Wan Baptist Church e a Associação de Mútuo Auxílio do Bairro.

Abertas candidaturas para subsídio para protecção de crianças

O Instituto de Acção Social (IAS) abriu as candidaturas para a atribuição de subsídio para a Educação Comunitária sobre o Aumento da Auto-protecção das Crianças, cujo prazo de apresentação decorre até 29 de Janeiro de 2016. A ideia é incentivar e assistir as instituições particulares de solidariedade social de Macau a desenvolver diversas actividades de promoção sobre a auto-protecção das crianças. Estas têm de apresentar uma proposta de actividade sobre o tema. O valor máximo de subsídio a atribuir será de 40 mil patacas.

26 Nov 2015

Música | CCM apresenta James Galway em Janeiro

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Centro Cultural de Macau (CCM) vai trazer a Macau Sir James Galway, um famoso flautista reconhecido pela sua participação em bandas sonoras como as do filme “O Senhor dos Anéis”.
Num recital “dedicado aos amantes da música”, como indica a organização do espectáculo em comunicado, James Galway traz interpretações de diversas obras-primas assinadas por autores de renome como os compositores franceses Phillipe Gaubert e Cécile Chaminade ou o mestre do barroco Marin Marais, entre muitos outros. Naquela que é a sua estreia em Macau, o músico não vai tocar a só, já que chega com o pianista Phillip Moll e a flautista Lady Jeanne Galway, sua esposa.
O concerto está agendado para o dia 29 de Janeiro, às 20h00, e os bilhetes estão já à venda a preços que vão das 150 às 300 patacas. 4
“Reconhecido como um defensor apaixonado da composição e do ensino musical, a mestria de Sir Galway atravessou fronteiras, enquanto músico de orquestra e solista. O flautista virtuoso tocou nas mais prestigiadas orquestras mundiais, da Real Filarmónica e Sinfónica de Londres à Filarmónica de Berlim, com a qual actuou sob a batuta do icónico maestro Herbert von Karajan. Ao longo de um sólido percurso artístico rumo à afirmação internacional, Galway ganhou a alcunha de ‘O Homem da Flauta Dourada’”, explica o CCM.
Galway vendeu mais de 30 milhões de álbuns, incluindo um extenso alinhamento de composições clássicas, e fez colaborações como a participação na banda sonora de “O Senhor dos Anéis”, uma gravação com a banda de salsa cubana Tiempo Libre e actuações com uma série de músicos de géneros diversos, de Ray Charles a Elton John ou Andrea Bocelli.
Foi agraciado por duas vezes pela Rainha Isabel II pelos serviços prestados à música, em 1979 e 2001, o seu génio foi reconhecido por inúmeros galardões, como o Prémio Carreira que lhe foi atribuído pela Gramophone.
Além do concerto, há ainda uma actividae que será conduzida pelo crítico musical Chow Fan Fu, que vai apresentar uma tertúlia pré-espectáculo que introduzirá o público à carreira musical de James Galway.

26 Nov 2015

CCAC | Esposa de funcionário quer apurar circunstâncias da morte. Organismo promete “responder” às dúvidas

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]epois da carta entregue na Assembleia Legislativa – e publicada no HM – Pun Fung Cheng, a esposa do trabalhador do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) que se suicidou, garante que vai continuar a tentar apurar as circunstâncias da morte do marido. Já o CCAC, que optou por colocar um comunicado online em vez de responder directamente às questões colocadas pelo nosso jornal, indica que o caso foi um suicídio e que tudo foi investigado como deveria ser, mas diz também que vai responder às dúvidas de Pun Fung Cheng.
A mulher queixa-se que o relatório de investigação feita à morte do marido “conta o assunto de forma muito simples” e não menciona o que diz ter sido uma eventual punição ao marido. “Só tem informações aparentes, nem sequer menciona se ele foi castigado e o problema que aconteceu”, explicou ao HM, visivelmente emocionada. Pun já tinha referido na carta a que o HM teve acesso que suspeita que o marido “estivesse em pânico” por este ter cometido um erro e estar a ser investigado, apesar de lhe ter dito que os superiores não iriam puni-lo.
“Não percebo por que precisou de dar esse passo [do suicídio]? Eu não sei a situação real, mas o facto é que, seja o que for, algo influenciou a sua forma de estar. Mas não consigo perceber porque é que ele ficou tão afectado.”
A esposa assegura já ter enviado uma carta à comissão especializada para a fiscalização dos problemas relacionados com queixas contra a disciplina do pessoal do CCAC, bem como pediu ajuda a um deputado. Pun ainda não sabe como “vai continuar” a queixar-se e a seguir o caso, mas garante que quer apurar as verdadeiras causas da morte do marido. Até porque, diz, se ele escolheu o local de trabalho para se matar é porque se sentiu pressionado lá.

CCAC promete

Na carta e na conversa com o HM, a viúva volta a referir a “prática de gestão” dentro do CCAC, nomeadamente no que toca aos superiores. Fala em pressão e “má comunicação entre superiores e subordinados” e diz que “os superiores talvez sejam muito rigorosos”.
O HM tentou obter uma reacção do Comissariado, até porque a André Cheong foi questionado, através de uma carta, pela viúva. O HM quis saber, por exemplo, se o CCAC considera que cumpriu todas as normas de investigação no caso, se o falecido terá sido ameaçado, como acusa a esposa, e se cometeu algum erro. Quisemos também obter um comentário sobre o facto dos funcionários do CCAC se queixarem, alegadamente, de problemas de gestão, como menciona a esposa na carta. Mas o comunicado enviado a todos os média pouco diz, focando-se mais na forma da morte, ainda que não haja dúvidas de que se tratou de um suicídio. O CCAC adianta, contudo, que vai responder às dúvidas da mulher.
“O CCAC recebeu, na semana passada, a carta encaminhada pelo Gabinete do Chefe do Executivo e irá responder formalmente a todas as questões nela suscitadas sobre o relatório de averiguação interna”, explica o organismo, referindo de resto que “o caso foi reconhecido como sendo um suicídio” e que foi criado “um grupo específico para proceder a uma averiguação interna sobre o incidente”.

25 Nov 2015

Câmara de Comércio Europeia | UE pode ajudar na diversificação económica de Macau

A Câmara de Comércio Europeia de Macau entra agora numa nova fase, depois de Pedro Cardoso ter subido à presidência. Mais e melhor trocas e serviços entre a RAEM e a UE continuam a ser focos principais, mas o novo responsável fala ainda na prestação de serviços e melhores ligações a um mundo globalizado

[dropcap style=’circle’]P[/dropcap]edro Cardoso foi, o mês passado, eleito presidente da Câmara de Comércio Europeia de Macau e o novo responsável já tem planos na manga para aumentar as negociações entre a RAEM e a UE. Depois de um ano que foi de “consolidação” – como frisou no discurso que teve lugar no evento de comemoração do segundo aniversário da Câmara, na segunda-feira à noite – Pedro Cardoso fala em “dois grandes pilares” de desenvolvimento para 2016.
“O primeiro tem a ver com a melhoria das conexões face às principais instituições de Macau, tanto do ponto de vista institucional, como económico. Por outro lado, [queremos] também uma melhoria muito acentuada das ligações a outras partes do mundo, em particular à Europa e à China continental e à zona do Delta do Rio das Pérolas, porque hoje em dia Macau é um ponto no meio de uma rede de contactos e se estamos fora dessa ligação obviamente não temos qualquer sucesso”, disse o também director-executivo do Banco Nacional Ultramarino ao HM.
O segundo pilar, como referiu, foca-se na prestação de serviços aos membros da Câmara de Comércio Europeia, algo considerado importante pelo novo responsável da organização.
“Se não nos focarmos na prestação de serviços, não vamos ter sucesso. Portanto, a nossa lógica é obviamente, pouco a pouco, ir melhorando os serviços que prestamos e aumentar também esses serviços.”

Incentivos e diversificação

Estabelecida há dois anos, a Câmara de Comércio Europeia viu a sua liderança substituída o mês passado, quando Pedro Cardoso subiu à presidência, substituindo Franklin Willemyns, que se reformou, e Kevin Thompson, professor da Universidade de Macau, foi escolhido para a vice-presidência.
Durante o evento que marcou o segundo aniversário do grupo, e que teve lugar no Sofitel, foi ainda anunciado o lançamento de “Prémios de Euroexcelência” da Câmara de Comércio que, segundo Pedro Cardoso, permitem estimular as trocas comerciais. A CESL-Ásia, a cargo de António Trindade, e a Macau Legend, de David Chow, foram duas das empresas distinguidas.
Além de um acordo com a Câmara de Comércio Europeia de Hong Kong, o aumento das trocas comerciais com a Europa é visto por Pedro Cardoso como uma mais valia para a própria diversificação económica tão almejada em Macau.
“A Europa traz um projecto de valências do ponto de vista da experiência e de qualidade dos produtos que é fundamental hoje em dia em qualquer geografia. Obviamente, Macau tem muito a ganhar porque, apesar da distancia física que nos separa, a Europa é o segundo parceiro económico de Macau”, frisou o responsável ao HM.

