Hoje Macau DesportoUS Open | Serena Williams multada em 17.000 dólares [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] tenista norte-americana Serena Williams foi multada em 17.000 dólares, depois de ter recebido três advertências do árbitro português Carlos Ramos na final do US Open, frente à japonesa Naomi Osaka. A informação foi divulgada hoje pela organização do torneio norte-americano, quarto e último Grand Slam de 2018, no relatório de sanções aplicadas às tenistas que infringiram as regras, o que no caso de Williams passou por chamar “ladrão” a Carlos Ramos. A norte-americana recebeu três advertências do árbitro português: por ‘coaching’ (receber instruções do treinador), por ter partido uma raqueta, que deu origem a um ponto de penalidade, e abuso de linguagem, do qual resultou num jogo de penalidade. Osaka venceu o encontro em dois ‘sets’, pelos parciais de 6-2 e 6-4, conquistando, aos 20 anos, o primeiro título do Grand Slam frente a veterana Williams, de 36 anos, que se tinha imposto em Nova Iorque (1999, 2002, 2008, 2012, 2013 e 2014). WTA pede igual tratamento para homens e mulheres no ténis Entretanto, a Associação de Ténis Feminino (WTA) pediu igual tratamento para todos os competidores e treinadores dos circuitos de ambos os sexos, após o incidente na final do Open dos Estados Unidos. “A WTA acredita que não deve haver diferença nos padrões de tolerância proporcionados às emoções expressas por homens e mulheres e estamos comprometidos em trabalhar com o desporto para garantir que não haja discriminação. Não acreditamos que isso tenha sido feito sábado à noite”, disse Steve Simon, diretor-geral do organismo. Na final com Naomi Osaka, a norte-americana Serena Williams foi punida com três violações de conduta pelo árbitro português Carlos Ramos, num jogo vencido pela jovem nipónica por esclarecedores 6-2 e 6-4. Serena Williams agrediu verbalmente o árbitro, chamando-o de “mentiroso e ladrão”, por este a punir por ter recebido instruções da bancada – o treinador de Serena confirmou que o fez, embora diga que a sua pupila não o ouviu – e acusou-o de “sexismo”. A Pro Tour feminina solidarizou-se também. O campeão masculino, o sérvio Novak Djokovic, igualmente castigado no passado pelo juiz luso, entende que o castigo não deveria ter sido tão duro. “Podia ter sido diferente, mas não mudou o rumo da partida”. Na minha opinião talvez tenha sido desnecessário. Todos temos as nossas emoções, principalmente quanto lutamos por um título do Grand Slam”, disse. Ainda assim, o terceiro jogador do ranking discorda que haja tratamento diferente dos árbitros para homens e mulheres. “Não vejo as coisas da mesma forma do senhor (Steve) Simon. Realmente não. Acho que homens e mulheres são tratados desta ou daquela forma dependendo da situação. É difícil generalizar as coisas, realmente. Acho que não é necessário haver este debate”, concluiu.
Hoje Macau DesportoDjokovic sobe ao terceiro lugar no ‘ranking’ ATP e João Sousa reentra no top 50 [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] tenista sérvio Novak Djokovic, vencedor do US Open, no domingo, subiu ao terceiro lugar do ‘ranking’ mundial, classificação em que o português João Sousa progrediu 19 lugares, sendo agora 49.º. Se a Djokovic valeu o título no quarto ‘major’ da temporada para se situar nos três primeiros, atrás de Rafael Nadal e Roger Federer, Sousa regressa ao top-50, depois de ter sido o primeiro tenista português a atingir os oitavos de final de um Grand Slam. O português, que tem como melhor registo na hierarquia mundial um 28.º lugar, em maio de 2016, foi eliminado na competição nova-iorquina por Djokovic, 6-3, 6-4, 6-3. No domingo, na final, o tenista sérvio bateu o argentino Juan Martín Del Potro, por 6-3, 7-6(4) e 6-3, garantindo pela terceira vez na sua história um triunfo em Flushing Meadows e a 14.ª vitória num torneio do Grand Slam. Djokovic, que chegou em 2018 a sair dos 20 primeiros da classificação, devido a lesão, igualou Pete Sampras no número de ‘majors’ 14, tendo apenas diante de si Roger Federer (20) e Rafael Nadal (17). Na classificação ATP, hoje divulgada, destaque igualmente para a subida do japonês Kei Nishikori, semifinalista vencido em Nova Iorque, do 19.º para o 12.º lugar. Em femininos, o quarto e último torneio do Grand Slam da época permitiu a entrada no top-10 da campeã, Naomi Osaka, a primeira japonesa a vencer um ‘major’, depois de bater na final a norte-americana Serena Williams. Osaka ocupa agora o sétimo lugar, enquanto Serena Williams, que ainda recupera no ‘ranking’ depois de ter sido mãe no último ano, subiu dez posições e é 16.ª classificada. Na liderança continua a romena Simona Halep, seguida pela dinamarquesa Caroline Wozniacki, e agora pela alemã Angelique Kerber, com a norte-americana Sloane Stephens a cair para o nono lugar.
