Hoje Macau SociedadeDroga | PSP descobre venda de ice em apartamento no bairro de Toi San [dropcap]A[/dropcap]s autoridades policiais detectaram um caso de venda de ice num apartamento localizado no bairro de Toi San, na zona norte. Na sequência da apreensão foram detidos dois homens e uma mulher, de apelido Lei, todos residentes de Macau. De acordo com o jornal Ou Mun, no apartamento foram encontradas 60 gramas de ice e instrumentos utilizados no consumo de estupefacientes. A droga apreendida tem um valor de mercado de 190 mil patacas. A descoberta começou no passado dia 26, quando a Polícia de Segurança Pública (PSP) detectou, numa acção de fiscalização comum, um homem, de apelido Ng, na posse de cerca de seis gramas de ice, no valor de seis mil patacas. Foi a partir de Ng que a polícia conseguiu ter acesso ao apartamento. No dia seguinte, os agentes testemunharam que um outro indivíduo, de apelido Ao Ieong, comprou droga na fracção em questão. Porém, o suspeito em questão rejeitou cooperar com a polícia. Mais tarde, as autoridades conseguiram entrar na casa e chegar à fala com a suspeita.
Hoje Macau DesportoShanghai SIPG | Espanhol contrata Wu Lei, o Maradona chinês [dropcap]O[/dropcap] futebolista Wu Lei, de 27 anos, conhecido como o Maradona chinês e melhor marcador da Superliga chinesa, assinou contrato com o Espanhol, anunciou ontem o Shanghai SIPG, clube do qual se transfere. Wu Lei apontou 27 golos na Liga e foi peça fundamental na conquista do título pela equipa de Xangai, treinada pelo português Vítor Pereira e na qual jogam os brasileiros Óscar, Elkeson e Hulk, antigo jogador do FC Porto. Os detalhes da transferência de Wu Lei para o 15.º classificado na Liga espanhola ainda não são conhecidos, com o clube catalão a confirmar apenas que o avançado terá a camisola número 24 no plantel comandado por Rubi. “Os responsáveis consideram que é um jogador com um enorme potencial, capaz de se tornar uma das referências no plantel”, indica o clube espanhol na sua página oficial. O avançado chinês é internacional desde 2010, tendo marcado 15 golos em 61 jogos pela China, e fez toda a sua carreira no Shanghai SIPG.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas | Alerta de terrorismo para todo o país após ataque em Jolo [dropcap]A[/dropcap] Polícia Nacional das Filipinas elevou ontem o nível de alerta de terrorismo para todo o país, após o ataque de domingo em Jolo reivindicado pelo grupo Estado Islâmico e que causou 20 mortos e 100 feridos. “A ordem garantirá que planos semelhantes de grupos terroristas não sejam realizados em outras regiões”, disse o director-geral da Polícia Nacional, Oscar Albayalde, numa conferência de imprensa em Jolo. O novo nível de alerta significa que a polícia vai aumentar os pontos de controlo e colocará sob maior vigilância a proibição de usar armas de fogo durante o período eleitoral, que terminará com as eleições legislativas e municipais de 13 de Maio. Albayalde informou ainda que o encerramento de Jolo e a restrição de movimentos no seu interior foram ordenados como estratégia para cercar os responsáveis pelo ataque, ao mesmo tempo que foi reforçado o destacamento de agentes da Polícia, das Forças Armadas e das Forças Especiais. O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou o duplo atentado de domingo contra a catedral católica de Jolo. O ataque ocorreu uma semana depois de mais de dois milhões de filipinos da comunidade de maioria muçulmana no sul do país, onde se situa a ilha de Jolo, terem sido chamados a participar num referendo para tornar esta região mais autónoma e, assim, acabar com cinco décadas de conflito.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Advogado condenado a quatro anos e meio de prisão Wang Quanzhang foi condenado por “subversão contra o poder do Estado” e ainda privado de direitos políticos por cinco anos [dropcap]U[/dropcap]m tribunal no nordeste da China condenou ontem a quatro anos e meio de prisão o advogado especializado em casos de direitos humanos Wang Quanzhang, por “subversão contra o poder do Estado”. Wang é um de mais de 250 advogados e activistas que foram detidos, em 2015, parte de uma campanha repressiva lançada pelo Governo chinês contra defensores dos direitos humanos no país. Além de condenado à prisão, Wang foi também privado dos seus direitos políticos, por cinco anos, segundo um comunicado difundido no portal oficial do Tribunal Popular Intermédio de Tianjin. “O veredicto de hoje (ontem) é uma grave injustiça. É escandaloso que Wang Quanzhang seja punido por defender pacificamente os direitos humanos na China. Ele deve ser libertado imediatamente e de forma incondicional”, afirmou num comunicado a Amnistia Internacional (AI), após ser conhecida a sentença. Wang foi detido, em 2015, mas a sua família só recebeu notícias do seu paradeiro em Julho deste ano, depois de um advogado da sua confiança ter revelado que ele estava vivo e sob custódia da polícia, em Tianjin, a 120 quilómetros de Pequim, e que “provavelmente foi torturado”, segundo a AI. “Até à pouco, a família de Wang, que continua a ser assediada pelas autoridades, nem sabia se ele estava vivo. A sua prisão contínua só prolonga o seu sofrimento”, acrescentou. Acesso limitado Em 26 de Dezembro passado, policias à paisana impediram familiares e simpatizantes de Wang de acederem ao julgamento, incluindo a sua mulher, Li Wenzu, que foi impedida de se deslocar até Tianjin. O acesso foi também vetado a diplomatas e jornalistas ocidentais. A sociedade de advogados à qual Wang pertence, a Fengrui, esteve envolvida em vários casos politicamente sensíveis e representou críticos do Partido Comunista. Wang representou membros do culto religioso Falun Gong, que o PCC considera um culto maligno, e que baniu do país, em 1999. Líderes daquele culto de prática espiritual foram condenados a longas penas de prisão e vários seguidores detidos, por alegadamente constituírem uma ameaça.
