Hoje Macau China / ÁsiaTaxa de natalidade volta a cair e China arrisca crise demográfica [dropcap]O[/dropcap] número de crianças nascidas na China, em 2018, vai ser o mais baixo desde 2000, estimam demógrafos, ilustrando os riscos de uma crise demográfica no país, apesar da abolição da política de filho único. Vários demógrafos chineses citados pelo Global Times, jornal oficial do Partido Comunista, prevêem que o número de nascimentos se fixe em 15 milhões, menos dois milhões do que em 2017. O Gabinete Nacional de Estatísticas chinês deve publicar a cifra oficial no final deste mês, mas dados difundidos pelos governos locais apontam para um número muito aquém dos 20 milhões de nascimentos previstos pelas autoridades de planeamento familiar. A China, nação mais populosa do mundo com cerca de 1.400 milhões de habitantes, aboliu a 1 de Janeiro de 2016 a política de “um casal, um filho”, pondo fim a um rígido controlo da natalidade que durava desde 1980. Pelas contas do Governo, sem aquela política, a China teria hoje quase 1.700 milhões. Em 2016, o primeiro ano desde a abolição da política de filho único, o número de nascimentos aumentou, de 16,55 milhões, no ano anterior, para 17,86 milhões. Desde então, a taxa de natalidade caiu sucessivamente, apesar de Pequim ter deixado de promover abortos forçados e multas, e aberto novas creches, passando a oferecer incentivos à natalidade. Em 2017, o número total de nascimentos fixou-se em 17,23 milhões, menos 630.000 do que no ano anterior. Segundo especialistas, a queda deve-se sobretudo à redução no número de mulheres em idade fértil, um grupo que perde entre cinco e seis milhões de pessoas por ano, e aos altos custos e falta de tempo para criar uma criança. Nos primeiros onze meses do ano, na cidade de Liaocheng, província de Shandong, houve apenas 64.753 nascimentos, uma queda de 26%, face ao mesmo período de 2017, segundo o jornal local Dazhong Daily. Em Qingdao, outra cidade de Shandong, os nascimentos registaram uma queda homóloga de 21%, entre janeiro e novembro, para 81.112, segundo dados divulgados pelas autoridades locais. Ren Zeping, economista chefe no promotor imobiliário Evergrande Group, escreveu numa nota publicada esta semana que a China está a caminhar no sentido de uma “crise demográfica”. “A China deve imediatamente encorajar as pessoas a terem filhos”, escreveu.
Hoje Macau China / ÁsiaRei da Tailândia será coroado em Maio [dropcap]O[/dropcap] rei da Tailândia, Maha Vajiralongkorn, será formalmente coroado numa elaborada cerimónia de três dias, entre 4 e 6 de Maio, mais de dois anos após a morte do rei Bhumibol, anunciou esta terça-feira a casa real. Maha Vajiralongkorn, cujo nome oficial de reinado é Rama X, subiu ao trono em Outubro de 2016, após a morte do seu pai, que foi o monarca com o reinado mais longo do mundo, quase 70 anos. O rei Rama X não esperou a coroação para reformular as instituições monárquicas da Tailândia, surpreendendo os observadores que o julgavam mais passivo e pouco reformista. Maha Vajiralongkorn quadruplicou o número de policias de elite encarregues da sua vigilância, mas também assumiu o controlo de cinco órgãos que supervisionam os assuntos da realeza e a sua segurança, todos anteriormente sob alçada governamental ou militar. O monarca demitiu ainda alguns poderosos funcionários do palácio da época do seu pai, e participou activamente no esboço da nova Constituição da Tailândia. Num anúncio transmitido pela televisão, a casa real anunciou que a coroação terá lugar entre os dias 4 e 6 de Maio referindo que “será o momento oportuno para a coroação, de acordo com a tradição, para a celebração nacional e a alegria do povo”. A coroação será realizada no dia 4 de Maio, durante uma cerimónia à qual assistem a “família real, os conselheiros privados e os membros do gabinete”. Os dois dias seguintes serão marcados por outras audiências e eventos relacionados com a coroação, segundo as tradições da monarquia tailandesa. O ano de 2019 será politicamente muito movimentado para a Tailândia, com eleições gerais cinco anos após o golpe que derrubou a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra.
Hoje Macau China / ÁsiaPelo menos 85 mortos nas Filipinas devido a tempestade tropical [dropcap]P[/dropcap]elo menos 85 pessoas morreram e 20 continuam desaparecidas nas Filipinas, na sequência das inundações e deslizamentos de terra causados pela tempestade tropical Usman, anunciaram hoje as autoridades em novo balanço. O Conselho Nacional de Redução e Gestão de Desastres (NDRRMC), o órgão filipino que coordena as informações durante os desastres, colocou o número de deslocados em 191.597, devido à tempestade que passou pelas Filipinas durante o fim-de-semana. Um total de 24.894 filipinos encontram-se em centros de acolhimento localizados nas regiões central e norte do país, as mais afetadas. As autoridades locais declararam o estado de calamidade em Camarines del Sur, uma província da região de Bicol, localizada no sudeste de Luzon, cuja capital é Pili e que tem uma população de quase dois milhões de habitantes. “Receio que (o balanço) continue a aumentar, porque ainda há muitas áreas que não alcançamos”, disse o director de protecção civil da região de Bicol, Claudio Yucot, na segunda-feira. A tempestade tropical entrou nas Filipinas pelo Pacífico e atingiu o continente no sábado, causando inundações, deslizamentos de terra, provocando falhas de electricidade um pouco por todo o país. A tempestade tropical, não chegou a ser classificada de tufão, o que, de acordo com as autoridades filipinas, fez com que as pessoas “ficassem demasiado confiantes”. Em meados de Setembro, no norte do país, mais de 80 pessoas morreram e outras 70 foram dadas como desaparecidas na sequência do tufão Mangkhut, que deixou um rasto de destruição em vários países no Pacífico. As Filipinas são atingidas todos os anos por cerca de 20 tufões, que causam centenas de mortes e agravam ainda mais a pobreza que atinge milhões de pessoas.