Mais e melhor

As trocas comerciais foram exactamente um dos pontos por que pegou Vítor Sereno, presidente honorário da Câmara e Cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong, que fez questão de referir que, apesar das quebras nas receitas do Jogo, Macau continua a ser “uma das melhores economias do mundo” e, a Europa, ideal para ajudar na diversificação económica. “Há muito espaço para criar parcerias que podem resultar em novas indústrias, novos produtos e novos serviços”, frisou, indicando que a UE continua a ser o segundo maior exportador de produtos para a RAEM, depois da China, totalizando 24% de todas as exportações.
Foi também assunto referido no discurso de Vicent Piket, director do Gabinete da UE em Hong Kong e Macau. “Não podemos ficar parados, porque é um facto que a economia de Macau tem vindo a desacelerar. Temos, por isso, de fazer mais nas trocas comerciais e não só. Temos de construir uma forte parceria económica a longo prazo, até porque estamos prontos para ajudar Macau a diversificar a sua economia”, disse, sem deixar de sublinhar ao HM que essa diversificação é “um trabalho duro devido à predominância do Jogo”, mas que é possível “construir à volta” desse enfoque.

Ambrose So satisfeito com escolha de Cardoso

Ambrose So, presidente honorário da Câmara de Comércio Europeia de Macau, mostrou-se satisfeito com a escolha de Pedro Cardoso para a presidência do grupo. “Acho que é um bom líder para a Câmara, está cá há muito tempo, compreende Macau e compreende a Europa, por isso acho que estamos bem servidos”, frisou. O também director-executivo da Socidedade de Jogos de Macau (SJM) aponta ainda que a evolução de Macau como centro de lazer e turismo pode dar origem a mais trocas comerciais e acordos entre a RAEM e a Europa.

Ajuda legal para Macau

Vincent Piket anunciou ainda o início da terceira fase de um programa de cooperação na área jurídico-legal, que pretende ajudar Macau no aconselhamento legal de “áreas de interesse para o Governo”. A formação de intérpretes-tradutores continua a ser outra das apostas da UE para Macau.

25 Nov 2015

TIS | Alunos levam portátil para a escola

Estudar com o portátil é a ideia lançada pela Escola Internacional de Macau (TIS) com o seu programa “Think Digital”, a decorrer desde Setembro, para os alunos do sétimo ao décimo ano. A ideia é que os alunos possam mostrar o que sabem através de uma forma não convencional. Num comunicado à imprensa, Amy Clack, docente do sétimo ano, defende que ter os “portáteis na sala de aula permite-lhe aumentar o número de formas de ensinar os alunos”, de forma diferenciada e inclusiva. Também um aluno do 10º ano indica que esta possibilidade vem facilitar o uso de menos papel e muito menos peso para transportar, abolindo as mochilas carregadas de livros. A TIS aponta ainda a possibilidade de livros em formato PDF, ou disponíveis online como vantagens do programa. Fora o material informático disponibilizado pela escola, contanto com mais de 150 portáteis e mais de 36 iPads, 152 alunos levam o seu próprio portátil.

25 Nov 2015

LMA | Concerto da banda MoE a 4 de Dezembro

Há boas notícias para os apaixonados pelo estilo musical grunge. A Live Music Association (LMA) abre portas à banda MoE, na sexta-feira, 4 de Dezembro. Nascido em 2008, o trio musical vai no seu terceiro trabalho editado. Em visita à Ásia, MoE já marcou presença em Hong Kong e Singapura e Macau não podia deixar de ser paragem. Barulhentos e violentos, tal como os próprios se definem, o trio traz ao seu ouvinte a insanidade saudável do puro rock. Quem quiser assistir à estreia da banda norueguesa em Macau poderá comprar os bilhetes na Livraria Portuguesa ou na Pin-To Música. Os bilhetes custam cem patacas, aumentando 20 patacas se a compra for no próprio dia.

25 Nov 2015

MAM | Documentários sobre a arte da performance chinesa no antigo tribunal

[dropcap style=’circle’]“[/dropcap]Olhares Interiores” é o nome de duas exposições que hoje abrem ao público no Antigo Tribunal e que apresentam documentários sobre a performance da arte chinesa e pinturas de artistas.
Com abertura marcada para as 18h30, e com entrada livre, as mostras trazem a Macau criações de artistas que utilizam o corpo humano para desfamiliarizar e mostrar actividades quotidianas sob novos ângulos, levando assim os espectadores a redescobrir novos tópicos sobre si mesmos e o meio que os rodeia. Organizadas pelo IACM, Museu de Arte de Macau e Instituto Cultural, as exposições compreendem 76 peças de 53 artistas de Macau, Hong Kong, China e Taiwan.
“A fim de recolher, guardar e investigar documentários respeitantes à arte de performance chinesa e promover a sua prática, através da apresentação e divulgação das suas obras, o MAM organizou já três edições de ‘Olhares Interiores: Documentários da Arte de Performance Chinesa’, em 2005, 2008 e 2012, com o apoio de várias instituições da Ásia. Graças a estas três exposições, hoje o MAM conta com mais de 900 trabalhos desta especialidade na sua colecção de Documentários de Arte Performance Chinesa, que ajudarão certamente a facilitar mais estudos e bem assim a sua categorização sistemática”, explica a organização.
“A arte da performance é uma variante importante da arte conceptual, servindo-se de vários meios como a pintura performativa, a fotografia e a instalação. O teatro e a música também são utilizados para criar uma imagética de ilusões e realidades que interagem entre si. O público é assim convidado a visitar um novo universo visual, confrontando-se as experiências e as ideias dos artistas, desenvolvendo talvez algumas ideias altamente pessoais, porventura divergentes dos conceitos aqui apresentados pelos artistas.”
“Quatro Artistas em Performance” é inaugurada ao mesmo tempo e apresentará trabalhos de Zhou Bin e Dong Jinling, da China, Liao Qiyu de Taiwan e Chan Ka Keong de Macau.
As exposições estão em exibição até 14 de Fevereiro de 2016 e têm entrada livre.

25 Nov 2015

Reforma política | Académicos e activista lamentam adiamento de promessa

Académicos e activistas locais não crêem que a reforma política ficou em stand-by devido à crise económica. Há mais, defendem, por trás do incumprimento de uma promessa

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m especialista em Ciência Política, uma ex-candidata à Assembleia Legislativa e um activista. Os três não têm dúvidas: “a reforma política tem que ser obviamente feita”. Na apresentação das Linhas de Acção Governativa para 2016, a Secretária para a Administração e Justiça anunciou que a reforma política, prometida durante os primeiros meses de liderança, não é para breve.
Respondendo ao deputado Au Kam San, a Secretária argumentava que o estabelecimento de um regime democrático não traria “um desenvolvimento estável” à região. Para além disso, Sónia Chan esclareceu que os trabalhos de incentivo ao sufrágio universal e mudanças na Assembleia Legislativa não eram favoráveis neste momento devido à situação económica da RAEM. As mudanças no sistema político ficam-se então por mudanças feitas em 2012, “as básicas”. Também à deputada Angela Leong, Sónia Chan disse que não haveria lugar para o aumento de deputados indirectos.

Hong Kong, meu desamor

No entanto, a académica da Universidade de Macau e ex-candidata a deputada, Agnes Lam, considera que a nega de Sónia Chan em dar início à reforma política em nada tem a ver com a crise económica. Tem, diz, a ver “com a situação de Hong Kong”.
Agnes Lam acredita que a Revolução dos Guarda-Chuvas, que marcou o Verão de 2014 na RAEHK, foi a causa para o anúncio desta decisão. “De certa forma, a abertura do Governo [local] diminuiu devido à forma como as coisas se processaram em Hong Kong e penso que a sua intenção neste momento é de deixar a poeira assentar antes de iniciar qualquer reforma do género”, disse ao HM.
Também o activista e vice-presidente da Associação Novo Macau Jason Chao considera que a reforma política é “de óbvia necessidade”, mas realça uma questão: “Sónia Chan não quis avançar com as medidas de implementação do sufrágio universal mas está já a pôr em moção outros trabalhos que têm influência na participação da população”, ilustra.
Jason Chao referia-se à criação de municípios como existia antigamente. “Há rumores que ouvi através de membros da ANM de que estas ‘câmaras’ vão ser constituídas por pessoas eleitas pela população, ainda que de forma indirecta”, confessou.
O activista acredita que se trata de um primeiro passo em direcção ao estabelecimento de um sistema eleitoral democrático, onde a população realmente exerce o seu poder de voto. Chao deixou ainda escapar outros pormenores: “Segundo me disseram, os membros dos municípios devem ser escolhidos por pessoas seleccionadas para representar a população, tratando-se assim de uma eleição indirecta”. No entanto, tal como avançou, “é uma votação na mesma” e uma forma dos residentes começarem a lidar de perto com este tipo de sistema, pouco praticado no território.

