Bombeiros | Primeiro trimestre do ano com menos incêndios

Nos primeiros três meses do ano houve menos incêndios em Macau, mas os causados por fogões subiram. O Corpo de Bombeiros reiterou os apelos à população para maior responsabilidade em matéria de segurança e optimização de recursos

 

Por Raquel Moz 

 

[dropcap]N[/dropcap]o primeiro trimestre de 2019 foram registados menos 48 casos de incêndio em Macau, em relação ao período homólogo de 2018, passando de 259 para 211 ocorrências, ou seja, uma redução de 18,53 por cento. No entanto, quase metade dos fogos reportados continua a estar associada a fogões esquecidos e desatenção de chamas acesas, que representaram 40,74 por cento do total de pedidos de auxílio, ligeiramente mais do que em igual período do último ano.

O total de operações realizadas pelo Corpo de Bombeiros de Macau entre Janeiro e Março de 2019 cresceu 4,54 por cento, de 11.616 para 12.143 casos, foi ontem anunciado em conferência de imprensa. Só em medidas para prevenir e mitigar a deflagração de incêndios no território, foram organizadas 53 palestras sobre protecção contra o fogo, prevenção de desastres, conhecimentos de emergência médica e segurança de combustíveis, em que participaram 9.425 pessoas. Foram ainda organizados nove simulacros de evacuação, para 1.266 pessoas, 11 exercícios práticos sobre o uso de extintores, com 370 participantes, 206 actividades de sensibilização, através dos órgãos de comunicação e das redes sociais, e a distribuição de 24.964 panfletos e cartazes informativos.

No cumprimento do plano de acções governativas de prevenção, a instituição efectuou 2.061 inspecções (vistorias, fiscalizações e queixas), que representaram um acréscimo de 4.57 por cento face a iguais meses do ano transacto, tendo sido também realizadas 827 inspecções de segurança de combustíveis, em postos de gasolina, depósitos permanentes e provisórios, veículos de transporte de materiais combustíveis, empresas fornecedoras e estabelecimentos de comidas.

Segundo os números adiantados pelo chefe de primeira do Corpo de Bombeiros de Macau, Lao Hou Wai, também aumentaram as saídas de ambulância em situações de emergência efectiva, de 10.092 casos em 2018 para 10.736 casos em 2019 (mais 6,38 por cento). O total de vezes que as ambulâncias foram solicitadas em vão e saíram à rua em resposta a pedidos de urgência foi, contudo, menor, passando de 13.610 situações em 2018 para 13.478 em 2019 (variação ligeira de 0,97 por cento). Este é um dos pontos que tem sido reforçado pelas medidas de sensibilização junto das comunidades, nomeadamente entre a população sénior, para a racionalização dos recursos de emergência sempre que não se trate de real perigo de saúde ou vida, comentou o responsável.

Formação comunitária

Entretanto, entre os dias 21 e 28 de Março decorreu o Curso Avançado de Formação para 107 “chefes de segurança comunitária contra incêndios”, com vista à formação e certificação de indivíduos provenientes de associações e instituições locais, uma figura criada para prestar assistência e cuidados de proximidade aos cidadãos do território, em situações de perigo ou de acidente.

De acordo com o comunicado de imprensa do Corpo de Bombeiros, os módulos desta formação incidiram sobre as infracções mais comuns ao Regulamento de Segurança contra Incêndios, o funcionamento de elevadores para serviço de incêndio, teoria de emergência médica, operação de salvamento e ressuscitação cardio-pulmonar, utilização de desfibrilhador automático externo, técnicas anti-sufocamento e aplicação de curativos.

As novas valências destes agentes da comunidade civil, que receberam a certificação no dia passado dia 14, vão elevar o nível de consciência dos habitantes para a importância do envolvimento populacional na construção de ambientes mais seguros e harmoniosos, pode ler-se no mesmo documento.

18 Abr 2019

Universidade de Macau descobre método de regeneração de tecido ósseo com orquídea

[dropcap]U[/dropcap]m grupo de investigadores da Universidade de Macau (UM) afirma que “descobriu o segredo da regeneração do tecido ósseo” a partir de uma orquídea, anunciou ontem a instituição em comunicado. A equipa do professor Wang Chuming “é a primeira no mundo a desenvolver com sucesso um novo tipo de substituto de tecido baseado em factores bioactivos isolados de uma erva medicinal chinesa”, de acordo com a mesma nota.

A equipa concluiu testes de laboratório e está agora a explorar a possibilidade de avançar com estudos pré-clínicos em colaboração com médicos, depois de a pesquisa, que durou cinco anos, ter sido parcialmente publicada em revistas internacionais da especialidade.

Para além dos artigos na Biomaterials e na Advanced Functional Materials, foi entregue um relatório adicional sobre o mecanismo químico subjacente que teve para já um parecer positivo para publicação na Nature Communications.