Hoje Macau China / ÁsiaAbuso sexual e violações de freiras por padres católicos na Índia têm décadas, escreve AP [dropcap]U[/dropcap]ma investigação da agência de notícias Associated Press denuncia hoje uma série de abusos sexuais e violações cometidos sobre freiras na Índia durante décadas por padres que contaram com o silêncio cúmplice da hierarquia católica. Quase duas dúzias de freiras e ex-freiras queixam-se de repetidas violações e de uma hierarquia católica que pouco fez para as proteger, ao mesmo tempo que detalham frequentes situações de assédio sexual, existindo ainda relatos de sacerdotes que afirmam terem tido conhecimento directo deste tipo de incidentes. Ainda assim, o problema é encoberto por uma cultura do silêncio. Muitas freiras acreditam que o abuso é comum e que a maioria das ‘irmãs’ pode pelo menos dizer que se defendeu já dos avanços sexuais de um padre, enquanto algumas dizem ter a convicção de que os episódios são raros. Quase ninguém discute o assunto abertamente e a maioria só fala na condição de não serem identificadas. No verão, uma freira trouxe o assunto para a discussão pública. Depois de repetidas acusações contra responsáveis da Igreja que não obtiveram resposta, a freira de 44 anos apresentou uma queixa na polícia contra o bispo que supervisiona a sua ordem, acusando-o de a ter violado 13 vezes em dois anos. Um grupo de freiras lançou mesmo um protesto público para exigir a prisão do bispo. O protesto dividiu a comunidade católica da Índia. O acusador e as freiras que a apoiaram foram isoladas das outras ‘irmãs’, muitas das quais defendem o bispo. “Algumas pessoas estão a acusar-nos de trabalhar contra a Igreja”, disse uma freira, Josephine Villoonnickal. “Elas dizem: ‘Você está a adorar Satanás’. Mas precisamos defender a verdade”, defendeu. As queixas de algumas freiras têm décadas, como a de uma ‘irmã’ que ensinava numa escola católica no início dos anos 90, em Nova Deli, a capital. Uma noite, um padre de 60 anos foi para uma festa na vizinhança. Voltou tarde e bateu à porta do quarto onde se encontrava. A freira diz que o sacerdote cheirava a álcool e que tentou forçar a entrada, agarrando-a e tentando beijá-la, embora esta tivesse conseguido empurrá-lo e fechar a porta. A freira queixou-se à sua madre superiora e escreveu anonimamente aos responsáveis da Igreja. O padre acabou por ser transferido, mas não houve qualquer sanção pública nem lugar a avisos às outras freiras. O arcebispo Kuriakose Bharanikulangara diz que o abuso é “esporádico: Uma vez aqui, uma vez ali”. Embora “muitas pessoas não queiram falar”, acrescentou. Já as violações, garante uma outra freira, aconteceram num pequeno convento na zona rural de Kerala, onde as irmãs do Lar da Missão São Francisco passam os dias em oração ou a cuidar de idosos. O violador, disse, era o homem mais influente naquela parte do mundo: o bispo Franco Mulakkal. Mulakkal era o patrono oficial de sua comunidade, os Missionários de Jesus, exercendo enorme influência sobre os seus orçamentos e atribuições de trabalho. De acordo com uma carta que a freira escreveu aos responsáveis da Igreja, ele violou-a. O bispo nega veementemente as alegações, acusando a irmã de o tentar chantagear para conseguir um trabalho melhor. “Estou a passar por uma dolorosa agonia”, disse o clérigo, que foi detido durante três semanas e posteriormente libertado sob fiança em Outubro. Muitos em Kerala veem Mulakkal como um mártir, e uma série apoiantes visitaram-no na cadeia. Autoridades católicas pouco falaram sobre o caso, com a Conferência dos Bispos Católicos da Índia a divulgar uma nota alegando não ter jurisdição sobre os bispos, de forma individual, e que a investigação e o processo judicial deviam seguir o seu trâmite. “O silêncio”, segundo aquele órgão, “não deve, de forma alguma, ser interpretado como uma tomada de partido a favor de uma das duas partes”.
Hoje Macau China / Ásia MancheteMilhares de manifestantes pró-democracia em Hong Kong protestam contra Governo [dropcap]M[/dropcap]ilhares de pessoas manifestaram-se em Hong Kong no primeiro dia do ano num protesto contra o Governo, a favor de uma sociedade mais democrática e para demonstrarem publicamente o seu receio pela supressão crescente de liberdades. O protesto terá juntado cerca de 5.500 pessoas, segundo a organização, a Civil Human Rights Front, ou cerca de 3.200 manifestantes, de acordo com a polícia, avançou o South China Morning Post (SCMP). Activistas pró-independência e pró-Pequim marcaram presença numa iniciativa que ficou marcada por alguns confrontos e durante a qual alguns dos manifestantes exigiram a demissão da secretária da Justiça Teresa Cheng Yeuk-wah, segundo o SCMP. Em causa está o facto de esta não ter avançado com a acusação do antigo Chefe do Executivo de Hong Kong Leung Chun-ying após uma investigação sobre corrupção, mas também queixas sobre perseguição política e preocupações sobre legislação relacionada com a segurança nacional. Durante o protesto, activistas citados pelo SCMP alegaram terem sido ameaçados.
Hoje Macau SociedadePersonalidades do ano de 2018 PAULO CARDINAL E PAULO TAIPA [dropcap]O[/dropcap]s dois juristas portugueses da Assembleia Legislativa, agora de saída, desempenharam durante largos anos a sua função com competência, profissionalismo e lealdade. Paulo Cardinal e Paulo Taipa são um excelente exemplo da presença da comunidade portuguesa em Macau, na medida em que souberam resistir à transferência de soberania e foram reconhecidamente fundamentais para os trabalhos jurídicos da nascente RAEM. Neste ano de 2018, o seu anunciado afastamento da Assembleia Legislativa, onde recebiam o apreço da generalidade dos deputados, provocou ondas variadas e levantou muitas questões. A menor das quais não será: estarão as famílias portuguesas a prazo na RAEM, se a sua sobrevivência depender da administração? E outra que a complementa, mais incisiva: não haverá mais lugar para portugueses como consultores do Governo de Macau? Se profissionais do calibre de Paulo Cardinal e Paulo Taipa foram dispensados ao fim de longos anos de dedicação e serviço, durante os quais a sua competência e a sua seriedade nunca foram postas em causa, o que dizer de outros e do futuro? Aos dois juristas e cidadãos, o Hoje Macau agradece o trabalho efectuado, que sempre dignificou o nome da comunidade portuguesa e foi de uma extrema utilidade para a RAEM, com esta singela homenagem. POLÍTICO DO ANO – HO IAT SENG Quando saiu da reunião em Pequim, Ho Iat Seng não conseguia esconder o facto de ter sido abençoado. E, a partir daí, as suas palavras, os seus actos e as suas decisões ganharam um novo peso. O peso de quem (quase todos acreditam) poderá ser o próximo Chefe do Executivo da RAEM. Sobre ele, enquanto político, pouco haverá para dizer. Não se lhe conhecem convicções, visões, causas, ideologias. O que não é nada de novo na margem Oeste do Rio das Pérolas. GOVERNANTE DO ANO – WONG SIO CHAK É o governante que, com mais facilidade, leva a água ao seu moinho, mói o pão, leva-o ao forno e mastiga-o, ainda quentinho, com prazer. Nota 10 em termos de protecção civil. Já outros aspectos das suas ambições, como tornar Macau numa cidade excessivamente