Estacionamento ilegal | Três jovens acabam presos

[dropcap]T[/dropcap]rês jovens foram detidos e acusados pelas autoridades da prática do crime de furto pelo facto de terem retirado um bloqueador de um veículo que estava estacionado no parque de estacionamento de um hotel do Cotai há dois meses.

De acordo com o jornal Ou Mun, um dos jovens, que é proprietário do automóvel, está também acusado do crime de burla, tendo recusado pagar o montante de 40 mil patacas relativo aos dois meses de estacionamento.

O dono do carro, que já foi presente ao Ministério Público, disse que estacionou o veículo no local porque um amigo lhe disse que o serviço era gratuito. Dois meses depois descobriu que tinha uma dívida de 40 mil patacas, tendo ido com os outros dois detidos, na quinta-feira da semana passada, retirar o bloqueador do carro.

18 Jan 2019

TSI | Pedro Chiang perde recurso

[dropcap]O[/dropcap] Tribunal de Segunda Instância (TSI) negou ontem provimento a um recurso interposto por Pedro Chiang contra um despacho proferido por uma juíza do Tribunal Judicial de Base.

Em causa estará uma questão jurídica relacionada com a prescrição de um dos processos em que esteve envolvido. O empresário foi condenado à revelia nomeadamente por subornar o ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas Ao Man Long.

18 Jan 2019

Património | Recolhidas 200 opiniões sobre classificação de nove bens imóveis

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) recebeu aproximadamente 200 opiniões sobre a classificação do segundo grupo de bens imóveis desde a entrada em vigor da Lei da Salvaguarda do Património Cultural, durante a consulta pública, que terminou no passado dia 5, ao fim de dois meses.

Em comunicado, divulgado ontem, o Instituto Cultural (IC) indicou que a maioria dos que participaram nas três sessões de consulta pública manifestou apoio à classificação do conjunto, sem especificar quantos.

Em causa, figuram nove bens imóveis. A saber: o Posto do Guarda-Nocturno (Patane), o Templo de Sin Fong, as Ruínas do Colégio de S. Paulo (Antigo Muro, troço na Rua de D. Belchior Carneiro, n.º 35), o Edifício na Calçada do Gaio, n.º 6, o Edifício na Estrada da Vitória, n.º 30, as Casas Moosa, o Cemitério de S. Miguel Arcanjo, o Antigo Mercado do Tarrafeiro e a Feira do Carmo (Antigo Mercado Municipal da Taipa).

O IC tem agora um máximo de 180 dias para apresentar o relatório final relativamente às opiniões recolhidas.

18 Jan 2019

Oito projectos culturais vão receber financiamento do IC

[dropcap]O[/dropcap]ito de 16 projectos foram escolhidos no âmbito do programa de subsídios à arte da comunidade 2019, anunciou ontem o Instituto Cultural.

“Minha História na Jornada” (Comuna de Pedra), “Borboleta Colorida Espalhando Asa – Projecto de Coesão Comunitária de Teatro Uma Pessoa Uma História” (Zero Distance Cooperative), “Luzes Cintilantes e Flores Resplandecentes – Projecto de Arte Comunitária” (Dream Theater Association) figuram entre os seleccionados.

O projecto “Mapa da Comunidade de Coloane e Visita guiada dos Moradores” (Rolling Puppet Alternative Theatre), “Diário da Comunidade do Porto Interior 2019” (Arts Empowering Lab), “O Que Eu Posso Fazer?” (Godot Art Association), “Sobre Nós” (Four Dimension Spatial) e “Exposição Temporária – Plano de Consolidação Comunitária da Rua dos Ervanários” (Own Theatre) completam a lista de projectos seleccionados para receber financiamento do IC.

O programa, lançado pela primeira vez em 2013, tem como finalidade encorajar os grupos artísticos locais a entrarem nos bairros comunitários ou numa comunidade social particular instando os residentes a desenvolverem criações artísticas.

18 Jan 2019

Studio City | Fichas mortas nas salas VIP acabam em 2020

[dropcap]A[/dropcap] Melco International Development anunciou na passada terça-feira que o casino do Studio City em Macau vai terminar com o funcionamento das fichas mortas nas salas VIP do seu casino, de acordo com o Jornal Ou Mun.

Estas fichas não podem ser trocadas por dinheiro vivo. A medida entra em vigor a 15 de Janeiro de 2020.

18 Jan 2019

Taiwan | Nova feira de arte internacional inaugurada hoje em Taipei

[dropcap]C[/dropcap]hama-se Taipei Dangdai e é a primeira edição da nova feira de arte internacional que acontece no centro de exposições Taipei Nangang. O evento foi hoje inaugurado e prolonga-se até domingo, sendo que o público poderá não só visitar obras de arte oriundas de galerias de todo o mundo como participar em palestras sobre a indústria.

Citado por um comunicado, o director da feira de arte, Magnus Renfrew, garantiu que a inspiração da sua equipa passa por “trazer novos coleccionadores para o mercado com a nossa estrutura única de sectores, oferecendo qualidade em todos os preços”.

“A arte tem tudo a ver com ideias que são comuns para todos nós, e a Taipei Dangdai aspira a ser um ponto de encontro para a troca dessas ideias, providenciando um contexto em que a arte é desembrulhada para uma audiência mais vasta e em que se reduz o fator intimidatório”, acrescentou.

Amanhã o programa é marcado pela exploração do tema “Passado”, sendo feita uma retrospectiva do trabalho de artistas como Richard Lin e Li Yuan-Chia, considerada “uma das mais importantes artistas chinesas do século XX”. Sábado será dia de olhar para o “Presente”, onde o foco será as práticas de curadoria contemporâneas e os artistas emergentes. O domingo, último dia da feira, será dedicado aos principais museus e instituições de arte da Ásia do século XX.

