“Transformação da economia chinesa está repleta de dificuldades e incertezas”

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse ontem que a transformação da segunda maior economia do mundo está repleta de dificuldades e incertezas, mas assegurou que o país não é uma fonte de incerteza na economia mundial.
“Vai ser uma transição dolorosa e um processo sinuoso”, afirmou Li Keqiang, perante uma audiência internacional, no segundo dia do Fórum Económico Mundial ‘Summer Davos’, em Dalian, importante cidade portuária no nordeste da China.
A liderança chinesa está a encetar uma transição no modelo de crescimento do país, visando maior ênfase no consumo doméstico, em detrimento das exportações e investimento, que asseguraram três décadas de trepidante, mas “insustentável”, crescimento económico.
Neste contexto, “altos e baixos na performance da economia são difíceis de evitar”, disse Li, designando o actual momento como “natural”, perante as mudanças em curso.
Nas últimas semanas, os mercados financeiros internacionais caíram abruptamente, após dados negativos sobre o comércio externo chinês e o persistente abrandamento na segunda maior economia do mundo.

Fonte de crescimento

“A China não é uma fonte de risco para a economia mundial, mas uma fonte de crescimento”, considerou Li Keqiang, lembrando que o país contribuiu com 30% do total da expansão económica global na primeira metade do ano.
No primeiro semestre de 2015, o Produto Interno Bruto chinês subiu 7%, face a 2014 – o valor mais baixo desde 2009 -, exactamente dentro da meta fixada pelo Governo.
Esta semana, um relatório da câmara do comércio da delegação da União Europeia em Pequim refere que “as adversidades da economia chinesa só poderão ser superadas se as autoridades corrigirem os seus velhos métodos”.
“O Governo chinês deve evitar as suas tendências proteccionistas, que continuam a restringir o acesso legítimo ao mercado”, lê-se no relatório a que a Agência Lusa teve acesso.
Dois anos após a liderança chinesa ter reconhecido o “papel decisivo do mercado” na vida económica do país, o documento refere que existem “avanços, mas também recuos”, e aponta a ausência do primado da Lei e a excessiva intervenção governamental como os principais obstáculos à reforma económica no país.

11 Set 2015

Educação Cívica | Professores confusos com disciplina, apontam lado político

A um ano da disciplina de Educação Cívica ser obrigatória no ensino de Macau, os professores ainda não se sentem preparados sobre o que vão ensinar aos alunos. Dizem que o tema poderá ter um cunho político e questionam-se como é que vão avaliar os estudantes

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]um ano do início da Educação Cívica obrigatória no ensino primário em Macau, depois de este ano ter começado na pré-primária, são muitas as dúvidas dos professores sobre uma disciplina que foi repudiada em Hong Kong. Em que consiste ‘amar a pátria’? Como é que tal sentimento é avaliado? Os alunos podem criticar o comportamento da China? Com que impacto para as suas notas? E os que não são chineses? Estas são algumas das questões levantadas por professores ouvidos pela agência Lusa.
A Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) fala de objectivos educativos que passam pelo “reforço da consciência nacional e universalista dos alunos (…), da sua consciência cívica, com vista ao exercício de uma cidadania responsável”.
De acordo com o material a que já teve acesso, a professora primária Maggie Vai estima que entre 20 a 30% da disciplina incida sobre os chamados conteúdos patrióticos – incluindo a promoção do ‘amor à pátria’ – aqueles que levaram a uma rejeição da matéria no território vizinho.
“Não me parece muito relevante perguntar aos alunos se amam o seu país. Ensinar a história ou falar de figuras importantes, isso claro que sim. Devem conhecer [o país] mas isso tem de significar que o devem amar sem discutir?”, questiona.
Maggie Vai receia que exista um entendimento, não explícito, de que “Educação Cívica é amar Macau, o que equivale a amar a China, o que quer dizer amar o Partido Comunista”.

Chumbado por falta de amor

O livro recomendado – que não é obrigatório – usa uma linguagem que enfatiza a “valorização” da China e afasta a crítica, diz. “Se amam [a China], óptimo, mas se não amam deviam poder dizer por quê. Não vi [no material curricular] nada sobre a crítica, tudo tem de ser positivo”, comenta.
A avaliação é uma grande preocupação para a professora: “Como é que posso saber se amam o seu país? E o que significa chumbar um aluno a Educação Cívica? Que ele não tem moral?”.
Sobre a avaliação, a DSEJ garante que será abrangente, incluindo “observação do desempenho dos alunos nas aulas, registo das actividades”, interacção com o professor, “auto-avaliação dos alunos, avaliação entre colegas, intercâmbios com encarregados de educação e o pessoal envolvido”, além “dos exames tradicionais escritos”. educação patriótica
O mesmo tipo de preocupações tem o professor do ensino secundário Jack Ng, que ainda vai esperar dois anos lectivos para o ensino da disciplina. “A Matemática é algo fixo, a Educação Cívica é um pouco mais política, tem que ver com quem define a verdade e o que deve ser feito em sociedade. Acho que os professores não estão preparados para debater isto. Há um discurso que defende que devemos apresentar apenas uma resposta correcta”, alerta.
“O que significa amar um país? Podemos ser nós a definir esse amor ou temos de estar todos a falar do mesmo?”, questiona, lembrando que, apesar do manual recomendado pela DSEJ, uma publicação da China continental, não ser obrigatório, poucas escolas devem optar por criar o seu material, devido à já elevada carga de trabalho.

[quote_box_left]“Não me parece muito relevante perguntar aos alunos se amam o seu país. Ensinar a história ou falar de figuras importantes, isso claro que sim. Devem conhecer [o país] mas isso tem de significar que o devem amar sem discutir?” – Maggie Vai, professora primária[/quote_box_left]

E os outros?

Maggie Vai lembra ainda outro problema: e os alunos que não são chineses? Além da Escola Portuguesa de Macau, a cidade conta com alguns estabelecimentos de ensino internacionais e, ainda que minoritária, uma população estudantil estrangeira.
“Os alunos têm de reconhecer a sua nacionalidade como chinesa e conhecer a história da China. Mas e se não forem chineses? Temos tantos alunos internacionais”, critica.
Sobre a disciplina, a Escola Portuguesa de Macau explica que ainda não recebeu “directivas específicas”.
“Não sabemos bem o que a DSEJ pretende e não vale a pena falarmos do que não sabemos. Somos uma escola portuguesa e tem sempre de haver adaptações. Não estamos preocupados ainda”, diz à Lusa Zélia Mieiro, a vice-presidente da direcção da escola.