Hoje Macau InternacionalCorrupção e violência dominam terceiro debate de candidatos à presidência do Brasil [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] violência e a corrupção, bem como um apelo unânime ao fim do ódio político, marcaram o terceiro debate televisivo entre seis dos candidatos à presidência do Brasil, no domingo à noite. Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (Partido Democrático Trabalhista, PDT), Geraldo Alckmin (Partido da Social Democracia Brasileira, PSDB), Guilherme Boulos (Partido Socialismo e Liberdade, PSOL), Henrique Meirelles (Movimento Democrático Brasileiro, MDB) e Marina Silva (Rede) foram os candidatos presentes neste debate, que não contou com um representante do Partido dos Trabalhadores (PT). O PT ainda não indicou um candidato à Presidência da República, depois do Tribunal Superior Eleitoral ter barrado a candidatura do ex-Presidente Luís Inácio Lula da Silva às eleições presidenciais, marcadas para 07 de outubro, com a segunda volta a realizar-se três semanas depois, no dia 28. Também Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal (PSL), manteve-se ausente por estar hospitalizado desde quinta-feira, depois de ter sido esfaqueado numa ação de campanha em Juiz de Fora, no estado de Minas Gerais. Todos os candidatos presentes lamentaram o ataque ao político e pediram a pacificação da sociedade brasileira no primeira parte do debate, divido em blocos compostos por perguntas, respostas e comentários dos participantes. No primeiro bloco, quase todos os candidatos abordaram propostas dos adversários, indicou o jornal Estadão, à exceção de Guilherme Boulos, que enfrentou diretamente Meirelles, ex-ministro da Economia. “O compromisso da minha candidatura é enfrentar privilégios. O senhor vai enfrentar privilégios da sua turma?”, questionou Boulos. No segundo bloco, os temas em destaque foram a corrupção que abala o país, a Operação Lava Jato e a condenação do ex-Presidente Lula. O terceiro bloco trouxe ao debate o aumento dos salários no sistema judicial e os problemas de saneamento básico do país. Já no quarto bloco, os candidatos responderam a perguntas de internautas, onde as desigualdades salariais entre homens e mulheres e a crise no sistema dos Correios estiveram em destaque. Marina Silva lembrou o ataque a Bolsonaro e apostou numa campanha de paz, em que defendeu a união do Brasil e a necessidade de preservar a cultura indígena no país. A candidata sublinhou ainda importância da educação, chamando a “atenção principalmente do eleitorado feminino”, de acordo com uma análise do Estadão. Já Álvaro Dias destacou a corrupção e as falhas do sistema. “Hoje, é o ano novo da comunidade judaica e lembro que esse é o País das crenças e das religiosidades. Somos muitos Brasis dentro de um grande Brasil e devemos nos respeitar. O ódio cega a inteligência. A raiva e a inteligência alimentam a violência (…) O Brasil precisa abrir o olho”, afirmou. Alckmin sublinhou a necessidade de pacificação e união, que relacionou com as questões da educação e da segurança. “Os brasileiros já têm problemas demais. Não podemos ter um próximo Presidente para ter mais problemas. O Brasil já errou. Já erramos e vimos as consequências. Estamos preparados para fazer um grande esforço em torno da reforma tributária, da mudança política, da reforma do Estado para que o País se encontre”, declarou. Ciro Gomes apresentou-se como a mudança, e destacou o desemprego e a violência contra a mulher. “O Brasil não pode se manter com 13 milhões de desempregados” disse o candidato do PDT. Gomes acrescentou que os eleitores “devem observar mais para decidir o voto”. Meirelles disse concorrer à presidência pelo desejo de melhorar a vida dos brasileiros, e defendeu que tirou o país da maior recessão da história, enquanto ministro da Economia de Temer. “É só me chamar que trarei as respostas”, sublinhou. Já Boulos frisou a “invisibilidade dos pobres”, ao mesmo tempo que afirmou ser o único candidato capaz de restaurar a solidariedade, por não ter “o rabo preso”. O debate, já considerado “morno” pelos partidos, teve um grande destaque na rede social Twitter, na qual os internautas foram questionados sobre o impacto da ausência de Jair Bolsonaro. De acordo com uma sondagem da plataforma Ideia Big Data, a maioria das respostas indicou que a ausência do candidato não teve nenhum impacto. O debate foi promovido pela TV Gazeta, jornal O Estado de São Paulo e rádio Jovem Pan.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Shinzo Abe visita região afectada por sismo que fez 42 mortos [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, deslocou-se ontem à ilha de Hokkaido, atingida na quinta-feira por um sismo que fez 42 mortos, de acordo com um novo balanço. Abe visitou a cidade de Sapporo, onde o sismo, com uma magnitude de 6,6, deixou ruas com grandes buracos e casas destruídas, tendo também visitado Atsuma, uma pequena localidade rural gravemente afectada. Após a deslocação, Abe regressou a Tóquio para um conselho de ministros extraordinário que deve desbloquear 4,2 milhões de euros para ajuda à região afectada. Segundo os ‘media’ japoneses, incluindo a televisão NHK, foi anunciado um novo balanço que dá conta de 42 mortos. As autoridades locais indicaram, no entanto, que há 39 mortos e um desaparecido. Em Atsuma, as operações para encontrar eventuais sobreviventes continuam. Logo após o sismo, que provocou estragos numa central térmica, cerca de três milhões de casas ficaram sem electricidade, mas a energia foi restabelecida quase na sua totalidade, embora as autoridades locais tenham pedido aos habitantes para limitarem o consumo, uma vez que o fornecimento continuava instável. Este sismo foi a última de uma série de catástrofes naturais a atingir o Japão nos últimos meses. Em finais de Julho, a região ocidental do país foi afectada pela passagem do tufão mais forte dos últimos 25 anos, semanas depois de fortes chuvas provocarem inundações e deslizamentos de terras que fizeram cerca de 200 mortos.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Sismo de 6,1 na escala de Richter abala Davao Ocidental [dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m sismo de magnitude 6,1 na escala de Richter foi registado no sábado no sul das Filipinas sem que, até ao momento, se tenha conhecimento de vítimas ou danos materiais. O Serviço Geológico dos Estados Unidos, que regista a actividade sísmica em todo o mundo, informou que o movimento ocorrido cerca das 07h16 GMT e o epicentro situou-se a cerca de nove quilómetros da localidade de Manay e a 1.300 a sul da capital filipina. O sismo, localizado na província de Davao Ocidental, registou-se a 10 quilómetros de profundidade. As Filipinas encontram-se localizadas no chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, uma zona de grande actividade sísmica e vulcânica que é sacudida por cerca de 7.000 sismos por ano, a maioria dos quais moderados. Terramotos de magnitude superior a 5 registam-se de forma esporádica no sul de Mindanao, Batanes e na região oriental de Bicol.