China | Empresa de partilha de bicicletas considera abrir falência

[dropcap]A[/dropcap] empresa chinesa de partilha de bicicletas Ofo, que tem operação em Portugal, está com “imensos problemas” de liquidez e a considerar declarar insolvência, revelou hoje o fundador da empresa. “Os problemas de liquidez da empresa agravaram-se”, escreveu Dai Wei, fundador da empresa, numa carta aos funcionários, citada pela imprensa. “Já pensei inúmeras vezes (…) dissolver a empresa e declarar insolvência”, afirmou.

As firmas chinesas de partilha de bicicletas, incluindo a OFO e a rival Mobike, revolucionaram nos últimos anos o transporte nas cidades do país, ao distribuir mais de 20 milhões de bicicletas. Fundada em 2014, a OFO angariou já mais de 2,2 mil milhões de dólares (1,9 mil milhões de euros) junto dos investidores, e expandiu as suas operações além-fronteiras. No ano passado, entrou em Portugal através do serviço de partilha de bicicletas na vila de Cascais. Na altura disponibilizou 50 bicicletas.

A empresa é considerada uma startup “unicórnio”, com avaliação superior a mil milhões de dólares, mas incapaz agora de cumprir com encargos mensais de 25 milhões de dólares em salários.

“Durante este ano, sofremos imensos problemas de liquidez: devolver os depósitos aos usuários, pagar dívidas aos fornecedores. De forma a manter a empresa a funcionar, por cada renminbi [moeda chinesa] investido tínhamos que ganhar três”, descreveu.

As notícias sobre a debilidade da firma levaram milhões de utilizadores do aplicativo a pedir o reembolso dos seus depósitos, de 99 yuans que a empresa está agora a tentar processar. Dai Wei atribuiu as dificuldades da empresa ao facto de “não ser capaz de avaliar correctamente as mudanças externas, a partir do ano passado”.

A rival Mobike foi comprada em Abril deste ano pela gigante chinesa de entrega de comida ao domicilio Meituan, por 3,7 mil milhões de dólares, enquanto outro competidor, o Bluegogo, entrou em falência no ano passado, mas foi comprado pela empresa de transporte privado Didi Chuxing, a Uber chinesa.
A Ofo está ainda sob pressão dos fornecedores: em Setembro, a empresa foi processada por um fabricante de bicicletas por falhar pagamentos superiores a 10 milhões de dólares.

21 Dez 2018

China aprova lei do e-commerce para combater a pirataria

Quase dois anos depois o Governo atende ao pedido do Alibaba por leis mais rígidas para combater a venda de produtos piratas e fazer valer os direitos de propriedade intelectual das marcas nacionais e internacionais

 

[dropcap]A[/dropcap] China é o maior mercado de e-commerce do mundo, com as vendas a crescer 32,2% por ano em 2017, atingindo 7,18 trilhões de yuans. Durante uma conferência de imprensa, na sua sede em Hangzhou, em Fevereiro de 2017, o Alibaba disse que as leis existentes na China para regulamentar a propriedade intelectual eram “ambíguas” e argumentou que essas leis estavam a impedir a capacidade das autoridades de criar processos legais contra falsificadores, resultando numa baixa taxa de condenações que é “a razão fundamental para a ineficiência no combate à falsificação e protecção da propriedade intelectual”.

Agora, quase dois anos depois, o governo aprovou a primeira lei específica de comércio electrónico do país em Novembro, a nova lei entra em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2019.

Cumprir a nova lei será um desafio para o Alibaba e seus pares, incluindo JD.com e Tencent? A lei inclui cláusulas que visam remediar a ampla disponibilidade de falsificações on-line e responsabilizará os mercados por produtos falsificados e outras mercadorias violadas vendidas por comerciantes terceirizados nas suas plataformas.

Especificamente, a legislação aplica-se a portais individuais das empresas, bem como aos vendedores e aos operadores / proprietários de plataformas de comércio electrónico, como o TaoBao, do Alibaba. A lei exige que tais operadores de comércio electrónico se registem como entidades de mercado e respeitem as leis e regulamentações chinesas existentes com relação à protecção dos dados pessoais dos consumidores (incluindo, mas não se limitando a apagar imediatamente as informações de um usuário do portal mediante solicitação).

Mais, os operadores não se devem envolver em publicidade enganosa (incluindo a não divulgação de mensagens pagas, a fabricação de informações falsas sobre transacções e a publicação de apreciações falsas de usuários ou a exclusão de apreciações de usuários genuínos e que falem coisas negativas sobre um determinado produto).

De acordo com a lei, se a loja ou a plataforma falhar em tomar medidas preliminares e, em última instância, apropriadas com relação aos produtos falsificados ao receber uma notificação judicial, por parte de alguma marca detentora de propriedades intelectuais, será solidariamente responsável pelos danos causados ao detentor dos direitos. E, além disso, a lei estabelece que “sempre que um operador de plataforma sabe ou deveria saber que um [vendedor] na plataforma infringiu os direitos de propriedade intelectual, mas não toma as medidas preliminares necessárias, o operador da plataforma é conjuntamente responsável por todos os danos causados. ”

“A lei tem como objectivo apoiar e promover o desenvolvimento do comércio electrónico, regulamentar a ordem de mercado e proteger os direitos e interesses legítimos de todas as partes no comércio electrónico”, disse Cong Bin, vice-presidente do Comité de Constituição e Direito da APN. em um relatório para os legisladores quando o projecto de lei foi divulgado através do Comité Permanente do Congresso Nacional do Povo neste verão.

Não é novidade que a lei está a ser bem recebida por marcas de luxo, que têm sido rotineiramente atormentadas por falsificações chinesas. O director financeiro da LVMH, Jean-Jacques Guiony, pareceu optimista durante a mais recente divulgação de resultados do conglomerado de luxo sediado em Paris, cujas marcas, incluindo Louis Vuitton e Dior, são constantemente algumas das mais atingidas pelo comércio global de falsificação. De acordo com Guiony, a legislação mais estrita e a fiscalização de dentro da China são bem-vindas, e “o [governo] chinês que se move nessa direcção é bom para nós”.

21 Dez 2018

A música de António Pinho Vargas em guitarra no novo álbum de Pedro Rodrigues

[dropcap]O[/dropcap] guitarrista clássico Pedro Rodrigues deu “largas à sua criatividade” e transcreveu para guitarra clássica peças de António Pinho Vargas, que constituem em exclusivo o alinhamento do seu novo CD, “Guitarra e outras histórias”, que foi editado ontem.