Macau silencioso

A disciplina de Educação Cívica foi repudiada em Hong Kong com milhares nas ruas em protesto e vai passar, agora, a ser obrigatória em Macau, onde não se espera oposição, apesar das dúvidas quanto ao ensino do conteúdo patriótico.
Uma reforma curricular tornou a matéria obrigatória nos estabelecimentos de ensino de Macau, entrando em vigor de forma faseada: este ano avançou apenas no ensino infantil, incluindo conceitos básicos, mas no próximo ganha forma de disciplina no ensino primário e nos anos seguintes no secundário geral e complementar.
Em Hong Kong, onde se chamava Educação Nacional, não chegou a sair do papel. Em 2012, uma agressiva campanha popular rejeitou a disciplina como obrigatória por receio de que tentasse forçar um sentimento de identidade nacional para com a China que muitos residentes de Hong Kong não subscreviam.
Em resposta à Lusa, a DSEJ refere que “a promoção da educação moral e cívica visa elevar a literacia moral dos alunos e as qualidades que devem possuir, enquanto cidadãos, incluindo dar a conhecer aos alunos a história e cultura da China e cultivar o seu sentido de pertença em relação ao país”.
Eric Chong, académico do Instituto de Educação de Hong Kong, que em Outubro vai abordar os “desafios da implementação da educação nacional em Hong Kong e Macau” numa conferência, prevê pouca resistência no território.
“As coisas são muito diferentes em Hong Kong. Temos uma identidade local muito forte, as pessoas sentem que é muito difícil aceitar a Educação Nacional, sentem que têm um sistema de valores muito diferente [do da China], ideias políticas muito diferentes”, explica.
Em Macau, “vai haver uma recepção muito mais fácil porque a ligação à China já existe”. “Já antes da transferência, muitos chineses que viviam em Macau queriam o regresso à China e acolheram com agrado a restauração da soberania”, lembra.
O académico explica que a criação destas disciplinas tem como objectivo a adopção plena da identidade chinesa, em particular nas regiões administrativas especiais.
“O Governo quer que os jovens do futuro tenham orgulho em dizer ‘Sou chinês’”, aponta. A introdução de tal matéria funciona como um último empurrão às transferências: “Nos jornais chineses falam sempre de uma ‘engenharia dos corações das pessoas’ para a qual a educação é uma área chave. Depois da transferência de soberania, o lado chinês sempre sentiu que as pessoas em Hong Kong, e talvez em Macau, ainda não tinham regressado, que não estavam a abraçar totalmente a identidade chinesa”.
Sublinhando que cabe à população de Macau pronunciar-se sobre o assunto, Chong alerta para alguns riscos de uma disciplina que tem sido politicamente conotada: “A ‘endoutrinação’ é uma das principais preocupações. Todos os governos querem cidadãos leais, obedientes e que os apoiem. Mas também se deve permitir que as pessoas tenham as suas próprias opiniões, um pensamento crítico”.

9 Set 2015

Diversificação da economia com MTC

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, disse ontem que a industrialização da medicina tradicional chinesa é “uma importante estratégia para a promoção da diversificação adequada da economia” local. Leong falava durante a cerimónia de assinatura de um protocolo de cooperação do parque de Medicina Tradicional e a Guangzhou Pharmaceutical Holdings Limited, documento que o governante considerou importante dado permitir vantagens para ambas as partes.
“A Guangzhou Pharmaceutical Holdings Limited aproveitará as vantagens políticas na zona de comércio livre de Hengqin e, ainda, as vantagens relativas ao projecto da plataforma internacional do Parque Industrial, acreditando que a cooperação entre as partes contribuirá para o sustentado desenvolvimento da indústria da medicina tradicional chinesa entre Guangdong e Macau”, disse.
O Secretário acrescentou ainda que acredita que a entrada da empresa chinesa no parque irá “impulsionar o modelo do desenvolvimento da abrangente indústria de saúde no Parque Industrial, e que, através do Parque Industrial, como plataforma internacional, a Guangzhou Pharmaceutical Holdings Limited poderá estabelecer contactos com os países lusófonos e com os países da Associação de Nações do Sudeste Asiático, para exportar os seus próprios produtos de medicina tradicional chinesa”. O parque está em construção e a sua conclusão está prevista para 2017.
Mais recentemente, a equipa do Parque Industrial estabeleceu um acordo com o Fórum Macau “procurando estabelecer contactos com os países lusófonos, para a cooperação no âmbito do registo internacional e do comércio internacional”.

9 Set 2015

“O Desolado” candidato de Portugal a uma nomeação para Óscares

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] filme As Mil e Uma Noites, Volume 2: O Desolado, do realizador Miguel Gomes, é o candidato de Portugal a uma nomeação para o Óscar de melhor filme estrangeiro, anunciou esta segunda-feira a Academia Portuguesa de Cinema.
De acordo com um comunicado da Academia Portuguesa das Artes e Ciências Cinematográficas, aquele filme da trilogia de Miguel Gomes foi escolhido para representar Portugal na categoria de Melhor Filme Estrangeiro nos Óscares da Academia Americana de Cinema.
O Volume 2 conta com as interpretações dos actores Joana de Verona, Teresa Madruga, Gonçalo Waddington, Crista Alfaiate, João Pedro Bénard, Xico Xapas e Luísa Cruz nos papéis principais.
Este filme integra uma trilogia baseada no conto persa As Mil e Uma Noites, no qual a rainha Xerazade entretém o rei com histórias fantásticas para preservar a própria vida. o desolado974562
“As histórias contadas são sobre um país socialmente desesperado onde predomina o descontentamento. Esse país é Portugal”, sublinha o comunicado da Academia sobre o filme.
O júri da Academia que seleccionou o filme foi composto por Paulo Trancoso (produtor), Lauro António (realizador), André Szankowski (director de fotografia), Pedro Melo (director de som) e Miguel Monteiro (actor).
A estreia da longa-metragem de Miguel Gomes As Mil e Uma Noites, Volume 2: O Desolado, está marcada em Portugal para o dia 24 de Setembro.

9 Set 2015

UE e China investem 130ME em inovação

[dropcap style=’circle’]O comissário europeu, Carlos Moedas, anunciou ontem, em Pequim, um investimento conjunto anual, entre a União Europeia (UE) e a China, no valor de 130 milhões de euros, até 2020, na área da inovação.
“Queremos juntar a ciência fundamental com a capacidade de olhar para os clientes, e de compreender os novos modelos de negócio”, disse à agência Lusa Carlos Moedas, que detém a pasta da Investigação, Ciência e Inovação.
O comissário considera que o acordo, feito no âmbito do programa da UE Horizonte 2020, une a inovação ligada ao cliente, “em que a China está muito mais avançada”, e o “pólo de saber e da ciência fundamental” que é a Europa. conferÍncia de imprensa realizada na sede do Partido Social Democrata
O mecanismo de co-financiamento será suportado maioritariamente pela UE, com 100 milhões de euros, enquanto a parte chinesa investirá o equivalente a 30 milhões de euros.
Concebido para seis anos (2014-2020), o “Horizonte 2020” é o maior programa público de apoio à investigação e à inovação do mundo e está dotado com um orçamento de praticamente 80 mil milhões de euros, o equivalente a 8% do orçamento comunitário.

Da cooperação

Questionado sobre se a China é actualmente encarada mais como concorrente ou como parceira da UE, o comissário diz que “hoje em dia o mercado funciona de uma maneira, em que quem não coopera, não consegue sequer ser concorrente”.
Carlos Moedas reuniu-se na segunda-feira com o ministro da Ciência e Tecnologia chinês, Wan Gang, e com o presidente da Academia Chinesa de Ciências, Bai Chunli.
No mesmo dia, visitou a zona de Zhongguancun, no nordeste de Pequim, conhecida como a “Silicon Valley” da China: “Fiquei com uma impressão excelente. Vi empreendedores com grande fibra, com uma grande vontade de vencer, de construir empresas”. 6755068762_6e8558ae43_b
Ontem, o comissário partiu para Dalian, importante cidade portuária do nordeste da China, para participar do Fórum Económico Mundial “Summer Davos”, que decorre até ao dia 11 de Setembro e conta com a participação do primeiro ministro chinês Li Keqiang.
A China é actualmente o segundo maior parceiro comercial da União Europeia a seguir aos Estados Unidos, enquanto o ‘grupo dos 28’ é o principal destino das exportações chinesas.
Carlos Moedas, que não falou sobre política nacional, foi secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro português Pedro Passos Coelhos e um dos protagonistas nas negociações com os representantes da ‘troika’ – Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia.
Em Agosto de 2014, foi anunciado como o nome escolhido por Pedro Passos Coelho para representar Portugal na Comissão Europeia, integrando a equipa de Jean Claude Juncker.