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte | Desfile militar deixou de lado mísseis de longo alcance A Coreia do Norte realizou ontem um desfile militar para assinalar o 70º aniversário da fundação do país, mas não apresentou mísseis balísticos intercontinentais, que estiveram na origem de várias sanções internacionais [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]oldados, artilharia e tanques integraram o desfile perante o líder norte-coreano Kim Jong-un no centro de Pyongyang, a capital do país, numa cerimónia em que apenas foram expostos mísseis de curto alcance, segundo a agência de notícias France-Presse. O desfile militar, que durou cerca de uma hora e meia, foi o primeiro desde que Kim Jong-un e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinaram em Junho uma declaração conjunta em Singapura, prometendo trabalhar para a desnuclearização do regime de Pyongyang. Kim não se dirigiu à multidão, numa cerimónia em que marcaram presença o chefe do parlamento chinês e delegações ao mais alto de países que mantêm relações diplomáticas próximas do regime norte-coreano. O líder do parlamento da Coreia do Norte, Kim Yong-nam, deu o tom a uma retórica relativamente mais suave para o que foi sendo habitual em eventos anteriores, com um discurso de abertura que enfatizou os objectivos económicos do regime, em detrimento do seu poderio nuclear. Os aliados Os presidentes da China e da Rússia, Xi Jingping e Vladimir Putin, enviaram mensagens de felicitações ao líder norte-coreano Kim Jong-un, informou agência estatal de notícias KCNA. Xi destacou a “política inabalável” do seu país para melhorar as relações com a Coreia do Norte, pode ler-se na mensagem publicada pela KCNA. “O Partido [Comunista] e o Governo chinês dão a máxima prioridade às relações de amizade e cooperação entre a China e a República Popular Democrática da Coreia, e à sua política firme para defender, construir e desenvolver com sucesso relações bilaterais”, referiu o Presidente chinês. Já Vladimir Putin sublinhou na mensagem enviada a Kim a importância de aprofundar os laços e promover a paz na região. O presidente russo disse estar convencido de que “o diálogo bilateral e a cooperação construtiva em várias áreas serão melhorados graças aos esforços conjuntos”, o que contribuirá para fortalecer a estabilidade e a segurança na península coreana e no nordeste da Ásia.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | EUA convoca diplomatas de países que se afastaram de Taiwan [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Departamento de Estado dos Estados Unidos convocou na passada sexta-feira os seus representantes na República Dominicana, El Salvador e Panamá após estes países terem decidido cortar ligações diplomáticas com Taiwan, privilegiando as relações com a China. Em comunicado, o Departamento de Estado informou que convocou o embaixador na República Dominicana, Robin Bernstein, o embaixador em El Salvador, Jean Manes, e o encarregado de negócios no Panamá, Roxanne Cabral, “para discutir maneiras pelas quais os Estados Unidos podem apoiar instituições fortes, independentes e democráticas nas economias da América Central e das Caraíbas”. Embora os Estados Unidos apenas reconheçam formalmente a China, mantêm uma embaixada na capital da ilha, Taipé, e assumem-se como um aliado de Taiwan, um território que o regime de Pequim reivindica como seu. Taiwan tem agora apenas 17 aliados diplomáticos, enquanto Pequim pressiona o Governo da ilha a seguir o princípio de “uma só China”.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Pequim exige que Londres não interfira em assuntos internos [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China exigiu que o Reino Unido pare de “interferir nos assuntos de Hong Kong”, depois do Governo britânico ter divulgado um relatório que expressa preocupações sobre a liberdade de expressão naquele território administrado pelo regime de Pequim. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, fez as declarações numa conferência de imprensa na passada sexta-feira, sublinhando que os assuntos de Hong Kong são assuntos internos da China e sobre os quais nenhum país estrangeiro tem o direito de interferir. “Expressamos forte insatisfação e firme oposição ao chamado relatório semestral do Governo do Reino Unido sobre Hong Kong. Instamos o Reino Unido a enfrentar a realidade e parar de divulgar esses relatórios, assim como de interferir nos assuntos de Hong Kong”, disse Hua Chunying. O porta-voz afirmou que desde que aquela região administrativa especial passou a ser administrada pela China que tem sido respeitado o seu alto grau de autonomia e que têm sido cumpridos integralmente os princípios de “um país, dois sistemas” e de que é ‘o povo de Hong Kong que governa Hong Kong’. Hua acrescentou que os residentes de Hong Kong possuem todos os direitos e liberdades a que têm direito de acordo com a lei.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Excedente comercial com EUA atinge máximo em Agosto O excedente da balança comercial da China com os Estados Unidos subiu em Agosto para um novo máximo, de 26,7 mil milhões de euros, numa altura em que estes países enfrentam uma guerra alfandegária [dropcap style=’circle’]S[/dropcap]egundo dados divulgados pela Administração-geral das Alfândegas da China, este excedente subiu 18,7 por cento face ao período homólogo, tendo também aumentado comparativamente a Julho deste ano, em resultado das exportações daquele país asiático. As exportações subiram, assim, 5,4 por cento para 1,3 mil milhões de euros entre Janeiro e Agosto deste ano em relação ao mesmo período de 2017, enquanto as importações subiram 13,7 por cento para 1,15 mil milhões de euros. Por seu lado, o comércio externo daquela que é a segunda maior potência económica do mundo, a China, subiu 9,1 por cento neste período, alcançando os 2,45 mil milhões de euros. Os analistas esperam, contudo, que o comércio externo da China seja afectado no segundo semestre deste ano, em resultado da guerra comercial com os Estados Unidos. Há três semanas, entraram em vigor novas taxas alfandegárias de 25 por cento sobre parte das importações oriundas dos Estados Unidos e da China, penalizando principalmente bens industriais, incluindo tractores, tubos de plástico ou instrumentos de medição. Como medida de retaliação, a China impôs taxas semelhantes aos produtos oriundos dos Estados Unidos, incluindo produtos energéticos, como o carvão, e automóveis. Onde dói mais Esta guerra comercial começou em Julho passado, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas adicionais de 25 por cento sobre um conjunto de produtos chineses. A primeira ronda de taxas afectou sobretudo os sectores da aeronáutica, tecnologias de informação e comunicação ou robótica e máquinas, demonstrando que Washington quer impedir Pequim de competir, no futuro, naqueles sectores de alto valor agregado. Pequim retaliou com taxas alfandegárias sobre o mesmo valor de bens importados dos Estados Unidos, afectando sobretudo produtos agrícolas, de forma a atingir a América rural, onde estão concentrados muitos dos eleitores de Donald Trump. Desde o início das disputas comerciais, a moeda chinesa, o ‘yuan’, desvalorizou-se mais de 8 por cento, enquanto a bolsa de Xangai, a principal praça financeira do país, caiu mais de 12 por cento. Na passada sexta-feira, Donald Trump voltou a ameaçar a China com taxas adicionais, num valor de 230 mil milhões de euros, que se somariam aos 43 mil milhões de euros impostos desde Julho passado e aos 172 mil milhões de euros que a administração norte-americana está a preparar. No ano passado, os Estados Unidos importaram um total de 435 mil milhões de euros da China. “Estou a ser duro com a China porque tenho de ser. Estão a arrecadar [mais de] 500 mil milhões de dólares daqui. Não posso deixar que isso aconteça”, vincou Donald Trump numa declaração feita na sexta-feira.