Quando injectado nos locais com defeitos ósseos, o líquido de polissacarídeos da planta Bletilla Striata (uma espécie de orquídea do Sudeste Asiático) pode estimular o crescimento de novos tecidos para reparar defeitos ósseos, sublinhou a UM.

Os investigadores analisaram 21 tipos de ervas medicinais chinesas e finalmente encontraram um tipo de polissacarídeos bioactivos que pode estimular o crescimento de células ósseas pela activação de citocinas, que são proteínas produzidas pelas células.

18 Abr 2019

Presidente da Assembleia Legislativa candidato a Chefe do Executivo

[dropcap]O[/dropcap] presidente da Assembleia Legislativa (AL), Ho Iat Seng, anunciou hoje que se vai candidatar a Chefe do Executivo nas eleições deste ano para suceder a Fernando Chui Sai On.

“Decidi candidatar-me para o quinto mandato de chefe do Executivo”, anunciou Ho, de 61 anos, aos jornalistas, depois da reunião plenária da AL, em que Chui Sai On respondeu a perguntas dos deputados.

Ho Iat Seng afirmou que esta ainda é uma “decisão preliminar”, por o responsável integrar o comité permanente da Assembleia Popular Nacional (APN) chinesa, o que o impede de ocupar o cargo de chefe do Executivo de Macau.

O candidato sublinhou que vai pedir a demissão junto de Pequim e que espera uma decisão ainda na próxima semana.

A Comissão de Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo (CAECE) já tinha informado, em Fevereiro, que caso o presidente da AL se candidatasse a chefe do Executivo teria de suspender as suas funções públicas.

Ho Iat Seng não confirmou se vai suspender ou demitir-se do cargo de presidente da AL.

O desempenho das funções de vice-presidente da AL e de presidente deste órgão, nos últimos cinco anos, além da “experiência jurídica na China continental e aqui”, foram algumas das razões que levaram Ho Iat Seng a avançar com a candidatura.

“Já conheço basicamente a máquina administrativa do Governo”, frisou. Para Ho Iat Seng, esta experiência acumulada vai permitir-lhe desenvolver a integração no projecto de Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, criado por Pequim para desenvolver uma metrópole mundial entre as regiões administrativas especiais de Macau e de Hong Kong e nove cidades (Dongguan, Foshan, Cantão, Huizhou, Jiangmen, Shenzhen, Zhaoqing, Zhongshan e Zhuhai) chinesas da província de Guangdong.

Esta metrópole integra cerca de 70 milhões de habitantes e regista um Produto Interno Bruto (PIB) a rondar os 1,3 biliões de dólares, maior do que o PIB da Austrália, Indonésia e México, países do G20.

“Vai ser uma grande oportunidade para nós”, disse Ho Iat Seng, acrescentando ainda que um outro objectivo, caso seja eleito, é “melhorar a vida da população de Macau”.

Em relação ao processo eleitoral, o responsável admitiu que ainda falta muito tempo até às eleições. “Para já a Comissão Eleitoral [do Chefe do Executivo, CECE] não está constituída”, sublinhou.

Em 4 de Fevereiro, as autoridades de Macau deram início ao processo para a eleição do chefe do executivo, ao marcarem para 16 de Junho a escolha dos membros da CECE, que vão eleger o sucessor de Chui Sai On, que por determinação legal não pode apresentar-se a um terceiro mandato.

De acordo com a lei eleitoral, entre a eleição da comissão e a escolha do líder do Governo deve decorrer um período mínimo de 60 dias, ou seja, pode ser escolhido a partir da segunda quinzena de Agosto.

A posse do futuro Chefe do Executivo está prevista para 20 de Dezembro deste ano, data em que se assinala o 20.º aniversário da constituição da RAEM. O Chefe do Executivo de Macau tem ainda de ser aprovado pelo Governo central da República Popular da China.

18 Abr 2019

Cooperação | Chui Sai On reuniu com líder de partido de Taiwan

[dropcap]D[/dropcap]ecorreu ontem um encontro entre Chui Sai On e James Soong Chu-yu, presidente do Partido O Povo Primeiro. De acordo com um comunicado oficial do gabinete do Chefe do Executivo, a reunião serviu para abordar “o reforço da cooperação e intercâmbio entre os dois territórios”, além de terem sido trocadas “opiniões sobre como impulsionar a participação dos compatriotas de Taiwan na construção da Grande Baía Guangdong – Hong Kong – Macau”.

O Chefe do Executivo adiantou também que, com esta visita, James Soong “poderá contribuir com boas ideias, no sentido dos compatriotas de Taiwan participarem na construção da Grande Baía”.

