Barco-dragão | Equipa do Hoje Macau sobe ao pódio em Hong Kong

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] equipa de barco-dragão do Hoje Macau está de parabéns, depois de ficar em segundo lugar na competição 2018 King of The World Dragon Boat Competition, que se realizou no passado domingo em Hong Kong, mais precisamente em Shaukeiwan Aldrich Bay.

A competição contou com a participação de 96 equipas, divididas em seis grupos. Na primeira corrida, a equipa do Hoje Macau ficou em primeiro lugar e apurou-se para competir com os vencedores dos seis grupos e terminou essa prova no segundo lugar.

10 Out 2018

Brasil | “Prefiro uma prisão cheia de bandidos a um cemitério cheio de inocentes”, diz Jair Bolsonaro 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] candidato da extrema-direita Jair Bolsonaro, vencedor da primeira volta das presidenciais brasileiras, disse ontem que prefere uma “prisão cheia de bandidos a um cemitério cheio de inocentes”.

“Vamos encher a prisão de bandidos. Isso é errado? Basta não fazerem a coisa errada. Eu prefiro a prisão cheia de bandidos do que um cemitério cheio de pessoas inocentes”, disse Bolsonaro, numa entrevista à rádio Jovem Pan.

O candidato do Partido Social Liberal (PSL) alcançou 46% dos votos válidos na primeira volta das eleições deste domingo e enfrentará no próximo dia 28 de outubro o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) Fernando Haddad, que conquistou 29% da preferência dos brasileiros.

Bolsonaro, um polémico capitão na reserva, ganhou vantagem na corrida presidencial, apesar das manifestações contra si, que levaram milhares de brasileiros às ruas em protesto, principalmente mulheres e representantes das minorias, na véspera das eleições.

Nos protestos “havia um terrível cheiro a canábis, as mulheres iam com as axilas peludas. Eles são ativistas de minorias, não estou a generalizar”, disse o candidato da extrema-direita, acrescentando que, caso seja eleito presidente, “não haverá dinheiro público para alimentar esse tipo de pessoas, eles terão que trabalhar”.

Nesse sentido, Bolsonaro afirmou que “acabará com esse ativismo xiita (segundo maior ramo de crentes do Islão)”, que, na sua opinião, vive “em grande parte com o dinheiro das ONG”.

“Eu acho que você tem que defender a sua posição, mas sem ir ao radicalismo tal como eles fazem, isso tem que acabar, o ativismo não é benéfico e nós temos que acabar com isso”, disse o candidato do PSL.

Durante a entrevista, Bolsonaro acusou também alguns meios de comunicação social de fazerem uma “campanha descomunal” contra si e classificou novamente o seu rival, Fernando Haddad, como um “mentiroso”.

Bolsonaro, defensor da liberalização do mercado de armas no Brasil e apoiante da ditadura militar que atravessou o país de 1964 até 1985, reiterou que os atos de tortura no período autoritário foram casos “isolados”.

“Se houvesse tanta tortura quanto eles dizem, você não estaria aqui”, afirmou o candidato dirigindo-se ao jornalista.

Os candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) irão defrontar-se na segunda volta das eleições presidenciais brasileiras no dia 28 deste mês, após terem obtido 46% e 29% dos votos, respectivamente.

10 Out 2018

Presidente chinês elogia combate à corrupção e reformas em Angola 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, enalteceu o combate à corrupção e reformas “profundas” lançadas pelo homólogo angolano, João Lourenço, durante um encontro no Grande Palácio do Povo, em Pequim.

“Após ser eleito Presidente, [João Lourenço] impulsionou reformas profundas, combateu a corrupção e abriu-se ao mundo, com políticas que têm o apoio do povo angolano”, afirmou Xi.

“Angola está a conseguir acelerar o seu desenvolvimento e acredito que vai registar progressos ao longo dos próximos anos”, acrescentou.

João Lourenço foi recebido hoje, em Pequim, por Xi Jinping, com guarda de honra, salvas de canhão e o hino dos dois países tocado por uma banda militar.

A cerimónia decorreu junto à porta leste do Grande Palácio do Povo, de frente para a Praça Tiananmen, o centro físico e político da capital chinesa.

Os dois estadistas reuniram-se a seguir num dos salões do Grande Palácio do Povo, onde assistiram à assinatura de acordos para evitar a dupla tributação e de cooperação económica e técnica, e uma linha de crédito de 3.000 milhões de dólares, disponibilizada pelo Banco de Desenvolvimento da China.

Os dois lados assinaram ainda um memorando de entendimento para formação de recursos humanos.

João Lourenço sublinhou a “reação encorajadora” e “disponibilidade” de Pequim para financiar a construção de infraestruturas em Angola, nomeadamente estradas, caminhos de ferro, barragens, portos e aeroportos.

“Devo sublinhar que temos procurado apresentar projetos que possam contribuir para o crescimento económico de Angola, e melhorar a sua capacidade de reembolsar os créditos que recebe”, afirmou.

Lourenço, que tomou posse como chefe de Estado angolano a 26 de setembro de 2017, lembrou ao homólogo chinês que Angola vive uma “nova era”, com “maior abertura ao mundo, maiores direitos e liberdades para os seus cidadãos” e “maior transparência e concorrência nos negócios”, com “menos burocracia e mais combate à corrupção”.

O líder angolano enfatizou ainda a importância do investimento privado chinês em Angola, numa relação que tem sido dominada pela aliança entre os dois Estados.

“Considero que este será um importante fator dinamizador da economia e do desenvolvimento do nosso país, por via da geração de recursos, aumentando a produção interna de bens e serviços de consumo e as exportações, que nos permitirão fortalecer a capacidade interna de geração de divisas”, disse.