17 Jan 2019

Ano novo chinês | Estimado aumento do preço da carne de porco

[dropcap]A[/dropcap] Sociedade do Mercado Abastecedor de Macau Nam Yue e a Nam Kwong União Comercial e Industrial consideram que o fornecimento de porcos vivos a Macau deverá manter-se estável, uma vez que as quatro pecuniárias de Guangdong, que são as grandes fornecedoras do território, vão voltar a funcionar.

Ainda assim, as duas empresas defendem que os preços da venda de porcos vivos deverão aumentar por altura do ano novo chinês, dados os receios da ameaça da peste suína africana, custos de transporte e questões relacionadas com a oferta e procura.

De acordo com o jornal Ou Mun, os representantes de ambas as empresas apresentaram esta terça-feira a situação de fornecimento de alimentos frescos e vivos em Macau no ano passado. Actualmente mais de uma centena de bancas nos mercados vendem carne de porco, bem como 29 supermercados. No ano passado foram vendidos mais de 113 mil porcos vivos, um número que representou um aumento de 3,6 por cento face a igual período de 2017.

A Nam Yue e a Nam Kwong prometem pôr em prática o mecanismo de fixação de preços no mercado e reforçar a comunicação com as diferentes partes, para que não haja uma grande flutuação do preço dos alimentos.

Sobre o novo mercado abastecedor, a Nam Yue disse que tem funcionado bem no último ano, sendo que as bancas dos quarto e sexto andares foram todas arrendadas, além de que o número de comerciantes de venda de vegetais aumentaram de 30 para 36. Houve ainda desistências e uma situação em que o comerciante não pagou a renda. Actualmente permanecem mais de 20 comerciantes em lista de espera, que vendem vegetais e ovos.

17 Jan 2019

Joana Vasconcelos em Paris para abrir arte contemporânea a novos públicos

[dropcap]A[/dropcap] exposição “Branco Luz”, de Joana Vasconcelos, é inaugurada hoje, em Paris, e a artista portuguesa considera que expor em sítios menos tradicionais abre “os públicos para o meio artístico”, aumentando “a intervenção da arte na sociedade”.

“A estrutura estabelecida diz que o artista deve expor numa galeria ou num museu. Obviamente aqui [nos armazéns Bon Marché] estamos a transgredir a tradição. Mas em vez de fechar o meio artístico, estes locais abrem os públicos para o meio artístico. A arte contemporânea, quanto mais vista, mais influência tem e mais altera as formas de pensar. Ora, vir a estes locais mais inusitados para a arte contemporânea é ampliar a sua intervenção na sociedade”, disse a artista portuguesa em entrevista à Lusa na capital francesa.

A exposição de Joana Vasconcelos no Bon Marché é inaugurada oficialmente na quinta-feira e fica patente até dia 17 de Fevereiro, englobando uma das suas Valquírias com 30 metros que abrange a escadaria principal e os três andares deste armazém parisiense, assim como as suas montras que dão para algumas das ruas mais prestigiadas da margem esquerda do Sena.

A valquíria, figura recorrente na obra da artista portuguesa, tem desta vez o nome de Simone, inspirada tanto na política e activista Simone Veil como na escritora e filósofa Simone de Beauvoir, mulheres que Joana Vasconcelos considera como “grandes personagens francesas”.

“É a ideia que há mulheres que marcam a sua cultura e a transformam, trazendo uma nova perspectiva para a cultura onde se inserem. A ideia de transformação é o que me interessa, mulheres que no seu tempo transformaram através da sua perspectiva. É uma projecção da minha parte, era o que eu gostava de fazer no meu tempo”, explicou a artista.

Desta vez, é uma valquíria inteiramente branca – inserida no tradicional mês do branco do Bon Marché que nos últimos quatro anos tem chamado alguns dos artistas mais prestigiados da arte contemporânea para expor no seu espaço – intercalando tricot, crochet e LED que envolve o percurso dos clientes desta loja francesa.

“Há uma interacção de técnicas entre o ‘craft’ e as tecnologias, nós misturamos duas coisas que no mundo existem separadamente. Nós construímos coisas grandes com uma técnica que usa as mãos”, descreveu Joana Vasconcelos, revelando que este projecto demorou cerca de dois anos a ser concluído, teve o contributo de mais de 60 pessoas e que vieram cerca de dez pessoas do seu ateliê para a montagem na capital francesa – que está a decorrer desde o início do ano.

Para Vasconcelos, é um regresso às suas origens. Nascida em Paris, onde viveu até aos quatro anos, e educada em Portugal, a artista admite que esta seria a segunda cidade, depois de Lisboa, onde poderia viver devido à relação que mantém a capital francesa a diversos níveis.

“A minha relação com Paris é bastante íntima, pessoal e, ao mesmo tempo, profissional. Eu nasci aqui há 47 anos e todo este tempo depois estou a colocar aqui duas peças: uma que é o ‘Coração de Paris’, na Porta de Clignancourt, onde eu nasci e onde o meu coração começou a bater, e estou a vir ao Bon Marché, que é um local iconográfico da história francesa onde integro aqui uma dimensão do luxo, do social”, disse a artista portuguesa.

O projecto do “Coração de Paris” foi escolhido pelos habitantes do 18.º bairro e pela Câmara Municipal, tendo inauguração prevista entre o fim de Janeiro e o início de Fevereiro. A artista não esquece as dificuldades passadas pelos pais na transição entre Portugal e França e considera “um privilégio” ter nascido e crescido em democracia.

“Eu sou a primeira fornada a ser educada desde a primeira classe em democracia em Portugal e isso significa um privilégio grande e agora, com a minha idade, quem deu valor a essa democracia e ao país que temos, está em locais de destaque naquilo que faz. É na minha geração que se recoloca o país no mapa. Assim como os portugueses da diáspora também têm lugares importantes e olham para Portugal de outra maneira. É fruto dessa democracia”, resumiu a artista.