No ‘booklet’ que acompanha o CD, António Pinho Vargas revela que, no texto que escreveu nos dois volumes para piano editados pela Notação XXI, em 2008 e 2009, “Dinky Toys” e “Twins’ Peak e outras histórias”, respectivamente, sugeriu “que os músicos poderiam usar as partituras dando largas à sua criatividade a partir das peças publicadas”.

Conta o compositor que, “com grande rapidez, a primeira resposta desse tipo partiu de Pedro Rodrigues, guitarrista de créditos firmados”, que lhe enviou uma gravação da sua transcrição de “Tom Waits”, acompanhada de um pedido de autorização para eventualmente fazer transcrições de outras peças.

“Não apenas autorizei como mesmo incentivei; de facto a qualidade da transcrição e da execução era tal que surpreendera o próprio autor, merecendo por isso o meu apoio e a minha expectativa”, afirma Pinho Vargas.

Surgiu assim o CD “Guitarra e outras histórias”, constituído por onze composições, além de “Tom Waits”, também “Vilas Morenas”, “Brinquedos” e “A Dança dos Pássaros”, entre outras, todas de autoria de António Pinho Vargas, transcritas para guitarra clássica por Pedro Rodrigues, vencedor, entre outros, do Artists International Auditions, de Nova Iorque.

O álbum inclui ainda as composições “As Mãos”, “Lindo Ramo, Verde Escuro”, “Quatro Mulheres”, “Fado Negro”, “Uma Já Antiga”, “June” e “O Sentimento De Um Ocidental”.

Para Pinho Vargas, “neste disco Pedro Rodrigues, tendo como base as suas transcrições e depois de alguns anos nos quais foi tocando algumas destas peças em muitos concertos em vários países, apresenta-nos uma gama de variações e improvisações muito idiomáticas, próprias da guitarra, e fá-lo com enorme eficácia e qualidade instrumental, só ao alcance dos grandes músicos”.

Pedro Rodrigues, por seu turno, afirma que, através das composições de António Pinho Vargas, encontrou algo que há muito procurava, “uma obra portuguesa, universalmente acarinhada”.

O músico, de 38 anos, refere que desde os 20 se tem apresentado em concertos, “pelo mundo fora”, e sentiu “sempre por parte do público, muita curiosidade em torno daquilo que seria a cultura musical portuguesa”.

“Da nossa cultura musical, a referência primeira foi e será o fado, estilo que nunca me foi possível realizar, apesar dos recorrentes pedidos”, confessa o músico, até que lhe surgiu na memória “o início de ‘Tom Waits’”, música que ouviu “inúmeras vezes num disco de vinil”.

“Após uma primeira transcrição e após ter a possibilidade de tocar essa peça para colegas, foi imediatamente perceptível o encantamento por ela produzido. Tinha encontrado uma obra portuguesa, universalmente acarinhada por onde passasse”.

O músico assinala a sua admiração pela música de Pinho Vargas, e agradece o seu “entusiasmo e estímulo”, neste trabalho. Sobre António Pinho Vargas, realça o guitarrista clássico, o “seu poder de síntese do belo, pela riqueza e diversidade que, sem fronteiras, aportou à cultura musical”.

Pedro Rodrigues é professor no Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro e, recentemente, criou e apresentou o programa “Seis Cordas Para Um País”, na RTP-Antena 2.

As suas transcrições e edições estão editadas pela Mel Bay Publications, AVA Editions e Notação XXI. Como investigador, proferiu conferências em Inglaterra, Brasil e Portugal, dedicadas às temáticas da transcrição e da música contemporânea.

Vencedor do Artists International Auditions, de Nova Iorque, do Concorso Sor, de Roma, e do Prémio Jovens Músicos, entre outros galardões, Pedro Rodrigues iniciou o seu percurso musical aos cinco anos, com José Mesquita Lopes, na Escola de Música do Orfeão de Leiria, onde terminou os estudos com a classificação máxima como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.

Participou em ‘masterclasses’ com David Russell, Leo Brouwer, Joaquin Clerch e Darko Petrinjiak, tendo posteriormente estudado com Alberto Ponce na École Normale de Musique de Paris, onde recebe os Diplomas Superiores de Concertista em Música de Câmara e Guitarra, este último com a classificação máxima, por unanimidade e felicitações do júri.

Sob a orientação de Paulo Vaz de Carvalho e Alberto Ponce concluiu, em 2011, o Doutoramento na Universidade de Aveiro, como bolseiro da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Entre outras salas, apresentou-se a solo no Carnegie Hall, em Nova Iorque, na Salle Cortot, em Paris, no Ateneo e na Sala Manuel de Falla, em Madrid, Endler Hall, na Cidade do Cabo, na África do Sul, no Centro Cultural de Belém, na Casa da Música e no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian, além de festivais como Mikulov, Paris, Santo Tirso, Música Viva, Sernancelhe, Caruso e Forfest Kromeriz, entre outros.

Segundo dados do músico, já estreou “mais de 60 obras dos mais importantes compositores portugueses”, como João Pedro Oliveira, Cândido Lima, Isabel Soveral, Sara Carvalho, Sérgio Azevedo, José Luís Ferreira, António Sousa Dias e Carlos Caires entre outros.

Como solista, tocou, entre outras, com a Orquestra Gulbenkian, a Filarmonia das Beiras, a Orquestra do Algarve e a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras, entre outras.

O seu primeiro disco data de 2002, “L’histoire du tango”, tendo já editado doze CD. O mais recente, “Màchina Lirica”, data de 2015, ao qual sucede “Guitarra e outras histórias”.

20 Dez 2018

Dívida queniana pode levar China a penhorar maior porto do país

[dropcap]O[/dropcap] Quénia pode perder o porto de Mombaça, o maior do país e da África Oriental, para a China, caso falhe o pagamento de obrigações ao Banco de Exportações e Importações da China (BEIC), segundo os media locais.

De acordo com um artigo publicado hoje pelo jornal diário queniano Nation, que cita um relatório do auditor-geral do país, a penhora do porto poderá ocorrer caso o Governo do Quénia não consiga pagar o empréstimo contraído para a construção de uma linha férrea entre Mombaça e várias cidades, incluindo a capital, Nairobi.

Em 2014, o banco chinês acordou um empréstimo de 90% dos 3.800 milhões de dólares para a realização da empreitada, tendo o Quénia assegurado, no ano seguinte, um crédito adicional de 1.500 milhões de dólares para expandir a rede em mais 120 quilómetros.

