RPC 75 anos | Celebrações prolongam-se até Janeiro

Decorrem nas próximas semanas uma série de actividades organizadas pelo Governo em parceria com as seis operadoras de jogo a fim de celebrar os 75 anos de implantação da República Popular da China. Segundo um comunicado, até ao dia 30 de Novembro estará patente a instalação “Dragão da Sombra” no Largo do Pagode do Bazar, com um total de dez metros de comprimento e da autoria do artista de Macau Lao Chon Hong. Esta é uma iniciativa da Sociedade de Jogos de Macau em parceria com a Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau.

Por sua vez, até ao dia 2 de Janeiro do próximo ano irá realizar-se a zona de lazer cultural e criativa “Colorful Spark Pop-up Cultural Creative Playground”, na Antiga Fábrica de Panchões Iec Long, numa parceria com a Sands China.

Trata-se de um espaço com “várias instalações artísticas de grande dimensão compostas por panchões e invólucros de panchões, onde serão realizados vários workshops educativos e recreativos para famílias e mini-jogos para coleccionar carimbos”.

Até domingo, realiza-se, entre as 11h e as 19h, o evento “Nascer do Outono na Fortaleza do Monte”, sobre o tema do Dia Nacional e do espírito olímpico, no Jardim da Fortaleza do Monte, com a parceria da Melco. Decorrem também até domingo, uma série de eventos na Rua da Felicidade, em parceria com a Wynn Resorts, das 14h às 18h, nomeadamente uma feira cultural e criativa ao ar livre, onde várias marcas locais apresentarão uma variedade de artigos culturais e criativos. Haverá ainda actuações de rua e outros espectáculos.

No fim-de-semana, decorre ainda a 11.ª edição do “Campeonato Internacional de Dança do Leão da China 2024 – Taça MGM” no Largo do Pagode da Barra, na qual equipas de Dança do Leão do Sul oriundas de 13 países e regiões competirão pelo trono do Rei Leão, proporcionando ao público uma experiência da cultura da dança do leão num local do património mundial.

3 Out 2024

Hold On to Hope | Exposição “Who Am I?” inaugurada domingo

Será inaugurada este domingo uma nova exposição na galeria Hold On to Hope, na vila de Ka-Hó, Coloane, um projecto gerido pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM). Trata-se de “Who Am I? – 2024 Children’s Art Exhibition”, uma exposição de arte infantil que pode ser vista até ao dia 27 de Outubro e que se associa ao workshop “A QuestionMark”.

Segundo um comunicado, a mostra “Who Am I?” é uma “vibrante iniciativa que visa promover a auto-exploração e expressão criativa entre crianças”, sendo que estas, através do “poder transformador da arte, terão a oportunidade de ganhar uma compreensão mais profunda das suas identidades e emoções, traduzindo essas reflexões em obras de arte tangíveis”.

Pretende-se, com esta mostra, que os mais pequenos explorem a sua própria identidade, partilhando “perspectivas únicas e expressando as suas histórias pessoais através de meios criativos”. A galeria pretende promover “a criatividade e aumentar a autoconfiança, proporcionando uma plataforma para que as crianças possam mostrar as suas vozes”.

Do lado dos visitantes, será possível observar “uma diversidade de obras de arte, incluindo pinturas, esculturas e artesanato, todas elaboradas pelas crianças envolvidas” e participantes do workshop. Cada peça reflecte “a individualidade e criatividade do seu jovem artista, criando uma experiência envolvente e colorida para todos os presentes”.

3 Out 2024

Albergue SCM | Celebrar com lanternas até Dezembro

O pátio do Albergue da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCM) acolhe a exposição “Lanternas Comemorativas no Grande Pátio” que se realiza, numa primeira fase, até ao dia 14 deste mês, e depois de 18 a 31 de Dezembro, bem a tempo de celebrar os 25 anos da RAEM. Esta mostra pretende também, segundo um comunicado, destacar o 75.º Aniversário da República Popular da China.

A ideia é que o público possa reflectir “sobre a história e olhar para o futuro em conjunto”. As instalações de lanternas desta exposição são inspiradas nas “Lanternas de Coelho” do artista de Macau e arquitecto Carlos Marreiros, sendo adornadas com padrões coloridos que incorporam plenamente elementos culturais únicos e uma forte atmosfera festiva.

Na mesma nota, descreve-se que, sob o brilho das lanternas, “é possível captar momentos preciosos e criar belas recordações com a família e os amigos”, além da possibilidade de visitar o bairro histórico de São Lázaro, onde se realiza a exposição. O evento é organizado pelo Círculo de Amigos da Cultura, sendo patrocinado pelo Fundo de Desenvolvimento Cultural da RAEM.

3 Out 2024

Crime | Dois detidos por assalto a habitação

A Polícia Judiciária (PJ) deteve duas pessoas do Interior quando tentavam atravessar a fronteira para entrar em Macau, por suspeitas de pertencerem a um grupo que se dedica a arrombar e cometer furtos em habitações. Os alegados restantes dois membros do grupo encontram-se a monte.

De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, a PJ apontou que os membros do grupo tinham vigiado cerca de 10 habitações na Avenida de Almeida Ribeiro, Praça de Ponte e Horta e Rua da Praia do Manduco para encontrarem alvos para os crimes. No entanto, apenas forçaram a entrada numa casa na Areia Preta, de onde levaram 32 mil patacas.

A vítima fez queixa a 30 de Setembro, quando reparou que tinha sido alvo de furto, porque, ao contrário do habitual, a fechadura do portão estava solta. Depois da queixa e de recorrer à videovigilância, a PJ identificou os quatro membros do grupo. Os detidos recusaram colaborar com a PJ.

3 Out 2024

DSAL | Lançado plano de carreiras com a Wynn

A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), aceita, a partir de hoje, candidaturas ao “Plano de desenvolvimento da carreira profissional em gestão hoteleira”, criado com a Wynn Macau para “formar quadros qualificados locais e criar condições para o seu desenvolvimento profissional”. Assim, mediante a ideia de “primeiro contratação, depois formação”, pretende-se disponibilizar acções de formação para progressão na carreira nos sectores do turismo e lazer.