Joana Vasconcelos inaugura, no dia 14 de Fevereiro, uma exposição em Serralves, no Porto, e nos meses seguintes vai ainda expor em Colónia, na Alemanha, Edimburgo, na Escócia, Roterdão, na Holanda e Madrid, em Espanha.

17 Jan 2019

Arquivo Histórico Ultramarino, em Lisboa, faz exposição que é grande montra do seu trabalho

[dropcap]A[/dropcap] exposição sobre obras públicas em Angola e Moçambique, no período colonial, que é inaugurada hoje, em Lisboa, “é uma grande montra do trabalho que faz o Arquivo Histórico Ultramarino”, disse a directora desta entidade.

Ana Canas, directora do Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), falava à agência Lusa a propósito da exposição “Colonizando África: Relatórios das Obras Públicas em Angola e Moçambique (1875-1975)”, coordenada pela arquitecta Ana Vaz Milheiro, e que é inaugurada na quinta-feira.

“Desde a transição da tutela do AHU – do Instituto de Investigação Científica Tropical para a Direcção-Geral do Livro, Bibliotecas e Arquivos (DGLAB), em Agosto de 2015 -, o AHU faz esta primeira exposição que permite mostrar o tipo de documentação que tem, neste caso, sobretudo relacionada com as obras públicas nas antigas colónias portuguesas, incidindo em Angola e Moçambique”, disse Ana Canas.

A responsável referiu à Lusa que, no âmbito do projecto “Coast to Coast”, que estuda a paisagem colonial e pós-colonial nos domínios da arquitectura, infra-estruturas e cidades, “tem-se tratado [arquivisticamente] documentação relativa às obras públicas em todos os espaços que estiveram sob administração portuguesa, entre meados do século XIX e a década de 1930”.

Ana Canas afirmou que, a partir deste tratamento arquivístico, “os instrumentos de pesquisa vão ser disponibilizados através da base de dados arquivística da DGLAB-AHU”, referindo que o projecto foi financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), apresentado pelo ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa.

A directora sublinhou que a “boa relação” entre as diferentes instituições, no “sentido de se descrever e tratar [a documentação], permite não só dar acesso aos investigadores como ao público em geral”.

“Aproveitou-se esta parceria, em que participam investigadores muito ligados à área da arquitectura, que precisavam de aceder a documentação, que não estava ainda identificada e descrita, e que permite que documentação sobre infra-estruturas diversas, portos, caminhos-de-ferro, edifícios públicos, etc., passe a ficar disponibilizada para todos”, explicou Ana Canas.

A exposição, que vai estar patente até 18 de Abril, no Palácio da Ega, à Junqueira, é inaugurada quando, em Lisboa, se realiza o I Congresso Internacional da Paisagem Colonial e Pós-Colonial, que começou esta quarta-feira na Fundação Calouste Gulbenkian.

A mostra, salientou Ana Vaz Milheiro, a coordenadora, dá um grande enfoque à força de trabalho, “à mão de obra”, no sector das obras públicas, apresentando relatórios, mapas, gráficos e outros documentos, desde 1875, quando foi criada a Sociedade de Geografia de Lisboa, e até 1975, quando se assinalam as independências de das ex-províncias ultramarinas de Angola e Moçambique.

A arquitecta Ana Vaz Milheiro realçou o facto de as fotografias usadas na exposição “não serem de propaganda, mas as que eram usadas pelos técnicos” – a única excepção é uma fotografia da barragem das Mabubas, em Angola.

“A ideia [da exposição] é mostrar os diversos relatórios que foram produzidos [entre 1875 e 1975] pelos diversos serviços de obras públicas coloniais, e como mostram de que forma o território foi ocupado”, disse à Lusa Ana Vaz Milheiro.

A exposição faz parte de um projecto em que se mostra como o território colonial foi ocupado, do ponto de vista historiográfico. “E os nossos colegas de Angola e Moçambique fazem análises sobre este trabalho historiográfico, tentando compreender como as opções coloniais, em termos de infra-estruturação do território, se reflectem nos países, actualmente, nas opções estruturais de desenvolvimento desses Estados”, explicou Ana Milheiro.

A mostra começa de “uma forma muito visual, com imagens, de preparação do visitante para o núcleo final”, composta sobretudo por “relatórios, mapas, gráficos”.

As infra-estruturas analisadas dividem-se em três áreas: transportes (portos, ferrovias, estradas, pontes e aeroportos), assentamentos humanos, “dentro de lógicas de exploração das matérias-primas” (agrícolas e minerais), e, finalmente, a produção hidroeléctrica, “para tornar os territórios independentes do ponto de vista energético, e até, no caso de Cabora Bassa [actual Cahora Bassa, em Moçambique], numa lógica de exportação”.

Neste âmbito, explicou Ana Vaz Milheiro, “há muitos estudos que apontam para uma relação entre o que se fazia em Portugal e o que se fazia em África”.

Segundo a investigadora, muitos dos técnicos que trabalharam em África “trouxeram esse conhecimento e aplicaram-no no território português, mas também levavam os conhecimentos da engenharia, cá, e aplicavam-na nos territórios africanos”. “Havia uma grande simbiose e trocavam-se experiências”, enfatizou.

Quanto à mão de obra, “há uma população negra nos trabalhos mais duros sobre a supervisão de homens brancos, europeus, demonstrando uma segregação no trabalho”, afirmou.

“Havia trabalho compulsivo, forçado e, mais tarde, os próprios europeus, a não querem depender desse trabalho”, exigiram “a mecanização”. prosseguiu. Assim, “no final da década de 1950, vemos operários brancos a manusearem as máquinas”.

“Nas obras públicas em Angola e Moçambique não vemos nem mulheres nem crianças”, disse à Lusa Ana Milheiro.

