Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping | Alerta para imprevistos que podem prejudicar reformas [dropcap]O[/dropcap] Presidente da China, Xi Jinping, alertou para “cisnes negros” e “rinocerontes cinzentos”, susceptíveis de prejudicarem o processo de reformas estruturais encetado pela liderança do país, informou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua. “Precisamos de manter um alto grau de vigilância, devemos estar atentos a qualquer ‘cisne negro’ e também adotar medidas para evitar os ‘rinocerontes cinzentos'”, afirmou Xi, num discurso feito durante a abertura de uma Sessão de Estudos na Escola do Partido Comunista Chinês (PCC). Um “cisne negro” refere-se a um evento imprevisto, que geralmente tem consequências extremas, enquanto “rinocerontes cinzentos” significam uma ameaça óbvia, mas ignorada. O líder chinês exortou os altos quadros do PCC a “fortalecerem a sua capacidade”, visando “prevenir e reduzir” esses riscos, para “garantir um desenvolvimento económico sustentável e saudável” e a “estabilidade social”. Xi considerou que o PCC deve “reconhecer plenamente” a “intensidade e gravidade” dos potenciais perigos, como a “falta de unidade, incompetência, distanciamento face ao povo, inação e corrupção”. “Há eventos imprevisíveis e um ambiente externo complicado e sensível. A nossa tarefa é manter a estabilidade, à medida que prosseguimos com as nossas reformas”, vincou.
Hoje Macau China / ÁsiaAcadémicos e diplomatas pedem à China libertação de canadianos O documento, assinado por mais de cem individualidades, enaltece o papel dos dois canadianos no desenvolvimento e criação de laços entre a China e o resto do mundo e deixa o aviso de que estas detenções vêm minar a confiança de quem tem a China como objecto de estudo e necessita de visitar o país [dropcap]M[/dropcap]ais de cem académicos e antigos diplomatas pediram à China que liberte dois canadianos, detidos numa aparente retaliação pela prisão da directora financeira da Huawei no Canadá, na sequência de um pedido dos Estados Unidos. De acordo com a petição, assinada por especialistas sobre a China e dirigida ao Presidente chinês, as detenções dos dois canadianos, por “prejudicarem a segurança nacional da China”, são um sinal preocupante para aqueles que fazem pesquisa sobre o país. Em Dezembro passado, Meng Wanzhou, directora financeira da Huawei, foi detida em Vancouver, a pedido dos EUA, por suspeita de que o grupo de telecomunicações chinês tenha exportado produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as leis norte-americanas. Após terem ameaçado o Canadá com “graves consequências”, caso não libertasse Meng, as autoridades chinesas detiveram Michael Kovrig, antigo diplomata canadiano, e Michael Spavor, empresário que organiza viagens turísticas e eventos desportivos na Coreia do Norte. Um tribunal no norte da China anunciou ainda a repetição do julgamento do canadiano Robert Lloyd Schellenberg, condenado, em 2016, a 15 anos de prisão, por tráfico de droga. Na semana passada, no último veredicto, o tribunal condenou Schellenberg à pena de morte. Desconfiança geral Divulgada na segunda-feira, a carta lembrou que Kovrig é um ex-diplomata, a desenvolver pesquisas sobre a Ásia, na unidade de investigação do International Crisis Group, e que Spavor dedicou a vida a construir relacionamentos entre a Coreia do Norte, China, Canadá e os EUA. O documento enalteceu o papel de ambos na construção de pontes, entre a China e o mundo, e afirmou que as detenções vão levar os especialistas a avaliar com “mais cautela” se devem visitar o país. “Os encontros e os intercâmbios constituem as bases de uma pesquisa rigorosa e da diplomacia, em todo o mundo, inclusive para os académicos e diplomatas chineses”, segundo o texto. “As detenções de Kovrig e Spavor enviam a mensagem de que este tipo de trabalho construtivo não é bem-vindo e é mesmo arriscado na China”, apontou. A carta lembrou que as prisões vão dar origem a “menos diálogo e maior desconfiança, além de minarem os esforços para gerir desentendimentos e identificar pontos em comum”. Assim, “a China e o resto do mundo vão ficar em pior situação”. Altos signatários Mais de 20 diplomatas, oriundos de sete países, e mais de cem académicos e investigadores, oriundos de 19 países, assinaram a petição. O ex-embaixador do Canadá na China Guy Saint-Jacques assinou a carta, e afirmou que Otava está a trabalhar para obter apoio internacional neste caso. “Isso será notado em Pequim, e espero que fique claro para [os líderes chineses] que as prisões de Kovrig e Spavor não são apenas um problema entre a China e o Canadá, mas também têm um impacto na imagem e na reputação da China”, afirmou. Os signatários incluem ainda os ex-ministros dos Negócios Estrangeiros de Inglaterra e da Austrália Malcolm Rifkind e Gareth Evans, respectivamente, e o antigo governador britânico em Hong Kong Chris Patten. O ex-embaixador dos EUA na China Winston Lord e o antigo Secretário do Comércio norte-americano Gary Locke também assinaram o documento. Pequim | Liberdade para Meng Wanzhou A China pediu ontem aos Estados Unidos que não apresentem um pedido formal de extradição da directora financeira do grupo chinês de telecomunicações Huawei, Meng Wanzhou, que permanece sob vigilância no Canadá. “Pedimos ao Canadá que a liberte imediatamente e que proteja os seus direitos e interesses legítimos, e aos EUA que cancelem o mandado de prisão e não apresentem qualquer pedido formal de extradição ao Canadá”, afirmou a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying. O embaixador canadiano nos EUA revelou a intenção de Washington de solicitar formalmente a extradição de Meng, processo cujo prazo expira em 30 de Janeiro, avançou ontem a imprensa canadiana. “Nós responderemos em consonância com qualquer acção adicional tomada pelo lado americano”, disse a porta-voz, alertando que “cada lado deve assumir responsabilidades pelo que faz”.