9 Set 2015

Bolsa interrompida caso se registem oscilações de 5% ou mais

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] China planeia interromper as negociações nas bolsas, em caso de oscilações de 5% ou mais, numa medida que visa reduzir a volatilidade do mercado, de acordo com um comunicado das duas praças financeiras chineses.
Caso o índice das 300 principais companhias cotadas cair ou subir 5%, as autoridades vão suspender as negociações em ambas as praças de Xangai e Shenzhen por um período de 30 minutos, lê-se no comunicado.
Mas se o mesmo índice – que inclui empresas como o gigante bancário ICBC e estatais do sector energético como a PetroChina e a Sinopec – oscilar em 7%, as negociações serão interrompidas durante o resto do dia, acrescenta.
O documento refere que o mecanismo – designado por “interruptor” – vai “prevenir riscos na bolsa” e promover o “desenvolvimento estável e saudável do mercado de acções”.
Trata-se da mais recente medida adoptada pelas autoridades chinesas com vista a controlar o ‘estouro’ da bolha que levou a uma queda de 40% no Índice Composite de Xangai, desde o pico de Maio, e depois de ter valorizado 150% no espaço de um ano.

Estímulos excepcionais

Antes da abrupta desvalorização, o Governo chinês lançou um pacote extraordinário de estímulos, incluindo financiar uma empresa estatal para compra de acções, com vista a dinamizar o mercado.
O banco norte-americano Goldman Sachs estima que as autoridades chinesas tenham gasto 1,5 biliões de yuan para ‘segurar’ as bolsas, nos últimos três meses, segundo avança a agência de informação financeira Bloomberg.
De acordo com as medidas vigentes até à data, as acções individuais não podem subir ou descer mais de 10%.
O ministro das Finanças chinês disse na segunda-feira que os investidores que retenham acções durante mais de um ano beneficiarão de um alívio de 20% no imposto sobre dividendos, enquanto os que o façam por um mês serão favorecidos em metade da carga fiscal.
 

9 Set 2015

Selecção | Portugal à porta do Euro2016

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m golo de Miguel Veloso, já nos descontos, deixou Portugal a um ponto do apuramento directo para o Euro2016 de futebol, ao selar o triunfo por 1-0 na Albânia, em jogo do Grupo I.
Na Arena Elbasan, o médio voltou a vestir a camisola da selecção portuguesa passado um ano de ausência e, de cabeça, marcou o tento decisivo, aos 90+2 minutos, após um canto de Ricardo Quaresma.
Com tem sido hábito neste apuramento, Portugal esteve longe de ser brilhante, mas foi pragmático, chegou ao golo já quando o nulo era quase certo (tal como sucedeu na Dinamarca) e ficou com pé e meio no Europeu do próximo ano, em França.
Depois do desaire no arranque da campanha perante os albaneses, em Aveiro, a formação das ‘quinas’ alcançou um triunfo precioso na casa de um adversário directo e reforçou a liderança do Grupo I com 15 pontos, mais três que Dinamarca e quatro de Albânia.
Portugal, que somou a quinta vitória consecutiva no apuramento, todas pela margem mínima, repetiu o feito de 1996 e 2009 e continua com um recorde 100 por cento vitorioso nas viagens à Albânia.
Juntamente com Pepe, Miguel Veloso, antes do golo, já estava a ser uma das melhores unidades lusas em campo, num jogo em que Cristiano Ronaldo bem tentou regressar aos golos, mas demonstrou que precisa de afinar melhor a pontaria. thumbs.web.sapo
Bernardo Silva foi a surpresa no ‘onze’ de Fernando Santos, que também apostou em Miguel Veloso e Danny, e que voltou a prescindir de ter um ponta de lança, como tem sido hábito nos jogos fora, entregando as tarefas ofensivas a Ronaldo.
O seleccionador português regressou após castigo e assistiu no banco de suplentes a um início de parte muito disputado a meio-campo, com ambas a falharem muito no passe.
Com o passar dos minutos, mesmo sem grande brilhantismo, Portugal tomou as ‘rédeas’ do encontro, sobretudo após um remate perigoso de Ronaldo, que obrigou o guardião albanês a boa defesa, e um remate de Nani ao poste, em dois lances seguidos.
Pela primeira vez titular em jogos oficiais, Bernardo Silva apareceu descaído para o lado direito e deu classe à equipa portuguesa, enquanto Miguel Veloso encheu o terreno com vários roubos de bola, embora depois com pouco discernimento na altura de lançar o ataque.
A verdade é que Portugal, também com Pepe ‘imperial’ no centro da defesa, ‘secou’ a equipa albanesa na primeira parte, tanto que Rui Patrício tocou pela primeira vez na bola já o intervalo estava perto.
Sem jogar um futebol de ‘encher o olho’, a selecção portuguesa teve oportunidades para regressar aos balneários em vantagem, com Ronaldo (com os gritos Messi, Messi, Messi a crescerem nas bancadas) a testar novamente Berisha, aos 29 minutos, e depois Bernardo Silva, que, em boa posição, falhou o alvo, aos 39. ricardo-quaresma-17
Na segunda parte, Portugal entrou a pressionar mais alto e voltou a estar perto de marcar, em ambas as ocasiões por Danny, aos 56 e 60 minutos.
Com alguma surpresa, Bernardo Silva saiu para dar lugar a Quaresma, que praticamente não entrou em jogo, acabando a formação de Fernando Santos por perder alguma criatividade.
Com o passar dos minutos, o meio-campo luso foi perdendo intensidade e poder de choque, o que resultou na melhor fase da Albânia. Aos 75 minutos, Çikalleshi fez a bola embater com estrondo na barra da baliza de Rui Patrício, num lance em que a bola ainda tabelou em Ricardo Carvalho.
O jogo ficou ainda mais partido com a entrada de Éder para o lugar de Danny, uma aposta de risco de Fernando Santos e que deu lugar a um final frenético na Arena Elbasan.
A Albânia ganhou ascendente e até, a certa altura, ‘sufocou’ a selecção lusa, que mesmo assim voltou a estar perto de marcar por Eliseu, que, isolado por Cristiano Ronaldo, tentou o chapéu e falhou por centímetros.
Quando era quase certo o nulo, na marcação de um pontapé de canto, Miguel Veloso subiu mais alto e deu o triunfo a Portugal, aos 90+2 minutos, dando a melhor sequência a um cruzamento de Ricardo Quaresma, na direita.