17 Jan 2019

Ténis de mesa | Fu Yu e Marcos Freitas no quadro principal do Open da Hungria

[dropcap]M[/dropcap]arcos Freitas e Fu Yu são os portugueses qualificados para o quadro principal de singulares do Open da Hungria de ténis de mesa, prova que integra o circuito mundial e que está a decorrer em Budapeste.

Em femininos, Fu Yu (36.ª do ‘ranking’ mundial), vai jogar com a húngara Dora Madarasz (77.ª), enquanto que em masculinos Marcos Freitas (25.º) tem como adversário o chinês Bo Fang (n.º 134).

Fu Yu qualificou-se ontem para a ronda de 32, ao conquistar dois triunfos nas rondas preliminares: a olímpica portuguesa começou por vencer a brasileira Lin Gui por 4-1 e derrotou na terceira ronda a russa Yana Noskova, numa partida muito disputada, que teve o resultado final de 4-3.

Em singulares masculinos – e com Marcos Freitas já colocado no quadro principal -, Tiago Apolónia foi afastado na terceira ronda preliminar, ao ser derrotado por 4-1 pelo germânico Dang Qiu.

Jieni Shao foi eliminada na segunda ronda preliminar de femininos, pela chinesa Yuting Gu, com quem perdeu por 4-1.

Na vertente de pares masculinos, Diogo Carvalho e Diogo Chen foram derrotados pela dupla indiana Sharath Kamal Achanta/Sathiyan Gnanasekaran por 3-0.

Em pares mistos, Marcos Freitas e Fu Yu foram eliminados na segunda ronda pela dupla de Hong Kong formada por Kwan Kit Ho/Ho Ching Lee, com quem perderam por 3-0.

17 Jan 2019

Deputado cabo-verdiano critica qualidade de materiais chineses usados em furos

[dropcap]O[/dropcap] deputado cabo-verdiano Damião Medina, do MdP, partido no poder no país, afirmou ontem, no parlamento, que os materiais chineses usados para equipar furos no concelho do Porto Novo, ilha de São Antão, são de má qualidade.

“Furos foram equipados nas vésperas das campanhas eleitorais em Porto Novo, foram mal dimensionados, material de má qualidade, atrevemos até dizer material chinês, que hoje estamos a resolver. Essas são as intervenções que vocês fizeram durante esses 15 anos”, disse o deputado do Movimento para a Democracia (MpD), eleito pelo círculo eleitoral da ilha de Santo Antão.

O deputado fazia referência às obras realizadas pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), agora na oposição, após perder as eleições em 2016, depois de 15 anos no poder.

Damião Medina fazia uma intervenção no debate com o ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, no arranque da sessão plenária de Janeiro no parlamento cabo-verdiano, precisamente num edifício construído e reabilitado pela China.

Em resposta, o deputado do PAICV Carlos Delgado pediu um pronunciamento do presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos, relativamente às declarações de Damião Medina, o que não chegou a acontecer.

“Gostaria de ouvir o pronunciamento do presidente sobre essa afirmação infeliz do deputado, que acusou gravemente um país, que é a China, que tem uma cooperação histórica com este país”, afirmou Carlos Delgado, eleito também pelo círculo eleitoral de Santo Antão.

Damião Medina voltou a intervir, dizendo que o seu colega não o vai colocar em problemas com a China. “Reconheço o que a China tem feito pelo país e não é o caso que referencia”, esclareceu.

A China é um dos principais parceiros de Cabo Verde, em relações diplomáticas estabelecidas em 1976, um ano após a independência do país africano.

Além da Assembleia Nacional, a China construiu vários outros edifícios emblemáticos em Cabo Verde, como a Biblioteca e o Auditório nacionais, a primeira barragem no país, e tem apoiado outros projectos e instituições no arquipélago.

17 Jan 2019

Pyongyang pede assinatura de tratado de paz antes de segunda cimeira com Trump

[dropcap]A[/dropcap] imprensa norte-coreana pediu ontem a assinatura do tratado de paz inter-coreano, numa altura em que é esperado nos Estados Unidos um alto dirigente norte-coreano, no âmbito da preparação de uma segunda cimeira bilateral.

“Transformar a península coreana numa zona de paz consistente é o caminho básico para iniciar uma era dourada de paz, prosperidade e reunificação”, afirmou, no editorial, o jornal oficial norte-coreano Rodong Sinmun, de acordo com a agência noticiosa espanhola EFE.

A Guerra da Coreia (1950-53), que teve como pano de fundo a disputa geopolítica entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, terminou com a assinatura de um armistício e não de um tratado de paz, pelo que os dois países continuam tecnicamente em guerra.

“Só quando transformarmos a península numa zona de paz duradoura e consistente é que o nosso povo poderá desfrutar de uma vida pacífica e estável”, referiu.

O artigo é publicado pouco antes da chegada à Washington de Kim Yong-chol, que já se devia ter reunido com o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, em Novembro, em Nova Iorque.

Desde a primeira cimeira entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em Singapura, em Junho de 2018, na qual os líderes concordaram em trabalhar para a “desnuclearização completa da península coreana”, poucos progressos têm sido feitos.

O tratado de paz, exigido pelo líder norte-coreano para dar início à desnuclearização, continua a depender do ‘sinal verde’ dos Estados Unidos, país do qual Pyongyang espera também “medidas proporcionais” para avançar com o processo.

Sobre a Coreia do Norte continua a pesar um forte regime de sanções económicas, aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, que tem estrangulado a economia do regime.

17 Jan 2019

RAEM 20 anos | Parada do Ano do Porco inicia comemorações

[dropcap]G[/dropcap]rupos de Portugal e de vários países asiáticos e europeus participam nas celebrações do ano novo lunar em Macau, dando início às comemorações do 20.º aniversário da transferência da administração do território, foi ontem anunciado.