“Não temos comentários a fazer sobre o assunto porque qualquer documento divulgado teria de fazer parte de um processo de auditoria interna, e nós não comentamos a validade ou autenticidade desses documentos por uma questão de política”, disse o responsável pela comunicação do gabinete do Auditor-Geral do Quénia, citado pela Bloomberg.

Segundo o artigo do Nation, o relatório indica que caso as dívidas não sejam saldadas, as receitas da Autoridade Portuária do Quénia (APQ) serão utilizadas para pagar a dívida ao país asiático. No final do primeiro semestre de 2018, as receitas da APQ cifravam-se em 42.700 milhões de xelins quenianos.

De acordo com os dados do Tesouro do Quénia, a China representa o maior credor do Quénia, com 22% da dívida pública externa, calculada em 2,4 biliões de xelins quenianos.

A construção da ferrovia queniana integra o projeto de infra-estruturas internacional ‘Uma Faixa, Uma Rota’, criado pelo Presidente chinês, Xi Jinping.

Lançada em 2013 pelo chefe de Estado chinês, o projeto, também apelidado de ‘nova rota da seda’, inclui a construção de portos, aeroportos, auto-estradas, centrais elétricas ou malhas ferroviárias ao longo da Europa, Ásia Central, África e sudeste asiático.

A iniciativa é vista como uma versão chinesa do ‘Plano Marshall’, lançado pelos Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial, e que permitiram a Washington criar a fundação de alianças diplomáticas e militares que perduram até hoje.

A perda do controlo de infra-estruturas por parte de países com dívidas à China não é inédita. No final de 2017, o Governo do Sri Lanka, ao não cumprir com as obrigações com a China, cedeu o porto de Hambantota para o Executivo chinês por um período de 99 anos.

De acordo com o New York Times, esta transferência fortaleceu o controlo chinês num território pouco distante da costa da Índia, um dos principais rivais comerciais locais.

As mesmas razões levaram a que, em Setembro deste ano a Zâmbia também cedesse o seu aeroporto internacional à China.

20 Dez 2018

Canadá recusa relacionar terceira detenção na China com caso Huawei

[dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro do Canadá recusou hoje relacionar o terceiro cidadão do país detido na China aos dois casos anteriores, que terão servido de retaliação pela detenção da directora financeira da empresa chinesa de telecomunicações Huawei.

Segundo a imprensa canadiana, a professora Sarah McIver é a terceira nacional detida pelas autoridades chinesas, numa altura de crescente tensão entre Pequim e Otava, que deteve Meng Wanzhou, executiva da Huawei, a pedido dos Estados Unidos.

McIver trabalhava como professora no país asiático, antes de ser detida pela polícia, devido a irregularidades no seu visto.

Justin Trudeau considerou hoje, em conferência de imprensa, que o caso de Mclver “parece” ser diferente dos envolvendo o ex-diplomata Michael Kovrig e o empresário Michael Spavor, que são acusados de “prejudicarem a segurança nacional da China”.

Trudeau afirmou que Otava tem evitado criticar publicamente a China, apesar de as detenções terem servido aparentemente como represália, para evitar agravar as tensões com Pequim.

“Por vezes, politizar ou amplificar o nível de discurso político pode parecer satisfatório a curto prazo, mas não contribuirá para o resultado que queremos, que é a segurança dos canadianos”, disse.

Canadá e China enfrentam um conflito diplomático desde a detenção, no início do mês, de Meng, quando fazia escala em Vancouver.

As autoridades dos EUA pediram ao Canadá que detivesse Meng, por suspeita de que a Huawei tenha exportado produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as suas leis.

Uma lei federal norte-americana proíbe responsáveis governamentais e militares de utilizarem aparelhos fabricados pela Huawei e as suas alegadas ligações ao Partido Comunista chinês são frequentemente salientadas.

Na semana passada, e após advertirem Otava com “graves consequências”, as autoridades chinesas detiveram Michael Kovrig e Michael Spavor.

20 Dez 2018

Pequim rejeita insinuações do Japão sobre a sua expansão militar na região

[dropcap]A[/dropcap] China rejeitou as insinuações feitas pelo Japão de que está a expandir a sua influência militar na região, e as classificou de “acusações falsas” e “infundadas”. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, respondeu assim à aprovação japonesa de novas linhas de defesa que incluem o reforço das suas capacidades e a compra de modernos aviões de combate que poderiam ser posicionados em navios da Marinha.

“Os conteúdos relacionados com a China nestes documentos (das novas linhas de defesa japonesa) só repetem velhas canções, fazendo acusações infundadas às actividades do exército chinês”, declarou Hua. Além disso, a porta-voz da chancelaria chinesa disse que se tratam de “acusações falsas” sobre a ameaça da China, “algumas das quais cheiram a mentalidade da Guerra Fria”. “Devido a razões históricas, os movimentos do Japão sempre foram observados de perto pelos seus vizinhos e pela comunidade internacional”, provocou Hua, que recomendou a Tóquio “que tome cuidado com suas palavras e suas acções no campo militar e de segurança”.

A porta-voz chinesa considerou ainda que as insinuações japonesas “não são boas para o desenvolvimento de laços bilaterais, nem para manter a paz e a estabilidade regional”. A revisão aprovada pelo governo japonês é a primeira na estratégia de defesa que o país adopta desde 2013, entre sinais de tensão internacional pela crescente influência chinesa na região e pelas ameaças ainda latentes do programa nuclear norte-coreano.

O Executivo de Tóquio, segundo os documentos da aprovação das novas estratégias defensivas, está “profundamente preocupado” com as actividades militares de Pequim no Mar da China Oriental, assim como com as interferências no ciberespaço que poderiam prejudicar as capacidades defensivas japonesas.

20 Dez 2018

China pede que à OMC investigue tarifas impostas pelos EUA

O governo chinês apresentou uma queixa na Organização Mundial de Comércio contra os EUA, na sequência da guerra comercial iniciada por Donald Trump

 

[dropcap]O[/dropcap] governo chinês solicitou formalmente nesta terça-feira à Organização Mundial do Comércio (OMC) a criação de um grupo especial para investigar as tarifas impostas pelos Estados Unidos às importações oriundas do país asiático desde Julho deste ano, origem da actual guerra comercial entre as duas potências.

O pedido fecha a fase de consultas bilaterais que tinha começado em Agosto, e a disputa passará agora a ser tratada pelo Órgão de Solução de Controvérsias da OMC, formado por representantes de países-membros da organização internacional.

As tarifas contra as quais a China protesta foram impostas pelo governo do presidente americano Donald Trump em resposta a supostas más práticas chinesas em matéria de transferência de tecnologia e propriedade intelectual.