A ver com as calças

Acerca da justificação de Sónia Chan para o não cumprimento da promessa referida, Jason Chao questiona o que terá a crise económica a ver com a impossibilidade de se efectuar a reforma política. Sobre isto, comenta que a Secretária “não é uma pessoa com muito sentido crítico”, nomeadamente sobre política.
É, para Chao, “inquestionável” que a decisão da líder esteja relacionada com os acontecimentos em Hong Kong, mas o activista vai mais longe: “Toda a reforma política vai sempre depender da China e não de Macau”.
O HM também contactou o ex-professor de Ciência Política, Bill Chou, que se mostrou conducente com a sua vontade de ver, em Macau, estabelecido um sistema de eleições democrático. Quanto às causas para uma pausa de Sónia Chan nesta matéria, o especialista considera que se trata de uma opção de cortar onde mais interessa. “Antigamente havia uma imensidão de recursos [financeiros] e agora o Governo acredita que precisa de cortar em algum lado”, acrescentou. “É preciso sim, que o sufrágio universal seja estabelecido, até porque potencia uma maior representatividade da população.”

25 Nov 2015

Eleições Conselhos Distritais | Grupos pró-Pequim mantêm larga maioria. Geração Occupy consegue oito assentos

Pouco mudou no panorama político de Hong Kong. As forças pró-Pequim conseguiram 70% dos lugares. Os representantes do Occupy Central ficaram-se por oito lugares

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oram as primeiras eleições distritais pós-Umbrella Movement/Occupy no território vizinho e os resultados quase que não surpreendiam: os candidatos pró-Pequim, tradicionalmente os grandes vitoriosos das eleições da RAEHK, mantêm-se a maior força nos Conselhos Distritais com mais de metade do total dos lugares conseguidos. Mas uma reviravolta apelidada de “surpreendente” pela imprensa vizinha mostra pequenas mudanças – os “Umbrella Soldiers” conseguiram oito lugares e dois democratas veteranos saíram do posto que ocupavam há dezenas de anos.

Teste ao Occupy

As eleições para os Conselhos Distritais têm origem na governação britânica e têm como missão melhorar a vida dos residentes, incluindo transportes, infra-estruturas e ambiente. São eles o elo entre os moradores e o governo da RAEHK, funcionando sob a supervisão dos Assuntos Internos de Hong Kong.
No domingo, a população saiu à rua para votar numas eleições que, tradicionalmente, têm influência nas eleições para o LegCo. Estas, em especial, eram vistas como um teste à opinião pública, depois de ter acontecido o movimento pró-democracia em Hong Kong e de ter sido chumbada a reforma política.
Os resultados mostram uma variação inferior a 5% relativamente ao escrutínio de 2011, no qual os partidos da ala pró-Pequim conquistaram três quartos dos assentos em disputa. Desta vez, conseguiram quase 70% dos 431 lugares nos 18 distritos em jogo nas eleições – a Aliança Democrática para a Melhoria e Progresso de Hong Kong (DAB, na sigla inglesa), o maior partido político da antiga colónia britânica, manteve o seu estatuto da força com maior peso, ao garantir 119 assentos após as eleições de domingo. albert ho
Os grupos do campo pan-democrático – como se autoproclamam as forças opositores ao regime comunista chinês – obtiveram cerca de 30% dos assentos restantes, contra os 25% que ostentavam há quatro anos. O Partido Democrata continua como a maior representação entre as forças liberais, com 43 lugares frente aos 47 conquistados nas eleições de 2011.
Dos cinco assentos perdidos, três foram parar às forças emergentes derivadas dos protestos democráticos, compostas maioritariamente por jovens que defendem posturas mais radicais a favor de uma maior independência política de Hong Kong relativamente a Pequim.
Estas novas forças, que se apresentaram na corrida com um total de 50 candidatos, granjearam oito assentos, segundo dados preliminares.
Candidatos da Liga Social Democrata e do Poder do Povo, dois dos grupos liberais estabelecidos mais radicais, reduziram a sua presença em nove lugares.

Recorde de participação

As eleições de domingo registaram um recorde em termos de participação, com perto de um milhão e meio de votos, mais de 47%, contra 44% nas eleições municipais de 2003 que, tal como este ano, foram precedidas de meses de protestos nas ruas a favor de uma maior autonomia para a RAEHK.
Além disso, a lista de candidatos aos distritos superou o recorde de participação, já que no total 867 candidatos disputaram 363 dos 431 assentos em jogo, dado que os 68 restantes foram automaticamente eleitos, por terem sido os únicos a apresentar-se no seu círculo, acabando por não se sujeitar a qualquer votação.
Pela primeira vez na história destas eleições deixou de haver conselheiros distritais nomeados e todos os candidatos passam a ser eleitos pelo voto de eleitores recenseados com mais de 18 anos.
À luz dos resultados eleitorais divulgados esta madrugada, os candidatos dos grupos democratas já estabelecidos em Hong Kong foram os que mais foram penalizados, em favor das novas forças políticas liberais mais radicais surgidas da “Revolução dos Guarda-Chuvas”.
O advogado Albert Ho foi um dos históricos democratas que perdeu o seu posto como conselheiro distrital, ao fim de 16 anos.

Os resultado

Pró-Pequim
DAB: 170 candidatos, 118 lugares conseguidos
New People’s Party: 42 candidatos, 26 lugares conseguidos
Federation of Trade Unions: 49 candidatos, 28 lugares conseguidos
Liberal Party: 20 candidatas, 9 lugares conseguidos
The Business and Professionals Alliance for Hong Kong: 14 candidatos, 9 lugares conseguidos

Pan-democratas
Democratic Party: 95 candidatos, 43 lugares conseguidos
Civic Party: 25 candidatos, 10 lugares conseguidos
Association for Democracy and People’s Livelihood: 26 candidatos, 18 lugares conseguidos
Neo Democrats: 16 candidates, 15 lugares conseguidos
Labour Party: 12 candidatos, 3 lugares conseguidos
People Power: 10 candidatos, 1 lugar conseguido
The Neighbourhood and Worker’s Service Centre: 6 candidatos, 5 lugares conseguidos
League of Social Democrats: 5 candidatos, sem lugares conseguidos

Quem saiu?
Albert Ho, pan-democrata, perde o lugar passados 16 anos
Frederick Fung, pan-democrata, perde o lugar do distrito de Sham Shui Po, que representava
Chung Shu-kun, do Democratic Alliance for the Betterment of Hong Kong e pró-Pequim, perde o lugar após 21 anos

47%
de três milhões de eleitores registados votaram. Um recorde

50
foi o número de candidatos que participaram no Umbrella Movement. Oito deles conseguiram lugares e são conhecidos agora como “Umbrella Soldiers”

2429
queixas foram recebidas pelas autoridades responsáveis pelas eleições de domingo, sobretudo referentes ao transporte de idosos para incentivar ao voto

24 Nov 2015

Arquelogia | Governo continua escavações em Coloane

Neolítico, Idade do Bronze, dinastia Qing. Vestígios e respectivas escavações arqueológicas que o Governo vai continuar na Rua do Estaleiro, em Coloane, depois de ter sido aconselhado nesse sentido pelos “especialistas” da área. De acordo com um comunicado, é preciso estudar os materiais encontrados e o próprio local de forma mais aprofundada. “Os especialistas consideraram que segundo os estudos prévios sobre a distribuição dos achados arqueológicos, se deve escolher uma área apropriada para se proceder a uma escavação mais detalhada, de forma a esclarecer a cronologia das camadas culturais”, pode ler-se num comunicado do Instituto Cultural (IC).
Na Rua do Estaleiro foram encontrados, em 2014, vestígios e monumentos de quatro períodos diferentes: o final do Neolítico, final da idade do Bronze e da segunda metade da Dinastia Qing. Foi nesse ano que o IC lançou o projecto arqueológico do local, tendo convidado especialistas em Arqueologia, Geologia e Ambiente de Hong Kong e do interior da China. Esta terceira fase das escavações vai acontecer “na parte noroeste do parque de estacionamento da zona e na área do campo de basquetebol”. Está prevista a sua conclusão no primeiro trimestre de 2016 e tem início marcado para hoje. O parque e o campo vão ser encerrados ao público.