Trata-se da segunda visita de João Lourenço a Pequim no espaço de 40 dias, depois de ter participado na terceira cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), no início de setembro.

A China é hoje o maior cliente do petróleo angolano e, depois de a guerra civil em Angola ter acabado, em 2012, tornou-se um dos principais atores da reconstrução do país, nomeadamente das suas estradas, caminhos de ferro e outras infraestruturas.

Segundo estimativas da China Africa Research Initiative, da Universidade Johns Hopkins, desde 2000, Angola recebeu um total de 42 mil milhões de dólares (36,6 mil milhões de euros) em crédito chinês.

O programa do Presidente angolano na China inclui ainda uma deslocação a Tianjin, o maior porto do norte do país, a cerca de 150 quilómetros da capital, e uma visita ao Centro Tecnológico da gigante de telecomunicações chinesas Huawei, no norte de Pequim.

10 Out 2018

Ministro dos Negócios Estrangeiros japonês vai a Díli para analisar relações bilaterais

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]aro Kono vai efectuar uma visita de 24 horas a Timor-Leste para inaugurar uma ponte e assinar um novo acordo de colaboração entre as duas nações

O ministro dos Negócios Estrangeiros japonês inaugura na sexta-feira uma nova ponte em Díli, durante uma visita que efectua a Timor-Leste e em que deverá ser assinado um novo acordo de cooperação, disseram ontem fontes do Governo timorense.

Taro Kono inaugura a nova ponte sobre a ribeira de Comoro, na zona ocidental da capital timorense, Díli, oferta do Governo japonês.

A ponte, que está aberta ao público desde 13 de Setembro, teve um custo de cerca de 26 milhões de dólares e permite uma ligação alternativa para uma das zonas de maior expansão da cidade.

Com um comprimento de 249 metros e ligações dos dois lados da ribeira que totalizam mais de 3,2 quilómetros, a obra inclui ainda uma estrada até perto da zona de Tasi Tolu e uma nova ligação à rotunda do aeroporto Nicolau Lobato, esta última ainda em curso.

Segundo as fontes do executivo, deverá ser assinado um novo acordo entre a agência de cooperação japonesa (JICA) e o Instituto Nacional de Administração Pública (INAP) timorense.

Dar a conhecer

O apoio à formação e capacitação de recursos humanos é um dos elementos centrais da cooperação japonesa com Timor-Leste, em particular através do projecto da Bolsa de Desenvolvimento de Recursos Humanos (JDS, na sua sigla em inglês).

Segundo a cooperação japonesa, o objectivo do projeto JDS, atualmente implementado em 15 países, é “apoiar o desenvolvimento de recursos humanos nos países receptores da ajuda japonesa, através de funcionários governamentais altamente capacitados e outros”.

O objectivo é conceder bolsas a formandos timorenses para estudarem em universidades japonesas para que adquiram “conhecimento especializado, conduzam pesquisas e construam redes” de contactos.

Durante a vista de 24 horas a Díli, Taro Kono deverá reunir-se, entre outros, com o Presidente da República, Francisco Guterres Lu-Olo, com o primeiro-ministro, Taur Matan Ruak e com o ministro dos Negócios Estrangeiros interino, Agio Pereira.

A deslocação do chefe da diplomacia japonesa a Timor-Leste insere-se numa visita mais ampla à região, que inclui passagens pela Austrália e Nova Zelândia e ainda a participação nas reuniões anuais do FMI, que decorrem em Bali, na Indonésia.

10 Out 2018

FMI revê em baixa crescimento mundial da economia

O relatório do Fundo Monetário Internacional indica um crescimento económico global abaixo das previsões de Julho passado. O documento agora divulgado traça vários cenários possíveis da guerra comercial desencadeada pelo Estados Unidos e o seu impacto nas diversas economias mundiais

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa o crescimento da economia mundial devido ao aumento das taxas de juros e às crescentes tensões sobre o comércio.

O FMI divulgou na segunda-feira que a economia global crescerá 3,7% este ano, o mesmo que em 2017, mas abaixo dos 3,9% previstos em julho, revendo em baixa a estimativa para o desempenho de 19 países que usam o euro e para a Europa Central e Oriental, América Latina, Médio Oriente e África Subsariana.

O relatório foi divulgado no âmbito dos Encontros Mundiais do FMI e do Banco Mundial, que se prolongam até 14 de outubro em Bali, na Indonésia. O FMI indicou esperar que a maior economia mundial, a dos Estados Unidos, cresça 2,9% este ano, o ritmo mais rápido desde 2005, mantendo a previsão de Julho.

Em Bali, o economista-chefe do FMI, Maurice Obstfeld, afirmou que “o crescimento nos Estados Unidos permanece excepcionalmente robusto no momento”, atribuindo o desempenho à política fiscal da administração do Presidente Donald Trump.

Contudo, o FMI previu que o crescimento norte-americano caia para os 2,5% em 2019, por causa da guerra comercial com a China, apesar do impulso que resulta dos recente cortes nos impostos. Mas este efeito deverá diluir-se com o tempo, alertou.

Por outro lado, ainda que a organização mundial tenha notado que a inflação pareça estar sob controlo, em torno da meta de 2%, avisou que a verificar-se um aumento dos preços e da inflação “isso pode causar um aumento das taxas de juros mais rápido do que o esperado atualmente” e “um aumento do dólar com efeitos potencialmente negativos sobre a economia global”.

Efeitos da guerra

O Fundo não alterou também a sua previsão de crescimento da economia chinesa para 2017 (6,6%), mas, também devido à tensão comercial com os EUA, reviu em baixa o crescimento da China no próximo ano, estimando-o em 6,2%, o que a confirmar-se será o menor registado no país desde 1990.