“Por ocasião do importante marco do 20.º aniversário do estabelecimento da RAEM, a Direcção dos Serviços do Turismo (DST) vai organizar vários eventos de grande envergadura”, anunciou Maria Helena de Senna Fernandes. “A parada de celebração do ano do porco é o primeiro dos eventos” das festividades que marcam os 20 anos da transição da administração de Macau de Portugal para a China, sublinhou a directora da DST, em conferência de imprensa.

O primeiro dia do ano novo lunar assinala-se a 5 de Fevereiro, mas as celebrações continuam até ao dia 10 do mesmo mês e vão contar com participações de grupos artísticos de Macau, Portugal, França, Hong Kong e Japão, entre outros. Maria Helena de Senna Fernandes disse esperar que entre 80 mil a 90 mil pessoas assistam às paradas de celebração nas noites do terceiro e sexto dia do ano novo chinês (7 e 10 de Fevereiro).

O programa da parada conta com um desfile de 18 carros alegóricos, com designações alusivas aos nomes de pratos do Ano Novo lunar, vários espetáculos culturais e ainda o tradicional fogo-de-artifício. O evento está avaliado em 27,4 milhões de patacas, de acordo com a responsável do turismo de Macau.

17 Jan 2019

Cinemateca Paixão apresenta filmes de Pedro Almodóvar

O cineasta espanhol será a figura de destaque do primeiro festival da Cinemateca Paixão deste ano. “Amor Almodóvar” promete trazer os principais filmes do realizador, que serão exibidos entre 16 de Fevereiro e 3 de Março

 

[dropcap]O[/dropcap] universo louco e complexo do cineasta espanhol Pedro Almodóvar vai estar em destaque no primeiro festival do ano organizado pela Cinemateca Paixão. Os principais filmes do realizador, que venceu o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro com a película “Tudo sobre a minha mãe”, vão ser exibidos entre os dias 16 de Fevereiro e 3 de Março.

Além desse filme premiado, que data de 1999, o público vai poder ver “Fala com Ela”, de 2002, e “Volver”, protagonizado por Penélope Cruz, uma das musas de Almodóvar, e que data de 2006.

Além de “Julieta”, o último filme do realizador, os espectadores poderão também conhecer os primeiros filmes feitos na década de 80, tal como “A Lei do Desejo”, protagonizado por António Banderas e Eusebio Poncela, “Mulheres À Beira de Um Ataque de Nervos” e “Que Fiz Eu Para Merecer Isto?”, ambos protagonizados por outra das suas musas, Carmen Maura.

Na perspectiva dos gestores da Cinemateca Paixão, este festival “é uma das mais completas retrospectivas da obra de Almodóvar no universo de língua chinesa até ao momento”. Dada a importância do evento, cada filme será exibido em duas sessões.

Emoções fortes

Pedro Almodóvar nunca estudou cinema devido a dificuldades financeiras. As primeiras experiências na área começaram com uma câmara Super 8, e foi com ela que filmou o seu filme de estreia, “Pepe, Luci, Bon e as garotas de montão”, datado de 1980. Seguiu-se “O Labirinto das Paixões”, de 1982, e a partir daí o realizador começou a ser conhecido fora de Espanha.

Os responsáveis pela organização do festival consideram-no “um dos mais importantes realizadores de Espanha e Europa”, sendo que “os seus filmes são marcados pelo uso de cores fortes, radicais alterações emocionais e humor desbragado”.

Os filmes são “variadíssimos, com mulheres inteligentes e sofisticadas até famílias com complexos problemas de vida e morte e apaixonadas amantes lésbicas”. Além disso, “têm sido extraordinariamente bem recebidos pela crítica e pelo público graças aos seus característicos elementos cinemáticos, que incluem um guarda-roupa espampanante e cenários fantásticos, piadas hilariantes, envolvente música espanhola para guitarra e comoventes histórias de mulheres”.

Além da exibição dos filmes o festival conta com uma palestra onde se irá abordar a obra do realizador espanhol, protagonizada por Ka Ming, crítico de cinema de Hong Kong.

“Abram Alas a Pedro Almodóvar: O Génio Heterodoxo do Cinema Espanhol” acontece no dia 17 de Fevereiro entre as 15h00 e 16h30, e a participação do público está sujeita a uma inscrição prévia. No dia anterior acontece uma festa de abertura com música espanhola ao vivo, que se irá centrar “nos fascinantes elementos e temas cinemáticos na obra de Almodóvar” e que “abrirá o apetite do público para a louca magia cinematográfica de Almodóvar antes da película de abertura”.

17 Jan 2019

Edifício Ip Heng | Moradores denunciam queda de azulejos desde 2013

[dropcap]A[/dropcap] presidente da Associação de Mútuo Auxílio dos Moradores da Seac Pai Van de Coloane de Macau, Wong Lai I, revelou que a associação tem recebido queixas dos moradores do Edifício Ip Heng relativas à queda de azulejos, desde 2013.

A responsável adiantou que desde Novembro do ano passado os moradores notaram que em alguns andares do edifício caíram mais de 40 azulejos. O problema aconteceu também em passagens de evacuação e na sala dos contadores de gás.

Em declarações ao Jornal Ou Mun, Nick Lei, presidente da Associação Aliança de Povo de Instituição de Macau, refere que houve também um empregado de limpeza ferido devido à queda destes objectos. Para Lei, trata-se de uma situação que não só afecta a qualidade de vida dos moradores, como é uma ameaça à segurança de quem ali vive ou trabalha.

17 Jan 2019

Associação Sinergia de Macau exige redução do peso das mochilas dos alunos

[dropcap]L[/dropcap]am U Tou, presidente da Associação da Sinergia de Macau, recebeu várias queixas de pais sobre o peso excessivo das mochilas que os filhos carregam quando vão para a escola.

