Hoje Macau China / ÁsiaInternet | Relatório da Kaspersky mostra Ásia na mira de hackers [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] mais recente relatório de inteligência de ameaças da Kaspersky Lab, empresa russa de antivírus e segurança online, trouxe entre as tendências vistas nos três primeiros meses do ano uma nova onda de actividade de ameaças persistentes avançadas no continente asiático. Mais de 30 por cento das ameaças no primeiro trimestre de 2018 foram registadas na região. Além da Ásia, outro dos pico de actividade de piratas informáticos foi observado no Oriente Médio, nomeadamente, através do uso de novas técnicas. Os pesquisadores continuaram a detectar actividades de grupos de ameaças persistentes avançadas (APTs) em russo, chinês, inglês e coreano. E, embora alguns agentes conhecidos não tenham agido de maneira expressiva, um número crescente de APTs e de novos agentes foi detectado na região asiática. A alta é explicada, em parte, pelo ataque Olympic Destroyer nos Jogos Olímpicos de Pyeongchang. Os destaques do primeiro trimestre de 2018 incluem um crescimento contínuo de actividades em chinês, que mira entidades governamentais (Taiwan e Malásia), registos de actividades de APTs no sul da Ásia (entidades militares paquistanesas), a APT IronHusky deixou de atacar agentes militares russos e transferiu todo seu empenho para a Mongólia, a península coreana permanece na mira da APT Kimsuky (espionagem de pensadores e políticos sul-coreanos) e um subconjunto do grupo Lazarus, o Bluenoroff, voltou-se para novos alvos, que incluem empresas de criptomoeda e pontos de vendas. Homem do meio A Kaspersky Lab também detectou um pico de actividade no Oriente Médio: a APT StrongPity lançou vários ataques “man-in-the-middle” sobre redes de provedores de serviços de Internet (ISPs). Outro grupo de criminosos virtuais muito habilidoso, o Desert Falcons, voltou a atacar dispositivos Android com um malware usado em 2014. No primeiro trimestre, os pesquisadores da Kaspersky Lab também descobriram vários grupos que miram suas campanhas em routers e hardware de rede, uma abordagem adoptada anos atrás por Regin e CloudAtlas. Segundo os especialistas, os routers continuarão sendo um alvo dos invasores de infraestrutura contra as vítimas. “Durante os três primeiros meses do ano, observamos vários grupos de ameaças novos com níveis de sofisticação diferentes. Mas, no geral, eles usavam as ferramentas de malware mais comuns disponíveis. Ao mesmo tempo, não vimos qualquer actividade significativa de alguns agentes conhecidos. Isso nos faz acreditar que estejam repensando suas estratégias e reorganizando as suas equipas para ataques futuros”, disse Vicente Diaz, pesquisador-chefe de segurança da Kaspersky Lab.
Hoje Macau China / ÁsiaEstudo | Nova Rota da Seda chinesa expande influência de Pequim [dropcap style=’circle’] U [/dropcap] ma organização não-governamental afirmou ontem que o projecto chinês de infraestruturas “uma Faixa, uma Rota” visa expandir a influência política e presença militar de Pequim, apesar de a China garantir que o objectivo é a cooperação económica. O relatório, da organização não-governamental C4ADS, com sede nos Estados Unidos, concluiu que os projectos da iniciativa chinesa “uma Faixa, uma Rota” não visam beneficiar os países receptores, como anunciado pela China, mas antes expandir a influência de Pequim além-fronteiras. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês rejeita já as conclusões do relatório e reiterou que a iniciativa visa “sobretudo a cooperação económica” e a promoção do desenvolvimento comum através de infraestruturas. “A China não está a jogar jogos de geopolítica”, sublinhou, em comunicado. Anunciado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, a “Faixa económica da rota da seda e a Rota da seda marítima do século XXI”, mais conhecido como “uma Faixa, uma Rota”, está avaliada em 900 mil milhões de dólares, e visa reactivar as antigas vias comerciais entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e Sudeste Asiático. Redes ferroviárias intercontinentais, portos, aeroportos, centrais eléctricas e zonas de comércio livre estão a ser construídos em mais de 60 países, abrangendo 65 por cento da população mundial. “Os investimentos parecem gerar influência política, expandir dissimuladamente a presença militar da China e criar um ambiente estratégico vantajoso na região”, afirmou a C4ADS, que analisa 15 portos financiados pela China no Bangladesh, no Sri Lanka, no Camboja, na Austrália, em Omã, na Malásia, na Indonésia e no Djibuti. Rota bélica A organização, especializada na análise de dados e questões de segurança, examinou documentos oficiais da China e relatórios de analistas chineses sobre a iniciativa, também conhecida como “Nova Rota da Seda”. Apesar de não existir nenhum documento oficial que relacione a “Nova Rota da Seda” a interesses de segurança da China, analistas chineses escreveram já que ambos estão “intimamente ligados”, afirmou o relatório. “Muitos destes observadores reconheceram que uma rede de centros logísticos marítimos, através da região do Indo-Pacífico, tem potencial para mudar o cenário estratégico da região, e muitos descreveram explicitamente o papel do investimento em infraestruturas na estratégia chinesa”, indicou. Os projectos portuários incluem uso duplo, para fins militares e civis, aumentam a influência do Partido Comunista Chinês, através do envolvimento de firmas estatais chinesas ou o controlo através de participações ou empréstimos a longo prazo, de acordo com o documento. Lisboa tem insistido na inclusão de uma rota atlântica no projecto chinês, o que permitiria a Sines ligar as rotas do Extremo Oriente ao Oceano Atlântico, beneficiando do alargamento do canal do Panamá.