Hoje Macau China / ÁsiaSeul | Falhou primeiro teste para gerar chuva artificial [dropcap]A[/dropcap] primeira experiência na Coreia do Sul para gerar chuva artificial e reduzir a concentração no ar de partículas poluentes da China falhou, anunciou ontem o Governo, que garantiu que vai prosseguir com os testes. A experiência, realizada pela agência meteorológica da Coreia do Sul e pelo do Ministério do Meio Ambiente na sexta-feira, teve lugar sobre o mar Amarelo, com um avião coreano a espalhar iodeto de prata no ar, um composto químico que ajuda a concentrar vapor de água nas nuvens. Registou-se um aumento das partículas de precipitação, mas não o suficiente para gerar chuva, segundo um comunicado do Ministério do Meio Ambiente. No entanto, a agência indicou que este primeiro teste – cujos dados serão anunciados com detalhe no final de Fevereiro -, permite acumular experiência. As autoridades planeiam realizar outros 14 testes como este ano para ajudar a reduzir a densidade do material particulado fino que afecta cada vez mais a Coreia do Sul. O “pó fino” tem origem nos desertos do norte da China e da Mongólia e mistura-se com a poluição produzida pela actividade industrial. A presença desta poeira na Coreia do Sul aumentou enormemente nos últimos anos e estudos locais sugerem que metade da poluição que contém é oriunda de fábricas e de centrais térmicas chinesas. Em 14 de Janeiro, Seul e a sua região vizinha, onde vive metade dos 50 milhões de habitantes do país, registaram um nível recorde quando o índice PM 2,5 atingiu 188 microgramas por metro cúbico, mais de sete vezes o nível de 25 microgramas recomendados pela Organização Mundial da Saúde.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Indústria abranda em 2018. Lucros aumentam 10,3 por cento [dropcap]O[/dropcap]s lucros da indústria chinesa registaram um aumento homólogo de 10,3 por cento, em 2018, uma desaceleração significativa, face ao ano anterior, quando cresceram 21 por cento, segundo dados oficiais ontem divulgados, num período de disputas comerciais com Washington. Os lucros alcançaram 6,63 biliões de yuan. Em termos nominais, trata-se de um abrandamento de cerca de 12 por cento, face a 2017, quando os lucros excederam 7,5 biliões de yuan -, embora o GNE afirme que o cálculo foi feito “segundo valores comparáveis, considerando o ajuste e a melhoria do sistema estatístico, a eliminação de dados duplicados e a venda de activos (derivados) da reforma corporativa “. Para este indicador, as estatísticas chinesas consideram apenas empresas industriais com receitas anuais superiores a 20 milhões de yuan. O GNE revelou ainda os resultados referentes apenas ao mês de Dezembro, que revelam uma queda homóloga de 1,9 por cento, no segundo resultado negativo em três anos, após o registado em Novembro. Em termos anuais, 32 dos 41 sectores listados pelo GNE registaram um aumento nos lucros, incluindo extracção de petróleo e gás natural, indústria dos produtos minerais não metálicos, fundição e laminação de metais ferrosos ou matérias-primas químicas. Em declínio Em comunicado, o GNE afirma que a reforma da oferta “continuou a avançar, em profundidade”, e que o índice de endividamento das empresas industriais caiu 0,5%, em 2018, para 56,5%. He Ping, estatístico do GNE, apontou que o rácio da dívida das empresas estatais – afectadas pela alavancagem – caiu 1,6 pontos percentuais, para 58,7%. A economia da China, a segunda maior do mundo, cresceu 6,6 por cento, em 2018, ou seja, ao ritmo mais lento dos últimos 28 anos. Analistas prevêem que a economia chinesa registe um declínio acentuado, ao longo da primeira metade do próximo ano, reflectindo o pleno efeito das taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos. A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o espoletar de disputas comerciais, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um. Os EUA temem perder o domínio industrial global, à medida que Pequim tenta transformar as firmas estatais do país em importantes actores em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.
Hoje Macau China / ÁsiaXi Jinping reúne-se com alto responsável norte-coreano O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano esteve na capital chinesa onde assistiu, com o Presidente chinês, a um espectáculo comemorativo do 70.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e a RPDC. A segunda cimeira entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos tem lugar no mês que vem [dropcap]O[/dropcap] vice-presidente do Comité Central do Partido dos Trabalhadores norte-coreano, Ri Su-yong, reuniu-se, em Pequim, com o Presidente chinês, Xi Jinping, informou ontem a imprensa estatal, nas vésperas da cimeira entre Estados Unidos e Coreia do Norte. O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano liderou uma delegação de funcionários do Governo e artistas da Coreia do Norte, numa visita à capital chinesa, como parte dos esforços para fortalecer as relações bilaterais. No domingo, Ri Su-yong e Xi Jinping assistiram a um espectáculo artístico norte-coreano, detalhou a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. “Esta visita é uma actividade de intercâmbio cultural importante para implementar o consenso alcançado por ambas as partes, bem como um evento significativo na celebração do 70.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e a RPDC (República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia Norte)”, disse Xi, citado pela agência. “A China está disposta a trabalhar com a RPDC para implementar o importante consenso alcançado pelas duas partes, a fim de beneficiar ainda mais os dois povos e contribuir para a paz mundial, estabilidade, desenvolvimento e prosperidade”, acrescentou Xi, que foi acompanhado pela mulher, Peng Liyuan. Afinados O líder norte-coreano, Kim Jong-un, visitou este mês Pequim, num esforço para acertar estratégias com o único grande aliado, antes de uma segunda cimeira com o Presidente norte-americano, Donald Trump, no próximo mês. Kim reafirmou o seu compromisso e disposição em compartilhar com a China a evolução das negociações com os EUA. Kim e Trump reuniram-se, em Singapura, no ano passado, num encontro histórico que ocorreu depois de, em 2017, as tensões terem atingido níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), na sequência dos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Washington. No entanto, desde a cimeira em Singapura houve pouco progresso real no desarmamento nuclear. Washington exige que Pyongyang apresente dados detalhados sobre o arsenal nuclear, enquanto Pyongyang diz que já fez o suficiente e que está na altura de os EUA aliviarem as pesadas sanções internacionais que isolaram a economia norte-coreana. A China é o maior aliado diplomático e o principal parceiro comercial da Coreia do Norte.