Hoje Macau EventosUniversidade de Lisboa lança curso online de português [dropcap]É[/dropcap] hoje lançado em Lisboa um curso online de português para estrangeiros, que irá funcionar em regime de e-learning. O projecto tem o nome “O Meu Português” e parte da iniciativa da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL) em parceria com a Distance Learning Consulting. De acordo com um comunicado divulgado pela FLUL, “a partir desta semana, aprender português como língua estrangeira vai tornar-se mais fácil e acessível, podendo ser feito na palma da mão em qualquer ponto do globo”. A plataforma permite o acesso a um “curso online, multimédia e interactivo, disponível em computador, tablet e smartphone suportado por uma das mais inovadoras plataformas de eLearning do mundo”. O curso tem a certificação da FLUL e tem “como público-alvo todos os que querem aprender português em qualquer parte do mundo de forma rápida e com carimbo académico”. Além disso, possui “unidades temáticas e actividades claras e sistematizadas”, além de que “assegura a aquisição de competências de compreensão e de produção oral e escrita”. “O Meu Português” está disponível numa plataforma em oito línguas e permite a escolha do português europeu ou português brasileiro.
Hoje Macau SociedadeCrime | Prisão preventiva para tailandês suspeito de violação [dropcap]U[/dropcap]m homem, de nacionalidade tailandesa, foi colocado em prisão preventiva por suspeita de violação. Em comunicado, divulgado ontem, o Ministério Público (MP) indica que a medida de coacção mais grave – proposta pelo MP e aceite pelo juiz de Instrução Criminal – foi aplicada dada a “a natureza e a gravidade do crime que, em particular, ameaça a tranquilidade pública” e “no intuito de impedir o possível perigo de fuga”. A violação é punível com pena de prisão de prisão de 3 a 12 anos.
Hoje Macau SociedadeBurla| Número de queixas sobre imobiliária sobe para 51 [dropcap]S[/dropcap]ubiu para 51 o número de queixas relativas à alegada burla em empréstimos concedidos a uma agência imobiliária detida pela empresária Isabel Chiang. Do total de queixas, 49 foram apresentadas por residentes de Macau, enquanto as restantes duas por indivíduos de Hong Kong e da China, de acordo com dados actualizados, divulgados ontem pela Polícia Judiciária (PJ). Os queixosos terão sido lesados no valor global de 270 milhões de dólares de Hong Kong, com os prejuízos individuais a oscilarem entre 4 e 60 milhões de dólares de Hong Kong. O caso estalou depois de o empresário e membro do Conselho Executivo Chan Meng Kam ter dito que foi enganado após ter concedido um empréstimo de 96 milhões à imobiliária ligada ao bairro criativo localizado perto da Rua dos Ervanários. O antigo deputado não terá, no entanto, apresentado queixa junto das autoridades.
Hoje Macau SociedadeGás pimenta | PSP equaciona usar outras medidas no futuro [dropcap]L[/dropcap]eong Man Cheong, comandante-geral da Polícia de Segurança Pública (PSP), disse ontem que as autoridades poderão vir a recorrer a outros meios de combate ao crime além do gás pimenta. “A polícia vai equacionar introduzir outros meios de dissuasão além do gás pimenta, caso seja necessário no futuro”, apontou o responsável à margem da inauguração do posto de comissariado da Praia Grande e centro de apoio a turistas. Leong Man Cheong assegurou que cerca de dois mil polícias já receberam formação para usar o gás pimenta.
Hoje Macau PolíticaAL | Estatuto de escolas privadas votado quinta-feira [dropcap]O[/dropcap]s deputados da Assembleia Legislativa (AL), votam esta quinta-feira, na generalidade, o estatuto das escolas particulares do ensino não superior, que visa rever uma lei de 1993 e que foi alvo de uma consulta pública em 2013. Na altura, o Governo decidiu partir para uma revisão do diploma “tendo em conta a realidade e necessidades de desenvolvimento da sociedade”. O plenário desta quinta-feira vai também servir para votar, na generalidade, a revisão da lei de prevenção e controlo do ruído ambiental, aprovada em 2014, bem como a lei do hino, que será votada na especialidade. Os deputados vão também votar na especialidade o regime de benefícios fiscais para a reconstrução de edifícios, além de que será apreciado o parecer da 2ª comissão permanente da AL sobre a execução orçamental de 2017. Será ainda votada uma resolução relacionada com o Regimento da AL.
Hoje Macau EventosEstudo diz que sair das redes sociais não garante privacidade [dropcap]U[/dropcap]ma pessoa que saia das redes sociais não tem garantia de privacidade porque os amigos que lá deixou continuam a permitir prever com alguma certeza as suas atividades, segundo um estudo científico publicado ontem. A investigação da equipa das universidades de Vermont (Estados Unidos) e Adelaide (austrália) centrou-se em trinta milhões de publicações públicas feitas por 13.905 utilizadores da rede social Twitter e concluiu que se uma pessoa deixar de estar activa, as publicações e palavras dos seus amigos permitem prever com 95 por cento de exactidão actividades futuras dessa pessoa, mesmo que esta deixe publicar seja o que for. O líder da equipa, o matemático James Bagrow, afirma que quando se adere a uma rede social, se pensa que se está a dar informação apenas pessoal, mas o que acontece é que “também se entrega os amigos” ao Twitter, Facebook, Instagram ou outra rede social. Uma das conclusões a tirar é que empresas, governos ou outras pessoas podem traçar um perfil rigoroso de uma pessoa, incluindo partido político, produtos preferidos ou religião só a partir da informação recolhida entre os amigos, mesmo que essa pessoa deixe as redes sociais ou nunca lá tenha entrado. “Não nos podemos esconder numa rede social”, afirmou o investigador Lewis Mitchell, co-autor do estudo hoje publicado no boletim científico Nature Human Behavior. “Só por si, uma pessoa não controla a sua privacidade nas redes sociais”, afirmou James Bagrow, salientando que “os amigos da pessoa têm algo a dizer”.
