Hoje Macau EntrevistaA literatura lusófona é afectada pela periferia linguística, diz Ondjaki [dropcap]A[/dropcap] literatura lusófona está “numa certa periferia linguística” a nível internacional, apesar de o português ser uma das línguas mais faladas do mundo, considera Ondjaki, um dos escritores angolanos mais conhecidos em Portugal. “Nós, os do mundo da língua portuguesa, lemo-nos”, mas as traduções do português não são suficientes para saírem desse universo, comparadas com a dimensão de outras expressões linguísticas, como inglês ou o francês, reflecte o escritor. Ondjaki, nascido sob o nome Ndalu de Almeida, deu uma entrevista à agência Lusa, em Nova Iorque, poucos dias depois de ter visitado a Feira do Livro de Guadalajara, que decorreu no México, entre 24 de Novembro e 2 de Dezembro, e que tinha Portugal como convidado de honra. Apesar do pouco conhecimento que os autores actuais têm fora “do mundo da língua portuguesa”, Ondjaki afirma que é inegável a qualidade que existe e que deve continuar a existir. Na visão do escritor, “temos de continuar a batalha” explorando as traduções para mercados que têm mais força, como o inglês, francês ou alemão, e “continuar a gerir a nossa literatura com qualidade”, para que a literatura lusófona seja fortalecida a nível internacional. Em Guadalajara, o ficcionista, poeta e autor de livros infantis, inseridos no Programa Nacional de Leitura, participou numa mesa de debate com Pilar del Rio e Gonçalo M. Tavares, sobre o escritor José Saramago, que dá o nome ao prémio que ganhou em 2013 pelo romance “Os Transparentes”. Nesse mesmo festival, fez parte de uma performance artística com o artista plástico António Jorge Gonçalves e o pianista Filipe Raposo, dando continuidade a uma vasta lista de apresentações ao vivo que o autor tem realizado em várias partes do mundo. Ondjaki tem explorado a performance artística e não hesita em participar em actividades de improvisação em frente ao público, sendo estas “oportunidades de estar com outros artistas” e de rever amigos, diz o escritor à Lusa. Além de leituras ao público, o autor participa em projeções de textos escritos ao vivo, com improvisação musical ou improvisação imagética (pintura) por outros artistas – uma “oportunidade de experimentar outras sensações, para depois voltar à escrita”, resume. Com uma vasta obra editada em vários países, Ondjaki diz que “a performance é uma reescrita, uma oportunidade para escrever de outra maneira”, mas também “tem um grau de risco, porque não tem tempo para editar, não tem tempo para rever”. “Um momento que vive e morre aqui”, assegura o autor à Lusa. Sobre os temas literários com que se costuma relacionar, Ondjaki diz que “qualquer tipo de literatura, incluindo aquela que às vezes pensamos ser para crianças, deve abordar qualquer tipo de temática social, (…), mas, sobretudo, se isso se acasalar com o objectivo literário do escritor”. Ondjaki defende também que todos os leitores devem ser habituados à reflexão sobre os grandes problemas da actualidade, de forma “urgente”. Homossexualidade, desigualdade, exclusão social ou ecologia são alguns dos temas que o autor e sociólogo defende que devem ser introduzidos na educação das crianças, em tenra idade, para que sejam discutidos e debatidos. “Para que a criança não tenha de lidar com o racismo quando esse racismo já está profundamente incorporado na pessoa”, exemplifica Ondjaki. “Quando se trata do meu universo infantil”, diz o escritor, “tento descobrir que parte do labirinto da infância se pode tornar labirinto da literatura. Porque a literatura também é um labirinto. E a nossa vida também. E os nossos sonhos também”.
Hoje Macau China / ÁsiaEmbaixada de Portugal em Díli clarifica dúvidas sobre pedidos de nacionalidade [dropcap]A[/dropcap] Embaixada de Portugal em Díli divulgou um folheto para clarificar alguns aspectos relacionados com o processo de obtenção de nacionalidade, procurando responder a dúvidas que têm provocado protestos regulares à frente da missão diplomática. O folheto inclui respostas ao que a missão diplomática considera serem as onze perguntas mais frequentes relativamente aos pedidos de nacionalidade, centradas em particular na fase já depois da apresentação dos documentos. Em média, a embaixada recebe entre 30 e 60 pedidos de nacionalidade por dia, com um volume significativo de processos que continuam sem uma decisão de Lisboa. A demora na resolução nos casos – que se pode arrastar dois ou três anos – tem suscitado manifestações regulares em frente à embaixada, com timorenses a impedirem, em várias ocasiões, entradas e saídas naquele posto diplomático. Apesar de posturas agressivas, incluindo pancadas aos vidros da embaixada, o bloqueio da estrada – com alguns jovens a sentarem-se no chão – e da pressão sobre funcionários do edifício, a polícia demora várias horas a aparecer. Os protestos são convocados por mensagens partilhadas nas plataformas Facebook e WhatsApp, muitas com informação falsa que dava conta de que estariam concluídos processos para ser levantados. Neste folheto a embaixada explica que cada processo é tratado individualmente, obriga uma comprovação dos documentos nas paróquias respetivas ou no Registo Civil e pode suscitar ainda esclarecimentos adicionais. Isso implica que um pedido que tenha entrado em 2017 “seja decidido antes de outro que tenha sido feito em 2015” ou que dois pedidos entrados no mesmo dia, “e ainda que digam respeito a dois irmãos, possam ter datas de desfecho diferentes”. A lista clarifica que a análise sobre os pedidos não é feita pela embaixada – que se limita a receber, legalizar e enviar os documentos para Portugal – para a Conservatória dos Registos Centrais em Lisboa, que tem competência exclusiva para conceder a nacionalidade. A embaixada também aplica em Timor-Leste, desde 2015, um conjunto de procedimentos para tentar “controlar a fraude documental”, incluindo a obrigatoriedade de verificar as certidões de batismo junto das paróquias ou os assentos de nascimento no Registo Civil. “Na prática trata-se de confirmar, no livro dos assentos, os dados que constam da certidão apresentada”, refere a nota, sublinhando que o procedimento é o mesmo quer os pedidos sejam feitos na embaixada, diretamente na Conservatória dos Registos Centrais em Lisboa ou através de procurador. Um processo que estica ao máximo os recursos humanos da embaixada, que tem que visitar cada uma das mais de 50 paróquias do país – os registos da Igreja são, em muitos casos, os únicos que sobreviveram à destruição depois do referendo de 1999. Há ainda casos em que pedidos chegam já depois de uma visita à paróquia – por outros processos – ou em que não foi possível encontrar o registo, por erro na identificação da certidão ou porque o registo original se tenha perdido ou sido destruído. “Tudo será devidamente explicado à Conservatória dos Registos Centrais e continuaremos a tentar encontrar uma solução”, explica o documento. Em caso de divergências nos dados, a embaixada pode pedir clarificações ou documentos adicionais ao requerente. A embaixada recorda que quem pretende saber dados sobre o seu processo deve contactar a missão diplomática, admitindo que “podem passar muitos meses” sem avanços no caso que continuará “em análise” até “uma decisão final”. Cada um dos requerentes será notificado “individualmente por email ou telefone, de cada vez que há um avanço no processo”, pelo que “não vale a pena deslocar-se à embaixada se não tiver sido convocado”. Por fim, o texto clarifica que as listas de nomes que começaram agora a ser afixadas na porta da embaixada respondem a protestos de alguns utentes. Trata-se apenas de “listas de atendimento” agendadas para o dia com nome de utentes que tenham sido convocados para esclarecimento ou para iniciar o processo, sendo que “ninguém nas listas adquiriu ainda a nacionalidade portuguesa”. A nacionalidade portuguesa é acessível a qualquer timorense nascido até 19 de Maio de 2002, véspera da data em que Timor-Leste restaurou a sua independência e deixou, formalmente, de ser um “território não autogovernado sob administração portuguesa”.