Hoje Macau EventosApanhado suspeito de roubar quadro em Moscovo [dropcap]A[/dropcap]s autoridades russas detiveram um homem acusado de ter roubado, no domingo, uma pintura do século XIX na Galeria Tretyakov, em Moscovo, em plena luz do dia e disfarçado de segurança. O museu, um dos principais da capital russa, anunciou na noite de domingo, em comunicado, que uma obra do pintor russo Arkhip Kouïndji tinha sido roubada por volta das 18h locais (21h em Macau), quando a galeria estava aberta ao público. A pintura, que representa o Monte Aï-Petri, na Crimeia, feita entre 1898 e 1908, foi encontrada pela polícia escondida num estaleiro, de acordo com um comunicado do Ministério do Interior da Rússia. O homem, de 31 anos, acusado de estar por detrás do roubo foi preso numa vila nos arredores de Moscovo. “No momento do roubo, a segurança da galeria, garantida por elementos da Guarda Nacional e por funcionários do serviço de segurança do museu, estava a funcionar normalmente”, relatou a Galeria Tretyakov no domingo, acrescentando que as medidas de controlo foram reforçadas. Na altura, testemunhas disseram ter visto um jovem a remover a pintura da parede e explicaram que apenas depois perceberam que tinham assistido a um roubo. A Galeria Tretyakov tem em exibição até ao final de Fevereiro uma mostra dedicada a Arkhip Kouïndji, com mais de 120 das suas obras. No final de Maio, um homem de 37 anos vandalizou (partindo o vidro de protecção) uma das mais famosas pinturas da galeria, representando Ivan, o Terrível, a matar o filho, da autoria de Ilia Repin. Fundada em 1856, a Galeria Tretyakov tem uma das colecções mais ricas da Rússia. Entre as obras-primas estão algumas de Marc Chagall, Vassily Kandinsky e o famoso “Quadrado Preto sobre um Fundo Branco”, de Kazimir Malevitch.
Hoje Macau EventosUniversidade de Évora vai ter Instituto Confúcio [dropcap]A[/dropcap] Universidade de Évora (UE) assinou no passado dia 22 um acordo de cooperação com a Universidade de Guangxi, que prevê a criação do Instituto Confúcio na universidade portuguesa. De acordo com um comunicado da própria UE, na cerimónia de assinatura esteve presente Soumodip Sarkar, vice-reitor para a Inovação, Cooperação e Empreendedorismo, que destacou a importância que a UE tem vindo a dar “aos países do leste asiático, nomeadamente a China”, além do facto da universidade “ser líder ibérico da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’, graças a um memorando assinado em Macau em Novembro último. O mesmo responsável apontou também que “a China representa uma grande oportunidade para os nossos investigadores e estudantes”. “Foi com muito agrado que recebemos a Universidade de Guangxi, uma das melhores universidades da China”, acrescentou, referindo que os objectivos desta parceria passam por “ampliar a ligação com a Universidade de Guangxi e explorar as diferentes formas de colaboração e cooperação, nomeadamente intercâmbios de alunos”. Quanto ao futuro Instituto Confúcio, este vai não apenas ensinar a língua e cultura chinesas a falantes de português como também possibilitar a realização do Exame Oficial de Nível da Língua Chinesa, apresentando critérios uniformizados ao nível mundial. O acordo firmado estabelece, ainda, a possibilidade de cooperação bilateral a vários níveis, nomeadamente, através do intercâmbio de estudantes, da realização de seminários, workshops e programas culturais, entre outras actividades ao nível da investigação.
Hoje Macau SociedadeTaxa de desemprego desceu, mediana salarial subiu em 2018 [dropcap]M[/dropcap]acau encerrou 2018 com uma taxa de desemprego de 1,8 por cento, menos 0,2 pontos percentuais face ao ano anterior, indicam dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). A taxa de desemprego dos residentes também recuou (0,3 pontos percentuais), fixando-se em 2,4 por cento. A mediana do rendimento mensal da população empregada cifrou-se em 16.000 patacas, enquanto a dos residentes fixou-se em 20.000 patacas, com ambas a traduzirem um crescimento de 1.000 patacas, em termos anuais. “Em 2018, o mercado de emprego de Macau apresentou um comportamento favorável”, realçou a DSEC.
Hoje Macau SociedadeTV Cabo | Contrato de concessão renovado até 2024 [dropcap]O[/dropcap] contrato de concessão da TV Cabo vai ser renovado. A informação consta de uma Ordem Executiva, publicada ontem em Boletim Oficial, que delega no secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, os poderes necessários para representar a RAEM, na qualidade de outorgante, na escritura pública do contrato adicional à renovação do contrato de concessão do serviço terrestre de televisão por subscrição. O contrato com a TV Cabo foi firmado em Abril de 1999 por 15 anos e renovado, em 2014, por um período de cinco anos. Segundo a Rádio Macau, que cita a Direcção dos Serviços de Correios e Telecomunicações (DSCT), o contrato vai ser prorrogado por mais cinco anos, ou seja, até 2024, e inclui uma nova norma que abre caminho à prestação de serviços integrados de televisão, telefone e internet. “Foi aditado que, após a entrada em vigor do Regime de Convergência de Redes e Serviços de Telecomunicações, a TV Cabo transitará para a licença de convergência. Nessa altura, poderá desenvolver, de acordo com as próprias condições de exploração, outros serviços de telecomunicações”, indicou a DSCT à emissora pública.
Hoje Macau SociedadeCrime | Canadá em contacto com Macau após detenção de canadiano O Consulado Geral do Canadá em Hong Kong está em contacto com as autoridades de Macau relativamente à detenção do cidadão canadiano, de origem chinesa. O homem, de 61 anos, é suspeito de ter tentado defraudar uma empresa em 249 milhões de euros [dropcap]“F[/dropcap]uncionários consulares estão em contacto com as autoridades locais sobre o assunto”, afirmou o Consulado Geral do Canadá em Hong Kong, em resposta à Lusa, referindo-se ao canadiano detido na sexta-feira em Macau, acrescentando ainda que, “de acordo com as leis de privacidade do Canadá, informações adicionais sobre este assunto não poderão ser reveladas”. O canadiano foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) nas Portas do Cerco, quando se preparava para deixar o território, após ter alegadamente tentado transferir 249 milhões de euros da conta bancária de uma empresa de entretenimento para a de uma empresa em Hong Kong. O homem, de apelido Liao, foi presente ao Ministério Público no dia seguinte, desconhecendo-se eventuais medidas de coacção. O HM contactou o MP, mas até ao fecho da edição não obteve resposta. O caso remonta ao passado dia 21, quando o sino-canadiano se dirigiu a um banco local para transferir os fundos. Uma pretensão que, segundo explicou a PJ, viu ser-lhe negada após a descoberta por parte de um funcionário que a assinatura dos documentos de autorização que apresentou não correspondia à da conta bancária da empresa de entretenimento. Na sequência do incidente, o banco contactou a empresa em causa, que garantiu não ter dado luz verde para nenhuma transferência de fundos, e na sexta-feira decidiu reportar o caso à Polícia Judiciária. Na tarde do mesmo dia, o homem acabou então por ser detido na fronteira. Segundo a investigação preliminar da PJ, o sino-canadiano terá utilizado um documento de autorização forjado para tentar defraudar a empresa (cujo nome não foi divulgado pelas autoridades), recaindo sobre ele a suspeita da prática dos crimes de falsificação de documentos e fraude. Sem ligações Não há qualquer indício que aponte, de momento, para a possibilidade de o caso estar relacionado com a crescente tensão entre a China e o Canadá. Pequim e Otava vivem uma crise diplomática desde que, em 1 de Dezembro, a directora financeira da Huawei, Meng Wanzhou foi detida em Vancouver, a pedido dos Estados Unidos, por suspeita de que o grupo chinês das telecomunicações tenha exportado produtos de origem norte-americana para o Irão e outros países visados pelas sanções de Washington, violando as suas leis. Após terem ameaçado o Canadá com “graves consequências” caso não libertasse Meng, as autoridades chinesas detiveram Michael Kovrig, antigo diplomata do Canadá, e Michael Spavor, empresário que organiza viagens turísticas e eventos desportivos na Coreia do Norte. As detenções levaram mais de cem académicos e antigos diplomatas a pedir à China a sua libertação. De acordo com a petição, assinada por especialistas sobre a China e dirigida ao Presidente chinês, as detenções dos dois canadianos, por “prejudicarem a segurança nacional da China”, são um sinal preocupante para aqueles que fazem pesquisa sobre o país. Um tribunal no norte da China anunciou ainda a repetição do julgamento do canadiano Robert Lloyd Schellenberg, condenado, em 2016, a 15 anos de prisão, por tráfico de droga, mas cujo último veredicto, na semana passada, ditou a sua condenação à pena de morte.
