SCMM | Sands China volta a financiar projecto de loja social

[dropcap]A[/dropcap] operadora de jogo Sands China voltou a financiar o projecto da loja social da Santa Casa da Misericórdia de Macau (SCMM), desta vez com um cheque de 300 mil patacas. De acordo com um comunicado oficial, a entrega do dinheiro aconteceu no passado sábado, sendo que em sete anos a Sands China já atribuiu um total de dois milhões de patacas.

“Os cabazes de Fevereiro, distribuídos em época de grande simbolismo da celebração do Ano Novo Lunar incluíram ingredientes tradicionais para a confecção de refeições festivas, além de produtos alimentares essenciais como arroz, óleo alimentar, leite, cereais, alimentos em conserva e produtos de higiene, bem como um brinde especial da empresa patrocinadora”, lê-se no documento.

10 Fev 2019

Sai Van | Lei Chan U questiona obras do Metro Ligeiro

[dropcap]O[/dropcap] deputado Lei Chan U escreveu uma interpelação ao Governo a questionar se a circulação entre Macau e a Taipa vai ficar interrompida quando houver tufões com sinal de alerta número 8 ou superior.

Em causa estão as obras do Metro Ligeiro na Ponte de Sai Van, que vai fazer a ligação da Taipa à Barra, e que estão planeadas para arrancar em 2021. Como os trabalhos vão decorrer na Ponte de Sai Van, cujo tabuleiro inferior é actualmente utilizado como ligação entre a Península e as Ilhas no caso de tufões, existe o risco da ligação ficar obstruída.

O deputado quer assim que o Governo proponha alternativas para este cenário. Outro assunto abordado foi o futuro túnel junto à Ponte Governador Nobre de Carvalho. Lei questionou ainda o Executivo se a ligação vai permitir a circulação de motociclos.

10 Fev 2019

Ano Novo | MNE chinês destaca aperfeiçoamento da “defesa da segurança nacional”

[dropcap]S[/dropcap]hen Beili, Comissária do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) da República Popular da China na RAEM, destacou, na mensagem de Ano Novo Chinês, as políticas que o Governo de Chui Sai On tem vindo a levar a cabo na área da segurança nacional.

“O Governo tem aperfeiçoado o mecanismo institucional de defesa da segurança nacional e participado activamente na construção da área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, e também na iniciativa Uma Faixa, Uma Rota”, pode ler-se em comunicado.

Além disso, a responsável destaca a estabilidade do Governo de Chui Sai On, que este ano termina o seu segundo mandato como Chefe do Executivo. “Mantendo em mente a inspiração inicial, o Governo da RAEM desenvolveu as acções de governação de forma estável, e conseguiu garantir a estabilidade económica e harmonia social.”

O MNE afirma ainda estar “empenhado em servir Macau no âmbito de intercâmbio com o exterior e proteger os direitos e interesses legítimos dos cidadãos de Macau que se encontram no estrangeiro, com vistas a preservar a prosperidade, estabilidade e tranquilidade duradoura” do território.

Na mesma mensagem são lembrados projectos de grande dimensão, como é o caso da inauguração, em 2018, da nova ponte que liga Hong Kong, Macau e Zhuhai, sem esquecer a celebração dos 20 anos de transição de soberania de Macau para a China, em Dezembro deste ano. A data será celebrada “de forma solene”, defendeu a comissária.

“O Comissariado vai continuar a reforçar os trabalhos da diplomacia relativa a Macau para que eles alcancem novos progressos, renovando assim as nossas contribuições para a implementação do princípio Um País, Dois Sistemas”, conclui a mensagem.

10 Fev 2019

Ópera de Pequim é uma das atracções das comemorações do Ano Novo Chinês em Portugal

[dropcap]E[/dropcap]spectáculos, como o da Companhia Nacional de Ópera de Pequim, um desfile e uma feira tradicional chinesa fazem parte das comemorações do Ano Novo Chinês em Portugal, anunciou o conselheiro cultural da embaixada da China em Lisboa. “O tempo passa muito rápido e, este ano, realiza-se a 6ª. edição das comemorações do Ano Novo Chinês” no país, disse Shu Jianping.

O Ano Novo Chinês, conhecido também como a Festa da Primavera, tem início esta terça-feira e, segundo o horóscopo chinês, será o Ano do Porco. As comemorações em Lisboa acontecem no dia 9 de Fevereiro, com um desfile na avenida Almirante Reis (da Igreja dos Anjos até à Fonte Luminosa da Alameda), além de uma feira tradicional na Fonte Luminosa da Alameda e um espectáculo neste mesmo local.

É neste dia que “o Teatro Nacional São Carlos receberá o espetáculo da Companhia Nacional de Ópera de Pequim”, com 70 integrantes, “que estará em Portugal pela primeira vez”, afirmou o conselheiro cultural da embaixada da China em Lisboa.

“Este é um dos melhores grupos artísticos da China. Um dos mais representativos do país”, declarou Jianping. No dia 10 de Fevereiro, em Lisboa, o público poderá ainda visitar a feira tradicional na Fonte Luminosa da Alameda e apreciar um espetáculo no mesmo local.

Comemorações de norte a sul

As celebrações contarão ainda com a Companhia Estudantil de Macau, através da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). As associações da comunidade chinesa em Portugal assim como vários grupos portugueses também participarão no evento com diversas demonstrações culturais.

Shu Jianping lembrou que as comemorações vão se estender ao Algarve, em Lagoa, a 11 de Fevereiro, no Centro de Congressos do Arade; e ao norte do país, em Vila do Conde, a 12 de Fevereiro, no Teatro Municipal de Vila do Conde.

O conselheiro Jianping sublinhou que estas comemorações estão a ser organizadas pela embaixada da China em Portugal em conjunto com a Câmara Municipal de Lisboa, a Câmara Municipal de Lagoa, a Câmara Municipal de Vila do Conde com apoio de diversas instituições da China, da Região Administrativa Especial de Macau e de Portugal e produzida pelas associações da comunidade chinesa em Portugal.

“Este evento é dos mais importantes que realizámos em vários países da Europa. São mais de 500 cidades em 120 países”, disse Jianping. “Esta festa em Portugal é uma das maiores do mundo”, sublinhou.

Referindo ainda que o evento “é um orgulho para os chineses e para os portugueses” e ajuda a aproximar cada vez os dois países em todos os domínios, inclusivamente no económico e comercial, possibilitando uma “maior visibilidade” dos dois lados.

O conselheiro Shu Jianping também lembrou que ao longo de 2019, assinalam-se os 70 anos da Proclamação da República Popular da China, “os 40 anos do estabelecimento das Relações Diplomáticas entre Portugal e a República Popular da China e os 20 anos do retorno de Macau à China”.

Shu Jianping sublinhou que, com todas estas datas comemorativas que ligam a China e Portugal, a ministra da Cultura de Portugal, Graça Fonseca, deverá se deslocar a Pequim, “provavelmente em Junho”.