9 Set 2015

Pedras gigantes superam Stonehenge e podem ser descoberta sem precedentes

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]rqueólogos acreditam que cerca de uma centena de monolitos descobertos a poucos quilómetros do misterioso monumento arqueológico de Stonehenge poderão ser a maior estrutura neolítica da Grã-Bretanha.
As pedras de 4,5 mil anos, algumas com mais de 4 metros de altura, estão enterradas a cerca de um metro de profundidade e foram identificadas com o uso de um radar no «Super-henge» de Durrington Walls, um enorme círculo de pedras, muito maior do que Stonehenge, na mesma região do monumento.
O monumento, que terá 1,5 km de circunferência e 500 m de diâmetro, é de uma «escala extraordinária» e único, de acordo com os pesquisadores. A área de Durrington Walls terá cinco vezes o tamanho de Stonehenge.
O grupo de cientistas do Stonehenge Hidden Landscapes está a trabalhar num mapa subterrâneo da área há cinco anos.
O novo monumento situa-se a apenas três quilómetros de Stonehenge e acredita-se que era um lugar destinado à realização de rituais.
As pedras foram erguidas ao lado de uma vala circular de cerca de 20 m de diâmetro.
Os cientistas descobriram que as pedras ficavam de pé, no que poderia ser um monumento mais impressionante do que o outro. stonehenge
«Pensamos que não há nada como isto no mundo», disse o investigador que liderou o grupo, Vince Gaffney, da Universidade de Bradford.
«Isto é completamente novo e a escala é extraordinária», sublinhou.
O uso de radar permitiu mapear estrutura sem fazer escavações.
A presença do que parecem ser pedras, cercando o local de um dos maiores estabelecimentos neolíticos da Europa, acrescenta um novo capítulo à história de Stonehenge.
As descobertas estão a ser anunciadas no primeiro dia do Festival de Ciência Britânico, na Universidade de Bradford.

9 Set 2015

Afeganistão | Envenenamento intencional de 600 afegãs

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s colégios femininos da cidade de Herat, a terceira mais populosa do Afeganistão estão em estado de alerta após o envenenamento premeditado de 600 alunas em oito dias e depois de esta segunda-feira outras 250 terem sido intoxicadas, informaram fontes oficiais.
As 250 estudantes envenenadas ontem, com idades entre os 8 e 17 anos, foram hospitalizadas depois de apresentaram um quadro de enjoo, vómitos e dores de cabeça após possivelmente inalar um tipo de gás quando entraram nas salas de aula, disse o porta-voz do Hospital Regional de Herat (HRH), Rafik Shirzai. veneno070915
«Agora, a situação está controlada. As meninas estão melhor após receber tratamento», explicou Shirzai.
Já o porta-voz do governo de Herat, Ehsanullah Hayat, afirmou que as autoridades já estão a trabalhar num novo plano de segurança para as escolas.
«Durante os últimos dias, enviamos forças de segurança para os colégios, principalmente os femininos», ressaltou, ao reconhecer que há falta de efectivos para proteger todos as escolas.

Investigação em curso

O governo local está a realizar várias reuniões de emergência, embora ainda não tenha esclarecido as causas das intoxicações e quem está por trás delas.
«Estamos a investigar seriamente o caso e continuamos à procura dos culpados», garantiu o porta-voz da polícia de Herat, Abdul Rauf Ahmadi.
A educação feminina tem aumentado consideravelmente em Herat. Somente no ano passado, do total de candidatos a uma vaga na universidade, 55% era do sexo feminino.
Os casos de intoxicações em escolas para meninas são bastante frequentes no Afeganistão e costumam estar rodeados de mistério. Os talibãs, tradicionalmente opostos à educação feminina, foram apontados por estas intoxicações no passado, mas porta-vozes dos insurgentes negaram envolvimento nestes factos e recentemente asseguraram que se governassem permitiriam que as mulheres estudassem.

9 Set 2015

Birmânia | Aung San Suu Kyi pede eleições livres e justas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap] líder da oposição birmanesa, Aung San Suu Kyi, pediu ontem eleições livres e justas, no início da campanha eleitoral para a votação de 8 de Novembro, a primeira em décadas organizada por um Governo civil.
Suu Kyi considerou a eleição “um momento crucial” para o país e para a sua transição para uma democracia, num vídeo publicado na página de Facebook do seu partido, a Liga Nacional para a Democracia (NLD, na sigla inglesa).
“Pela primeira vez em décadas, o nosso povo terá a oportunidade real de trazer uma mudança, é uma oportunidade que não podemos perder”, disse. Aung
“Esperamos que o mundo compreenda quão importante é para nós ter eleições livres e justas e garantir que o resultado será respeitado por todas as partes” acrescentou.
A Nobel da Paz pediu ajuda à comunidade internacional, solicitando que observe o processo eleitoral antes, durante e, “de forma crucial”, depois das eleições, para assegurar que a vontade dos birmaneses é respeitada.

Factores únicos

As eleições de Novembro serão as primeiras que a Birmânia celebra com um Governo civil em meio século, depois de, em 2011, a última junta militar se ter dissolvido e o poder transferido para o Governo formado por ex-generais após as eleições de 2010.
Essa votação foi boicotada pela NLD, que não pode apresentar Suu Kyi como candidata, que na altura estava em prisão domiciliária, da qual foi libertada uma semana depois.
A líder da oposição conseguiu um assento no parlamento em eleições parciais realizadas um ano depois, em que a NLD venceu o partido no poder (USDP).
No entanto, Suu Kyi não pode candidatar-se à presidência do país devido a uma disposição na Constituição, aprovada pelos militares, que veta ao cargo pessoas com familiares estrangeiros, como é o seu caso, já que os filhos de Suu Kyi têm passaporte britânico.

9 Set 2015

IPM | Alunos de países lusófonos deverão duplicar em 2016

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]presidente do Instituto Politécnico de Macau (IPM) disse ontem que os alunos em intercâmbio dos países lusófonos deverão duplicar para cem no próximo ano lectivo, quando o instituto ganhar espaço nas antigas instalações da Universidade de Macau (UM).
“A falta de espaço é a primeira dificuldade com que nos deparamos na formação de bilingues”, afirmou Lei Heong Iok à agência Lusa, à margem de um seminário que decorre até terça-feira no IPM.
Em Agosto do ano passado, o Governo anunciou que as antigas instalações da UM, localizadas na Taipa, vão ser reservadas para o ensino superior, após terminada a respectiva transferência para a Ilha da Montanha. Várias universidades manifestaram interesse, tendo o Governo atribuído as concessões este ano.
“Felizmente, o Governo cedeu ao IPM cinco edifícios no antigo campus da UM. No próximo ano vamos deslocar para lá o nosso Centro Científico e Pedagógico da Língua Portuguesa e um dos edifícios será para dormitórios. Nessa altura, teremos melhores condições, em particular para os dormitórios”, explicou. IPM
Actualmente, as residências dos estudantes funcionam dentro do IPM, além de outros alojamentos fora do instituto.
Segundo Lei Heong Iok, o número de estudantes de intercâmbio de países lusófonos no IPM passou de cerca de 30 em 2014 para um pouco mais de 40 este ano e a meta é chegar a cem no próximo ano. A maior parte destes alunos vem de Portugal, nomeadamente no âmbito da licenciatura em Tradução e Interpretação Português/Chinês – Chinês/Português, em parceria com o Instituto Politécnico de Leiria.
Este ano, o IPM reforçou a oferta na área com o curso de Relações Comerciais China-Países Lusófonos, uma licenciatura que para Lei Heong Iok “resulta da consciência clara da importância do português no diálogo empresarial entre a China e a lusofonia”.
Também presente no seminário de ontem, o secretário-geral do Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países da Língua portuguesa, Chang Hexi, salientou o aumento da procura de quadros bilingues em Macau, mas também no interior da China, graças ao desenvolvimento das relações económicas e comerciais com o universo lusófono e, em especial, às políticas de Pequim para estimular a internacionalização das empresas chinesas.
“Registou-se, nos últimos anos, um grande aumento de investimento chinês nesses países, pelo que, as empresas chinesas também carecem urgentemente de talentos bilingues”, referiu.
Chang Hexi estimulou ainda os participantes no seminário “a apresentarem propostas para um melhor aproveitamento das vantagens de Macau para o ensino bilingue”.