Hoje Macau EventosInstitutos Camões e Cervantes lançam projecto para mostrar o poder das línguas ibéricas [dropcap]O[/dropcap] presidente do instituto Camões, Luís Faro Ramos, afirmou ontem que vai lançar um livro em parceria com a instituição espanhola homóloga, Instituto Cervantes, para “demonstrar o potencial e o poder” das línguas portuguesa e espanhola. Luís Faro Ramos, que recebeu ontem em Lisboa o novo director do Instituto Cervantes, Luis García Montero, insistiu que o objectivo é reforçar as parcerias com Espanha, tal como com o Brasil, e “fazer cada vez mais acções em comum”. Exemplo disso é a obra “Camões e Cervantes – Contrastes e Convergências”, que reúne ensaios de dois especialistas nestes “expoentes maiores da literatura ibérica e europeia”, Hélder Macedo e Carlos Alvar, e que foi hoje apresentada, tendo sido um projecto pensado ainda com o anterior director do Instituto Cervantes, adiantou. Outro projecto que as duas instituições pretendem concretizar este ano é a preparação de um livro para demonstrar o potencial e o poder das duas línguas, tanto na área da literatura como da economia, ciência e comunicação internacional. Segundo Luís Faro Ramos, o objectivo é mostrar que “o português e o espanhol que, por si só, já valem muito – o português com mais de 260 milhões de falantes, o espanhol com mais de 300 milhões – se se juntarem e procurarem sinergias valerão ainda mais”. Do lado português, a equipa vai ser liderada pelo professor e ex-reitor do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) Luís Reto, que já colaborou com outras iniciativas do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, como o novo Atlas da Língua Portuguesa. Para além de ser “um estudo útil para os que querem aprender estas línguas, é também útil para quem fala português e espanhol e que nem sempre tem a noção da dimensão e potencial que a língua tem”, destacou o responsável do Instituto Camões. O estudo vai ser desenvolvido no âmbito das comemorações do 5.º centenário da circum-navegação, iniciada por Fernão de Magalhães e completada por Juan Sebastián Elcano. Questionado sobre as explicações relativas à candidatura portuguesa da rota de Fernão de Magalhães a património da Humanidade que, segundo o jornal ABC, o ministério da Cultura espanhol terá pedido à UNESCO, através do seu embaixador, por alegadamente o Governo português ter ignorado o contributo do império espanhol, considerou que não há qualquer conflitualidade. “Penso que pelo contrário. Temos dito e continuaremos a dizer que esta circum-navegação foi iniciada pelo navegador português Fernão de Magalhães, ao serviço da coroa espanhola, e foi terminada pelo navegador espanhol Juan Sebastián Elcano. Não há aqui nenhuma conflitualidade”, frisou, acrescentando que a comemoração “deve juntar os dois países: Portugal e Espanha”. O programa completo das comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação feita pelo navegador português será apresentado esta quinta-feira, em Lisboa.
Hoje Macau China / Ásia“Alpinista de biquiní’ morre em Taiwan após queda em desfiladeiro [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Taiwan anunciaram hoje terem encontrado o corpo de uma montanhista que se tornou conhecida nas redes sociais por tirar fotos em biquíni no topo das montanhas e que tinha caído de um desfiladeiro no sábado. Gigi Wu, 36, apelidada de ‘alpinista de biquíni’ pelos seus seguidores, usou um telefone via satélite no sábado para avisar os amigos que tinha caído num desfiladeiro no Parque Nacional de Yushan em Taiwan e que se encontrava gravemente ferida. Segundo as autoridades, que encontraram Wu sem vida na segunda-feira, a montanhista disse aos seus amigos que caíra de uma altura de 20 a 30 metros e que não conseguiu mover a parte inferior do corpo, tendo morrido, aparentemente, de hipotermia. Taiwan tem muitas montanhas que frequentemente ultrapassam três mil metros. No inverno, as temperaturas caem regularmente abaixo de zero. Gigi Wu é o caso mais recente de uma série de aventureiros de redes sociais que conheceram um desfecho fatal. Em Outubro de 2018, o “Journal of Family Medicine e Primary Care” informou que cerca de 260 pessoas morreram no mundo nos últimos anos a tentarem tirar uma fotografia de si próprias, conhecida como uma ‘selfie’. A jovem formou um grande grupo de seguidores, publicando auto-retratos em biquíni quando chegava ao alto das montanhas, depois de subir em roupas de caminhada.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Shinzo Abe em Moscovo para discutir ilhas disputadas com Rússia [dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro do Japão viajou ontem para Moscovo, em visita oficial, para tentar resolver o impasse sobre as ilhas Curilas, no Pacífico, disputadas entre os dois países há mais de sete décadas. “As negociações com a Rússia estão pendentes há 70 anos e não serão fáceis”, disse Shinzo Abe aos jornalistas antes de embarcar no avião que o levará a Moscovo, onde se encontrará com o Presidente russo, Vladimir Putin, na terça-feira. Moscovo e Tóquio estão há mais de sete décadas sem assinar o tratado de paz depois do conflito armado devido ao contencioso territorial sobre quatro ilhas, retiradas ao Japão pela então União Soviética. “Quero falar honestamente com Putin para poder avançar o máximo possível na negociação do tratado de paz”, sublinhou o primeiro-ministro nipónico. As negociações não se adivinham nada fáceis. Na semana passada, O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, insistiu que o Japão deve reconhecer que as disputadas ilhas Curilas, no Pacífico, são parte do território russo como ponto de partida para as negociações. A declaração do ministro russo, depois de conversações com o seu homólogo japonês, Taro Kono, reflectem os esforços de Moscovo para moderar as expectativas japonesas de um acordo iminente.