As perspectivas para o comércio mundial também expressam um menor optimismo: o FMI estimou que o comércio global cresça 4,2% este ano, abaixo dos 5,2% em 2017 e dos 4,8% esperados na análise realizada em Julho.

Para o Fundo Monetário Internacional, uma guerra comercial desenfreada vai desacelerar o crescimento da economia global.

Mesmo no pior cenário em que se concretizariam todas as ameaças norte-americanas sobre os produtos importados da China e de outros países, o seu impacto seria inferior a um ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB), para um crescimento global estimado em 3,7% para 2018, 2019 e 2020.

No curto prazo, os efeitos dessa guerra comercial seriam duas vezes mais prejudiciais para a economia chinesa do que para a dos Estados Unidos.

O crescimento da maior economia do mundo, a norte-americana, baixaria de 2,5% para 1,6% em 2019, enquanto o da segunda cairia de 6,2% para 4,6%, segundo cálculos divulgados pelo FMI.

Para a China, esse nível de crescimento seria o menor já registado desde que o país se começou a industrializar.

No Japão, a terceira maior economia do mundo, o crescimento passaria de 0,9% para cerca de 0,4%, enquanto a zona do euro, a menos afectada, veria o PIB descer de 1,9% para 1,5%.

Tal desaceleração, no entanto, agravaria os problemas de desemprego em alguns países europeus já afetados por altos níveis de endividamento.

Uma rápida desaceleração do crescimento colocaria o Japão em risco de gerir uma deflação.

Em 2023, a China e os Estados Unidos perderiam cada um 0,6 pontos percentuais do PIB, mas, no longo prazo, uma guerra comercial total seria mais prejudicial para a economia dos EUA do que para a economia chinesa, segundo o FMI.

A economia norte-americana perderia um ponto do PIB em relação a uma situação comercial estável, enquanto a China perderia apenas meio ponto. Ainda no pior cenário, em pontos percentuais, o Japão perderia 0,4 e a zona euro 0,2 em 2023.

Níveis de impacto

O FMI desenvolveu um cenário de cinco níveis com base nas medidas já tomadas ou que os Estados Unidos poderiam tomar em 2019 em relação aos parceiros comerciais, bem como em relação aos efeitos.

O primeiro é o aumento das tarifas aduaneiras já registado entre os Estados Unidos e a China, cujo impacto foi incluído na última análise económica global.

O segundo leva em conta a taxação de 25% sobre 267 mil milhões de dólares de importações chinesas para os Estados Unidos, o terceiro os efeitos de tarifas punitivas sobre todos os produtos chineses que entram no mercado norte-americano.

Nesse nível, a indústria automóvel dos Estados Unidos e os fornecedores seriam particularmente afetados, com efeitos colaterais no México, Canadá e Japão.

O quarto nível incorpora os efeitos dessas medidas nos projectos de investimento, enquanto o quinto nível inclui uma deterioração das condições de financiamento das empresas.

No entanto, o FMI concluiu a análise antes dos Estados Unidos, Canadá e México anunciarem um amplo acordo que elimina o risco de uma disputa comercial entre os três países.

10 Out 2018

Taiwan | Exercícios militares na véspera do Dia Nacional

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]aiwan promoveu ontem exercícios militares na véspera do Dia Nacional, o que não acontecia há décadas, com a participação do Exército e da Força Aérea, e a presença do Presidente Tsai Ing-wen e o homólogo paraguaio Mario Abdo Benítez.

O Presidente taiwanês lançou, nos últimos anos, uma forte campanha para fortalecer as defesas, com promessas de aumentar o orçamento militar e acelerar o desenvolvimento do seu próprio equipamento de guerra, incluindo submarinos.

Na ocasião, Tsai Ing-wen supervisionou os exercícios de terra e ar do Exército em Taoyuan, norte de Taiwan, em que a defesa era simulada contra ataques inimigos no ar e na costa. Nos exercícios militares participaram tanques, aviões e helicópteros, unidades de artilharia e plataformas de defesa aérea.

10 Out 2018

Exposição | Gansu recebe Bienal de Artes Visuais de Hong Kong e Macau

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]epois da passagem pelo Museu de Arte Minsheng de Pequim, a Bienal de Artes Visuais de Hong Kong e Macau 2018 está agora em patente no Centro Internacional de Convenções e Exposições de Dunhuang, na província de Gansu, onde estará aberta ao público até dia 15 de Outubro.

A mostra que congrega as estéticas das duas regiões administrativas especiais entra este ano na 6ª edição. De acordo com um comunicado do Instituto Cultural, a bienal “tornou-se uma importante plataforma de desenvolvimento conjunto e promoção da cooperação e intercâmbio de artes visuais entre o Interior da China, Macau e Hong Kong”.

A mostra de este ano tem como tema central “Toque Urbano”, um conceito que explora criações dentro do âmbito da arquitectura, design de espaço, arte pública e criação de arte individual.

O espaço expositivo de Macau é dedicado ao tema “Transcendendo a Cidade”, uma noção que se dedica à exploração e “interacção entre as pessoas, a relação entre o Homem e a cidade, as memórias e as experiências que daí advêm assim como a evolução da cidade em conjunto com o seu desenvolvimento”.

Participam na exposição seis jovens artistas de Macau, incluindo Ng Man Wai, Lai Sio Kit, Wong Ka Long, Wong Weng Io, Cheong Cheng Wa e Fok Hoi Seng, com obras das mais variadas formas, entre elas pintura, gravura, gravação vídeo e instalação de luzes, exibindo efeitos visuais ricos com uma combinação inovadora de média e design. A mostra estará ainda patente no Museu de Arte de Zhejiang, em Hangzhou, de 30 de Outubro a 11 de Novembro.