securitária, etc, etc levantam algumas dúvidas e temores entre os que pugnam por uma sociedade mais liberal, onde o segundo sistema realmente funcione em pleno e os cidadãos gozem de todas as garantias proporcionadas pela Lei Básica. GCS REVELAÇÃO – SERVIÇOS DE PROTECÇÃO CIVIL O tufão veio, soprou forte e muitos esperavam o mesmo desastre ocorrido quando da passagem do Hato. Mas os Serviços de Protecção Civil demonstraram ter aprendido a lição e tudo correu surpreendentemente bem. Isto é a prova que, quando as coisas são previstas e preparadas com antecedência e racionalidade, até em Macau podem correr bem, com profissionalismo e dedicação. Nestes dois capítulos, os Serviços de Protecção Civil foram exemplares e com a sua acção proporcionaram à cidade uma sensação de segurança, que se houvera esvaído no ano anterior. DESILUSÃO DO ANO – ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DE MACAU Não conseguir que o Benfica, campeão de Macau, participe na Taça AFC foi uma verdadeira desilusão. Até porque o clube, liderado por Duarte Alves, realizou um investimento que lhe permitia levar e dignificar o nome de Macau num importante palco. Assim não vai ser por razões que escapam à razão e se devem anichar noutro canto da alma humana. Lamentável. EVENTO DO ANO – BIENAL FEMININA Macau abriu um novo capitulo das artes plásticas da Ásia ao fundar esta bienal exclusivamente dedicada a artistas do sexo feminino. E o resultado foi um sucesso, pois proporcionou uma excelente ocasião para conhecer o que se anda a fazer por aí. Ter conseguido o “apadrinhamento” de Paula Rego foi um golpe genial. Estão de parabéns todos os organizadores, nomeadamente os “pais” da ideia: Lina Costa e José Duarte. INSTITUIÇÃO DO ANO – CINEMATECA PAIXÃO A nossa cinemateca, recentemente criada, está espectacular. Excelente programação, que nos traz cinema importante, passado e presente, do Ocidente e Oriente, e que assim preenche um vazio, um buraco negro na oferta cultural de Macau porque as salas “normais” não chegam. Alberto Chu e a sua equipa não estão apenas de parabéns. Dão um exemplo fantástico de como as coisas devem ser feitas. BRONCA DO ANO – ROTA DAS LETRAS A proibição de entrada em Macau (ou a sua sugestão) de três escritores convidados pela organização do festival literário foi uma péssima surpresa. Jung Chang havia estado em Hong Kong sem que tal tenha causado problemas à “segurança nacional”. Contudo, o pior de tudo isto foi que se tratou de um primeiro caso no que toca a escritores. Esperemos que fique por aí. FIGURA INTERNACIONAL DO ANO – JAMAL KHASHOGGI O jornalista árabe foi barbaramente assassinado no consulado do seu país, a Arábia Saudita, em Istambul. O facto mostrou a face bárbara do regime saudita, com o qual é cada vez mais difícil conviver. Mas o que a morte de Jamal Khashoggi demonstrou é que o mundo está cada vez mais nas mãos de governantes que não hesitam em eliminar fisicamente os que não lêem pela sua cartilha. O líder do Ocidente, Donald Trump, nem perante as evidências prestadas pela CIA se atreveu a condenar os responsáveis. Os nossos valores são espezinhados. Money rules. EXCESSO DO ANO – SEGURANÇA NACIONAL Numa cidade tão patriótica como Macau parecem excessivos os cuidados com a segurança nacional. A fronteira continua a não deixar entrar alguns compatriotas de Hong Kong e de Taiwan sem que seja dada uma outra explicação além da cabalística “segurança nacional”. Enfim, defender a pátria tudo bem, mas dentro dos limites do segundo sistema que ela mesmo impõe, se faz favor. LIVRO DO ANO – O SILÊNCIO DOS CÉUS, DE FERNANDO SOBRAL Fernando Sobral é um escritor e crítico literário sobejamente conhecido em Portugal. Agora tivemos a sorte de ter voltado os seus olhos para Macau, talvez pela mão sempre dedicada de Rogério Beltrão Coelho, e ter produzido um excelente romance que usa esta cidade e a sua história como pano de fundo de uma narrativa que se sorve de um fôlego. A não perder. EXPOSIÇÃO DO ANO – MARC CHAGALL É isto. É este tipo de exposições, de grandes artistas internacionais, que Macau também tem a obrigação de proporcionar aos seus cidadãos. Uma cidade com tantos recursos disponíveis tardou em trazer-nos algo desta indiscutível qualidade. A ver vamos o que nos calha para o ano. ACIDENTE DO ANO – SOPHIA FLOERSCH O vídeo do acidente da jovem de 17 anos Sophia Floersch deve ter sido um dos mais vistos do ano na internet. Estava praticamente no portal de todos os jornais de circulação mundial. Sophia foi corajosa e comedida nas suas declarações, mostrando vontade de voltar a correr no Circuito da Guia. PRÉMIOS ESPECIAIS 2018 PASSA POR MIM NO ROSSIO DO ANO – Ponte HKZM É a grande obra de um regime por edificar, conhecido por Grande Baía. Aberta sem demasiadas fanfarras, não se tem revelado uma opção pacífica para quem ousa atravessar a maior ponte do… blá blá blá IMPORTA-SE DE REPETIR? DO ANO – MAK SOI KUN O deputado espantou o mundo e a Assembleia Legislativa com a sua astuta reivindicação de papel higiénico para as casas de banho públicas. Perante tamanha argúcia, entreabriram-se as bocas de espanto e de admiração. SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO DO ANO – HOTEL 13 Foi anunciado como o hotel mais luxuoso do mundo, para super ricos e outros animais de grande porte. Mas já lá vão uns aninhos que para ali está, aparentemente terminado e mobilado, e não abre nem vem abaixo. O número 13 deu azar? PEITO ÀS BALAS FEITO DO ANO – PEDRO LEAL E JORGE MENEZES Quando alguns advogados se apressaram a tirar o cavalinho da chuva, quando contactados para defender o deputado Sulu Sou, estes dois causídicos não hesitaram e subiram à tribuna para o representar. E tiveram a oportunidade (e o descaramento) para pôr alguns pontos nos is. O VALENTE DO ANO – SÉRGIO DE ALMEIDA CORREIA Ele teve coragem e tentou, é certo. E só isso merece algum destaque. Contudo, a sua candidatura à presidência da Associação dos Advogados de Macau não chegou a levantar voo. Valores mais altos imediatamente bateram as asas e ocuparam os céus da advocacia local. DESCULPEM LÁ QUALQUER COISINHA DO ANO – RAIMUNDO DO ROSÁRIO O secretário para os Transportes e Obras Públicas tem muitas razões para pedir desculpa à população. E foi o que ele fez com todas as letras e mais algumas. Os deputados ouviram, abanaram as cabeçorras e a vida continuou o seu imparável curso. ISTO NUNCA FOI VISTO DO ANO – VÍTOR SERENO Pela primeira vez, o Governo da RAEM distinguiu um diplomata português com uma medalha. Vítor Sereno teve a arte de agradar a portugueses e chineses, sobretudo pelo modo como se empenhou na realização do seu trabalho e pela afabilidade a todos demonstrada. EPURE SE MUOVE DO ANO – HOSPITAL SÃO JANUÁRIO As queixas são mais que muitas em relação ao hospital público, mas o modo como tratou da acidentada Sophia Floersch reabilitou a imagem de uma instituição que tem sido atacada por várias frentes e que, aos poucos, perdeu a confiança da população. AINDA SE PODE FALAR? DO ANO – PROGRAMA CONTRAPONTO É um espaço singular de opinião da nossa TDM e que bravamente desafiou o passar do tempo. Gilberto Lopes consegue fazer variar o painel de comentadores cujas palavras e ideias, dizem, ecoam em Pequim.