3 Fev 2019

Facebook celebra 15 anos esta segunda-feira

[dropcap]O[/dropcap]s utilizadores estão no centro da dimensão económica do Facebook, de acordo com três especialistas que partilharam com a agência Lusa diferentes perspectivas sobre a rede social no âmbito do seu 15.º aniversário, celebrado esta segunda-feira.

“O maior activo do Facebook são os utilizadores. Disso não há dúvida. O resto da tecnologia com certeza que também é, mas não interessava nada a tecnologia sem os utilizadores”, disse à Lusa o analista de mercados Filipe Garcia, CEO da Informação de Mercados Financeiros SA.

Recordando que aquando da entrada em bolsa da empresa, em 2012, a “grande questão que se colocava era saber se tinha um modelo de negócio que permitisse monetizar a sua base de utilizadores”, para o analista hoje as dúvidas estão dissipadas.

“À medida que o Facebook, através da publicidade, começou a monetizar – e de que maneira – o seu negócio, e a partir do momento em que os analistas começaram a ver que não eram só utilizadores, mas também dólares, as coisas começaram a mudar”, recordou Filipe Garcia.

“Uma necessidade latente”

Já Filipe Carrera, coordenador da pós-graduação em Marketing Digital do Instituto Português de Administração e Marketing (IPAM), em Lisboa, considera que uma das vantagens da publicidade no Facebook é funcionar com a “necessidade latente” dos seus utilizadores.

“Isto é, eu não estou à procura de rigorosamente nada específico, mas o que é feito é um perfil daquilo que são as minhas necessidades, e algumas delas latentes que eu ainda nem exteriorizei. O Facebook tem a vantagem de ser a maior base de dados mundial de atitudes, comportamentos e interesses”, assinalou, classificando esta característica como “o grande valor” da rede social.

Questionado sobre se este atributo do Facebook não se pode tornar demasiado invasivo para os utilizadores, Carrera notou uma contradição na relação das pessoas com a plataforma.

“Gostamos da personalização e que a plataforma nos sugira o que queremos, mas não gostamos que ela se intrometa na nossa vida”, disse, comparando o uso do Facebook com a ida a um restaurante, em que “um dia se calhar gostamos que o chefe de mesa nos diga que temos o peixinho de que gostamos”, mas noutro já “queremos carne” e não o sugerido.

Acerca da comunicação das marcas com os utilizadores, Filipe Carrera considerou que meios como o Facebook trouxeram uma “grande democratização”, uma vez que é um meio “acessível a pequenas empresas”.

“Estamos a falar de pequenas empresas que a única coisa que fazem é ter um telemóvel, tiram umas fotografias, põem um ‘post’ e têm um efeito bastante forte nas suas vendas”, referiu Filipe Carrera, dando como exemplo barbearias ou mercearias.

Empresas com presença sólida

Por sua vez, Mário Pedro Ferreira, investigador da Universidade Católica do Porto (UCP), em declarações escritas à Lusa, considera que “as grandes empresas estão a marcar presença de forma muito mais sólida e estruturada no Facebook” face às pequenas e médias empresas.

O investigador da UCP assinala que isso está relacionado “não só com as questões orçamentais inerentes a este tipo de publicidade, mas também com a complexidade da mesma”, já que a publicidade no Facebook tem “um foco muito mais direto no consumidor e nas suas emoções” e necessita de “forte planeamento inicial e de acompanhamento estratégico contínuo”.

Mário Pedro Ferreira considera que no Facebook, devido à componente emocional que lhe está associada, “a principal arma estratégica que as empresas utilizam são os influenciadores”, e neste campo Filipe Carrera recorda que “os melhores influenciadores são aqueles que nem sabem que o são”, ou seja, utilizadores comuns que se tornam “embaixadores da marca”.

Sobre publicidade, o analista de mercados Filipe Garcia considera que “a capacidade de começar a cobrar mais dinheiro pelos anúncios do Instagram e arranjar uma forma de monetizar o Whatsapp”, empresas detidas pelo Facebook, será o “jóquer” para os próximos anos da companhia.

Em termos de riscos, o analista da IMF alerta para a existência de uma multa “que mexa a sério com a empresa” ou a tomada de “medidas que restrinjam o tráfego e publicidade”.

Neste sentido, Filipe Garcia classifica o caso Cambridge Analytica como um marco que desencadeia esse risco, já que “obrigou a que o Facebook restrinja as suas próprias receitas” para “melhorar processos”.

“Quando eu estou a banir uma página de ‘fake news’, e a página normalmente faz conteúdo patrocinado, eu estou a dizer a mim próprio que não vou ter aquela receita”, assinala.

3 Fev 2019

Políticos portugueses relembram ligação com China nas celebrações do Ano Novo Lunar

[dropcap]O[/dropcap] presidente do PSD, Rui Rio, disse na sexta-feira que Portugal “vive muito o amanhã imediato”, aconselhando os portugueses a copiar da cultura chinesa a capacidade de fazer “planeamento a longo prazo”.

“Se queremos uma sociedade justa, equilibrada e desenvolvida, não podemos estar sempre a olhar para o amanhã imediato, temos de olhar para o futuro e ter muito respeito pelas gerações vindouras”, disse o líder social-democrata na Póvoa de Varzim, distrito do Porto.

Rui Rio, que falava no encerramento de um evento de comemoração do Ano Novo Chinês com membros e representantes da comunidade chinesa a viver em Portugal, bem como perante empresários, autarcas e deputados, entre eles a socialista Ana Catarina Mendes, contou que o que mais aprecia na cultura chinesa é o “saber programar”.

“Em Portugal temos muita dificuldade em fazer planeamento a longo prazo. Vivemos muito a curto prazo o que é mau para o nosso desenvolvimento. A China é o contrário. A cultura chinesa consegue planear e programar a 50 ou 80 ou 100 anos de distância”, referiu, embora admitindo que como português que é também tem dificuldade nessa matéria.

“O meu presente devia ter sido preparado pelas gerações anteriores quando elas preparavam o seu futuro. Deve-me competir preparar o presente dos próximos que é o meu futuro. Esta lógica de actuação, muito própria da cultura chinesa, choca com a nossa. Eu não seria nunca capaz de fazer projecções a 50, 80 ou 100 anos, porque eu também sou português, mas gostava que conseguíssemos caminhar um pouco mais para essa projecção a longo prazo”, disse Rio.

Transição de Macau foi “absolutamente notável”

Antes, num discurso dedicado às relações ente Portugal e a China, o presidente do PSD considerou que “a passagem da administração de Macau [para Pequim há 20 anos] foi absolutamente notável”, sentenciando: “Portanto, se no passado sempre correu bem a ligação e se no presente também, penso que no futuro ainda correrá melhor”.