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinos muçulmanos em referendo que pode terminar com conflito separatista [dropcap]M[/dropcap]ais de dois milhões de filipinos da comunidade de maioria muçulmana no sul do país foram ontem chamados a participar num referendo para tornar esta região mais autónoma, como solução para acabar com cinco décadas de conflito. O porta-voz da comissão eleitoral James Jimenez afirmou que “o início do processo eleitoral parece estar a desenrolar-se bem”, logo após a abertura das mesas de voto, onde cerca de 2,1 milhões de filipinos podiam votar. A votação centrou-se nas províncias de Basilan, Lanao del Sur, Maguindanao, Sulu e Tawi-Tawi, que compõem a Região Autónoma Muçulmana de Mindanao (ARMM), que resultam do armistício de 1996 com a Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI). No referendo é pedida aprovação da lei orgânica de Bangsamoro, assinada em Julho pelo Presidente filipino, Rodrigo Duterte, que vai pôr em prática o acordo de paz alcançado em 2014 com a Frente Moro de Libertação Islâmica (FMLI). Maior grupo rebelde muçulmano do país, a FMLI vai governar Bangsamoro, depois de ter deposto as armas e renunciado às aspirações independentistas. Esta lei é vista como a solução para a paz no sul do arquipélago, que viveu cinco décadas de conflito armado e onde continuam a actuar milícias de grupos extremistas como o Abu Sayyaf, os Lutadores pela Libertação Islâmica de Bangsamoro, ou o Grupo Maute, opostos a qualquer acordo de paz. Fundado em 1991 por alguns ex-combatentes da guerra do Afeganistão contra a antiga União Soviética, são atribuídos ao Abu Sayyaf alguns dos mais sangrentos atentados dos últimos anos nas Filipinas e vários sequestros com os quais se financia. Em 6 de Fevereiro é a vez dos cerca de 600.000 habitantes de Lanao del Norte decidirem pela aprovação, ou não, da lei orgânica de Bangsamoro. Com 20 milhões de habitantes, cerca de 20% dos quais muçulmanos, Mindanao tem sido cenário, há décadas, de conflitos entre o Governo e grupos extremistas islâmicos, bem como a guerrilha comunista do Novo Exército do Povo.
Hoje Macau China / ÁsiaPopulação chinesa chega a 1.395 milhões de habitantes A China registou em 2018 o menor número de nascimentos desde o ano 2000. Apesar do fim da política do filho único, em 2016, e dos incentivos à natalidade, a população activa continua estagnada e o números de habitantes do sexo masculino traduzem ainda um excedente de 30 milhões [dropcap]A[/dropcap] população da China aumentou 15,23 milhões, para 1.395 milhões de habitantes, em 2018, segundo dados oficiais ontem divulgados, prolongando a contínua queda na taxa de natalidade do país mais populoso do mundo. Trata-se do número de nascimentos mais baixo desde 2000 e um abrandamento de 3,81%, face ao ano anterior, apesar de Pequim ter abolido a política de filho único, em 2016. O país onde vive cerca de 18% da humanidade, aboliu a 1 de Janeiro de 2016 a política de “um casal, um filho”, pondo fim a um rígido controlo da natalidade que durava desde 1980. Pelas contas do Governo, sem aquela política, a China teria hoje quase 1.700 milhões. Mas a população em idade activa estagnou, enquanto o rácio de dependência – o número de trabalhadores em relação à população que não trabalha (sobretudo crianças e reformados) – continua a aumentar. As autoridades chinesas estimam que a população do país atingirá o pico de 1,442 milhões, em 2029, e que entrará em declínio no ano seguinte. Entretanto, e fruto da tradição feudal que dá preferência a filhos do sexo masculino, a política de filho único gerou um excedente de 30 milhões de homens. Segundo a actual política de natalidade, que substituiu a de “um casal, um filho”, a maioria dos casais chineses pode ter apenas duas crianças. Em 2016, o primeiro ano desde a abolição da política de filho único, o número de nascimentos aumentou, de 16,55 milhões, no ano anterior, para 17,86 milhões. Desde então, a taxa de natalidade caiu sucessivamente, apesar de Pequim ter deixado de promover abortos forçados e multas, e passando a oferecer incentivos à natalidade. Em 2017, o número total de nascimentos fixou-se em 17,23 milhões, menos 630.000 do que no ano anterior. Índia a crescer O cuidado com os idosos passou a ser uma preocupação crescente do governo, já que a percentagem de população em idade activa continua a cair. Segundo especialistas, a queda no número de nascimentos deve-se sobretudo à redução no número de mulheres em idade fértil, um grupo que perde entre cinco e seis milhões de pessoas por ano, e aos altos custos e falta de tempo para criar uma criança. A actual restrição de dois filhos pode assim vir a ser também abolida, permitindo que as famílias tenham vários filhos, pela primeira vez em décadas. Mas apesar das projecções de declínio no país mais populoso do mundo, as Nações Unidas estimam que a população global continue a crescer. Um relatório de 2017 estima que, em 2030, chegue aos 8,6 mil milhões, e que, até ao final do século, alcance os 11,2 mil milhões. A Índia deve superar a China como o país mais populoso até 2024, segundo a ONU.
Hoje Macau SociedadeObras ilegais | Demolidas duas construções em terraço de edifício [dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) informou ontem que duas construções clandestinas nos terraços e um portão na escada comum de acesso de um edifício situado na Rua de Leôncio Ferreira, perto do Jardim Lou Lim Ioc, foram demolidas. A acção, levada a cabo pelo Grupo Permanente de Trabalho Interdepartamental para Demolição e Desocupação das Obras Ilegais, teve lugar após uma queixa. A DSSOPT emitiu ordens de embargo e exigiu aos infractores que procedessem, por iniciativa própria, à demolição e reposição do terraço dentro do prazo fixado, mas em vão. Expirado o referido prazo e sem que a demolição se tivesse concretizado, havendo mesmo indícios que as construções clandestinas estavam a ser utilizadas, o grupo procedeu à sua demolição.