10 Out 2018

Tradução francesa de Valério Romão dá prémio de Arles a Elisabeth Monteiro Rodrigues

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] tradutora Elisabeth Monteiro Rodrigues venceu o Grande Prémio de Tradução da Cidade de Arles, pela versão francesa do livro de contos “Da família”, do português Valério Romão, anunciou ontem a associação francesa Atlas, para a promoção da tradução literária. Com chancela da editora portuguesa Abysmo, “Da família”, de Valério Romão, agora distinguido com o Grande Prémio de Tradução da Cidade de Arles 2018, foi editado este ano em França, pelas edições Michel Chandeigne.

Elisabeth Monteiro Rodrigues é também tradutora de Mia Couto e de Teolinda Gersão, entre outros autores de língua portuguesa, em França, de acordo com o comunicado da Associação para a Promoção da Tradução Literária (Atlas).

O júri do prémio considerou “excelente” o trabalho de tradução de “De la famille”, sublinhando que “restitui o nervosismo da escrita de Valério Romão, a sua audácia formal, as suas passagens improvisadas da voz narrativa as vozes relatadas…”

Elisabeth Monteiro Rodrigues, segundo o júri, “consegue, igualmente, transmitir com talento a amplitude da frase do autor, seguindo o seu ritmo, a sua música e sua fluência”.

A entrega do prémio está marcada para 9 de Novembro, na associação du Méja, por ocasião do 35.º encontro sobre tradução literária em Arles.

Desde 1995, o Grande Prémio de Tradução Cidade de Arles recompensa a tradução para francês de uma obra de ficção contemporânea que se tenha evidenciado pela qualidade e pelas dificuldades que soube ultrapassar. O prémio tem um montante de 3.500 euros, com o patrocínio do município de Arles.

Dez anos de traduções

Nascida em Portugal, em 1973, Elisabeth Monteiro Rodrigues foi viver para França aos quatro anos. Licenciada em História do Médio Oriente, começou depois a interessar-se pela literatura sobre o continente africano, Antilhas e Caribe. Colaboradora da revista Africulturas, de 1999 a 2004, foi também uma das responsáveis da Librairie Portugaise & Brésilienne, em Paris, até 2015. Há dez anos que traduz autores de língua portuguesa como Mia Couto, Teolinda Gersão, João Ricardo Pedro e Susana Moreira Marques.

10 Out 2018

Galgos | ANIMA continua responsável pelos processos de adopção

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] ANIMA, Sociedade Protectora dos Animais, vai continuar responsável pelos processos de adopção dos cerca de 500 galgos que se encontram a cargo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). A decisão foi tomada ontem depois de um encontro entre o presidente do IACM, José Tavares e o presidente da ANIMA, Albano Martins, de acordo com o canal de televisão da TDM.

Uma das maiores preocupações da ANIMA prendia-se com a possibilidade dos cães ficarem retidos no território por tempo indeterminado devido ao processo judicial entre o Governo e a Yat Yuen, entidade que detinha os animais. “O IACM comprometeu-se de que isso não iria acontecer e eu também já tinha garantido que caso haja litígio, a situação se circunscreva apenas à potencial multa sem afectar os processos dos animais”, disse Albano Martins à TDM.

No entanto, a ANIMA vai continuar afastada do tratamento dos animais. Neste aspecto, o presidente da associação defende que “o IACM tem pessoal suficiente para o fazer”.

Entretanto, os galgos, que até agora tinham de ser esterilizados no território, vão poder ser submetidos à intervenção no país de destino da adopção, evitando assim mais atrasos processos de envio.

O anunciado pedido de demissão do responsável pela ANIMA mantém-se, apesar do entendimento de ontem entre a associação e o IACM.

10 Out 2018

Saúde | Centro de procriação medicamente assistida do Kiang Wu em vistoria

[dropcap style≠’circle’]T[/dropcap]ommy Lau revelou que o serviço de procriação medicamente assistida do centro hospitalar privado vai estar pronto entre o fim deste ano até ao início de 2019 e que o centro da especialidade se encontra em fase de vistoria.

De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, Tommy Lau, presidente da Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu, indicou que a unidade pode entrar em funcionamento após a conclusão dos devidos procedimentos administrativos. Tommy Lau referiu ainda que o hospital vai contratar e formar mais pessoal para responder à perda de recursos humanos e que considera normal a mobilidade de pessoal médico.

O dirigente associativo adiantou que o Kiang Wu está preparado para remediar a escassez de mão-de-obra e que vai providenciar oportunidades de ascensão profissional a trabalhadores do sector médico.

10 Out 2018

Escutas | Au Kam San não pede desculpas e escreve a Chui Sai On

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] deputado Au Kam San não vai pedir desculpa pelas declarações em que acusou as forças de segurança de realizar escutas ilegais. A informação é dada numa carta dirigida ao director da Polícia Judiciária que foi também reencaminhada para o Chefe do Executivo. “Considero que é ridiculo e que não sei por que razão devo pedir desculpa”, lê-se na missiva também enviada a Chui Sai On.

Para Au, a referência a escutas ilegais foi feita devido a dúvidas que o próprio deputado tem e que considera legítimo manifestar. Como tal, o pró-democrata questiona se a restrição à manifestação das opiniões dos deputados poderá ser um limite à liberdade de expressão. “Se um deputado que levanta dúvidas pode incorrer em responsabilidade penal, o que poderá acontecer aos outros?” A questão suscitada pelo pró-democrata tem em vista a actuação de órgãos de comunicação social, analistas e até os próprios cidadãos.

Au Kam San receia que esteja em causa a política de “Um país, dois sistemas”, caso as pessoas comecem a ter medo de expressarem a sua própria opinião, “o que não deve existir em Macau”.