“Temos diferenças culturais enormes, no entanto a integração da comunidade chinesa em Portugal foi sempre ao longo dos tempos – e é hoje também – absolutamente perfeita. É de sublinhar como é que dois povos culturalmente tão distintos conseguem conviver tão bem há tantos anos, há séculos”, disse Rui Rio.

Outro dos aspectos focados na intervenção do social-democrata foi o potencial económico das relações entre Portugal e a China, sendo que para o líder do PSD “a China é um parceiro privilegiado no investimento”, bem como na vertente das exportações por ter “um mercado inesgotável”.

“Portugal tem de crescer do ponto de vista económico. Os eixos fundamentais do crescimento económico português são as exportações e o investimento. Se olharmos à carência de capital que Portugal tem e ao investimento que temos de fazer, é evidente que a China é um parceiro privilegiado nessa matéria”, referiu.

Para Rio, “os portugueses podem ganhar muito com a aproximação crescente à China e a China com a aproximação a Portugal”, referindo, a propósito, “um setor que ainda está a despontar e que tem enorme potencial, o turismo”.

Ana Catarina Mendes destacou “ligação secular”

No mesmo evento, a deputada socialista Ana Catarina Mendes disse que “Portugal quer honrar a ligação com a China secular”, destacando as “relações de amizade, de respeito e culturais” entre os dois países.

“Desejo o reforço da nossa amizade e das nossas relações comerciais, o reforço do papel extraordinário que Portugal desempenha na nova rota da seda, o reforço que Portugal pode trazer da China à Europa. Queremos honrar a relação com a China secular. Que todos nós saibamos reforçar a relação de amizade, de respeito, cultural e intensa e uma relação para os próximos 40 anos.”

A deputada do PS falou também na qualidade de líder do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-China, tendo deixado aos presentes uma mensagem do Presidente da Assembleia da República (Eduardo Ferro Rodrigues), recordou alguns episódios marcantes da ligação destes dois países.

“Uma das mensagens mais importantes do senhor Presidente da Assembleia da República é a estima que tem pelo povo chinês, a estima e o respeito pelas relações seculares que Portugal e a China mantêm”, disse a socialista, enumerando que neste ano a China comemora o Ano do Porco, da Fortuna e da Saúde, mas também “importantes datas” sobre a história comum.

“Este é o ano em que nós portugueses e vocês chineses comemoramos 40 anos das relações diplomáticas de Portugal e China. E também esse momento histórico de paz, natural, sereno e de profundo respeito entre os povos que são os 20 anos da transição de Macau para a China”, adiantou.

23 mil chineses vivem em Portugal

Dirigindo-se ao presidente da Liga dos Chineses em Portugal, Y Ping Chow, a deputada referiu que vivem em Portugal 23.000 chineses, considerando que este “não é um número qualquer”, porque corresponde a “cidadãos que escolheram investir, realizar os seus projectos e os seus sonhos” neste país.

Ana Catarina Mendes falou ainda da língua como “factor de coesão” entre povos. “Não é por acaso que mais institutos Confúcio se instalam em Portugal e não é por acaso que dezenas de universidades ensinam português na China”, rematou.

3 Fev 2019

Tribunais | Banco Luso exige 20 milhões à Hong Kong Airlines

[dropcap]O[/dropcap]Banco Luso Internacional instaurou um processo no tribunal de Hong Kong em que exige cerca de 20 milhões de dólares americanos à Hong Kong Airlines. De acordo com a imprensa chinesa, o banco alega que, em Outubro de 2017, concedeu um empréstimo com renovação por um valor mais baixo à companhia área, no valor de 20 milhões, que não foi pago. O banco decidiu então recorrer aos meios jurídicos para exigir o pagamento do montante e respectivos juros. O contrato previa que o empréstimo deveria ser pago até 28 de Dezembro do ano passado, mas a Hong Kong Airlines só terá pago três tranches de um total de 250 mil dólares. O banco terá enviado três notificações a partir do início do ano sem resposta, o que espoletou o início do processo.

 

1 Fev 2019

Arábia Saudita executa filipina condenada por homicídio

[dropcap]U[/dropcap]ma filipina de 39 anos foi executada terça-feira na Arábia Saudita depois de ter sido considerada culpada de homicídio sob a ‘sharia’, ou lei islâmica, informou ontem o Departamento de Relações Exteriores das Filipinas.

“Lamentamos não termos conseguido salvar a vida desta filipina depois do Supremo Conselho Judicial ter classificado o seu caso como um em que não se aplica a fórmula do ‘dinheiro de sangue’ contemplado pela ‘sharia'”, pode ler-se numa nota.

De acordo com a lei islâmica, a fórmula conhecida como “dinheiro de sangue” permite a comutação de uma pena capital se a família da vítima for indemnizada.

A filipina, executada na terça-feira, trabalhava como trabalhadora doméstica na Arábia Saudita, onde há cerca de um milhão de trabalhadores migrantes filipinos que frequentemente sofrem exploração, abuso e assédio às mãos dos seus empregadores.

Durante o processo judicial, a embaixada filipina em Riade forneceu à ré assistência legal, enviou representantes para a visitarem em prisões e manteve a sua família regularmente informada sobre o andamento do caso.

O Departamento dos Negócios Estrangeiros não forneceu, contudo, informações sobre quem foi a vítima do homicídio, nem sobre as circunstâncias do crime, alegando o pedido de privacidade da família.

Fazer pela vida

Em Novembro, as Filipinas repatriaram Jennifer Dalquez, que trabalhava como empregada doméstica nos Emirados Árabes Unidos (EAU), após ser absolvida da acusação de homicídio contra seu empregador, num julgamento em que arriscava também a pena de morte.

Dalquez tinha matado o seu empregador em legítima defesa, quando este a tentou violar, ameaçando-a com uma arma branca. A filipina passou quatro anos na prisão.

De acordo com as autoridades, cerca de três mil filipinos saem do seu país todos os dias com contratos de trabalho temporários no exterior, muitos deles em países árabes, onde as mulheres geralmente trabalham como trabalhadoras domésticas e homens no sector de construção.

Cerca de dez milhões de filipinos são trabalhadores migrantes no exterior e o envio de contas de remessas contribuiu para mais de 10% do PIB filipino.

 

 

1 Fev 2019

Tóquio | Carlos Gohsn diz que Nissan está a “destruir a sua reputação”

O ex-presidente do grupo Nissan encontra-se aprisionado num centro de detenção em Tóquio. Está acusado de ter “conspirado para minimizar os seus ganhos cinco vezes entre Junho de 2011 e Junho de 2015”

[dropcap]C[/dropcap]arlos Ghosn, antigo presidente do grupo Nissan suspeito de falsificação de informação financeira e detido em Novembro em Tóquio, disse ontem que a Nissan está a “destruir a sua reputação”.