Serão disponibilizadas 22 vagas de emprego, 12 para a recepção de hotel, cinco para o cargo de subchefe dos serviços no lobby do hotel e outras cinco para a posição de “subchefe do departamento de quartos”.

Segundo um comunicado, os admitidos no referido plano vão ser formados pela Wynn após a contratação, aprendendo mais sobre o funcionamento prático dos departamentos, o sistema de gestão das informações hoteleiras, ou ainda os Padrões de Certificação de Técnicas Profissionais de Macau, entre outras competências.

No final de um ano de formação, e após verificado o bom desempenho, os empregados “terão a oportunidade de progressão e ajustamento salarial”. As inscrições terminam no dia 10 deste mês, decorrendo o seminário de apresentação e entrevista para o dia 18.

3 Out 2024

Óbito | Morreu o ex-deputado Diamantino de Oliveira Ferreira

O deputado por Macau na Assembleia Constituinte de 1975, Diamantino de Oliveira Ferreira, morreu em Portugal aos 85 anos, noticiou a televisão pública. De acordo com a Teledifusão de Macau – TDM, as cerimónias fúnebres de Diamantino Ferreira decorreram ontem na Igreja da Luz, na freguesia de Carnide, em Lisboa.

O antigo notário foi o único representante do território então sob administração portuguesa na Assembleia Constituinte, em 1975, após ser eleito pela lista da Associação para a Defesa dos Interesses de Macau (ADIM).

A conservadora ADIM, que defendia a manutenção do status quo da região e não a descolonização já iniciada nas colónias africanas, conseguiu 1.622 votos no círculo eleitoral de Macau, derrotando o liberal Centro Democrático de Macau, com 1.030 votos.

Formada precisamente um ano após a revolução de 25 de Abril de 1974, a Assembleia Constituinte aprovou em Abril de 1976 a Constituição da República Portuguesa, que ainda continua em vigor. Além de conservador e advogado, Diamantino Ferreira foi também deputado na Assembleia Legislativa de Macau, provedor da Santa Casa da Misericórdia do território e juiz substituto do Tribunal da Comarca de Macau.

3 Out 2024

PME | Sam Hou Fai pretende lançar medidas de apoio

Sam Hou Fai, candidato ao cargo de Chefe do Executivo, declarou que poderá lançar mais medidas de apoio às pequenas e médias empresas no decorrer de uma acção de campanha nos bairros de San Kio, Rotunda de Carlos da Maia e Rua da Emenda.

Segundo o jornal Ou Mun, o candidato procurou conhecer de perto a situação de moradores e comerciantes, tendo referido aos jornalistas que aquelas zonas têm um bom ambiente em que os moradores se apoiam mutuamente e onde existem serviços sociais desenvolvidos.

Sam Hou Fai acrescentou que estas zonas sofrem menos com a redução dos níveis de consumo por parte de residentes do que a zona norte da península, e prometeu mais acções de divulgação dos bairros comunitários caso ganhe as eleições.

Ouvidos pelo jornal Ou Mun, os comerciantes da zona queixaram-se, porém, do mau ambiente de negócios que enfrentam nesta altura. O responsável por uma loja de produtos de lã afirmou que o negócio está pior do que no ano passado. Por sua vez, a proprietária de uma loja de atoalhados pediu uma nova vaga de cartões de consumo.

3 Out 2024

Turismo | Abertas candidaturas para Plano Macau-Hengqin

Estão abertas, desde terça-feira, as candidaturas para o Plano de Apoio ao Turismo Macau-Hengqin, que está ainda na versão experimental. A iniciativa é promovida pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e a Direcção dos Serviços de Desenvolvimento Económico da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin.

As candidaturas podem ser feitas nos próximos seis meses, e têm como objectivo promover a organização de itinerários turísticos de “multi-destinos”, incentivando “os visitantes de negócios a percorrerem os bairros comunitários” das duas regiões.

Assim, até 31 de Março de 2025, podem concorrer empresas legalmente constituídas e registadas para efeitos fiscais, bem como entidades sem fins lucrativos juridicamente estabelecidas em Macau ou Hengqin e também entidades constituídas fora de Macau e Hengqin, sendo esta uma novidade do programa.

Os candidatos serão organizadores, coordenadores ou encarregados da organização de actividades de turismo. Espera-se a realização de actividades com participantes estrangeiros, com grupos de 25 ou mais pessoas que possam ficar pelo menos uma noite em Macau e meio dia em Hengqin, para promover o consumo.

3 Out 2024

Médio Oriente | Israel declara Guterres ‘persona non grata’

O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, anunciou ontem ter declarado o secretário-geral da ONU, António Guterres, “persona non grata” no país, criticando-o por não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel na noite de terça-feira.

“Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos”, disse Katz num comunicado.

Terça-feira, Guterres condenou o alargamento do conflito no Médio Oriente “com escalada após escalada” e apelou a um cessar-fogo imediato após o Irão atacar Israel com mísseis. “Condeno o alargamento do conflito no Médio Oriente com escalada após escalada. Isso deve parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo”, frisou o ex-primeiro-ministro português, através da rede social X.

Bola de neve

A publicação de Guterres surgiu pouco depois do início de um ataque com mísseis do Irão contra Israel.

“Em resposta ao martírio de [Ismail] Haniye, de Hassan Nasrallah e do mártir [Abbas] Nilforushan (ex-comandante da Guarda Revolucionária iraniana morto na sexta-feira Beirute), atacámos o coração dos territórios ocupados”, declarou a Guarda Revolucionária do Irão num comunicado divulgado pela agência noticiosa estatal ISNA.

Este anúncio iraniano surgiu depois de o Exército israelita ter informado que tinham sido disparados mísseis do Irão, pouco depois das 19:30 locais, e ordenado à população para procurar abrigo.

Guterres já se tinha manifestado “extremamente preocupado” com a escalada do conflito no Líbano, pedindo respeito pela “soberania e integridade territorial” deste país, horas depois de as Forças de Defesa de Israel (IDF) terem iniciado uma ofensiva terrestre para deter a ameaça da milícia xiita Hezbollah, cujo líder, Hassan Nasrallah, foi morto na sexta-feira num bombardeamento israelita em Beirute.