Num comunicado, o responsável refere uma sondagem que aponta que o peso médio das mochilas dos alunos de Macau é de 5,48 quilos, “muito mais pesadas que o peso definido pelas instruções do Governo de Hong Kong”, que se fixa nos três quilos.

Neste sentido, a associação enviou uma carta para a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), exigindo instruções para que o peso das mochilas dos alunos das escolas primárias não possa ser superior a três quilos. Para o efeito, Lam sugere que a DSEJ instale cacifos nas escolas para guardar o material dos estudantes.

17 Jan 2019

Casinos | Galaxy decide atribuir bónus salarial aos funcionários

[dropcap]A[/dropcap] Galaxy anunciou ontem que vai pagar um bónus aos seus trabalhadores que ocupem cargos inferiores aos de gerente sénior. O bónus, a ser pago no último dia deste mês, equivale a um mês de salário. No entanto, os trabalhadores que entraram na Galaxy entre 2 de Janeiro e 3 de Outubro do ano passado irão ganhar o bónus consoante o número de dias de serviço prestado à empresa.

Esta é a terceira operadora de jogo que anuncia pagamentos de bónus no espaço de uma semana, a seguir à Melco Crown e MGM. De acordo com um comunicado, “apesar das receitas de jogo terem sofrido um abrandamento nos últimos meses, aumentando a competitividade das novas propriedades já inauguradas, a Galaxy atingiu sólidos resultados no último ano”.

“Apesar dos desafios oriundos dos mercados emergentes, a Galaxy espera continuar a atingir novos objectivos este ano juntamente com os trabalhadores dedicados disponibilizando excelentes produtos e serviços”, remata o comunicado.

17 Jan 2019

Leonel Alves mantém-se na presidência da comissão das forças de segurança

[dropcap]L[/dropcap]eonel Alves vai permanecer como presidente da Comissão de Fiscalização da Disciplina das Forças e Serviços de Segurança de Macau. A renovação do mandato foi publicada ontem em Boletim Oficial.

Um despacho do Chefe do Executivo, Chui Sai On, renova os mandatos de mais quatro membros. A saber: Vong Hin Fai, Io Hong Meng, Chio Ngan Ieng e Tsui Wai Kwan. A renovação dos mandatos, com a duração de dois anos, produz efeitos a partir de 3 de Fevereiro.

A Comissão de Fiscalização da Disciplina das Forças e Serviços de Segurança de Macau, órgão criado em 2005 que não possui competências para averiguação disciplinar, conta com mais dois membros (Ma Iao Hang e Leong Sio Pui), cujos mandatos foram renovados em Junho último.

17 Jan 2019

Louvor público | Ex-subdirector da DSAT Luís Gageiro elogiado por Raimundo

[dropcap]O[/dropcap] secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, elogiou o trabalho de Luís Gageiro, que cessou recentemente funções como subdirector dos Serviços de Assuntos de Tráfego (DSAT), por motivos de aposentação.

O louvor público, publicado ontem em Boletim Oficial, destaca a “competência, lealdade e sentido de responsabilidade que desde sempre manifestou no exercício das funções que foi sucessivamente chamado a desempenhar”.

“As suas capacidades pessoais e humanas, aliadas às capacidades profissionais, permitiram-lhe ganhar o respeito e a admiração dos colegas e superiores que com ele trabalharam. Pelo elevado mérito dos atributos enunciados, no momento da sua aposentação, impõe-se o seu reconhecimento público”, diz o louvor.

17 Jan 2019

Gabinete de Ligação | Subdirector reconhece contributos dos media para a sociedade

[dropcap]X[/dropcap]ue Xiaofeng, subdirector do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau, reconheceu os contributos da comunicação social na protecção da prosperidade e do desenvolvimento de Macau.

De acordo com o Jornal Ou Mun, num encontro entre os membros do gabinete e a imprensa de língua chinesa, Xue Xiaofeng sublinhou ainda a importância da defesa do princípio “Um País, Dois Sistemas”, e espera que os meios de comunicação social assumam as suas responsabilidades sociais e divulguem a cultura chinesa.

17 Jan 2019

Choi Wai Hou é o novo subdirector das Forças de Segurança

Choi Wai Hou é o novo subdirector da DSFSM

[dropcap]C[/dropcap]hoi Wai Hou foi nomeado para o cargo de subdirector da Direcção dos Serviços das Forças de Segurança de Macau (DSFSM).

Segundo um despacho do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, publicado ontem em Boletim Oficial, a nomeação, em comissão de serviço, tem a duração de um ano.

A decisão foi tomada após consulta ao Conselho de Justiça e Disciplina. Choi Wai Hou, graduado no posto funcional de chefe-mor adjunto, desempenhava desde Outubro funções como subdirector substituto da DSFSM.

17 Jan 2019

Brexit | Adensa-se impasse quanto à saída do Reino Unido da UE

Depois de o parlamento britânico rejeitar o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia, negociado pelo Governo de Theresa May com Bruxelas, a incerteza mantém-se quanto ao futuro das relações entre Londres e as instituições europeias. A saída sem acordo começa a ganhar contornos reais, numa altura em que Londres acorda para a possibilidade de eleições antecipadas. Moção de censura ao governo de Theresa May foi rejeitada por 19 votos

 

[dropcap]O[/dropcap] parlamento britânico rejeitou o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia com 432 votos contra e apenas 202 a favor. Cai assim por terra, mais uma vez, o compromisso firmado entre o Executivo de Theresa May e Bruxelas.

A atmosfera de indefinição em torno da forma como se vai processar a desvinculação de Londres da comunidade europeia adensa-se a dois meses e meio da data prevista para a saída britânica da EU. Aliás, os deputados da Câmara dos Comuns rejeitaram de forma maciça o acordo, apesar do último apelo feito pela primeira-ministra, imediatamente antes da votação, contra “a incerteza” que a rejeição do texto provocaria.