Hoje Macau China / ÁsiaEnsino | Pequim prepara legislação para regulamentar pré-escolar [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China prepara-se para criar legislação sobre a educação pré-escolar para regulamentar um sector que integra quase 255 mil estabelecimentos de ensino e 46 milhões de crianças, e que tem registado um crescimento acelerado e preocupação pública. O processo será iniciado nos próximos cinco anos, de acordo com a agenda legislativa da Assembleia Popular Nacional (APN) divulgada esta semana, noticiou ontem a agência de notícias estatal Xinhua. “A necessidade de redigir esta lei tornou-se premente”, disse um representante da APN familiarizado com a legislação, Li Lihua, citado pela Xinhua. A lei “abordará todos os tipos de problemas enfrentados pelo sector de educação pré-escolar no momento”, acrescentou a mesma fonte. A China tem leis específicas que regem tanto o ensino obrigatório quanto o superior, que cobrem desde escolas primárias até universidades de ensino superior. Os pedidos por uma lei semelhante para a educação pré-escolar aumentaram nos últimos anos, à medida que o sector cresceu. Em 2017, havia quase 255 mil creches em todo o país, frequentadas por 46 milhões de crianças. Os números devem aumentar, já que as autoridades pretendem elevar a taxa de matrícula no jardim de infância dos actuais 75 por cento para 85 por cento até 2020. O ministro da Educação, Chen Baosheng, admitiu em Março que a educação pré-escolar está a enfrentar uma série de problemas, desde a escassez de pessoal docente de qualidade e lacunas na área da segurança, métodos de ensino desactualizados e altos custos. “É o sector que mais cresce, mas também aquele que tem o elo mais fraco”, disse Chen.
Hoje Macau China / ÁsiaChina/África | Pequim disponibiliza apoio milionário a Cabo Verde [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]China vai disponibilizar “a título gratuito” cerca de 20 milhões de dólares norte-americanos a Cabo Verde, no âmbito da ajuda pública ao desenvolvimento, anunciou o primeiro-ministro cabo-verdiano. O anúncio foi feito por Ulisses Correia e Silva na sua página da rede social Facebook, na qual dá conta do encontro mantido com o Presidente chinês, Xi Jinping, na passada quinta-feira. “Discorremos sobre as questões de índole global, designadamente as mudanças climáticas e a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas” e “passámos em revista a dinâmica das relações sino-africanas, bem assim a cooperação sino-cabo-verdiana, que se quer cada vez mais inovadora e com enfoque em parcerias económicas mutuamente vantajosas”, lê-se na nota do chefe do governo. Segundo Ulisses Correia e Silva, os dois governantes comprometeram-se a “trabalhar na identificação das melhores vias para incrementar o conhecimento recíproco, bem como potenciar a cooperação económica e comercial, com ênfase ao projecto da Zona Económica Especial da Economia Marítima em S. Vicente, a segunda fase do projecto Cidade Segura e a construção de um Centro Internacional de Conferências na Cidade da Praia”. Sobre a ajuda pública ao desenvolvimento, o primeiro-ministro de Cabo Verde referiu que “o Presidente chinês anunciou que irá disponibilizar a Cabo Verde, a título gratuito, apoio financeiro de cerca de 20 milhões de dólares americanos, em áreas a acordar por via diplomática”. Ulisses Correia e Silva escreveu igualmente que “o Presidente Xi Jinping assegurou ainda que as oito medidas e os 60 mil milhões de dólares, anunciados para triénio 2019 a 2022, no âmbito do Fórum de Cooperação China África (FOCAC), constituem importantes janelas de financiamento ao dispor dos países africanos, que possuem projectos cuja viabilidade económica atestam a sua relevância e sustentabilidade”.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Trump sugere à Apple que produza nos Estados Unidos O presidente norte-americano, Donald Trump, sugeriu ao grupo tecnológico Apple que produza nos Estados Unidos e não na China, a melhor forma de evitar as consequências da guerra comercial em curso com Pequim. Entretanto, a Exxon-Mobil prepara um investimento multimilionário na China [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s preços [de produtos] da Apple podem aumentar por causa das enormes tarifas que podem ser impostas à China”, sublinhou Trump, na rede social Twitter, depois de ter ameaçado na sexta-feira taxar a totalidade das importações provenientes da China, que acusa de práticas comerciais “desleais”. “Mas há uma solução fácil”, acrescentou, sugerindo: “Fabriquem os vossos produtos nos Estados Unidos e não na China. Comecem a construir já novas fábricas”. A Apple está dependente do gigante asiático para o fabrico de muitos dos seus aparelhos, podendo vir a sofrer o impacto do conflito comercial entre os dois países. O líder do grupo, Tim Cook, considerou recentemente que as tarifas impostas à China pela administração norte-americana parecem “taxas sobre o consumidor”. Capital móvel Entretanto, outro colosso empresarial prepara-se para estreitar relações com Pequim. O presidente da petrolífera norte-americana ExxonMobil, Darren Woods, foi recebido na passada sexta-feira pelo primeiro-ministro chinês, com quem analisou um investimento multimilionário no sul da China, de acordo com informação veiculada pela agência Xinhua. Na reunião, o governante chinês sublinhou que o investimento mútuo entre as duas principais economias mundiais contribuirá para um desenvolvimento global estável. Li Keqiang também afirmou que serão bem-vindos mais investimentos da ExxonMobil na China, numa altura em que a empresa norte-americana está a negociar a construção de um grande projecto petroquímico com um capital de 8,6 mil milhões de euros na província de Cantão. “A China vai facilitar ainda mais o acesso ao seu mercado, tratar as empresas domésticas e estrangeiras com igualdade”, garantiu o primeiro-ministro no encontro com Darren Woods.