Uma primeira imposição de tarifas sobre bens chineses avaliados em US$ 34 mil milhões (aos quais aplicou uma taxa de 25%) foi aprovada nos EUA em Julho e, em Setembro, foram impostas tarifas adicionais de 10% a produtos procedentes da China avaliados em US$ 200 mil milhões.

A China destacou que as consultas com os EUA em Agosto e Outubro terminaram sem avanços e que as tarifas “afectam significativamente os seus interesses comerciais”, o que, além disso, piora o clima do intercâmbio comercial e prejudica as linhas de produção de indústrias em todo o mundo. As acções unilaterais dos EUA “não só prejudicam os direitos e interesses da China, mas violam flagrantemente as regras da OMC”, argumentou a representação do país asiático na organização.

Resposta americana

Os Estados Unidos responderam que a China procura utilizar o sistema de resolução de disputas como um escudo para “uma grande gama de políticas que distorcem o comércio e práticas não admitidas pelas regulações da OMC”, por isso ameaçam a viabilidade dos mecanismos mediadores.

Washington também classificou de hipócrita a decisão da China de levar a disputa à OMC, quando já está a aplicar em resposta às tarifas americanas os seus próprios encargos sobre US$ 100 mil milhões em produtos dos EUA.

Trump ameaça empreender uma escalada na guerra comercial com a imposição de mais tarifas contra a economia chinesa, origem de quase metade do elevado défice comercial que os EUA mantêm com seus parceiros comerciais, e que superou os US$ 800 mil milhões em 2017.

20 Dez 2018

Café Delta estabelece parceria com o Alibaba

A Delta Cafés foi escolhida para dinamizar a categoria “café” no Alibaba, que domina o e-commerce na China. As exportações representam 32% dos negócios do Grupo Nabeiro

 

[dropcap]O[/dropcap] Alibaba, uma espécie de Amazon chinesa, identificou o café como uma das categorias estratégicas para os próximos anos e convidou a Delta Cafés para a dinamização desta nova categoria, num projecto de parceria desenhado a 5 anos. “Sendo o TMALL o principal veículo de criação de marca na China, a Delta Cafés assumiu o desafio de lançar a primeira Flagship Store oficial portuguesa gerida directamente pela marca, oportunidade única para a Delta Cafés, enquanto marca inovadora, de aprender e corresponder às novas expectativas dos consumidores”, considera Alberto Pinto, director para os mercados internacionais do Grupo Nabeiro – Delta Cafés.

As exportações representam cerca de 32% do negócio do Grupo Nabeiro – Delta Cafés, cujo volume de negócios em 2018 será da ordem dos 400 milhões de euros. Está presente em 25 países mas os mercados em que estão com posição mais interessante são aqueles em que a marca tem operação própria, com destaque para Espanha, Brasil, França, Angola, Suíça e Luxemburgo. “Temos apostado continuamente nos diferentes mercados onde estamos presentes, pensando de forma global e agindo localmente, proporcionando novos momentos de consumo e chegando a novos consumidores”, refere Alberto Pinto.

Presença em Xangai

A Delta tem presença directa na China com a Delta Food Shangai, que tem como principal actividade a promoção e comercialização de café e produtos complementares no mercado asiático e em Angola, através da Angonabeiro, que faz a distribuição dos produtos da Delta e produz a marca de café Ginga.

Mas é Angola é um caso especial. Como diz Alberto Pinto, “reconhecemos a qualidade do café angolano e por isso o compromisso do Grupo Nabeiro com Angola é de longo prazo”. Considera ainda que a Angonabeiro, “tem contribuído activamente para restaurar o café angolano e os hábitos de consumo dos angolanos e esses esforços têm dado frutos ao longo dos anos”.

Um dos objectivos da Delta Cafés é entrar no ‘top ten’ das marcas de café mundiais, nos próximos cinco anos. Para este objectivo, além da internacionalização, o outro pilar é a inovação, por isso pretendem “continuar a criar tendências e a acrescentar valor aos vários momentos de consumo e de partilha proporcionados pelo café, diz Alberto Pinto.

Uma das lanças para a conquista de mercados, está a Delta Q, sistema de cápsulas para consumo no lar e nas empresas, que surgiu no mercado em Novembro de 2007 com uma produção diária de 395 cápsulas. Dez anos depois, a marca de café do grupo Nabeiro produz mais de dois milhões de cápsulas por dia, com destino a 25 países.

Algumas acções recentes que obedecem a estes dois pilares são o primeiro café expresso móvel, através do Delta Q WALQ), a aposta num novo segmento de mercado com barras de cereais Croffee, o Go Chill by Delta é uma bebida fria de café com leite, uma nova edição Chef’s Collection com assinaturas dos ‘chefs’ Ljubomir Stanisic e Ricardo Costa e novas campanhas internacionais, com a nomeação dos embaixadores Ricardo Pereira e Pauleta, respectivamente para os mercados do Brasil e de França.

20 Dez 2018

Identificado quinto caso de Legionella

[dropcap]U[/dropcap]m taxista com 69 anos de idade foi identificado, ontem, como o quinto caso de Legionella no território. O diagnóstico foi concluído quatro dias depois do indivíduo se ter deslocado, pela primeira vez, a um clínica local, o que aconteceu no dia 15 de Dezembro, quando apresentava como sintomas febre e tosse.

Actualmente, o homem, que tem um historial de doenças crónicas, encontra-se internado em estado crítico, com turvação da consciência e ainda com manifestações de febre. A fonte da infecção ainda não está identificada, mas os familiares dos indivíduos não apresentam qualquer sintoma. Também nos 10 dias anteriores aos sintomas, o individuo não viajou para fora de Macau.

20 Dez 2018

IAM | Ho Ion Sang teme repetição de funções face a outros serviços

[dropcap]O[/dropcap] deputado Ho Ion Sang interpelou ontem o Governo quanto à possibilidade do futuro Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), que entra oficialmente em funcionamento no próximo dia 1, venha a repetir serviços já desempenhados por outras entidades públicas. Isto porque, na visão do deputado, o IAM promete oferecer, de acordo com a lei que serve de base à sua criação, serviços na área da cultura, recreio e salubridade pública.

Ho Ion Sang lembrou também que algumas funções anteriormente desempenhadas pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) foram transferidas para o Instituto Cultural e Instituto do Desporto.
Neste sentido, o deputado ligado à União Geral das Associações de Moradores de Macau (UGAMM), questiona o que é que o Governo vai fazer para evitar esta possível repetição de funções e quais as medidas que serão tomadas para garantir a coordenação interdepartamental.

