Hoje Macau Manchete PolíticaLei Eleitoral | Proposta de revisão entregue em processo urgente A nova versão da Lei Eleitoral para a AL vai entrar até Agosto no hemiciclo, para que possa estar em vigor em 2017. Sónia Chan disse ontem que a maioria das pessoas ouvidas na consulta pública concorda com a revisão, mas também houve quem pedisse mudanças na estrutura da AL [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Governo anunciou ontem que vai submeter a proposta para a revisão da Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa (AL) em modo urgente. Assim, o diploma revisto deverá chegar ao hemiciclo até ao fim da actual sessão legislativa, que termina em meados de Agosto. “Pretendemos submeter a proposta de lei à AL antes das férias, antes do fim desta sessão legislativa, porque sabemos que no próximo ano já é o ano das eleições e por isso vamos envidar os maiores esforços para finalizar a proposta”, disse ontem a Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan. A responsável falava na apresentação do relatório da consulta pública sobre a revisão da lei, que foi realizada entre 7 de Maio e 5 de Junho e que, segundo o Governo, registou uma maioria de opiniões concordante com a orientação da revisão. Na nova proposta, o Governo pretende apertar as regras para evitar a repetição dos casos de corrupção eleitoral verificados no passado. Para tal, define mais estritamente o que é uma campanha eleitoral, acções de promoção, quem as pode fazer e quando. Quantos são? Apesar de estar fora dos objectivos da revisão, foram registadas opiniões durante a consulta no sentido da alteração da metodologia para a constituição da AL. Mas, questionada sobre o número de pessoas que pediram essa alteração e sobre o conteúdo destas opiniões, nomeadamente se foi pedido mais deputados eleitos por sufrágio universal, a Secretária para a Administração e Justiça remeteu para “mais tarde” a apresentação dos dados. “Queremos é alterar o regime eleitoral e não mexer nos anexos da Lei Básica (que incluem a metodologia para a escolha do Chefe do Executivo e a metodologia para a constituição da AL)”, tinha afirmado antes Sónia Chan. Campanha controlada As propostas submetidas à consulta visam, especialmente, a questão das associações, através das quais são eleitos 12 dos deputados de Macau, cujas actividades associativas se podem confundir com acções de campanha. Assim, o Executivo quer, por exemplo, introduzir a declaração obrigatória das actividades eleitorais, a auditoria obrigatória das despesas nas campanhas ou a criação de uma entidade de apoio às campanhas. Segundo o documento de consulta, “só os candidatos ou aqueles que forem declarados como apoiantes das candidaturas pelos candidatos podem fazer propaganda eleitoral”, e as despesas terão o limite máximo de quatro milhões de patacas, o mesmo montante para todas as listas. No que toca ao “reforço do combate ao acto ilícito nas eleições”, o Executivo propõe a introdução de um regime de responsabilidade penal colectiva de modo a garantir que os responsáveis de associações possam ser condenados por ilícitos eleitorais, quando até aqui eram apenas as associações que estavam sujeitas a multas, e que abranja actos cometidos também fora do território. MP na Assembleia Entre as propostas do Governo estão ainda alterações no regime de criação e funcionamento da Comissão de Assuntos Eleitorais da AL, como a obrigatoriedade de passar a integrar um elemento do Ministério Público. Outros dados revelados ontem incluem a criação de um regime de caução da eleição, que deverá prever o pagamento de 25 mil patacas pelos interessados em candidatar-se a um lugar de deputado. A proposta de lei prevê também que um deputado que renuncie ao mandato não poderá candidatar-se à eleição suplementar. Além disso, proíbe expressamente os deputados de assumirem cargos políticos noutros países, na sequência de uma candidatura à Assembleia da República portuguesa em 2015, pelo deputado José Pereira Coutinho. Nas sessões da consulta pública foram ouvidas 963 pessoas, tendo sido recolhidas 225 opiniões, segundo referido ontem na apresentação do relatório.
Hoje Macau Manchete PolíticaNovo Macau acusa polícia de abuso de autoridade por “interferência” A Novo Macau ia entregar uma petição que já teria sido combinada com o pessoal da AL, mas acabou por ser afastada pela polícia. O incidente é tido pelo organismo pró-democrata como uma demonstração de abuso de autoridade e atentado à liberdade [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Associação Novo Macau está a acusar a PSP de abuso de autoridade, por estar ter interferido aquando da entrega de uma petição na Assembleia Legislativa (AL), na passada quarta-feira. O grupo assegura que tinha já combinado a entrega do documento com o pessoal da AL. Numa declaração enviada à imprensa, a Novo Macau diz que o confronto entre o grupo e a polícia foi resultado de um imposição de poder inadequada por parte das autoridades. A intervenção policial é ilegítima, diz, sendo que só “trouxe conflitos desnecessários à acção racional da Associação”. O confronto deu-se aquando do plenário dedicado a perguntas e respostas e que contava com a presença do Chefe do Executivo, Chui Sai On. A Associação aproveitou a presença do líder do Governo para entregar a carta, que pedia uma reforma do sistema de financiamento da Fundação Macau. A Associação afirma que avisou à AL com antecedência, seguindo os procedimentos para que esta recebesse a carta às 14h45, e “já tinha recebido a promessa de cooperação por parte da AL, como era habitual”. Petição passa a comício O grupo, liderado pelo presidente Scott Chiang, chegou à AL às 14h30 e foi de imediato obrigado a afastar-se pela polícia. Segundo a declaração, quando esperavam o pessoal para a entrega da petição não estavam a realizar nenhuma manifestação ou comício, mas foram tratados como tal, o que leva a Novo Macau a acusar as