Hoje Macau China / ÁsiaMinistério Público japonês acusa ex-presidente da Nissan de ocultar rendimentos [dropcap]O[/dropcap] Ministério Público japonês acusou oficialmente o antigo presidente da Nissan, Carlos Ghosn, de ocultar rendimentos da empresa durante um período de cinco anos, informou hoje a agência oficial Kyodo. De acordo com a agência nipónica e o canal público NHK, o Ministério Público responsabiliza também a Nissan, uma vez que foi a empresa a apresentar os relatórios às autoridades. Ghosn, detido em Tóquio há três semanas, foi entretanto demitido como presidente da Nissan e também das mesmas funções na empresa japonesa Mitsubishi. Além de Ghosn foi também detido o seu principal colaborador, o norte-americano Greg Kelly.
Hoje Macau SociedadeAir Macau reduz taxas de combustíveis em Janeiro [dropcap]A[/dropcap] Air Macau anunciou hoje que vai reduzir as taxas de combustíveis a partir do próximo dia 1 de Janeiro. De acordo com um comunicado, as taxas baixam dos actuais 32 dólares por voo para 28 dólares. Com esta medida, a Air Macau decidiu voltar atrás no aumento que tinha sido decretado em Novembro último. A actualização vai ser aplicada em todos os bilhetes de avião emitidos para o dia 1 de Janeiro ou depois dessa data para viagens de Macau com destino à China, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia e Vietname.
Hoje Macau InternacionalGuterres apela à assinatura “sem demora” da Convenção contra o genocídio [dropcap]O[/dropcap] secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou ontem à assinatura “sem demora” da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio pelos países que ainda não o fizeram, quando se completa 70 anos deste documento. Setenta anos depois, “a prevenção do genocídio é uma tarefa fundamental do nosso tempo”, afirmou Guterres, num comunicado onde pediu para que se unam a este convénio. “Exorto os 45 Estados (dos 193 que integram a ONU) que ainda não o fizeram que o façam sem demora”, sublinhou o secretário-geral das Nações Unidas. Além disso, pediu a todos os Estados para traduzirem “as palavras da Convenção em actos” para prevenir o sofrimento massivo de seres humanos. “Em momentos de aumento de anti-semitismo, de intolerância contra os muçulmanos e outras formas de ódio, racismo e xenofobia, reafirmemos o nosso compromisso de manter a igualdade e dignidade para todos”, apontou Guterres. A Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio foi adoptada e aberta para assinatura e ratificação, ou adesão, pela assembleia-geral da ONU em 09 de dezembro de 1948. Tornou-se o primeiro tratado de Direitos Humanos aprovado pela assembleia-geral, seguido no dia seguinte para adopção da Declaração dos Direitos Humanos. Nova vida precisa-se António Guterres disse ontem que chegou o momento de “dar vida” ao pacto global para a migração e mostrar a utilidade deste documento, que é o resultado de “muitos meses de diálogo inclusivo”. “Muitos meses de diálogo inclusivo produziram um documento impressionante sobre um dos desafios globais mais prementes dos nossos tempos”, disse António Guterres numa cerimónia em Marraquexe, cidade marroquina que acolhe, até amanhã, uma conferência intergovernamental que será marcada pela adopção formal do Pacto Global para uma Migração Segura, Ordenada e Regular (GCM, na sigla em inglês), o primeiro documento deste género que foi promovido e negociado sob os auspícios das Nações Unidas. “Agora, é altura de dar vida ao que concordámos e demonstrar a utilidade do pacto: aos governos à medida que estabelecem e aplicam as suas próprias políticas de migração; às comunidades de origem, de trânsito e destino; e aos próprios migrantes”, prosseguiu o representante. Na mesma intervenção, o secretário-geral da ONU salientou que uma das características mais significativas do pacto global para a migração é o reconhecimento do papel essencial que muitos actores assumem na gestão desta temática. A par dos governos e dos próprios migrantes, “também a sociedade civil, os académicos, os sindicatos, o setor privado, os grupos da diáspora, as comunidades locais, os parlamentares, as instituições nacionais de direitos humanos e os meios de comunicação social” assumem um papel essencial, enumerou António Guterres. “O sistema das Nações Unidas também fará parte dessa constelação de parceiros”, referiu o ex-primeiro-ministro português, numa referência à rede de coordenação para a migração criada e designada pela ONU como “Rede para a Migração”. Esta rede irá assegurar o processo de acompanhamento e de monitorização do pacto global para a migração, trabalho esse que vai consistir, por exemplo, na partilha de experiências, em ajudar os Estados-membros a superar as dificuldades e a procurar soluções. Entre as várias características desta rede que foram mencionadas pelo secretário-geral da ONU está o “papel central” que será desempenhado pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), liderada desde outubro pelo também português António Vitorino. A presença de António Vitorino na cerimónia foi saudada por António Guterres, que se dirigiu ao director-geral da OIM como “um velho amigo”. Em tom de conclusão, António Guterres afirmou que a criação desta rede, que “irá mobilizar toda a extensão das capacidades e dos conhecimentos [da ONU] para apoiar os Estados-membros”, é um “sinal visível do compromisso do sistema das Nações Unidas para trabalhar com os países na aplicação deste histórico pacto global”. Em que consiste o pacto? Mais de 150 governos internacionais representados por chefes de Estado, chefes de Governo ou altos funcionários estão em Marraquexe para formalizar a adoção do pacto global para a migração e para debater o fenómeno das migrações. Fruto de 18 meses de consultas e negociações, o pacto global tem como base um conjunto de princípios, como a defesa dos direitos humanos, dos direitos das crianças migrantes ou o reconhecimento da soberania nacional O texto também enumera 23 objectivos e medidas concretas para ajudar os países a lidarem com as migrações, nomeadamente ao nível das fronteiras, da informação e da integração, e para promover “uma migração segura, regular e ordenada”. Mesmo não tendo uma natureza vinculativa, o documento dividiu opiniões e suscitou críticas de forças nacionalistas e anti-migração em vários países. Estados Unidos, Israel, Polónia, Áustria e República Checa estão entre os países que rejeitam o pacto global e anunciaram que não vão assinar o texto. O número de migrantes no mundo está actualmente estimado em 258 milhões, o que representa 3,4% da população mundial.