O caso começou com declarações de Au Kam San ao um jornal Ou Mun em que disse acreditar na prática de escutas ilegais por parte da PJ e mencionou um caso em 2009. Na altura, um homem ameaçou imolar-se pelo fogo numa esquadra de Macau. Quando chegou ao local já as forças da autoridades estavam preparadas com extintores. A PJ defendeu-se com o facto de o indivíduo ter prestado declarações à imprensa sobre o assunto e ter gritado na rua, até chegar à esquadra. Por isso, as autoridades, sob a tutela de Wong Sio Chak fez um ultimato a Au: ou pedia desculpas ou responde em tribunal.

10 Out 2018

Habitação Económica | Proposta de lei entregue em breve, afirmou Raimundo do Rosário

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] proposta de revisão à lei da habitação económica vai ser entregue brevemente na Assembleia Legislativa. A garantia foi dada pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, o governante acrescenta que a abertura de mais um processo de candidaturas a habitação económica não depende do seguimento da nova proposta.

Ou seja, se a alteração da lei a este respeito não for aprovada, a abertura de candidatura será realizada de acordo a lei actual. Raimundo do Rosário acredita que um novo processo de candidatura pode ocorrer ainda durante o actual mandato do Governo, refere a mesma fonte.

Questionado sobre a atribuição de casas económicas do Edifício do Bairro da Ilha Verde, o secretário lamentou que alguns dos projectos tenham sido adiados devido aos estragos provocados pela passagem dos tufões Hato e Mangkhut. No entanto, Rosário prevê que as obras de reparação do Edifício do Bairro da Ilha Verde estejam concluídas até ao final. O Governante garantiu também que vai instalar comportas contra inundações no auto-silo do edifício e nas zonas de paragem de autocarros.

10 Out 2018

Assembleia Legislativa | Prova dos nove na próxima terça-feira

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Assembleia Legislativa regressa na próxima terça-feira aos trabalhos, com uma agenda cheia. No total são nove os pontos da ordem do dia do plenário, o primeiro da próxima sessão legislativa.

Propostas de lei para votar na generalidade são sete. Além da relativa ao sistema de transporte de metro ligeiro e da referente ao Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), os deputados vão ainda apreciar a proposta de lei da Cibersegurança, bem como o regime legal da qualificação e inscrição para o exercício de actividade dos profissionais de saúde.

Da agenda consta ainda o diploma que prevê a actualização dos índices mínimos das pensões de aposentação e de sobrevivência; o que revoga o regime geral da actividade ‘offshore’, bem como o que determina a não vigência de leis e decretos-leis publicados entre os anos 1988 e 1999.

Espaço ainda para a apresentação por membros do Governo do relatório sobre a execução do Orçamento de 2017 e do relatório de Auditoria da Conta Geral de 2017 num plenário em que vai ser ainda submetido a votação um projecto de simples deliberação relativo à proposta do Orçamento Privativo da Assembleia Legislativa para 2019.

Após a reunião plenária,  os deputados vão ainda eleger os respectivos presidentes e secretários das sete comissões do hemiciclo, ou seja, das três permanentes, das três de acompanhamento e da de Regimento e Mandatos, de acordo com a informação disponível no portal da Assembleia Legislativa.

10 Out 2018

PIDDA | Taxa de execução atingiu 84,7% em 2017

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] taxa de execução do PIDDA (Plano de Investimentos e Despesas da Administração) atingiu 84,7 por cento em 2017, com os pagamentos efectivos a ascenderem a 12,9 mil milhões de patacas de um orçamento autorizado de 15,2 mil milhões de patacas.

Segundo o relatório sobre a execução do Orçamento de 2017, o PIDDA do ano passado é composto por 20 programas de investimento, sendo o da Ilha Artificial Fronteiriça da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau o que teve o maior orçamento autorizado e o que revelou o maior valor das despesas efectivamente pagas (3,93 mil milhões em 3,95 mil milhões), com a taxa de execução a corresponder a 99,7 por cento.

10 Out 2018

Nacho diz que o Real Madrid tem que deixar de viver no passado com Ronaldo

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] defesa Nacho Fernández afirmou hoje que o Real Madrid não pode continuar a viver no passado com Cristiano Ronaldo e que, mesmo sem o futebolista português, tem capacidade para continuar a vencer e a conquistar títulos.

“O Cristiano era muito importante para nós porque marcava 50 golos por temporada. Nós não temos a culpa que ele já não esteja cá e não podemos viver no passado. Temos que olhar para a frente com o que temos, que é um plantel muito bom e que tem capacidade para tudo”, afirmou Nacho Fernández.

Em entrevista à agência EFE, numa altura em que está a trabalhar junto da seleção espanhola, o defesa de 28 anos lembrou que, no início da temporada, quando o Real Madrid marcava golos e ganhava jogos, “ninguém se lembrava de Cristiano Ronaldo”, transferido no defesso para os italianos da Juventus.

“Ele [Cristiano Ronaldo] começou a temporada sem marcar golos na Juventus e dizia-se que por ter saído do Real Madrid já não conseguia marcar. Agora diz-se o contrário. No futebol tudo vai mudando”, considerou o internacional espanhol.

O Real Madrid, agora treinado por Julen Lopetegui, ex-técnico do FC Porto, leva uma série de quatro jogos seguidos sem vencer, incluído três derrotas, e também sem marcar qualquer golo.

“O plantel está com o treinador até à morte. Já vivemos situações bem piores, mas fomos sempre capazes de ultrapassar. Não posso garantir que, no final da época, o Real Madrid, vença todos os títulos, mas sabemos que vamos lutar por tudo até final”, frisou Nacho, que fez toda a sua carreira no clube ‘merengue”.