3 Out 2024

Xi Jinping diz a Putin estar disposto a trabalhar pela estabilidade global

O líder da China garantiu estar disposto a trabalhar “pela paz e estabilidade globais”, numa mensagem enviada ao homólogo russo com quem trocou felicitações a propósito dos 75 anos de estabelecimento de relações diplomáticas bilaterais.

Na mensagem a Vladimir Putin, citada pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua, Xi Jinping enfatizou que a colaboração entre Pequim e Moscovo “não beneficiou apenas os povos chinês e russo”. O aniversário “é uma oportunidade” para continuar a “esforçar-se para fazer novas contribuições para a manutenção da estabilidade e da paz global”, disse o líder chinês.

Xi destacou os progressos alcançados na última década, em que “os laços políticos e económicos entre a China e a Rússia fortaleceram a confiança mútua e alcançaram resultados concretos em diversas áreas de cooperação”.

O líder chinês enfatizou o papel da China e da Rússia na “promoção de um mundo multipolar mais equitativo e de uma globalização económica inclusiva”.

Por seu turno, Putin recordou que a antiga União Soviética foi o primeiro país a reconhecer a República Popular da China, um dia após a sua fundação, a 1 de Outubro de 1949. O Presidente russo sublinhou que as relações entre a Rússia e a China “resistiram ao teste do tempo” e que hoje estão “no auge”, de acordo com a Xinhua.

Putin sublinhou que a China e a Rússia “estão empenhadas em promover uma ordem mundial mais justa e equilibrada”. O líder russo manifestou confiança de que o consenso alcançado com Xi nos últimos anos “promoverá a segurança e a estabilidade no continente euro-asiático e à escala global”.

Apertos de mão

Em Fevereiro de 2022, pouco antes do início da invasão russa da Ucrânia, Xi e Putin proclamaram em Pequim uma “amizade ilimitada” entre as duas nações. Desde então que a China e a Rússia têm defendido que a sua relação “não ameaça nenhum país” e que “promove a multipolarização do mundo” por oposição ao que descrevem como a hegemonia dos Estados Unidos.

Pequim, que não condenou a invasão da Ucrânia e demonstrou uma posição ambígua em relação ao conflito, negou ter laços militares com a Rússia, mas solicitou a realização de uma conferência de paz para a Ucrânia “reconhecida por todas as partes” para retomar o diálogo.

Em 2023, o comércio bilateral entre a China e a Rússia atingiu um nível recorde. Xi Jinping deverá participar na cimeira dos Brics em Kazan, no oeste da Rússia, este mês, onde deverá reunir-se com Vladimir Putin.

3 Out 2024

OMC | Pequim apresenta queixa contra tarifas do Canadá a eléctricos chineses

As disputas comerciais entre a China e o Canadá continuam a provocar queixas de Pequim junto da Organização Mundial do Comércio. Pequim acusa o Canadá de seguir orientações dos Estados Unidos e de violar os princípios da economia de mercado e da concorrência leal

 

A China disse ontem que apresentou uma queixa junto da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas impostas pelo Canadá aos veículos eléctricos e ao aço e alumínio vindos do gigante asiático. Em Agosto, o Canadá impôs uma sobretaxa de 100 por cento às importações de veículos eléctricos chineses, bem como uma tarifa de 25 por cento sobre o aço e o alumínio do gigante asiático, que entraram na terça-feira em vigor.

O Ministério do Comércio da China anunciou a apresentação da queixa e acusou o Canadá de “ignorar factos objectivos, normas económicas e comerciais internacionais, objecções e desânimo de muitas partes”.

O comunicado divulgado no portal do ministério na Internet criticou ainda o Canadá por “insistir em seguir certos países para tomar medidas de contenção unilateral medidas contra a China”, em referência aos Estados Unidos.

As tarifas do Canadá são idênticas às impostas pelos Estados Unidos para contrariar o afluxo de automóveis subsidiados por Pequim.

A China argumentou que as acções canadianas “violam os princípios da economia de mercado e da concorrência leal, prejudicam gravemente a cooperação económica e comercial normal entre as empresas chinesas e canadianas, afectam gravemente as relações económicas e comerciais entre os dois países e perturbam a cadeia industrial global e a cadeia de abastecimento”.

O ministério instou o Canadá “a considerar a cooperação económica e comercial bilateral de uma forma racional e objectiva”, “a respeitar os factos e a cumprir as regras da OMC” e “a não se afastar cada vez mais do caminho correcto”.

“A China tomará todas as medidas necessárias para salvaguardar firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”, referiu o comunicado.

Mundo eléctrico

Na quarta-feira passada, a vice-primeira-ministra canadiana Chrystia Freeland disse que o país estava a ponderar seguir o exemplo dos Estados Unidos e proibir a venda de veículos conectados que incorporam tecnologias chinesas, apontando riscos para a segurança nacional.

A electrónica está cada vez mais integrada nos automóveis modernos, que podem ser ligados a dispositivos pessoais, outros veículos, infra-estructuras e aos seus fabricantes – incluindo automóveis eléctricos e automóveis autónomos.

Questionada em conferência de imprensa sobre a decisão do Departamento de Comércio dos EUA de proibir ‘software’ chinês nos veículos, Freeland destacou que o Canadá também tem “preocupações reais de segurança” sobre a tecnologia.

No início de Agosto, Freeland indicou também que o Canadá estava a considerar impor novos impostos sobre produtos minerais críticos, baterias, produtos de energia solar e semicondutores chineses. Também a União Europeia impôs sanções provisórias, de até 36 por cento, sobre as importações de veículos eléctricos chineses e que podem tornar-se definitivas até ao final de Outubro.

3 Out 2024

Competição “929 Challenge” atraiu mais de 300 equipas chinesas e lusófonas

A quarta edição da 929 Challenge em Macau atraiu mais de 300 equipas e ’startups’ chinesas e dos países de língua portuguesa, disse à Lusa um dos organizadores da competição de empreendedorismo. Marco Duarte Rizzolio, cofundador da 929 Challenge, sublinhou que 45% dos inscritos vêm de mercados lusófonos, um aumento em comparação com edições anteriores, que registaram um maior domínio das equipas chinesas.