Hoje Macau PolíticaComissão Eleitoral | Leong Meng Ian substitui Pun Hon Veng no subsector do trabalho [dropcap]U[/dropcap]m aviso do Chefe do Executivo, publicado ontem em Boletim Oficial, torna público a perda da qualidade de membro da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo, do subsector do trabalho do 3.º sector, de Pun Hon Veng, por morte. Pun Hon Veng é substituído por Leong Meng Ian, candidata não eleita que obteve o maior número de votos do subsector em causa.
Hoje Macau PolíticaComissão Eleitoral | Publicada lista dos 16 representantes da CCPPC [dropcap]F[/dropcap]oi publicada ontem, em Boletim Oficial, a lista dos representantes dos membros de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês do 4.º sector da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo, eleitos pelos novos representantes dos membros de Macau no Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, mediante sufrágio interno, resultante da mudança de mandato. Os 16 membros são Lei Heong Iok, Edmund Ho, Lawrence Ho, David Chow, Chan Meng Kam, Chan Kam Meng, Suen Yan Kwong, Hoi Kin Hong, Leong Wa, Leong Lai, Zhang Zongzhen, Cheong U, Tina Ho, Liu Chak Wan, Leonel Alves e Sio Tak Hong.
Hoje Macau PolíticaObras Públicas | Ng Kuok Cheong questiona custos [dropcap]O[/dropcap]s custos de várias obras, como o mercado abastecedor da Nam Yue, são o alvo de uma interpelação escrita do deputado Ng Kuok Cheong, que procura justificações para o aumento dos preços. Em causa está o facto de se terem verificado derrapagens orçamentais que o pró-democrata diz não conseguir compreender e que ainda não foram explicadas. Segundo o legislador, é preciso apurar se tem havido desperdício dos recursos públicos quando se registam derrapagens orçamentais.
Hoje Macau SociedadePensões Ilegais | Chan Tak Seng defende criminalização [dropcap]O[/dropcap] presidente da Associação de Gestão Imobiliária de Macau e dirigente da Aliança de Povo de Instituição de Macau, Chan Tak Seng, defende a criminalização das pensões ilegais. As declarações foram publicadas ontem pelo jornal em língua chinesa Exmoo, em reacção ao caso da pensão ilegal que funcionava dentro da Universidade de Macau. Segundo Chan, cuja associação está representada na Assembleia Legislativa através dos deputados Si Ka Lon e Song Pek Kei, este é um problema que se arrasta devido à inacção do Executivo. O responsável mostrou igualmente preocupação com a possibilidade de pessoas entrarem e saírem sem controlo da Universidade de Macau, o que além dos danos em termos da reputação, pode gerar igualmente situações de roubo. O presidente da Associação de Gestão Imobiliária de Macau considera que o Governo de Chui Sai On tem ignorado os perigos das pensões ilegais e que se tem limitado “a pontapear as ondas”, ao mesmo tempo que gasta o tempo a repetir discussões. Ainda de acordo com Chan Tak Seng, o problema das pensões ilegais é uma “praga” que há muito afecta os proprietários dos edifícios de Macau. Esta é uma realidade, diz Chan, que nos últimos anos proporcionou actos de vandalismo, disputas entre senhorios e inquilinos e até mesmo agressões. O membro da associação de Chan Meng Kam disse ainda acreditar que a acção da polícia é fundamental para se resolver este problema.
Hoje Macau InternacionalReunião anual de Davos sem estrelas políticas olha para Bolsonaro [dropcap]A ausência de estadistas como Donald Trump, Emmanuel Macron ou Theresa May faz com que a estreia em Davos do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, seja um dos pontos de interesse político no Fórum Económico Mundial 2019, que começa hoje. O Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que não estará presente na reunião anual do Fórum Económico Mundial, que decorre em Davos, Suíça, entre hoje e sexta-feira, alegando os afazeres à volta da paralisação parcial do governo norte-americano, que entra na quinta semana. Também a primeira-ministra britânica, Theresa May, cancelou a viagem a Davos, no meio das negociações para um acordo do ‘Brexit’, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, invocou uma agenda sobrecarregada, incluindo as manifestações do movimento “coletes amarelos”, para anular a sua presença. Em termos políticos, a atenção em Davos vira-se este ano para a estreia do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que prometeu levar ao Fórum a agenda das reformas económicas que pretende realizar, durante o mandato que agora iniciou. Os assessores de Bolsonaro já disseram que o Presidente irá a Davos anunciar que pretende “um Brasil diferente, livre de qualquer amarra ideológica e da corrupção generalizada”. O Presidente brasileiro, crítico da globalização e céptico relativamente às alterações climáticas pode ser um interveniente incómodo, na reunião de Davos. Em 2018, o então Presidente do Brasil, Michel Temer , teve ao seu lado o homólogo angolano, João Lourenço, mas este ano não está programada a ida do Presidente de Angola. A lista de deserções aumentou com o anúncio, sexta-feira, de que também a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, estará ausente de Davos, a braços com uma reorganização do seu executivo governamental. Ainda assim, os organizadores do Fórum Económico Mundial dizem que terão no seu seio 25% do Produto Interno Bruto mundial, com vários líderes políticos e muitos dos mais abastados empresários globais. Dos Estados Unidos, deslocam-se mais de 800 participantes, mas a China não fica muito atrás, na lista de presenças e também como tema de discussão, na altura em que o Presidente Xi Jinping anda a fazer uma apresentação do seu programa da “nova rota da seda”. A guerra comercial entre os EUA e a China será certamente um dos tópicos de discussão nos palcos e nos corredores, debaixo da atenção de muitos políticos e empresários. E a lista de famosos é longa, contando com a habitual presença de Bill Gates, o bilionário filantropo fundador da Microsoft, Christine Lagarde, directora do Fundo Monetário Internacional, David Attenborough, naturalista e documentarista britânico, Will.I.Am, músico de hip hop, ou o Príncipe William, herdeiro da coroa britânica.