Hoje Macau China / ÁsiaBirmânia | Presidente anuncia amnistia que liberta mais de 8000 presos O novo presidente da Birmânia, Win Myint, anunciou ontem uma amnistia geral que permitirá a libertação de mais de 8.000 prisioneiros, mais de trinta dos quais condenados por razões políticas [dropcap style =’circle’]O[/dropcap] presidente justificou o perdão, que resultará na libertação de prisioneiros, com razões humanitárias. “Para dar paz aos corações das pessoas e pelo apoio humanitário, 8.490 prisioneiros de várias prisões receberão um perdão”, disse o gabinete presidencial, em comunicado. Trata-se da primeira amnistia concedida desde que Win Myint assumiu o cargo, em 31 de Março, e coincide com a celebração do Ano Novo de Thingyan (Novo Ano Budista). A medida foi estendida a 51 outros prisioneiros estrangeiros, que serão deportados para os seus países, acrescentou o gabinete presidencial, num outro comunicado. A maior parte (6.362) dos amnistiados estava a cumprir sentenças por crimes relacionados com o tráfico de drogas. Os restantes (2021) são membros das forças armadas e da polícia, acrescentou o porta-voz do gabinete, Zaw Htay, na sua página no Facebook. Entre os amnistiados estão 36 pessoas presas por motivos políticos, segundo revelou a Associação de Assistência aos Presos Políticos (AAPP) nas redes sociais. A organização disse que nas prisões do país há 18 presos políticos com condenação final e 74 presos preventivamente, a aguardar julgamento. Perdão no feriado A concessão de amnistias é habitual na Birmânia, em datas especiais como a de Thingyan, celebrada em meados de Abril. A libertação de todos os presos políticos foi uma das promessas eleitorais da líder de facto do governo, Aung San Suu Kyi, que passou 15 anos em prisão domiciliária durante a última junta militar. A Liga Nacional pela Democracia, uma formação liderada por Suu Kyi, formou Governo há dois anos, vencendo em Novembro de 2015 as primeiras eleições democráticas no país, depois de quase cinco décadas de ditaduras militares.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Kim Jong Un quer “desenvolver a amizade da RPDC com a China” [dropcap style =’circle’]O[/dropcap] líder da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), Kim Jong Un, anunciou esforços no sentido de ampliar a integração de seu país com a China. As declarações foram proferidas durante um encontro com o chefe do departamento internacional do Partido Comunista Chinês, Song Tao, no passado domingo Ao relatar o encontro entre Kim e Song Tao, a agência de notícias do governo coreano, a KCNA, afirmou que a delegação chinesa foi recebida pelo líder coreano no sábado. Na reunião Tao transmitiu às autoridades coreanas as “mais calorosas saudações” do povo chinês. Após receber a autoridade chinesa, a agência afirmou que houve “uma ampla troca de opiniões sobre questões importantes e de interesse mútuo”. Ainda segundo a agência, Kim “declarou que trabalhará positivamente no sentido de desenvolver a amizade entre a RPDC e a China, a fim de conduzir o país a uma nova fase, conforme exigido pela nova era”. Por sua vez, Song Tao manifestou a disposição de seu país no sentido de “contribuir para a promoção das relações duráveis e prolongadas” entre ambos os países. Soprar velas O encontro foi celebrado durante o festival anual da Primavera, realizado tradicionalmente em Pyongyang, e que, desde 1986, conta com a presença das autoridades chinesas, bem como da participação de diversos artistas do país. A data é uma comemoração nacional, já que durante o festival também é festejado o aniversario de Kim Il-Sung, o principal líder da revolução coreana. A reunião entre ambas as autoridades deu-se algumas semanas depois da visita diplomática do líder norte-coreano a Pequim, ocasião de seu encontro com o presidente chinês, Xi Jinping. Dando sequência aos esforços de aproximação entre as regiões norte e sul da Coreia, Kim Jong Un deve se encontrar com o presidente sul-coreano, Moon Jae-In, no próximo dia 27 de Abril.
Hoje Macau SociedadeConferência | Especialistas de tradução reunidos em Macau na próxima semana A Escola Superior de Línguas e Tradução do Instituto Politécnico de Macau (IPM) organiza, na próxima semana, uma conferência que vai reunir quase uma dezena de especialistas das áreas da tradução/interpretação, formação de professores de português e educação em línguas [dropcap style =’circle’]”D[/dropcap]Diálogos Contemporâneos” titula a conferência multidisciplinar sobre tradução/interpretação, formação de professores de português e educação em línguas que vai juntar, na próxima semana, no IPM quase uma dezena de especialistas, a maioria proveniente de instituições de ensino superior de Portugal. “Proporcionar um espaço de reflexão e debate interculturais e multidisciplinares que permitam gizar linhas de actuação futura” com vista à “melhoria de formação integral e específica dos estudantes” figura entre os principais objectivos da conferência, que vai realizar-se na próxima segunda e terça-feira, indicou o IPM em comunicado. As temáticas a abordar, de uma perspectiva multidisciplinar, são: Investigação para fins académicos, formação de professores de língua portuguesa, formação de tradutores e intérpretes, questões de tradução e interpretação e educação em línguas. No primeiro dia da conferência, António Nóvoa, embaixador de Portugal junto da UNESCO, vai ser outorgado com o título de professor coordenador honorário, indicou o IPM. A lista de conferencistas convidados completa-se com Rui Vieira de Castro (reitor da Universidade do Minho); Isabel Pires de Lima (ex-ministra da Cultura e professora catedrática da Universidade do Porto); Fernando Prieto (director da Faculdade de Tradução e Interpretação da Universidade de Genebra); Alexandra Assis Rosa (subdirectora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), Manuel Rodrigues (Universidade de Aveiro); Luís Filipe Barbeiro (do Instituto Politécnico de Leiria) e Maria José Grosso (Universidade Macau/ Universidade Lisboa). Outro lado da moeda Além da aposta na tradução e interpretação, áreas que desenvolve em parceria com o Instituto Politécnico de Leiria, o IPM tem reforçado, desde o ano passado, a formação de professores no ensino de português e chinês. Isto depois de ter criado, há dois anos, uma Licenciatura de Ensino de Chinês como Língua Estrangeira e, no ano passado, uma Licenciatura em Português, com um dos seus dois ramos consagrado ao ensino de português. O IPM e o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua assinaram, na passada quarta-feira, um protocolo que visa a certificação, com a chancela do Camões, de cursos de professores de língua portuguesa administrados pelo IPM.
Hoje Macau BrevesPE aprova regulamento sobre emissões de gases com efeito de estufa [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] Parlamento Europeu (PE) aprovou ontem um regulamento sobre as reduções anuais obrigatórias das emissões de gases com efeito de estufa pelos estados-membros da União Europeia (UE) entre 2021 e 2030, e outro relativo à gestão das florestas. Em sessão plenária, em Estrasburgo (França), o PE aprovou, por 343 votos a favor, 172 contra e 170 abstenções, uma nova legislação que estabelece metas vinculativas para a redução das emissões de CO2 pelos estados-membros, englobando os transportes, os resíduos, os edifícios e a agricultura. Os objectivos nacionais de redução das emissões foram fixados sobretudo com base no PIB per capita, com vista a garantir a equidade, variando entre 0 por cento na Bulgária e -40 por cento no Luxemburgo e na Suécia. Em relação a Portugal, o objectivo de redução foi fixado em -17 por cento em 2030, em comparação com 2005. As novas regras aplicam-se aos sectores não abrangidos pelo regime de comércio de licenças de emissão da UE, como os transportes, os resíduos, os edifícios e a agricultura, que representam cerca de 60 por cento das emissões europeias. As metas nacionais deverão contribuir para que o bloco comunitário atinja uma redução de 30 por cento nestes sectores em 2030. Os eurodeputados aprovaram também, por 574 votos a favor, 79 contra e 32 abstenções, um regulamento relativo ao uso do solo, à alteração do uso do solo e às florestas, destinado a assegurar que as emissões e remoções geradas por este sector sejam tidas em conta entre 2021 e 2030. O regulamento estipula que todos os estados-membros terão de garantir que as emissões provenientes deste sector são equilibradas e define um método de contabilização das emissões associadas ao uso do solo e às florestas. Os dois regulamentos visam implementar os compromissos decorrentes do Acordo de Paris sobre o combate às alterações climáticas, com o objectivo de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em, pelo menos, 40 por cento até 2030, em comparação com os níveis de 1990.