Forças de Segurança de abuso de autoridade pela definição que deram ao acto, como sendo um comício. Como consequência, dizem ainda, restringiu “a liberdade de movimento pessoal”. Cerca das 14h45, a polícia exigiu que apenas cinco membros pudessem representar o grupo para entregar a carta e proibiu a entrega de um cartaz com o rosto de Chui Sai On, que acompanhava a carta e que, segundo a Associação, foi um acto inédito. No final, os cerca de dez membros da Associação conseguiram entregar a petição e o cartaz à AL mas acusaram a polícia de não ter “autoridade para definir as medidas de controlo para a AL ou para interferir na boa relação de comunicação entre a Associação e a AL”. Apitos e empurrões Após os incidentes, a Associação quis reunir com os jornalistas, acto que também foi impedido pela polícia. O argumento das autoridades passou pelo “bloqueio de passagem” e o encontro com a imprensa acabou por ser suspenso com apitos e empurrões. Para os pró-democratas este foi mais “um acto que obviamente infringiu a liberdade de imprensa e de expressão da Associação e dos jornalistas”. *por Angela Ka
Hoje Macau SociedadeVia Macau-Taipa | Danos ambientais mas não mais que a “ponte em Y” A construção da nova ponte de ligação entre Macau e Taipa não passa despercebida às preocupações ambientais. Alguns analistas dizem que o impacto é pouco visível por se situar nas profundezas, outros defendem que vai ser apenas inicial. Apesar de pontos de vista diferentes, há em comum a necessidade de acompanhamento e fiscalização [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s reacções face ao impacto que a construção da nova ponte entre Macau e a Taipa pode vir a ter para o ambiente já se fazem sentir. Depois do Governo ter dado início a um processo de recolha de opinião pública sobre o assunto há até quem peça um planeamento provisório para a rede de tráfego para as zonas que a ponte vai ligar. Wu Chou Ki, do Conselho do Planeamento Urbanístico, defendeu, em declarações ao jornal Ou Mun, que durante a construção vai certamente aumentar a poluição no mar. Ainda assim, o analista acredita que, com o crescimento da consciência ambiental, a construção terá em conta as medidas de protecção do ambiente. O conselheiro refere que a rede de transportes das zonas que a ponte vai ligar ainda não tem um planeamento certo e pede um plano provisório. Já Mak Sui Kun, deputado e presidente da Associação de Indústria da Construção de Protecção Ambiental, sugere que o Governo proceda à consulta de especialistas para além da recolha popular de opinião. O deputado salienta a influência que a construção da ponte vai causar no ambiente marinho, uma consequência que “não será visível a curto prazo porque acontecerá principalmente nas águas mais fundas”, como defende. “Mesmo que haja um relatório de impacto ambiental profissional, o mais importante é a concretização das sugestões e propostas bem como a fiscalização de toda a obra de modo a reduzir o impacto ecológico”, remata. Ao HM, Ho Wai Tim, presidente da Associação da Ecologia de Macau, refere que o impacto ambiental trazido pela quarta passagem não vai ser tão grave como a ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, visto que a zona da nova ponte também não é habitat para os golfinhos da região. “Numa perspectiva ecológica, durante a construção da fundação, vai-se fazer sentir o impacto no ambiente marinho, mas quando for acabada, esse impacto já será menor”, refere. Para o dirigente associativo a preocupação maior é a supervisão de construção e a avaliação a ser feita sobre se esta respeita ou não o relatório ambiental. *por Angela Ka
Hoje Macau China / ÁsiaGoverno chinês admite que inundações expõem deficiências [dropcap style=’circle’]I/dropcap]nundações em várias partes da China na semana passada expuseram falhas nos mecanismos de resposta das cidades e várias deficiências e lacunas na planificação urbanística, sistemas de drenagem e gestão pública, assumiu um responsável do Governo. Yang Xiaodong, representante do Ministério dos Assuntos Civis da China, culpou ainda a negligência de alguns funcionários, as construções ilegais em canais secos e um sistema de alerta ineficaz pelo alto número de mortos em Hebei (província vizinha de Pequim), desde a semana passada. Pelo menos 130 pessoas morreram em Hebei e outras 110 estão desaparecidas, entre as quais várias crianças. No conjunto, as chuvas torrenciais que atingiram a China, na semana passada, provocaram quase 300 mortos e desaparecidos e desalojaram centenas de milhares de habitantes, segundo as autoridades. Desde Junho, o número de mortos na China devido a inundações, tufões, tornados e deslizamentos de terras ascende a 833, enquanto outras 233 pessoas continuam desaparecidas. Citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, Yang assegurou que se trata do número de vítimas mais alto desde que uma sequência de desastres naturais atingiu o país em 2011. As autoridades locais revelaram “uma lamentável falta de conhecimento sobre como prevenir inundações, ao permitir a construção em rios e canais secos, enquanto muitas casas não foram construídas de forma a resistir às chuvas fortes”, afirmou Yang. Entre as cidades mais afectadas pelas chuvas consta Wuhan, Nanjing, Hefei, Pequim e Xian, conhecida pelo Exército de Terracota, uma colecção de esculturas que representa os soldados de Qin Shi Huang, o primeiro imperador da China. Esta última está em alerta máximo devido às chuvas intensas que se registam desde domingo. Apesar do Ministério da Habitação e Desenvolvimento Urbano e Rural da China ter emitido directrizes em 2014 para a renovação do sistema de drenagem das cidades e a construção de novas estradas com materiais porosos, que pudessem absorver a maior quantidade de água possível, os desastres repetiram-se este ano. Pelas contas do Ministério dos Assuntos Civis, 14 milhões de pessoas foram afectadas pelas inundações.