Hoje Macau EventosFotógrafo oficial de Obama lidera em Setembro “expedição” turística a Portugal O fotógrafo oficial das administrações Reagan e Obama, o luso-descendente Pete Souza, vai levar a Portugal, em Setembro, 28 fotógrafos profissionais e amadores, naquela que será a sua primeira viagem de férias à parte continental do país. A viagem é promovida pela agência Sagres Vacations, baseada nos Estados Unidos (Massachusetts e Fall River) e com escritórios no Porto, especializada em experiências turísticas personalizadas nos mercados português e espanhol. Para Pete Souza, que é descendente de açorianos, esta será a primeira “verdadeira” viagem a Portugal, onde esteve apenas em visitas oficiais a acompanhar os presidentes norte-americanos Ronald Reagan e Barack Obama, para quem trabalhou como fotógrafo oficial. “Na verdade nunca passei grande tempo em Portugal continental e pensei que esta seria uma oportunidade incrível para fazer essa viagem”, disse Pete Souza à agência Lusa. Marcada para de 2 a 12 de Setembro, a viagem começa no Porto e termina nos Açores, percorrendo as principais cidades turísticas de Portugal. Com lugar para apenas 28 pessoas, o programa, que se destina a fotógrafos profissionais e amadores ou a amantes da fotografia, esgotou quase de imediato, como disse à agência Lusa Marco Fernandes, vice-presidente da Sagres Vacations. “Mal divulgámos a viagem, tivemos logo muito interesse. O Pete pôs também no ‘Instagram’ dele e, de imediato, os últimos lugares que estavam disponíveis esgotaram. Na última semana de Dezembro, tivemos 180 pessoas a perguntar sobre o programa”, disse. Durante a viagem, Pete Souza acompanhará os visitantes e dará “dicas” sobre como melhor fotografar os locais visitados, fazendo uma série de “mini workshops” ao longo de todo o roteiro. “O atractivo do programa é esse conceito. Já fizemos outros programas de fotografia, mas sem o chamariz que é o Pete Souza. O Pete Souza tem seguidores em todo o mundo – recebemos contactos da Austrália para este programa – e, como é um programa de fotografia, vamos ter pessoas que sabem tirar fotografias e vão dar uma melhor imagem de Portugal”, considerou Marco Fernandes. “É uma viagem turística para pessoas que gostam de tirar fotografias. Imagino que o nível das capacidades das pessoas que se vão juntar a nós serão muito variados, por isso espero conseguir ajudar a melhorar as suas fotografias de viagem”, considerou, por seu lado, Pete Souza. Para o fotógrafo “freelance” e autor de vários livros, o grande atractivo é poder conhecer a parte continental de Portugal, bem como regressar, com tempo, aos Açores, que visitou na década de 1980. “Não conheço de todo a parte continental de Portugal. Estive em Portugal duas vezes, uma vez com o Presidente Reagan e outra com o Presidente Obama, mas nas visitas presidenciais não temos verdadeiramente oportunidade de ver grande coisa fora dos encontros formais”, disse. “Estive nos Açores numa viagem alargada, mas já foi em 1988. Será interessante ver o quanto mudou. Os meus avós são dos Açores, por isso, para mim, esta será a parte mais emocional da viagem”, acrescentou. O fotógrafo acredita que Portugal “está a tornar-se cada vez mais um destino turístico para muitos norte-americanos” e espera “poder divertir-se, tirar algumas fotografias e ajudar algumas pessoas a melhorarem as suas imagens”. Nascido em South Dartmouth, Massachussets, neto de emigrantes açorianos, Pete Souza trabalhou como fotojornalista “freelance” e tem trabalhos divulgados pelas principais publicações norte-americanas, bem como vários prémios de fotojornalismo. Pete de Souza é também autor de vários livros, o mais recente dos quais – “Shade: A tale of two presidents” – compara os primeiros 500 dias de Obama com o atual Presidente norte-americano, Donald Trump. O livro é a passagem ao papel do mesmo exercício que Pete Souza vem fazendo na sua página na rede social ‘Instagram’, onde tem mais de 2,1 milhões de seguidores. O ‘Instagram’ de Pete Souza tem sido uma espécie de “sombra crítica” da administração Trump, com a publicação de fotografias de Obama em situações semelhantes às protagonizadas pelo actual inquilino da Casa Branca, num registo bem humorado e em que o antigo Presidente “sai sempre melhor na fotografia”. Com várias exposições no currículo, Pete Souza tem prevista, para Fevereiro, a inauguração de uma mostra sobre os dois presidentes com quem trabalhou intitulada “Two Presidentes: Obama and Reagan”.