Hoje Macau SociedadeVandalismo | IC encaminha caso envolvendo escultura de Camões para a PSP [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] Instituto Cultural (IC) anunciou ontem que a escultura do autor d’ “Os Lusíadas”, localizada na Gruta de Camões, no jardim com o mesmo nome, foi pintada, “afectando negativamente a aparência exterior do busto e a imagem geral do sítio onde se encontra”. O caso de vandalismo foi encaminhado para a PSP, indicou o IC, dando conta de que será dado início, o mais rápido possível, aos trabalhos de reparação, com vista a recuperar a aparência original da escultura no mais curto prazo possível. “O IC condena fortemente o tratamento inadequado de peças do património cultural de Macau e volta a advertir o público que a execução de inscrições ou de pinturas em bens imóveis classificados constitui uma violação directa do disposto no artigo 35.º da Lei n.º 11/2013 – Lei de Salvaguarda do Património Cultural”, refere o organismo em comunicado, reiterando que actos de vandalismo de bens imóveis classificados constituem ilícito criminal.
Hoje Macau SociedadeTransportes | Associações de táxis a favor de câmaras de vídeo nos carros [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] regulamento dos taxistas vai ser alterado e prevê a instalação de dispositivos de gravação sonora dentro dos veículos. Representantes de associações locais entendem que a medida não é suficiente e que para reduzir as infrações dos taxistas é necessária a instalação de câmaras de gravação de vídeo. O presidente da Associação dos Consumidores das Companhias de Utilidade Pública de Macau, Cheang Chong Fai entende que a proposta do Executivo para instalar gravadores de voz nos táxis não é suficiente para combater as infracções cometidas pelos condutores. De acordo com o Jornal do Cidadão, o responsável sugere que o melhor é mesmo avançar para a instalação de câmaras para que existam registos em vídeo. Para Cheang Chong Fai, a questão da privacidade não se levanta porque as câmaras de filmar são um dispositivo largamente presente noutros transportes públicos, tais como nos autocarros, aviões e comboios. Para o presidente da Associação dos Consumidores das Companhias de Utilidade Pública de Macau, só com as gravações com som e imagem é possível um combate eficaz às infracções e a obtenção de provas efectivas. Já Leong Pou Ieng, subchefe para os assuntos sociais dos Kaifong (União Geral das Associações dos Moradores de Macau), considera que apesar da instalação de gravadores de som poder causar efeitos dissuasores, estes só são aplicáveis para os delitos cometidos dentro dos táxis. Ficam de fora atitudes, gestos e recusa de transporte que só poderão ser registadas através de vídeo. Contagem de pontos No que respeita à medida anunciada pelo Governo que prevê o cancelamento da licença para os condutores de táxis com mais de quatro infracções graves durante um período de cinco anos, o presidente da Associação dos Consumidores das Companhias de Utilidade Pública de Macau, Cheang Chong Fai também não se mostra confiante. “É uma medida que não tem efeitos dissuasores”, disse. O responsável sugere a criação de um sistema de pontos com base nos níveis de gravidade das irregularidades e que sejam retiradas as licenças aos taxistas que atinjam um determinado valor. No entanto, o responsável destaca que se deve garantir o direito dos taxistas a interpor recurso na sequência de infracções suspeitas. Para o deputado Leong Sun Iok, as infracções dos taxistas não só afectam a imagem turística do território, como têm um forte impacto nas deslocações de residentes e de turistas. Com a alteração ao regulamento dos táxis, o deputado acredita que vai aumentar o controlo sobre os delitos que têm vindo a ser cometidos.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Popularidade de Shinzo Abe cai para mínimo devido a caso de corrupção O índice de popularidade do primeiro-ministro japonês caiu mais de dez pontos, para o nível mais baixo desde que chegou ao poder em 2012, devido à sua implicação num caso de corrupção, indicam várias sondagens publicadas ontem [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] popularidade de Shinzo Abe caiu para 26,7 por cento, de acordo com a sondagem da televisão Nippon TV. O diário Asahi situa a aprovação do Governo nos 31 por cento, o pior nível registado em mais de cinco anos de mandato de Abe, muito abaixo do nível histórico de 65,7 por cento, alcançado em Abril de 2013. Em Março passado, o ministro das Finanças japonês admitiu a manipulação de documentos relacionados com a venda de um terreno do Estado, a um preço quase dez vezes inferior ao do mercado, a favor de uma instituição educativa privada com ligações a Abe e à mulher, Akie. No fim-de-semana, cerca de 50 mil pessoas manifestaram-se em Tóquio contra o Governo de Abe e exigiram a demissão do primeiro-ministro, que apelidaram de “mentiroso”. O número de participantes no protesto foi avançado pela organização. O caso, conhecido em Fevereiro do ano passado, manteve-se em segundo plano até à divulgação, no mês seguinte, de documentos falsificados, forçando o primeiro-ministro japonês a comparecer perante o parlamento, onde negou qualquer envolvimento seu e da sua mulher, quer na venda, quer na falsificação de documentos. Elo mais fraco A alegada venda à Moritomo Gakuen, instituição que gerou polémica por promover ideias ultranacionalistas, transformou-se na pior crise para Abe e poderá pôr em perigo a reeleição, em Setembro, para um terceiro mandato à frente do Partido Liberal Democrático (PDL). Nesta situação de debilidade, Abe vai na terça-feira aos Estados Unidos para uma reunião de dois dias com o Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a política comum em relação à Coreia do Norte, antes das cimeiras previstas entre Pyongyang, Seul e Washington. Observadores afirmaram esperar que Abe e Trump abordem a questão das taxas alfandegárias norte-americanas sobre o aço e o alumínio.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Pequim divulga prognósticos positivos de crescimento A China divulga na terça-feira o ritmo de crescimento da sua economia durante o primeiro trimestre do ano, que analistas preveem irá fixar-se em 6,8 por cento, superando a meta estabelecida pelo Governo [dropcap style≠‘circle’]C[/dropcap]aso se cumpra a previsão, a China mantém o ritmo de crescimento registado no segundo semestre de 2017, ilustrando a capacidade do país em manter uma das mais altas taxas de crescimento económico do mundo. Aquele valor fica, no entanto, uma décima abaixo do ritmo de 6,9 por cento, alcançado no conjunto de 2017. Pequim estabeleceu como meta para este ano um crescimento de “6,5 por cento ou acima”. O Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês anunciará os dados numa conferência de imprensa, na sede do Conselho de Estado, em Pequim, e dará a conhecer outros indicadores económicos, incluindo a produção industrial, emprego, investimento ou retalho. Segundo analistas, o crescimento chinês no primeiro trimestre do ano foi sobretudo impulsionado pela forte procura mundial por produtos do país, e não reflecte ainda as crescentes disputas comerciais com os Estados Unidos. Washington impôs este mês um aumento das taxas alfandegárias sobre as importações de aço e alumínio da China. Aquelas medidas poderão ter um impacto de 0,1 por cento no Produto Interno Bruto (PIB) chinês, segundo os analistas. No entanto, caso se confirme a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de subir as taxas alfandegárias sobre uma lista de produtos que, no ano passado, representaram 50.000 milhões de dólares nas exportações chinesas, o impacto será maior. “Caso os EUA aprovem a proposta de Trump (…), a China deverá retaliar e é provável que responda com um aumento dos impostos. Nesse caso, estimamos que o efeito na economia chinesa subirá, de uma desaceleração de 0,1 por cento, para 0,5 por cento do PIB”, alerta a consultora britânica Capital Economics, num relatório. Análise por sector Entre os argumentos utilizados por Trump para justificar a subida das taxas alfandegárias está o elevado défice de Washington nas trocas comerciais com Pequim, que no primeiro trimestre se fixou nos 98.150 milhões de yuan (12.650 milhões de euros). A actividade industrial do país subiu, em Março, fixando-se nos 51,5 pontos, acima dos 50,3 pontos alcançados no mês anterior, depois de o país ter levantado as restrições impostas ao sector manufatureiro durante o Inverno, e que visaram combater a poluição. O sector dos serviços expandiu-se também, de 54,4 pontos, em Fevereiro, para 54,6 pontos, em Março. Outro indicador positivo no primeiro trimestre do ano foi o crescimento homólogo de 0,5 por cento no investimento directo estrangeiro no país, para 227.540 milhões de yuan (29.315 milhões de euros).