Hoje Macau China / ÁsiaGreenpeace denuncia danos em floresta Património da Humanidade [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]organização de defesa do ambiente Greenpeace denunciou ontem os danos causados por três projectos de exploração mineira numa floresta considerada Património da Humanidade, na província de Yunnan, no sudoeste da China. A Greenpeace referiu que os três projectos estão a explorar recursos na região dos “Três rios paralelos de Yunnan”, considerada Património da Humanidade pela UNESCO, por se tratar de um dos sítios do mundo com mais biodiversidade. Em comunicado, os ecologistas asseguram que a localização daquelas minas, no município de Shangri-La, no nordeste de Yunnan e próximo do Tibete, se trata de uma “violação directa” à regulação da UNESCO e dos compromissos assumidos pelas autoridades locais. A Greenpeace advertiu ainda que, no total, 24 projectos mineiros estão a danificar zonas de Yunnan catalogadas como florestas intactas – largas extensões com pouca presença humana e onde vive uma grande variedade de espécies. “Sendo o país com o segundo maior número de sítios considerados como Património da Humanidade pela UNESCO, e com mais ainda pendentes, a China deve assegurar ao mundo que pode proteger de forma efectiva áreas de importância global”, afirmou o responsável da Greenpeace sobre oceanos e florestas da China, Rashid Kang. Só Itália tem mais locais classificados como Património da Humanidade. Segundo um estudo da Greenpeace, realizado através de visitas ao terreno e com recurso a imagens de satélite, 490.000 hectares de floresta intacta desapareceram na China, entre 2000 e 2013, a metade na região de Yunnan. As explorações mineiras foram responsáveis por metade da desflorestação.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA dizem não querer provocar um confronto no Mar do Sul [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse ontem que os EUA não querem criar um “confronto” no Mar do Sul da China e pediu moderação a Pequim e a Manila nas disputas territoriais na região. “Instamos as partes a actuarem com moderação e a trabalharem para reduzir tensões”, disse Kerry em Manila, num conferência de imprensa com o seu homólogo filipino, o ministro dos Negócios Estrangeiros Perfecto Yasay. Kerry elogiou a actuação do Governo das Filipinas após a divulgação, a 12 de Julho, da sentença do Tribunal Permanente de Arbitragem (TPA), com sede em Haia, que deu razão a Manila numa disputa territorial no Mar do Sul da China com Pequim. “A forma responsável e ponderada como as Filipinas responderam (…) foi muito importante”, disse o chefe da diplomacia dos EUA, que visitou ontem o país asiático onde se encontrou com o novo Presidente filipino, Rodrigo Duterte. A China disse não aceitar a sentença do tribunal internacional, que considerou “ilegal”. Foram as Filipinas que recorreram àquela instância, tendo aplaudido a sentença. “A decisão em si é vinculativa, mas nós não estamos a tentar criar um confronto. Estamos a tentar criar uma solução que tenha em conta os direitos estabelecidos na lei”, disse Kerry. Washington “mantém uma postura firme em relação à protecção de direitos, liberdades e uso ilegal de espaços aéreos e marítimos definidos pela lei internacional”, acrescentou. Na terça-feira, Estados Unidos da América, Japão e Austrália instaram a China a aceitar a sentença do TPA. Os chefes da diplomacia dos três países (John Kerry, Fumio Kishida e Julie Bishop) divulgaram um comunicado conjunto em que expressam “forte apoio ao estado de Direito” e instam a China e as Filipinas “a respeitar” a sentença daquele tribunal, “que é final e vincula legalmente” os dois países. Os três defenderam a liberdade de trânsito aéreo e marítimo no Mar do Sul da China e criticaram a construção de “postos fronteiriços” e de uso militar na região. O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, e os seus homólogos da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) acordaram um comunicado conjunto na segunda-feira em que se comprometem a resolver as disputadas no Mar do Sul da China de forma pacífica e “amistosa” e a assinar o mais depressa possível um “código de conduta” para evitar conflitos. Numa conferência de imprensa, Wang Yi reiterou a recusa da China em aceitar a sentença do tribunal internacional e assegurou que os ministros da ASEAN lhe disseram que a organização não tomará partido nesta disputa entre Pequim e Manila, apesar de as Filipinas serem um dos membros fundadores da organização. A ASEAN foi fundada em 1967 e integra a Birmânia, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname.
Hoje Macau China / ÁsiaÍndia | Aprovado trabalho infantil em negócios familiares [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]parlamento indiano aprovou uma emenda à lei de 1986 que regula o trabalho infantil, que foi muito criticada por políticos e organizações não-governamentais por fomentar o trabalho entre as crianças nos negócios familiares. A nova “Lei do Trabalho Infantil (proibição e regulamentação)” foi aprovada na tarde de terça-feira na câmara Baixa (Lok Sabha) depois de uma sessão de quase seis horas com um debate aceso por parte dos deputados que se opõem à emenda. A lei original proibia aos menores de 14 anos trabalhar em 83 tipos de profissões consideradas perigosas, depois desta emenda nenhuma criança nessa faixa etária poderá trabalhar, a não ser em negócios familiares, mas sem restringir as áreas, o que causou polémica. “Se aprovarmos esta lei seremos cúmplices de fomentar o trabalho infantil na Índia”, assegurou durante o debate o deputado Dushyant Singh Chautala, do partido regional Indian National Lok Dal (INLD). Entretanto, a intervenção mais impressionante foi a de Varun Gandhi, deputado pelo partido governamental Bharatiya Janata (BJP) – impulsionador da emenda -, filho da ministra do Desenvolvimento da Criança e da Mulher, Maneka Gandhi. “Não se trata de aprender novas capacidades, fazem contra a sua vontade e é um tipo de escravidão”, disse o deputado, neto da ex-primeira-ministra indiana Indira Gandhi, em relação ao trabalho infantil em empresas familiares. Várias organizações não-governamentais de apoio à infância como a internacional Save the Children ou a indiana Bachpan Bachao Andolan (BBA, Movimento para Salvar a Infância), do prémio Nobel da Paz Kailash Satyarthi, que também expressou o seu repúdio à nova lei. A Save the Children opõe-se a essa emenda porque, segundo a ONG, o objectivo final deveria ser “a proibição absoluta do trabalho infantil” e a BBA qualificou a aprovação de terça-feira “uma oportunidade perdida para milhões de crianças”. Com cerca de 50 milhões de crianças trabalhadores, a Índia é o país no mundo com maior incidência de trabalho infantil, cifra que foi reduzida em 10 milhões nos últimos anos, segundo a BBA. O Governo indiano, por seu lado, assegurou que essa queda foi maior, ao passar de doze milhões de menores explorados que o país registava em 2004 para cinco milhões na actualidade.