Hoje Macau SociedadeNovos Aterros | ID quer instalações desportivas na Zona A [dropcap]O[/dropcap] Instituto do Desporto sugeriu às Obras Públicas que construam três campos de futebol, três piscinas, ginásios e trilhos para ciclismo e corrida na Zona A dos Novos Aterros. A informação foi avançada pelo ID, em resposta a uma interpelação do deputado Sulu Sou, que perguntou sobre os planos para o desenvolvimento do desporto local. “Em relação à Zona A dos aterros, o ID sugeriu às Obras Públicas a construção de pelo menos três campo de futebol com pista de atletismo, três piscinas e três ginásios”, pode ler-se na resposta ao deputado. “Foi também sugerido que deve ser reservado um espaço razoável para a prática de exercício físico nas áreas residenciais, além de trilhos para ciclismo e caminhada. São instalações que vão melhorar a qualidade de vida da população”, é acrescentado.
Hoje Macau PolíticaGuangdong quer hub tecnológico com Macau e Hong Kong em 2019 [dropcap]O[/dropcap] governador da província de Guangdong, Ma Xingrui, pretende aprofundar uma aliança científica com Macau e Hong Kong através da construção de laboratórios de tecnologia de ponta necessárias ao sucesso das indústrias locais. A notícia, publicada pelo South China Morning Post, cita um relatório anual divulgado ontem pelo Governo provincial onde Ma Xingrui categoriza o projecto como uma “oportunidade de importância histórica” e uma prioridade para 2019. A proposta do Governo da província vizinha surge ao abrigo do projecto de cooperação da Grande Baía e tem a ambição tornar a região num hub internacional de inovação e tecnologia. O governador de Guangdong elenca a elevada capacidade de conectividade de transportes como um dos trunfos logísticos, além de se basear num conceito algo polémico: a co-localização, que permite o desenvolvimento de empresas em mais de um país. Para que tal aconteça será necessário promover processos burocráticos dos serviços de imigração nas fronteiras mais suaves. Algo que está em funcionamento na estação ferroviária de Hung Hom em Kowloon, infra-estrutura que motivou polémica desde que foi anunciada. Durante o discurso perante o órgão legislativa de Guangdong, Ma referiu que pretende “abrir e partilhar com Hong Kong e Macau mais instalações laboratoriais, mecanismos de pesquisa científica de larga-escala e de tratamento de dados”. Dores de crescimento Em contrapartida, as previsões de crescimento económico para Guangdong são de abrandamento, em linha com o que é expectável para a economia chinesa. Ainda assim, a província que é o principal motor industrial chinês espera um crescimento entre 6 e 6,5 por cento do Produto Interno Bruto em 2019. A tendência de queda verifica-se desde o ano passado, quando o crescimento se cifrou nos 6,8 pontos percentuais, valor abaixo dos 7,5 por cento registados em 2017. Analistas políticos e económicos apontam a guerra comercial com os Estados Unidos.
Hoje Macau PolíticaIlha Verde | Wong Kit Cheng quer classificação de Convento [dropcap]A[/dropcap] deputada Wong Kit Cheng, ligada à Associação Geral das Mulheres de Macau, quer explicações para o facto do Governo ter classificado a Colina da Ilha Verde, mas ter deixado de fora o Convento na zona, com cerca de 200 anos. De acordo com a legisladora, no passado, quando a Colina da Guia e a Colina de Mong Há foram classificadas, o farol e a fortaleza que ficam nos mesmos locais foram igualmente protegidos. Contudo, o mesmo não aconteceu com a Colina da Ilha Verde. Wong alertou ainda para o facto de o Convento estar “rodeado por veículos abatidos” e “haver falta de protecção e manutenção”.
Hoje Macau PolíticaEstudos | Lei Chan U questiona gastos de 19 milhões [dropcap]O[/dropcap] deputado Lei Chan U exige ao Governo que explique o estudo e a actualização posterior do plano de desenvolvimento da zona das Portas do Cerco. Este vai ser um dos pontos abordados pelo legislador da FAOM, hoje, durante o Plenário da Assembleia Legislativa numa sessão de interpelações orais. Segundo o deputado, é preciso apurar porque se pagou, em 2011, nove milhões de patacas por um estudo que, pouco depois de ter sido terminado, teve imediatamente de ser actualizado. O custo da actualização chegou aos 10 milhões, sendo mais caro do que o estudo inicial, pelo que em sete anos foram gastos 19 milhões de patacas em dois estudos sobre o mesmo assunto. Lei Chan U quer que todo o processo seja explicado.