8 Set 2015

Jockey Club | Governo renova contrato de concessão por mais dois anos

Apesar das quebras consecutivas nos lucros e da torrente de críticas face às condições do Jockey Club, o Governo renovou por mais dois anos o contrato exclusivo para as corridas de cavalos

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Macau Jockey Club conseguiu a renovação do contrato exclusivo das corridas de cavalos, apesar dos prejuízos e críticas às condições a que estão sujeitos os animais. O Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, confirmou a renovação do contrato de concessão por um período de dois anos à Companhia de Corridas de Cavalos, que opera o espaço.
A decisão do Governo, que já tinha sido avançada a semana passada pelo Jornal Tribuna de Macau, não foi ainda publicada em Boletim Oficial, mas Lionel Leong disse na sexta-feira à imprensa que o novo contrato seguia os mesmos termos do que expirou a 31 de Agosto.
“O departamento relevante sugeriu a renovação da licença por mais dois anos. De acordo com a actual situação, devemos utilizar estes dois anos para procurar desenvolver mais o Macau Jockey Club. Isto fará com que estejam de acordo com o desenvolvimento económico, incluindo a posição de Macau como centro de turismo internacional”, disse Lionel Leong, citado pela TDM.
A renovação da concessão acontece numa altura em que a empresa tem prejuízos acumulados de 3,8 mil milhões de patacas até 2014. Apesar de anos consecutivos com as contas no vermelho, a empresa manifestou sempre o interesse de continuar. Numa resposta escrita à Lusa no início de Agosto, o director-executivo, Thomas Li, afirmou que o agravamento dos prejuízos de 2013 para 2014 “deve-se à tendência de baixa do volume de negócios, a qual é semelhante à experimentada pelo sector do Jogo em Macau e também noutros clubes de corridas na Ásia”.
As perdas da empresa arrastam-se, no entanto, desde 2005, enquanto a rota descendente das receitas brutas dos casinos só foi encetada em Junho de 2014.
Para fazer face a essa “tendência”, o Macau Jockey Club “considera que o mais importante é melhorar as instalações, bem como os serviços (…), sendo a primeira prioridade a renovação das pistas”. “Os futuros aperfeiçoamentos vão levar-nos em direcção a padrões internacionais e a atrair mais clientes”, acrescentou.

ANIMA desagradada

A renovação da concessão do Macau Jockey Club foi já contestada pela Sociedade Protectora dos Animais – ANIMA, que questiona a gestão da empresa e as condições em que vivem os cavalos, nomeadamente os já retirados das provas.
“Não conseguimos perceber (…) como é que uma empresa que está insolvente, quase tecnicamente falida, pode fazer mais. Modernizar o quê, se os estábulos estão a cair (…) e as instalações completamente degradadas? Durante tantos anos essa empresa foi incapaz de gerir o Jockey Club de forma eficiente e agora o Secretário [para a Economia e Finanças] entende que em dois anos esses senhores vão fazer um grande investimento”, disse o presidente da ANIMA, Albano Martins, na TDM.
“A ANIMA protestou junto do Secretário [para a Economia e Finanças] e enviou uma carta ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC) para que a empresa seja investigada, porque nós não conseguimos acreditar como é que uma empresa que tem (quase) quatro milhões de patacas de prejuízos entende que deve continuar a fazer esse negócio”, acrescentou.
Dados consultados pela Lusa mostram que a Companhia de Corridas de Cavalos soma prejuízos anuais consecutivos desde 2005. O pior registo financeiro remonta a 2006 com perdas de 286,6 milhões de patacas. Desde 1999, teve lucros apenas em quatro anos, com o mais recente a remontar a 2004, de acordo com os mesmos dados.
Os anos seguintes oscilaram entre ligeiros altos e baixos, mas as contas mantiveram-se negativas até 2014, ano que encerrou com prejuízos de 51,2 milhões de patacas. As receitas das corridas de cavalos no cômputo do sector do Jogo: em 2014 totalizaram 306 milhões de patacas, ou seja, apenas 0,08%.

Já era

Numa visita, a Lusa viu que as corridas estão reduzidas a meia dúzia por mês e as bancadas estão [geralmente] “às moscas”. Funcionários do Jockey Club, que falaram sob a condição de anonimato, apontaram como principal motivo “a concorrência dos casinos” e também o facto de terem as obras do metro ligeiro – em construção – literalmente à porta há um par de anos.
“Com tantas construções à volta agora quase nem se percebe onde é a entrada”, afirmou uma funcionária. Esse argumento é utilizado para justificar, em parte, a degradação das infra-estruturas do local, com um desgaste visível incluindo nas áreas públicas.
O mau estado das infra-estruturas é do conhecimento público e foi inclusivamente exposto numa carta aberta de membros clube, cujos excertos foram reproduzidos pelo jornal South China Morning Post. Esta missiva surgiu pouco depois de um cavalo ter sofrido lesões na sequência da queda de um bloco de cimento do teto dos estábulos, o que o afastou temporariamente da competição.
Tanto as críticas dos membros do clube como as notícias de que as precárias instalações têm estado na origem de acidentes foram desvalorizadas pelo Macau Jockey Club na conversa com a Lusa.
“Às vezes as reparações podem demorar mais por causa do tempo ou dos materiais. Aconteceram um ou dois acidentes, mas estão sempre a decorrer reparações”, afirmou um dos responsáveis.
Em resposta escrita à Lusa, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) – que procede a fiscalizações não periódicas às cavalariças e a inspecções sanitárias aquando da importação e exportação – disse ter verificado recentemente que os animais recebiam os “devidos cuidados e que a limpeza, na maioria das cavalariças, atingia o nível satisfatório”.
Este instituto aconselhou, porém, o Jockey Club “a prestar atenção à manutenção e gestão das instalações e, ao mesmo tempo, à limpeza, desinfecção e prevenção de doenças, bem como à eliminação de perigos para a segurança no interior das cavalariças, de modo a garantir a protecção dos cavalos e trabalhadores”.
Segundo dados facultados à Lusa pela empresa, o Macau Jockey Club tem actualmente cerca de 430 cavalos, incluindo duas dezenas de retirados das competições, a maioria de residentes de Hong Kong e da China.

Deputados esperam novo modelo de operação

Os deputados Si Ka Lon e Zhen Anting consideram que não faz sentido o Jockey Club manter a situação actual e esperam que a empresa comece as novas operações durante mais dois anos com um diferente “pensamento de negócio” e diferentes projectos.
Em declarações ao Jornal Ou Mun, Si Ka Lon apontou que o Jockey Club já perdeu lucros há mais de um ano, algo que significa, para o deputado, que o espaço não está a ser bem aproveitado.
Apesar de considerar “aceitável” que o Governo renove por mais dois anos a concessão – considerando a necessidade de diversificação económica –, Si Ka Lon acha que o Jockey Club tem de mostrar que merece manter-se.
“O actual modelo de operação não é viável. Caso haja novos pensamentos e planeamento de negócios, é bom que a concessão seja renovada, caso continue a perder lucros não faz grande sentido continuar por mais dois anos. Em primeiro lugar, o Jockey Club deve fazer parar a queda das receitas, depois pensar em desenvolver-se. Por exemplo, poderia pensar em promover mais o hipismo.”
Zheng Anting concorda e diz que, actualmente, o Jockey Club abre apenas quando há corridas, mantendo-se silencioso nos restantes dias, pelo que considera também que este espaço “tão grande” não foi aproveitado de forma apropriada. O deputado sugere que a operadora introduza factores não jogo como parques de diversões, actividades para famílias e espaços criativos e culturais, criando mais movimento no local.