Hoje Macau BrevesAngela Leong pede manutenção do campo desportivo da Yat Yuen Angela Leong, deputada e responsável da Yat Yuen, pediu ontem que o espaço do Canídromo se mantenha enquanto instalação para uso desportivo. Em comunicado de imprensa, Leong justifica que o pedido é para “corresponder às necessidades da Zona Norte”. O Governo já referiu que vai ter em conta as sugestões e opiniões do Conselho de Planeamento Urbanístico (CPU) e da população sobre o que fazer ao local, depois de terem sido dados dois anos à empresa para sair do espaço. Contudo, na opinião da Angela Leong, o Governo precisa de ter em conta sobretudo a necessidade dos moradores e dada a carência de espaços desportivos, a responsável apela mesmo à manutenção da pista de corridas de galgos, argumentando que este espaço “sempre foi emprestado às escolas e outras organizações para a realização de competições”. “Não se pode deixar que Macau perca este precioso espaço desportivo exterior por causa de mudança de função por parte da Yat Yuen”, remata. Por outro lado, Angela Leong solicita ao Executivo o contacto com entidades relacionadas com a actividade do Canídromo no sentido de recolocação de empregados e cães. A deputada argumenta que, considerando a particularidade deste tipo de empregos, a maioria dos funcionários da Yat Yuen terá dificuldade em mudar de profissão. Angela Leong sugere que o Governo considere oferecer cursos de formação aos funcionários, de modo a que estes possam ver aumentada a sua competitividade profissional. Outra sugestão é a da criação de um subsídio durante o período de formação para que estes possam “manter os seus encargos familiares e financeiros”.
Hoje Macau SociedadeAssociação política fala de 15 terrenos que já deviam ter sido retirados e pede acusação de responsáveis É mais uma acusação feita pela Associação Iniciativa para o Desenvolvimento Comunitário de Macau, que conta com dois deputados: há terrenos que deveriam ter sido retirados e não foram e os responsáveis devem ser trazidos à justiça [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]grupo Iniciativa para o Desenvolvimento Comunitário de Macau entregou ontem uma carta a solicitar ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC) que investigue mais casos de terrenos que, defende, não foram retirados de acordo com a lei. O grupo político pede também a acusação de elementos das Obras Públicas. Segundo a Iniciativa para o Desenvolvimento Comunitário, há 15 terrenos que atingiram o limite legal de 25 anos, mas os seus processos de “retirada não aconteceram conforme a lei”. Na carta de acusação enviada a André Cheong, Comissário do CCAC, o grupo fala em terrenos que ocupam 70.054 metros quadrados. Doze deles situam-se em Seac Pai Van e os restantes três na Estrada de Nossa Senhora de Ká Ho, na ZAPE e na Estrada Marginal da Ilha Verde. O prazo de concessão por arrendamento terá terminado entre 2013 e 2015. Entretanto, segundo as informações dadas pelo Governo, apenas dois de entre os 15 terrenos “têm em curso o procedimento da declaração de caducidade”, o que faz o colectivo concluir que “o processo para a sua retirada ainda não começou”. Acordos suspeitos O grupo diz mesmo suspeitar que foram alguns “negócios/acordos que não podem ser revelados” que adiaram os processos. “Além disso, os factos já mostram que os processos relativos não foram executados no prazo conforme a lei. O Governo fala sempre da execução da acção governativa de acordo com a lei, mas quando tem a ver com a questão de terrenos que envolve enormes lucros, não é nada exigente no cumprimento da lei”, acusam. O grupo, composto pelos deputados Ng Kuok Cheong, Au Kam San, Lei Man Chao e Cloee Chao, ex-membro de uma associação ligada ao jogo, já tinha pedido ao Ministério Público (MP) e ao CCAC que investigasse acções “ilegais” da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) em relação aos lotes públicos e privados que se encontram vazios nos Lagos Nam Van. Ontem, o colectivo volta a pedir a acusação do ex-Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Lau Si Io, Jaime Carion, ex-director da DSSOPT, e Li Canfeng, actual, “de cometer o crime de prevaricação ou corrupção passiva para acto ilícito”. Esta é a terceira acusação e pedido de investigação feita pela Associação. *Por Angela Ka
Hoje Macau BrevesContestada proibição de entrada nos casinos a trabalhadores A revisão da Lei de Condicionamento da Entrada, do Trabalho e do Jogo dos Casinos, que poderá fazer com que os trabalhadores do Jogo possam vir a ser proibidos de entrar em casinos, está a deixar alguns deputados divididos. Ella Lei está a favor da decisão do Governo, mas considera que a imposição de uma multa já seria um efeito suficientemente dissuasor. Zheng Anting, por sua vez, acha que a proibição de entrada e a multa são exigentes demais. O deputado diz que a proibição de apostar bastaria. Ella Lei diz que já ouviu sugestões dos trabalhadores e, do feedback que teve, a deputada afirma que estes funcionários não querem ser “rotulados” e pretendem “um tratamento igual” a todos os outros trabalhadores. Os croupiers, por sua vez, afirma que a opinião geral é de que a proibição, a acontecer, deve estender-se a todos os empregados dos casinos e não só à sua classe, como também pondera o Executivo. Já o deputado Zheng Anting considera que não se deve privar os empregados do Jogo de participar noutros divertimentos dos casinos, além das salas de jogo. Os casinos têm ainda outras áreas de lazer como espectáculos, bares e restaurantes que não podem ficar proibidos aos seus funcionários, frisa. Zheng Anting sugere que se instaure uma lista negra com os clientes indesejados de forma a que estes não possam ter entrada nas operadoras.