24 Nov 2015

Metro | Dá cá mais 50 milhões

A assistência técnica para a primeira fase de “Programas de Emergência do Parque de Materiais e Oficinas do Metro Ligeiro” vai custar aos cofres do Governo um total de 54 milhões de patacas. Os serviços ficam a cargo da MTR Corporation Limited, que recebe o valor atribuído em duas fases, uma primeira este ano de quase dez milhões de patacas e a segunda em 2016 de 44,2 milhões. A autorização à celebração do contrato foi publicada ontem em Boletim Oficial, onde fica ainda a saber-se que a fiscalização da empreitada de construção da 1.ª Fase do Centro Modal de Transportes da Estrada Governador Albano de Oliveira da Taipa, a cargo da PAL Ásia Consultores, vai custar cerca de quatro milhões de patacas.

24 Nov 2015

Costa Antunes despede-se satisfeito e pede “boas ideias” para o futuro

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]oi “um grande sucesso” e as bases para o futuro estão lançadas. Foi assim que João Costa Antunes se despediu da coordenação do Grande Prémio de Macau, que deixa após mais de uma década. No primeiro ano em que Macau recebe a Taça do Mundo de GT, o engenheiro assegurou que há muito potencial para se continuar com um programa de excelência.
“Acho que foi um grande sucesso. Iniciámos este ano um novo programa, que teve realmente um nível desportivo bastante elevado. Todas as entidades envolvidas, em particular a FIA que esteve todo o tempo presente na preparação e na implementação, vieram ter connosco no final para dizer que foi realmente um bom começo”, disse, enquanto assinalava que, agora, é só andar para a frente.
“Estão criadas condições para que seja analisado o trabalho feito até aqui, a grande parte das pessoas que fizeram parte deste sucesso vão continuar nele e portanto diria que é preciso boas ideias, ser criativo e continuar com as coisas boas.”
Após 42 anos de trabalho na Administração, Costa Antunes admite que a sua função no Grande Prémio deixa algumas marcas.
“O Grande Prémio vai deixar saudades na medida em que é um projecto de grande dimensão a que dedicamos muito empenho e paixão. Mas na minha vida profissional, eu diria que há sempre um momento em que e difícil começar e depois é com alegria que vemos os nossos esforços e o trabalho de conjunto de uma equipa a dar frutos. É sempre uma transição.”
O ex-coordenador da Comissão que organiza o maior evento desportivo do território foi açambarcado pelos funcionários e membros da equipa antes de falar com os jornalistas, para estes coleccionaram fotografias com o homem que, disseram ao HM, “deu muito a Macau”. O engenheiro foi aplaudido com entusiasmo nos corredores do edifício do GP, logo após a última corrida do dia – de F3 – que o responsável faz questão de realçar, pela importância que traz à RAEM.
“A corrida de F3 é sempre muito especial e vai assegurar com certeza os futuros campeões do mundo de F1. Convém lembrar que, este ano, entre os 20 corredores no campeonato [de F1], 13 estiveram em Macau. É muito provável que, dentro dos 28 deste ano, alguns se singrem no futuro campeões do mundo.”

Acidentes | Quatro pilotos hospitalizados mas estáveis

hospital_GCSO coordenador da Comissão organizadora do Grande Prémio, João Costa Antunes, disse ontem que quatro pilotos tiveram de ser hospitalizados devido a acidentes, mas o estado clínico é considerado estável. Francisco Mora, o português de 19 anos que corria na Corrida da Guia, ficou ferido, depois de um piloto de Hong Kong, que partiu duas costelas, e de dois pilotos das motas, que tiveram aparatosos acidentes. O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, visitou no Hospital Conde de São Januário os pilotos e disse à equipa médica “para não poupar esforços” na ajuda prestada. Tam quis ainda conhecer o ponto de situação do tratamento, tendo dado indicações aos dirigentes do Hospital para “estudar cuidadosamente as formas de tratamento” , já que eles poderão ter de ficar hospitalizados depois do final do Grande Prémio.

23 Nov 2015

Taça do Mundo GT – FIA | Maro Engel faz a festa. Mortara, penalizado, perde segundo lugar

[dropcap style=’circle’]M[/dropcap]aro Engel sagrou-se o primeiro vencedor da Taça do Mundo FIA de GT, vencendo pela segunda vez consecutiva a Taça GT Macau ao volante de um Mercedes-Benz AMG SLS GT3. Numa corrida renhida logo desde início e marcada por acidentes e momentos menos felizes para alguns pilotos – como o caso de André Couto e Renger Van der Zande (Holanda) – o piloto alemão partiu da pole-position, após ter vencido a Corrida de Qualificação de sábado, fruto de uma penalização de dez segundos dada ao vencedor da prova, Stephan Muecke.
Engel largou que nem um foguete, enquanto o seu companheiro de equipa, van der Zande ultrapassava tanto Edoardo Mortara, como Muecke. Mais atrás, Kevin Estre travou tarde de mais para o Lisboa e o seu Mclaren entrou pela traseira do Aston Martin de Richard Lyons, resultando no abandono de ambos.
Assim, na frente, Engel assumiu a dianteira da corrida e por lá manteve-se a seu bel-prazer, enquanto o seu companheiro de equipa fazia de tampão para o grupo perseguidor constituído por Muecke, Mortara e Réne Rast. Maro Engel
A corrida, que vinha a ser uma procissão aborrecida, voltou a ter interesse quando à 12ª volta o Aston Martin de Muecke tocou em Zande, danificando a carroçaria do Mercedes do holandês, que acabou por cair de segundo para sexto.
Quem beneficiou foi Mortara: o “Senhor Macau” consegue, então, ultrapassar também o Aston Martin, ascendendo à segunda posição da geral. Mas, duas horas depois do fim da corrida, Mortara foi penalizado em 20 segundos por o que foi visto como uma falsa partida – desce para sexto e promove Rast a segundo e Muecke a terceiro.

Acidentes e azares

Duas voltas depois o safety-car é chamado à pista para remover um Porsche 911 GT3 R acidentado no Paiol. Quando tudo parecia preparado para um final emocionante desta corrida de 18 voltas, a duas voltas do fim, e com o pelotão a seguir em marcha lenta atrás do carro de segurança, John Shen bateu sozinho nos pneus, o que gerou um toque em cadeia, onde também estiveram envolvidos André Couto, Philip Ma e Jacky Yeung, sendo que o Bentley deste último danificou a suspensão traseira de Couto.
O piloto de Macau, que corria nos top 10, viu o seu carro bater contra as paredes do circuito da Guia, na sexta-feira. A equipa ainda conseguiu reparar o McLaren para, no sábado, o carro apresentar novos problemas. Couto voltou, por isso, à pista no domingo em último lugar, mas conseguia manter-se na 11º posição quando Yeung lhe bateu na traseira. Com a pista bloqueada, a direcção de corrida optou por terminar prematuramente a contenda sob bandeiras vermelhas, com Engel a celebrar mais uma vitória, seguido de Mortara e Rast.
“Estou muito satisfeito por ser o primeiro vencedor desta corrida mas também estou orgulhoso da minha equipa. Vencer aqui hoje é fantástico, eu adoro este lugar e esta pista”, disse o alemão da Mercedes-Benz AMG. “É inacreditável. Estou tão, tão feliz. E tão, tão orgulhoso por ser o primeiro vencer”, frisou.

O melhor tempo – 2m19s736ms (Stephan Mucke)
23 Nov 2015

André Couto e Álvaro Parente “frustrados”, mas com boas recuperações

Álvaro Parente (Foto de Kelsey Wilhelm)
Álvaro Parente (Foto de Kelsey Wilhelm)
[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]em Álvaro Parente, nem André Couto tiveram hipóteses de dar mais nas vistas durante o fim-de-semana. Os McLaren 650S GT3 acusaram o “Balanço de Performance” muito desfavorável e, apesar da sua aerodinâmica aprumada, nunca foram capazes de rivalizar com os outros carros presentes em termos de velocidade de ponta. Mas os dois portugueses conseguiram boas recuperações, dentro das dificuldades técnicas.

Parente de volta

Parente, que se estreava na Taça do Mundo de GT, ainda mostrou ser o mais rápido no segundo sector do circuito, aquele que engloba a zona mais sinuosa do Circuito da Guia. O portuense – que começou em 9º na grelha de partida e que ainda conseguiu subir até ao sexto lugar – perdeu o sexto posto para Darryl O’Young no início da segunda metade da prova, caindo para sétimo. Mas, Parente estava resignado com o seu resultado. Até porque quando o assunto é técnico, não há muito a fazer.

“Não temos velocidade de ponta suficiente. O balanço do fim-de-semana em geral é muita frustração. Em todas as rectas não estamos a lutar de igual para igual. Na zona das curvas e contra-curvas tivemos muito fortes, tivemos bem. Mas, pronto, chegámos à recta e deixamos lá tudo. Não temos hipótese.”

O balanço “geral” pode ser de frustração, mas o piloto do Porto também se mostrou contente “por ter terminado a corrida” e “ter feito o melhor” que conseguiu.