Hoje Macau InternacionalDesign | Lusodescendente promove cortiça nos EUA [dropcap]A[/dropcap] promoção da cortiça como um “material incrível” e “muito sustentável” é uma das motivações da designer lusodescendente Melanie Abrantes, que desenha peças únicas na Califórnia com a matéria-prima importada de Portugal. A artista, que fundou a marca Melanie Abrantes Designs em Oakland, produz artigos para casa com vários tipos de cortiça que são vendidos em lojas da especialidade, como a cadeia de decoração West Elm do grupo Williams-Sonoma. “Estou a tentar mostrar às pessoas que a cortiça tem muitos formatos, utilidades e visuais, em comparação com outros materiais”, disse à Lusa a designer, que está agora a tentar criar uma linha “usando as capacidades de isolamento” da matéria-prima. A lusodescendente foi incluída na lista de 2018 dos 100 Maiores Criativos dos Estados Unidos pela revista Country Living, que a considerou uma “cork whisperer” e destacou o seu virtuosismo na arte de trabalhar a cortiça. “Os meus produtos são virados para a estética e têm um visual muito específico, mas só faço coisas úteis”, disse. “Nada é puramente decorativo”. As características específicas da cortiça, como a sua porosidade, ajudam ao elemento funcional das peças de design. Entre os produtos em cortiça que Melanie Abrantes criou estão caixas de jóias, candeeiros de tecto, cinzeiros para canábis, castiçais e vasos para plantas. Várias criações misturam cortiça e madeira, o outro material em que a artista se especializou e sobre o qual publicou o livro “Carve”, em 2017. Os produtos são feitos com mais que um tipo de cortiça, incluindo um tipo “cortiça-mármore”, que “tem um preço mais elevado” mas leva as pessoas “a responderem bem às peças”. O custo dos artigos é um dos desafios da criadora, com etiquetas que vão até às largas centenas de dólares. “As pessoas não percebem que a cortiça é um material muito caro que ainda é retirado à mão”, argumentou, justificando com o facto de os consumidores norte-americanos estarem habituados a usar cortiça em objetos simples, como rolhas e tábuas de cozinha, cujos preços são baixos. “Tento educar as pessoas em relação ao valor da cortiça”. A artista irá mostrar o seu trabalho em maio de 2019 na New York Design Week, como parte do grupo de designers independentes JOIN Design, e está em conversações para participar no programa televisivo da NBC “Making It”, que põe fazedores a criarem trabalhos manuais. Neta de portugueses, Melanie Abrantes visita Portugal uma vez por ano, dividindo-se entre Lisboa, onde reside a avó, e produtores de cortiça no norte. “A razão pela qual trabalho com cortiça é devido à minha herança genética”, afirmou a lusodescendente, de 28 anos. “Todas as vezes que ia a Portugal quando era mais nova via produtos diferentes feitos com cortiça e achava fascinante, porque nem sabia que se podia fazer algo com o material”, recorda. Natural de Sugar Land, perto de Houston, Texas, a artista estudou no Otis College of Art and Design em Los Angeles antes de abrir o seu estúdio em Oakland. Além de fazer dois workshops por mês sobre técnicas para trabalhar madeira e cortiça, também faz sessões em empresas. Os seus produtos estão à venda em cerca de 40 lojas nos Estados Unidos e nalgumas boutiques internacionais, incluindo Japão, França e Inglaterra.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | “Coletes amarelos” chegam a Taipé [dropcap]M[/dropcap]ilhares de manifestantes vestidos com coletes amarelos, inspirados nos recentes protestos em França e replicados em Portugal, ocuparam ontem as ruas de Taiwan para exigirem menos impostos, na sua terceira mobilização em menos de uma semana. De acordo com agências noticiosas, milhares de manifestantes mobilizaram-se até à sede do Ministério das Finanças, em Taipé, empunhando bandeiras e gritando palavras de ordem contra a política fiscal na ilha. “Isto é pelo nosso futuro”, disse uma estudante de 23 anos Joanna Tai, citada pela agência Associated Press (AP). “Olhamos para os salários em Hong Kong e no interior da China. Queremos saber por que há tanta diferença em relação a Taiwan”, acrescentou. O grupo activista “Tax & Legal Reform League” convocou o protesto depois de já ter mobilizado 20 mil pessoas, há uma semana, em frente à sede do Governo, e outras 10 mil no sábado, de acordo com a imprensa local. Os organizadores dizem-se inspirados pelo sucesso dos recentes protestos franceses. Há mais de um mês, o movimento inédito “coletes amarelos”, nascido nas redes sociais, espalhou-se por toda a França, dando azo a cenários de conflito em Paris e obrigando o Governo a adoptar medidas sociais estimadas em dez mil milhões de euros. Ao contrário de Paris, o movimento não paralisou nenhuma cidade portuguesa, no passado dia 21 de Dezembro. As manifestações, com pouca adesão, provocaram apenas alguns condicionamentos de trânsito, tendo a polícia identificado 24 pessoas e detido quatro manifestantes, na sequência de desacatos.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Lucros da indústria registam primeira queda em três anos [dropcap]O[/dropcap]s lucros da indústria na China registaram uma queda homóloga de 1,8%, em Novembro, o primeiro registo negativo desde 2015, acompanhando a tendência registada noutros indicadores económicos do país, face às disputas comerciais com Washington. Segundo o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês, os lucros ascenderam a 594.800 milhões de yuans, em Novembro, uma queda de 3,6%, face ao mês anterior. Nos primeiros onze meses do ano, os lucros totais das firmas industriais da China fixaram-se em 6,17 biliões de yuans, 11,8% mais do que no mesmo período do ano passado. Entre Janeiro e Outubro, a subida dos lucros fixou-se em 13,6%, em termos homólogos. Entre os 41 sectores inquiridos pelo GNE, 29 registaram um aumento dos lucros, nos primeiros onze meses do ano, incluindo o setor do petróleo, aço, material de construção ou produtos químicos. He Ping, estatístico do GNE, atribuiu a redução dos lucros, em Novembro, à “queda nas vendas e aumento dos custos de produção”. No mesmo mês, a produção industrial, outro importante indicador da segunda maior economia mundial, aumentou 5,4%, em Novembro, face ao mesmo mês do ano passado, depois de ter subido 5,9%, em Outubro. Foi a menor subida dos últimos dez anos. O aumento das vendas a retalho, o principal indicador do consumo privado, recuou para 8,1%, o ritmo mais lento desde Maio de 2003, depois de se ter fixado nos 8,6%, em Outubro passado. Os dados revelam que o crescimento da segunda maior economia do mundo deve abrandar no último trimestre do ano, depois de se ter fixado nos 6,5%, no terceiro trimestre, o ritmo mais baixo dos últimos dez anos. Analistas prevêem que a economia chinesa registe um declínio acentuado, ao longo da primeira metade do próximo ano, reflectindo o pleno efeito das taxas alfandegárias impostas pelos EUA. A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o espoletar de disputas comerciais, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um. A liderança norte-americana teme perder o domínio industrial global, à medida que Pequim tenta transformar as firmas estatais do país em importantes atores em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.