Hoje Macau EventosMia Couto prepara livro sobre a sua infância [dropcap]O[/dropcap] escritor Mia Couto disse à agência Lusa que o seu novo livro tem como foco a infância na Beira, em Moçambique, admitindo que é uma mudança na sua escrita, como que a contrariar que só se nasce uma vez. “Visitei a minha cidade, no princípio deste ano, de uma maneira que reencontrei os lugares de infância e tive tempo, que é uma coisa que deixamos de ter num certo período da vida. Não só revisitei, fui de maneira a ser ocupado por esse espaço, por essas vozes e isso foi muito importante para mim, percebi que estava tudo vivo, esse passado não tinha passado”, justificou Mia Couto. Na calha está o novo livro do escritor moçambicano que tem como foco a sua infância e, neste sentido, admitiu que quando visitou a Beira, uma vez que vive em Maputo, ia com vontade de se “deixar ser assaltado por esse sentimento” de reviver o passado e o tempo da sua juventude. “Para dizer a verdade acho que precisava disso, desse regresso, precisava de me sentir, como se a ideia de que nascemos num só momento tivesse que ser contrariada e eu precisasse de continuar a nascer e aquele é o melhor lugar”, confidenciou à agência Lusa, ao mesmo tempo em que admitiu que “há uma mudança na escrita” no próximo livro. “Há uma mudança sim, porque também me interessa. Se eu sinto que estou a escrever a mesma coisa e da mesma maneira não me interessa mais escrever, eu quero batalhar contra mim mesmo, contra aquilo que me parece que já está estabelecido, uma zona de conforto que me apetece desafiar, não me apetece mais escrever se não me surpreender”, admitiu. O novo livro que tem em mãos terá “uma escrita fragmentada a partir de papéis e de documentos e de registos escritos” que permitem ao autor “fazer uma visita ao que são até mais os esquecimentos do que as memórias, é uma espécie de invenção de esquecimentos a partir do que outros dizem que foi” esse passado, “Principalmente os meus próprios irmãos que me contam histórias de família como se eu nunca estivesse lá, como se fosse uma ausência, uma distração e isso para mim é muito bom, porque estou a visitar o meu próprio tempo, a minha própria infância, como se a sentisse ao mesmo tempo familiar e estranha”, revelou. Apesar do foco ser a sua infância, Mia Couto avisou que o livro não é sobre ele ou sobre a sua família, porque não deseja falar disso, mas interessa-lhe “muito falar desse tempo, porque é um tempo que é importante não esquecer e esses aparentes esquecimentos e esse registo de uma memória que nunca quer ser verdadeira, servem para relembrar um tempo que foi um tempo que tem ensinamentos, que não se podem esquecer”. Mia Couto falava à agência Lusa, depois de ter participado numa das conversas literárias, programada pelo Festival Tinto no Branco, que decorreu em Viseu e que contou com mais de 30 convidados, e onde partilhou o palco com o seu primo Tito Couto com quem falou de si, da família e da escrita. Um momento que “correu bem, foi caloroso”, mas que Mia Couto confessou que, esta dimensão, com centenas de pessoas e a falar em cima de um palco, “passa a ser mais uma coisa facilmente convertida num espetáculo” do que uma conversa sobre escrita. “Talvez o lugar do escritor e da escrita seja numa coisa mais pequena, mais familiar, numa sala onde se possa olhar as pessoas nos olhos e conversar como se conversa na vida real”, admitiu o escritor que reconheceu que não é uma opinião com base nas suas idiossincrasias, mas porque entende que “a escrita é uma coisa mais familiar, mais próxima, mais íntima”.
Hoje Macau EventosExposição “Arte de Ilustração: Amesterdão x Macau” inaugurada hoje na FRC [dropcap]C[/dropcap]hama-se “Arte de Ilustração: Amesterdão x Macau” e é hoje inaugurada, por volta das 18h30, na Fundação Rui Cunha (FRC). Promovida pela Associação YunYi and Cultural Communication, a mostra reúne trabalhos de 20 ilustradores de Macau e da Holanda, que já tiveram expostos em Barcelona. Na FRC o público poderá ver 40 obras de sete artistas holandeses, bem como obras de artistas de Macau tal como Sandy Ieong, Joana Borges, Rui Abreu ou Bruno Kuan, entre outros. De acordo com um comunicado da FRC, a exposição “tem como objectivo de criar uma rede entre a comunidade de artistas conhecidos e emergentes, proporcionando-lhes uma plataforma de intercâmbio sobre novos desenvolvimentos no seu campo de trabalho e promover uns aos outros”. A exposição ficará patente na FRC até 5 de Janeiro de 2019.
Hoje Macau China / ÁsiaToyota recolhe 13 mil carros na China devido a defeitos no software dos faróis [dropcap]A[/dropcap] fabricante japonesa Toyota vai recolher mais de 13 mil carros na China devido a defeitos no software da unidade de controle electrónico (ECU) para faróis, de acordo com o órgão regulador do mercado chinês. Em causa estão os modelos Corolla GL-i fabricados entre 19 de Março e 16 de Outubro pela subsidiária da Toyota na China, Tianjin FAW Toyota Motor, detalhou a Administração Geral de Supervisão de Qualidade num comunicado citado pela agência de notícias estatal Xinhua, avança a EFE. O módulo de software deste modelo mostrou algumas falhas nos faróis dos veículos que causavam distorção em determinadas situações, disseram as autoridades. A empresa comprometeu-se a corrigir os problemas identificados gratuitamente.