Hoje Macau BrevesChuvas fazem quase 300 mortos e desaparecidos na China Chuvas torrenciais que atingiram a China na semana passada provocaram quase 300 mortos e desaparecidos e desalojaram centenas de milhares de habitantes, segundo anunciou a agência noticiosa chinesa Xinhua. Na manhã de segunda-feira, mais de meio milhão de habitantes das províncias mais atingidas – Henan e Hebei – estavam desalojados e 125.000 pessoas precisavam de assistência básica, salientou a Xinhua, citando o Ministério dos Assuntos Civis. Segundo as mesmas informações, o mau tempo provocou a morte de 164 pessoas e fez 125 desaparecidos. Cinco funcionários foram suspensos por abandono do dever durante uma enchente devastadora, na semana passada, perto da cidade de Xingtai, em Hebei. O incidente que matou pelo menos 25 pessoas e fez 13 desaparecidos, provocou revolta popular, com a população a acusar as autoridades de terem falhado nos avisos sobre o desastre e de tentar encobrir as causas. No início do mês, chuvas fortes causaram estragos no centro e sul da China, inundando várias cidades e causando mais de 200 mortos.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim pressionado a reconhecer sentença de tribunal de Haia [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]stados Unidos da América, Japão e Austrália instaram ontem a China a aceitar a sentença do Tribunal Permanente de Arbitragem, com sede em Haia, que deu razão às Filipinas numa disputa territorial no Mar do Sul da China. Os chefes da diplomacia dos três países (John Kerry, Fumio Kishida e Julie Bishop) divulgaram um comunicado conjunto em que expressam “forte apoio ao estado de Direito” e instam a China e as Filipinas “a respeitar” a sentença daquele tribunal, “que é final e vincula legalmente” os dois países. Kerry, Kishida e Bishop participaram ontem nas reuniões multilaterais da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), na capital do Laos, e reuniram-se na segunda-feira. Os três defendem a liberdade de trânsito aéreo e marítimo no Mar do Sul da China e criticam a construção de “postos fronteiriços” e de uso militar na região. O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, e os seus homólogos da ASEAN acordaram um comunicado conjunto na segunda-feira em que se comprometem a resolver as disputadas no Mar do Sul da China de forma pacífica e “amistosa” e a assinar o mais depressa possível um “código de conduta” para evitar conflitos. Numa conferência de imprensa, Wang Yi reiterou a recusa da China em aceitar a sentença do tribunal internacional e assegurou que os ministros da ASEAN lhe disseram que a organização não tomará partido nesta disputa entre Pequim e Manila, apesar de as Filipinas serem um dos membros fundadores da organização. John Kerry, Fumio Kishida e Julie Bishop condenaram, por outro lado, o teste nuclear de os ensaios de mísseis da Coreia do Norte nos últimos meses e instaram o regime de Pyongyang a acatar as resoluções das Nações Unidas sobre a proliferação de armas. Além disso, apelaram à Coreia do Norte para respeitar os direitos humanos. A ASEAN foi fundada em 1967 e integra a Birmânia, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname.
Hoje Macau h | Artes, Letras e IdeiasO feitiço do artista 这个意大利人 * por Julie O’Yang [dropcap style=’circle’]H[/dropcap]á alguns meses atrás a leiloeira Sotheby vendeu pela quantia astronómica de 137,4 biliões de HK dólares um dos 18 quadros assinados pelo pintor Lang Shining. Giuseppe Castiglione, um missionário católico chegou à China, à corte do Imperador Kangxi, em 1715. Como o Imperador Kangxi não via com bons olhos a Igreja Católica, o monge apresentou-se como pintor e, nessa qualidade, instalou-se oficialmente na corte Kangxi. A tarefa mais importante que lhe foi atribuída consistia no registo pictórico de todas as actividades da corte, desde a guerra, eventos históricos e figuras a cavalo, a cenários paisagísticos, jardins e festivais. No desempenho destas funções, o monge italiano influenciou e alterou para sempre a estética chinesa. O Imperador Kangxi não só não gostava das cores usadas na pintura europeia, como não se sentia francamente à vontade com o conceito de perspectiva. Kangxi detestava os “claros-escuros” dos quadros a óleo, manifestando uma forte preferência por rostos pintados de frente, que exibissem toda uma claridade radiante e “positiva”. Para cair nas boas graças do Imperador, Castiglione aprendeu a dominar as técnicas de pintura chinesa, que, como se sabe, são extraordinariamente exigentes. Aprendeu a pintar em seda, uma técnica que não permite emendas. Assim que o pincel toca na seda, já está, é permanente, não pode ser modificado, melhorado ou retocado. Estas limitações devem-no ter feito sentir como uma dançarina de circo acorrentada. Contudo, acabaram por obrigá-lo a desenvolver um estilo único que desafiou todas as regras conhecidas até aí. Por exemplo, o italiano pintou paisagens com sombras, introduzindo a noção de profundidade na percepção que os chineses tinham do mundo. A uma dada altura, Castiglione sugeriu ao Imperador que fosse criada uma escola de pintura, mas o pedido foi rejeitado. Depois da morte do Imperador Kangxi, o seu filho, o Imperador Yongzheng, subiu ao trono do dragão. Ao contrário do pai, o Imperador Yongzheng sentia-se fascinado pela arte europeia. Foi neste período que Castiglione deu largas à introdução da perspectiva nas pinturas palacianas. Incentivou Yongzheng a pintar com ele; Castiglione pintaria as figuras centrais e o Imperador ocupava-se das paisagens de fundo, dando assim o seu contributo à ambiência geral. A isto chamava-se “hebihua”, ou seja, pintar um quadro a dois. Castiglione fez imensos hebihua com o Imperdor Qianlong, durante o seu reinado e, à época, tornou-se moda nas famílias aristocráticas estes ensembles de homenagem à pintura ocidental. Através do seu trabalho, Castiglione ensinou aos pintores chineses a importância da expressão, da precisão das formas, das texturas e do olhar que capta a personalidade do retratado. A sua pintura poderia não estar ao nível das melhores da Europa, mas ele teve certamente um papel determinante na forma como os chineses passaram a observar o mundo. Castiglione participou na concepção de Yuanmingyuan, o antigo Palácio de Verão, que deveria ser uma simbiose das arquitecturas oriental e ocidental. A partir de 1840, e nos 60 anos que se seguiram, Yuangmingyuan foi pilhado e incendiado por diversas vezes na sequência dos conflitos com a Aliança das Oito Nações e com o Japão.