Hoje Macau SociedadeIPM | Alexis Tam apoia contratação de Lei Heong Iok [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, afirmou, este sábado, ser viável a intenção do Instituto Politécnico de Macau (IPM) de recontratar o seu ex-presidente, Lei Heong Iok, que se reformou há pouco tempo. Alexis Tam assinalou que tal está previsto nos diplomas legais e nos estatutos do IPM, enfatizando que Lei Heong Iok é um perito dotado de muitos conhecimentos na área de língua portuguesa e que o IPM necessita de professores com experiência.
Hoje Macau SociedadeCultura | Vivendas na Coronel Mesquita com exposições em 2019 [dropcap style=’circle’]N[/dropcap]o início do próximo ano, quatro das 12 vivendas de estilo português situadas ao longo da Avenida do Coronel Mesquita devem abrir as portas para receber trabalhos de artistas locais. A revelação foi feita, na sexta-feira, pela vice-presidente do Instituto Cultural, Leong Wai Man, num telefonema para o programa Fórum Macau, da Ou Mun Tin Toin. De acordo com a responsável, o instituto já recebeu 11 das 12 vivendas, após as obras nos edifícios. Contudo, até ao final do ano, apenas quatro das 11 casas vão ser restauradas, para ficarem disponíveis para receber trabalhos dos artistas locais. Anteriormente, o Governo já havia anunciado a intenção de fazer das vivendas um espaço para as indústriais culturais e criativas. Mas, na sexta-feira, Leong Wai Man voltou a mencionar este objectivo de frisou o facto das vivendas estarem situados numa zona próxima da comunidade, o que fará com que haja mais residentes a terem acesso ao trabalho dos artistas locais e também de artistas vindos de fora. A vice-presidente do IC revelou também que, até Dezembro, vai ser também restaurada uma vivenda na Rua Francisco Xavier Pereira, que vai acolher em 2019 a casa-museu do compositor Xian Xinghai.
Hoje Macau SociedadeKiang Wu | Empregada de limpeza não apresentou queixa [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]empregada que na terça-feira ameaçou saltar do 14.º andar do Hospital Kiang Wu, devido a um disputa laboral, optou por não apresentar qualquer queixa contra o empregador. A revelação foi feita pela Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), numa resposta enviada ao HM. “Depois de ter sido dado o alerta para o incidente, a Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) enviou uma equipa ao local para fornecer a assistência necessária à trabalhadora. Não foi apresentada qualquer queixa”, respondeu o Governo. Recorde-se que a mulher de 52 anos, uma trabalhadora não-residente do Interior da China, exerce as funções de empregada de limpeza no hospital. Contudo, não é empregada pelo Kiang Wu, pertencendo antes aos quadros de uma companhia de limpeza subcontratada. Na origem do incidente esteve o facto da trabalhadora ter sido informada que o seu contrato não seria renovado, pelo que, ao abrigo da lei em vigor, teria de voltar ao Interior da China. Em relação ao futuro, a DSAL promete “continuar a acompanhar este tipo de incidentes e a proteger os direitos legítimos dos trabalhadores”.
Hoje Macau SociedadeMalária | Detectado primeiro caso importado desde o início do ano [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s Serviços de Saúde anunciaram na sexta-feira a detecção do primeiro caso importado de malária. A paciente, de 35 anos, viajou para Moçambique entre 16 de Agosto e 2 de Setembro, apresentando os primeiros sintomas, como sucessivos episódios de febre e dores, no regresso a Macau. O teste feito no Hospital Kiang Wu confirmou a presença de malária. O historial de viagem, o período do aparecimento dos sintomas e o resultado laboratorial levaram os Serviços de Saúde a concluir tratar-se de um caso importado de malária.
Hoje Macau SociedadeNadadores-salvadores | Empresa advertida para cumprir responsabilidades [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]secretário para os Assuntos Sociais, Alexis Tam, afirmou ter exigido à empresa à qual foram adjudicados os serviços de nadadores-salvadores que cumpra as suas responsabilidades contratuais sob pena de o Instituto do Desporto (ID) iniciar procedimentos legais. Uma disputa entre as partes patronal e laboral obrigou, no mês passado, ao encerramento de duas piscinas públicas, depois de 24 nadadores-salvadores, dos quais 23 não-residentes, se terem recusado a trabalhar devido à falta de condições laborais, como a ausência de gozo de uma folga semanal desde Março. No sábado, à margem de um evento público, Alexis Tam, afirmou ter dado instruções ao ID para agilizar a resolução da actual situação, nomeadamente através da aquisição temporária de serviços de nadadores-salvadores, para que as piscinas retomem o funcionamento normal com a maior brevidade. A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais recebeu, desde 17 de Agosto, três queixas que estão a ser acompanhadas, envolvendo 27 funcionários.