Hoje Macau China / ÁsiaChina convoca embaixador norte-americano após detenção de directora da Huawei [dropcap]A[/dropcap] China convocou ontem o embaixador dos Estados Unidos em Pequim para protestar contra a detenção da directora financeira da operadora de telecomunicações chinesa Huawei e pediu a Washington que abandone o pedido de extradição. Pequim já tinha convocado no sábado o embaixador do Canadá, na sequência da detenção de Meng Wanzhou naquele país, a pedido dos Estados Unidos, em 1 de Dezembro. A justiça norte-americana pede a extradição da directora financeira, também vice-presidente da administração e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, por suspeita de ter violado sanções de Washington impostas ao Irão. Pequim manifestou já a sua “oposição firme” face à detenção da executiva e “exorta os Estados Unidos a darem mais importância à posição solene e justa da China”, refere o Ministério dos Negócios Estrangeiros num comunicado, publicado após um telefonema do vice-ministro da diplomacia chinesa, Le Yucheng, ao embaixador norte-americano, Terry Branstad. “Le Yuncheng sublinhou que os Estados Unidos violaram os direitos legítimos e os interesses dos cidadãos chineses, e a natureza desta violação é extremamente grave”, indicou o ministério. A China exigiu também que os Estados Unidos “tomem medidas imediatas para rectificar as más práticas e levantar o mandato de prisão contra esta cidadã chinesa”, prossegue o comunicado, advertindo para uma possível “resposta adicional” da parte de Pequim. Também ontem , o conselheiro económico da Casa Branca, Larry Kudlow, afirmou que Donald Trump desconhecia a detenção de Meng Wanzhou na altura em que jantava com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na semana passada. Meng Wanzhou, 46 anos, foi detida em Vancouver, Canadá. A directora financeira é suspeita pela justiça norte-americana de ter mentido a vários bancos sobre uma subsidiária da Huawei com o objectivo de obter acesso ao mercado iraniano entre 2009 e 2014, violando as sanções dos Estados Unidos. O principal negociador dos Estados Unidos com a China disse ontem que a detenção da directora financeira da operadora de telecomunicações chinesa Huawei não deverá afectar muito as negociações comerciais, apesar dos fortes protestos de Pequim a exigir a sua libertação. Além disso, Robert Lighthizer deu a entender que os Estados Unidos não pretendem prolongar a trégua de 90 dias da guerra comercial, decretada na semana passada entre Donald Trump e o Presidente chinês. “Para mim, trata-se de uma data limite”, afirmou Robert Lighthizer, o representante norte-americano do Comércio dos Estados Unidos (USTR). “Quando falo com o Presidente dos Estados Unidos, ele não fala além de Março. Ele fala sobre a obtenção de um acordo, se há acordo, nos próximos 90 dias”, insistiu.
Hoje Macau Eventos“A Drowning Man” vence melhor filme do festival Sound&Image de Macau [dropcap]A[/dropcap] curta-metragem “A Drowning Man”, do realizador dinamarquês-palestiniano Mahdi Fleifel, conquistou o prémio de melhor filme da 9.ª edição do festival internacional Sound&Image Challenge, foi ontem anunciado no teatro D. Pedro V, em Macau. Nas palavras do grande júri, “Drowning Man” é um “retrato oportuno e intemporal do desespero e isolamento sem esperança num país estranho”, uma “pequena obra-prima” que se destaca da “recente onda de curtas-metragens sobre refugiados”. O filme esteve em competição no festival de Cannes, no ano passado. Já “Silent Campine”, do belga Steffen Geypen, venceu o prémio de “melhor ficção” ao levar o “espetador a um mundo obscuro desprovido de valores e regras”. O júri descreveu a ‘curta’ como uma “representação poderosa de um complicado relacionamento entre pai e filho”. Um dos grandes vencedores da noite foi o jovem de Macau Kin Kuan Lam, ao arrecadar três prémios com “Illegalist”: melhor realizador, melhor filme local e identidade cultural de Macau. O melhor documentário foi atribuído ao brasileiro Rodrigo Meireles, com “Anderson”, um homem de meia-idade com paralisia cerebral. Anderson aceitou ser filmado “se o documentário não fosse um drama”, lê-se na sinopse. Na categoria de animação, destacou-se o alemão Malte Stein, que recebeu o galardão com surpresa. “Flood”, simultaneamente “explicável e inexplicável”, conquistou o júri com a sua “visão criativa singular que se desenrola num fundo sinistro e apocalíptico”. Também de Macau, Sam Lam e Tiago Lei venceram o prémio Volume, que distingue o melhor vídeo musical. A menção honrosa foi para o realizador de Macau Chao Ut Ieng, com “Livestreaming”, e a escolha do público recaiu sobre “Who am I”, uma co-produção Macau/Filipinas, de Mark Aguillon. O realizador frisou o baixo orçamento da ficção e disse esperar regressar para o ano. O festival de curtas-metragens, que arrancou com o documentário “A vida aqui, está vista?”, do português Filipe Carvalho, Expandido”, terminou ontem, com uma cerimónia no teatro D. Pedro V. Organizado pela Creative Macau, espaço cultural que celebrou este ano o 15.º aniversário, o festival recebeu na nona edição mais de 4.000 candidaturas.
Hoje Macau InternacionalAutarca de Paris lamenta “cenas de caos” e aponta “danos incomensuráveis” na capital [dropcap]A[/dropcap]presidente de câmara socialista de Paris, Anne Hidalgo, lamentou ontem “as cenas de caos” na capital francesa e os “danos incomensuráveis” para a economia e a imagem da cidade, depois dos protestos do movimento “coletes amarelos”. “Ao lado dos parisienses que viveram ao longo do dia estas cenas de caos”, escreveu a autarca num ‘tweet’, na rede social Twitter. “Dezenas de comerciantes foram vítimas de desordeiros em muitos bairros… Mais uma vez… É deplorável”, afirmou. Num outro ‘tweet’ acrescentou: “Centenas de lojas e instalações públicas foram impedidas de abrir, a degradação em muitos distritos, uma vida cultural e económica paralisada, uma imagem internacional para restaurar: os danos são incomensuráveis. É inimaginável que revivamos isto”. Anne Hidalgo agradeceu às forças de ordem, “que asseguraram a segurança dos parisienses e dos manifestantes” em condições difíceis. Os confrontos com a polícia ocorreram em várias partes da capital, nomeadamente nos Campos Elísios e na praça da República. No início da noite, o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, pediu a manutenção da “vigilância” em Paris e em algumas cidades do interior. Os protestos dos “coletes amarelos” reuniram ontem 125.000 pessoas em toda a França, dos quais 10.000 em Paris, e as autoridades fizeram 1.385 detenções, de acordo com o ministro do Interior. Ainda segundo o ministro do Interior, 135 pessoas ficaram feridas nos protestos, incluindo 17 polícias.
Hoje Macau China / ÁsiaChina lança nave espacial para aterrar no lado oculto da Lua [dropcap]A[/dropcap]China lançou ontem uma nave espacial para aterrar no lado menos explorado da Lua e leva consigo, entre outras coisas, sementes de batata para plantar. De acordo com a Administração Espacial Nacional da China, a missão Chang’e 4 realizará observação astronómica de rádio de baixa frequência, análise de relevo, detecção de composição mineral e da estrutura superficial da lua e medição de radiação de neutrões e de átomos neutros. Com a sua missão Chang’e 4, a China espera ser o primeiro país a realizar uma aterragem com sucesso do lado oculto da Lua. A bordo da nave espacial estão também ovos de bicho-da-seda com o objectivo de estudar a sua evolução, que será gravada para ser controlada a partir da Terra. Pequim demonstra, desta forma, a sua crescente ambição espacial, para concorrer com a Rússia, a União Europeia e os Estados Unidos. Se for bem-sucedida, a missão a bordo de um foguete Longa Marcha 3B impulsionará o programa espacial chinês para uma posição de liderança numa das áreas mais importantes da exploração lunar.