Hoje Macau PolíticaFong Soi Kun vai contestar pena na Segunda Instância [dropcap style=’circle’] O [/dropcap] antigo director dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG) Fong Soi Kun vai contestar junto do Tribunal de Segunda Instância a pena que lhe foi aplicada após o inquérito à sua actuação durante o Hato, o pior tufão a atingir o território em mais de meio século, revelou a Rádio Macau. Segundo a emissora pública, no âmbito do inquérito foi recomendada uma pena de 240 dias de suspensão, uma vez que se entendeu não ter havido irregularidades graves na actuação do ex-director durante a previsão do tufão Hato. Contudo, conforme anunciado, na semana passada, o Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, decidiu pela demissão – o castigo máximo previsto ao abrigo do Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública (ETAPM). Essa opção tem como efeitos práticos, dado que Fong Soi Kun se aposentou entretanto, a suspensão da reforma por quatro anos. Com uma pensão fixada em aproximadamente 80 mil patacas, o antigo director dos SMG vai ser penalizado em quase quatro milhões de patacas. Fong Soi Kun pode recorrer para o Chefe do Executivo ou para os tribunais, tendo escolhido então a segunda opção, ou seja, optou por interpor um recurso contencioso para o Tribunal de Segunda Instância. De acordo com a Rádio Macau, o ex-director vai avançar com um pedido de suspensão de eficácia da decisão que, caso seja aceite, permite-lhe continuar a receber a pensão até que o TSI se pronuncie sobre o recurso. O processo disciplinar contra o ex-director dos SMG não foi tornado público. Contudo, ainda de acordo com a emissora, Fong Soi Kun foi punido não por se considerar que ordenou demasiado tarde o içar o sinal 10 de tempestade tropical, mas por alegadamente ter demorado a accionar o aviso de inundações. “Grande injustiça” A pena de quatro anos sem reforma a que foi sujeito Fong Soi Kun constitui, na opinião de Jorge Neto Valente, “uma grande injustiça”. “Acho que é uma total ausência de proporcionalidade do sistema e ainda pasmo por ver gente a exigir mais, a dizer que a pena de demissão que é curta, que a lei tem de ser mudada para mais. Não sei se querem pena de morte ou prisão perpétua”, afirmou o também presidente da Associação dos Advogados à Rádio Macau. Recordando o trabalho de Fong Soi Kun, como as boas classificações e o facto de ter presidido ao Comité dos Tufões, Neto Valente lamentou que o estejam a responsabilizar “como se se ele tivesse içado o sinal duas horas antes deixasse de haver tufão, inundações, ou gente morta”. Nelson Kot, funcionário público aposentado que foi cabeça-de-lista nas eleições para a Assembleia Legislativa em Setembro, também se pronunciou sobre o caso. Em declarações ao Jornal do Cidadão, defendeu que o pedido de aposentação do ex-director dos SMG não deveria ter sido aprovado enquanto estava em curso o processo disciplinar, pelo que sugere que o ETAPM inclua regras que no futuro impeçam que tal suceda.
Hoje Macau EventosCinemateca Paixão | Realizador Adam Wong orienta ‘workshop’ em Maio [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]dam Wong vai estar em Macau de 11 a 15 de Maio para orientar um ‘workshop’ de cinema. O realizador de Hong Kong foi escolhido para ser cineasta residente na Cinemateca Paixão em Maio, depois de Cheung King-wai, no ano passado. Durante a sua estadia, de cinco dias, vão ser exibidas três das suas longas-metragens: “Quando Beckham Conheceu Owen” (2014), “A Nossa Dança” (2013) e “Ela Lembra, Ele Esquece” (2015). Em paralelo, o seu mais recente documentário “A Saída” (2017) e as curtas “Cata Vento” (2009), “Sabor Secreto” (2012) e “Trabalhos” (2016) vão ser apresentados pela primeira vez em Macau. Após as sessões, o público terá a possibilidade de conversar com o realizador, indicou a Cinemateca Paixão. Além de apresentar os filmes, Adam Wong vai orientar um ‘workshop’ de cinema, com quatro horas de duração, intitulado “O que filmar? Como filmar?”, no qual o cineasta vai partilhar o método de criação das suas curtas-metragens, desde a fase de encontrar ideias, passando pelo esboçar de histórias, pela pesquisa e planeamento até à escolha do elenco e ao acto de filmagem propriamente dito. O ‘workshop’ vai decorrer em cantonense com interpretação simultânea em inglês.