Hoje Macau China / ÁsiaSegurança | Ex-vice-ministro condenado a prisão perpétua por corrupção Era um dos espiões mais poderosos da China. Agora não volta a pisar as ruas de Pequim. [dropcap]O[/dropcap] ex-vice-ministro da Segurança da China Ma Jian foi ontem condenado a prisão perpétua por corrupção e uso de informação privilegiada, parte da mais ampla campanha anticorrupção da história da República Popular. O Tribunal Popular Intermédio de Dalian, no nordeste do país, condenou ainda Ma a pagar mais de 50 milhões de yuans em multas. Ma Jian admitiu ser culpado e decidiu não recorrer da sentença, detalhou a agência noticiosa oficial Xinhua. A Comissão Central de Disciplina e Inspecção do Partido Comunista Chinês anunciou, em Janeiro de 2015, que Ma tinha sido colocado sob investigação. No mês seguinte, o ex-vice-ministro da Segurança Pública foi destituído como membro da Conferência Consultiva Política, uma espécie de senado sem poderes legislativos. Ma, que trabalhou na agência de espionagem da China durante mais de 30 anos e ocupava o cargo de vice-ministro desde 2006, terá usado a sua influência em benefício do empresário Guo Wengui, um dos homens mais ricos da China, que fugiu da China e vive agora num apartamento de 68 milhões de dólares, em Nova Iorque. Guo afirma ter várias informações comprometedoras para a liderança chinesa, incluindo sobre o vice-presidente, Wang Qishan. Após ascender ao poder, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou uma campanha anticorrupção, hoje considerada a mais persistente e ampla na história da China comunista, e que resultou já na punição de um milhão e meio de membros do partido. Os alvos incluíram funcionários menores, a que Xi se refere como “moscas”, mas também centenas de “tigres” – altos quadros do partido, com a categoria de vice-ministro ou superior. Os dois casos mais mediáticos envolveram a prisão do antigo chefe da Segurança Zhou Yongkang e do ex-diretor do Comité Central do PCC e adjunto do antigo presidente Hu Jintao, Ling Jihua. Além de combater a corrupção, a campanha tem tido como propósito reforçar o “controlo ideológico” e afastar rivais políticos, com as acusações a altos quadros do regime a incluírem frequentemente “excesso de ambição política” ou “conspiração”.
Hoje Macau SociedadeMais de 600 mil turistas em apenas cinco dias [dropcap]M[/dropcap]ais de 600 mil turistas visitaram Macau em apenas cinco dias este Natal, um aumento de 15,23% em relação ao mesmo período do ano passado, informaram hoje as autoridades. O número total de turistas entre 22 e 26 de Dezembro foi de 607.524, com as autoridades a registarem a maioria das entradas nas Portas do Cerco, no norte da península de Macau, na fronteira terrestre com a China continental. Já na ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, inaugurada no final de Outubro, processaram-se 126 mil entradas. A 21 de dezembro, as autoridades do território anunciaram que mais de 32 milhões de pessoas visitaram Macau nos primeiros 11 meses do ano, um aumento de 9,1% em relação ao período homólogo de 2017. De acordo com a Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC), o número de turistas (16.751.684) e de excursionistas (15.482.154) cresceu 7,2% e 11,1%, respectivamente, totalizando 32.233.838 visitantes em Macau de Janeiro a Novembro de 2018. Por visitante entende-se qualquer pessoa que tenha viajado para Macau por um período inferior a um ano, um termo que se divide em turista (que passa pelo menos uma noite) e excursionista (que não pernoita). Segundo a DSEC, a maioria dos visitantes é proveniente do interior da China (22.811.627), tendo-se registado uma subida de 13,3% face a igual período do ano passado. Só em Novembro foram contabilizados 3.266.283 visitantes, o que representou um aumento de 15,3% em termos anuais e um acréscimo de 3,6% em relação a Outubro. A DSEC justificou este acréscimo com a entrada em funcionamento da mega ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, através da qual 436.660 visitantes entraram na região administrativa especial chinesa de Macau. Em 2017, chegaram ao território 32,61 milhões de visitantes, mais 5,4% do que em 2016.
Hoje Macau PolíticaIPM assina acordo com Associação de Empresários Lusófonos [dropcap]O[/dropcap] Instituto Politécnico de Macau (IPM) assinou um acordo de cooperação com a Associação Comercial Internacional de Empresários Lusófonos (ACMIL) para reforçar o papel do território enquanto plataforma económica e comercial sino-lusófona, indicou ontem o IPM em comunicado. O protocolo pretende apoiar a concretização da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e o projecto da Grande Baía, realça o IPM, dando conta de que, no futuro, vão organizar conjuntamente “projectos de formação multidisciplinares, relacionados com línguas, cultura, arte, comércio”, bem como “actividades práticas e de investigação de curto prazo, com vista a aprofundar o conhecimento dos mercados dos países de língua portuguesa por parte dos alunos”. “O IPM tem envidado continuamente esforços na formação de talentos bilingues chinês-português” e desenvolvido projectos “para aperfeiçoar a qualidade pedagógica e do ensino a um nível multifacetado”, lembrou o presidente do IPM, Im Sio Kei, na cerimónia de assinatura do protocolo, destacando, por outro lado, que a ACMIL tem promovido, ao longo dos anos, “de forma incansável, as trocas comerciais entre os mercados da China e dos países de língua portuguesa, figurando como um membro impreterível”. Já o presidente da comissão executiva da ACMIL, Eduardo Ambrósio, prometeu “que, em 2019, além de continuar a apoiar as PME que estão a desenvolver a sua actividade nos mercados dos países de língua portuguesa”, a associação também irá incentivar a aposta “no palco internacional para criarem novas oportunidades de negócio”, acreditando que “esta relação de cooperação com o IPM trará inúmeros benefícios”.