Hoje Macau EventosExposição de Ung Vai Meng inaugura na próxima quarta-feira no Albergue [dropcap]U[/dropcap]ng Vai Meng está de regresso às exposições individuais. “Vestígios de Linhas”, que abre na próxima quarta-feira, pelas 18h30, no Albergue SCM, surge integrada nas celebrações do 19.º aniversário da RAEM. No total, são 29 obras organizadas em cinco séries temáticas – “Instantes”, “Santos”, “Anjos”, “Ópera Chinesa” e “Esboços” –, explorando “uma linguagem, onde a pintura tradicional chinesa se cruza com o desenho a carvão”, diz um comunicado divulgado ontem pelo Albergue SCM. A mostra, comissariada pelo arquitecto Carlos Marreiros, vai estar patente ao público até 13 de Fevereiro. Com entrada livre, pode ser visitada de terça a domingo entre as 12h e as 20h. Nascido em Macau, onde estudou desenho e aguarela, Ung Vai Meng realizou uma vasta gama de exposições individuais em Macau, Hong Kong, na China e na Europa, tendo vencido inúmeros prémios em competições de arte e design em Macau e no exterior. Ung Vai Meng, que foi presidente do Instituto Cultural, é actualmente professor convidado e mentor de doutoramento da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau.
Hoje Macau EventosArtista polaco vence Trienal de Gravura de Macau [dropcap]A[/dropcap]obra “Habitable structure”, da autoria do artista polaco Lukasz Koniuszy, venceu o prémio de ouro da terceira Trienal de Gravura de Macau, organizada pela Instituto Cultural (IC). A prata e o bronze foram atribuídos, respectivamente, às obras “The remains of the painful thing 6” e “The way of harvester No. 2”, ambas da autoria de artistas tailandeses (Warranutchai Kajaree e Rattana Sudjarit). O anúncio foi feito ontem pelo IC em comunicado, dando conta de que foram ainda atribuídas sete menções honrosas a Alberto Balletti (Itália), Bianca Cork (Reino Unido), Chalita Tantiwitkosol (Tailândia), Cao Jianhong, Li Can e Zuo Wei (China) e a Lee Wen-Jye de Taiwan. Na mesma nota, o IC destaca a enorme adesão à Trienal de Gravura de Macau, dado que foram recebidos 1097 trabalhos da autoria de 720 artistas oriundos de um total de 39 países e territórios. Um número recorde desde que a iniciativa foi lançada em 2012. As 175 obras premiadas e finalistas vão ser exibidas a partir do próximo dia 28, e até 17 de Março, no Centro de Arte Contemporânea de Macau – Oficinas Navais N.º 1, na Galeria Tap Seac, na Galeria de Exposições Temporárias do IACM, bem como na Galeria de Exposições e Casa Nostalgia das Casas da Taipa.
Hoje Macau China / ÁsiaGuerra comercial | Pequim vai implementar “imediatamente” medidas acordadas com EUA [dropcap]A[/dropcap]China vai implementar “imediatamente” as medidas comerciais acordadas com os Estados Unidos na reunião entre os Presidentes Donald Trump e Xi Jinping, anunciou ontrm o Ministério do Comércio chinês. “A China vai implementar imediatamente o consenso alcançado por ambos sobre produtos agrícolas, energia, automóveis e outros bens específicos”, disse o porta-voz do ministério, Gao Feng, aos jornalistas. Os dois países estabeleceram uma trégua comercial, que vai adiar por 90 dias o aumento das taxas alfandegárias norte-americanas impostas sobre importações chinesas, depois de Donald Trump e Xi Jinping chegarem a acordo durante um jantar, no final da cimeira do G20, que decorreu entre sexta-feira e sábado, em Buenos Aires. A administração norte-americana tinha anunciado que as taxas alfandegárias sobre importações chineses no valor de 200 mil milhões de dólares iam aumentar de 10 por cento para 25 por cento no início do próximo ano e Trump estava a considerar alargar o número de bens chineses que iriam sofrer esse aumento. A Casa Branca acrescentou que se os dois lados não chegassem a acordo no prazo de 90 dias, então o aumento das taxas alfandegárias seria aplicado.
Hoje Macau China / ÁsiaPedida libertação imediata da directora financeira da Huawei A filha do fundador da Huawei Technologies foi detida no sábado em Vancouver, a pedido das autoridades norte-americanas, por alegadamente ter violado as sanções impostas contra o Irão. A também vice-presidente da administração da empresa enfrenta uma possível extradição para os Estados Unidos. Representantes chineses protestam contra a detenção de Wanzhou Meng e exigem a sua libertação imediata [dropcap]A[/dropcap]Embaixada da China no Canadá divulgou ontem um comunicado no qual pede a libertação imediata da directora financeira da empresa Huawei Technologies que foi detida em Vancouver, a pedido dos Estados Unidos. Wanzhou Meng, de 46 anos, é filha do fundador da Huawei. A mulher foi detida no sábado depois de Washington ter pedido a sua extradição por supostamente ter violado as sanções impostas pelas autoridades norte-americanas contra o Irão. Os representantes chineses protestaram contra as autoridades norte-americanas e canadianas e exigiram que estas corrigissem o erro imediatamente e devolvessem a liberdade a Wanzhou Meng. “Acompanharemos de perto o desenvolvimento desta questão e tomaremos medidas para proteger resolutamente os legítimos direitos e interesses dos cidadãos chineses”, pode ler-se no comunicado. Na declaração também se refere que a China “se opõe com firmeza e protesta com energia” à detenção “que prejudicou gravemente os direitos humanos da vítima”. As autoridades canadianas anunciaram na quarta-feira que detiveram a directora financeira da chinesa Huawei Technologies, que agora enfrenta uma possível extradição para os Estados Unidos. O porta-voz do Departamento de Justiça, Ian McLeod, disse que Meng Wanzhou foi detida em Vancouver, na Columbia Britânica, no sábado. McLeod afirmou que havia uma interdição de divulgar informação, pelo que não podia avançar mais detalhes. A interdição foi solicitada por Meng, que tem uma audiência esta sexta-feira. O The Wall Street Journal tinha informado no início deste ano que as autoridades dos EUA estavam a investigar se a Huawei tinha violado sanções dirigidas ao Irão. Meng é também vice-presidente da administração e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei.
Hoje Macau SociedadeCrime | Três indivíduos detidos por violação [dropcap]F[/dropcap]oram detidos três indivíduos pela Polícia Judiciária (PJ) e levados ao Ministério Público (MP) pelos crimes de coacção sexual e ameaça na sequência da queixa de uma mulher alegando que tinha sido violada num hotel do Cotai. De acordo com o Jornal Ou Mun, uma professora do continente, com mais de vinte anos de idade, veio de visita ao território e entrou em contacto com um homem de 37 anos que já conhecia. Este homem reservou um quarto de hotel e deu à vítima 10 mil dólares de Hong Kong e vales de compras no valor de 12 mil, tendo-lhe pedido para o acompanhar. Chegados ao hotel, a mulher terá sido violada. Para escapar à situação, a vítima pediu ajuda quando conseguiu sair do quarto a pretexto de ir à casa de banho. Além do homem em causa, estão ainda envolvidos neste crime mais dois indivíduos por cumplicidade.