Hoje Macau PolíticaChui Sai On | Garantir “sucesso” da mudança entre as principais prioridades Garantir o sucesso da mudança de Governo figura como uma das principais prioridades da acção governativa em 2019. O director do Gabinete de Ligação fala em novas oportunidades [dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, afirmou que “a principal prioridade da acção governativa” de 2019 é “trabalhar para garantir o sucesso da mudança e transição do Governo”, bem como da “dupla celebração”, ou seja, dos 70 anos da implantação da República Popular da China (Outubro) e dos 20 anos da RAEM (Dezembro). As prioridades foram traçadas ontem no discurso que proferiu na recepção da Festa da Primavera, oferecida pelo Gabinete de Ligação. “Iremos colaborar activamente com todos os sectores da sociedade para, em conjunto, mantermos a estabilidade da conjuntura global e criarmos um bom ambiente de trabalho para que aquelas tarefas sejam realizadas de forma ordenada, segura e estável”, realçou o Chefe do Executivo. A onze meses de terminar o mandato, Chui Sai On reiterou ainda que o Governo vai continuar “a assumir seriamente a responsabilidade constitucional de defesa da segurança nacional”, bem como a “participar activamente na construção da Grande Baía e aproveitar as oportunidades proporcionadas pela integração [de Macau] no desenvolvimento nacional”. Isto com vista a “criar um maior espaço e novas dinâmicas para o desenvolvimento de Macau, proporcionando, desta forma, mais oportunidades para o desenvolvimento de todos os sectores sociais, e dos jovens, em especial”. Apoio do Gabinete No encontro, que juntou centenas de personalidades, na Torre de Macau, Chui Sai On destacou ainda o “constante empenho e o forte apoio” demonstrados “desde sempre” pelo Gabinete de Ligação. Já o director do Gabinete de Ligação, Fu Ziying, começou por fazer referência ao “inesquecível” 2018 “no progresso do desenvolvimento da China”, mas também aos “novos êxitos em todas as áreas sociais” que Macau, “território intimamente ligado à pátria”, ganhou no ano passado. “Com o apoio do Governo Central e do interior da China , o Chefe do Executivo e o governo da RAEM lideraram todas as partes sociais a ganhar a solidariedade e o progresso social, promovendo a estabilidade e melhoria da economia, o aperfeiçoamento da segurança social e a harmonia social”, sublinhou Fu Ziying. “Em particular, implementou as obrigações constitucionais”, acrescentou o director do Gabinete de Ligação, no discurso que proferiu. Olhar para a frente Fu Ziying também abordou o “ano especial” que Macau tem pela frente. “Celebraremos o 20.º aniversário do regresso de Macau [e] um novo governo entrará em funcionamento, abrindo numa nova fase de desenvolvimento com novas oportunidades”, observou, afirmando que “o Governo Central vai acompanhar, de perto, todos os progressos de Macau”. “Actualmente e no futuro próximo, para concretizar as expectativas do Presidente Xi Jinping, de promover o melhor desenvolvimento de Macau na integração do desenvolvimento global do país, precisamos de ter uma visão de longo prazo”. Neste sentido, “os planos para o desenvolvimento económico e social, além de baseados na realidade regional de Macau, devem ter em consideração as necessidades de desenvolvimento do país, aproveitando a vantagem de Macau, servindo a necessidade do país, e procurando o desenvolvimento a longo prazo na nova rodada de reforma e abertura do país”, sustentou. Neste sentido, defendeu ser precisa “uma atitude pragmática”, no sentido de “aproveitar bem as políticas favoráveis do Governo Central para apoiar o desenvolvimento de Macau”. “Precisamos de ter espírito inovador, no aprofundamento de cooperação entre Macau e o Interior da China, especialmente na participação na estratégia nacional de construção da Grande Baía”, apontou. Neste contexto, Fu Ziying destacou que se deve “aproveitar a vantagem inerente da política de ‘Um país, dois sistemas’, experimentar corajosamente do uso do mecanismo institucional para a inovação”, bem como “resolver conjuntamente o problema das diferenças institucionais”.
Hoje Macau EntrevistaAntónio Guterres diz que expressões de ódio estão a aumentar Por Elena Lentza, da agência Lusa [dropcap]O[/dropcap] secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, considerou, em entrevista à agência Lusa, que a violência relacionada com o ódio apresenta “um aumento dramático” e assume formas que eram incomuns até agora. António Guterres assume que o mundo está “a assistir a formas de violência a que não estávamos habituados”, como a propagação de mensagens de anti-semitismo na internet, incitações à violência e ao ódio por organizações neonazis, massacres produzidos por indivíduos em sinagogas e profanação de cemitérios judaicos. “Tudo isto nos deve levar a compreender que o horror do holocausto não chega para matar este tipo de expressões de ódio, de racismo, de violência”, disse o português, que está à frente de uma organização de 193 países. António Guterres falou à Lusa à margem da apresentação da exposição “Beyond Duty” na sede da ONU em Nova Iorque, na segunda-feira, que teve co-organização da Missão Permanente de Portugal junto da ONU e presta tributo a diplomatas que salvaram judeus durante o genocídio da Segunda Guerra Mundial. “Hoje aqui é o holocausto que nos reúne e estamos a assistir a um aumento dramático do número de agressões, quer a instituições, quer a pessoas, pelo simples facto de serem judaicas, o que é completamente intolerável”, disse António Guterres. Para o secretário-geral, “é evidente que há uma polarização política” e uma “radicalização do discurso político em muitas sociedades”, o que tem levado a “muitas formas de populismo”. O crescimento do discurso populista é ainda mais preocupante, afirmou António Guterres, se a esse movimento estiver associado o nacionalismo ou “quando tem escondido, até, alguns aspectos que são memórias de antigas expressões do tempo da Segunda Guerra Mundial e do nazismo”. O antigo primeiro-ministro português preferiu não comentar a situação actual de aumento da violência e do populismo em países lusófonos, como Brasil, Angola ou Moçambique, dizendo: “não penso que o mundo de língua portuguesa seja particularmente afectado, mas naturalmente que a vigilância é necessária em toda a parte”. “A ONU está hoje na primeira linha do combate contra o anti-semitismo, como contra todas as outras formas de expressão do ódio”, disse António Guterres, nas declarações à Lusa. O antigo chefe do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados defendeu que “temos de estar alertas e temos que fazer tudo para que triunfem os valores da tolerância, do respeito mútuo, da convivência pacífica entre comunidades, entre grupos humanos, entre civilizações, porque só assim o mundo poderá viver em paz”.