Hoje Macau EventosMúsica | Orquestra de Macau apresenta “Heróis: Uma Sinfonia de Jogos Electrónicos” A Orquestra de Macau vai apresentar, no próximo dia 30 de Junho, “Heróis: Uma Sinfonia de Jogos Electrónicos”, após o sucesso de um concerto semelhante que aconteceu em 2016. Segue-se, a 7 de Julho, “Música Clássica de A-Z com Jason”, que tem os mais pequenos como público-alvo [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap]pós o sucesso do concerto sinfónico de jogos de vídeo que teve lugar há dois anos, a Orquestra de Macau vai apresentar no teatro do Venetian “Heróis: Uma Sinfonia de Jogos Electrónicos”. O concerto, com bilhetes à venda desde ontem, tem lugar no próximo dia 30 de Junho pelas 20h. Este ano, a Orquestra de Macau vai interpretar bandas sonoras sinfónicas premiadas de jogos electrónicos, sob a batuta da maestrina principal e directora artística da Orquestra Sinfónica de Perth, Jessica Gethin, informou o Instituto Cultural (IC) em comunicado. O repertório que será apresentado ao público de Macau gira em torno de bandas sonoras de videojogos populares em todo o mundo, como “Final Fantasy”, “Dragon Age”, “Metal Gear Solid IV”, “God of War”, “Journey” e “Shadow of the Colossus”, entre outros. À música juntar-se-á a projecção sincronizada de clipes dos videojogos, de acordo com o IC. Pequena grande música Dias depois, a 7 de Julho, a Orquestra de Macau tem outro concerto agendado, desta feita no auditório da Torre de Macau, destinado às famílias. “Música Clássica de A-Z com Jason” é o título do espectáculo que vai ser dirigido pelo maestro da nova geração Jason Lai que, segundo indica o IC, irá contar histórias de A a Z, explicando, por exemplo, a razão pela qual a orquestra precisa fazer a verificação da nota Lá(A) no início de cada espectáculo, ou o papel da nota Si(B) na música, a importância do Dó(C). O objectivo do evento passa por dar a conhecer a música clássica aos mais pequenos a partir de uma perspectiva diferente. Jason Lai, que desempenhou o cargo de maestro associado e foi também artista residente na Sinfonietta de Hong Kong é, actualmente, maestro associado da Orquestra Sinfónica de Singapura e maestro principal da Orquestra do Conservatório de Música Yong Siew Toh da Universidade Nacional da Cidade-Estado. O jovem maestro tem vindo a dedicar-se à promoção da música clássica, possuindo uma vasta experiência na direcção de concertos para crianças. O espectáculo, que vai ser apresentado em inglês, tem como destinatários crianças a partir dos três anos de idade. Os bilhetes para ambos os concertos encontram-se à venda desde ontem, estando disponível um desconto de 40 por cento na compra antecipada (até dia 28 de Abril), mediante determinados critérios. Os ingressos para o concerto “Heróis: Uma Sinfonia de Jogos Electrónicos” custam entre 100 e 300 patacas, enquanto os do “Música Clássica de A-Z com Jason” 120 patacas.
Hoje Macau China / ÁsiaSíria | Pequim diz que ataque viola carta da ONU e dificulta solução para a guerra [dropcap style=’circle’] A [/dropcap] China criticou no fim-de-semana o ataque conjunto dos Estados Unidos, França e Reino Unido contra a Síria, por considerar que viola a Carta das Nações Unidas e complica as negociações de uma solução para o conflito “Qualquer acção militar unilateral sem o aval do Conselho de Segurança é contrária aos propósitos e princípios da Carta da ONU e viola os princípios e normas básicas do direito internacional”, afirmou em comunicado uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying. Este ataque “também acrescenta factores novos e complicados para a solução da questão síria”, acrescentou a porta-voz. “Nós opomo-nos ao uso da força nas relações internacionais e apoiamos o respeito pela soberania, a independência e a integridade territorial de todos os países”, disse. A China “apela a todas as partes para que ajam no quadro do direito internacional e para que resolvam a crise através do diálogo e da negociação”, referiu a porta-voz. Os Estados Unidos, a França e o Reino Unido realizaram uma série de ataques com mísseis contra alvos associados à produção de armamento químico na Síria, em resposta a um alegado ataque com armas químicas na cidade de Douma, Ghouta Oriental, por parte do Governo de Bashar al-Assad. A ofensiva consistiu em três ataques, com uma centena de mísseis, contra instalações utilizadas para produzir e armazenar armas químicas, informou o Pentágono. Última Ghouta O Presidente dos EUA justificou o ataque como uma resposta à “acção monstruosa” realizada pelo regime de Damasco contra a oposição e prometeu que a operação irá durar “o tempo que for necessário”. A Rússia anunciou, entretanto, que vai pedir uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU após os ataques ocidentais contra alvos na Síria. “A Rússia convoca uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU para discutir as acções agressivas dos Estados Unidos e seus aliados”, refere Moscovo em comunicado. Peritos da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) tinham previsto iniciar uma investigação sobre o alegado ataque com armas químicas. A missão recebeu um convite do Governo sírio, sob pressão da comunidade internacional. Mais de 40 pessoas morreram e 500 foram afectadas no ataque de 7 de Abril contra a cidade rebelde de Douma, em Ghouta Oriental, que, segundo organizações não-governamentais no terreno, foi realizado com armas químicas. A oposição síria e vários países acusam o regime de Al-Assad da autoria do ataque, mas Damasco nega e o seu principal aliado, a Rússia, afirmou que o ataque foi encenado com a ajuda de serviços especiais estrangeiros.