Hoje Macau InternacionalFrança | Governo teme “grande violência” nos protestos de amanhã Emmanuel Macron teme que a violência regresse às ruas de Paris na sequência dos protestos do movimento dos coletes amarelos. Apesar das cedências a algumas das reivindicações, as autoridades receiam o pior amanhã. A ministra do Interior declarou ter informações de que entre os manifestantes há quem não reivindique nada e só se interesse por espalhar o caos [dropcap]O[/dropcap]Governo francês admitiu temer “uma grande violência” no sábado, depois de no passado fim-de-semana terem sido detidas mais de 400 pessoas, no âmbito dos protestos dos “coletes amarelos”. Citado ontem pela agência de notícias francesa, France-Presse, o Governo francês disse: “Temos motivos para temer uma grande violência”. A declaração surge numa altura em que se multiplicam os apelos para uma nova mobilização de “coletes amarelos” por toda a França. Os apelos surgem não obstante o Presidente francês, Emmanuel Macron, ter dado mais um passo para aplacar o mal-estar liderado pelos “coletes amarelos”, ao anular a taxa sobre combustíveis em vez de a suspender durante seis meses, como tinha sido anunciado na terça-feira. Com este novo anúncio, o Governo francês pretendia evitar a todo o custo que se repitam amanhã as cenas de guerrilha urbana dos protestos do passado dia 1 de Dezembro em Paris. Mais de 400 pessoas foram detidas no sábado em Paris, de acordo com o chefe de polícia, que falou de actos de violência de “gravidade sem precedentes”. Acusado de reagir tarde e mal à crise dos “coletes amarelos”, o Executivo defendeu ontem a sua gestão da situação na Assembleia Nacional, numa sessão que introduziu no hemiciclo as reivindicações do movimento contestatário. Teoria do caos A ministra do Interior francesa, Jacqueline Gourault, advertiu ontem para a existência de manifestantes violentos entre os denominados “coletes amarelos” que querem “que a França caia no caos”. Em entrevista ao canal BFMTV, Jacqueline Gourault destacou que esta não é a intenção de todos os “coletes amarelos”, mas sim de uma parte e deu o exemplo de um porta-voz que expressou vontade em invadir o Palácio do Eliseu, sede da presidência. A ministra do Interior explicou que, tendo em conta os protestos marcados para amanhã, particularmente em Paris, recebeu informações de que “além dos coletes amarelos, há pequenos grupos que querem o confronto”, como tal “há o risco de as coisas correrem mal”. Em ciclo contrário, as autoridades francesas apelaram à “responsabilidade de todos”, na crise dos “coletes amarelos”, depois de os sindicatos se organizarem e os estudantes universitários prometerem juntar-se a novas manifestações. O Presidente francês, Emmanuel Macron, pediu para que “todas as forças políticas e sindicais, os empregadores façam um claro e explícito apelo à calma”. A frase foi citada pelo porta-voz do governo, Benjamin Griveaux, e revela bem como Macron se procura associar ao executivo de Édouard Philippe, o primeiro-ministro que, tal como o Presidente, procura medir cada palavra na tentativa de placar a crise dos “coletes amarelos”. Estudantes na rua Michel Wieviorka, sociólogo da Escola de Altos Estudos de Paris, citado pela agência France Presse, diz que os manifestantes estão a tentar provar que o “Governo tem falta de jeito e que nunca reconhecerá a natureza negativa da sua política”. E esta perspectiva, vinda de dentro do círculo universitário parisiense, parece alastrar-se, com a indicação, de núcleos activistas da Sorbonne, de que os estudantes se preparam para se associarem ao movimento, em maior força e com maior visibilidade. Uma sondagem da empresa Elabe, divulgada ontem, revela que 78 por cento dos franceses pensa que as medidas esta semana anunciadas pelo Governo não respondem às solicitações dos manifestantes e dos cidadãos descontentes que as apoiam. A sondagem indica que a aprovação popular das manifestações continua alta e que 72 por cento dos franceses mostram simpatia pelo movimento “coletes amarelos”. As medidas anunciadas terça-feira pelo primeiro-ministro, Édouard Philippe, de suspender aumentos de impostos foram ineficazes perante os ânimos exaltados dos manifestantes, que dizem que elas sabem “a pouco e vieram tarde”. Contudo, a sondagem da Elabe também revela que os franceses consideram que tem havido muitos excessos e são já 37 por cento (mais 6 por cento do que há duas semanas) os que consideram que os protestos devem abrandar de tom. Coletes no parlamento Os excessos das recentes manifestações em Paris levaram a que um juiz indiciasse 13 pessoas, incluindo um menor, de cometer actos de degradação no monumento do Arco do Triunfo, com três delas a serem colocadas em prisão preventiva. Os suspeitos foram indiciados por “intrusão não autorizada em local histórico” e por participação em grupo formado para fomentar violência e degradação de património”, entre outros crimes. Mais de 400 pessoas foram detidas no sábado em Paris, de acordo com o chefe de polícia Michel Delpuech, que ontem falou de actos de “violência de gravidade sem precedentes”. As detenções resultaram em 383 colocações em custódia policial (349 para adultos e 34 para menores), de acordo com um relatório final do Ministério Público. O primeiro-ministro convocou para a Assembleia “todos os actores do debate público” para assumirem “responsabilidade”, enquanto os “coletes amarelos” preparando-se para as novas manifestações agendadas. “Todos os actores no debate público, políticos, líderes sindicais, editorialistas, cidadãos, serão responsáveis pelas suas declarações nos próximos dias. Sim, eu lanço aqui um apelo por responsabilidade”, disse o líder do Executivo. As palavras do primeiro-ministro esbarraram no sentimento dos manifestantes. Benjamin Cauchy, um dos porta-vozes do movimento “coletes amarelos” referiu que “os franceses não querem migalhas”. Taxar colossos O ministro da Economia e Finanças francês anunciou ontem que será aplicado um imposto nacional aos ‘gigantes’ da Internet se não houver acordo europeu para tributar essas empresas, que estão sujeitas, na prática, a uma taxação inferior. “A partir de 2019 avaliaremos os ‘gigantes’ digitais em todo o país se os estados europeus não assumirem as suas responsabilidades”, disse Bruno Le Maire em entrevista ao canal de televisão France 2. Macron, no entanto, descartou a hipótese de fazer regressar o imposto sobre a riqueza, que é também uma das exigências dos “coletes amarelos”, uma taxação à qual o Presidente colocara um ponto final depois de chegar ao poder, como um gesto para tornar a França num país mais atractivo para os investidores. O ministro da Economia e Finanças explicou como será compensada a perda de receita ao ser abandonado o imposto sobre o combustível: “aqueles que têm dinheiro são os ‘gigantes’ digitais, que obtêm benefícios consideráveis graças ao consumidor francês, graças ao mercado francês, e que pagam como mínimo 14 pontos a menos que as demais empresas”. Nos últimos meses, Le Maire tem sido um dos principais defensores de um imposto europeu sobre os ‘gigantes’ da Internet sobre 3 por cento da sua facturação. No entanto, confrontados com a relutância de vários dos seus parceiros da União Europeia, e em particular da Alemanha, Paris e Berlim chegaram a um acordo na última segunda-feira, que reduz a proposta inicial, de forma a que o imposto se limitasse à facturação dos serviços, publicidade online e não, por exemplo, à comercialização de dados. Esta proposta, que será submetida à aprovação do Conselho Europeu até Março, só entrará em vigor se não for encontrada uma solução internacional que está a ser negociada dentro da estrutura da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e que tem encontrado muitas resistências, em particular por parte dos Estados Unidos.