Tomando a palavra no final do debate, Theresa May sublinhou que os deputados se preparavam para tomar “uma decisão histórica que determinará o futuro do Reino Unido durante várias gerações”. “Nós temos o dever de respeitar” o resultado do referendo sobre a permanência ou saída da UE, de 23 de Junho de 2016, declarou a líder conservadora numa Câmara dos Comuns cheia, pouco antes do início da votação. “Um voto contra este acordo nada mais é que um voto a favor da incerteza, da divisão e da ameaça muito real de não haver acordo”, insistiu May.

Previa-se que o Reino Unido deixasse a UE no final de Março de 2019, dois anos após o lançamento oficial do processo e quase três anos após o referendo, que viu 52 por cento dos britânicos votarem a favor do Brexit.

Verdade e consequência

Durante esta madrugada foi votada na Câmara dos Comuns uma moção de censura ao Governo de May apresentado pelo partido trabalhista. Até ao fecho da edição a votação ainda não tinha ocorrido, mas Jeremy Corbyn considera que a moção de censura representa uma oportunidade para os deputados darem “o seu veredicto sobre a incompetência deste Governo”.

No que toca às consequências institucionais, o negociador-chefe da União Europeia para o Brexit advertiu ontem que o risco de uma saída desordenada do Reino Unido “nunca foi tão elevado”, pelo que a UE a 27 vai acelerar os preparativos para tal eventualidade.

Num debate no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, no dia seguinte ao chumbo do acordo de saída pelo Parlamento britânico, Michel Barnier disse que uma saída ordenada continua a ser “a prioridade absoluta” da UE, que deve, todavia, preparar-se para o cenário que sempre quis evitar, o de um “não acordo”, cada vez mais provável. Principalmente, depois da votação na Câmara dos Comuns que, segundo Barnier, considerou “clara como água”, já que o acordo teve 432 votos contra e apenas 202 a favor.

“No momento em que vos falo, nenhum cenário pode ser excluído, e isso é particularmente verdade no caso do cenário que sempre quisemos evitar, o de um ‘não acordo’. Estamos em 16 de Janeiro, a 10 semanas apenas do final do mês de Março, ou seja, do momento escolhido pelo Governo britânico – escolhido pelo Governo britânico, repetiu – para se tornar um país terceiro. E hoje, a 10 semanas dessa data, jamais o risco de um ‘não acordo’ foi tão elevado”, declarou.

Insistindo que a vontade da UE a 27 “continua a ser evitar tal cenário”, Barnier apontou que também é necessária lucidez, pelo que vão ser intensificados os esforços para preparar essa eventualidade, que já foram iniciados há meses, num trabalho conjunto da Comissão Europeia, dos seus serviços e do secretariado-geral, em ligação com os Estados-membros e Parlamento Europeu. “O trabalho vai ser acelerado, em ligação com todos os actores”, disse, apontando que serão acertadas “medidas de urgência para fazer face às eventuais consequências”.

Tempo que resta

O negociador-chefe da UE reiterou a profunda convicção de que o acordo negociado ao longo de 18 meses com Londres “é ainda hoje o melhor compromisso possível”, e recordou que foi “fruto de um trabalho construtivo” conjunto com o Governo britânico, e que teve em conta as “linhas vermelhas” traçadas pelas próprias autoridades britânicas.

Para Barnier, o voto que chumbou o acordo “não é a manifestação clara de uma maioria positiva que defina um projecto alternativo ao acordo que está hoje sobre a mesa. Nesse contexto, cabe às autoridades britânicas fazer hoje ou amanhã uma avaliação desse voto e indicar como pretende proceder para uma saída ordenada em 29 de Março”, disse.

Barnier insistiu que, “contrariamente ao que foi dito nas últimas semanas e nos últimos dias, o acordo alcançado com o Reino Unido é um bom acordo”, sobretudo porque “dá segurança jurídica em todos os setores em que o ‘Brexit’ criou incerteza, a começar pela segurança jurídica para os cidadãos, relativamente aos seus direitos”.

No debate participou também o primeiro vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, que lamentou igualmente a votação do parlamento britânico, dado ter reprovado o que considerou ser “o melhor desfecho possível”. “Temos de esperar pelo que se vai passar. Mas também temos a obrigação de estar preparados para qualquer cenário, incluindo uma saída desordenada. A Comissão estará bem preparada para assegurar que reagiremos a qualquer desfecho”, disse.

Por fim, também a actual presidência romena do Conselho da UE, representada no debate por Melania Ciot, lamentou o resultado da votação, que “torna a saída desordenada mais provável, com efeitos negativos para todos, sobretudo para o Reino Unido”, e indicou que, pela sua parte, vai prosseguir “os preparativos para todas as possibilidades, incluindo o cenário, não desejado, de um não acordo”.

Reacções europeias

O Presidente francês, Emmanuel Macron, também reagiu ao chumbo do acordo de saída. “A pressão está agora do lado deles”, sustentou Macron, que soube em directo do resultado da votação na Câmara dos Comuns, em Westminster.

O chefe de Estado francês, que participava num debate com autarcas em França, comentou ainda que o referendo britânico realizado em Junho de 2016, em que ganhou o ‘Não’ à permanência do Reino Unido no bloco comunitário, foi “manipulado” e que “se mentiu às pessoas”.

O vice-chanceler e ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, classificou o dia da votação do acordo na Câmara dos Comuns como “amargo para a Europa”.

“É um dia amargo para a Europa. Estamos preparados. Mas um Brexit sem acordo é a pior de todas as hipóteses para a UE, mas sobretudo para o Reino Unido”, comentou Scholz na rede social Twitter logo depois da votação parlamento britânico.

Também o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, lamentou “o resultado negativo” da votação sobre o acordo de Brexit, garantindo que “uma saída desordenada será negativa para a União Europeia e catastrófica para o Reino Unido”.