7 Set 2015

Documentário | Jornalista português retrata origens da “Última Religião”

Hugo Pinto, jornalista português radicado em Macau, esteve no Brasil para documentar a doutrina de Auguste Comte, que trabalha o conhecimento como uma religião

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]jornalista português Hugo Pinto retratou em documentário as origens, o culto e a minoria seguidora da “Última Religião” – a da Humanidade –, com marca em símbolos nacionais do Brasil onde figura, aliás, um último reduto. O documentário de estreia do jornalista radicado em Macau, de 35 anos, versa sobre Religião da Humanidade, sem Deus e dos Homens, concebida pelo filósofo francês Auguste Comte, no século XIX, que tem o único “templo” de portas abertas na cidade brasileira de Porto Alegre.
“O tema congrega quase todas as minhas áreas de interesse: a Filosofia, a Religião, a Ciência e a História. Depois, sempre me fascinou o interesse que Auguste Comte tinha em criar uma ciência da organização da sociedade e a forma como pensou todos os seus elementos estruturantes”, explicou Hugo Pinto à agência Lusa. hugo pinto
O documentário foi filmado no Brasil, onde Hugo Pinto esteve aproximadamente um mês para conhecer a influência de uma religião, em cujos princípios Hugo Pinto vê actualidade: “Há ideias que fazem sentido, que se mantêm muito oportunas, como o altruísmo, um termo que o próprio cunhou”.
A doutrina positivista de Comte influenciou inclusive a própria História do Brasil, onde tem hoje o último bastião. “Estiveram na Proclamação da República e até desenharam a bandeira nacional, no entanto, poucos conhecem a importância histórica dos positivistas”, ignorando, por exemplo, que “a ‘Ordem e Progresso’ é um lema do positivismo”.
“A doutrina, em voga na ala militar, cujo movimento levou à proclamação da República, teve em Miguel Lemos e em Raimundo Teixeira Mendes, dois intelectuais que foram estudar para Paris, então centro do mundo, os grandes promotores das ideias positivistas”, importadas, portanto, pelas elites para um Brasil carente de reformas e ávido de mudança.
“Quando regressaram, primeiro criaram o apostolado positivista, mais tarde, a igreja positivista do Brasil, e esse foi o grande centro difusor. Imprimiram centenas de panfletos, explicando as ideias e abordando diversos temas, como a importância da laicidade, do respeito pelas populações indígenas, (…), das leis trabalhistas. Todas estas são conquistas que reclamam como grandes legados deixados pelos positivistas”, observa.

Impressões e fascínios

Um dos aspectos que surpreendeu o jornalista de Macau foi o facto de ideais como a laicidade terem penetrado num país maioritariamente católico que tem, aliás, o Cristo Redentor como um dos principais símbolos. “Foi outro dos motivos pelos quais esta história me fascinou, porque é, de facto, um terreno imensamente fértil para as religiões, até para a da Humanidade”.
Comte “acreditava que o mundo só poderia ser explicado pela ciência e que a Fé seria substituída pela Razão”, rejeitava um Deus sobrenatural, mas reconhecia na religião “um papel importante de união em torno de uma ideia comum e uma ordem moral contra a anarquia do egoísmo”.

[quote_box_left]“O tema congrega quase todas as minhas áreas de interesse: a Filosofia, a Religião, a Ciência e a História”[/quote_box_left]

Contudo, ressalva Hugo Pinto, o filósofo francês imaginou que pelo mundo fora seriam erigidos Templos da Humanidade, mas isso só aconteceu no Brasil e em duas cidades: Rio de Janeiro e Porto Alegre. Hoje, apenas os pilares de um se encontram de pé, frequentado por poucas dezenas de “fiéis”.
“A Última Religião” dá a conhecer “as ideias e as pessoas que, hoje, ainda defendem e acreditam num mundo mais dominado pelo conhecimento e pelo altruísmo como formas de combater dois dos maiores problemas à escala global: o fundamentalismo religioso e os horizontes fechados do capitalismo”, disse.
Hugo Pinto prepara-se agora para lançar a produção independente, que contou com a realizadora portuguesa Luísa Sequeira, no circuito dos festivais, sem esconder a natural preferência por salas do Brasil, Europa e Ásia.
Questionado se acabou por se render à doutrina, o jornalista responde: “Comte diz que todos somos positivistas, mas em graus diferentes”.

7 Set 2015

Duas propostas para aumento salarial da Função Pública

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]ónia Chan garantiu ontem que já foram entregues ao Governo duas propostas de aumento salarial para os trabalhadores da Função Pública. Numa declaração no dia 2, à margem de uma ocasião pública, a Secretária para a Administração e Justiça referiu que a Comissão de Avaliação das Remunerações dos Trabalhadores da Função Pública já terminou a discussão da actualização salarial dos trabalhadores, tendo entregue ao Governo duas propostas de ajustamento salarial. O Governo está agora a analisar as propostas e vai “considerar todos os recursos financeiros na tomada da decisão”, indicou Sónia Chan. Contudo, as medidas de apoio aos trabalhadores de categorias mais baixas irão continuar conforme o previsto, continuou ainda a Secretária.

4 Set 2015

Chui garante que cortes só em despesas “desnecessárias”

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Chefe do Executivo sublinhou ontem que os cortes orçamentais previstos pelas medidas de austeridade se centram em despesas “não necessárias” e garantiu não serem afectadas as “obras públicas, benefícios e regalias da sociedade”.
Chui Sai On falava aos jornalistas no aeroporto de Macau antes de partir para Pequim, onde vai assistir às cerimónias do 70.º aniversário da vitória sobre a invasão japonesa.
As medidas de austeridade, que visam a poupança de 1400 milhões de patacas foram anunciadas na terça-feira depois de conhecidas as receitas dos casinos em Agosto, que registaram uma quebra de 35,5% para 18.623 milhões de patacas.
Também a Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, comentou ontem o novo plano de ajustes, indicando que os cortes vão incidir apenas sobre “despesas desnecessárias”, como deslocações ao exterior.