Hoje Macau China / Ásia MancheteHong Kong | Jornalistas condenados por publicações proibidas [dropcap style=’circle’]D[/dropcap]ois jornalistas de Hong Kong ligados a revistas sobre política foram condenados a prisão na China, sob a acusação de gerirem um negócio ilegal, a mesma aplicada a cinco livreiros da cidade que estiveram desaparecidos durante meses. Os dois jornalistas, ambos detidos em 2014, são o editor Wang Jianmin, 62 anos, condenado a cinco anos e três meses de prisão, e o director Guo Zhongxiao, 40 anos, condenado a dois anos e três meses. Ambos se declaram culpados num tribunal em Shenzhen no ano passado, escreve ontem o jornal de Hong Kong South China Morning Post. O advogado de Guo Zhongxiao disse que o seu cliente será libertado no próximo mês, após cumprir a pena. Wang e Guo têm bilhetes de identidade de Hong Kong, mas viviam em Shenzhen quando foram presos. A acusação disse que a sua empresa de ambos, a National Affairs Limited, registada em Hong Kong, ganhou sete milhões de dólares de Hong Kong com a publicação de duas revistas – a New-Way Monthly e a Multiple Face – e que as receitas provenientes dos leitores chineses ascendiam a 66.000 yuan da receita total. A defesa alegou que as publicações eram impressas em Hong Kong e as cópias enviadas apenas para oito pessoas na China, todos amigos do editor. A mulher de Wang, Xu Zhongyuan, que ajudou a enviar cópias das revistas por correio, e um ‘freelance’ que colaborava com a revista, Liu Haitao, declararam-se culpados de operarem um negócio ilegal perante o mesmo tribunal. Xu foi sentenciada a um ano de prisão, suspensa por dois anos, e Liu condenado a dois anos de cadeia, suspensa por três anos. O advogado de Xu disse ontem que os quatro afirmaram que “iriam aceitar o veredicto do tribunal e que não iriam recorrer”. A presidente da Associação de Jornalistas de Hong Kong, Sham Yee-lan, considerou a sentença um ataque à liberdade de expressão, publicação e imprensa em Hong Kong porque as duas revistas eram impressas na cidade. “As penas de prisão são muito pesadas. As publicações eram, de facto, impressas em Hong Kong por empresas registadas aqui”, afirmou. “Parece que o Governo chinês intensificou a repressão contra estas publicações”, disse. Sham disse ainda que o Governo de Hong Kong tem a responsabilidade de oferecer apoios aos dois jornalistas, cidadãos de Hong Kong.
Hoje Macau BrevesTrabalhadores do Palácio Imperial à deriva O subdirector da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), Chan Un Tong, fez ontem saber, à margem da apresentação da Feira de Emprego 2016, que até agora foram 11 os casos de trabalhadores do Hotel Palácio Imperial que vieram solicitar apoio do organismo para encontrar um novo trabalho. Estes trabalhadores fazem todos parte do grupo de 20 que trabalhava no estabelecimento, fechado pela Direcção dos Serviços de Turismo, a tempo inteiro. Chan Un Tong adianta ainda que “estão a ser feitos os esforços possíveis” para reintegração destas pessoas no mercado de trabalho, apesar de não existir até ontem nenhum acto de despedimento por parte da gerência do Hotel, recentemente fechado por um período provisório de seis meses. Já Angela Leong, número um da Sociedade de Jogos de Macau, que opera o casino dentro do espaço, fez saber em comunicado de imprensa que a decisão de encerramento do Hotel “não teve em conta o futuro dos empregados e suscitou nos mesmo surpresa e receios”. Foram pessoas que se viram sem emprego “da noite para o dia”, refere, dizendo ainda que a decisão “trouxe uma imagem negativa para Macau”.
Hoje Macau BrevesCroupier e apostador sócios em fraude Um croupier local é suspeito de se associar a um apostador para cometer fraudes com fichas de casinos. Segundo o jornal Ou Mun, um dos suspeitos já admitiu ter cometido a ilegalidade três vezes e o casino lesado está ainda a calcular o prejuízo. O caso está em investigação na Polícia judiciária. O croupier detido tem 28 anos e o outro suspeito é um desempregado, com 64 anos. Estão ambos entregues ao Ministério Público sob a acusação de peculato e assumem-se como culpados, justificando que perderam mais do que esperavam no jogo e por isso juntaram-se para recuperar dinheiro. Terão trocado fichas no valor de mil dólares de Hong Kong por fichas no valor de 50 mil, o que levantou suspeitas e levou a que a Polícia fosse chamada. Admitiram ainda que já tinham usado a mesma estratégia em Março e Junho tendo angariado um total de 58 mil.
Hoje Macau BrevesFachada do Hotel Estoril vai ser preservada “Não há dúvidas de ‘sim’ ou ‘não’ acerca da manutenção da fachada do Hotel Estoril, a fechada vai ser reservada definitivamente, bem como a sua pedra inaugural.” É o que afirma Guilherme Ung Vai Meng, em declarações prestadas num telefonema que o presidente do Instituto Cultural (IC) fez para o programa Fórum Macau da Rádio Macau. A questão prende-se é onde se vai preservar a fachada: se no mesmo lugar, se noutro sítio. O organismo diz ter uma atitude aberta e vai esperar pela decisão do arquitecto que for escolhido para o projecto. O IC adiantou ainda que o seu trabalho principal neste momento é o de elaborar o plano de reparação e manutenção da fachada. Face ao desafio da reparação, o IC diz que já tem organizada uma equipa técnica com experiências idênticas noutros locais de referência e que está a trabalhar com o Laboratório de Engenharia Civil de Macau para seja encontrada a melhor resolução. O presidente não exclui a possibilidade de convidar especialistas estrangeiros para dar apoio ao projecto. As declarações surgem depois de, na segunda-feira, no Conselho do Planeamento Urbanístico, a Direcção de Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes ter dito que o hotel ia ser totalmente demolido.