Hoje Macau China / ÁsiaDireitos humanos | PR português disse “aquilo que devia ser dito” a Xi Jinping [dropcap]O[/dropcap] Presidente português fez hoje um balanço “muito positivo” da visita a Portugal do chefe de Estado chinês e, questionado se não se falou pouco de direitos humanos, defendeu que disse “aquilo que devia ser dito”. Em declarações aos jornalistas, à saída de uma conferência na Fundação Champalimaud, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi também interrogado sobre a ideia de que há uma presença chinesa excessiva na economia portuguesa e, na resposta, fez alusão às privatizações feitas na legislatura anterior. “Perante uma decisão que, aliás, não é do meu mandato, é do mandato do meu antecessor e é do Governo anterior, acho que as relações que têm existido nos domínios de cooperação económica e financeira têm sido úteis para Portugal e importantes para Portugal, quer internamente, quer na projecção no mundo”, considerou. Quanto à visita de Estado de Xi Jinping, que começou na terça-feira e terminou ontem à tarde, o Presidente português afirmou: “Penso que o saldo global é muito positivo, porque se falou com franqueza, porque foram muitos os acordos que foram celebrados e porque há neste mundo multipolar uma colaboração que pode e deve haver”. Em seguida, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que Portugal tem “aliados”, uns mais antigos e outros menos, e depois tem “amigos que não são aliados, mas podem ser parceiros”, como a China. “Nós sabemos distinguir entre aliados e amigos parceiros e sabemos colaborar com uns e com outros”, acrescentou. Questionado se não se falou pouco de direitos humanos durante esta visita, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: “No que me toca, eu disse aquilo que achei que era importante dizer”. O chefe de Estado lembrou que, quer nas declarações conjuntas com o Presidente da China, no Palácio de Belém, quer no jantar oficial no Palácio Nacional da Ajuda, falou dos “pontos de convergência” entre os dois países no quadro internacional, dizendo que “devem passar pelo multilateralismo, pela paz, pela segurança”. “Pelo respeito do direito internacional, pelo respeito dos direitos humanos, pelo respeito do Estado de direito e pela afirmação da vivência democrática”, completou Marcelo Rebelo de Sousa, concluindo: “Portanto, disse aquilo que devia ser dito”, Segundo o Presidente da República, Portugal tem na China “um amigo e parceiro para o futuro”. “O que não impede de termos aliados, como é o caso dos nossos aliados na União Europeia, dos nossos aliados na Aliança Atlântica e dos nossos aliados na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. São dois planos que se podem conjugar, são diferentes”, frisou.
Hoje Macau EventosConan Osiris, D.A.M.A, Surma e Lura entre os compositores do Festival da Canção 2019 [dropcap]C[/dropcap]onan Osiris, D.A.M.A, Surma, Miguel Guedes, Flak, D’Alva, Lura e Calema estão entre os artistas e bandas convidados pela RTP para comporem temas para ao Festival da Canção 2019, anunciou hoje a estação pública. Num comunicado hoje divulgado, a RTP divulga os nomes “dos 16 responsáveis pela composição das canções concorrentes” ao Festival da Canção 2019, cujas semifinais decorrem a 16 e 23 de Fevereiro, nas instalações da estação em Lisboa, e a final a 2 de Março, em local a anunciar. Dos 16 compositores a concurso, 14 foram convidados pela RTP, “uma vez mais tendo em conta a representação da diversidade de géneros musicais que tem sido aplicada desde que foi posta em prática uma remodelação do formato após um ano de pausa verificado em 2016”. “Os dois restantes concorrentes chegaram de dois concursos promovidos pela Antena 1, um deles através do programa ‘Masterclass’ e aberto a quem não tenha até aqui música editada, o outro através de um concurso de livre submissão pública”, lê-se no comunicado. A RTP convidou os seguintes músicos e bandas: André Tentúgal, Calema, Conan Osíris, D’Alva, D.A.M.A., Flak, Frankie Chavez, Lura, Miguel Guedes, NBC, Rui Maia, São Pedro, Surma e Tiago Machado. Mariana Bragada e Filipe Keil foram escolhidos por concurso, respetivamente através do programa ‘masterclasses’ e do concurso de livre submissão pública. A música “O Jardim”, interpretada por Cláudia Pascoal e composta por Isaura, venceu este ano o Festival da Canção, cuja final decorreu em Guimarães. Cláudia Pascoal e Isaura representaram Portugal no Festival Eurovisão da Canção, que decorreu pela primeira vez em Portugal, em Lisboa, na sequência de o país se ter sagrado vencedor em 2017, em Kiev com o tema “Amar pelos dois”, interpretado por Salvador Sobral e composto por Luísa Sobral. A edição deste ano do Festival da Canção da RTP, cujo modelo foi renovado em 2016, ficou marcada por duas polémicas: um erro na contagem dos votos na primeira semifinal, que acabou por retirar da corrida a canção “Eu te Amo”, composta por Mallu Magalhães, entrando o tema de Jorge Palma; e a suspeita de plágio da música “Canção do fim”, composta e interpretada por Diogo Piçarra, uma das escolhidas na segunda semifinal, que acabou por levar o músico a desistir da competição, dando lugar ao tema de Aline Frazão. A RTP “oportunamente divulgará quais serão os títulos das canções e os respectivos intérpretes” a concurso em 2019.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping em Portugal | PCP diz que relações económicas mutuamente vantajosas são bem-vindas [dropcap]O[/dropcap] PCP classificou ontem como “um acontecimento importante” para Portugal o desenvolvimento de relações de “amizade, paz e cooperação” com a China, considerando igualmente bem-vindas as “relações económicas mutuamente vantajosas”. A propósito da visita a Portugal do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, que terminou ontem, o PCP, sublinha, em nota enviada à comunicação social, que “a defesa do desenvolvimento de relações de amizade, paz e cooperação com todos os povos do mundo é um princípio fundamental da política externa de Portugal” e que “o desenvolvimento de tais relações com um país como a China é um acontecimento importante”. “A diversificação das relações externas de Portugal e a ruptura com o seu afunilamento, nomeadamente face à União Europeia, é uma componente necessária de uma política de soberania e independência nacional”, lê-se também na nota. Para os comunistas, “relações económicas mutuamente vantajosas, que contribuam efectivamente para o desenvolvimento do país”, são igualmente “bem-vindas com a China, como com todos os países”. Nesse sentido, o PCP formula “os melhores votos” para o “ulterior desenvolvimento das relações políticas, económicas e culturais entre os dois países”, num contexto de “respeito pelos princípios de igualdade, soberania e reciprocidade de vantagens”. De frisar que o PCP está actualmente no poder, em coligação com o Partido Socialista e Bloco de Esquerda (BE). O BE, juntamente com o PAN – Partido Pessoas-Animais-Natureza, recusaram participar nas cerimónias de recepção ao presidente Xi Jinping na Assembleia da República.