“O objectivo era claro e houve resistência desde o início”, disse Carlos Ghosn durante uma palestra num centro de detenção em Kosuge, em Tóquio, onde está detido desde 19 de Novembro.

Em entrevista à agência de notícias francesa France Presse e Les Echos no centro de detenção de Tóquio, Carlos Ghosn disse que está a ser “punido antes de ser condenado”.

Carlos Ghosn, que está detido há dois meses, disse sentir-se injustiçado.

“Não tenho telefone, nem computador, mas como posso defender-me? “, questionou durante sua primeira entrevista aos meios de comunicação não-japoneses desde sua prisão.

“Estou focado. Quero lutar para restaurar a minha reputação e defender-me de acusações falsas”, disse.

O ‘chairman’ (presidente do conselho de administração) e presidente executivo do grupo Nissan e da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, o empresário franco-brasileiro de origem libanesa Carlos Ghosn, de 64 anos, foi detido em Novembro em Tóquio por suspeitas de fraude fiscal.

Ghosn é acusado de ter “conspirado para minimizar os seus ganhos cinco vezes entre Junho de 2011 e Junho de 2015”, declarando uma soma total de 4,9 mil milhões de ienes (cerca de 37 milhões de euros) em vez de quase 10 biliões de ienes.

O grupo Nissan poderá igualmente estar sujeito a processos judiciais.

 

Culpas repartidas

O Ministério Público acredita, de acordo com a imprensa, que, se houver culpa, a responsabilidade também recai sobre a empresa, pois a mesma entregou às autoridades documentos financeiros imprecisos nos quais Ghosn escondeu uma parte significativa dos seus rendimentos.

Estas suspeitas que recaem sobre Ghosn colocam uma série de questões sobre o futuro da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi (actual líder de vendas a nível mundial), processo que o próprio empresário franco-brasileiro liderou.

Além de presidente do grupo Nissan Motor, Goshn é também o homem forte das duas empresas que compõem a aliança com a Nissan, a Renault e a Mitsubishi Motors, e é considerado o homem de negócios estrangeiro mais influente no Japão.

Ghosn chegou à Nissan em 1999 como presidente executivo para liderar a recuperação do fabricante, com sede em Yokohama, depois de ter oficializado uma aliança com a francesa Renault.

1 Fev 2019

Alibaba | Receitas sobem 41 por cento

[dropcap]O[/dropcap]gigante chinês de comércio electrónico Alibaba anunciou que a sua receita subiu anualmente 41%, para 117,28 mil milhões de yuans, entre de 1 de Outubro e 31 de Dezembro de 2018. “O Alibaba teve outro trimestre forte. O forte desempenho operacional e financeiro reflecte directamente o nosso foco persistente de servir melhor quase 700 milhões de consumidores nos sectores de retalho, entretenimento digital e serviços locais ao consumidor”, destacou Daniel Zhang, presidente executivo do Alibaba Group. “O nosso crescimento também é impulsionado pelas tecnologias de nuvem e dados do Alibaba, que ajudaram a acelerar a transformação digital de milhões de empresas”, afirmou Zhang.

 

1 Fev 2019

Corrupção| Lançada “Sky Net 2019” para capturar funcionários fugitivos

[dropcap]A[/dropcap] China lançou a campanha deste ano para capturar funcionários corruptos que fugiram do país.

A campanha, “Sky Net 2019”, pretende capturar suspeitos fugitivos e prevenir a fuga de mais funcionários corruptos, segundo o departamento de busca de fugitivos e activos roubados em países estrangeiros, sob o comando do gabinete anticorrupção, informa o Diário do Povo.

A campanha será executada por diversos órgãos. A Comissão Nacional de Supervisão (CNS) será encarregada de procurar e capturar funcionários suspeitos de crimes relacionados com o trabalho, o Supremo Tribunal Popular será encarregado de procurar bens ilícitos e o Ministério da Segurança Pública (MSP), de realizar a operação “Caça à Raposa” que visa os suspeitos em crimes económicos que fugiram para o exterior, acrescenta a publicação estatal.

O Banco Popular da China e o MSP prevenirão e combaterão a transferência de dinheiro roubado, e o Departamento de Organização do Comité Central do Partido Comunista da China e o MSP vão lidar com a aquisição ilegal de documentos de viagem.

O vice-secretário da Comissão Central de Inspecção Disciplinar do PCC e subchefe da CNS, Li Shulei, apontou que mais esforços devem ser feitos para aprofundar a cooperação em assistência judicial e prática de lei internacional para combater os casos de corrupção e melhorar o sistema que previne a fuga de mais suspeitos.

A China lançou a primeira operação “Sky Net” em Abril de 2015

 

1 Fev 2019

Economia | Actividade manufactureira volta a contrair em Janeiro

Apesar da ligeira subida do índice de gerentes de compra, 49,5 pontos no mês passado, contra 49,4 em Dezembro, o gigante asiático não evitou uma segunda contracção consecutiva da indústria manufactureira, com as pequenas e médias empresas a serem as principais vítimas da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos

[dropcap]A[/dropcap]actividade da indústria manufactureira da China contraiu-se, em Janeiro, pela segunda vez consecutiva, segundo dados oficiais ontem divulgados, numa altura de disputas comerciais com os Estados Unidos e desaceleração da economia do país.

O índice de gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) subiu para 49,5 pontos, no mês passado, uma melhoria de 0,1 ponto, face a Dezembro, mas que não evita uma contracção.

Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do sector, abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção da actividade. O índice é tido como um importante indicador mensal do desenvolvimento da segunda maior economia do mundo.

Os principais afectados foram as pequenas e médias empresas (47,2 e 47,3 pontos, respectivamente), enquanto as grandes empresas resistiram à desaceleração económica e à guerra comercial com Washington, registando uma expansão, de 51,3 pontos.

No entanto, outros sectores económicos apresentam dados positivos.

O PMI não manucfatureiro subiu para 54,7 pontos, depois de ter expandido, em Dezembro, 53,8 pontos.

Parte deste aumento deve-se ao crescimento do sector dos serviços, que representa já mais de metade do Produto Interno Bruto do país, e cuja expansão se fixou nos 53,6 pontos, mais 1,3 ponto do que no mês anterior.

Contudo, a contracção no setor manufatureiro é um resultado natural da quebra da procura doméstica e global.

Em 2018, por exemplo, as vendas de automóveis na China caíram 5,8 por cento, em termos homólogos, para 22,35 milhões de veículos, no primeiro declínio anual desde 1990.

As vendas de ‘smartphones’ caíram 8 por cento, no terceiro trimestre de 2018, em comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo a Counterpoint Research, unidade de investigação para o sector tecnológico. E, em Dezembro passado, as exportações chinesas caíram 4,4 por cento, face ao mesmo mês de 2017, segundo dados das alfandegas chinesas.

 

Ritmo brando

A economia da China, a segunda maior do mundo, cresceu 6,6 por cento, em 2018, ou seja, ao ritmo mais lento dos últimos 28 anos.