Hoje Macau SociedadeMeteorologia | Frio até ao final da próxima semana [dropcap]A[/dropcap]temperatura vai descer acentuadamente a partir de hoje à noite, devido à chegada de uma monção forte de inverno à costa meridional da China, devendo o frio manter-se até ao final da próxima semana, segundo as previsões dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG). Na véspera e no dia do Ano Novo, por causa da influência de uma massa de ar frio, trazida por esta monção, os SMG antecipam que a temperatura mínima ronde os 8 graus celsius. O céu estará geralmente muito nublado, acompanhado de chuva e o vento vai soprar do quadrante norte, antecipando-se que seja relativamente forte. Os SMG aconselham a população a prestar atenção à variação do tempo e a manter-se agasalhada.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim | Explosão em universidade faz três mortos [dropcap]U[/dropcap]ma explosão ocorrida ontem num laboratório da Universidade de Jiaotong, no norte de Pequim, matou três estudantes, avançaram os bombeiros da capital chinesa. A explosão ocorreu por volta das 9h30, no campus leste da Universidade, segundo detalhou à agência Lusa o português Marcos Mendes, que dá aulas naquela universidade. A área junto ao local da explosão encontra-se encerrada, mas o fogo foi rapidamente contido, disse a mesma fonte. O incidente ocorreu quando os estudantes do departamento de Engenharia Ambiental realizavam experiências para o tratamento de águas residuais, segundo um comunicado dos bombeiros. Oito equipas de combate ao incêndio e 30 veículos foram destacados para combater as chamas. Fotos difundidas nas redes sociais mostram um denso fumo negro e labaredas que cobrem todo o edifício.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Lei proíbe transferência forçada de tecnologia [dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas apresentaram um projecto de lei sobre investimento estrangeiro que proíbe a transferência forçada de tecnologias. A sessão bimestral do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China, vai revisar esta semana o projecto de lei. O texto indica que a “China vai continuar a desenvolver e a melhorar as suas políticas de liberalização e facilitação do investimento estrangeiro”, visando “criar um ambiente estável, transparente e previsível”, avançou a agência noticiosa oficial Xinhua. O projecto estipula que “todas as partes envolvidas no investimento devem decidir, através de negociações, as condições de cooperação tecnológica, no caso do investimento estrangeiro”, e que “nem os departamentos do governo, nem os funcionários, podem utilizar meios administrativos para forçar transferências de tecnologia”. “A propriedade intelectual das empresas estrangeiras estará protegida” e “os lucros obtidos pelas firmas na China podem ser livremente transferidos para fora do país”, estipula o texto.
Hoje Macau China / ÁsiaPermitidas licenças para novos jogos de vídeo ao fim de nove meses [dropcap]A[/dropcap] China levantou esta semana a suspensão na atribuição de licenças para novos de jogos de vídeo, ao fim de nove meses, impulsionando as empresas do sector por altura do Natal e do Ano Novo. “Acabámos de rever um primeiro lote de jogos de vídeo e vamos acelerar a distribuição das licenças”, afirmou esta semana Feng Shixin, vice-director da Administração Estatal de Imprensa e Publicação (SAPP, na sigla em Inglês). “Existe ainda uma enorme quantidade de jogos de vídeo para analisar. Por isso o processo levará algum tempo. Vamos continuar a trabalhar no duro, e espero que sejam pacientes”, acrescentou, citado pela imprensa estatal. A China é o maior mercado de jogos de vídeo do mundo, com cerca de 620 milhões de jogadores. O mercado interno é quase exclusivamente alimentado por empresas domésticas, face às dificuldades das empresas estrangeiras em se adaptarem aos regulamentos. Todas as empresas devem apresentar os jogos aos reguladores antes da comercialização. O processo de revisão pode levar até dez meses. Por vezes, os jogos acabam por ser retirados do mercado pouco após a publicação: o jogo “Monster Hunter: World” foi proibido cinco dias após o seu lançamento. As licenças estavam suspensas desde que, em Abril passado, o departamento de Propaganda do Partido Comunista Chinês alargou as suas funções, após a extinção da Administração Estatal de Imprensa, Publicação, Rádio, Cinema e Televisão. As autoridades justificaram a decisão de suspender a emissão de novos jogos com a necessidade de combater a miopia entre as crianças e o vício de jogos ‘online’. As empresas foram também forçadas a adoptar sistemas mais restritos de confirmação da identidade dos jogadores. Em resultado, as empresas tecnológicas do país perderam um terço do seu valor, em 2018, nas principais praças financeiras do país. Segundo o portal noticioso Caixin, pelo menos dez empresas chinesas de jogos perderam 20% das suas receitas, no primeiro semestre de 2018, enquanto a quebra de receitas em outras cinco empresas supera os 50%. O sector registou assim o ritmo de crescimento mais lento da última década, de 5%, face ao ano anterior. Previsões apontam uma receita anual de 214.000 milhões de yuan. É a primeira vez desde 2009 que o crescimento da indústria na China não alcança os dois dígitos.
Hoje Macau China / ÁsiaHuawei exportou 200 milhões de telemóveis em 2018 [dropcap]A[/dropcap] gigante chinesa das telecomunicações Huawei exportou, em 2018, mais de 200 milhões de telemóveis para todo o mundo, um novo recorde para a empresa, informou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua. Segundo a fonte, a Huawei superou a norte-americana Apple, em vendas, no terceiro e quarto trimestre deste ano, convertendo-se no segundo maior vendedor de ‘smartphones’, logo a seguir à sul-coreana Samsung. Em 2010, as exportações anuais da Huawei, que tem sede em Shenzhen, sul da China, fixaram-se em três milhões de telemóveis, compara a firma de análise de mercado IDC, que é citada pela Xinhua. Hoje, a empresa é o maior fabricante global de equipamentos de rede e está na vanguarda no desenvolvimento de redes de quinta geração (5G). A Huawei tem, no entanto, estado sob crescente escrutínio em alguns países ocidentais, devido às suas alegadas ligações ao Partido Comunista Chinês (PCC). Fundada em 1987, por um ex-engenheiro das forças armadas chinesas, a Huawei rejeita as acusações de que é controlada pelo PCC, ou que desenvolve equipamentos que facilitam a espionagem chinesa. Mas funcionários estrangeiros citaram uma lei da China que requer às empresas a cooperação com os serviços secretos. A emergência das redes 5G acrescentou receios, à medida que os governos passaram a olhar para as redes de telecomunicações como activos estratégicos para a segurança nacional. Esta tecnologia destina-se a expandir as redes de telecomunicações para conectarem carros autónomos, fábricas automatizadas, equipamento médico e centrais eléctricas. No início deste mês, a directora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, foi detida no Canadá, a pedido dos Estados Unidos, por suspeita de ter mentido sobre uma filial da empresa, para poder aceder ao mercado iraniano, violando sanções norte-americanas.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia | Marijuana legalizada para fins medicinais [dropcap]O[/dropcap] parlamento da Tailândia aprovou hoje a legalização do uso de marijuana com fins medicinais e de investigação. A medida faz com que se torne no primeiro país do sudeste asiático a unir-se ao Canadá, Austrália, México, Brasil e alguns estados dos Estados Unidos da América. A alteração apresentada pelo Governo à lei de estupefacientes de 1979 foi aprovada com 166 votos a favor e 13 abstenções dos deputados da assembleia escolhida pela junta militar no poder desde o golpe de Estado de 2014. A modificação contempla também a legalização com fins medicinais do kratom, uma árvore do sudeste asiático cujas folhas se usam como estimulante, analgésico ou narcótico. A Assembleia Nacional aprovou também aumentar de 17 para 25 o número de elementos do comité de controlo de narcóticos que se encarrega de aprovar a produção, importação, exportação e posse de canábis e de kratom. Segundo a reforma, a posse das duas substâncias será legal em quantidades necessárias para tratamentos juntamente com uma prescrição ou certificado emitidos por médicos, dentistas ou especialistas de medicina tradicional e indígena. A câmara remeteu ao executivo o diploma, que entrará em vigor quando for publicado no boletim do Governo. A Tailândia ilegalizou a marijuana em 1935 e até agora castigava-se com até cinco anos de prisão a posse ou transporte de até 10 quilos, enquanto para quantidades superiores as penas ascendiam a 15 anos de prisão. O sudeste da Ásia conta com algumas das legislações mais duras contra as drogas, que no caso de Singapura, Indonésia ou Malásia preveem a pena de morte para os traficantes de estupefacientes, incluindo a marijuana.