O também professor da Universidade Cidade de Macau destacou “uma participação muito maior” do Brasil e de Portugal, de onde vêm 30 equipas, mas lamentou que não tenha havido projetos de Timor-Leste ou de São Tomé e Príncipe. A edição de 2023 tinha atraído cerca de 1.500 participantes em mais de 280 equipas de todos os nove países lusófonos e da China.

Rizzolio admitiu que o aumento do número de inscritos surpreendeu os organizadores, mas sublinhou que o objetivo final “não é a quantidade, mas sim projetos com qualidade que sejam depois aplicados comercialmente”. As mais de 300 equipas começaram na sexta-feira um ‘bootcamp’ ‘online’, todos os dias, das 19:00 às 21:00 em Macau, “para apanhar todos os fusos horários”, explicou o académico.

Durante duas semanas, até 11 de outubro, as equipas terão uma série de palestras, sessões de mentoria e workshops para criar planos de negócio sustentáveis. “Damos a conhecer às ‘startups’ chinesas a realidade e o ambiente de negócios dos países de língua portuguesa, que são muito diferentes”, disse Rizzolio.

Para as equipas lusófonas, a meta é criar planos de negócios a pensar na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, acrescentou o organizador.

A Grande Baía é um projeto de Pequim para criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, numa região com cerca de 80 milhões de habitantes e com um produto interno bruto (PIB) superior a um bilião de euros, semelhante ao PIB de Austrália, Indonésia ou México, países que integram o G20.

Os melhores 16 planos – oito de empresas e oito de universitários – terão 10 minutos para convencer o júri da 929 Challenge e potenciais investidores na final, em 9 de Novembro. A quarta edição registou uma subida dos prémios monetários para os três melhores: 300 mil patacas e quatro mil dólares em serviços e ferramentas da gigante tecnológica chinesa Alibaba.

De seguida, haverá um programa de apoio às empresas que se queiram estabelecer em Macau e na Grande Baía, que inclui, durante duas semanas, visitas a incubadoras e encontros com fundos de capital de risco.

Este ano, pela primeira vez, haverá ainda um programa de ‘soft landing’ (aterragem leve), com um máximo de três meses, para projetos que queiram abrir um negócio em Macau. Para as ‘startups’ que precisem de capital, a competição tem acordos com possíveis investidores, incluindo a Portugal Ventures, sociedade de capital de risco do grupo estatal Banco Português de Fomento.

O concurso é coorganizado pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau) e por várias instituições da região administrativa especial chinesa, incluindo todas as universidades.

3 Out 2024

Número de imigrantes em Macau subiu quase 31.400 desde Janeiro de 2023

No final de Agosto, mais de 183 mil trabalhadores não residentes estavam registados em Macau, o que significa um aumento de quase 31.400 desde o fim da política ‘zero covid’, em Janeiro de 2023. Segundo dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), divulgados pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, Macau tinha 183.230 trabalhadores sem estatuto de residente.

Este número, representa um aumento de 31.352 desde Janeiro de 2023, mês que a mão-de-obra vinda do exterior, incluindo do Interior, caiu para menos de 152 mil, o número mais baixo desde Abril de 2014.

Desde o pico máximo de 196.538, atingido no final de 2019, no início da pandemia, e até Janeiro de 2023, a cidade perdeu quase 45 mil trabalhadores não residentes, que correspondiam a 11,3 por cento da população activa. O número de não residentes tem vindo a aumentar há 19 meses seguidos.

O sector da hotelaria e da restauração foi o que mais contratou desde Janeiro de 2023, ganhando 15.104 trabalhadores não residentes, seguido dos empregados domésticos (mais 3.611) e da construção civil (mais 3.436).

A área da hotelaria e restauração tinha sido precisamente a mais atingida pela perda de mão-de-obra durante a pandemia, tendo despedido mais de 17.600 funcionários não residentes desde Dezembro de 2019.

Turismo a recuperar

Com o fim da política de ‘zero covid’, a cidade acolheu nos primeiros oito meses de 2024 quase 23,4 milhões de turistas, mais 32,7 por cento do que em igual período do ano passado, e a taxa de ocupação hoteleira foi de 85,5 por cento, uma subida de 4,6 pontos percentuais em termos anuais.

Em Agosto, Macau recebeu 3,65 milhões de visitantes, um novo recorde mensal. A crise económica criada pela pandemia levou a taxa de desemprego a atingir 4 por cento no terceiro trimestre de 2022, o valor mais alto desde 2006.

Mas, e apesar da subida do número de trabalhadores não residentes, a taxa de desemprego está há três meses seguidos em 1,7 por cento, igualando o mínimo histórico atingido antes do início da pandemia.

A economia de Macau cresceu 15,7 por cento na primeira metade de 2024, em comparação com igual período do ano passado, graças à retoma do jogo, de acordo com dados oficiais.

3 Out 2024

Metro Ligeiro | Suspensão sob investigação

O Governo ainda está a investigar o motivo que levou a que o funcionamento do Metro Ligeiro ficasse suspenso durante cerca de duas horas no domingo, dia em que se registou um aumento do número de passageiros.

Em declarações à comunicação social, à margem das celebrações do dia da implementação da República Popular da China, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, admitiu que o motivo ainda não era conhecido, mas que estava a ser investigado e terá que ver com um problema técnico.

Rosário explicou também que existe um mecanismo que faz com que todo o metro fique suspenso, para garantir a segurança deste meio de transporte, e afastou a possibilidade de a paragem ter sido causada pelo excesso de passageiros. Também na segunda-feira, foi anunciado que a extensão do metro para a Ilha da Montanha foi concluída e entregue à Sociedade do Metro Ligeiro de Macau, que deverá começar os testes nos próximos dias.

2 Out 2024

Chefe do Executivo | Neto Valente declara apoio a Sam Hou Fai

Foi com os dois polegares para cima em sinal de aprovação, num gesto repetido várias vezes, que o advogado Neto Valente declarou apoiar a candidatura de Sam Hou Fai a chefe do Executivo, na manhã de 1 de Outubro. Os relatos sobre as declarações de apoio de Neto Valente foram feitas pelo jornal Ou Mun e pelo All About Macau.