Analistas prevêem que a economia registe um declínio acentuado, ao longo da primeira metade do próximo ano, reflectindo o pleno efeito das taxas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos.

A ascensão ao poder de Donald Trump nos EUA ditou o espoletar de disputas comerciais, com os dois países a aumentarem as taxas alfandegárias sobre centenas de milhões de dólares de produtos de cada um.

Os EUA temem perder o domínio industrial global, à medida que Pequim tenta transformar as firmas estatais do país em importantes actores em sectores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.

 

1 Fev 2019

Exposições | Armazém do Boi apresenta instalações e trabalhos em vídeo

[dropcap]A[/dropcap]s questões da identidade e tempo são o foco de duas exposições em nome individual que resultam de residências artísticas no Armazém do Boi de dois artistas com visões e mensagens compatíveis em termos conceptuais. “Go Foward, Back Again” é o conceito que une as duas exposições de Hu Yanzi e Pu Yun inaugurada hoje no espaço cultural da rua do Volong. As mostras focam-se estilisticamente em instalações, trabalhos de vídeo e uma performance ao vivo que se realiza hoje às 19h.

 

 

 

1 Fev 2019

Património | Obras ilegais no Templo Kun Iam Tong continuam

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) informou ontem que as obras ilegais no Templo de Kun Iam Tong continuam, apesar da ordem de embargo e do caso ter já chegado à justiça. A descoberta foi feita na quarta-feira na sequência de uma inspecção ao local, informou o IC, dando conta de que as obras ilegais incluem a alteração da cor das paredes externas e a destruição dos tectos, com a instalação de equipamentos. O IC, que voltou a denunciar o caso à polícia, indicou que irá “cooperar activamente com as autoridades judiciárias” e a “tomar diligências para efectivar as responsabilidades e punir severamente” o responsável do templo. Entretanto, ontem o IC emitiu outro comunicado onde dá conta da existência de mais uma obra ilegal num templo, desta vez na Rua dos Pescadores. Já foi feito um contacto com o responsável pela gestão do espaço, para que as obras sejam suspensas.

 

1 Fev 2019

Fundação Macau | Apoios mais do que duplicaram em 2018

O montante dos apoios financeiros concedidos pela Fundação Macau em 2018 mais do que duplicou. As quantias destinadas a ajudar as camadas mais vulneráveis da população representaram sensivelmente um terço do total das ajudas

[dropcap]A[/dropcap] Fundação Macau (FM) concedeu, em 2018, apoios no valor de 2.368 milhões de patacas, ou seja, mais do dobro do que os 1.160 milhões de patacas gastos no ano anterior. O montante foi distribuído por um total de 2.568 iniciativas, contra as 2.222 acções de 2017.

Os dados foram facultados ontem pelo presidente do conselho de administração da Fundação Macau, Wu Zhiliang, durante um encontro com a imprensa. A maior parte do dinheiro – sensivelmente metade – foi canalizado para a formação de quadros qualificados, em concreto para a construção e melhoria de infra-estruturas educativas, com uma fatia de 860 milhões de patacas a ser alocada para obras de reconstrução dos edifícios de duas escolas secundárias e de construção e ampliação de uma instituição de ensino superior.

Já os apoios financeiros atribuídas às acções destinadas à melhoria do bem-estar da população representaram 32,23 por cento das verbas concedidas no ano passado. Os destinados a estudos académicos e científicos tiveram um peso de 12,10 por cento, enquanto os subsídios para acções culturais e artísticas e de intercâmbio e cooperação representaram, em conjunto, 7,49 por cento.

Ao longo do ano passado, a Fundação Macau atribuiu ainda 81,21 milhões de patacas em bolsas e prémios, dos quais beneficiaram 11.988 pessoas.

A Fundação Macau “tem vindo a adoptar (…) uma atitude muito prudente e cuidadosa no exercício das suas funções, de modo a assegurar o uso equilibrado do dinheiro que pertence ao erário público”, afirmou Wu Zhiliang, embora reconhecendo ser necessário “aperfeiçoar o regime de atribuição dos pedidos de apoio financeiro” para “evitar a realização de actividades repetidas e da mesma natureza para não causar indevida utilização dos recursos públicos”.

Projectos futuros

O presidente da Fundação Macau falou ainda de iniciativas futuras, como o “Memórias de Macau”, que conta actualmente com aproximadamente 30 mil dados, cujo portal na Internet vai ser lançado este ano. Também em 2019 vão ficar prontos os dez tomos de Macau da Colectânea das Crónicas das 10 Artes e Cultura Chinesa.

1 Fev 2019

Habitação | IH quer finalizar escrituras do edifício Iat Fai

[dropcap]O[/dropcap] Instituto de Habitação (IH) começou a informar os compradores do edifício Iat Fai para submeterem os documentos necessários à celebração das escrituras, que quer ver concluídas até ao final deste ano. Num comunicado, o IH indica que o edifício de habitação económica Iat Fai obteve a licença de utilização a 4 de Dezembro de 2017. No dia seguinte, o instituto terá realizado os procedimentos administrativos que foram concluídos a 8 de Janeiro de 2019. Agora, começou a informar os promitentes-compradores para apresentarem online os documentos para a escritura.

 

1 Fev 2019

DSAL | Registados 69 casos de motoristas ilegais

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) registou 69 casos de motoristas a exercer a função de forma ilegal, entre Janeiro e Outubro do ano passado. Os dados foram revelados pela DSAL, na resposta a uma interpelação do deputado Lam Lon Wai, e entre os infractores, 65 eram os próprios patrões da empresa e quatro eram cidadãos não-residentes locais, e como tal, proibidos de exercer esta profissão.

Como resultado das infracções, quatro empregadores viram a sua autorização de contratação de seis trabalhadores não residentes (TNR) revogada e foram privados do direito a apresentar novo pedido de contratação de TNR durante um período entre seis meses e um ano. Em causa está o castigo por terem permitido a TNR exercer a função de motorista. Além deste castigo, foram aplicadas multas que totalizaram 545 mil patacas, de acordo com uma resposta enviada pela DSAL ao deputado Lam Lon Wai, sobre o assunto.

Quanto à sugestão levantada na interpelação escrita de agravar as sanções para aumentar os efeitos dissuasores face à contratação de motoristas ilegais, a DSAL respondeu que vai manter-se atenta às opiniões da sociedade.

 

1 Fev 2019

Venezuela | Possibilidade de intervenção militar norte-americana no horizonte

Uma nota no caderno de Conselheiro para a Segurança Nacional norte-americano, John Bolton, onde se lê “5000 tropas para a Colômbia”, voltou a trazer para a ordem-do-dia a possibilidade de intervenção militar para mudança do regime de Nicolás Maduro. Entretanto, falando de negócios, Pequim tenta pôr água na fervura ao mesmo tempo que encara o petróleo venezuelano como uma alternativa viável ao crude iraniano

[dropcap]O[/dropcap] ambiente de caos continua a ser o prato-do-dia na Venezuela. Enquanto a comunidade internacional se divide entre quem manda no país, uma nota do Conselheiro para a Segurança Nacional norte-americano, John Bolton, acrescentou gasolina ao fogo diplomático.