Hoje Macau BrevesGDI | Edifício Público vai custar entre 160 e 250 milhões [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]construção de um edifício com escritórios para o Governo na ZAPE, junto à Avenida da Amizade, vai custar entre 160 e 250 milhões de patacas, de acordo com as propostas apresentadas a concurso público, na quinta-feira, e reveladas pelo Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, na sexta-feira. De acordo com a informação avançada pelo GDI, foram entregues 19 propostas com valores entre 160 milhões e 250 milhões de patacas e os prazos a variarem entre os 615 e 730 dias de trabalho, ou seja entre um ano e oito meses e dois anos. Das 19 propostas recebidas, apenas uma apresentou problemas, tendo sido aceite à condição, com os responsáveis a precisarem de entregar alguma documentação em falta. O edifício em causa vai albergar escritórios e parques de estacionamento para a Administração Pública, numa estrutura com cerca de 1 636 metros quadrados, com 11 pisos superiores e 2 pisos subterrâneos. O início das obras está previsto para o primeiro trimestre do próximo ano.
Hoje Macau PolíticaMedicina | GAES estuda pedido da MUST para criar faculdade [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) está “a analisar e estudar, detalhada e cuidadosamente”, o requerimento para o estabelecimento da Faculdade de Medicina, apresentado pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla em inglês). A informação foi avançada, este sábado, pelo secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, que deu conta de que o GAES já ouviu pareceres de académicos e peritos. O processo administrativo encontra-se em curso e o resultado será divulgado pelo GAES após a sua conclusão.
Hoje Macau PolíticaWong Sio Chak defende novo modelo de cooperação policial [dropcap style=’circle’]O[/dropcap]secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, defendeu um novo modelo de cooperação policial entre Macau, Hong Kong e Guangdong que responda aos novos desafios de segurança levantados pelo projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. Wong Sio Chak disse que é necessária uma nova cooperação policial que reforce “a capacidade de resposta a emergências, no combate à migração ilegal e na tomada de medidas mais vocacionadas ao combate à criminalidade transfronteiriça”, pode ler-se na nota, que cita a intervenção de Wong Sio Chak realizada na quinta-feira em Foshan, cidade da província de Guandong. “As novas tendências e oportunidades associadas ao desenvolvimento acelerado e a integração contínua das regiões de Guandong, Hong Kong e Macau, vão trazer inevitavelmente novos problemas e desafios relacionados com a segurança da sociedade”, disse Wong Sio Chak em Foshan, onde marcou presença uma delegação policial de Macau num encontro entre as autoridades daqueles três territórios. O secretário para a Segurança defendeu ainda em Foshan que para garantir “a segurança regional, as três polícias devem proceder a uma previsão eficaz e a uma avaliação prospectiva do estado de segurança, bem como adoptar medidas proactivas”. “As novas formas de cooperação e as medidas a implementar no futuro pelas autoridades de segurança das três regiões devem assentar na inovação e ter como base a experiência tradicional, respeitando a diferença dos dois sistemas que compõem um Estado único, tendo sempre em consideração o respeito por sistemas jurídicos distintos entre as três regiões, procurando ir ao encontro de um regime inovador em matéria jurídica e de aplicação da lei”, acrescentou Wong Sio Chak. O mesmo comunicado refere ainda que durante o encontro em Foshan, o vice-governador da província de Guadgong, Li Chunshen, apresentou uma proposta que prevê “estabelecer um mecanismo de liderança e de cooperação policial (…), bem como a realização de uma reunião anual de cooperação policial entre os altos dirigentes das polícias das três partes, (…) com a finalidade de discutir, promover e implementar os diversos trabalhos policiais no âmbito da construção da Grande Baía”.
Hoje Macau ReportagemReportagem | Samuel, o voluntário que mata a fome dos venezuelanos nas ruas do Brasil Por Carolina de Ré, da agência Lusa [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ssim que a noite cai, Samuel parte na sua carrinha branca para começar a tarefa de distribuir comida aos imigrantes venezuelanos que vivem nas ruas da cidade brasileira de Boa Vista, perto da fronteira com a Venezuela. Com caixas de leite, chocolate em pó, arroz, feijão, açúcar, café e roupas na carrinha, começa a sua jornada como voluntário nas imediações dos abrigos de acolhimento e da cidade, onde milhares de venezuelanos passam fome. “Tenho que sair na hora certa, na hora em que as pessoas estão a cozinhar para ter certeza que elas vão comer e não vender os alimentos. Elas têm que ter ‘fogón’ [uma lata de metal cheia de madeira usada pelos venezuelanos para cozinhar]”, explica à reportagem da Lusa, que o acompanhou durante uma noite. Antes de cada paragem, Samuel, que pediu para não ser identificado pelo seu nome completo, decide a quem irá distribuir os alimentos. Famílias com crianças têm prioridade, no entanto, também se solidariza com homens, na maioria jovens, quando percebe que estão nas ruas, caídos, exaustos porque passaram o dia inteiro sem comida. “Ei vagabundo, como está? Tem ‘fogón’?”, diz antes de parar perto dos abrigos onde ele e o seu carro são reconhecidos de longe. O voluntário