Questionado pela imprensa em língua chinesa sobre as críticas que tinha feito a Sam Hou Fai, no passado, devido ao facto do ex-presidente do Tribunal de Última Instância (TUI) se ter pronunciado na abertura do ano judiciário 2020/2021 sobre um caso que ainda iria decidir no futuro, Neto Valente argumentou que foram apenas “sugestões destinadas ao tribunal”.

No entanto, Neto Valente também considerou que actualmente não precisa de fazer qualquer sugestão ao candidato e futuro Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, porque entende que este está preparado e tem os conhecimentos necessários para a função que vai assumir.

Neto Valente destacou ainda ter muita esperança sobre o futuro trabalho de Sam Hou Fai, como líder do Governo, e justificou esta esperança com o facto de actualmente não se ouvirem vozes críticas da candidatura.

O ex-presidente da Associação dos Advogados de Macau foi ainda questionado sobre a possibilidade de Song Man Lei se tornar na futura presidente do Tribunal de Última Instância. Na resposta, Neto Valente afirmou apoiar essa escolha, se for tomada, e desvalorizou ainda o facto de poder ser considerado que Song Man Lei, juíza do TUI, tem falta de experiência.

2 Out 2024

Zona norte | Sam Hou Fai defende mais infra-estruturas

O candidato ao cargo de Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, defendeu ontem de manhã que devem ser construídas mais infra-estruturas na zona norte da península. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o candidato lembrou que esta é uma zona de grande densidade populacional, com cerca de 100 mil pessoas, e que quando houver terrenos disponíveis vai ponderar aumentar as instalações de lazer caso seja eleito. Sam Hou Fai prometeu também olhar para a renovação do bairro do Iao Hon e fomentar o ambiente comercial da zona, tendo referido que a visita a esta área lhe trouxe sentimentos diferentes daqueles proporcionados pelo antigo trabalho como presidente do Tribunal de Última Instância.

Ainda sobre o Iao Hon, Sam Hou Fai lembrou que actualmente é uma zona com edifícios mais antigos e outros com 40 ou 50 anos de construção, existindo problemas de propriedade. Assim, com o futuro Executivo, será procurado um consenso com todos os sectores sociais para que se aposte na reconstrução dos prédios mais antigos, declarou o candidato.

Durante a visita, Sam Hou Fai lembrou também aos jornalistas que faltam espaços de lazer e de prática desportiva no bairro do Iao Hon, uma zona com estradas apertadas, um trânsito denso e falta de lugares de estacionamento. Assim sendo, o candidato pensa que a requalificação desta zona deve focar-se em mais infra-estruturas junto das zonas habitacionais e de restauração.

2 Out 2024

Nova ponte | Inaugurada quarta passagem entre a península e a Taipa

Foi inaugurada esta terça-feira a quarta travessia entre a península de Macau e a ilha de Taipa, a Ponte Macau, exactamente 50 anos depois da inauguração da primeira travessia, a Ponte Nobre de Carvalho.

Na cerimónia de inauguração, que também assinalou os 75 anos da fundação da República Popular da China (RPC), o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, discursou, referindo que se trata de uma obra que “permite o aperfeiçoamento da configuração geral dos transportes de Macau e a criação de mais facilidades de mobilidade para residentes e visitantes”.

O governante entende ainda que a nova ponte contribui “para a construção de Macau como Centro Mundial de Turismo e Lazer, para o reforço contínuo do bem-estar da população e para o desenvolvimento da diversificação adequada da economia”.

Iniciada em Março de 2020, esta quarta ponte “também representa uma boa prenda para assinalar o ano da dupla celebração”: os 75 anos da fundação da RPC e os 25 anos da transferência da administração de Macau de Portugal para Pequim, afirmou.

Localizada no leste da península, a nova ponte parte de aterros da zona A junto ao posto fronteiriço da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e liga à nova zona de aterros junto do terminal marítimo da Taipa e do aeroporto internacional de Macau. A infraestrutura tem cerca 3,1 quilómetros de comprimento e oito vias de rodagem, incluindo duas vias no meio para motociclos. Com um orçamento de 5,2 mil milhões de patacas, as autoridades disseram estar “a fazer a liquidação em concreto” das obras, para fixar o custo definitivo.

No discurso, Ho Iat Seng acrescentou que Pequim “tem estado atento ao desenvolvimento da RAEM e ao bem-estar dos compatriotas de Macau”, destacando que o Executivo pretende “promover e concretizar os diversos projectos de infra-estrutura de interesse para o desenvolvimento a longo prazo de Macau”.

2 Out 2024

RPC 75 anos | Ho Iat Seng quer “melhor desenvolvimento” de Macau

Esta terça-feira, celebrou-se na RAEM o 75.º aniversário da República Popular da China. Na cerimónia, que contou com diversas personalidades, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, defendeu um “melhor desenvolvimento” do território para que a contribuição para as políticas de Pequim seja mais efectiva

 

O chefe do Governo de Macau considerou na terça-feira que a região precisa de alcançar “um melhor desenvolvimento” para “dar maiores contributos” para o fortalecimento da China.

Ho Iat Seng discursava na cerimónia do 75.º aniversário da fundação da República Popular da China (RPC), numa intervenção em que apresentou um balanço dos cinco anos de mandato, que termina em 20 de Dezembro, quando também abandona o cargo.

O governante enumerou os principais aspectos que, nas diferentes áreas de governação, permitiram “superar as dificuldades e desafios sem precedentes” e impulsionar “o alcance do desenvolvimento de Macau a um novo patamar em todos os aspectos”, como a revisão da lei da defesa da segurança nacional e diplomas conexos, ou a elaboração do primeiro plano da “diversificação adequada” da economia, com menor peso do jogo.

Neste aspecto, o Chefe do Executivo indicou que, no ano passado, a indústria do jogo representou menos de 40 por cento do produto interno bruto (PIB) da região, concluindo que “a proporção de indústrias prioritárias está a ganhar mais peso na estrutura económica de Macau, a qual se torna cada vez mais diversificada e estável”.

O responsável referiu que os principais indicadores económicos de Macau melhoraram constantemente, com o PIB a atingir, no primeiro semestre, 204,3 mil milhões de patacas, ultrapassando pela primeira vez o nível de 200 mil milhões de patacas do primeiro semestre do ano desde 2019.