John Bolton, que tem um percurso político extremamente belicista e próximo de lobbies do armamento, já havia ventilado que na questão da Venezuela “todas as opções estavam em cima da mesa”. Uma expressão utilizada para dizer que a intervenção militar é uma possibilidade a considerar.

Entretanto, a forma como Bolton “revelou” a frase “5000 tropas para a Colômbia” tem dividido analistas. Há quem diga que se trata de um descuido que pode enunciar um bluff, ou um aviso a Nicolás Maduro, há quem ache que o conflito é uma possibilidade credível.

Independentemente da intervenção norte-americana em mais uma operação de mudança de regime na América Latina, Maduro denunciou a possibilidade de haver forças em território colombiano com intenção de invadir a Venezuela. Nomeadamente, militares que desertaram e se tornaram “mercenários”, estando em curso uma conspiração contra Maduro, a partir Colômbia, com o objectivo de dividir o exército venezuelano.

“Um grupo de militares desertores, que se tornaram mercenários ao serviço da oligarquia colombiana, conspira a partir da Colômbia para dividir as forças armadas (…). E onde aparecer um traidor, justiça!”, disse Maduro antes de começar uma marcha ao lado de 2.500 militares.

Toque de reunião

Em cenas transmitidas pela televisão estatal, Nicolás Maduro pode ser visto a andar pela base militar do Forte Tiuna, em Caracas, com os principais comandantes e dezenas de soldados. “Amam a vossa pátria? Defenderão a constituição? Defenderão o seu comandante em chefe?”, perguntou Maduro às tropas, que responderam com gritos: “sim, comandante em chefe!”.

Desde que o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se declarou Presidente interino na semana passada, Maduro apareceu quase diariamente na televisão estatal com os seus militares, projectando uma imagem de invencibilidade, mesmo quando a pressão internacional aumenta contra o seu Governo. O Presidente da Venezuela disse à agência de notícias russa RIA Novosti que está disposto a sentar-se com a oposição para dialogar com uma agenda aberta, sobre a “paz e o futuro” do país. As declarações de Nicolás Maduro à RIA Novosti surgem em plena crise política, que se agravou em 23 de Janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional autoproclamou-se Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Maduro.

E o petróleo?

Com tem vindo a ser frequente nos conflitos armados desde a segunda metade do século passado, a presença de petróleo num país torna-o inevitavelmente mais apetecível em termos de intervenção militar. Se por um lado os recursos energéticos da Venezuela fazem salivar empresas como a Exxon Mobil, que teve como antigo CEO Rex Tillerson, ex-secretário de Estado da Administração Trump, também Pequim está atenta à possibilidade que a Venezuela representa.

Como tal, não é de espantar que os importadores chineses de crude olhem com atenção para Caracas, vendo aí uma oportunidade para comprarem petróleo a preços apetecíveis, beneficiando das sanções dos EUA e de menos exportações do Irão, afirmam analistas contactados ontem pela agência Lusa. As sanções impostas pelos EUA às exportações de petróleo do Irão deixaram, temporariamente, a China com um regime de excepção, o que fez com que as petrolíferas iranianas privilegiassem o país asiático nas suas vendas.

Mas, os analistas dizem que o clima de crescimento das importações a partir do Irão deverá terminar em 2019 e a China olha para a Venezuela como o país alternativo à sua necessidade energética, antecipando que podem ali comprar petróleo a preços baixos, devido à crise que o país atravessa. “É expectável que o interesse chinês na América do Sul faça aumentar as exportações de crude venezuelano para a Ásia até aos 500 mil barris por dia”, afirmou ontem Lim Jit Yang, director de análise de mercado petrolífero da S&P Global Analytics.

Diplomacia oleosa

Por outro lado, uma visita do Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, à China, em 2018, abriu caminho a mais intensas relações comerciais na área petrolífera.

Em 2018, devido ao regime de excepção à China nas sanções norte-americanas ao Irão, este país tornou-se o sétimo cliente mais importante das refinarias chinesas, que registaram aumentos de importações na ordem dos 30 por cento relativamente ao ano anterior, atingindo números recorde de 506 mil barris de petróleo por dia, segundo dados da S&P Global. Contudo, os analistas consideram que 2019 será um ano de inversão desta tendência, depois de o Irão ter anunciado, em Dezembro passado, que vai diminuir a sua produção, deixando as refinarias chinesas, sobretudo as do nordeste e sudoeste (as principais clientes de crude iraniano) particularmente preocupadas.

Ao mesmo tempo, a China não esconde a preocupação com o facto de o Governo norte-americano poder terminar a qualquer momento o regime de excepção permitido à China, nas sanções impostas ao Irão, que abrangem a proibição de venda de petróleo. Perante este cenário, as empresas chinesas importadoras de crude começaram a olhar com muita atenção a capacidade de exportação de petróleo por parte da Venezuela.

O interesse cresceu, nas últimas semanas, após o anúncio, de sanções do Governo norte-americano para as importações de crude oriundo da Venezuela, que obrigará a empresa estatal, a PDVSA, a procurar novos mercado, oferecendo preços competitivos.

Outros interesses

Até ao momento, os principais importadores asiáticos de crude venezuelano encontram-se na Índia, mas as empresas chinesas têm já fortes relações com o país sul-americano e podem intensificar o seu interesse. Contudo, analistas chamam a atenção para o facto de algumas refinarias chinesas não estarem preparadas tecnologicamente para o tipo de crude exportado pela Venezuela, o que poderá arrefecer este interesse.

Em contrapartida, a PDVSA aceita pagamentos em euros e em dólares, o que facilita as contas-correntes dos importadores.

“A flexibilidade de pagamento e os baixos preços que a empresa estatal venezuelana pode permitir são variáveis importantes para um redirecionamento das exportações em direcção à China”, explica Oceana Zhou, analista sénior da S&P Global Analytics.

Para tornar este cenário ainda mais complexo, o interesse chinês pelo crude venezuelano pode ser mal visto pela Rússia, que é o maior exportador de crude para a China e pretende manter, e aumentar, as suas quotas de mercado na segunda maior economia mundial.

Em 2018, a Rússia aumentou as exportações para a China em 20 por cento, para 1,44 milhões de barris de crude por dia, reforçando a sua posição de maior cliente energético. As empresas de análise dizem que as expectativas para 2019 são para um crescimento das importações desde a Rússia pelo quarto ano consecutivo, mas referem que a China pode querer diversificar os seus mercados, nomeadamente na Venezuela, beneficiando de preços mais competitivos do que os russos.