Hoje Macau EventosDirectora do Arquivo Histórico Ultramarino, em Lisboa, afasta possibilidade de reclamação de espólio [dropcap]A[/dropcap]9 directora do Arquivo Histórico Ultramarino (AHU), em Lisboa, que tem à sua guarda documentação desde o século XVI até 1975, afasta qualquer possibilidade de os países onde houve domínio administrativo português virem a reclamar qualquer espólio documental deste acervo. Em entrevista à agência Lusa, Ana Canas, à frente do AHU desde Junho de 2005, disse que, “no fundamental, a documentação dos organismos sediados nas anteriores colónias ficou lá”, ”nos países que se tornaram independentes de Portugal”, após a revolução de Abril de 1974. A documentação do AHU, cerca de 17 quilómetros de prateleiras, “é esmagadoramente de organismos da administração colonial portuguesa, centrada em Lisboa”, colocando-se antes a questão de colaboração e de existência de uma base de dados comum, uma vez que este arquivo, em concreto, “é muito virado para os outros povos e não apenas para o nosso”. “Estes arquivos também são instrumentos de soberania”, disse à Lusa, e “muitas vezes só nos apercebemos da sua importância se acontece uma catástrofe”. “Um arquivo histórico – é genérico afirmar isto – serve para preservar a nossa identidade, a nossa memória, etc., mas serve também para reutilizar a informação que contém para questões pragmáticas do presente, mais do que se possa pensar”, disse a responsável. “Este é um arquivo orientado para fora, não é só sobre Portugal”, sublinhou, afirmando que é necessário os portugueses “terem a percepção de que este património é importante do ponto de vista de se conhecerem a si próprios, enquanto comunidades e sociedade, na sua relação com os outros, e essa é talvez a maior riqueza e distinção do AHU”. No tocante ao acesso, uso e difusão da documentação do AHU e dos seus conteúdos, está em funcionamento o ‘site’ http://ahu.dglab.gov.pt. O AHU, instalado no Palácio da Ega, à Junqueira, em Lisboa, foi criado em 1931 e alberga documentação de cinco séculos, sobre todos os territórios e domínios que estiveram sob jurisdição portuguesa ou em contacto com Portugal, durante esse período. A responsável disse à Lusa que uma das suas preocupações é no âmbito da conservação preventiva do acervo, “o que tem sido continuado, no quadro da Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas [DGLAB], incluindo quanto ao controlo de pragas”, designadamente os insectos. Esta questão dos insetos é, aliás, um alerta constante, também quanto à recepção de espólios particulares. Reconhecendo que o AHU “não tem feito uma campanha activa” neste sentido, Ana Canas referiu que há um conjunto de acções que tem de ser feito, antes de se receber quaisquer documentos, mas que têm dado entrada no arquivo alguns espólios. A responsável justificou ainda esta opção, pelo facto de terem “tantas responsabilidades” com a documentação a cargo, “havendo partes do acervo que ainda não estão tratadas, como alguma documentação que pertencia ao ex-Ministério do Ultramar”, transferida em 2006. “A prioridade mais imediata, no tocante ao pessoal, é na área da conservação e restauro, até porque o apoio dos respectivos serviços da DGLAB é limitado”, mas outras das preocupações de Ana Canas é “a necessária renovação de recursos humanos”, alertando que “há que preparar a renovação geracional”. Reconhecendo que “tudo isto tem custos”, a responsável disse à Lusa que “são necessários jovens”, uma questão “que se coloca com acuidade à administração pública, mas não só”.
Hoje Macau ReportagemTradição filipina do “Santo Niño” foi celebrada em Lisboa [dropcap]C[/dropcap]erca de cem pessoas assistiram ontem, em Lisboa, à celebração do “Santo Niño”, uma tradição filipina, que evoca a chegada do navegador Fernão de Magalhães à ilha de Cebu, e o batismo católico dos soberanos e de 800 autóctones. “A festa do ‘Santo Niño’, que celebramos no terceiro domingo de Janeiro, evoca a chegada de Fernão de Magalhães, a Cebu, e que entregou uma escultura do Menino Jesus aos locais, e demonstra a devoção das Filipinas ao Menino Jesus”, disse à agência Lusa a embaixadora das Filipinas em Lisboa, Celia Anna Feria, que assistiu à festa, seguida da celebração da eucaristia. No adro da basílica da Estrela, em Lisboa, figurantes evocaram a chegada do navegador português ao serviço de Espanha, em Abril de 1521, a Cebu, o baptismo dos reis locais, Hara Amihan e Humabon, que passaram a ostentar os nomes de Joana e Carlos, e várias danças em honra do “Santo Niño”. A celebração tem origem na ilha de Cebu, uma das maiores da região central filipina de Visayas, mas “estendeu-se a todas as partes das Filipinas”, como explicou a diplomata. No adro da basílica da Estrela foram apresentadas três danças tradicionais, uma delas com origem na tradição local, que era de agradecimento pelas colheitas a um deus da mitologia insular, mas com a adoção do catolicismo, passou a ser em honra de “Sinulog”, que na língua nacional filipina, o tagalog, significa Jesus. Entre outras individualidades, à cerimónia assistiu o núncio apostólico em Lisboa, o arcebispo Rino Passigato. Segundo Celia Anna Feria em Portugal a comunidade filipina “é menos de 2.000 pessoas, a maioria em Lisboa”. Questionada pela Lusa quanto aos preparativos da evocação dos 500 anos da chegada de Fernão Magalhães às Filipinas, no âmbito da viagem de circum-navegação ao serviço de Espanha, a diplomata disse que tal “só acontecerá em 2021”, mas foi já constituída uma comissão nacional para esse efeito, e que a embaixada em Lisboa tem estado a desenvolver contactos com várias universidades, nomeadamente a Nova de Lisboa. Neste âmbito, a embaixadora quer a “produção de vasta bibliografia que dê a conhecer as Filipinas e a sua cultura”. A eucaristia na basílica da Estrela foi celebrada em tagalog, inglês e português. Fernão de Magalhães (1480-1521), natural de Sabrosa, em Trás-os-Montes e Alto Douro, capitaneou a primeira viagem de circum-navegação e foi o primeiro europeu a alcançar a Terra de Fogo, no extremo meridional da América do Sul. A viagem de circum-navegação, sob bandeira de Espanha, foi iniciada em 1519 e terminou em 1522, já sob o comando de Juan Elcano, pois o navegador português foi morto por autóctones na ilha de Cebu, nas Filipinas. A imagem do “Santo Niño”, que encontra paralelo na tradição católica no Menino Jesus da Cartolinha, de Miranda do Douro, e no Menino Jesus de Praga, entre outros, é a mais antiga relíquia católica das Filipinas, e encontra-se na Basílica Menor do Santo Niño, na cidade de Cebu.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia chinesa cresceu 6,6% em 2018, o pior resultado desde 1990 [dropcap]A[/dropcap] economia da China, a segunda maior do mundo, cresceu 6,6%, em 2018, ou seja, ao ritmo mais lento dos últimos 28 anos, anunciou hoje o Gabinete Nacional de Estatísticas do país. Trata-se do menor crescimento desde 1990, quando se fixou em 3,7%, devido às sanções económicas internacionais impostas na sequência da sangrenta repressão do movimento de Tiananmen, em 1989. Representa também uma desaceleração de duas décimas face ao crescimento registado em 2017, mas dentro da meta definida pelo Governo, de “cerca de 6,5%”. No último trimestre do ano, a economia chinesa registou um crescimento homólogo de 6,4%, menos uma décima do que nos três meses anteriores. A liderança chinesa está a encetar uma transição no modelo económico do país, visando uma maior preponderância do sector dos serviços e do consumo, em detrimento das exportações e construção de obras públicas. Mas a desaceleração tem sido mais acentuada do que o previsto, levando Pequim a reduzir as restrições no acesso ao crédito e a aumentar a despesa pública, visando evitar a destruição de empregos, o que poderia resultar em instabilidade social. A actividade económica permaneceu robusta durante a maior parte do ano, apesar de a guerra comercial que espoletou, no verão passado, com Washington, e suscitada pelas ambições chinesas para o sector tecnológico. No entanto, as exportações caíram em Dezembro, reflectindo os efeitos da entrada em vigor de uma segunda ronda de taxas alfandegárias nos Estados Unidos, sobre cerca de 200.000 milhões de dólares de bens oriundos da China. Em termos nominais, o valor do Produto Interno Bruto chinês ascendeu a 90,03 biliões de yuan.