Balanço de mandato

Referindo que, logo no início do mandato, o Governo enfrentou três anos de combate à pandemia da covid-19, o Chefe do Executivo afirmou que foram aplicados os princípios ‘Um país, dois sistemas’ e ‘Macau governada por patriotas’, ao mesmo tempo que foi salvaguardado o poder do Governo central e defendidos “a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento” da China.

No ano em que Macau assinala os 25 anos da transferência de administração de Portugal para a China, Ho Iat Seng afirmou que a história da região mostra que “a prática bem-sucedida de ‘um país, dois sistemas’ (…) funciona, é viável e é o melhor arranjo institucional para o povo”.

Governar em prol do bem-estar da população, aumentar a eficácia da governação e avançar na promoção da reforma na administração pública foram também destacados por Ho Iat Seng, que lembrou ainda, os investimentos de cerca de 80 mil milhões de patacas em diversas obras públicas nos últimos cinco anos.

2 Out 2024

Pérez-Reverte: Todas as revoluções foram traídas, “inclusive a portuguesa”

O escritor Arturo Pérez-Reverte escolheu a Revolução Mexicana (1910-1920) para cenário do seu novo romance, “A Revolução”, por ter sido “uma causa boa que foi perdida, uma revolução traída, como todas, inclusive a portuguesa”, disse o autor.

Em entrevista à agência Lusa, Pérez-Reverte assegurou que o seu olhar é “cético e crítico”, em relação ao mundo em que vivemos. “Não posso ser ingénuo e acreditar em certos discursos políticos, pois conheço-os” afirmou o antigo jornalista, ex-correspondente de guerra, que acompanhou grandes conflitos mundiais desde os anos de 1970 a meados da década de 1990.

Afirmando-se “um homem sem ideologia”, porque já viveu muito e “tem uma grande biblioteca”, sente-se uns dias de Direita outros de Esquerda, “conforme as circunstâncias”. A escolha da Revolução Mexicana prefigurou-se para o autor de “O Clube Dumas”, como algo inevitável, no seu mais recente romance.

“A Revolução Mexicana era, para mim, interessantíssima, pois foi uma causa boa que foi perdida, uma revolução traída, como todas as revoluções, inclusive a portuguesa, e era um cenário muito adequado para o que queria contar”, disse à Lusa o escritor espanhol, de 73 anos.

Sobre o crescimento da Extrema-Direita na Europa aponta o dedo à União Europeia “que se preocupa em legislar sobre as tampas do leite para não se perderem, e as emissões de monóxido de carbono dos carros, e não para os cidadãos”.

“O continente europeu tem 3.000 anos de cultura que estão a ser destruídos pelos próprios europeus”, argumentou.

O escritor espanhol considera que, no Ocidente, “fomos educados num mundo de regras, normas, leis e respeito pelos Direitos Humanos, mas o mundo não é assim, África não é assim, a guerra as tragédias [naturais] fazem estalar o verniz cultural e a educação, surgindo o ser humano elementar que quer sobreviver, comer, reproduzir-se, e que mata”.

Arturo Pérez-Reverte criticou a forma como os jovens estão a ser preparados “para um mundo perfeito, quando o mundo é cada vez mais um lugar perigoso e hostil”.

“Acreditamos que as orcas são boas, que os malvados se podem regenerar com boas palavras e boas intenções, com bons sentimentos, mas o mundo não é assim”, afirmou. “Estamos a educar os jovens para um mundo que não é real, e deixá-los indefesos nas mãos do mal”, insistiu.

O autor defendeu os seus argumentos com base na experiência, nomeadamente como repórter de guerra durante 21 anos, que foram “essenciais” para os seus romances. Uma experiência que lhe deu “serenidade”, referindo que “a guerra é uma escola de lucidez sobre o ser humano”.

“Quando falo de violência e tortura, não aprendi no cinema ou nos bares. Eu vi e vivi, tenho recordações pessoais, que uso depois nos meus romances”.

Neste novo livro, Pérez-Reverte queria contar o crescimento de um jovem através da violência. Para tal serviu, entre outros materiais de pesquisa, um espólio epistolar da sua família: um jovem engenheiro de minas que viveu esse período revolucionário no México e que se correspondeu com o seu avô.

Estava assim encontrado o protagonista do romance, Martín Garrett Ortiz, de 24 anos, espanhol, engenheiro de minas, a residir em Ciudad Juárez, que se vê evolvido e fascinado pelos movimentos em curso, no tempo dos líderes revolucionários Emiliano Zapata e Francisco ‘Pancho’ Villa que lutavam contra as tropas federais do Presidente Porfirio Díaz.

Para o autor, “o mais fascinante” na literatura é a parte de preparação da escrita.

A narrativa inclui vários termos típicos do México, acentuando assim o contexto local. A este propósito, Pérez-Reverte realçou “a excelente tradução” para português de Cristina Rodriguez e Artur Guerra, que já tinham traduzido outras obras do autor, distinguido, em 2017, com o Prémio literário Jacques Audiberti.

“Odeio escrever, o ato mecânico de escrever é muito desagradável, é rotina, é como ir para o escritório. Mas a primeira parte, documentar-me, viajar, ler, conhecer, falar com as pessoas, imaginar, é muito bonita. O romance concretiza-se porque a primeira parte me seduz e faz-me muito feliz. Eu sou um escritor feliz por isso”, declarou.

Ao escrever sobre a Revolução Mexicana o autor foi recuperar a memória de um acontecimento “que quase ninguém se lembra hoje, apesar de ter sido muito importante e interessante”.

“A Revolução Mexicana foi uma grande esperança. O México era um país muito pobre, muito miserável, nas mãos das oligarquias poderosas, e a revolução foi uma luz de esperança. Pensou-se até que o México ia mudar, mas não mudou. Cometeram-se os erros de sempre e hoje vai-se ao México, e pergunta-se, ‘aqui houve uma revolução? Não parece’. Criou-se o Partido Revolucionário Institucional”, que continua a preponderar na política mexicana e que esteve mais de 50 anos no poder.