Hoje Macau China / ÁsiaFé | Católicos chineses ignoram possível acordo entre Pequim e a Santa Sé [dropcap style =’circle’] O [/dropcap] bservadores garantem estar para breve um acordo entre a China e o Vaticano, que poria fim a mais de 70 anos de antagonismo, mas numa das principais comunidades católicas da China ninguém sabe de nada. “Nós aqui fazemos o melhor que podemos para praticar a fé”, diz Lu Zhizhong, padre na aldeia de Donglu. “O resto são questões para os nossos líderes”. Donglu é um dos lugares mais sagrados para os católicos chineses, local de uma alegada aparição de Nossa Senhora, em 1900, para proteger os locais de uma rebelião nacionalista. Entre os crentes locais questionados pela Lusa sobre o referido acordo, a resposta não variou: “Bu Zhidao” (‘Não sei de nada’, em chinês). Com cerca de dez mil habitantes, a aldeia fica em Hebei, província do norte da China que concentra grande parte da indústria pesada chinesa, produzindo mais aço do que qualquer país no mundo – com excepção da própria China. Uma igreja do tamanho de um quarteirão, com paredes e colunas brancas, ergue-se no centro de Donglu, entre casas de tijolo cru, estradas poeirentas e plantações de melancia. Lu Zhizhong vive nas traseiras da igreja, construída no início dos anos 1990, num cubículo com cerca de quinze metros quadrados. Aos visitantes, oferece a única bebida que tem: água quente. “Eu desde criança que sou católico, mas a fé é algo estranho à nossa cultura”, explica. “Temos que a conhecer, estudar, compreender. Não é como em Portugal, onde é parte natural da sociedade”, diz. O que distingue a igreja católica na China face a outras partes do mundo não é, contudo, apenas cultural. China e Vaticano romperam os laços diplomáticos em 1951, depois de Pio XII excomungar os bispos designados pelo Governo chinês. Os católicos chineses dividiram-se então entre duas igrejas: a Associação Católica Patriótica Chinesa, aprovada por Pequim, e a clandestina, que continuou fiel ao Vaticano. Novo dia Segundo o acordo que deverá ser anunciado em breve, o Vaticano reconhecerá sete bispos nomeados por Pequim, enquanto dois bispos da igreja clandestina terão que se afastar. Em troca, a Santa Sé terá uma palavra na nomeação de futuros bispos chineses. As autoridades chinesas, no entanto, já reafirmaram a sua posição. “A Constituição chinesa dita claramente que os grupos e assuntos religiosos não podem ser controlados por forças estrangeiras, e que estas não devem interferir de forma alguma”, disse, na semana passada, Chen Zongron, vice-diretor da Administração de Assuntos Religiosos da China. “Não existe religião na sociedade humana que esteja acima do Estado”, afirmou. Porém, a religião na China estará numa fase de grande expansão, preenchendo “o vazio moral” e o “excessivo materialismo” provocados pela alegada crise da ideologia comunista e o trepidante desenvolvimento das últimas quatro décadas de “Reforma Económica e Abertura ao Exterior”. Num domingo de páscoa em Donglu, a igreja, com capacidade para cerca de mil pessoas, está a abarrotar. Nas ruas, lançam-se petardos e fogo-de-artifício para “afugentar os maus espíritos”, uma tradição reservada no país para a passagem do Ano Novo Lunar, a mais importante festa para os chineses. Entre os crentes, trocam-se ovos com a inscrição “Deus ama-te” e, em frente à igreja, vende-se algodão doce – outra novidade no país. “A religião é algo positivo para as pessoas, as famílias, a sociedade e o país”, diz Lu Zhizhong, ressalvando logo a seguir: “Desde que seja praticada sem extremismos ou que não leve ao isolamento face aos outros”.
Hoje Macau PolíticaSérgio Godinho – “Grão da mesma mó” “Grão da mesma mó” Não sei se estão a ver aqueles dias em que não acontece nada, a não ser o que o que aconteceu e não aconteceu E do nada há uma luz que se acende. Não se sabe se vem de fora ou se de dentro, apareceu E dentro da porção da tua vida, é a ti que cabe o não trocar nenhum futuro pelo presente O fazer face à face que se teve até ali Ausente presente Vê lá o que fazes, há tanto a fazer Fazes que fazes Ou pões sementes a crescer? Precisas de água, a Terra também Ventos cruzados E o sol e a chuva que os detém Vivida a planta Refeita a casa É espaço em branco Tempo de o escrever E abrir asa E a linha funda, na palma da mão Desenha o tempo então Mas há linhas de água que cruzas sem sequer notares, e oh, estás no deserto e talvez no oásis, se o olhares E não há mal e não há bem que não te venha incomodar Vale esse valor? É para vender ou comprar? Mas hoje, questões éticas? Agora? Por favor… Que te iam prescrever a tal receita para a dor Vais ter que reciclar o muito frio e o muito quente Ausente presente Vê lá o que fazes, há tanto a fazer Fazes que fazes Ou pões sementes a crescer? E a linha funda, na palma da mão Desenha o tempo então ‘Um curto espaço de tempo’ Vais preenchê-lo com o frio da morte morrida Ou o calor da vida vivida? Não queiras ser nem um exemplo, nem um mau exemplo, por si só Há dias em que é grão da mesma mó E a senha já tirada, já tardia do doente Dez lugares atrás, e pouco a pouco, à frente E cada um falar-te das histórias da sua vida Feliz, dorida Vê lá o que fazes, há tanto a fazer Fazes que fazes Ou pões sementes a crescer? Precisas de água, a Terra também Ventos cruzados E o sol e a chuva que os detém Vivida a planta Refeita a casa É espaço em branco Tempo de o escrever E abrir asa E a linha funda, na palma da mão Desenha o tempo então E explicaram-te em botânica, uma espécie que não muda a flor do fatalismo, está feito E se até dá jeito alterar só por hoje o amanhã Melhor é transfigurar o amanhã com todo o hoje E as palavras tornam-se esparsas Assumes Fazes que disfarças Escolhes paixões, ciúmes Tragédias e farsas E faças o que faças Por vales e cumes Encontras-te a sós, só Grão a grão acompanhado e só Grão da mesma mó Grão da mesma mó Sérgio Godinho
Hoje Macau SociedadeIPM estabelece protocolo com Instituto Camões [dropcap style≠‘circle’]F[/dropcap]oi ontem assinado um protocolo entre o Instituto Politécnico de Macau e o Instituto Camões. O presidente do Camões – Instituto da Cooperação e Língua considerou ontem que Macau cumpre “o princípio das duas línguas, consagrado na transição” e que o Instituto Politécnico de Macau se encarrega “de o concretizar na prática”. “Penso que está a ser dada a concretização ao princípio das duas línguas, princípio consagrado na transição e que o Instituto Politécnico de Macau (IPM) se está a encarregar de concretizar na prática aqui nesta região”, disse Luís Faro Ramos, aos jornalistas, depois da cerimónia de assinatura de protocolo de cooperação entre o IPM e o Camões. Segundo Luís Faro Ramos, este protocolo tem como um dos objectivos a “promoção da língua portuguesa, não só em Macau, mas também na região Ásia Pacifico”. “O presidente do Camões está aqui para nos ajudar na missão do ensino da língua portuguesa em Macau e até nesta região Ásia Pacífico”, disse, por seu lado, o presidente do Instituto Politécnico de Macau, Lei Heong Iok. O protocolo assinado entre os dois institutos visa a certificação, com a chancela do instituto Camões, de cursos de professores de língua portuguesa, administrados pelo IPM. À margem da reunião, o presidente do Camões vai cumprir uma agenda de encontros com autoridades portuguesas e macaenses, designadamente o cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, Vítor Sereno, o presidente da Escola Portuguesa de Macau, Manuel Machado, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Alexis Tam, o presidente do IPM, Lei Heong Ieok, e a presidente do Instituto Cultural da RAEM, Mok Ian Ian. O Camões – Instituto da Cooperação e da Língua é um instituto público tutelado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) que tem por missão propor e executar a política de cooperação portuguesa e a política de ensino e divulgação da língua e cultura portuguesas no estrangeiro.