Hoje Macau PolíticaEx-deputado explica por que retirada dos terrenos “viola Lei Básica” [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]ng Choi Kun, ex-deputado e presidente da Associação dos Empresários do Sector Imobiliário, mandou uma carta ao Jornal do Cidadão onde faz questão de explicar por que razão a retirada dos terrenos permitida pela nova Lei de Terras viola a Lei Básica. Na carta, o ex-deputado cita a explicação de Yang Jinghui, que trabalhou no Grupo de Ligação Conjunto Luso-Chinês e na Comissão de Redacção da Lei Básica da RAEM e RAHK, sobre a razão da existência da cláusula do artigo 145º da mini-constituição da RAEM, que prevê que “os contratos firmados pelo Governo anterior de Macau, cujos prazos de validade se prolonguem para além de 19 de Dezembro de 1999, continuam válidos, exceptuando os publicamente declarados por representação com autoridade conferida pelo Governo Popular Central (…), que necessitam de uma nova apreciação por parte do Governo da Região Administrativa Especial de Macau”. Yang Jinghui explicou que, em Março de 1991, como a China não reconhece sete lotes de um terreno na zona dos NAPE aprovados pela então Administração portuguesa, os investidores preocupavam-se com o facto dos seus direitos não poderem ser garantidos depois de 1999, pelo que exigiram ao Governo que fizesse um acordo com a China, dando origem a tal cláusula. Para Ung Choi Kun isto explica que esta cláusula demonstra que “o direito dos contratos de terreno cujo período de concessão passa 12 de Dezembro de 1999 deve ser garantido pela Lei Básica”. A nova Lei de Terras tem andado envolta em polémica, depois de ter sido aprovada em 2013, e são muitas as vozes que pedem a revisão da lei por não concordarem que os concessionários fiquem sem os lotes caso não os aproveitem em determinado período de tempo. Isto para as concessões onde as responsabilidades não podem ser imputadas ao concessionário. No documento, Ung Choi Kun diz que há uma “clara violação da Lei Básica”, porque a retirada dos terrenos está a ser feita com base no que o ex-deputado diz ser um documento interno às Obras Públicas e com peso inferior à lei. “[A retirada de terrenos] não está em conformidade com qualquer diploma. Só com a vontade [das Obras Públicas]. Quando se vê que a Lei Básica não é interpretada de forma geral ou acontecem actos que violam a lei, não devemos apontá-los para garantir [que a lei é respeitada]?” questiona, alertando o Governo para analisar esta situação. *por Angela Ka
Hoje Macau BrevesPequim acusa Coreia do Sul de “abalar” confiança mútua A China culpou a Coreia do Sul por prejudicar a “confiança mútua”, ao concordar com a instalação do sistema antimísseis norte-americano na península coreana, apesar da oposição de Pequim, noticiou ontem a agência Yonhap. Seul e Washington anunciaram no início deste mês a decisão de instalar o sistema THAAD, após os mais recentes testes nucleares e com mísseis balísticos, levados a cabo pela Coreia do Norte. O plano para instalar aquele poderoso sistema, que lança projécteis capazes de destruir os mísseis inimigos, levou a duras críticas de Pequim e Moscovo, que consideram que este fortalecerá a capacidade militar dos EUA na região. “O recente comportamento da Coreia do Sul prejudicou as fundações da nossa confiança mútua”, afirmou o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros à imprensa, após um encontro com o seu congénere sul-coreano, à margem de um fórum regional em Vientiane, no Laos. “Quero saber que tipo de acções práticas a Coreia do Sul irá tomar para proteger o nosso sólido relacionamento”, afirmou Wang, citado pela Yonhap. A China é o principal mercado das exportações sul-coreanas e um parceiro chave nos esforços de Seul para conter o programa nuclear da Coreia do Norte. Durante o encontro, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, Yun Byung-Se, reconheceu os desafios nas relações bilaterais, mas realçou que a instalação do THAAD tem finalidades apenas defensivas e que não constitui um perigo para a segurança da China, segundo a Yonhap.
Hoje Macau China / ÁsiaGeneral do Exército chinês condenado a prisão perpétua [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]general aposentado Guo Boxiong, vice-presidente do organismo máximo militar da China entre 2003 e 2013, foi ontem condenado a prisão perpétua por ter aceitado subornos, anunciaram os tribunais militares, através da agência oficial Xinhua. Guo, vice-presidente durante uma década da Comissão Militar Central, foi o responsável do posto mais alto do Exército a ser condenado na China, tendo sido privado dos seus direitos políticos para a vida e despojado do título de general, segundo a sentença, na qual foi igualmente ordenada a apreensão dos seus bens. O alegado dinheiro e bens obtidos ilegalmente por Guo, de 74 anos, foram confiscados e devolvidos aos cofres públicos, refere a sentença do julgamento, celebrado à porta fechada e em segredo, como acontece com frequência na China em muitos processos a figuras políticas influentes acusadas de fraude. No processo, a Procuradoria militar acusou Guo de “abusar da sua posição para ajudar na promoção de terceiros, aceitando quantidades extremamente grandes de dinheiro”. “Guo aceitou os subornos “pessoalmente e através da sua família”, acrescentou a acusação, numa informação tornada pública em Abril, mês em que a imprensa de Hong Kong cifrava em 12,3 milhões de dólares o dinheiro obtido ilicitamente pelo ex-general, a troco de promoções de oficiais militares. Outro vice-presidente da Comissão Militar Central na época em que Guo era um dos responsáveis, Xu Caihou, também foi investigado por corrupção e ficou detido à espera de julgamento mais de um ano, tendo falecido de cancro no ano passado, antes de ir a julgamento.
Hoje Macau Manchete PolíticaJogo | Revisão à lei vai mesmo proibir funcionários de entrar em casinos O vício do jogo está a afectar trabalhadores dos casinos, especialmente croupiers, e Paulo Chan quer evitar que isso aconteça. A Lei de Condicionamento da Entrada, do Trabalho e do Jogo nos Casinos vai mesmo proibir a entrada de funcionários das operadoras nas salas de jogo e será entregue à AL em 2017. Só não se sabe ainda se todos vão ser impedidos de entrar [dropcap style=’circle’]E[/dropcap]stá confirmado: a revisão à Lei de Condicionamento da Entrada, do Trabalho e do Jogo nos Casinos vai mesmo proibir a entrada de funcionários das operadoras nas salas de jogo. A afirmação é do director da Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), que diz a proposta de lei vai ser entregue na Assembleia Legislativa antes das eleições de 2017. O Governo já tinha demonstrado querer restringir a entrada dos trabalhadores do Jogo nos casinos fora da sua jornada laboral. Agora, a questão confirma-se, ficando contundo por decidir se a proibição se estende a todos os empregados ou apenas aos croupiers, como admitiu Paulo Martins Chan à margem do programa de rádio Fórum Macau. A DICJ está neste momento a recolher opiniões junto