Hoje Macau China / ÁsiaPolícia impede acesso a tribunal onde julgam activista dos Direitos Humanos [dropcap]M[/dropcap]ais de vinte polícias à paisana cercaram ontem o tribunal no norte da China onde está a ser julgado um conhecido advogado dos Direitos Humanos, afastando jornalistas, diplomatas estrangeiros ou apoiantes. Wang Quanzhang é um de mais de 200 advogados e activistas que foram detidos, em 2015, parte de uma campanha repressiva lançada pelo Governo chinês contra defensores dos direitos humanos no país. Wang foi acusado, em 2016, de “subversão contra o poder do Estado”, uma acusação muito grave na China e cuja pena máxima é prisão perpétua. Está detido, há mais de três anos, sem acesso a familiares ou advogados. A sociedade de advogados à qual pertence, a Fengrui, esteve envolvida em vários casos politicamente sensíveis e representou críticos do Partido Comunista. Wang representou membros do culto religioso Falun Gong, que o PCC considera um culto maligno, e que baniu do país, em 1999. Líderes do culto de prática espiritual foram condenados a longas penas de prisão e vários seguidores detidos, por alegadamente constituírem uma ameaça. Citada pela agência Associated Press, a esposa do advogado, Li Wenzu, afirmou, na terça-feira, que agentes do ministério chinês de Segurança do Estado impediram-na de se deslocar a Tianjin, cidade portuária onde decorre o julgamento. Os julgamentos de activistas na China decorrem muitas vezes durante o período de natal, quando muitos diplomatas ocidentais e jornalistas se encontram de férias. Li e Wang Qiaoling, esposa de outro advogado de defesa dos Direitos Humanos que foi detido, descreveram na rede social Twitter o seu encontro com membros da Segurança do Estado. Um dos funcionários ofereceu-se para as levar até Tianjin, mas acrescentou que o julgamento não é publico e que estas não poderiam assistir. Li e Wang afirmaram terem rejeitado a proposta e tentado sair do complexo, mas que todas as seis saídas tinham polícias à porta. Li tem feito uma campanha pela libertação do marido. No início deste mês, ela e as mulheres de outros detidos rasparam o cabelo, num ato de protesto. Em chinês, as palavras “cabelo” e “lei” são quase homófonas. “Podemos não ter cabelo, mas temos lei”, afirmaram. Diplomatas das embaixadas dos Estados Unidos, Suíça, Reino Unido ou Alemanha esperaram nas imediações do tribunal, em Tianjin. Os diplomatas afirmaram que o acesso ao julgamento lhes foi negado. Um apoiante gritou palavras de apoio a Wang Quanzhang, antes de ser enfiado dentro de um carro por polícias à paisana. “Um académico debilitado, e vocês tratam-no assim”, afirmou Yang Chunlin, citado pela AP. “Wang Quanzhang é a pessoa mais fantástica na China”, gritou. “Exijo reformas políticas, direitos civis. Eleições no Partido e respeito pelos direitos humanos”, disse, antes de ser levado pela polícia.
Hoje Macau China / ÁsiaReformas de Xi Jinping acabam com festividades natalícias [dropcap]P[/dropcap] elo menos quatro cidades e um condado na China restringiram este ano as celebrações de Natal, testemunhando a supressão religiosa levada a cabo pelo líder chinês, Xi Jinping, disseram locais e especialistas à agência de notícias Associated Press. “A reacção local contínua contra o Natal é parte do sentimento mais amplo desde que Xi [Jinping] tomou poder”, frisou o académico de Singapura Zi Yang, especialista em Estudos Chineses. Desde que tomou posse, em 2013, o líder chinês tem tentado ampliar a lealdade ao Partido Comunista e reduzir a importância da religião na vida dos chineses. “Portanto, elementos culturais estrangeiros, como o Natal, estão em risco de desaparecer”, apontou o académico. Na cidade de Nanyang, a oeste de Xangai, por exemplo, levou menos de 24 horas para que todas as árvores de Natal, luzes e sinos desaparecessem de um complexo de lojas e escritórios de 27 andares. Mais a sul, em Hengyang, na província de Hunan, uma mensagem divulgada numa conta oficial do Governo, nas redes sociais, advertia a população sobre os enfeites de Natal que “bloqueiam as estradas”, ameaçando com punições. Já no distrito de Panlong de Kunming, capital da província de Yunnan, no sul da China, a polícia fez circular um aviso de que hotéis, salas de ‘karaoke’, cafés e bares deviam proibir decorações e actividades relacionadas com o Natal. “É proibido pendurar meias de Natal, usar chapéus de Natal, colocar árvores de Natal, e assim por diante”, lê-se no aviso. Não ficou claro se o aviso se aplicava a toda a cidade de Kunming, embora um polícia tenha dito à agência de notícias Associated Press que a ordem para divulgar o aviso veio das autoridades. Restrições que se seguem, na verdade, a surtos semelhantes de uma retórica anti-Natal, entre 2014 e 2017. Este ‘cerco’ ao Natal é um exemplo de como os esforços para “normalizar” o pensamento sangram na vida quotidiana de muitos chineses. A pressão ficou patente este ano com os campos de reeducação para muçulmanos uigures e na repressão às igrejas cristãs.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong recusa visto a músico e deputado pró-independência de Taiwan [dropcap]H[/dropcap] ong Kong recusou o visto de trabalho a um músico e deputado pró-independência de Taiwan, convidado a actuar num festival de música no território, alegando falta de “competências e conhecimento” para trabalhar na região. De acordo com o jornal South China Morning Post, Freddy Lim Tshiong-tso devia ter actuado com a sua banda de ‘heavy metal’ no festival “On the Pulse of Music”, no domingo, mas as autoridades de imigração rejeitaram o visto do também deputado a favor da independência da ilha. “De acordo com a política existente, uma pessoa que pretenda candidatar-se a um emprego [em Hong Kong] deve, entre outras coisas, possuir uma competência, conhecimentos ou experiência especiais de valor” para a região, justificaram as autoridades, segundo uma carta divulgada na rede social Facebook. O cantor e activista brincou na resposta, afirmando que os estrangeiros devem praticar invisibilidade e outros “super poderes” antes de solicitarem um visto de trabalho para Hong Kong. Em Outubro, a região administrativa especial chinesa foi alvo de críticas internacionais por ter recusado renovar o visto de trabalho de um jornalista do Financial Times, mas defendeu-se categoricamente. “Nenhum país estrangeiro tem o direito de interferir nas decisões tomadas pelo Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong sobre questões de vistos”, afirmaram as autoridades, citadas pela agência de notícias estatal Xinhua.