Hoje Macau SociedadeCoimbra no horizonte dos programas de mobilidade estudantil de Macau [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Comissão de Desenvolvimento de Talentos de Macau apresentou vários projectos de mobilidade estudantil, nomeadamente um plano de apoio a cursos de mestrado na Universidade de Coimbra, anunciou ontem em comunicado. Os projetos são implementados com a colaboração da Fundação Macau, que assinou, em 2011, um protocolo de cooperação geral com a universidade portuguesa. Desde então, a Fundação Macau tem vindo a apoiar a atribuição de bolsas de estudo que “visem fomentar os estudos sobre a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM)”. Em Fevereiro último, a Universidade de Coimbra assinou um protocolo de cooperação com a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa (CCILC) para “estabelecer cooperação académica, científica e cultural entre as partes”. Além da parceria com a universidade portuguesa, a comissão apresentou ainda a situação relativa ao projecto de estágio na Organização das Nações Unidos para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e o programa de apoio financeiro para frequência do curso de mestrado em Gestão Empresarial, todos inseridos no programa “Formação de Elites 2018” e implementados pela Fundação Macau. De acordo com o comunicado, o prazo de inscrição nos cursos decorre de Abril até Setembro.
Hoje Macau EventosExposição “Ancoradouro da Taipa: Nomes do Passado e do Presente” no próximo dia 19 [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) vai organizar uma exposição que visa dar a conhecer a história relacionada com o Ancoradouro da Taipa. A abertura está marcada para a próxima quinta-feira, dia 19 “Ancoradouro da Taipa: Nomes do Passado e do Presente” titula a exposição que vai ser inaugurada na Casa de Nostalgia das Casas da Taipa. A mostra, organizada pelo IC e com entrada livre, fica patente até 18 de Junho. Com a apresentação dos topónimos do passado e do presente, a exposição visa dar a conhecer este pedaço de terra aos visitantes e episódios históricos que tiveram lugar no Ancoradouro da Taipa, que se localizava na actual zona do Cotai, indicou o IC em comunicado. A exposição inclui numerosos artefactos de significado histórico, incluindo mapas antigos de Macau tais como o “Mapa do Ancoradouro da Taipa e de Macau do século XVIII” e o “Mapa de Macau e das ilhas das imediações (1891)”, assim como livros antigos como Hai Dao Tu Shuo (Roteiro Náutico) e Guangdong Tongzhi da dinastia Qing. A par da mostra, vão ser realizadas actividades paralelas, como ‘workshops’ gratuitos, informou o IC.
Hoje Macau EventosMuseu de Macau apresenta programa de actividades de comemoração dos 20 anos O Museu de Macau vai assinalar os 20 anos com uma série de actividades, incluindo uma exposição e uma palestra temáticas sobre o tema do projecto “Uma Faixa, Uma Rota” [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] programa das festas abre na próxima quarta-feira, dia 18, com “Tesouros do Mar Profundo – Exposição de Relíquias Arqueológicas Subaquáticas do Nanhai N.º 1”. A mostra, co-organizada com o Museu Marítimo da Rota da Seda de Guangdong, surge “em complemento às trocas culturais” no universo de países e regiões que integram a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, lançada por Pequim, no quadro de cooperação entre Guangdong, Hong Kong e Macau. A exposição, que vai estar patente até 31 de Julho, centra-se no feito do projecto arqueológico subaquático do navio mercante da dinastia Song, o Nanhai n.º 1. Em comunicado, o Instituto Cultural (IC), sublinha que o objectivo é aprofundar os conhecimentos do público sobre projectos arqueológicos subaquáticos. Já no dia 21, o auditório do Museu de Macau acolhe uma palestra orientada pelo vice-director do Departamento de Armazenamento do Museu Marítimo da Rota da Seda de Guangdong, Zhang Xuanwei, que vai dar a conhecer os trabalhos de conservação do casco daquela embarcação e dos artefactos encontrados no local. Até Julho está também prevista uma série de ‘workshops’ de criação de um navio em miniatura com peças de lego. Palestras históricas Os jogos são um dos destaques das actividades de comemoração do 20.º aniversário. A 19 de Maio, entre as 16h e as 21h horas, têm lugar no Museu de Macau diversas actividades de divulgação, nomeadamente ‘workshops’, visitas guiadas a exposições temáticas, sessões de teatro, oficinas de restauro, tendas com jogos e venda de livros, entre outros, que visam proporcionar uma experiência museológica diferente a um público de todas as idades durante o fim de semana. O IC indicou ainda que o Museu de Macau vai começar a realizar, este ano, periodicamente palestras que terão como temas arqueologia subaquática e a rota da seda ou ainda crenças religiosas e experiências de vida dos cidadãos de Macau, com vista a promover a história e a cultura junto da população. Em paralelo, para elevar os conhecimentos dos jovens relativamente à história e cultura da província de Guangdong, o Museu de Macau vai organizar, em meados de Agosto, programas de intercâmbio de alunos de escolas básicas com o Museu de Shenzhen.
Hoje Macau China / ÁsiaAbertura do sector financeiro a investimento estrangeiro maioritário Investidores estrangeiros poderão “dentro de meses” adquirir participações maioritárias em seguradoras, fundos de investimento, futuros e companhias de seguros de vida da China, anunciou ontem o banco central chinês [dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] anúncio surge um dia depois de o Presidente chinês, Xi Jinping, ter prometido acelerar a abertura do mercado financeiro do país e reduzir as barreiras ao investimento estrangeiro nos sectores automóvel, construção naval e aviação. Em Novembro passado, o Ministério das Finanças chinês avançou que o país iria permitir a empresas estrangeiras adquirirem participações maioritárias em seguradoras ou fundos de investimento, mas não detalhou uma data. Os novos detalhes sobre a abertura do sistema financeiro chinês ao capital estrangeiro surgem num período de tensão com os Estados Unidos em torno de questões comerciais. A China é também alvo de frequentes críticas de Bruxelas e Washington, devido às barreiras que impõe ao investimento estrangeiro em vários sectores, enquanto as empresas chinesas têm acesso sem restrições aos mercados externos. Sem limites No comunicado do Banco do Povo Chinês (banco central) afirma-se ainda que o país irá abrir ao investimento estrangeiro as empresas de leasing e crédito ao consumo ou compra de automóvel. A mesma nota avança que irá abolir os limites à participação estrangeira em activos de investimento de bancos comerciais e operações de gestão de riqueza. Na semana passada, os EUA divulgaram uma lista de importações chinesas avaliadas, no conjunto, em 40.700 milhões de euros, e às quais propõem aplicar taxas alfandegárias, como retaliação pela “transferência forçada de tecnologia e propriedade intelectual norte-americana”. Em reacção, Pequim ameaçou subir os impostos sobre um conjunto de produtos norte-americanos, que em 2017 valeram o mesmo valor nas importações chinesas. No fim-de-semana passada, Trump ameaçou subir as taxas alfandegárias para produtos chineses num valor adicional de 81.000 milhões de euros.