“Terminámos no sexto lugar, não foi horrível. Dentro do que temos em termos de carro, diria que foi bom. Gostei muito de vir aqui, esta pista é um desafio. Estou satisfeito com a corrida”, disse, frisando que a pista de Macau é difícil, mas voltar 11 anos depois é “uma mistura de sentimentos”.

Uma coisa é certa, Parente assegura poder voltar: tudo depende da McLaren. “Se eles me chamarem outra vez, eu venho com todo o gosto e muito contente.”

Couto em “casa”

André Couto (Foto de Kelsey Wilhelm)
André Couto (Foto de Kelsey Wilhelm)
Depois do violento acidente de sexta-feira, Couto foi obrigado a abandonar devido a um problema do acelerador na Corrida de Qualificação de sábado. Largando do fim da linha da grelha de partida para o “prato principal” do fim-de-semana, o único piloto de Macau nesta corrida fez o que lhe competia: recuperar o máximo de posições possíveis.

Sem nunca ter encontrado um bom compromisso com o McLaren, Couto subiu nove lugares e foi o 11º classificado no final, num fim-de-semana que foi “difícil”.

“Consegui chegar ao fim em 11º, não é o melhor. [Os problemas com o carro] fizeram com que tivesse só de procurar um resultado, ainda que nada de especial. Positivo sim, para quem saiu em 20º e ficou em 11º. Em termos de performance não. O carro até estava em boas condições, mas Macau é assim, sempre difícil. Para o ano há mais e o piloto não desiste. “Acho que volto. Macau é a nossa casa.”

23 Nov 2015

Corrida da Guia reduzida a sete pilotos entre 30. Ávila incólume

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Corrida da Guia teve 30 participantes este fim-de-semana, mas só sete, incluindo o piloto de Macau Rodolfo Ávila, viram a bandeira de xadrez na segunda corrida. Dois carros foram eliminados por problemas técnicos logo nos treinos, três concorrentes não foram autorizados a participar, por não obterem o mínimo tempo para se qualificarem, e quinze carros estiveram envolvidos em acidentes nas duas corridas de dez voltas de ontem, ambas pontuáveis para os campeonatos TCR International e Asia Series.
O inglês Rob Huff foi o mais rápido ao longo do fim-de-semana, cumprindo o objectivo de ganhar pela oitava vez no Circuito da Guia. Saindo do primeiro lugar para a primeira corrida, após ter obtido a pole-position nos treinos de qualificação de sábado, Huff apenas viu a sua liderança ameaçada nos primeiros metros da primeira corrida por Stefano Comini e Pepe Oriola que ensanduicharam o inglês.
O suíço e o espanhol que estavam na luta pelo título do TCR internacional acabaram superados por Jordi Gene que foi o segundo classificado no final, à frente do suíço de origens italianas. O quarto lugar deixou Pepe Oriola sob pressão para a segunda corrida.

Stefano Comini
Stefano Comini

Ávila foi o 12º classificado, ele que perdeu algumas posições ao travar bruscamente para evitar o carro desamparado do compatriota Francisco Mora à saída da Curva do Mandarim após a largada.
A partida para a segunda corrida do fim-de-semana, que segundo o regulamento da prova é aquela que conta como a “Corrida da Guia”, será um sucesso nas redes sociais nos próximos tempos. Os experientes Huff e Gené foram os responsáveis pelo aparatoso acidente da segunda corrida que deixou de fora mais de metade do pelotão. Para além de ambos terem desistido, Gené ainda partiu duas costelas e foi multado em mil dólares americanos por alegadamente ter causado o acidente.
Apesar de só nove carros terem voltado à pista, os espectadores tiveram muito com que vibrar. Comini e Pepe Oriola discutiram taco-a-taco a luta pela vitória, tendo ambos os carros se tocado por diversas vezes. E a três voltas do término, Comini, sob pressão do Oriola, travou cedo e o espanhol não hesitou em empurrar o suíço. No entanto, os vários toques que o espanhol deu no seu adversário danificaram o radiador do SEAT vermelho que viria a abandonar, abrindo as portas para o título de Comini.
Ávila (Foto de Kelsey Wilhelm)
Ávila (Foto de Kelsey Wilhelm)

A desaceleração de Pepe Oriola, quando viu o seu motor a fumegar, surpreendeu também o seu irmão, Jordi Oriola, que seguia de muito de perto a luta quente entre líderes no terceiro posto. Jordi não evitou um choque na traseira do carro de Pepe e também desistiu.
Apesar de duas corridas anónimas, Andrea Belicchi e Mikhail Grachev completaram o pódio.
Quem passou quase incólume ao massacre desta corrida foi Ávila, cujo SEAT apenas ficou com o pára-choques dianteiro danificado, o que não afectou a performance do carro espanhol. O piloto luso da RAEM optou por uma estratégia cautelosa que se revelou acertada e que lhe valeu dois triunfos na TCR Asia Series, ajudando a equipa local Asia Racing Team a vencer o título de equipas. Ávila foi o 5º à geral na sua estreia na Corrida da Guia.

O que disse… Ávila

“Não é por ficar nos primeiros, não acabou quase ninguém. Mas também diverti-me na [corrida] de qualificação e depois levei tudo mais devagarinho. O objectivo era acabar e foi o que fizemos. Aquilo foi complicado, já se estava à espera [dos acidentes], até levantei o pé do acelerador para não ficar lá, mas tive sorte também. Isto é Macau, sabemos que é assim, mas para nós que corremos uma vez por ano aqui, não nos interessa estar no meio deles. O que interessa para nós é acabar. Temos de trabalhar, para pelo menos assegurar-mos alguma ajuda para o ano. Logo vemos se voltamos a Macau ou não, não sei se vale a pena voltar. Não gosto de correr assim.”

Mora e Ho azarados

O jovem português Francisco Mora foi uma boa surpresa este fim-de-semana, rodando sempre próximo dos dez primeiros. Contudo, a participação do piloto luso no domingo foi bastante curta, visto que foi o SEAT Léon da Target Competition com a bandeira de Portugal que causou o primeiro grande acidente da corrida. Mora entrou demasiado depressa na Curva do Mandarim, batendo forte nos muros de protecção, acabando a sua viatura imobilizada do outro lado da pista, para segundos mais tarde ser colhida pelo Honda de Kenneth Lau. Henry Ho, o outro piloto de Macau em prova, teve problemas de motor no seu Honda cor-de-rosa na primeira corrida, sendo depois uma das vítimas da carambola inicial da segunda corrida ao ser atingido por Samson Chan.

23 Nov 2015

49º Grande Prémio de Motos | Estreias para Hickman, que destrona Rutter

McGuiness quer fazer mais duas voltas na Guia (Foto de Kelsey Wilhelm)
McGuiness quer fazer mais duas voltas na Guia (Foto de Kelsey Wilhelm)
[dropcap styçe=’circle’]O[/dropcap]49º Grande Prémio de Motos voltou a ser uma caixinha de surpresas. Quando todos os prognósticos apontavam para o triunfo de um ex-vencedor na prova deste ano, o britânico Peter Hickman, na sua segunda vez em Macau, superou a concorrência, naquela que foi a primeira vitória de sempre de uma moto da BMW nas ruas do território.
O piloto de 28 anos, que para o ano vai conduzir uma Kawasaki, levou a melhor sobre os mais experientes Martin Jessop e Michael Rutter, obtendo a primeira vitória da sua carreira em provas de estrada.

Jessop partiu da pole-position mas à quarta volta viu-se passado pelo seu rival na Curva do Lisboa. Assim na frente, Hickman impôs um ritmo forte, cimentando uma vantagem confortável até ao final da prova. No final da prova Hickman disse estar a sentir algo “absolutamente fantástico”.

“Esta é a minha segunda vez em Macau. Eu não corria em estrada há muito tempo. Todos nós sabíamos desde os treinos e qualificações que o Jessopp era muito forte, e o andamento que ele tinha comparado com todos os outros parecia demais, para ser honesto. Estava com pneus Dunlop e o Jessop e o Rutter com diferentes, por isso sabíamos que íamos ser fortes na segunda metade da corrida, o que veio a acontecer”.

Rutter, que ao longo do fim-de-semana mostrou que está longe de estar acabado, falhou o objectivo de vencer pela oitava vez entre nós, mas levou a melhor a luta pelo terceiro posto sobre Gary Johnson, Ian Hutchinson e o par da Honda Racing John McGuinness e Conor Cummins, ficando em terceiro.

Hutchinson chegou a rodar em terceiro, mas acabou por destruir os pneus, descendo para sexto. McGuiness e Johnson foram o quarto e quinto classificado, respectivamente, isto depois do veterano piloto da Honda ter ultrapassado o seu adversário, com uma manobra arriscada, na Curva D. Maria.

O vencedor do ano passado, Stuart Easton, que este ano teve uma passagem muito discreta pela RAEM, desistiu com problemas técnicos na sua Yamaha a cinco voltas do fim. Ao contrário dos treinos acidentados, na tarde de sábado assistiram-se a 12 voltas sem grandes sobressaltos.