faz perguntas sobre o dia-a-dia das famílias dos venezuelanos que vivem em barracas armadas nas ruas e são chamados por ele de “vagabundos”, palavra usada com uma conotação carinhosa e aceite com humor pelos imigrantes com os quais conversa. “Vagabundo, se você não se comportar vou devolvê-lo para o [Presidente venezuelano, Nicolás] Maduro. Quer voltar para o Maduro?”, brinca com um homem à frente de um abrigo. “‘Non’, estou tranquilo. Tem um cigarro?”, ouve em resposta. Perto da rodoviária, uma área perigosa da cidade de Boa Vista, uma pausa para tomar um café e instruções sobre o procedimento: distribuir a comida rápido e preparar-se para correr. Enquanto Samuel separa arroz, leite, café e açúcar para cerca de 15 homens que dormiam na calçada, o carro torna-se no foco de interesse de um outro grupo de venezuelanos, obrigando-o a abandonar o local apressadamente. Entre paragens, Samuel conta que nem seus colegas de trabalho em Boa Vista nem os seus filhos que vivem no Rio de Janeiro sabem sobre a distribuição de alimentos que faz. Samuel afirma ser um homem que não gostava de política, mas garante não ignorar o impacto negativo causado pela vinda de cerca de 30 mil venezuelanos para Boa Vista e a revolta de boa parte da população local. “A verdade é que da Venezuela para o Brasil vieram as prostitutas, os bandidos e os miseráveis. Eles estão a causar problemas, mas não consigo dar as costas aos miseráveis”, disse. Sobre a precariedade da vida dos imigrantes que estão na região da fronteira mais ao norte do Brasil, localizada a mais de 3.400 quilómetros da cidade do Rio de Janeiro, confessa que, embora prefira permanecer anónimo, agrada-lhe saber que é lembrado por quem socorre. “Eu ajudei uma venezuelana que é cega. Uma vez ela deu-me um abraço tão forte, tão verdadeiro, que até hoje me emociono. Ela nunca me viu, mas sabe ao longe quando estou por perto”, lembra. “Se eu tivesse que escolher entre ser imortal e ser eterno escolheria ser eterno. Não sei, mais acho que estas pessoas vão se lembrar de mim para sempre. Então, posso ser eterno na vida delas”, acrescenta. No final da jornada, com o carro e a feição mais leve, Samuel reconhece que encontrar soluções para mitigar o impacto da crise migratória em Roraima, o estado menos populoso e um dos mais pobres do Brasil, será uma missão difícil. “Não há solução mágica, mas seria bom que houvessem mais voluntários e que as organizações não-governamentais e os políticos deixassem de aproveitar este sofrimento dos venezuelanos para promoverem os seus interesses”, conclui. A morte de um brasileiro e de um venezuelano após um furto num comércio local na quinta-feira agravou a tensão causada pelo fluxo migratório em Boa Vista. Alguns venezuelanos que vivem num acampamento visitado pela reportagem da Lusa, perto do abrigo Jardim Floresta, disseram à Lusa que tinham medo de serem atacados por brasileiros. No sábado, um protesto organizado por moradores de Boa Vista pediu a expulsão dos venezuelanos que estão nas ruas da cidade e os ânimos tiveram que ser controlados pelo Exército brasileiro, que evitou um novo conflito. O incidente aconteceu dez dias depois que o Presidente do Brasil, Michel Temer, ter anunciado a mobilização de 3.200 soldados para reforçar a segurança na região. Há cerca de um mês, na cidade de Pacaraima, que fica na fronteira do Brasil com a Venezuela, um conflito acabou com a expulsão de 1.200 venezuelanos que estavam na cidade, após um assalto a um comerciante brasileiro. De acordo com dados oficiais, desde 2017 entraram no Brasil 154.920 venezuelanos por via terrestre na cidade de Pacaraima, mas cerca de 79.402 deles regressaram para seu país. Dos que decidiram permanecer no Brasil, cerca de 5.200 estão a viver em abrigos construídos em Boa Vista e dependem da ajuda humanitária do Governo brasileiro e da Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados. Outros milhares permanecem acampados nas ruas em busca de abrigo e trabalho.
Hoje Macau China / ÁsiaPresidente executivo do grupo Alibaba anuncia amanhã estratégia de sucessão [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente executivo do gigante chinês de comércio ‘online’ Alibaba anuncia amanhã, segunda-feira, o plano para sua sucessão, mas o multibilionário chinês não se retirará imediatamente do cargo, informou o grupo no jornal South China Morning Post. O jornal de Hong Kong South China Morning Post (SCMP), de propriedade do Alibaba, negou as informações publicadas na sexta-feira pelo New York Times (NYT) de que o carismático Jack Ma, o terceiro homem mais rico da China, abandonaria as suas funções na segunda-feira. Jack Ma revelará segunda-feira, dia em que assinala 54 anos, “uma estratégia de sucessão”, mas permanecerá como presidente executivo até novo aviso, escreve o SCMP. Ma já havia deixado em 2013 a direção-geral do Alibaba. O empresário tinha dito ao NYT que pretendia agora concentrar-se em projetos filantrópicos na educação, mas que continuaria a aconselhar o grupo. Os comentários foram “retirados do contexto e são factualmente falsos”, disse um porta-voz do grupo ao SCMP. Ex-professor de inglês, Jack Ma é, segundo a Bloomberg, a 19ª fortuna mundial, com um valor acumulado de 40 mil milhões de dólares. O Alibaba, fundado em 1999, tem agora cerca de 85 mil funcionários, com vendas anuais na ordem dos 69 mil milhões de dólares. As suas plataformas de comércio ‘online’ Taobao e Tmall controlam 60% do mercado chinês.