Hoje Macau SociedadeSegurança alimentar | Surto de peste suína reduz abastecimento para Macau [dropcap]Q[/dropcap]uase 20 explorações de suínos do interior da China suspenderam o abastecimento para Hong Kong e Macau, à medida que continua a alastrar-se o surto de peste suína africana, classificado de “muito grave” pelo Governo. Desde agosto, foram já registados pelo menos 92 surtos em 23 províncias ou regiões, que levaram já ao abate de 630 mil porcos, indicou a agência estatal China News Service, citada ontem pelo jornal South China Morning Post. A doença afecta porcos e javalis, mas não é transmissível aos seres humanos. No entanto, coloca em risco o mercado chinês, que produz anualmente 700 milhões de porcos. Na terça-feira, dia de Natal, a Administração Geral das Alfândegas revelou que 18 das 154 explorações agrícolas da China que fornecem suínos a Hong Kong e Macau deixaram de enviar estes animais através da fronteira, segundo o South China Morning Post. Na província vizinha de Guangdong, quatro das 17 explorações de suínos já suspenderam o fornecimento para ambos os territórios. As autoridades locais estão a intensificar as medidas preventivas, proibindo, por exemplo, os agricultores de alimentar os porcos com restos de origem animal e melhorando a higiene nas produções agrícolas. A carne de porco é parte essencial da cozinha chinesa, compondo 60 por cento do total do consumo de proteína animal no país.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA acusaram dois chineses de roubo de dados de empresas norte-americanas [dropcap]O[/dropcap] Departamento de Justiça dos EUA acusou hoje dois cidadãos chineses de roubo de dados de empresas norte-americanas, ao serviço do governo de Pequim. Os procuradores do Departamento de Justiça apresentaram hoje um processo contra Zhu Hua e Zhang Shillong acusando-os de terem pirateado dados de empresas dos EUA, ao serviço de agências de inteligência da China. Nos últimos meses, os EUA têm acentuado as acusações, junto de organizações internacionais, de que o governo chinês tem promovido acções de roubo de dados e de violação de patentes. Documentos judiciais apresentados no tribunal federal de Manhattan, Nova Iorque, alegam que os ‘hackers’ conseguiram violar os computadores de mais de 45 entidades em 12 estados. As vítimas dos ‘hackers’ foram empresas de vários ramos, da aviação e do espaço à tecnologia farmacêutica. Os procuradores alegam que os piratas informáticos conseguiram roubar “centenas de gigabytes” de dados, a partir dos computadores das empresas. Documentos judiciais dizem que os ‘hackers’ invadiram servidores informáticos para obter acesso às redes de empresas, a fim de roubar propriedade intelectual e dados de negócios. A acusação foi hoje anunciada pelo pelo vice-procurador-geral dos EUA, Rod Rosenstein, pelo director do FBI, Chris Wray, e por Geoffrey Berman, advogado representante do governo dos Estados Unidos em Manhattan. Na semana passada, autoridades do Departamento de Justiça, do FBI e do Departamento de Segurança Interna declararam ao Comité Judiciário do Senado que a China tem repetidamente financiado acções de roubo de segredos comerciais e propriedade intelectual de empresas americanas para prejudicar a economia dos EUA e promover seu próprio desenvolvimento. Essa mesma acusação foi esta semana apresentada pelo governo dos EUA junto da Organização Mundial do Comércio, numa reunião em Genebra. Os esforços de espionagem chinesa tornaram-se “a ameaça de contra espionagem mais grave que nosso país enfrenta hoje”, disse Bill Priestap, director assistente da divisão de contra inteligência do FBI, no Senado. Nos últimos meses, o Departamento de Justiça tem avançado com acusações contra vários elementos de serviços de informação e ‘hackers’ chineses.
Hoje Macau EventosFreixo de Espada à Cinta, em Portugal, dedica museu aos missionários [dropcap]O[/dropcap] município de Freixo de Espada à Cinta vai criar um museu dedicado aos missionários transmontanos, a instalar no convento de São Francisco de Néri, anunciou a presidente da Câmara local. “Já se está a fazer a recolha dos materiais expositivos. Enviámos cartas para várias pessoas a solicitar que se tiverem em sua posse objectos que tenham vindo para Portugal através dos missionários que os cedam para serem expostos no futuro museu, e as respostas têm sido muito positivas”, avançou Maria do Céu Quintas. Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, segundo os investigadores, foi terra de muitos missionários que percorreram vários países orientais e não só “com a missão de evangelizar”. “Não queremos que o museu seja nada demais, apenas aquilo que retrate o que os missionários trouxeram por onde passaram. Já temos bastantes indicações de pessoas que têm em sua posse vários itens, tais como imagens e outros objectos para serem expostos no museu”, salientou a autarca. Maria do Céu Quintas frisou que esta é uma ideia que vem de há alguns anos e o projecto está agora a andar. “Já houve várias tentativas para avançar com o museu dedicado aos missionários, mas não passaram de intenções. Agora estou certa que o equipamento vai avançar, até porque já dialogámos com a diocese e com a comissão fabriqueira, responsáveis pelo Convento”, indicou a autarca social-democrata. Países como a China, Macau, Japão são alguns dos destinos dos missionários que ao longo dos séculos partiram de Freixo de Espada à Cinta em direcção ao Oriente. “Não vamos fazer um investimento de grande monta financeira, mas estou certa que o equipamento terá uma importância relevante sociocultural no território”, enfatizou a responsável. O convento de São Francisco de Néri, de acordo com dados históricos fornecidos pela autarquia, pertencia à Congregação do Oratório e foi fundado em 1673. Da herança cultural com o Oriente feita através dos missionários ficou o trabalho da seda, que ainda hoje mantém a vila de Freixo de Espada à Cinta nos roteiros internacionais dedicados a esta matéria-prima e aos seus produtos. Antes de 1999, o historiador de Macau Monsenhor Manuel Teixeira mudou-se para a sua terra natal, precisamente Freixo de Espada à Cinta, levando consigo o seu arquivo pessoal, considerado de valor inestimável.