Na interpelação escrita, o deputado recorda que o Governo anunciou que seria concluído ainda este mês o processo de selecção dos candidatos para o conselho consultivo do IAM. Ho Ion Sang pede que haja um equilíbrio nos membros, para que haja igual acesso de jovens e mulheres. É também exigido que sejam divulgados os critérios de selecção com vista a aumentar o nível de abertura do IAM.

20 Dez 2018

Estudo | Associação de ex-deputado pede controlo dos preços do imobiliário

[dropcap]A[/dropcap] Associação de Gestão de Macau, presidida pelo ex-deputado Lau Veng Seng, divulgou ontem um estudo sobre o planeamento da carreira dos jovens e a compra de habitação.

De acordo com o jornal Ou Mun, a associação pede que o Governo controle os preços praticados no mercado imobiliário através da regulamentação dos investidores do exterior. É também defendido o aumento dos valores das propriedades adquiridas para fins de investimento.

O estudo contou com a participação de mil inquiridos, entre os 18 e 39 anos, e revela que 35 por cento já tem casa própria, enquanto que apenas 20 por cento compraram casa com as suas poupanças.

20 Dez 2018

Fundação sul-coreana retira prémio atribuído em 2004 a Aung San Suu Kyi

[dropcap]U[/dropcap]ma das maiores organizações de defesa dos direitos humanos da Coreia do Sul anunciou ontem que ia retirar um prémio atribuído em 2004 à dirigente birmanesa Aung San Suu Kyi, devido à indiferença manifestada perante a crise dos muçulmanos rohingyas.

Na altura dissidente admirada, Aung San Suu Kyi não pôde receber na época o prémio Gwangju dos direitos humanos por se encontrar sob detenção domiciliária, decidida pela junta militar no poder.

Desde que o partido da prémio Nobel da paz chegou ao poder, Aung San Suu Kyi é a dirigente “de facto” de Myanmar, sendo alvo de numerosas críticas da comunidade internacional pela recusa de condenar as violências contra os rohingyas.

Mais de 720 mil rohingyas fugiram, desde 2017, da violência exercida pelos militares birmaneses e por milícias budistas, numa crise que a ONU qualificou de genocídio.

A “indiferença perante as atrocidades cometidas contra os rohingyas é contrária aos valores defendidos por este prémio, a protecção e a promoção dos direitos humanos”, declarou o porta-voz da Fundação do Memorial de 18 de Maio, Cho Jin-tae. Como consequência, o conselho de administração da fundação decidiu retirar o prémio a Aung San Suu Kyi.

Criada em 1994, esta fundação assinala o levantamento democrático de Gwangju em 1980, brutalmente reprimido pelo exército sul-coreano, com mais de 200 mortos e feridos.

A revolta contra o ditador militar Chun Doo-hwa inspirou o movimento contestatário que culminou no restabelecimento da democracia, sete anos mais tarde, na Coreia do Sul.

Em meados de Novembro, a organização não-governamental de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional retirou a Aung San Suu Kyi um prémio concedido em 2009, por considerar que a antiga dissidente tinha “traído os valores que outrora defendeu”.

19 Dez 2018

Taiwan fecha redes 3G no final do ano

[dropcap]T[/dropcap]aiwan está a preparar-se para fechar as redes de telecomunicação 3G no final deste ano, quando ainda existem 200 mil utilizadores deste serviço na ilha, informaram hoje empresas da área. No início do ano, os serviços 3G registavam 6,4 milhões de utilizadores.

A ilha terminou os serviços 2G em 2017 e, depois de lançar o 4G em 2013, planeia agora lançar o 5G em 2020, disse a presidente da Comissão de Comunicações de Taiwan, Chan Ting-I, em declarações no parlamento, em outubro passado.

O número de utilizadores 4G na ilha ultrapassou o número de habitantes, 23,7 milhões, em março último, de acordo com dados das empresas telecomunicações taiwanesas.

Taiwan é o segundo país do mundo, a seguir à Finlândia, na utilização de dados móveis por utilizador, com uma média mensal de 12,3 GB por mês em 2017, indicaram dados publicados em Junho pela empresa de estudos de mercado Tefficient da Suécia.

O adiamento para 2020 da introdução da rede 5G vai deixar Taiwan atrás de outros países asiáticos, como o Japão, a Coreia do Sul e a República Popular da China.

Na China, os operadores China Mobile, China Telecom e China Unicom já receberam licenças 5G e o fabricante Huawei anunciou já o lançamento de modelos 5G em 2019.

19 Dez 2018

Ed Sheeran foi o artista mais lucrativo ao vivo em 2018

[dropcap]O[/dropcap] músico britânico Ed Sheeran foi o artista com a digressão internacional mais lucrativa de 2018, com 379 milhões de euros de receitas e 4,8 milhões de bilhetes vendidos, foi ontem anunciado.

De acordo com a Pollstar, além de liderar o ‘top’ das digressões mais lucrativas de 2018, Ed Sheeran bateu o recorde do mais bem-sucedido artista em 30 anos, desde que esta empresa norte-americana começou a compilar dados de actuações ao vivo.

Nesta tabela, Ed Sheeran, que dará dois concertos no próximo ano em Lisboa, é seguido pela cantora norte-americana Taylor Swift, com 302 milhões de euros e 2,8 milhões de bilhetes vendidos na “Reputation tour”.

Em terceiro lugar figuram Jay-Z e Beyoncé, na digressão conjunta “On the run II” que gerou 223 milhões de euros de receitas da venda de 2,1 milhões de bilhetes.

A tabela dos dez artistas mais lucrativos inclui ainda Pink, Bruno Mars, The Eagles, Justin Timberlake, Roger Waters, U2 e Rolling Stones.

19 Dez 2018

Huawei nega ligações a serviços de informação chineses

[dropcap]A[/dropcap] empresa chinesa Huawei negou ontem qualquer ligação aos serviços de informação e inteligência de Pequim, quando enfrenta uma vaga de rejeições dos seus equipamentos de telecomunicação 5G no Ocidente.

“Não há evidências de que a Huawei esteja a ameaçar a segurança nacional de qualquer país”, disse Ken Hu, responsável da empresa, em conferência de Imprensa, realizada ontem na sede do grupo, em Shenzhen.

Perante as preocupações do Ocidente em relação a potenciais actos de espionagem, a fabricante chinesa de equipamentos decidiu abrir os seus laboratórios de pesquisa à curiosidade dos jornalistas e organizar uma conferência de Imprensa para esclarecer dúvidas. Hu assegurou que a sua empresa nunca recebeu nenhum pedido do governo chinês para acesso a dados.