Hoje Macau DesportoUS Open | Osaka vence ídolo Serena Williams para conquistar primeiro ‘major’ [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] japonesa Naomi Osaka conquistou no sábado o primeiro título do Grand Slam, ao vencer a norte-americana e hexacampeã Serena Williams na final do US Open em ténis, último ‘major’ da temporada. Aos 20 anos, a número 19 no ‘ranking’ mundial entrou no Arthur Ashe Stadium nervosa, como admitiu na curta entrevista prévia à final, mas determinada a fazer frente ao seu ídolo Serena Williams, a quem acabou por vencer, em dois ‘sets’ por 6-2 e 6-4, para conquistar o troféu. Num encontro polémico, e dominado desde início pela jovem nipónica, as atenções estiveram, contundo, centradas no árbitro português Carlos Ramos e na norte-americana, que recebeu três advertências. A primeira por ‘coaching’, seguida de abuso de raqueta (que deu origem a um ponto de penalidade) e ainda abuso de linguagem, que resultou num jogo de penalidade. Serena Williams, 26.ª do mundo, não foi capaz de aceitar a primeira advertência, por ter recebido indicações do treinador Patrick Mouratoglou, e reagiu, logo após o segundo ‘warning’, defendendo não ser ‘batoteira’, ao mesmo tempo que acusou o árbitro de estar a roubar-lhe um ponto. “Estás a ofender o meu caráter e deves-me um pedido de desculpas. És um mentiroso. Nunca mais vais arbitrar um encontro meu na vida. Pede-me desculpa. Tu roubaste-me um ponto e és um ladrão também”, disparou, recebendo de Carlos Ramos o castigo de um jogo de penalidade, passando Osaka a liderar o segundo ‘set’ por 5-3. Apesar da controvérsia e breve interrupção do encontro, ainda com a chamada do supervisor ao ‘court’, a jogadora nipónica não perdeu a concentração e fechou a vitória sem grandes celebrações, não evitando as lágrimas uma vez nos braços de Serena Williams que, apesar de perturbada, não hesitou em confortar a nova campeã do US Open. Enquanto Serena Williams disputou a 31.ª final de um ‘major’ e nona em Flushing Meadows, onde ganhou seis vezes e perdeu três, Naomi Osaka tornou-se na primeira japonesa a marcar presença no derradeiro encontro de um torneio do Grand Slam e primeira a conquistar um ‘major’ na Era Open (desde 1968). Graças ao triunfo, Osaka, que só tinha vencido o torneio de de Indian Wells, angariou cerca de três milhões de euros, mais do que havia somado em toda a curta carreira, e vai tornar-se número sete da hierquia WTA.
Hoje Macau EventosCarrilho da Graça, autor da recuperação das Ruínas de São Paulo, homenageado no México [dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] arquitecto João Luís Carrilho da Graça, autor do projecto de recuperação e musealização das Ruínas de São Paulo, nos anos 90, vai ser homenageado no encontro de arquitetura da Feira do Livro de Guadalajara, no México, que se realiza de 24 de novembro a 02 de dezembro, com Portugal como país convidado. O anúncio foi feito na noite de sexta-feira, no México, madrugada de sábado em Portugal, num encontro com a imprensa do reitor do Centro Universitario de Arte, Arquitectura e Design (CUAAD) da Universidade de Guadalajara, Ernesto Flores Gallo. A trajetória de 30 anos do arquiteto português, “desenvolvida em estreita relação entre a prática profissional e académica”, assim como “a pureza, a elegância, as formas e as linhas da sua obra são alguns dos motivos pelos quais João Luís Carrilho da Graça será reconhecido com a Homenagem ArpaFIL 2018”, disse Ernesto Gallo, citado pelo comunicado da organização. Nascido em Portalegre, Carrilho da Graça, de 65 anos, Prémio Pessoa em 2008, é autor, entre outros projetos, do Terminal de Cruzeiros de Lisboa, do Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva, da Escola Superior de Comunicação Social, do Museu do Oriente, da musealização arqueológica da Praça Nova do Castelo de São Jorge e da Escola de Música da Escola Politécnica, na capital portuguesa. Licenciado na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, em 1977, ano em iniciou a atividade profissional, Carrilho da Graça foi professor da Faculdade de Arquitetura da então Universidade Técnica de Lisboa, de 1977 a 1992, catedrático da Universidade Autónoma, de 2001 a 2010, e da Universidade de Évora, desde 2005, onde dirigiu o Departamento de Arquitetura. Foi por várias vezes nomeado para o prémio europeu de arquitetura Mies van der Rohe (1990, 1992, 1994, 1996, 2009, 2011, 2013), distinguido com o Prémio Valmor pelo Pavilhão do Conhecimento dos Mares (1998) e pela Escola Superior de Música de Lisboa (2008). Ao conjunto da sua obra foram atribuídos os prémios como o da Associação Internacional dos Críticos de Arte (AICA), em 1992, a Ordem de Mérito da República Portuguesa (1999), o título de Cavaleiro das Artes e das Letras da República Francesa (2010) e a Medalha da Academia de Arquitetura de França (2012). O encontro ArpaFIL de arquitetura, património e arte é realizado pelo CUAAD desde 1995, no âmbito da Feira Internacional do Livro de Guadalajara (FIL Guadalajara), com o objetivo de partilhar e difundir a experiência de profissionais a jovens arquitetos e público em geral, segundo a apresentação da iniciativa. A par da homenagem, que se realizará no dia 30 de novembro, a ArpaFIL organiza o Concurso para Jovens Arquitetos, aberto a estudantes de arquitetura, urbanismo, fotografia, artes visuais, “restauro ou afins”. A participação portuguesa na FIL Guadalajara vai envolver mais de 40 escritores de língua portuguesa, como António Lobo Antunes, Mia Couto, Hélia Correia, Germano Almeida e Manuel Alegre, já distinguidos com o Prémio Camões. Teolinda Gersão, Dulce Maria Cardoso, José Eduardo Agualusa, Ana Luísa Amaral, João de Melo, Lídia Jorge, Ondjaki, Gonçalo M. Tavares, Afonso Cruz e Ricardo Araújo Pereira são outros autores já anunciados. O programa estende-se à música, à dança, ao teatro, ao cinema e às artes, com participações de criadores como Tiago Rodrigues e Paulo Ribeiro, com a montagem de exposições dedicadas a Almada Negreiros e Ana Hatherly, espetáculos de músicos como Camané, Capicua e Dead Combo, e a exibição de filmes de cineastas como Manoel de Oliveira, Fernando Lopes, Salomé Lamas, Regina Pessoa e João Salaviza. Durante a FIL Guadalajara será também entregue o Prémio Ibero-Americano de Literatura Infantil e Juvenil, ao qual é candidata a escritora Alice Vieira. Organizada pela Universidade de Guadalajara desde 1987, a FIL Guadalajara é a maior feira do livro da América e a segunda maior a nível mundial, depois da feira de Frankfurt, na Alemanha. Todos os anos, soma mais de 800 mil visitantes, durante os seus nove dias, e conta com mais de duas mil editoras de 47 países, e mais de 700 escritores de diferentes línguas.