Portugueses cumpriram

(Foto de Kelsey Wilhelm)
(Foto de Kelsey Wilhelm)
Os dois portugueses em prova não desapontaram e rodaram no fim-de-semana nas posições esperadas para o material que têm à disposição. André Pires, em Yamaha, terminou na 20ª posição, subindo três posições ao longo da prova.

(Foto de Kelsey Wilhelm)
(Foto de Kelsey Wilhelm)
“Não podemos comparar o nível dos da frente. Eles têm motos de fábrica, Superbikes. Nós viemos com a mota que habitualmente usamos no campeonato nacional”, frisou, “satisfeito”. Nuno Caetano, a contas com dores de uma recente operação a uma clavícula que ao longo da semana o impossibilitou de conseguir fazer várias voltas consecutivas, muito fez para chegar até à corrida. Na sua quinta visita à RAEM, a Kawasaki de Caetano parou ainda na primeira volta, pois o motociclista luso “não estava em condições” de continuar. Caetano reconheceu que foi “frustrante”, mas considerou que fez “mais do que aquilo que esperava”. Uma última nota para o 15º posto obtido pelo sul-africano Allann-Jon Venter, com uma Honda da CF Racing Team 32, equipa liderada pelo ex-piloto local João Fernandes.

O que disse… McGuiness

“Fui rápido no início, conheço a pista e a mota, mas os outros apanharam-me. Não estou muito desapontado, gostava de ficar no pódio, mas estou feliz por ter acabado. Sou velho já! Volto, esta vez foi a 18ª participação e quero fazer 20 e depois talvez reformar-me. Mas gosto de Macau, gosto das pessoas e do ambiente aqui e fiquei feliz da forma como conduzi. Agora é relaxar e beber uma cerveja”

O que disse… Easton

“Foi um ano duro para nós, nova mota que nunca conduzi e estive lesionado durante quatro meses, este é o meu regresso. Estava enferrujado, mas consegui chegar ao sexto. Estou um pouco desapontado, mas quero voltar e vencer”

23 Nov 2015

Pilotos mais jovens têm entre 17 e 19 anos

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]inda têm cara de adolescentes, mas são autênticos homens adultos com carros na mão. Os mais jovens pilotos do Grande Prémio correm na Fórmula 3 e contam apenas 17 anos. Naquela que foi a 62ª edição do maior evento desportivo do território, não se deixaram levar pela experiência nas corridas ou o posto da idade. Impressionaram quem se sentou nas bancadas e quem sentiu mais de perto a emoção do fim-de-semana. São os putos da Guia, que fazem o circuito de mais de seis quilómetros em pouco menos de dois minutos. São, entre outros tantos, Sérgio Sette Câmara, Callum Ilott e Charles Leclerc.
“Quando tinha oito anos costumava ir à pista [de corridas] da minha cidade. Tive de experimentar. Depois, o meu pai comprou-me um kart e comecei aí”, conta-nos satisfeito Ilott.
Nascido no mês em que acontece o Grande Prémio, em 1998, o jovem britânico esmerou-se naquela que foi a sua estreia no território. Desde que começou no kart oferecido pelo pai, não parou os treinos, todas as noites depois da escola – elemento que não vem à mente quando pensamos em pilotos que correm num GP como este, mas que é, como numa vida normal de adolescente, um elemento constante.
“Gostava de dizer que a minha vida é correr, mas o meu pai – e a Red Bull (patrocinadora) querem que continue a ir à escola. Quando não estou a correr, estou na escola.”
O caso é semelhante com Sérgio Sette Câmara. O brasileiro de 17 anos chegou a Macau pela primeira vez directamente de Belo Horizonte. Mas não sem antes por um 3o lugar no Zandervoort Masters of F3. Começou a correr “bem cedo”, quando tinha apenas seis anos. O kart foi também a via para um F3.
“Comecei por brincadeira, como todos os pilotos. Depois, fomos começando a levar a coisa mais a sério, fiz algumas corridas de profissionais, comecei a correr na Europa e no ano passado fiz algumas corridas de F3. E agora Macau”, conta ao HM.

Callum Ilott (Fotografia de Kelsey Wilhelm)
Callum Ilott (Fotografia de Kelsey Wilhelm)

O circuito da Guia “dá um pouco de medo”, principalmente nas primeiras voltas. “Assusta. Especialmente no primeiro treino… ‘não posso errar? Como assim?’”, conta, rindo. “Acostumei-me e consegui adaptar-me bem, acho.”
Sette Câmara não tem uma vida adolescente “100% normal”, porque apesar de praticar um desporto com treinos “limitados” – já que não pode estar no carro todo o dia -, estar com amigos nem sempre é possível, ainda que o “ir à escola” tem de ser. “Gosto da minha vida, não é nada ruim. Gosto de correr.”
Charles Leclerc é um ano mais velho que Ilott e Sette Câmara. Vem do local onde existe um dos circuitos mais famosos do mundo – Monte Carlo, no Mónaco – e ficou em 4º lugar no FIA Formula 3 Championship este ano. Estreou-se também em Macau, onde conseguiu subir ao segundo lugar do pódio. Para ele, não houve nada a temer.
“O circuito não me assusta. Se tivermos medo, não conseguimos ser rápidos. Mas é uma pista espectacular, é muito raro ter uma pista de cidade como esta e o ambiente é espectacular”, atira o jovem, em conversa com o HM.
Charles Leclerc (Fotografia de Kelsey Wilhelm)
Charles Leclerc (Fotografia de Kelsey Wilhelm)

Ficámos a saber que corre desde os cinco anos, depois de, nesta idade, ter pregado uma peta ao pai: para não ir à escola disse sentir-se doente e acabou o dia a assistir a uma corrida com o pai e o melhor amigo dele. O pai do piloto Jules Bianchi, que tinha uma pista.
“Eles ensinaram-me tudo sobre o que é correr e eu disse que queria fazer isto quando fosse mais velho. E daí, corri em karts e, agora, em F3.”

A escola, os amigos e a Guia

Na lista dos pilotos mais novos sobressaem os nomes de outros jovens. O canadiano Lance Stroll é um deles, bem como George Russell, ambos com 17 anos, e Andy Chang, que chegou aos 19 o mês passado.
A família de Sette Câmara, diz-nos o piloto, é um dos seus mais fortes apoios, bem como o manager e a equipa restante. Se é difícil para a mãe e pai vê-lo a correr? “Eles já estão habituados” a que a sua vida seja atrás do volante. O brasileiro assegurou-nos que não se sente pressionado por estar a representar um país que venceu na Guia através de Ayrton Senna, mas a felicidade de correr aqui é um dos motivos que o faz querer regressar e vencer também.

Sérgio Sette Câmara (Fotografia de Kelsey Wilhelm)
Sérgio Sette Câmara (Fotografia de Kelsey Wilhelm)

O regresso ao Grande Prémio é desejo comum dos três jovens. Ilott, que se aventurou principalmente em campeonatos britânicos, chegou “bastante novo” aos internacionais e venceu a WSK Final Cup antes de por os pés na Guia, partilha o mesmo sentimento por Macau. E pelo rigor que o nosso circuito impõe.
“Não tenho medo do circuito, mas ele choca. Quando corremos a primeira vez é chocante, é tão rápido e tão estreito em alguns sítios. E é tão longo. Parecemos destinados a fazer asneiras em algum ponto. Mas adoro”, diz-nos.
A estreia na Guia foi prova de que conseguem fazer muito ao volante de um F3, apesar de juventude. A adrenalina com a corrida e até algumas experiências menos boas põe-lhes um sorriso na cara sempre que lhes perguntamos se vão voltar. “Com certeza.”

23 Nov 2015

Músico da RAEHK dá workshop na Cinemateca Paixão

A Cinemateca Paixão acolhe, a partir das 11h30 do próximo sábado, um workshop sobre a composição de bandas sonoras para cinema, liderado pelo músico de Hong Kong Tomy Wai. “Na palestra, irá falar sobre a sua experiência de cooperação com diferentes realizadores no início da sua carreira, partilhar a sua experiência de trabalho sobre bandas sonoras de filmes e através de estudos de caso e exemplos interactivos, mostrar aos participantes como usar uma combinação de som e luz para tocar o público”, explica o Instituto Cultural em comunicado. Wai compôs bandas sonoras para mais de 100 filmes e séries televisivas, incluindo New Police Story, Visible Secret e As the Light Goes Out. No entanto, foi com Temptation of a Monk que o artista venceu o prémio de Melhor Banda Sonora de Cinema no Festival de Cinema de Hong Kong e nos Prémios Cavalo Dourado de Taipei. A palestra tem entrada gratuita, mas o IC recomenda que os interessados reservem os seus lugares quanto antes, devido à elevada procura. Estes devem efectuar a reserva através de envio de email para info.dpicc@icm.gov.mo até à próxima sexta-feira.