Esta posição de defesa por parte da Huawei acontece numa fase difícil da empresa, com os EUA preocupados com o avanço tecnológico chinês e a tentar dissuadir os aliados de usar equipamento daquela firma.

Ao mesmo tempo, a Huawei assistiu à prisão da sua directora financeira, Meng Wanzhou, considerada suspeita, pela justiça norte-americana, de cumplicidade em fraude para contornar as sanções dos Estados Unidos ao Irão, o que levou à sua recente detenção num aeroporto do Canadá.

A tecnologia 5G consiste num futuro padrão de telefonia móvel que deverá oferecer uma taxa de transferência de dados muito mais alta do que a verificada nos modelos 4G, podendo permitir a transição digital de veículos autónomos, guiados por inteligência artificial.

“Proibir uma determinada empresa não vai resolver problemas de segurança cibernética”, disse Hu, garantindo que muitos clientes da Huawei continuam a depositar confiança nos protocolos da empresa.

O grupo tenta há mais de um ano convencer clientes e governos da falta de vínculos com Pequim e lembra que a empresa é 100% propriedade de seus funcionários, não do Estado ou do Exército chinês.

A desconfiança ocidental sobre a Huawei é alimentada, em parte, por o seu fundador, Ren Zhengfei, ser um ex-engenheiro do exército chinês.

Para tranquilizar os operadores estrangeiros, a Huawei deu acesso aos seus equipamentos em laboratórios dedicados, onde podem ser totalmente desmontados, para permitir acesso ao seu código-fonte.

A Huawei já investiu milhares de milhões de dólares na investigação de tecnologia 5G e assinou 25 contratos comerciais, disse Ken Hu. O grupo tem mais de 80.000 funcionários, quase metade dos quais trabalham em pesquisa e desenvolvimento.

Estes investimentos podem, no entanto, ter sido mal sucedidos, se a empresa continuar a ser excluída dos mercados ocidentais, de acordo com especialistas.

19 Dez 2018

Ministra canadiana cancela viagem a Pequim

[dropcap]A[/dropcap]s tensões diplomáticas entre o Canadá e a China levaram ao cancelamento da viagem da ministra do turismo canadiana, Mélanie Joly, que iria a Pequim na próxima semana. A ministra ia participar na cerimónia de encerramento do evento “O Ano do Turismo Canadá-China 2018”, que foi desenvolvido como uma parceria para promover viagens entre os dois países. A cerimónia acabou por ser adiada.

A tensão acontece depois de dois cidadãos canadianos continuarem detidos na China: o empresário Michael Spavor e o ex-diplomata canadiano Michael Kovrig. As detenções ocorreram depois das autoridades canadianas prenderem a executiva da Huawei a pedido dos Estados Unidos.

A mulher foi libertada sob fiança de 10 milhões de dólares mas permanece em Vancouver. Outra consequência da crise entre os dois países foi o adiamento da abertura de uma loja da “Canada Goose”, em Pequim, agendada para este sábado. As acções da marca caíram esta semana e foram alvo de críticas e ameaças de boicote por parte de consumidores chineses incomodados pela prisão de Meng.

19 Dez 2018

Taiwan convida papa Francisco a visitar a ilha

[dropcap]A[/dropcap] líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, convidou o papa a visitar a ilha, numa mensagem de felicitações pelo aniversário de Francisco, na qual considerou o papa uma importante inspiração para a população taiwanesa. Na mesma mensagem, a responsável disse esperar que o papa possa visitar a ilha para transmitir inspiração, compaixão e um guia espiritual para a população, de acordo com a agência de notícias oficial de Taiwan CNA.

Tsai agradeceu ainda a dedicação de Francisco, que na segunda-feira assinalou o 82.º aniversário, na defesa dos fracos e necessitados, e também dos direitos humanos. Este é o terceiro convite que Taiwan envia a Francisco para que visite a ilha, com perto de 300 mil católicos e onde a Igreja católica desenvolve um importante trabalho educativo, médico e de solidariedade.

Embora o Vaticano seja aliado diplomático de Taiwan, não é provável que Francisco aceite o convite das autoridades da ilha, devido às divergências políticas entre Taipé e Pequim, e à aproximação entre o Estado católico à China, que resultou na assinatura de importantes acordos este ano.

19 Dez 2018

João Cutileiro recebe medalha de mérito cultural

[dropcap]O[/dropcap] escultor João Cutileiro recebe hoje a medalha de mérito cultural, no dia em que é assinado o protocolo que formaliza a doação do espólio e casa-atelier, revelou ontem a ministra da Cultura de Portugal, Graça Fonseca. A homenagem ao escultor, de 81 anos, acontecerá no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora, onde será assinado o protocolo que envolverá o Ministério da Cultura, o município e a Universidade de Évora.

“Foi desbloqueado. Finalmente conseguimos chegar aos termos de entendimento. Vai ser aceite a doação, vamos ficar com a casa-atelier e vai ser atribuída a medalha de mérito ao João Cutileiro”, disse Graça Fonseca. Em causa está um processo que remonta a 2014, ano em que João Cutileiro manifestou interesse em doar a casa-atelier e parte do espólio. “Isto tem estado para ser concretizado. Era um dos ‘dossiers’ que tínhamos cá e ao qual demos prioridade por várias razões”, referiu a ministra da Cultura.

Sem adiantar ainda os termos concretos da doação, Graça Fonseca referiu que a tutela ficará com a responsabilidade de fazer “a dinamização e programação da casa-atelier” do escultor.

O artista pretende que a casa-atelier seja utilizada “para fins culturais/académicos relacionados com a sua produção artística, nomeadamente para o estudo e formação na área da escultura em pedra, onde se incluem atividades relacionadas com a realização de exposições, residências artísticas, visita e fruição pública”.

19 Dez 2018

TNR | Poder do Povo entrega petição à DSAL

[dropcap]A[/dropcap] Associação Poder do Povo entregou ontem uma carta junto à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) depois de um grupo de motoristas ter revelado preocupação quanto à possibilidade do Governo vir a autorizar a contratação ao exterior de trabalhadores.

Há também queixas sobre a falta de tempo de descanso. De acordo com um comunicado da Poder do Povo, esta reivindicação surge depois da Comissão de Desenvolvimento de Talentos ter anunciado, em Agosto deste ano, que iria estudar a situação de oferta e procura de motoristas, cujo resultado pode vir a influenciar a contratação, ou não, de trabalhadores não residentes (TNR).