A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, classificou a rejeição do acordo de Brexit como uma “derrota histórica” e instou o Governo conservador do Reino Unido a realizar um novo referendo. “Uma derrota histórica para a primeira-ministra [Theresa May] e foi óbvio durante meses que se avizinhava.

Perdeu-se bastante tempo”, escreveu Nicola Sturgeon na rede social Twitter após o chumbo do texto do divórcio britânico da União Europeia (UE), por 432 votos contra e apenas 202 a favor – a mais pesada derrota infligida a um governante britânico desde a década de 1920.

Sturgeon afirmou que este é o momento para “parar o relógio do artigo 50 [do Tratado de Lisboa] e voltar a pôr esta questão ao eleitorado”, referindo-se à realização de uma segunda consulta popular sobre a permanência do Reino Unido no bloco comunitário.

A líder nacionalista escocesa reiterou que a Escócia apoiou a permanência na UE (62 por cento), pelo que “não deve ser arrastada” para fora dela contra a sua vontade.

Comissão com comichão

O presidente da Comissão Europeia lamentou também o impasse no processo de saída do Reino Unido da UE, advertindo que “o risco de uma saída desordenada aumentou”, pelo que Bruxelas prosseguirá o seu plano de contingência. “O risco de uma saída desordenada do Reino Unido aumentou com o voto de hoje à noite.

Embora não queiramos que tal suceda, a Comissão Europeia vai continuar o seu trabalho de contingência para ajudar a garantir que a UE está completamente preparada”, afirmou Jean-Claude Juncker, numa declaração divulgada em Bruxelas.

Apontando que, do lado da União Europeia, “o processo de ratificação do Acordo de Saída continua”, Juncker exorta o Reino Unido “a clarificar as suas intenções tão brevemente quanto possível”, lembrando que “o tempo está quase a esgotar-se”.

O presidente da Comissão reiterou que o acordo negociado com o Governo de Theresa May “é um compromisso justo e o melhor acordo possível”, considerando mesmo que “é a única forma de assegurar uma saída ordenada do Reino Unido da União Europeia”.

“A Comissão Europeia, e designadamente o nosso chefe-negociador, Michel Barnier, investiu imenso tempo e esforço para negociar o Acordo de Saída. Demos sempre mostras de criatividade e de flexibilidade. Eu, juntamente com o presidente (do Conselho, Donald) Tusk, demonstrámos boa vontade uma vez mais ao oferecer clarificações e garantias adicionais numa troca de cartas com a primeira-ministra May no início desta semana”, recorda Juncker, para explicar o seu desalento.

A terminar, Juncker lembrou aos britânicos que “o tempo está quase a esgotar-se” e instou o Reino Unido a esclarecer o que deseja, mantendo, todavia, que o acordo rejeitado era o único possível para uma saída ordenada na data prevista.

Pouco antes, o presidente do Conselho Europeu também reagiu à rejeição do acordo de saída, mas de forma bem mais sucinta. “Se um acordo é impossível, e ninguém quer um «não acordo», então quem terá finalmente a coragem de dizer qual é a única solução positiva?”, limitou-se a escrever Tusk na sua conta oficial na rede social Twitter.

17 Jan 2019

China avisa EUA de que fará “o que for necessário” para reunificar Taiwan

[dropcap]A[/dropcap] China advertiu hoje os Estados Unidos de que vai fazer “o que for necessário” para salvaguardar a “reunificação nacional” e a sua integridade territorial, durante uma reunião entre altas patentes militares dos dois países, em Pequim.

Num diálogo com o almirante John Richardson, Chefe de Operações Navais da Marinha dos EUA, o general chinês Li Zuocheng, que chefia o Departamento de Estado-Maior Conjunto da Comissão Militar Central, reiterou que Taiwan é um “assunto interno” da China e que Pequim “não permitirá interferências do exterior”.

“Se alguém tentar separar Taiwan da China, o exército chinês irá fazer o que for necessário para salvaguardar a reunificação nacional e a soberania e integridade territorial da China”, afirmou Li, citado hoje num comunicado do ministério chinês da Defesa.

A advertência de Pequim surge após vários senadores e congressistas norte-americanos terem demonstrado o seu apoio a Taiwan, face à recusa do Presidente chinês, Xi Jinping, em renunciar ao uso da força para reunificar Taiwan com a China.

Num discurso proferido no início deste ano, Xi propôs a Taiwan a reunificação sob o princípio “Um País, Dois Sistemas”, que é aplicado na governação de Macau e Hong Kong, mas que foi imediatamente rejeitado pela presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen.

Pequim considera Taiwan uma província chinesa, e defende a “reunificação pacífica”, mas ameaça “usar a força” caso a ilha declare independência. Taiwan, ilha onde se refugiou o antigo governo chinês depois de o Partido Comunista tomar o poder no continente em 1949, assume-se como República da China, e funciona como uma entidade política soberana.

Para conseguir a reunificação, um objectivo reiterado em numerosas ocasiões por Xi, o presidente chinês disse: “Nós não prometemos renunciar ao uso da força e reservamo-nos a opção de tomar todas as medidas necessárias”.

Também citado pelo ministério chinês da Defesa, Richardson afirmou que os EUA estão “dispostos” a trabalhar com a China para fortalecer o intercâmbio de alto nível entre os dois exércitos, a fim de “melhorar a compreensão mútua e reduzir mal-entendidos”.

Nos últimos anos, Washington aprovou várias leis favoráveis a Taiwan, incluindo elevar o nível de contactos oficiais, acelerar a venda de armas para a ilha e intensificar os contactos militares.

E em 2018, pela primeira vez, os EUA criticaram os países que recentemente romperam laços diplomáticos com Taiwan e passaram a reconhecer Pequim como o governo legítimo de toda a China.

16 Jan 2019