James Soong referiu que “a visita tem como objectivo procurar o espaço para Taiwan participar nesta área”, além de desejar que “os dois territórios possam aproveitar esta oportunidade para impulsionar, de mãos dadas, o grande rejuvenescimento da Nação Chinesa”.

Na manha de ontem, a delegação esteve presente num seminário onde o director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional, Mi Jian, apresentou as Linhas Gerais do Planeamento para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

18 Abr 2019

Universidade de Lisboa com planos para Xangai e Zhuhai

[dropcap]O[/dropcap] reitor da Universidade de Lisboa (UL) afirmou ontem que espera “assinar em Maio” um acordo para a criação de uma faculdade na Universidade de Xangai, prevendo o início das suas actividades no ano lectivo de 2020/2021.

“Espero assinar em Maio um acordo de criação de uma faculdade da UL na Universidade de Xangai”, disse António Cruz Serra na sua participação na conferência. O académico referiu que a nova faculdade da UL naquela cidade chinesa será uma plataforma de formação, entre outras áreas, de engenharia electrotécnica e engenharia civil.

“São iniciativas que honram muito a UL, o caminho é muito complicado – já estamos a trabalhar nisto há muito tempo”, afirmou.

António Cruz Serra disse que, embora haja semelhanças entre as burocracias portuguesa e chinesa, há alguma dificuldade em “compatibilizar” países com “duas culturas tão fortes nesse sentido”.

“Espero que tenhamos esta iniciativa em funcionamento no ano lectivo de 20/21″, referiu.

O reitor explicou que as propostas terão de ser apresentadas na China “até Setembro deste ano” e que as “negociações e as conversas dos professores das diversas áreas consoante os cursos estão muito avançadas”.

“Daqui a dois ou três anos, teremos, pelo menos, 500 alunos a virem fazer pelo menos um ano à UL e seremos responsáveis, pelo menos, por mais de 30 por cento da leccionação em Xangai.

Seremos também responsáveis pela gestão académica, mas também pela gestão administrativa desta faculdade. Vai ser um grande desafio”, disse.

O reitor esclareceu também que o ensino na faculdade da UL em Xangai será realizado em inglês, mas terá uma segunda língua, nomeadamente portuguesa, que permitirá que os estudantes tenham “obrigatoriamente, disciplinas de português”.

No seu discurso, António Cruz Serra disse ainda que a Universidade de Lisboa foi convidada para criar, em conjunto com uma universidade chinesa, uma universidade em Zhuhai.

António Cruz Serra sublinhou que Macau constitui “sempre uma plataforma importante”, uma vez que ajuda a que os “parceiros chineses possam saber mais” sobre Portugal. Nesse sentido, o reitor da UL referiu que há uma “excelente colaboração” com a Universidade de Macau e com o Instituto Politécnico de Macau. “Temos estado muito alinhados com o que têm sido as decisões para o ensino de português e de outras iniciativas que têm sido desenvolvidas”, acrescentou.

18 Abr 2019

Huawei | Previstas vendas a crescer pelo menos 10% com 5G

Apesar dos esforços norte-americanos para limitar a expansão da gigante tecnológica chinesa, a Huawei antecipa um crescimento de pelo menos 10 por cento nas vendas para operadoras em 2020

 

[dropcap]A[/dropcap] ‘gigante’ das telecomunicações chinesa Huawei prevê um crescimento de “pelo menos 10 por cento” nas vendas para operadoras de telecomunicações e Internet, em 2020, à medida que as redes de quinta geração (5G) ganham ímpeto.

A previsão de um crescimento de “pelo menos 10 por cento “, feita ontem por Ken Hu, presidente executivo (CEO) da Huawei, durante a 16.ª edição do Huawei Analyst Summit, em Shenzhen, surge após uma queda homóloga de 1,3 por cento em 2018.

“Para a indústria, o 5G será o novo condutor para investimentos”, disse Hu.

O responsável revelou que a empresa vendeu já 45.000 estações base para o 5G e que espera que 6,5 milhões de estações tenham sido implantadas em todo o mundo, até 2025, abrangendo 2.800 milhões de pessoas.

A empresa garantiu 40 contratos com operadoras em todo o mundo, para desenvolver redes 5G. Mais de metade dos contratos são na Europa.

“Os investimentos em 5G este ano serão orientados pelo valor dos negócios e esse tipo de investimentos é mais confiável e sólido”, previu o CEO.

As redes sem fio 5G destinam-se a conectar carros autónomos, fábricas automatizadas, equipamento médico e centrais eléctricas, pelo que vários governos passaram a olhar para as redes de telecomunicações como activos estratégicos para a segurança nacional.

Os maiores

Os Estados Unidos têm pressionado vários países, incluindo Portugal, a excluírem a Huawei na construção de infraestruturas para redes de 5G, a Internet do futuro, acusando a empresa de estar sujeita a cooperar com os serviços de inteligência chineses.