Hoje Macau China / ÁsiaEUA acusam chinesa Huawei de fraude bancária e espionagem industrial [dropcap]O[/dropcap] Departamento de Justiça dos Estados Unidos apresentou ontem queixa-crime contra a gigante tecnológica chinesa Huawei por fraude bancária, roubo de tecnologia à rival norte-americana T-Mobile e violação de sanções internacionais. Num processo apresentado num tribunal de Brooklyn, Nova Iorque, o Departamento de Justiça acusa a Huawei, a directora financeira Meng Wanzhou e duas companhias subsidiárias de 13 acusações de fraude bancária e conspiração para contornar as sanções impostas ao Irão. Num outro processo, a companhia chinesa é acusada de roubo de segredos à tecnológica norte-americana T-Mobile. A Huawei Technologies Co., o maior fabricante de ‘smartphones’ da China, foi alvo de uma ampla investigação pelas autoridades norte-americanas. Meng Wanzhou foi detida em Dezembro no Canadá em cumprimento de um mandado das autoridades norte-americanas, que agora pedem a sua extradição. A justiça norte-americana alega que a Huawei utilizou uma empresa de fachada de Hong Kong, a Skycom, para vender equipamentos ao Irão, violando as sanções impostas pelos Estados Unidos. Os procuradores alegam também que Meng prestou falsas informações a bancos norte-americanos para os fazer crer que as duas empresas não tinham ligação. No processo relativo a espionagem industrial, a Huawei é acusada de ter nomeado roubado um engenho robótico usado pela T-Mobile em testes a ‘smartphones’.
Hoje Macau ReportagemBurocracia estorva criação de grande metrópole no sul da China Por João Pimenta, da agência Lusa [dropcap]A[/dropcap]grande metrópole do Sul da China, no Delta do Rio das Pérolas, é um exemplo de dinamismo chinês, limitado pelas fronteiras com Macau e Hong Kong, exemplo de um “país dois sistemas”. No Centro Logístico do Oeste do Rio das Pérolas, dezenas de operários embalam, dia e noite, produtos para a firma de comércio electrónico Tmall, que são depois enviados para diferentes pontos da província chinesa de Guangdong. O sistema, semi-automático, permite processar, em média, 300.000 encomendas por dia, mas, no terreno em frente, estão já a ser erguidas novas instalações logísticas, ilustrando as expectativas num aumento da procura, face à criação de um mercado único que integrará Guangdong com os territórios vizinhos de Hong Kong e Macau. “O objectivo é formar um porto terrestre que sirva como centro de distribuição na Área da Grande Baía”, explica à Lusa Li Weichao, vice-director do Centro Logístico, situado no condado de Heshan, entre as cidades de Jiangmen e Foshan. É o lado menos desenvolvido do Rio das Pérolas. No lado oposto, as cidades de Cantão, Shenzhen ou Hong Kong representam a vanguarda da manufactura, tecnologia ou finanças da China, e acumulam dois terços do Produto Interno Bruto (PIB) da região, que na totalidade ascende a mais de 1,3 bilião de euros – superior ao PIB da Austrália ou México. Mas as autoridades de Heshan acreditam que a localização do condado, no coração da Grande Baía, vai impulsionar a economia local. O projecto visa construir uma metrópole mundial a partir de Hong Kong e Macau, e nove cidades de Guangdong, através da criação de um mercado único e da crescente conectividade entre as vias rodoviárias, ferroviárias e marítimas. Guangdong é a província chinesa mais exportadora e a primeira a beneficiar da política de Reforma e Abertura adoptada pelo país no final dos anos 1970, contando com três das seis Zonas Económicas Especiais da China – Shenzhen, Shantou e Zhuhai. “O Governo quer usar a Área da Grande Baía para encurtar a lacuna [tecnológica] que a China tem com os Estados Unidos, Japão e outros países desenvolvidos”, revela Edmond Wu, professor de Economia na South China University of Technology, em Cantão. “Existe aqui uma cultura de inovação, porque a província de Guangdong e, [em particular], Shenzhen, foram sempre o berço das reformas na China”, resume. Após concluído, o Centro Logístico do Oeste do Rio das Pérolas terá mais de 30 quilómetros quadrados e estará ligado por autoestrada ao novo aeroporto de Foshan. Mas Li Weichao sabe que o sucesso do empreendimento depende da resolução dos obstáculos à integração de três diferentes entidades políticas e aduaneiras, com os seus próprios sistemas legais, fiscais e controlo na circulação de pessoas e capitais entre si. “O sistema regulatório é diferente entre as regiões. É urgente promover o diálogo entre as partes para encontrar soluções”, diz. Macau e Hong Kong têm as suas respectivas leis básicas e gozam de um alto grau de autonomia, incluindo ao nível dos poderes executivo, legislativo e judicial, ao abrigo da política ?um país, dois sistemas’, que perdura até meados deste século. A mega ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (HKZM), o mais emblemático projecto construído no âmbito do desenvolvimento da Grande Baía, ilustra os desafios que acompanham a integração regional. Cada região tem um número limitado de quotas atribuído aos veículos locais – Macau, por exemplo, tem direito a apenas 600 quotas para veículos locais circularem na ponte. É preciso ainda obter três autorizações diferentes, emitidas pelos governos de Macau, Hong Kong e Guangdong, um seguro especial, que cobre os três territórios, e registar os documentos pessoais com as autoridades do Continente chinês, num processo que demora, pelo menos, doze dias úteis. Desde que a obra foi inaugurada, em Outubro passado, “o volume de trânsito tem sido baixo”, admite Yu Lie, vice-director do organismo que gere a infraestrutura, num encontro com jornalistas. Questionado pela Lusa, Yu admite que, num período inicial, a obra, que custou cerca de 20 mil milhões de dólares, não será rentável. Porém, o seu objectivo político parece ter já sido alcançado. Prestes a atravessar a maior travessia marítima do mundo, o funcionário público aposentado Zhang Lei não tem dúvidas: o Partido Comunista Chinês é “grandioso” e a China é “number one”. “Hong Kong e Macau já estão unidos à pátria”, diz Zhang, que viajou milhares de quilómetros, desde o nordeste da China. “E, a seguir, é Taiwan”, atirou.