23 Nov 2015

Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3 | Acidentes e emoção ao rubro. Vitória dupla para Rosenqvist

[dropcap style=’circle’]F[/dropcap]elix Rosenqvist igualou o recorde de Edoardo Mortara e tornou-se ontem o segundo piloto a vencer por duas ocasiões a Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3. O sueco teve um fim-de-semana imaculado em Macau, dominando os dois treinos de qualificação, para além de ter triunfado na Corrida de Qualificação de sábado, apesar desta vitória decisiva ter acontecido na secretaria.
O piloto da Prema Powerteam viu-se surpreendido por Charles Leclerc, que é por agora provavelmente mais conhecido pela cadeia de supermercados da família que pelas suas proezas em pista, na travagem para o Lisboa.
O piloto do Mónaco surpreendeu e tonrou a corrida emocionante, já que estava decidido a obrigar Rosenqvist a um esforço suplementar. Depois do nórdico ter recuperado a primeira posição no Reservatório, Leclerc voltou a ultrapassá-lo no Lisboa. 62ndMacauGP_Sun_F3055 A corrida viria a ser interrompida à segunda volta, devido a um acidente na Curva dos Pescadores que deixou de fora Gustavo Menezes, Ryan Tveter e Mitsunori Takaboshi. No recomeço, Rosenqvist, que este fim-de-semana vestiu a camisola da Theodore Racing, não se deixou surpreender e Leclerc viu-se superado por Sam MacLeod. Leclerc só voltou ao segundo posto na sétima volta, enquanto que o escocês viria às boxes com problemas no seu monolugar, após um ligeiro toque no Ramal dos Mouros, regressando já no final para efectuar a melhor volta, mas para um mero 20º lugar.
“Quando cheguei à curva, o carro escorregou completamente. Acho que havia cimento, óleo ou alguma porcaria na estrada. Não sei. Infelizmente bati contra a parede e parti o volante. Depois disso, mudei o volante e voltei mas já era tarde. Estou desiludido porque poderíamos ter dado cartas, com a posição em que estávamos”, frisou ao HM.
Com Leclerc mais preocupado em segurar o segundo posto, Rosenqvist teve uma segunda parte de corrida tranquila rumo ao triunfo. Alexander Sims foi o terceiro classificado, usando a sua experiência para subir ao último lugar do pódio, apesar de ter terminado com Antonio Giovinazzi na sua traseira. O italiano da Carlin, que venceu em pista a Corrida de Qualificação, subiu seis posições ao longo da corrida.
O único lusófono em pista, o brasileiro Sérgio Sette Câmara, era quinto quando o que o jovem terá tido uma disputa com dois outros carros, ao que o HM apurou, que o obrigou a ir às boxes por o que terá sido um furo no carro, terminando no último lugar da corrida.
O espanhol Dani Juncadella não alinhou na corrida de domingo, porque a monocoque do Dallara-Mercedes da Fortec Motorsport ficou comprometida no acidente de sábado.

O que disse… Rosenqvist ao HM

Rosenqvist disse que poderia conduzir em GT no próximo ano (Foto de Kelsey Wilhelm)
Rosenqvist disse que poderia conduzir em GT no próximo ano (Foto de Kelsey Wilhelm)
“É um sentimento especial vencer duas vezes seguidas. Só um piloto fez isso antes de mim. Rosenqvist disse que poderia conduzir em GT no próximo ano (Foto de Kelsey Wilhelm)[/caption]A corrida de hoje foi muito boa e tivemos a boa estratégia, defendi a minha posição”, frisou, dizendo que não sentiu que a corrida tinha sido mais competitiva do que no ano anterior. “Este ano tive de mais para cosnseguir, mas isso é sempre bom e nunca é fácil vencer aqui. Foi algo que me fez provar a mim mesmo que eu consegui. É a melhor demonstração de que merecemos, quando vencemos duas vezes.” Depois de ter vencido a Taça Intercontinental de F3 pela segunda vez, o sueco admitiu ao HM que poderia regressar à Guia para uma outra prova. “Não acho que vou voltar em Fórmula 3, mas em GT talvez. Nunca se sabe.”

Andy Chang cumpriu

Andy Chan (Foto de Kelsey Wilhelm)
Andy Chan (Foto de Kelsey Wilhelm)
Antes do início do fim-de-semana Andy Chang Wing Chung apontava um lugar no “Top-10” como o ideal, mas sabia que se não terminasse dentro dos vinte primeiros a continuidade no desporto motorizado poderia estar seriamente comprometida. O piloto do território, tal como já acontecia nas provas de karting no Kartódromo de Coloane, voltou a dar-se bem com os ares da casa. Apesar de nunca ter andamento para os dez primeiros, ao longo do fim-de-semana, o jovem teve rasgos de competitividade terminando a corrida de domingo no 14º lugar, depois de partir do 18º lugar, superando muitos dos seus habituais adversários no europeu da especialidade. “Sinto-me bem, cumpri o objectivo dos top15. Estou feliz. Volto para o próximo ano. É difícil ter carro para os primeiros dez, mas tentamos sempre”, disse ao HM.

Sábado polémico

A primeira volta da Corrida de Qualificação de sábado acabou por ser um momento determinante no decorrer da prova de Fórmula 3. Isto porque Dani Juncadella e Antonio Giovinazzi colidiram entre o Lisboa e a subida para São Francisco, com o espanhol, que se tinha qualificado em segundo, a terminar a sua corrida nos muros. O italiano da Carlin, que partiu de terceiro no sábado, ultrapassou Rosenqvist e acabou mesmo por vencer a corrida em pista. Contudo, os Comissários Desportivos aplicaram-lhe uma penalização pela manobra que causou o acidente e que retirou de prova o vencedor do Grande Prémio de Macau de 2012, atirando-o para o 10º lugar final. Esta decisão polémica, pois pelas imagens televisivas é difícil culpar Giovinazzi pelo acidente, fez correr muita tinta na imprensa inglesa que não foi meiga com a decisão dos Comissários Desportivos. Estes, em vez de esperarem pelas imagens de vídeo do carro do piloto transalpino ou ouvirem a versão dos factos apresentada por Giovinazzi, como é habitual, mas não obrigatório nestas situações, tomaram a decisão no momento, não dando hipóteses à equipa Carlin de apelar.

Portugueses em provas não será para breve

Após praticamente uma década e meia representado na Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3, Portugal voltou este ano a não ter nenhum piloto presente na prova, algo que não deverá mudar nos anos mais próximos. “Actualmente não existe nenhum piloto português a competir em Formulas de iniciação com resultados de destaque, por isso não vejo a possibilidade de termos algum piloto português a participar em Macau na F3 nos próximos dois anos”, disse ao HM Nuno Pinto, fundador da WinWay – Intensive Driver Development Program, uma empresa portuguesa de gestão e treino de pilotos com vários sucessos além-fronteiras.
O também ex-piloto relembra que nos últimos 15 anos Portugal obteve “primeiro a vitória do André Couto e depois a do António Félix da Costa, em 2012, um feito único para o desporto automóvel português”. A crise que atravessa Portugal e a falta de aposta na formação jogam contra a internacionalização dos jovens lusos e só um cenário radical poderá eventualmente mudar o actual panorama pouco animador.
“É uma pena que a BMW não tenha motores na F3 pois assim talvez pudéssemos ter novamente a presença do António [Félix da Costa] em Macau para também ele tentar alcançar uma segunda vitória numa prova que acredito que é uma das suas preferidas”, refere Pinto.

23 Nov 2015

Metro | Novo concurso para parque no segundo semestre de 2016

O parque de materiais e a oficina do metro ligeiro vão mudar de empresa de construção. No segundo semestre do próximo ano o Governo vai abrir um novo concurso para a construção destas infra-estruturas, conforma anunciou ontem o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. A questão do parque de materiais e da oficina tem levantado polémica pelo desacordo entre Governo e empresas na construção de uma infra-estrutura que deveria estar já prestes a ser concluída. Raimundo do Rosário revelou ontem que os pormenores relativamente à rescisão contratual e ao “acordo alcançado entre o Governo e o empreiteiro” que estava encarregue das obras vão ser “esclarecidos” quando o responsável da tutela estiver presente na sessão de debate das Linhas de Acção Governativa da sua pasta. O Secretário foi ainda instado, de acordo com um comunicado, a falar do novo hospital das ilhas. Raimundo do Rosário disse que já se iniciaram as obras de fundação de dois prédios e as outras duas – de sete prédios – arrancam “no final do corrente ano ou início do próximo”. Quanto à quarta ligação Macau-Taipa, Raimundo do Rosário revelou já terem sido dadas instruções aos serviços competentes para divulgarem todas as informações referentes à sugestão da construção da nova passagem.