Hoje Macau SociedadeMacau aposta na gastronomia para provar que há mais vida para além do jogo [dropcap]A[/dropcap] gastronomia é uma das apostas da capital mundial do jogo para diversificar a indústria do turismo, disse à Lusa a directora dos Serviços de Turismo de Macau, à margem de uma iniciativa que reuniu ‘chefs’ internacionais no território. Na véspera de se ‘apagar’ o Festival de Luzes e a menos de dois meses após o Festival de Gastronomia, uma série de demonstrações públicas em Macau de mais de 30 ‘chefs’ de mais de 20 Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) traduz a estratégia do território em mostrar aos turistas que há mais vida para além do jogo, segundo Helena da Senna Fernandes. A aposta parece estar ganha e a organização admite repetir a iniciativa, adiantou a responsável, embora seja necessária “uma avaliação por parte de todos os parceiros”, ressalvou. “O tempo está a ajudar e há muita adesão da população local. (…) O alvo é atrair mais turistas para ficarem mais tempo em Macau, e não só nos casinos, daí esta aposta na cultura, no nosso legado gastronómico, e em aproveitar constantemente todas as oportunidades”, salientou, junto ao ‘palco’ onde decorriam as demonstrações culinárias, ladeado por dois ecrãs gigantes a partir dos quais o público seguia a confecção dos pratos. Desde 2017, quando Macau entrou para a UNESCO na área da Gastronomia, “que esta aposta se tornou muito importante, não só porque temos essa obrigação, mas porque também queremos ajudar a cidade a crescer de forma sustentável”, acrescentou a directora dos Serviços de Turismo do território. “Temos que avaliar o sucesso do evento com os nossos parceiros, mas julgo que temos toda a possibilidade de repetir a iniciativa”, concluiu Senna Fernandes, reiterando a ideia de que “a gastronomia é um ponto forte de Macau”. Junto a um dos emblemáticos lagos artificiais que serve de cartão de visita de Macau, no espaço Anim’Arte Nam Van, alguns cozinheiros, num momento pós-demonstração pública dos seus pratos, conversam com o público. Um ‘chef’ turco passeia-se com um tacho e dá a provar a iguaria confeccionada que só tinha sido possível apreciar no ecrã para a esmagadora maioria das pessoas. O ‘chef’ brasileiro David Bolhões Vieira França veio de Paraty para fazer a sua estreia na China e em Macau. Na sua bagagem, fez questão de trazer boa parte dos ingredientes, à excepção do peixe. Na viagem de quase 18 mil quilómetros, o ‘chef’ trouxe farinha de mandioca para fazer a farofa, camarão, banana, coentros selvagens, pimenta dedo-de-moça e palmito, que tanto serve para colorir a comida como para tingir roupas de vermelho, sendo ainda usada pelos indígenas para pintarem o rosto. “O convite foi irrecusável”, disse à Lusa, explicando que esta oportunidade para interagir com outros ‘chefs’ e com o público é sempre importante. Por outro lado, frisou, “Paraty tem uma cozinha de muitas influências, que vão desde o pescador à cozinha indígena”, e “Macau tem esta componente de fusão, tendo pertencido a Portugal durante tanto tempo que é muito interessante”, argumentou, apesar do pouco tempo no território ainda não lhe ter permitido significativas experiências gastronómicas. As demonstrações dos ‘chefs’ é um dos destaques do “Fórum Internacional de Gastronomia”, que começou sábado e chega hoje ao fim. Além da região administrativa especial chinesa, estão também representadas no evento cidades do interior da China, Coreia do Sul, Japão, Tailândia, Turquia, Espanha, Noruega, Suécia, Itália, Colômbia, México, Brasil, Panamá e Estados Unidos. Macau entrou para a Rede de Cidades Criativas da UNESCO na área da Gastronomia em 31 de Outubro de 2017, tornando-se na terceira cidade na China, a seguir a Chengdu e Shunde, a conquistar tal feito. Após o reconhecimento, foi lançado no início de 2018 o “Ano da Gastronomia de Macau”, uma iniciativa inserida num plano a quatro anos para “forjar uma Cidade Criativa” à boleia da designação recém-atribuída. Realizado pela primeira vez em 2016, quando Macau preparava a candidatura à Rede de Cidades Criativas de Gastronomia da UNESCO, o Fórum Internacional de Gastronomia pretende ser “uma plataforma de relevo para intercâmbio e exploração de iniciativas de colaboração entre Macau, outras Cidades Criativas de Gastronomia, profissionais e académicos do ramo”.