Por essa razão, a Poder do Povo entende que, caso venham a ser contratados TNR para esta função, os locais serão prejudicados. Quanto às queixas apresentadas junto da DSAL dizem respeito aos condutores dos autocarros turísticos, uma vez que há relatos de motoristas a fazer nove viagens de 45 minutos cada durante oito horas.

19 Dez 2018

Serviços no Centro Hospitalar Conde de São Januário condicionados amanhã

[dropcap]A[/dropcap]s consultas externas de especialidade, a farmácia hospitalar e os serviços de aposição de carimbo do Centro Hospitalar Conde de São Januário vão estar encerrados amanhã.

Em comunicado os Serviços de Saúde alertam ainda que nos Centros de Saúde, as consultas externas não marcadas, os cuidados de enfermagem e os serviços de vacinação contra a gripe serão prestados das 09h às 13h nos Centros de Saúde da Areia Preta, de Fai Chi Kei, da Ilha Verde, de Tap Seac, do Porto Interior, de São Lourenço, da Taipa (Jardins do Oceano), na Nossa Senhora do Carmo – Lago e no Posto Provisório de Saúde Seac Pai Van em Coloane.

Entretanto o Posto Provisório de Seac Pai Van também prestará serviços médicos em regime de chamada telefónica durante 24 horas, enquanto no Posto de Saúde de Coloane, os cuidados de enfermagem, os serviços de vacinação contra a gripe e os serviços médicos em regime de chamada durante 24 horas serão proporcionados das 09h às 13h.

Também no mesmo dia, o Centro de Exame Médico para Funcionários Públicos e o Centro de Prevenção e Tratamento da Tuberculose vão estar encerrados e será suspenso o serviço de doação de sangue.

19 Dez 2018

Xi Jinping diz que China “nunca vai procurar a hegemonia”

[dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, garantiu hoje que o país “nunca vai procurar a hegemonia”, mesmo quando se aproxima do centro do palco internacional, durante as comemorações do 40.º aniversário de abertura à iniciativa privada.

Num discurso de hora e meia, o chefe de Estado chinês repetiu o compromisso do país com o sistema multilateral de comércio e a abertura económica, sem mencionar as disputas comerciais em curso com os Estados Unidos. Xi assegurou que a China não se vai desenvolver “à custa dos interesses de outros países”.

Mas a crescente influência de Pequim além-fronteiras tem suscitado divergências com as potências ocidentais, que vêem uma nova ordem mundial ser moldada por um rival estratégico, com um sistema político e de valores profundamente diferentes.

Do Sudeste Asiático a África, o país tem alargado a presença através do gigantesco projecto de infra-estruturas ‘Uma Faixa, Uma Rota’, visto como uma versão chinesa do ‘Plano Marshall’, lançado pelos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, e que permitiu a Washington criar a fundação de alianças que perduram até hoje.

Ao destacar que a China está “gradualmente a aproximar-se do centro do palco internacional”, Xi Jinping notou que o país adopta uma política de defesa nacional defensiva. “O desenvolvimento da China não constitui uma ameaça para outros países”, afirmou. “Não interessa o quanto se desenvolve, a China não vai procurar a hegemonia”, garantiu.

Xi sublinhou ainda o papel do antigo líder Deng Xiaoping nas reformas económicas que salvaram o país do colapso, após uma década de violência e caos induzidos pela Revolução Cultural.  Outras comemorações foram criticadas por minimizarem o contributo de Deng, considerado o arquitecto-chefe das reformas económicas, de forma a elevar o estatuto de Xi, o mais forte líder chinês desde Mao.

Xi enfatizou ainda o papel do Partido Comunista na defesa da soberania do país. “Ninguém pode ditar ao povo chinês o que pode ou não fazer”, afirmou.

O discurso não terá aliviado as preocupações de empresários e companhias estrangeiras, que esperavam que Xi aproveitasse o momento para anunciar medidas concretas de abertura do mercado, visando reduzir o domínio dos conglomerados estatais sobre a economia.

Pequim é acusado de distorcer a concorrência ao subsidiar empresas chinesas e através de práticas comerciais “injustas”, como violações de propriedade industrial ou transferência forçada de tecnologia, em troca de acesso ao mercado. A taxa de câmbio da moeda chinesa, o yuan, que ainda não é totalmente convertível, continua a ser ditada pelas autoridades.

Numa tentativa de forçar Pequim a realizar “mudanças estruturais”, o Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs já taxas alfandegárias sobre 250 mil milhões de dólares de bens chineses.

Porém, Xi Jinping considerou, no discurso, que os feitos económicos dos últimos 40 anos legitimam o “socialismo com características chinesas”, um modelo que permite a iniciativa privada, enquanto o papel dirigente do Partido Comunista (PCC) continua a ser o “princípio cardeal”.

Xi assegurou que Pequim vai continuar a promover a abertura e o desenvolvimento, mas ao seu próprio ritmo. “Mudaremos resolutamente o que pode ser reformado, e não mudaremos, resolutamente, o que não pode ser mudado”, declarou.

18 Dez 2018

José Mourinho deixa comando técnico do Manchester United

[dropcap]O[/dropcap] treinador português José Mourinho deixou hoje o comando técnico do Manchester United, anunciou o sexto classificado da Liga inglesa de futebol. “O Manchester United comunica que o treinador José Mourinho deixa o clube com efeito imediato”, refere a nota na página dos ingleses, acrescentando um agradecimento ao treinador e o desejo de sucesso para o futuro.

Na curta nota, os ‘red devils’ explicam ainda que iniciaram um processo para a escolha de um novo treinador, mas que a equipa terá um interino a curto prazo. “Um novo treinador será indicado até ao final da actual época, enquanto o clube prosseguirá o processo de contratação de um treinador novo, a tempo inteiro”, acrescenta o comunicado.

Mourinho, de 55 anos, chegou aos ‘red devils’ em 2016/17, época em que alcançou os únicos títulos no clube, a Taça da Liga inglesa, a Supertaça e a Liga Europa. Após 17 jornadas, o Manchester United ocupa o sexto lugar do campeonato, com 26 pontos, menos 19 do que o líder Liverpool.

Na Liga dos Campeões, o Manchester United foi segundo na fase de grupos, atrás da Juventus, e nos oitavos de final defrontará os franceses do Paris Saint-Germain. O técnico português levou o clube ao segundo lugar do campeonato na época passada, depois de ter sido sexto na estreia.

18 Dez 2018

Quase 4 mil escolas primárias chinesas incluíram o futebol no currículo

[dropcap]Q[/dropcap]uase quatro mil escolas primárias chinesas incluíram o futebol entre as suas disciplinas, desde que o Governo chinês lançou, em 2015, um plano para converter o país numa potência do futebol, segundo dados oficiais hoje divulgados.