Hoje Macau ReportagemReportagem | Bugigangas chinesas motivam queixas nas feiras rurais do interior de Moçambique Por André Catueira, da agência Lusa [dropcap]O[/dropcap]s produtos chineses ocupam cada vez mais espaços nos mercados rurais do interior de Moçambique, competindo com artigos tradicionais o que motiva a queixa de muitos vendedores. Antes, “destas feiras, podia levar peças de artesanato e bons produtos agrícolas”, recordou Stephan Mwere, um camionista malauiano, cliente num dos mercados de beira de estrada. Molhos de hortícolas, tubérculos e raízes para cura de males de amor estão colocados lado a lado com coloridas vestes e sapatos, “made in China”. Agora, as bancas “são mais coloridas”, mas o que mais se vê são “roupas chinesas, pouco resistentes”. Estes produtos importados da Ásia invadiram nos últimos anos as tradicionais feiras rurais em distritos da província de Manica, centro de Moçambique, que eram conhecidas pelos produtos agrícolas e artesanato. Minúsculas barracas de pau, camadas de plástico e capim juntam camponeses, comerciantes e clientes, duas vezes por semana, em feiras agrícolas junto das principais estradas da província. São lugares de trocas comerciais, numa iniciativa estatal para impulsionar a economia rural e gerar competitividade nos preços dos produtos locais. “Eu trago cereais e galinhas que vendo na feira. Com o dinheiro compro outros produtos como sal, óleo, sabão e roupas”, disse à Lusa, Frigénio Vunzanasse, um camponês de 43 anos, que se queixa da invasão de bugigangas na feira de Nhampassa, no distrito de Barué. Num relato semelhante ao de outros camponeses, Frigénio defende que estes “produtos chineses que os comerciantes trazem para a feira não são resistentes”, o que se traduz num “negócio injusto” para a maioria dos produtores – que veem nas feiras locais ideais para comercializar a sua produção agrícola, mas onde agora têm que disputar a atenção dos clientes. Geralmente, os produtos chineses são adquiridos em numerosas lojas abertas na cidade de Chimoio, a capital de Manica, a preços acessíveis. São sobretudo roupa e calçado que depois são revendidos por comerciantes ambulantes, que agora se juntam às feiras tradicionais. Muitos levam sapatilhas e sapatos que os produtores apelidam de “descartáveis”, por não resistirem a uma segunda volta numa viagem de vários quilómetros a pé, muito comum entre os camponeses. Chinelos plásticos, localmente conhecidos por “papa não me gosta”, também surgem em abundância, embora sejam altamente quentes no verão e frios no inverno, mas eficientes para zonas acidentadas, como a maior parte de Manica. “Agora há muitas bancas com produtos chineses na feira”, descreve à Lusa, Januário Malissane, camponês de Nhassacara, que também faz compras numa feira rural perto de si. Sustenta que aquilo que compra dos comerciantes de Chimoio são produtos “frágeis e de pouca duração”. Entre lágrimas e prantos, Olívia Malissane, nove anos, viu recusado o seu desejo de estrear, na terceira classe do ensino básico, uma nova pasta com o símbolo da Apple. “Vai estragar-se antes do final do primeiro trimestre”, justifica o pai, dizendo que o mesmo aconteceu com outras pastas ali compradas para o primeiro e segundo ano. As duas feiras, que se localizam junto à estrada nacional número sete (EN7), são largamente frequentadas por camionistas de longo curso, que ligam o porto da Beira aos países africanos do interior, como Maláui e Zâmbia, e que também lamentam a invasão dos produtos chineses.
Hoje Macau ReportagemMirandês é segunda língua oficial em Portugal, mas faltam apoios oficiais [dropcap]V[/dropcap]inte anos após o reconhecimento do mirandês como segunda língua oficial em Portugal, em Lisboa tem “bastante” procura, apesar da falta de apoios de que se queixam os seus divulgadores. Numa pequena sala da Casa de Trás-os-Montes em Lisboa, funciona à segunda-feira e em horário pós-laboral uma aula de língua mirandesa, onde até um aluno francês de Erasmus já se inscreveu para aprender esta língua falada no nordeste transmontano. Antes de dar início a mais uma aula, António Cangueiro, professor de mirandês, falou à Lusa sobre este seu percurso, que começou ainda com o escritor, professor universitário, estudioso e divulgador da língua mirandesa Amadeu Ferreira, que instituiu o curso em Lisboa há dez anos. “O primeiro ano ainda foi com Amadeu Ferreira, ele vinha dar literatura e eu e outro amigo, Francisco Domingues, vínhamos dar as classes”, lembrou. A funcionar há dois anos na Casa de Trás-os-Montes, as aulas de mirandês são actualmente leccionadas em conjunto com outra professora, Adelaide Monteiro, e “a procura tem sido bastante”, assegura. “A prova está aqui nos cursos da Casa de Trás-os-Montes. No ano passado findaram o curso 15 alunos, um deles era de origem francesa, que veio fazer Erasmus e teve interesse, matriculou-se e frequentou o curso”, contou, assegurando que “há muito interesse desde que a língua foi aprovada como língua oficial”. No entanto, faltam apoios do Estado: “a língua mirandesa não tem qualquer apoio oficial”, alertou. “Eu venho para aqui a minhas despesas, a outra amiga vem cá por iniciativa própria, a Casa de Trás-os-Montes abre-nos a casa para darmos aqui o curso, mas o esforço é nosso, é pessoal, a nível do Estado não tem havido apoio nenhum para este curso, e é pena”, lamentou António Cangueiro, apoiado por alunos, de todas as idades, que iam chegando e se juntavam à conversa. Recorda também que no ano passado, alguns representantes do Parlamento Europeu estiveram em Miranda do Douro a fazer uma auscultação à população e às escolas, “para que o Estado assinasse a Carta Europeia das Línguas Minoritárias, porque se assinar essa carta compromete-se com alguma coisa, algo que não tem feito e continua a não fazer”. Para este professor é difícil compreender como é que o Estado aprova uma língua e depois não cria normas nem apoios financeiros anuais para a língua se poder divulgar. Apenas em Miranda do Douro existe um professor no ensino oficial, que “é colocado todos os anos e mesmo assim é uma dificuldade enorme para ele ser colocado”. Em Lisboa, o custo das aulas é cinco euros, um valor “simbólico” que mais não é do que uma “ajuda para pagar a luz”, refere. A maior parte dos alunos ali inscritos mora na zona de Lisboa e inscreve-se sobretudo por curiosidade, mas também já houve alunos transmontanos e alentejanos, quase todos com formação superior, descreve António Cangueiro, traçando um perfil dos alunos. Leonardo Antão é um desses alunos, e o mais antigo em Lisboa, tendo começado a aprender nos primeiros cursos ministrados por Amadeu Ferreira. “Procuro vir todos os anos, pelo amor que tenho à língua mirandesa, porque a aprendi em pequenino, ao colo da minha mãe, que falava só língua mirandesa e que era, por ironia do destino, analfabeta, mas a língua dela era o mirandês”. No extremo oposto, Gerson Costa é o aluno mais recente do curso. Inscrito desde Dezembro do ano passado, este jovem, dono de uma empresa de tradução, descobriu casualmente, através da página do Facebook, que a Casa de Trás-os-Montes leccionava aulas de mirandês e que esta era a segunda língua oficial portuguesa. Assegura que não foi por motivos profissionais, apenas por curiosidade pessoal, que se inscreveu, porque, já que está no campo das línguas, achou que “ficava bem, pelo menos, entender aquilo que é dito na outra língua portuguesa do país”. E é nessa mesma lógica, que Gerson Costa tem dificuldade em entender como é que uma língua oficial, não o é na prática. “Começa a haver literatura, as pessoas continuam a falar mirandês em casa, os mais velhos falam, mas para isso não era preciso ser uma língua oficial, não era preciso regulamentar. Para ser uma língua oficial, precisa de ser falada na Câmara Municipal, precisa de ser falada nas assembleias de Junta de Freguesia, precisa de ser falada no tribunal da cidade, e isso falta”. O presidente da Casa de Trás-os-Montes, Hirondino Isaías, mostra-se empenhado na divulgação do mirandês, razão por que assinou um protocolo com a Associação de Língua Mirandesa, no sentido de criar este curso. No entanto, queixa-se da falta que faz “o poder central dar o passo definitivo, que é o Ministério da Cultura aprovar uma pequena verba para a divulgação ao nível das escolas” em outros concelhos do país, como acontece em Miranda do Douro. A língua mirandesa é uma língua oficial de Portugal desde 29 de Janeiro de 1999, data em que foi publicada em Diário da República a lei que reconheceu oficialmente os direitos linguísticos da comunidade mirandesa.