O defesa tem 21 internacionalizações pela Espanha e marcou o único golo com a camisola ‘roja’ no Mundial2018, no empate frente a Portugal (3-3).

9 Out 2018

Seleção portuguesa arranca preparação para Polónia com apenas 14 jogadores

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] seleção portuguesa de futebol realizou ontem o primeiro treino de preparação para os jogos com a Polónia, para a Liga das Nações A, e Escócia, de caráter particular, numa sessão com apenas 14 disponíveis.

Na Cidade do Futebol, em Oeiras, o selecionador Fernando Santos teve à disposição os guarda-redes Rui Patrício, Beto e Cláudio Ramos, os defesas João Cancelo, Kévin Rodrigues, Mário Rui e Pedro Mendes, os médios Gedson, Sérgio Oliveira, Rúben Neves e Renato Sanches e os avançados Hélder Costa, Rafa e Bruma.

Os restantes 11 atletas convocados (Pepe, Rúben Dias, Cédric, Luís Neto, Bruno Fernandes, William Carvalho, Pizzi, Danilo, Bernardo Silva, Éder e André Silva) não subiram ao relvado e ficaram no ginásio a fazer trabalho de recuperação.

Nos 15 minutos da sessão abertos aos jornalistas, os jogadores de campo disponíveis realizaram aquecimento com bola, antes de serem divididos em duas equipas para um exercício de posse de bola, enquanto os três guarda-redes trabalharam à parte com o técnico Fernando Justino.

Portugal defronta a Polónia em Chorzow, na quinta-feira, na segunda jornada do Grupo 3 da Liga das Nações A, visitando três dias depois a Escócia, para um encontro particular.

9 Out 2018

Diário inédito de Saramago revela “a loucura” de receber o Nobel, diz Pilar Del Río

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] viúva de José Saramago, Pilar del Río, disse que o último volume dos diários do escritor, ontem apresentado, revela a sua vida em 1998 e a “loucura” de receber o Prémio Nobel de Literatura.
“É a vida no ano de 1998 até 08 de outubro [data em que Saramago foi anunciado como vencedor do Prémio Nobel de Literatura], o dia como hoje [em que se comemoram 20 anos], um caderno onde ficam referenciadas viagens, conferências, encontros, preocupações, ansiedade e, a partir de 08 de outubro, a loucura do Nobel”, disse aos jornalistas Pilar del Río.

A acompanhar o lançamento do “Último Caderno de Lanzarote” no congresso, em Coimbra, que celebra os 20 anos de atribuição do Nobel da Literatura, a Porto Editora apresentou o livro “Um País Levantado em Alegria”, de Ricardo Viel, que relata “detalhes e surpresas” de como Saramago e o país viveram aquele dia, anunciou a organização.

“É um livro que explica como viveu Portugal e como Portugal cresceu naquele dia com a notícia do Nobel”, adiantou a também presidente da Fundação José Saramago.

Questionada sobre o que significava Coimbra para Saramago, Pilar del Río recordou que foi nesta cidade que o companheiro soube da morte de José Cardoso Pires – o autor de “O Delfim”, “Alexandra Alpha”, “Balada da Praia dos Cães” -, em outubro de 1998, poucos dias depois de receber o Nobel.

“Neste dia e neste momento, para mim, Coimbra chama-se José Cardoso Pires (…) Hoje Coimbra lembra-me José Cardoso Pires”, frisou Pilar del Río.

A viúva do escritor lembrou ainda que José Saramago recebeu um doutoramento ‘honoris causa’ pela Universidade de Coimbra (em 11 de julho de 2004), proposto pela Faculdade de Letras, e que teve o ensaísta Eduardo Lourenço como padrinho do doutorando.

9 Out 2018

Filme sobre poeta Camilo Pessanha exibido na extensão de Macau do DocLisboa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] filme “Pé San Ié – O Poeta de Macau”, inspirado na vida e obra do poeta Camilo Pessanha, vai ser exibido na extensão de Macau do Festival Internacional de Cinema DocLisboa.
Depois da primeira exibição no DocLisboa, prevista para 19 de outubro, o filme faz a sua estreia asiática a 05 de novembro, na Cinemateca Paixão, na extensão do festival português dedicado ao documentário, que é organizada em Macau pelo Instituto Português do Oriente.

Trata-se de um projeto da realizadora Rosa Coutinho Cabral e da produtora Maria Paula Monteiro, rodado inteiramente em Macau, em 2017, e finalizado este ano.

A mesma dupla é a responsável pelo documentário “Camilo Pessanha – 150 anos”, que será exibido em Macau no auditório Dr. Stanley Ho, sustentado pelo depoimento de investigadores, biógrafos e historiadores, na sua maioria ilustres figuras de Macau.

Segundo a produtora, nesse documentário surgem as várias dimensões do homem e não só do poeta, revelando-o como jurista eminente, republicano, maçom, professor, sinólogo, colecionador, tradutor e falante de chinês, oscilando sempre entre dois eixos: o mundo a Ocidente, onde nasceu, e a Oriente, onde viria a morrer.

9 Out 2018

China espera que visita de Mike Pompeo ajude a restabelecer a confiança

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China afirmou ontem esperar que a visita a Pequim do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, restabeleça a confiança mútua entre os dois países, apelando ao fim das “más práticas”, que levaram ao deteriorar das relações.

“Estamos dispostos a manter os contactos com a parte norte-americana, mas julgamos que as más práticas dos Estados Unidos em algumas questões não contribuíram para a cooperação”, afirmou em conferência de imprensa Lu Kang, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros.

O porta-voz disse que Washington deve voltar ao “caminho certo” e “mostrar a sua disposição em trabalhar com a parte chinesa, para alcançar uma melhoria nas relações entre os dois países”.