Maior rigor

“Vamos tentar poupar mais as nossas receitas. Claro que a gestão rigorosa das finanças públicas é uma tarefa muito importante e um princípio geral, básico, que temos de seguir durante a governação. Não vamos cortar, cortar. Vamos controlar as despesas”, disse, citada pela Rádio Macau.
A frota de veículos da Administração, por exemplo, não sofrerá cortes por não ser considerada uma fonte excessiva de despesas – dados dos Serviços de Finanças disponibilizados à rádio dão conta de 3894 veículos.chui sai on
Também na terça-feira, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, garantiu que as áreas afectas à sua tutela – a saúde, educação, segurança social e cultura – não vão sofrer cortes.
As receitas dos casinos de Macau estão em queda homóloga há 15 meses e entre Janeiro e Agosto acumularam 158.882 milhões de patacas, menos 36,5% do que no mesmo período de 2014.
O Secretário da Economia e Finanças, Lionel Leong, tinha anunciado que o Governo assumia cortes na despesa caso as receitas caíssem abaixo de uma média mensal de 20 mil milhões de patacas, o que se verificou no final de Agosto.
Apesar dos cortes, Chui Sai On reafirmou que a saúde financeira de Macau “continua bem” e disse que a “população pode estar descansada”, embora tenha reforçado a necessidade de poupanças, na qual todos os serviços devem colaborar.
As medidas de austeridade anunciadas por Lionel Leong implicam que todos os serviços públicos e organismos especiais devem congelar 5% das despesas orçamentadas para a aquisição de “artigos para o funcionamento diário dos serviços ou de bens consumíveis” e 10% do orçamento para investimento (sem incluir o Plano de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da Administração, o chamado PIDDA).
A Secretaria de Economia e Finanças impõe também que qualquer organismo que tenha registado um saldo excedente no seu primeiro orçamento suplementar veja esse valor deduzido ao montante de subsídios solicitado.

4 Set 2015

Galaxy | Kevin Kelley nomeado novo Chefe de Operações

[dropcap style=’circle’]K[/dropcap]evin Kelley é o novo Chefe de Operações do grupo Galaxy, de acordo com um comunicado da empresa lançado ontem. Kelley tem mais de 40 anos de experiência na área de Jogo, Hotelaria e Entretenimento, supervisionando funções de Desenvolvimento Empresarial, Premium Internacional e Desenvolvimento do Mercado de Massas no Galaxy, no Hotel Starworld e no Broadway Macau. O novo responsável vai igualmente gerir o desenvolvimento das novas fases do empreendimento.
O vice-presidente do grupo, Francis Lui, referiu ser “um grande prazer ter um executivo tão experiente na equipa” do Galaxy. “Estamos ansiosos por trabalhar com Kelley na evolução dos nossos planos para as fases 3 e 4 e levar o GEG [Grupo Entertainment Galaxy] a novos voos, transformando-a na empresa líder do mercado asiático de Jogo e entretenimento”, acrescentou Lui. Já Kelley disse sentir-se “honrado” por fazer parte da equipa, “especialmente numa altura como esta”.
O responsável ocupou posições de relevo em vários hotéis e casinos de Las Vegas e Macau, conhecendo tanto o ambiente do Jogo em termos internacionais, como o da região, ao nível local.

4 Set 2015

SS | Confirmado primeiro caso de brucelose em Macau

Foi confirmado o primeiro caso de brucelose em Macau, doença infecciosa que não assolava o território há mais de 25 anos e que atacou uma criança residente de 11 anos. A brucelose é transmitida através do contacto com carne infectada ou lacticínios não pasteurizados.
De acordo com um comunicado dos Serviços de Saúde (SS), a jovem apresentou, entre os dias 10 e 12 de Agosto, febre, úlceras no lábio, erupções cutâneas e dores articulares no cotovelo. As queixas levaram a criança ao Hospital São Januário por várias vezes, depois de haver melhorias do seu estado. Finalmente, o corpo médico procedeu a análises que confirmaram a existência de brucelose. No entanto, os SS não conseguiram ainda descobrir a fonte da infecção. A brucelose é causada pela bactéria Brucella e existe em bovinos, cães, porcos, ovelhas e cabras, sendo mais comuns em zonas pouco higiénicas, segundo os SS, do Médio Oriente, África Oriental, América do Sul e Central, Mediterrâneo, entre outros. Pode manter-se no sistema de cinco dias a dois meses e os sintomas são semelhantes aos de uma gripe, mas os doentes em estado mais grave podem apresentar meningite e encefalite. Em último caso, pode mesmo ser fatal.
Os SS aconselham à prevenção de brucelose com a melhoria das condições de higiene pessoal e alimentar e utilização de protecção quando em contacto com carnes ou lacticínios.

4 Set 2015

IH | Seac Pai Van com mais 217 apartamentos para venda

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] edifício On Son, em Seac Pai Van, vai ter mais 217 apartamentos para venda. A informação surge em despacho publicado em Boletim Oficial, que delega ao presidente do Instituto de Habitação, Ieong Kam Wa, poder para assinar as escrituras de venda destas casas.

4 Set 2015

CC retira certificação a cadeia de ourivesarias

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Conselho de Consumidores (CC) já retirou a certificação de Loja Certificada a uma cadeira de ourivesarias suspeita de vender produtos falsificados, estando agora a estudar o processo e a decidir-se sobre a sentença a aplicar a pelo menos cinco das oito ourivesarias da marca. “O CC irá acompanhar o caso e decidir sobre a desqualificação das ditas ourivesarias do sistema de Lojas Certificadas conforme o resultado da investigação e a sentença”, garantiu o CC em comunicado. O caso chegou às mãos do Conselho através dos Serviços da Alfândega e as lojas vão sofrer, como infracção administrativa, um desconto de dez valores na sua avaliação anual. No caso de se tratar de uma situação grave, a qualidade de Loja Certificada será suspendida durante meio ano, período que se estende para os três anos caso se trate de uma infracção criminal. No processo estão envolvidas pelo menos cinco lojas.

4 Set 2015

Lloyd Cole cancela concertos em Portugal

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] músico britânico Lloyd Cole cancelou os concertos que tinha agendado este mês em Braga e em Lisboa com músicos portugueses, alegando que não conseguiu preparar o espetáculo planeado, revelou o Teatro Maria Matos.
Lloyd Cole iria interpretar temas eletrónicos, feitos com sintetizadores modulares, em Berlim, com Hans-Joachim Roedelius, e em Portugal, com músicos portugueses. No dia 16 estaria no GNRation, em Braga, com Miguel Pedro e António Rafael, e no dia 22 no Maria Matos, em Lisboa, com André Gonçalves, Nuno Moita e Luís Desirat.
“Têm existido problemas técnicos, muitos, mas a raiz do problema é interna e de processo mental”, afirma Lloyd Cole num comunicado enviado pelo teatro municipal, explicando que a preparação do espetáculo estava a demorar mais tempo do que o previsto.
“No final, fui incapaz de traduzir este processo num espetáculo ao vivo que pudesse levar em digressão, com múltiplas peças consecutivas de sintetizadores, como tinha originalmente planeado”, explicou.
Lloyd Cole tem 54 anos e é um dos nomes do indie pop britânico, que ficou conhecido sobretudo nos anos 1980 com os The Commotions. Depois do fim da banda, em 1989, o músico seguiu uma carreira a solo, entre canções elétricas e acústicas, sem esquecer a discografia antiga.
Agora, apresentaria uma faceta menos conhecida, a da composição de música eletrónica, que mantém também desde a década de 1980, quando comprou o primeiro de vários sintetizadores.
Em entrevista esta semana ao jornal britânico Guardian, Lloyd Cole lamentava-se de ter vendido todos os sintetizadores quando os computadores se impuseram no trabalho de estúdio, e que por isso estava a construir um sintetizador modular, a pensar nos concertos em Berlim e em Portugal.
Atualmente a viver nos Estados Unidos, Lloyd Cole editou o último álbum, “Standards”, em 2013.
Este ano foi também feita uma edição completa do trabalho com The Commotions, intitulada “Commotions Collected Recordings 1983-1989”.