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping em Portugal | Governos destacam papel de Macau como ponte [dropcap]A[/dropcap] declaração comum de Portugal e da China ontem divulgada dá especial destaque ao papel de Macau enquanto “ponte” entre os dois países, quando em 2019 se celebram os 20 anos da sua “retrocessão” para a China. “Ao reconhecer os notáveis êxitos de desenvolvimento que a RAEM alcançou desde o seu estabelecimento, e ao destacar o papel importante de Macau para o relacionamento luso-chinês, as duas partes [portuguesa e chinesa] expressaram a disposição de reforçar o seu papel como ponte e elo de ligação para promover as relações de amizade de longo prazo” luso-chinesa, salienta-se no documento. Da declaração conjunta que resulta dos dois dias de visita de Estado a Portugal do Presidente da República Popular da China, Xi Jinping, alude-se, igualmente, à disposição dos dois países no sentido de continuarem “a apoiar o papel de Macau como plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa”. “As duas partes reconheceram o papel importante desempenhado pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), 15 anos após o seu estabelecimento, e reiteraram o compromisso para com a implementação dos frutos alcançados nas suas conferências ministeriais e para continuarem a promover a cooperação pragmática em todas as matérias com ações concretas no quadro do fórum”, acrescenta-se do mesmo texto. No mesmo documento, Portugal e China “reafirmaram ainda o interesse em fomentar a cooperação com países terceiros, em regiões como a África e a América Latina”.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping em Portugal | Governos assinam 17 acordos bilaterais [dropcap]O[/dropcap]s governos português e chinês assinaram ontem 17 acordos bilaterais, envolvendo sobretudo às áreas financeira e empresarial, com destaque para o memorando de entendimento sobre a iniciativa chinesa de investimento em infraestruturas “Uma Faixa, Uma Rota”. Estes acordos foram assinados no Palácio de Queluz, numa cerimónia presidida pelo primeiro-ministro português, António Costa, e pelo chefe de Estado chinês, Xi Jinping, que ontem terminou a sua visita de Estado a Portugal, iniciada na terça-feira à tarde. O memorando de entendimento sobre cooperação no quadro da iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota” insere-se na vertente económica relativa à “Rota da Seda Marítima do século XXI” e foi assinado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e pelo diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (com estatuto ministerial), He Lifeng. No texto deste compromisso, estão estabelecidas as modalidades de cooperação bilateral no âmbito da iniciativa chinesa ‘Uma Faixa, Uma Rota’, abrangendo uma ampla gama de sectores, com destaque para a conectividade e para a mobilidade eléctrica. Também na área económica, Augusto Santos Silva e o ministro do Comércio chinês, Zhong Shan, assinaram um memorando sobre cooperação em matéria de comércio de serviços. No documento, salienta-se que Portugal e a China se comprometem no sentido de que “o comércio de serviços será, no quadro da realização da Comissão Mista Económica, um dos pontos de agenda de diálogo bilateral, abrangendo áreas como transportes, turismo, finanças, propriedade intelectual, tecnologia ou cultura”. Espaço empresas No âmbito empresarial foram assinados sete acordos, o primeiro dos quais um memorando de entendimento para a Implementação em Portugal do STARLAB – um laboratório de pesquisa de tecnologia avançada nos domínios do mar e do espaço. Um projecto que envolve a portuguesa Tekever e a Academia Chinesa das Ciências que tem como objectivo “alargar a cooperação com outras entidades internacionais em áreas como a visão 4D, a exploração do espaço profundo, desenvolvimento de plataformas de satélites ou de tecnologias de monitorização e proteção dos oceanos”. Outros acordos envolveram a AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) e a “COFCO International” (da área dos negócios agro-industriais) para o estabelecimento de um centro de serviços partilhados em Matosinhos, com uma previsão inicial de criação de 150 postos de trabalho; a Caixa Geral de Depósitos e o Banco da China, prevendo a emissão de dívida pública em moeda chinesa (Yuan), além de formas de cooperação bilateral em mercados terceiros no âmbito da chamada “Rota da Seda”; a EDP e a China Three Gorges no âmbito da responsabilidade social da empresa; e a State Grid e a REN para o desenvolvimento em investigação em energia, projectos de interconexão entre Portugal e Marrocos e criação de um programa de estágios internacionais. Ainda no domínio empresarial foram assinados acordos entre o Banco Comercial Português e a Union Pay, e, igualmente, entre a MEO e a Huawei sobre o desenvolvimento da tecnologia 5G, tendo em vista permitir um aumento qualitativo do acesso à rede de banda larga móvel e comunicações com maior fiabilidade. Cultura e ciência Na cerimónia do Palácio de Queluz, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, e o seu homólogo chinês, Luo Shugang, assinaram um acordo para a programação de festivais culturais – área em que também se avançou para uma parceria entre a RTP e um grupo media da China para a produção conjunta de documentários. Na ciência e Ensino Superior, Portugal e China têm agora um memorando de entendimento sobre a promoção de actividades de cooperação para o desenvolvimento de uma parceria, assim como acordos para o estabelecimento do Instituto Confúcio na Universidade do Porto e para a instalação de um Centro de Estudos Chineses na Universidade de Coimbra. Portugal e China assinaram ainda um protocolo sobre requisitos fitossanitários para a exportação de uva de mesa portuguesa e um memorando de entendimento no domínio da água – dois acordos que foram assinados, respectivamente, pelos ministros da Agricultura, Capoulas Santos, e do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes. De referir, ainda, o compromisso em torno de uma carta de intenções sobre cooperação entre as câmaras municipais de Tianjin e de Setúbal – documento que foi subscrito pelos autarcas Maria das Dores Meira e Zhang Guoqing.