Pompeo reuniu-se ontem com o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, para analisar possíveis avanços na desnuclearização do regime norte-coreano, numa altura de crescentes disputas comerciais entre os dois países.

“Pompeo mostrou a sua vontade em trabalhar sobre a questão da península coreana e a China está também disposta a tratar deste assunto”, afirmou Lu.

“Como dois importantes membros do Conselho de Segurança, a China e os EUA têm necessidade de reforçar a cooperação em certas questões internacionais, e restabelecer a confiança mútua”, disse.

9 Out 2018

China | Condenada cláusula que dá aos EUA direito de veto no acordo com Canadá e México

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap[ diplomacia chinesa condenou este fim de semana a “cláusula envenenada” no novo acordo comercial entre Estados Unidos, Canadá e México, que permite a Washington travar um acordo comercial entre estes países e a China.

A embaixada chinesa em Otava afirmou, em comunicado, que o artigo 32.10 do Acordo EUA-México-Canadá [USMCA, na sigla em inglês], “fabrica noções do que é ou não uma economia de mercado fora do quadro da Organização Mundial do Comércio (OMC)” e serve de “desculpa para alguns países fugirem às suas obrigações e recusarem cumprir os seus compromissos internacionais”.

Na mesma nota, a embaixada chinesa protestou contra a “atitude hegemónica” dos EUA e disse “sentir pena” pelo Canadá, por ter renunciado à soberania económica.

Em causa está a cláusula imposta pelos EUA no USMCA, que exige ao Canadá e ao México que notifiquem Washington em caso de negociação de um acordo comercial com uma “não economia de mercado”.

A cláusula obriga os países a revelarem detalhes sobre as negociações e permite a Washington romper o acordo comercial com estes, caso façam um acordo com Pequim.

Os EUA, a UE e o Japão recusam reconhecer a China como “economia de mercado”, por considerarem que a intervenção do Estado chinês na economia continua a ser forte. Uma decisão contrária retiraria poderes aos outros países ao nível das acusações de ‘anti-dumping’ – produção subsidiada que mantém o preço abaixo do custo de fabrico – na OMC.

Fechar portas

O comunicado da embaixada chinesa é a primeira reacção pública da China à cláusula incluída no USMCA, concluído na semana passada, em substituição do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA, na sigla em inglês).

No domingo, fonte da Casa Branca, citada pelo jornal Financial Times, afirmou que Washington vai tentar incluir a mesma cláusula em outros acordos, nomeadamente com a UE, o Japão e o Reino Unido.

“Será isto um precedente para o futuro? Absolutamente”, afirmou a mesma fonte. “É importante ter a certeza que qualquer acordo que façamos não é minado e que a China não encontra uma porta traseira para aceder ao mercado norte-americano”, acrescentou.

9 Out 2018

Economia | Injectados 110.000 milhões de dólares face a guerra comercial

O objectivo das autoridades chinesas visa reduzir o impacto da disputa comercial com os norte-americanos e ao mesmo tempo fortalecer o desenvolvimento económico

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China anunciou que vai reduzir o dinheiro de reserva dos bancos comerciais, permitindo libertar 110.000 milhões de dólares norte-americanos em crédito, e atenuar o impacto da guerra comercial com Washington.

O Banco do Povo (banco central) indicou, no domingo, que vai cortar o coeficiente de reservas obrigatórias em 1%, a partir de 15 de outubro, para garantir um “crescimento razoável do crédito” e impulsionar o desenvolvimento económico.

Analistas consideraram que a decisão constitui um sinal de crescente preocupação de Pequim em relação ao impacto na economia doméstica das disputas comerciais com os Estados Unidos.

“Este é um sinal de flexibilização da política monetária que visa contrariar [os efeitos] da guerra comercial EUA/China, e mostra a determinação de Pequim em manter o ritmo de crescimento [económico]”, afirmou, em comunicado, Liao Qun, economista sénior do China Citic Bank.

O investigador da Academia Chinesa de Ciências Sociais Zhang Ming considerou, em comunicado, que a medida do banco central é uma resposta de Pequim à desaceleração económica, relativamente às disputas comerciais.

“O aprofundamento das disputas comerciais com os EUA vai reduzir o peso do comércio externo no crescimento”, considerou.

Vários indicadores económicos apontam para uma desaceleração no ritmo de crescimento da economia chinesa.

Em queda

Em Setembro, a actividade da indústria manufactureira da China caiu para o nível mais baixo desde Fevereiro, perante a queda das encomendas para exportação e da produção e inventário.

No turismo, os gastos nos primeiros quatro dias da ‘semana dourada’ aumentaram 8,1%, em termos homólogos, depois de, no ano passado, terem crescido 21%, segundo dados oficiais.

E desde o início das disputas comerciais entre Washington e Pequim, a bolsa de Xangai caiu mais de 20%.

A redução nas taxas de reserva obrigatórias, pela quarta vez este ano, contrasta também com a política monetária dos EUA.

No final de Setembro, a Reserva Federal (Fed) norte-americana subiu as taxas de juro em 25 pontos base, no terceiro aumento desde o início do ano, para o nível mais alto da última década.

O economista do banco francês Natixis, em Hong Kong, Xu Jianwei afirmou que o Governo chinês não tem outra opção a não ser adoptar uma política monetária diferente dos EUA.

“Numa guerra comercial, a economia chinesa vai enfrentar mais dificuldades, face à menor confiança dos investidores (…) a China tem que injectar mais liquidez [na economia]”, afirmou.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas alfandegárias sobre 250 mil milhões de dólares de importações oriundas do país asiático. Pequim retaliou com taxas sobre bens norte-americanos.