Para o escritor, o que se passou no México, passou-se noutros territórios latino-americanos. Citou Nicarágua, Cuba, Venezuela. “Quando chegam ao poder, todos se convertem em classe dirigente”. A Revolução Mexicana foi “um fracasso absoluto, como outras revoluções”, afirmou Pérez-Reverte, sem esquecer porém fatores externos, nomeadamente a influência do vizinho norte-americano.

“Os Estados Unidos nunca permitiram que o México fosse um país poderoso e estável, sempre procuram destabilizá-lo, sempre intervieram. Há uma velha frase que afirma: ‘Pobre México tão longe de Deus e tão próximo dos Estados Unidos’, e isso é verdade. A tragédia do México é estar demasiado próximo dos Estados Unidos [com o qual faz fronteira a norte]”.

Referindo-se ao seu livro “Revolução”, que define como um romance histórico, Pérez-Reverte afirmou: “Os livros de História são essenciais, sou um grande leitor de livros sobre História. A minha filha é historiadora, mas é verdade que a literatura permite coisas que a História não permite. O romancista pode chegar onde o historiador não consegue. Se o romancista está preparado, é conhecedor [do contexto histórico] pode, em alguns aspetos, ir mais longe que o historiador, não substitui-lo, nem melhorá-lo, mas fazer com que o leitor, depois de ler o romance, queira conhecer a História real”, disse.

“O romancista pode ir mais além, nomeadamente na construção psicológica das personagens”, acrescentou, enfatizando: “A literatura [de ambiente histórico] e a História são complementares”.

“A Tábua de Flandres”, “A Ponte dos Assassinos”, “Um Dia de Cólera”, “Limpeza de Sangue”, “O Pintor de Batalhas”, “A Pele do Tambor”, “Linha da Frente”, “Uma História de Espanha”, assim como o seu romance de estreia, “O Hussardo”, de 1986, contam-se entre os quase 30 títulos da sua obra literária, publicados em Portugal.

30 Set 2024

Associação de Macau lança 2a edição de concurso de contos em português

Uma associação de Macau lança, na segunda-feira, a segunda edição do concurso infantojuvenil de contos e ilustração entre escolas dos países e regiões da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), foi anunciado.

Com o tema “A Minha Língua”, a Somos!-Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (Somos-ACLP) pretende estimular, através dos contos, “a imaginação dos mais novos” para a escrita em português, e através das ilustrações, o “despertar da curiosidade” para as artes visuais.

Este tema visa celebrar “a diversidade linguística presente na comunidade lusófona”, bem como histórias e experiências “que podem ser partilhadas através da língua portuguesa e, após tradução, a chinesa”, acrescentou na mesma nota.

A escolha dos vencedores nas duas categorias, conto e ilustração, vai caber, respetivamente, à escritora portuguesa Adélia Carvalho e ao cartunista brasileiro Cau Gomez, “padrinhos do concurso”, em conjunto com um painel de seis jurados, referiu.

A iniciativa destina-se a alunos do 5.º e do 6.º anos de escolaridade (10 aos 12 anos) das escolas participantes, sendo que cada país ou região será representado por uma instituição de ensino, que tenha o português como língua veicular, num total de nove instituições.

O conto a concurso, original e um por escola, pode ser criado individualmente ou em grupo. Posteriormente, os contos vão ser distribuídos aleatoriamente por todas as nove escolas participantes para a respetiva ilustração.

O prémio na categoria de conto é de 7.500 patacas para a escola vencedora, enquanto cinco mil patacas serão atribuídas à instituição vencedora na categoria de ilustração, adiantou.

De Luanda, participa a Escola Primária 1501 “Dom Moisés”, distrito urbano do Rangel, bairro Vila Alice; de São Paulo (Brasil), a Escola Tiê; da Cidade da Praia, a Escola Básica de Ponta d’Água; de Bissau, o Centro de Formação Doze Pedras; de Maputo, a Escola Primária da Maxaquene Khovo; de Macau, a Escola Oficial Zheng Guanying.

De Portugal, participa a Escola Básica Dr. Vasco Moniz de Vila Franca de Xira; de São Tomé e Príncipe, a Escola Secundária Patrice Lumumba; e de Timor-Leste, a Escola CAFE Liquiçá. A Somos–ACLP vai publicar os contos e as ilustrações em livro, com textos traduzidos e adaptados para a língua chinesa.

30 Set 2024

Clube Militar | Festival de gastronomia e vinhos de Portugal até 6 de Outubro

O Clube Militar de Macau receber, desde sexta-feira e até 6 de Outubro, dois chefs portugueses para o Festival de Gastronomia e Vinhos de Portugal – “Sabores e Aromas do Outono 2024”.

“Sentimo-nos muito honrados e felizes de organizar este festival (…), já com uma tradição de mais de duas décadas”, disse na quinta-feira, num comunicado, o presidente da direcção do clube, Ambrose So. O festival, que se prolonga durante 10 dias, está também integrado nas celebrações do 154.º aniversário do Clube Militar, “uma das mais antigas associações sociais de Macau”, sublinhou.

Esta é a terceira vez que o Clube Militar recebe os irmãos Óscar e António Geadas, os chefs do restaurante G, na Pousada de São Bartolomeu, em Bragança, no nordeste de Portugal, distinguido com uma estrela Michelin, acrescentou.

A cozinha do restaurante G aposta em “sabores marcadamente transmontanos”, com destaque para as raças autóctones da região, como o porco bísaro, a vitela mirandesa, assim como a castanha, de acordo com a mesma nota. Em Junho, o Clube Militar de Macau recebeu outros dois chefs portugueses para o Festival de Gastronomia e Vinhos de Portugal – “Primavera-2024”, que integrou também o programa Junho – Mês de Portugal em Macau.

30 Set 2024

Macau teve “papel insubstituível” na diplomacia da China

O comissário dos Negócios Estrangeiros chinês em Macau destacou o “papel insubstituível” do território na diplomacia da China nos últimos 25 anos, lembrando as ligações com os países lusófonos.