das operadoras de Jogo, associações e trabalhadores do sector, mas Paulo Chan frisa que está “é um dos trabalhos mais urgentes” do organismo que dirige. “Ainda estamos no processo da revisão e não foram revelados os conteúdos a rever. Mas, com a análise de vários relatórios, notámos que os croupiers são um grupo de alto risco perante o vício do jogo”, explicou. Com segurança Paulo Martins Chan já tinha assegurado que iria aperfeiçoar a lei que condiciona a entrada, trabalho e jogo nos casinos assim que assumiu o cargo. Agora, assegura que a lei revista vai ser entregue à AL antes das eleições em meados de 2017. Choi Kam Fu, Presidente da Associação de Empregados das Empresas de Jogo Macau, mostrou preocupações com a decisão e disse esperar “que não afecte o emprego dos trabalhadores”. O responsável diz ainda que se deve proibir a entrada de todos os trabalhadores e não apenas dos croupiers, a fim de construir uma malha de segurança para todos os empregados. Além da revisão desta lei, Paulo Chan adiantou ainda que o organismo também está a rever a lei que regula os promotores do Jogo e as máquinas de jogo electrónicas. “É necessário, para conseguirmos acompanhar. A nossa equipa legal já passou de duas para cinco pessoas”, frisou, sem adiantar detalhes sobre o que vai mudar nestes diplomas. * por Angela Ka com Joana Freitas
Hoje Macau China / ÁsiaChina encerra vários portais de notícias [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China fechou vários portais de notícias “online”, acusados pelas autoridades de noticiarem e publicarem, de forma independente, artigos sobre temas considerados sensíveis, informou ontem a imprensa estatal. Os principais órgãos “online” em língua chinesa, incluindo o Sina, Sohu, Netease e iFeng, encerraram alguns sites com informação de carácter político e social, e contas nas redes sociais, após Pequim ter “criticado duramente” a “grande quantidade de acções destes órgãos que violam as leis e regulamentos”, informou o jornal Beijing News. Estes jornais “publicaram uma grande quantidade de notícias reunidas e editadas por eles próprios”, causando “um impacto particularmente mau”, afirmou, citando fonte não identificada do departamento. Estes portais vão ser também multados, acrescentou a mesma fonte, sem revelar mais detalhes. Condicionados Os jornalistas dos órgãos “online” chineses geridos por grupos privados podem apenas cobrir eventos desportivos e da área do entretenimento, enquanto nos temas mais sensíveis estão autorizados apenas a difundir peças produzidas por órgãos estatais, como a agência oficial Xinhua. Alguns destes jornais, contudo, formaram as suas próprias equipas de jornalistas de investigação ou fontes de informação, recorrendo muitas vezes a vídeos e registos independentes. O Partido Comunista Chinês (PCC), que não tolera oposição ao seu poder, exerce um restrito controlo sobre os órgãos de comunicação, enquanto um poderoso aparelho de censura apaga comentários difundidos “online”. Vários órgãos de comunicação estrangeiros estão bloqueados no país. Desde que o actual Presidente chinês, Xi Jinping, ascendeu ao poder, em 2013, a pressão repressiva aumentou. Em Fevereiro passado, Xi apelou à imprensa chinesa para se focar em “notícias positivas” e “exprimir a vontade do Partido e proteger a sua unidade e autoridade”. Só no segundo trimestre de 2016, o Governo encerrou ou revogou a licença de 1.475 “sites” e encerrou mais de 12.000 contas em redes sociais, numa onda de repressão sobre a “informação online ilegal”, revelou na semana passada a Administração para o Ciberespaço da China.
Hoje Macau BrevesDoenças mentais intrigam mas “não aumentaram” Au Chi Keung, vice-presidente do Instituto de Acção Social (IAS), assegurou ontem ao Ou Mun que o número de casos de pessoas que têm efectivamente uma doença mental não aumentou. O que subiu, refere, foram os pedidos de informação sobre doenças mentais. O vice-presidente do IAS respondia assim às notícias de que Macau tem cada vez mais pessoas com problemas psicológicos, mas essas devem-se, diz, ao facto de ser “cada vez mais frequente encontrarmos pessoas que se comportam de forma estranha na rua”. Casos que o responsável atribui ao crescimento do stress e densidade populacional. Au Chi Keong acredita que, à medida que mudamos a maneira de viver, não será surpreendente associações do sector “descobrirem mais casos deste tipo”.
Hoje Macau Eventos ManchetePin-To | Livraria e loja de música fecha com festival no domingo A Pin-to vê agora as portas fecharem. Mas nem só de lágrimas é o adeus e do desaparecimento sai o primeiro e último festival de música no espaço do Senado [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]espaço Pin-To, loja que se dedicou durante uma década à venda de livros e música, tem o ‘canto do cisne’ anunciado para o próximo dia 31 de Julho. Um casa dedicada à cultura que fecha portas, mas não sem antes realizar um sonho: o primeiro e último Festival de Música da Pin-To vai acontecer. Com nomes estrangeiros e locais, o fim-de-semana vai ter sons para todos os gostos. Sexta-feira as vozes fazem-se ouvir a partir das 19h30. No palco estará Qing Yuan e Forget The G, que trazem como convidado especial Hugo Loi. Sábado a agenda começa às 14h30 e os interessados poderão assistir aos concertos de François Girouard & Rita, half cat, Cheng Wenzheng, Ringo & John Vu e os Jazzers!. Domingo fecha a programação e o espaço, passando por lá a partir das 15h00 Sonia Ka Ian Lao, Achun, Small Flower, KIRSTEN, Faslane, Aki e um encore de François Girouard. A Livraria Pin-To abriu portas em 2003 e três anos depois dava origem à Música Pin-to. Laboratório de minorias A abertura do espaço terá sido na sua génese, uma experiência. Para os proprietários tratava-se um “laboratório” em que desejavam saber se a sua selecção musical teria eco ou ressonância em Macau, tendo em conta a pequena dimensão do mercado musical local. “Acreditamos que a beleza de música é sentida por todos quando abrem o coração”, afirmam os proprietários no Facebook. E foi assim que começaram a “apresentar as músicas não tão populares”, assumindo esta postura como mote do que se fazia na Pin-to. Através da exposição de CDs, realização de seminários e produção de concertos, foi objectivo do pequeno espaço comercial divulgar as músicas que vinham de fora e ali serem apreciadas. O trabalho era procurar álbuns de destaque vindos de todo o mundo ao mesmo tempo em que estabelecia elos de cooperação com etiquetas independentes. Da canção de intervenção, com passagem pela música electrónica experimental, o “ruído” e o rock, a Pin-To conferia um espaço para cada uma destas áreas. Ainda que algumas pessoas pudessem pensar que são estilos musicais feitos para minorias, para eles “mostrar a minoria” é uma mais valia, afirma a apresentação. Ultimamente as prateleiras estão cada vez mais vazias, mas as oportunidades de encontro com “novos e velhos amigos” têm aumentado e é neste registo que se realiza o Festival de Música. * por Angela Ka e Sofia Mota