20 Nov 2015

Saúde | TSI nega recurso a Rui Sá, ex-administrador do São Januário

[dropcap style=’circle’]R[/dropcap]ui Sá viu negado o recurso que interpôs no Tribunal de Segunda Instância (TSI) contra o Governo, em consequência do despedimento a que foi sujeito após ter desviado medicamentos em nome de utentes do Centro Hospitalar Conde de São Januário. A decisão, a que o HM teve acesso, foi conhecida a 12 de Novembro. No acórdão, pode ler-se que Rui Sá tentou interpor recurso da decisão de Cheong U, na altura Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, que o despediu em Dezembro de 2012.
Rui Sá, que era também administrador do hospital público, foi condenado a um ano e seis meses de prisão, com pena suspensa, por burla através de receitas falsas, no valor de 160 mil patacas. Os fármacos eram receitados por dois médicos – Rui Furtado e António Martins – a dois pacientes (Cassiano Pinto e Eduardo Ribeiro, ex-director dos Serviços de Finanças) e levantados na farmácia do hospital por Rui Sá.
O Tribunal Judicial de Base, que condenou Sá, considerou que os dois médicos foram enganados pelo ex-administrador. Os fármacos prescritos eram para doenças do foro mental – os dois médicos que as prescreveram eram cirurgiões. Em causa neste processo estavam também as saídas de Rui Sá durante o horário de trabalho para deslocações fora de Macau, a maioria das vezes a Zhuhai.
No recurso, entre outros motivos, o antigo administrador evocava, por exemplo, que os factos apurados pela investigação “não revelavam qualquer acção que pudesse ser considerada violação dos deveres de lealdade e honestidade para com a entidade patronal”. Rui Sá defende-se, dizendo que a acção estava até “longe de ser lesiva dos interesses do hospital” e que era apenas para “facilitar” o levantamento dos medicamentos dos pacientes que sofriam doenças crónicas.
“Prestava um serviço a tais pacientes, poupando-lhes o estorvo e o inconveniente de terem de se deslocar ao São Januário”, pode ler-se no acórdão.
Os dois pacientes, contudo, assumiram em tribunal desconhecer que tinham consultas marcadas em seu nome e disseram mesmo que não só não consultavam os dois médicos, como nunca tomaram os medicamentos. O ex-administrador – que se mantém em funções em Portugal – fala de “falta de memória dos dois homens”.
No recurso, Rui Sá dizia ainda ser “verdadeiramente incompreensível” a sua punição, “quando nem sequer existiam normas internas que proibissem ou sequer regulassem tais condutas”. E acrescenta: mesmo que o seu comportamento fosse reprovável, “nunca daria despedimento”.
Os mais de 30 anos que esteve ao serviço da RAEM são constantemente descritos no recurso e caracterizados como “imaculados”. Mas o Executivo e o tribunal não entendem as coisas dessa forma.

Distorções e factos

No acórdão, fica-se a saber que houve profissionais da farmácia do hospital que chegaram a contactar um dos médicos envolvidos, Rui Furtado, “devido ao facto de as doses apresentadas nas receitas emitidas por ele serem consideradas elevadas”. As mesmas profissionais diziam ainda ter achado “estranho” aqueles medicamentos serem receitados por médicos da área de Cirurgia, quando eram medicamentos de foro psicológico.
Testemunhas no caso, os funcionários da farmácia hospitalar indicam ainda que Rui Sá levantava medicamentos “semanalmente ou duas a três vezes por semana” e relatam até conflitos entre o ex-administrador e uma farmacêutica, quando esta questionou estas visitas.
O Tribunal de Segunda Instância indica que Rui Sá “distorceu alguns factos apurados”, que foram dados como provados, e diz que não há dúvida que os actos cometidos “violam os deveres” do profissional.
“Antes pelo contrário, estava a praticar, por meio fraudulento, factos”, atira o acórdão, que diz ainda que estes levaram a que “houvesse prejuízo ao erário público e a utentes dos Serviços de Saúde”.
O comportamento, pode ainda ler-se no acórdão, foi feito de forma voluntária e consciente pelo menos ao longo de um ano, período durante o qual Rui Sá marcou mais de 40 consultas fraudulentas.
O ex-administrador – que, segundo o que o HM apurou, não foi sujeito a qualquer investigação pela Ordem dos Médicos em Portugal – viu, assim, o seu recurso negado.

20 Nov 2015

Confirmado “assassinato cruel” de cidadão chinês pelo Estado Islâmico

china EI[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Governo chinês confirmou ontem o “assassinato cruel” de Fan Jinghui, um cidadão da China, por parte da organização extremista Estado Islámico (EI), e anunciou que quem cometeu o crime terá que assumir as responsabilidades. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hong Lei, disse hoje em comunicado que a China está “altamente chocada” com a notícia.

Hong assegurou que as autoridades do país fizeram “todos os esforços” para resgatar Fan, ainda que não tenham conseguido evitar que este fosse “cruelmente assassinado”. “Sem consideração pela consciência humana ou uma base moral, a organização terrorista levou a cabo esta acção violenta a sangue frio. O governo chinês condena com veemência esta acção desumana e sem dúvida fará com que quem a cometeu assuma as responsabilidades”, disse Hong.

O porta-voz referiu que Pequim está disposto a cooperar com a comunidade internacional na luta antiterrorista para salvaguardar “a paz e a tranquilidade mundiais”. “O terrorismo é um inimigo comum de toda a humanidade”, disse na quarta-feira Hong Lei.

Também o presidente chinês, Xi Jinping, condenou ontem “com veemência” a organização extremista Estado Islâmico (EI) pela morte de um cidadão do país feito refém desde Setembro, avança a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

No início de Setembro, o EI disse ter sequestrado um cidadão chinês, que foi identificado pela revista ‘jihadista’ em língua inglesa Dabiq como Fan Jinghui, um consultor de 50 anos. Segundo o mais recente número da mesma publicação, o EI executou Fan “após este ter sido abandonado pela sua nação e organizações apóstatas”. Não foram dados pormenores sobre onde e quando este foi capturado ou onde se encontrava detido.

As autoridades chinesas disseram na altura que a descrição avançada pelo EI coincidia com o perfil de um cidadão chinês dado como desaparecido no estrangeiro. Na quarta-feira, e ainda antes da notícia sobre a morte de Fan, a China manifestou o seu apoio à Rússia na intensificação da luta contra o EI. “O terrorismo é um inimigo comum de toda a humanidade”, disse então Hong Lei.

O grupo EI anunciou na quarta-feira ter executado dois reféns, um chinês e um norueguês, dois meses depois de ter pedido resgate para a libertação de ambos. A revista Dabiq publicou fotos de dois cadáveres ensanguentados que pareciam ser do refém chinês Fan Jinghui e do norueguês Ole-Johan Grimsgaard-Oftsad.

Numa legenda tipo carimbo, colocada em diagonal na página, sobre a foto, lê-se: “Executado depois de ser abandonado pelas nações e organizações kafir [infiéis]”. Jinghui e Grimsgaard-Oftsad tinham já aparecido na revista, na edição de setembro, na qual o grupo extremista pedia uma quantia não especificada pela sua libertação.

20 Nov 2015

Tabaco | Fiscal agredido recebe assistência hospitalar

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m agente de fiscalização da brigada anti-tabaco dos Serviços de Saúde (SS) foi agredido por um homem e teve de receber tratamento hospitalar. O caso aconteceu precisamente à porta do Centro Hospitalar Conde de São Januário, onde o funcionário terá sido insultado e atacado por um indivíduo que estava a fumar na área da entrada do hospital.
A situação ocorreu na terça-feira de manhã, quando quatro agentes da fiscalização acusaram o homem de estar a fumar em local proibido. De acordo com comunicado dos SS, aquando do pedido da documentação ao indivíduo, que estava num motociclo, este tentou colocar-se em fuga mas acabou impedido por um dos inspectores. O resto é história.
“Manifestamente incomodado com a situação, o indivíduo insultou o agente e, apesar de ser alertado que a conduta poderia incorrer num crime de insulto, continuou com os impropérios. Na sequência destes actos, os inspectores chamaram a polícia ao local, para que fosse efectuada a identificação do infractor, e – sem que nada o fizesse prever – o indivíduo dirigiu-se a um dos inspectores com ameaças corporais. Apesar de ter sido repreendido, o homem agarrou o inspector derrubando-o e ferindo-o no cotovelo direito”, pode ler-se no comunicado.
O homem acabou por se detido pela polícia e será sujeito a uma investigação. O agente de fiscalização atacado foi tratado e assistido no São Januário e o seu estado clínico é considerado normal, não tendo sido necessário internamento.
“Os Serviços de Saúde repudiam os actos de violência e reafirmam que este tipo de comportamento não pode ser tolerado daí que este caso terá um acompanhamento até ao apuramento da responsabilidade legal deste infractor”, explica ainda o organismo.

19 Nov 2015