4 Set 2015

Ópera | Concerto gratuito para festejar retorno à Pátria

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Cinema Alegria acolhe um concerto da Ópera de Pequim às 20h00 deste sábado, com o aniversário do Retorno de Macau à Pátria como mote. O espectáculo é gratuito e organizado pela Fundação Artística de Ópera Chinesa da China e pela Fundação Macau, pelo que os interessados podem adquirir bilhetes até às 18h00 de hoje. Este ano celebra-se o 16º aniversário de criação da RAEM, em Dezembro de 1999. A Fundação Artística de Ópera Chinesa da China existe com o objectivo de promover o gosto e conhecimento da população por este estilo musical, que faz já parte da cultura deste país. Em 2009, o colectivo foi convidado pela Fundação Macau para trazer a Macau o Grupo Juvenil da Ópera de Pequim da China e o Grupo de Arte da Ópera de Pequim da China para espectáculos deste género musical. O concerto deste ano conta com a participação do grupo referido, proveniente da província de Hubei. Em palco serão apresentadas as peças clássicas ‘Cobra Branca’ e ‘Rei Macaco’. Cada residente pode adquirir um máximo de quatro bilhetes, contactando o Centro UNESCO.

4 Set 2015

IPOR | Encontro sobre Português na próxima semana

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] Instituto Português do Oriente (IPOR) é palco, este mês, do Encontro de Pontos de Rede de Ensino de Língua Portuguesa na Ásia, “uma acção estratégica” na promoção do Português na região, defendeu o director do IPOR, João Neves.
“O IPOR volta a conferir, por recomendação dos seus associados, uma dimensão regional à sua acção, na coordenação de projectos de promoção da Língua Portuguesa e vamos, nesse sentido, reunir em Macau representantes da rede de Ensino de Português no Estrangeiro da Coreia do Sul, Índia, Indonésia, China, Tailândia e Vietname”, explicou João Neves.

Definir estratégias

Para o director do IPOR, este encontro, que decorre entre 10 e 12 de Setembro, é, desde logo, “extremamente importante para uma partilha de experiências e de abordagens ao ensino da língua e da cultura” e, por outro lado, uma “forma de conhecimento das realidades de cada contexto que é fundamental para a definição de uma estratégia colaborativa em torno da formação em Língua Portuguesa”.
O encontro de Macau tem, assim, como principais objectivos “partilhar reflexões e experiências de ensino de Português como língua estrangeira nos diferentes contextos e, sobretudo, promover a criação de uma rede que coloque em interacção agentes de promoção do Português nestes países, focada no desenvolvimento de projectos e actividades colaborativas”, disse.
João Neves acrescentou também que esta intervenção do IPOR, que conta com a colaboração do Instituto Camões, se insere no “compromisso assumido pela instituição e os seus associados de procurar fornecer contributos ao reforço do papel de Macau como plataforma para o ensino do Português na região Ásia-Pacífico e âncora para redes de colaboração envolvendo diferentes actores regionais”.

4 Set 2015

Carta Aberta | Sindicato dos Trabalhadores Consulares e Das Missões Diplomáticas

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]pós a sua recente deslocação a Macau, Rosa Teixeira Ribeiro, Secretária-Geral do STCDE (Sindicato dos Trabalhadores Consulares e Das Missões Diplomáticas de Portugal no Estrangeiro) rejeita formalmente as acusações formuladas pelo Sr. José Pereira Coutinho, candidato a membro permanente do CPP pelo círculo China, Macau e Hong Kong.
“Maçãs podres” é um termo altamente difamatório para quem, em condições cada vez mais degradadas, assegura um serviço reconhecido de elevada qualidade. Os funcionários do Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong-Kong têm-se revelado trabalhadores incansáveis, com grande capacidade de adaptação e de inovação, recebendo os utentes de forma isenta e sem discriminação, contrariamente ao afirmado pelo candidato. A sua prestação de trabalho tem-se caracterizado pelo profissionalismo, imparcialidade, brio e dedicação.
Rosa Teixeira Ribeiro deplora que o candidato não tenha optado por unir todos os interessados em torno de um projecto comum em defesa dos interesses e objectivos de todos os nacionais portugueses, tendo preferido designar bodes expiatórios que nem sequer se podem defender directamente e pessoalmente.
Mas a verdade vem sempre acima, pois não é por acaso que o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong-Kong, graças ao trabalho dos seus funcionários operacionais, administrativos, técnicos e diplomáticos, é um posto reconhecido pela sua capacidade de trabalho e de adaptação, na vanguarda e totalmente investido na sua missão de representação de Portugal e defesa dos seus cidadãos.
Por prova disto, os trabalhadores estarão a postos no dia 6 de Setembro de 2015, para receber todos os eleitores que se deslocarão ao Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong-Kong, incluindo quem tão pouco respeito lhes manifestou.

Rosa Teixeira Ribeiro, Secretária-Geral do STCDE (Sindicato dos Trabalhadores Consulares e Das Missões Diplomáticas de Portugal no Estrangeiro)

4 Set 2015

Democratas mantêm críticas à actuação do Governo

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]o segundo mandato de Chui Sai On como chefe do Governo de Macau, a Associação Novo Macau (ANM) vê caras novas e “mais acções de relações públicas”, mas “nenhum sinal de melhoria” na governação. “As mudanças são ‘light’. Há um pequeno aspecto positivo que é o facto de os Secretários falarem com mais frequência [no canal em chinês] da rádio, mas eu não vejo nisso mais do que uma actividade de relações públicas, porque a participação nos programas não ajudou a melhorar os seus desempenhos”, disse à agência Lusa Jason Chao, recentemente eleito para um lugar de vice-presidente na ANM.
Uma das matérias em que Jason Chao criticou a actuação do Executivo é o plano de desenvolvimento dos novos aterros, apresentado este Verão e desde logo envolto em polémica pelo volume de habitação prevista e pela altura máxima autorizada para construir poder vir a ‘roubar’ a vista sobre património protegido pela UNESCO. “O Governo assumiu a posição de defender o plano sem genuinamente tomar em consideração a opinião pública”, criticou.

Das intromissões

O antigo líder da ANM aponta “tentativas de interferência nas sessões públicas sobre os novos aterros pela Associação dos Conterrâneos de Jiangmen”, de que fazem parte os deputados Mak Soi Kun e Zheng Anting. Esta organização, recordou o activista da Novo Macau, saiu à rua, em Maio do ano passado, a favor de uma proposta de lei que previa elevadas regalias para os antigos titulares dos principais cargos públicos na reforma e que viria a ser retirada na sequência da ampla contestação na sociedade.
A diferença, disse Jason Chao, é que após esse grande protesto – o maior desde o fim da administração portuguesa, em 1999 – os jovens de Macau “se tornaram mais vigilantes das acções do Governo”. “O plano de desenvolvimento dos novos aterros está a gerar muita atenção da opinião pública e dos jovens. Mas não só: no ano passado, conseguimos mobilizar milhares de pessoas para participar e apoiar o ‘Umbrella Movement’, em Hong Kong”, observou. scott chiang
Menos interessados no Chefe do Executivo, os pró-democratas estão sobretudo atentos ao dia-a-dia dos Secretários. “Chui Sai On não precisa de publicidade porque já não tem a pressão de ser reeleito. Nos últimos tempos não o temos visto na TV, os Secretários têm estado mais activos – especialmente Alexis Tam (titular da pasta dos Assuntos Sociais e Cultura). Alguns já começaram a fazer apostas sobre quem vai ser o próximo candidato a Chefe do Executivo”, afirmou.

1 Set 2015