Hoje Macau EventosPortugal apresenta hoje Acção Cultural Externa que inclui Festival de Portugal na China [dropcap]O[/dropcap] ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e a ministra da Cultura, Graça Fonseca, apresentam hoje o programa indicativo de Acção Cultural Externa para 2019, que deve incluir o Festival de Portugal na China. O programa deve incluir já o início das comemorações do V Centenário da viagem de Circum-Navegação e um festival de Portugal na China, tal como disse, numa entrevista à Lusa, no sábado, a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro. A secretária de Estado considerou, aliás, que o início das comemorações do V centenário da viagem comandada pelo navegador português Fernão de Magalhães e um Festival de Portugal na China serão “pontos altos” do programa da acção cultural externa para 2019 “As comemorações magalhânicas [do V Centenário da Circum-Navegação, (2019-2022)] serão um ponto alto na acção cultural externa já este ano”, afirmou a secretária de Estado. Em Janeiro do ano passado, o Governo criou uma estrutura temporária de projecto designada por Estrutura de Missão para as Comemorações do V Centenário da Circum-Navegação, comandada pelo navegador português Fernão de Magalhães (2019-2022), que tem por missão organizar as comemorações dos 500 anos da primeira volta ao mundo, em articulação com as instituições de ensino superior e instituições científicas, autarquias locais e demais entidades públicas e privadas. O outro ponto alto do programa para 2019, adiantou a secretária de Estado, será um festival de Portugal na China, “seguramente muito interessante”, bem como “outras iniciativas a realizar naquele país e da China em Portugal”. Em relação ao ano de 2018, a governante apresentou um balanço com 1400 acções no âmbito do programa de acção cultural externa, que decorreram nos cinco continentes e em 81 países. “Isto demonstra bem a dimensão da acção cultural externa”, afirmou. Contando como ano zero da acção cultural externa 2017, Teresa Ribeiro, considerou que a ideia de associar diferentes parceiros e de os fazer convergir ao mesmo tempo para um conjunto de iniciativas, deu a essas mesmas iniciativas “um impacto redobrado”. Habitualmente aquilo que acontece é que a cultura tem as suas iniciativas no exterior, o Ministério dos Negócios Estrangeiros tem outras, através da sua rede de embaixadas, de centros culturais, e o turismo um conjunto de outras iniciativas bem como a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. O que governo decidiu foi: “juntar estas várias entidades e pô-las a trabalhar conjuntamente nas iniciativas culturais, para construirmos um programa que é comum e que vai ter uma visibilidade acrescida, polivalência e pluridimensionalidade que lhe dá outro músculo”, explicou a governante, afirmando “esta é a lógica e o racional da ação cultural externa”. Segundo a Secretária de Estado, aquilo que se tem vindo a verificar é “uma crescente visibilidade”. A Feira de Guardalajara é um exemplo, o mês de Portugal nos EUA é outro, referiu.
Hoje Macau EventosObra atribuída a Banksy roubada da sala parisiense Bataclan [dropcap]U[/dropcap]ma obra atribuída ao artista de rua britânico Banksy que homenageava as vítimas dos atentados de Novembro de 2015 na sala de espetáculos Le Bataclan, em Paris (França), foi roubada, anunciou no Twitter a equipa daquele estabelecimento. A obra de arte em que se podia ver uma menina com um véu a cobrir-lhe a cara apareceu, em Junho de 2018, na porta de saída de emergência do Bataclan e foi roubada, anunciou este fim de semana a equipa do Bataclan, que partilhou no Twitter a sua “profunda indignação” sobre o desaparecimento de uma obra que “pertencia a todos, vizinhos, parisienses, cidadãos do mundo”. A pintura foi realizada numa porta de saída de emergência da sala de espetáculos Le Bataclan por onde muitas pessoas escaparam do ataque terrorista realizado por um grupo de terroristas do Estado Islámico (EI) que atirou indiscriminadamente contra o público matando 130 pessoas a 13 de Novembro de 2015, durante um concerto da banda norte-americana Eagles of Death Metal. Segundo a agência de notícias francesa AFP, o roubo ocorreu na noite de sexta-feira para sábado e os responsáveis pelo roubo estavam encapuzados e levaram a obra num camião. Em Novembro de 2018, a cidade de Paris prestou homenagem aos 130 mortos e mais de 400 feridos no ataque no dia 13 de novembro com uma cerimónia e colocando na Torre Eiffel mais de 50 mil cartas de condolência enviadas de todo o mundo, noticiou a Lusa na altura. Em Janeiro de 2016, três porteiros portugueses foram distinguidos, com a Medalha de Bronze da Cidade de Paris por terem ajudado a socorrer as vítimas do ataque terrorista ao Bataclan a 13 de Novembro de 2015.