Liu Xianfa afirmou que Macau pode “retirar mais oportunidades” da estratégia de desenvolvimento da China, incluindo da iniciativa “Uma faixa, uma rota” – enorme projecto de infraestruturas internacionais lançado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em 2013 -, bem como da Grande Área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e da zona de cooperação aprofundada de Hengqin.

A Grande Baía é um projecto de Pequim para criar uma metrópole mundial a partir das regiões administrativas especiais de Macau e de Hong Kong e nove cidades da província de Guangdong, além de Hong Kong e Macau, onde vivem cerca de 86 milhões de pessoas.

A Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin é um projecto lançado por Pequim em 2021, gerido pela província de Guangdong e Macau, com uma área de cerca de 106 quilómetros quadrados e uma população de mais de 53 mil habitantes.

Reforço das qualidades

Por outro lado, o responsável assinalou, num artigo enviado à Lusa por ocasião do 75.º aniversário da fundação da República Popular da China, que a região semiautónoma vai continuar a reforçar-se como “centro mundial de turismo e lazer”, como plataforma de cooperação comercial entre a China e os países lusófonos e uma base de intercâmbio e coexistência de diferentes culturas, “com a cultura chinesa como ‘mainstream'”.

“Macau tem sido um importante centro da Rota Marítima da Seda desde a Antiguidade. Durante os últimos 25 anos, com a sua especial localização geográfica e a grande vantagem de [o princípio] ‘Um país, dois sistemas’, bem como as suas estreitas ligações com os países lusófonos em termos de língua, regulamentos, leis e cultura, Macau desempenhou um papel insubstituível no empreendimento diplomático da China e obteve resultados impressionantes nas suas relações externas”, afirmou, no mesmo documento.

30 Set 2024

Pequim isenta de visto mais quatro países mas Portugal continua ausente

A China vai alargar a política de isenção de vistos para cidadãos de mais quatro países europeus – Eslovénia, Grécia, Dinamarca e Chipre -, uma medida que exclui Portugal, anunciou nos últimos dias a diplomacia chinesa em comunicados separados.

O alargamento surge depois de, no início do mês, Pequim ter incluído a Noruega na lista de países cujos cidadãos poderão permanecer no país asiático para turismo, negócios ou trânsito durante 15 dias, isentos de visto.

Os anúncios deste mês significam que no total 16 países europeus beneficiam agora da medida de Pequim, que está a tentar estimular o turismo internacional e o investimento estrangeiro, abalados pela pandemia da covid-19, durante a qual a China impôs um encerramento quase total das fronteiras.

Em Novembro passado, a China anunciou que os nacionais de França, Alemanha, Itália, Países Baixos e Espanha beneficiariam de uma isenção de visto unilateral.

Em Março, alargou a política para estadias de até 15 dias a mais seis países europeus — Suíça, Irlanda, Hungria, Áustria, Bélgica e Luxemburgo. Portugal, no entanto, continua ausente.

Mais facilidades

Nos últimos meses, o país asiático adoptou uma série de medidas para ajudar os viajantes internacionais. Os serviços de pagamento electrónico WeChat Pay e Alipay anunciaram no último ano várias medidas para disponibilizar os seus sistemas de pagamento aos utilizadores estrangeiros que visitam a China, que por vezes têm dificuldade em pagar no país e em utilizar determinados serviços.

Os estrangeiros que visitaram a China no primeiro semestre de 2024 mais do que duplicaram para 14,64 milhões, o equivalente a uma subida de 152,7 por cento em relação ao mesmo período de 2023.

Os dados da Administração Nacional de Imigração do país asiático revelaram que as entradas sem visto ultrapassaram 8,5 milhões, representando 58 por cento das viagens e um aumento de 190 por cento em relação ao ano anterior. No entanto, o número de estrangeiros continua aquém dos registos pré-pandemia, quando a China era visitada por cerca de 15 milhões de visitantes por ano.

30 Set 2024

Austrália enaltece esforços de Pequim para estimular economia

O responsável pelo Tesouro australiano saudou na sexta-feira os esforços da China para estimular a economia, cujo abrandamento “é prejudicial” para a Austrália, fornecedor de várias matérias-primas para o país asiático.

Jim Chalmers terminou, em Pequim, a primeira visita de um funcionário australiano de nível ministerial à China em sete anos, sinalizando uma melhoria nas relações bilaterais. Na capital chinesa, Chalmers afirmou que a economia australiana está a abrandar devido à incerteza económica global, às elevadas taxas de juro e ao abrandamento da economia da China.

“Quando são tomadas medidas para impulsionar a actividade económica e o crescimento da economia chinesa, sujeitas aos pormenores que serão divulgados atempadamente, consideramos que se trata de um desenvolvimento muito, muito bom para a Austrália”, adiantou.

A China é o maior comprador das exportações mais lucrativas da Austrália: minério de ferro e carvão.

“A nossa resiliência e prosperidade estão intimamente ligadas à economia da China e à economia global”, escreveu Chalmers num artigo de opinião publicado no jornal The Australian. O político australiano referiu que o seu departamento prevê que o crescimento económico anual chinês seja inferior a 5 por cento nos próximos três anos, a expansão mais fraca desde o final dos anos de 1970.

Durante a estada em Pequim, as duas partes reuniram-se no âmbito do Diálogo Económico Estratégico Austrália-China, reavivando as conversações outrora anuais destinadas a aumentar o comércio e o investimento, depois de um hiato de sete anos.

Em 2020, a China introduziu uma série de proibições comerciais oficiais e não oficiais sobre matérias-primas australianas, incluindo o carvão, o que custou aos exportadores australianos mais de 20 mil milhões de dólares australianos por ano.

O comércio bilateral atingiu um recorde de 327 mil milhões de dólares australianos, no ano passado, mais do dobro do valor registado em 2015, quando foi celebrado um acordo de comércio livre.

Oxigénio financeiro

No início desta semana, a China anunciou uma série de novas medidas para impulsionar a economia e reanimar o sector imobiliário em dificuldades. O banco central reduziu o rácio de reservas obrigatórias dos bancos em 0,5 por cento, permitindo uma injecção de um bilião de yuan nos mercados financeiros.

Também reduziu as taxas de juro dos empréstimos aos bancos comerciais e reduziu os pagamentos mínimos de entrada para algumas hipotecas.

30 Set 2024