Em Setembro de 2018, o Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, fez uma visita de quatro dias a Pequim e regressou com 28 acordos bilaterais, incluindo um empréstimo de cerca de cinco mil milhões de euros, para fortalecer a indústria petrolífera venezuelana. O empréstimo, segundo foi anunciado na altura, destina-se a melhorar e a aumentar a capacidade de produção de 300 furos petrolíferos na região de Ayachucho, onde são produzidos milhares de milhões de barris de crude.

O acordo previa também que a empresa petrolífera estatal venezuelana PDVSA cedesse 9,9 por cento das suas acções na empresa chino-venezuelana Sinovensa à empresa petrolífera estatal chinesa CNPC (que já detinha 40 por cento das acções).

 

1 Fev 2019

Segundo romance do músico Sérgio Godinho chega esta semana às livrarias

[dropcap]O[/dropcap] cantor e compositor Sérgio Godinho edita esta semana um novo romance, dois anos depois de se ter aventurado neste género literário, desta vez um ‘thriller’, envolvendo desejo e sexo, em torno de uma história de sequestro.

Editado pela Quetzal, “Estocolmo” é o segundo romance da autoria de Sérgio Godinho, que em 2017 se estreou com “Coração mais que perfeito”, a primeira incursão na área da ficção longa, depois de ter já publicado um conjunto de contos sob o título “Vidadupla”. Recorde-se que Sérgio Godinho esteve em Macau em 2017, onde foi convidado do festival literário Rota das Letras, tendo apresentado ao público do território o seu primeiro romance.

Ao contrário do que se passa na música “Balada da Rita”, ninguém disse um dia à personagem desta história, escrita também por Sérgio Godinho, “Vicente, põe-te em guarda”, mas “é desse ritmo tão próprio” do autor “que nasce o seu novo romance”, descreve a editora.

Com chegada prevista às livrarias portuguesas esta sexta-feira, “Estocolmo” é um ‘thriller’ “envolvente e carregado de desejo e sexo” em torno de uma história de “dominação e perversidade, um retrato duro de sujeição e prazer, e de todas as ambiguidades que quase sempre comportam as relações amorosas”, acrescenta.

Esta é a história de uma vítima de sequestro que se apaixona pela sequestradora, um fenómeno conhecido como Síndrome de Estocolmo, a que o título da obra alude. Quanto ao enredo, a Quetzal releva que ao responder ao anúncio de um quarto para alugar, o jovem estudante Vicente descobre que a senhoria é Diana Albuquerque, a célebre pivô do telejornal das oito. A estupefacção inicial do estudante rapidamente se transforma numa forte atração mútua. Vicente muda-se para casa de Diana, ocupando o quarto no sótão, e Diana ocupa-lhe a cama, mas um dia o jovem acorda para a estranha realidade de estar trancado no seu novo quarto.

31 Jan 2019

Arábia Saudita executa filipina condenada por homicídio

[dropcap]U[/dropcap]ma filipina de 39 anos foi executada terça-feira na Arábia Saudita depois de ter sido considerada culpada de homicídio sob a ‘sharia’, ou lei islâmica, informou hoje o Departamento de Relações Exteriores das Filipinas.

“Lamentamos não termos conseguido salvar a vida desta filipina depois do Supremo Conselho Judicial ter classificado o seu caso como um em que não se aplica a fórmula do ‘dinheiro de sangue’ contemplado pela ‘sharia'”, pode ler-se numa nota.

De acordo com a lei islâmica, a fórmula conhecida como “dinheiro de sangue” permite a comutação de uma pena capital se a família da vítima for indemnizada.

A filipina trabalhava como trabalhadora doméstica na Arábia Saudita, onde há cerca de um milhão de trabalhadores migrantes filipinos que frequentemente sofrem exploração, abuso e assédio às mãos dos seus empregadores.

Durante o processo judicial, a embaixada filipina em Riade forneceu à ré assistência legal, enviou representantes para a visitarem em prisões e manteve a sua família regularmente informada sobre o andamento do caso.

O Departamento de Relações Exteriores não forneceu, contudo, informações sobre quem foi a vítima do homicídio, nem sobre as circunstâncias do crime, alegando o pedido de privacidade da família.

Em Novembro, as Filipinas repatriaram Jennifer Dalquez, que trabalhava como empregada doméstica nos Emirados Árabes Unidos (EAU), após ser absolvida da acusação de homicídio contra seu empregador, num julgamento em que arriscava também a pena de morte. Dalquez tinha matado o seu empregador em legítima defesa, quando este a tentou violar, ameaçando-a com uma arma branca. A filipina passou quatro anos na prisão.

De acordo com as autoridades, cerca de três mil filipinos saem do seu país todos os dias com contratos de trabalho temporários no exterior, muitos deles em países árabes, onde as mulheres geralmente trabalham como trabalhadoras domésticas e homens no setor de construção.

Cerca de dez milhões de filipinos são trabalhadores migrantes no exterior e o envio de contas de remessas contribuiu para mais de 10% do PIB filipino.

31 Jan 2019

Lucros do BNU descem 17% em 2018 para mais de 500 milhões de patacas

[dropcap]O[/dropcap]s lucros do Banco Nacional Ultramarino (BNU) desceram 17% em 2018, para 585 milhões de patacas, indica o balancete ontem publicado no Boletim Oficial. Em 2017, o banco, do grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD), tinha registado lucros de 706 milhões de patacas.

De acordo com o balancete, a 31 de Dezembro passado, o BNU registou proveitos de 1,7 mil milhões de patacas e custos de 1,1 mil milhões de patacas. No primeiro semestre de 2018, os lucros do BNU registaram uma descida de 3,15% para 311 milhões de patacas, em relação ao mesmo período de 2017.

31 Jan 2019

Venda de porcos portugueses para a China deve atingir 100 milhões de euros

[dropcap]O[/dropcap]s produtores portugueses começam ontem a exportar carne de porco para a China, através de três matadouros, um negócio que deverá movimentar 100 milhões de euros, com cerca de dez mil animais abatidos por semana.

“Esta primeira encomenda é de dez contentores. Em termos anuais, estamos a falar de um volume de negócios de 100 milhões de euros e cerca de dez mil animais, por semana, abatidos e transformados”, disse à Lusa, na segunda-feira, um dos membros da direção da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS), Nuno Correia.

No total, através do Porto de Sines, distrito de Setúbal, os dez contentores vão transportar 270 toneladas de carne, no valor de um milhão de euros, para província chinesa de Hunan.

Porém, “é muito provável que haja uma actualização destes valores, a partir de Setembro, já que a China está a dar indicações de querer antecipar os números em vista para 2020”, prevendo-se assim uma movimentação de 200 milhões de euros.

Inicialmente, o arranque das exportações estava previsto para Dezembro. No entanto, o tráfego de contentores provocado pela greve dos estivadores eventuais de Setúbal acabou por atrasar o processo.