Em causa está a política de Pequim para o sector tecnológico, nomeadamente o plano “Made in China 2025”, que visa transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

Os EUA consideraram que aquele plano, impulsionado pelo Estado chinês, viola os compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.

9 Out 2018

Interpol | Pequim acusa ex-presidente de ter recebido subornos

A viagem de Meng Hongwei à China em Setembro deste ano revelou-se fatal para o ex-presidente da instituição de cooperação policial. O antigo vice-ministro da Segurança Pública de Pequim está detido pela prática de alegados actos de corrupção que colocaram em “perigo” o partido

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades da República Popular da China acusaram o ex-presidente da Interpol Meng Hongwei de ter recebido subornos, poucas horas depois de terem confirmado que se encontrava detido por alegada “violação da legislação estatal”.

A Comissão Central de Inspecção Disciplinar do Partido Comunista – entidade responsável pelas investigações de corrupção – informou no domingo através de um breve comunicado publicado nos jornais locais, que Meng Honngwei tinha sido acusado de “violação da legislação” do Estado.

O ministro da Segurança Pública, Zhao Kezhi, convocou ontem responsáveis do Partido Comunista para comunicar a acusação contra Meng que “aceitou subornos” e “violou a lei”.

O Comité do Partido Comunista da República Popular da China mostrou “apoio unânime” à investigação e “à luta anticorrupção liderada pelo presidente Xi Jinping”.

As autoridades chinesas destacaram também que os actos de alegada corrupção cometidos por Meng puseram em “perigo” de forma “grave” o partido e a polícia e acrescentaram que vai ser formado um grupo de trabalho para perseguir todos os “alegados cúmplices” do ex-presidente da Interpol.

Os delitos de corrupção não foram especificados.

Meng, 64 anos, foi vice-ministro da Segurança Pública do Governo de Pequim até Novembro de 2016, altura em que foi nomeado para o cargo de presidente da Interpol.

Sem regresso

A família de Meng Hongwei tinha denunciado o desaparecimento do ex-presidente da Interpol logo após uma deslocação à República Popular da China, no passado dia 25 de Setembro.

No sábado, o secretário-geral da Interpol, o alemão Jurgen Stock pediu a Pequim para “clarificar a situação” do presidente da organização.

Entretanto, no domingo a Interpol anunciava que tinha recebido a renúncia do presidente da organização “com efeito imediato”.

A mulher do ex-presidente da Interpol, Grace Meng, que tinha denunciado junto da polícia francesa o “desaparecimento preocupante” do marido disse durante o fim de semana aos jornalistas de Lyon, cidade francesa onde está instalada a sede da Interpol, que o marido se “encontrava em perigo”.

A Interpol, organização de cooperação policial, é constituída por 192 países.

9 Out 2018

Pequim e Luanda vão acabar com dupla tributação nas transacções comerciais

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]ngola e China Pequim e Luanda vão assinar um acordo que evita a dupla tributação nas transacções comerciais durante a visita oficial que o Presidente angolano, João Lourenço, efectua hoje e amanhã a Pequim, anunciou ontem fonte oficial.

Fonte da Casa Civil do Presidente da República de Angola indicou que os dois países deverão assinar um conjunto de acordos bilaterais, mas não adiantou quais, desconhecendo-se o ponto de situação das negociações para um novo pacote de empréstimo chinês avaliado em 11.700 milhões de dólares.

Segundo a Casa Civil do Presidente da República, durante a visita, João Lourenço tem na agenda desta terça-feira, primeiro dia, encontros com Xi Jinping e com o primeiro-ministro, Li Keqiang, bem como com outros altos dirigentes governamentais.

João Lourenço, que deixou Luanda no sábado, é acompanhado por uma delegação de alto nível, composta por dois ministros de Estado, Manuel Nunes Júnior, do Desenvolvimento Económico e Social, e Frederico dos Santos Cardoso, chefe da Casa Civil do Presidente da República, bem como o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano.

Na delegação estão também os ministros das Relações Exteriores, Manuel Augusto, das Finanças, Archer Mangueira, Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida, Transportes, Ricardo Viegas de Abreu, e Energia e Águas, João Baptista Borges.

Ao longo da última década, a China alcançou uma posição proeminente na economia de Angola, com as relações sino-angolanas a caracterizarem-se, por um lado, pela crescente procura chinesa por petróleo e por recursos financeiros e, por outro, pela necessidade de reconstrução e pela produção do crude do país.

9 Out 2018

Tabaco | Mais de 4000 multados até Setembro por fumar em locais proibidos

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]ntre Janeiro e Setembro, 4.131 pessoas foram multadas por fumarem em locais proibidos, ou seja, menos 1.231 do que em igual período do ano passado, indicaram ontem os Serviços de Saúde. Nos primeiros nove meses do ano foram ainda sinalizados 13 casos referentes a ilegalidades nos rótulos dos produtos de tabaco e quatro relacionados a venda de produtos de tabaco em prateleiras visíveis ao público.

Segundo o mesmo organismo, nos primeiros nove meses do ano foram realizadas 259.445 inspecções a estabelecimentos, o que perfaz uma média diária de 950, mais 9.165 em termos anuais homólogos. Dois terços das multas foram aplicadas a turistas (2.728), enquanto 1.285 (ou 31,1 por cento) envolveram residentes e os remanescentes 118 diziam respeito a trabalhadores não residentes (2,9 por cento). A esmagadora maioria das infracções foi cometida por homens.

Três em cada dez infracções tiveram lugar nos casinos (1.253), seguindo-se os parques/jardins e zonas de lazer com 510 (12,3 por cento) e o aeroporto foram sinalizados 427 casos (10,3 por cento). De acordo com os Serviços de Saúde, em 101 casos foi necessário o apoio das forças de segurança.

9 Out 2018