Hoje Macau China / ÁsiaCasa de Portugal registada com apoio de Ramos-Horta [dropcap style≠‘circle’]U[/dropcap]m grupo de portugueses e luso-timorenses, incluindo o ex-Presidente José Ramos-Horta, registou ontem, em Díli, a Casa de Portugal, associação que nasce para “defender e promover os interesses da comunidade portuguesa” em Timor-Leste. Sem fins lucrativos e criada por um grupo inicial de 21 pessoas, a nova associação surge, segundo os estatutos, para zelar pela “preservação da identidade da comunidade e do seu património cultural, nomeadamente da língua e cultura portuguesas” e também para contribuir para o desenvolvimento de Timor-Leste. Outro dos objectivos é que a associação possa tornar-se num “interlocutor privilegiado” na procura de soluções para problemas específicos que afectem a comunidade portuguesa em Timor-Leste”. Promover a solidariedade na comunidade portuguesa e fomentar as relações com as demais comunidades são outros objectivos da associação, que pretende criar núcleos de acção cultural e de formação. Fernando Figueiredo, principal mentor do projecto, disse que a Casa de Portugal traduz a vontade manifestada por muitos portugueses e luso-timorenses de ter um espaço onde “partilhar anseios, expectativas, dificuldades e formas de estar na sociedade timorense”. No passado, recordou, já tinham sido feitas outras tentativas para criar uma associação idêntica que acabaram por não progredir, em parte, devido à complicada burocracia. Neste caso, o processo começou há vários meses e ainda não está concluído, faltando, depois do registo público, aspectos como a publicação no Jornal da República. Com o apoio do ex-Presidente timorense José Ramos-Horta e da embaixada de Portugal em Díli, a Casa de Portugal, cuja sede provisória ficará no Centro Cultural da missão diplomática, vai começar a angariar associados. Em paralelo, explicou, serão feitos esforços junto das autoridades timorenses para a obtenção de uma sede.
Hoje Macau China / ÁsiaFMI rejeita proteccionismo em todas as formas A directora-geral do FMI elencou ontem a rejeição do proteccionismo, a prevenção dos riscos financeiro e orçamental e a defesa do crescimento de longo prazo como as três principais mensagens dos Encontros da Primavera [dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]um discurso proferido na Universidade de Hong Kong, a líder do Fundo Monetário Internacional (FMI) vincou que estas são as três principais mensagens que serão sublinhadas no relatório sobre as Perspectivas Económicas Mundiais, a lançar na próxima semana em Washington. As três mensagens, assim, começam pela rejeição do proteccionismo: “Os governos precisam de rejeitar o proteccionismo em todas as suas formas; a história mostra que as restrições à importação prejudicam toda a gente, especialmente os consumidores mais pobres”, vincou Lagarde. A declaração acontece numa altura em que a maior economia do mundo, os Estados Unidos, lançou um forte aumento dos impostos alfandegários sobre o alumínio e o aço, originando por parte da China, a segunda maior economia mundial, uma resposta semelhante, o que poderá desencadear uma guerra comercial mais alargada. O sistema de comércio multilateral, acrescentou, “transformou o nosso mundo na última geração” e seria “um falhanço político colectivo” se este sistema de regras e responsabilidade partilhada fosse posto em perigo. Janela aberta A segunda mensagem que vai ser enfatizada para a semana em Washington é o perigo que decorre do aumento da dívida pública e privada, que chegou ao nível mais alto de sempre: 164 biliões de dólares. “Novas análises do FMI mostram que, depois de uma década de condições financeiras fáceis, a dívida global chegou ao maior valor de sempre; a dívida pública nas economias avançadas está a níveis inéditos desde a Segunda Guerra Mundial, e se as tendências recentes continuam, muitos países de baixo rendimento vão enfrentar um peso da dívida insustentável”, acrescentou a diretora-geral do FMI no discurso proferido em Hong Kong. Como um peso da dívida elevado deixou os governos, as empresas e as famílias mais vulneráveis a condições financeiras mais restritivas, a construção de almofadas orçamentais é fundamental. “Isto significa criar mais espaço de manobra para agir quando o próximo ciclo económico descendente inevitavelmente surgir”, concluiu Lagarde sobre a segunda mensagem do FMI. Sobre a criação de riqueza inclusiva a longo prazo, a directora-geral do Fundo salientou que “mais de 40 países emergentes e em desenvolvimento devem crescer mais devagar, em termos per capita, que as economias avançadas”, o que significa uma importância acrescida de os sectores dos serviços aumentarem a produtividade. “O governo digital pode garantir serviços públicos mais eficazmente, o que ajuda a melhorar a vida das pessoas”, disse, concluindo que “ao usar novas ferramentas, como análise de grandes dados, os governos conseguem reduzir as fugas, que estão muitas vezes diretamente relacionadas com a corrupção e a evasão fiscal”. “O mundo está a viver um forte crescimento… e como vão ver nas nossas perspectivas na próxima semana, continuamos a estar optimistas”, disse Christine Lagarde no discurso de lançamento dos Encontros da Primavera, que decorrem durante a próxima semana em conjunto com o Banco Mundial. Para Lagarde, este momento de crescimento sustentado é ideal para os governos apostarem em reformas políticas, já que “a janela de oportunidade está aberta”. No entanto, acrescentou a antiga ministra das Finanças de França, “há um novo sentido de urgência porque as incertezas aumentaram significativamente, desde as tensões comerciais, ao aumento dos riscos financeiro e orçamental, até à geopolítica mais incerta”.
Hoje Macau SociedadeJockey Club vai ter de aumentar capital social até 1500 milhões [dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Companhia de Corridas de Cavalos deve alterar o capital social para atingir o montante mínimo de 1500 milhões de patacas até 31 de Dezembro de 2023. O valor vem estipulado no extracto do contrato publicado ontem em Boletim Oficial, depois da prorrogação do contrato de concessão das corridas de cavalos por 24 anos e seis meses. Segundo o documento, até 31 de Dezembro de 2018, a empresa deve efectuar a redução do capital social motivada por perdas para o montante de 30 milhões de patacas, seguido de um aumento do capital social no montante mínimo de 570 milhões de patacas, a fim de atingir o capital social registado no montante mínimo de 600 milhões de patacas”. Até 30 de Junho de 2020, a Companhia de Corridas de Cavalos de Macau deve aumentar de novo o capital social em mais 400 milhões de patacas, para perfazer um total mínimo de mil milhões de patacas. Por fim, até 31 de Dezembro de 2023, deve efectuar o último aumento do capital social no montante mínimo de 500 milhões de patacas, por forma a atingir o valor de 1500 milhões. Por outro lado, ainda de acordo com o extracto do contrato, a Companhia de Corridas de Cavalos tem até 10 de Abril de 2021 para liquidar a dívida de 150,52 milhões de patacas à RAEM. Em caso de incumprimento das referidas claúsulas, o Governo poderá suspender a exploração do exclusivo ou rescindir o contrato de concessão. O actual capital social da empresa é de três mil milhões de patacas, sendo que a Companhia de Corridas de Cavalos tem um prejuízo acumulado, até 2016 (não são ainda conhecidos os números de 2017), de mais de quatro mil milhões de patacas.