“Foi um caminho difícil, mas, finalmente, vamos dar início à exportação de carne de porco portuguesa para a China. Portugal tem que exportar para crescer e para chegar à auto-suficiência e a China vai [contribuir] para esta estratégia de internacionalização do país”, vincou, na altura.

O acordo em causa foi celebrado com o ACME Group, ficando o ICM, a Agmeat e a Montalva responsáveis pela exportação.

“Para já, queremos também que estes matadouros possam exportar outras partes do porco, nomeadamente, as unhas, as orelhas e as miudezas”, acrescentou.

Adicionalmente, até Setembro, vai ocorrer uma nova vistoria para tentar homologar mais três matadouros em Alcanede, Montijo e Lisboa.

O bom mercado

O início das exportações de suínos portugueses para a China vai ser assinalado numa cerimónia oficial que vai contar com a presença do ministro da Agricultura, Capoulas Santos, e do embaixador da China em Portugal, Cai Run.

Nuno Correia adiantou ainda à Lusa que, na sequência do recente encontro entre a FPAS e o Governo de Hunan, ficou acordado que Portugal vai ter um centro de demonstração e degustação dos produtos portugueses, como o vinho, a fruta e também a carne de porco.

“Tenho a certeza de que este é um passo de gigante. Dá alternativa aos produtores portugueses para venderem os seus produtos num mercado bastante apetecível, com volume e com preços muito interessantes de venda”, afirmou.

A conclusão deste centro está prevista até ao final de 2019, a partir daí, “a própria província dará todo o apoio ao desenvolvimento e promoção da entrada dos produtos portugueses”.

Fundada em 1981, a FPAS é uma associação sem fins lucrativos que visa o estudo e acompanhamento dos problemas relativos à suinicultura.

31 Jan 2019

Xangai | Polícia encerra clube privado de acompanhantes masculinos

O Perfect Space operava num dos bairros mais luxuosos da capital financeira chinesa. Oferecia serviços de acompanhantes masculinos a uma clientela exclusivamente feminina. Imagens, que se tornaram virais na internet, de uma festa de aniversário de um dos acompanhantes, levaram a polícia a encerrar o local

 

[dropcap]A[/dropcap] polícia chinesa encerrou um clube privado para mulheres em Xangai, depois de fotos de um dos acompanhantes masculinos, com prendas de luxo, se terem tornado virais nas redes sociais, avançou ontem a imprensa local.

“O clube foi encerrado pela polícia no sábado”, confirmou ontem a esquadra local, citada pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.

O encerramento surge depois de uma mensagem, partilhada na conta oficial do clube, designado Perfect Space, se ter tornado viral na Internet chinesa.

A mensagem inclui fotos da celebração do 28.º aniversário de um dos acompanhantes, com 28 prendas, oferecidas por uma das mulheres que frequentam o clube. Entre as prendas, destaca-se um carro da Audi, um copo em ouro e 280.000 yuans em dinheiro.

A ostentação despertou a curiosidade de vários internautas, que acabaram por expor mais informações sobre o espaço, que no portal oficial se apresenta como um “clube privado para mulheres, localizado no bairro mais próspero do centro de Xangai”.

O portal detalha que o espaço tem 1.600 metros quadrados e 19 “quartos VIP”. “Prometemos estar ao nível do seu status”, pode ler-se na página electrónica.

Fotos no portal mostram a palavra “amor”, escrita em luzes de néon cor-de-rosa, num dos salões do clube, com balões e buquês, e uma estátua de um cavalo branco na entrada. Em chinês, o nome do clube significa “cavalo branco”. Em inglês, o espaço chama-se Perfect Space.

Junta-te à festa

Os internautas revelaram ainda um anúncio de recrutamento, publicado na conta oficial do clube, em 2016, para “modelos masculinos comerciais”.

O anúncio oferece 1.000 yuan em gorjetas sempre que um dos modelos “entretiver” uma mulher, para além de um salário base mensal de 80.000 yuan.

O salário mínimo em Xangai, a “capital” económica da China, está fixado em 2.420 yuan, o mais alto do país.
Para trabalhar no Perfect Space era preciso “ter mais de 180 centímetros de altura, ser bonito, elegante, limpo e bem-disposto”.

“O trabalho é fácil e relaxante, simplesmente consiste em acompanhar as convidadas a beber e conversar, sem nenhuma actividade ilegal envolvida”, lê-se num dos anúncios, difundidos nas redes sociais chinesas.
Uma foto com duas filas de homens em tronco nu, no corredor do clube, ilustra o anúncio.

Uma das mulheres citadas pelo SCMP explicou que “as pessoas frequentam aqueles clubes por necessidade emocional”. “Não é algo tão flagrante como sexo”, afirmou. Registos públicos revelam que o Perfect Space foi registado com o nome Shanghai Wangzhongde Dining Services, em 2012, com um capital social de 200.000 yuan.

O mesmo documento classifica o espaço como um “espaço de restauração” e para “karaoke”. O proprietário, Shen Jian, tem outras 10 empresas, incluindo um bar em Nanjing, sudeste da China, e um café na província de Shandong, no norte do país.

Citado pelo jornal Beijing Youth Daily, um homem chamado Bai, que afirmou ser um ex-funcionário, revelou que aquele aniversário não foi das festas mais ostensivas que se realizaram no clube.

Segundo a mesma fonte, todos os funcionários do clube eram homens e a clientela exclusivamente feminina.
O Perfect Space apagou a maioria das suas mensagens divulgadas anteriormente nas redes sociais chinesas Weibo e WeChat, desde que a história se tornou pública.

31 Jan 2019

Guerra comercial | Washington espera progressos significativos nas negociações com a China

[dropcap]O[/dropcap] secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, assegurou esta terça-feira que espera “progressos significativos” nas negociações comerciais com a China e considerou que as acusações dos Estados Unidos ao grupo tecnológico chinês Huawei estão “separadas” da disputa comercial.

“Os temas fundamentais de que temos falado são: acesso ao mercado, garantir que não há obrigação de empresas conjuntas, que não há transferência forçada de tecnologia e ter um mecanismo para controlar um acordo, quando houver um acordo”, indicou Mnuchin numa entrevista à Fox Business News.

“Espero que sejam alcançados progressos significativos esta semana nesses assuntos”, assinalou, numa altura em que uma delegação chinesa liderada pelo vice-primeiro-ministro Liu He iniciou ontem dois dias de negociações com a administração norte-americana.

Questionado sobre as acusações do Departamento de Justiça ao grupo chinês Huawei, Mnuchin separou o assunto.

“Esse tema não faz parte das negociações comerciais (…) qualquer questão que esteja relacionada com a violação de leis dos Estados Unidos ou sanções norte-americanas segue um caminho separado”, afirmou.

31 Jan 2019