O ministério da Educação da China detalhou hoje que o futebol integra já o programa curricular de 3.916 escolas primárias. “Com uma perspectiva a longo prazo, a China está a alcançar um progresso constante, no seu plano de reforma e desenvolvimento do futebol, lançado em 2015, visando transformar o país numa potência do futebol, até 2050”, escreveu a agência noticiosa oficial Xinhua.

O referido plano, aprovado pela Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, o organismo máximo chinês encarregado da planificação económica, prevê a inclusão do futebol em 20.000 escolas, até 2020, e que a modalidade seja praticada, “com frequência”, por mais de 30 milhões de estudantes do ensino primário e secundário.

“O futebol é um projecto a longo prazo na China. Falamos de mais uma ou duas gerações, até que o país possa alcançar o nível necessário para competir com êxito num campeonato do mundo”, afirma o antigo treinador das camadas jovens do clube chinês Guangzhou Evergrande, Marco Pezzaiuoli, citado pela Xinhua.

Na segunda fase do plano, entre 2021 e 2030, a China espera que a sua selecção feminina volte a constar entre as melhores do mundo, depois de, em 1999, ter sido vice-campeã mundial, e que a masculina seja umas das melhores da Ásia.

O objectivo final é colocar a selecção masculina entre “as melhores equipas do mundo”, até meados deste século. Desde a província de Jilin, na fronteira com a Coreia do Norte, à ilha tropical de Hainan, no extremo sul do país, mais de 100 treinadores portugueses vivem hoje no país asiático, alguns contratados por clubes e outros integrados no sistema de ensino público.

O antigo treinador do FC Porto Vítor Pereira sagrou-se este ano campeão na China, pelo Shanghai SIPG, atribuindo o sucesso dos portugueses no país à sua “capacidade de adaptação” e “boa formação”.

“Um dos segredos do treinador português é ter essa capacidade: chegamos a qualquer lado e adaptamo-nos”, afirmou à agência Lusa o técnico, no final da sua primeira época na China.

A China, o país mais populoso do mundo, com quase 1.400 milhões de habitantes – mais do dobro de toda a União Europeia -, ocupa o 76.º lugar do ‘ranking’ da FIFA, atrás de Cabo Verde, Burkina Faso e muitas outras pequenas nações em vias de desenvolvimento. A única participação do país num Mundial ocorreu em 2002, quando, na Coreia do Sul e no Japão, não passou da fase de grupos, ao somar três derrotas, frente a Brasil, Turquia e Costa Rica.

18 Dez 2018

Campo de internamento no noroeste da China exporta vestuário para os EUA

[dropcap]P[/dropcap]eças de roupa fabricadas em campos de internamento na China onde se estima que mais de um milhão de muçulmanos estão detidos e sujeitos a doutrinação política poderão estar a ser vendidas nos EUA, noticia a Associated Press.

Numa reportagem, a agência norte-americana descreve um complexo no extremo noroeste da China, com mais de trinta dormitórios, escolas, armazéns e oficinas, rodeado de arame farpado e centenas de câmaras de vigilância, enquanto dezenas de polícias armados guardam a entrada.

Atrás dos portões, trancados, homens e mulheres costuram vestuário desportivo que pode acabar em recintos desportivos e escolas no Ocidente.

Trata-se de um de vários campos de internamento, na região do Xinjiang, onde se estima que mais de um milhão de muçulmanos chineses estão detidos, sujeitos a doutrinação política e forçados a abdicar da sua língua e religião.

As autoridades chinesas forçam alguns dos detidos a trabalhar em manufactura ou processamento de alimentos, dentro dos próprios campos de internamento ou em fábricas privadas.

Uma investigação recente da agência Associated Press detectou encomendas a um dos campos de internamento no Xinjiang feitas pela Badger Sportswear, um importador do Estado norte-americano da Carolina do Norte.

O Governo chinês diz que os campos são centros de “formação vocacional”, destinados a treinar uigures e cazaques, parte de um plano para trazer estas minorias étnicas muçulmanas para o mundo “moderno e civilizado”, e eliminar a pobreza no Xinjiang.

E argumentam que as pessoas detidas nos centros assinaram acordos nos quais se comprometem a receber treino vocacional. Na segunda-feira, uma porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros acusou a imprensa estrangeira de fabricar “várias informações falsas” sobre os centros, sem avançar detalhes.

“Essas reportagens são baseadas em rumores e destituídas de fundamento”, afirmou Hua Chunying, em conferência de imprensa. Mas o Comité da ONU para a Eliminação da Discriminação Racial e organizações não-governamentais estimaram já que um milhão de pessoas na China da minoria uigur e de outras minorias muçulmanas estão detidos em “centros contra o extremismo”, e que outros dois milhões estavam, de forma forçada, em “campos de reeducação”.

O pagamento depende de acordo com a fábrica. Alguns não recebem nada, enquanto outros ganham centenas de dólares por mês, segundo relatos de antigos detidos, citados pela Associated Press.

Um antigo jornalista para uma televisão do Xinjiang, entretanto exilado, revelou que durante o mês em que esteve detido, jovens eram levados todas as manhãs para trabalhar em carpintaria ou numa fábrica de cimento, sem compensação monetária.

“O campo não pagava nada, nem um cêntimo”, afirmou, sob condição de anonimato, já que alguns dos seus familiares continuam a viver na região.

Desde que, em 2009, a capital do Xinjiang, Urumqi, foi palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional, a China tem levado a cabo uma agressiva política de policiamento dos uigures.

Em 2016, o secretário do Partido Comunista Chinês, Chen Quanguo, foi transferido para a região, após vários anos no Tibete, convertendo Xinjiang num estado policial.

Para além dos campos de detenção extrajudicial, os uigures estão limitados na sua circulação por uma combinação de medidas administrativas e postos de controlo.

Pequim diz que a repressão é necessária para combater o separatismo e extremismo islâmico, enquanto ativistas uigures afirmam que serve apenas para alimentar as tensões.

Os homens e mulheres que trabalham no complexo de onde saíram produtos para a norte-americana Badger Sportswear trabalham numa fábrica detida pela firma chinesa Hetian Taida Apparel.

A empresa diz que não está directamente afiliada com os campos de internamento, mas que a sua força de trabalho integra detidos, considerados “não problemáticos” pelas autoridades.

“Estamos a dar o nosso contributo para erradicar a pobreza”, afirmou Wu Hongbo, presidente da empresa, citado pela Associated Press.

18 Dez 2018