Austrália, Nova Zelândia e Japão aderiram já aos apelos de Washington e restringiram a participação da Huawei.

A Huawei é actualmente a maior fornecedora de equipamentos de telecomunicações do mundo e líder no 5G, com o maior número de patentes registadas, segundo a empresa de análise de propriedade intelectual IPlytics.

Hu disse que as questões políticas e as mudanças nas relações comerciais são questões a que a Huawei terá de prestar atenção, mas advertiu que a politização da cibersegurança vai reduzir a inovação e aumentar os custos das soluções.

“Se esta questão for politizada, serão discutidos sentimentos ou percepções e não os factos. Devemos concentrar-nos em criar uma tecnologia que proteja os utilizadores”, defendeu Hu.

O executivo garantiu que a empresa está a redobrar esforços e a investir na melhoria da segurança, mas que o “correcto” seria a criação de um organismo independente global, que servisse os fabricantes, a indústria e os reguladores.

“O 5G não é apenas mais rápido do que o 4G: é uma revolução na conectividade, que tornará tudo possível ‘online’, em qualquer altura, proporcionando uma conectividade verdadeiramente omnipresente”, disse.

Em Dezembro do ano passado, durante a visita a Lisboa do Presidente chinês, Xi Jinping, foi assinado entre a Altice e a empresa chinesa um acordo para o desenvolvimento da próxima geração da rede móvel no mercado português.

17 Abr 2019

Associação Cultural da Vila da Taipa abre a porta às “fanzines”

Por Raquel Moz 

O tempo das fanzines está de volta. A exposição que hoje é inaugurada, no Taipa Village Art Space, traz ao público o movimento artístico que ressurgiu em Hong Kong nos últimos anos, de livre criação e produção artesanal de publicações culturais alternativas

[dropcap]A[/dropcap] primeira exposição colectiva da associação ZineCoop de Hong Kong, que reúne um conjunto de artistas e designers que se dedicam à publicação de “fanzines” – revistas e brochuras de nicho sobre temas diversos, com meios manuais de baixo custo e técnicas de impressão tradicionais –, vem, a convite da Associação Cultural da Vila da Taipa, mostrar em Macau a diversidade do que está a ser feito nesta área no território vizinho.

“See.Saw.Zine? Publish Yourself!” é o título e, também, o conceito do evento. São cerca de 200 publicações em exibição, organizadas por temas e conteúdos variados, que vão poder ser vistas e manuseadas pelos interessados, a partir de hoje e até 2 de Julho, na pequena galeria da Rua dos Clérigos na ilha da Taipa. Este acervo, produzido na íntegra por artistas oriundos de Hong Kong, faz parte da colecção permanente da ZineCoop, fundada por Beatrix Pang e Forrest Lau. Haverá também lugar à apresentação de alguns trabalhos de artistas macaenses, conversas e oficinas várias, espaço para leituras e venda de publicações.

“A ideia é tornar esta galeria numa plataforma cultural entre Hong Kong e Macau”, explicou ao Hoje Macau o curador da exposição, João Ó, “que servirá para abrir o diálogo entre os artistas interessados, muitos dos quais até já se conhecem entre si, no complexo mundo que é o da fanzine”. Mas o apelo deste formato de publicação interessa a um público bem mais generalizado, fora do âmbito do design e das artes gráficas, segundo o responsável, pelo que a descoberta destes trabalhos é uma proposta que deixa como sugestão, já para o próximo fim-de-semana alargado.

Há toda uma conjuntura sócio-cultural relacionada com o surgimento da fanzine, que tem “um potencial criativo fora dos mercados da publicação comercial, digamos que é uma forma manual de publicar um manifesto individual, de dar voz a um pensamento criativo. Eu também já fiz as minhas fanzines, em Lisboa, na altura da faculdade, com colagens e com escritos, com pensamentos soltos. Acho que é uma necessidade de dar voz a esse tipo de pensamento criativo, em que a arte não é só estabelecida nos parâmetros das esferas artísticas mais assumidas, como a pintura, escultura, serigrafia, etc.”. E são muitos os exemplos de “movimentos artísticos e políticos que surgem com o manifesto da fanzine”, comentou.

Nas tuas mãos

Para o curador da mostra, numa época em que as comunicações electrónicas dominam o espaço de intervenção cultural, nomeadamente através do poder das redes sociais, ressurgem agora as fanzines – combinação das palavras “fan” e “magazine” inglesas – como fenómenos diferenciados que recuperam o faça-você-mesmo artesanal, disseminados entre grupos com os mesmos interesses culturais (de subcultura e de contracultura). Os conteúdos vão das artes plásticas à música, do cinema à política, da vida quotidiana à intervenção social, com técnicas tão diversas como a escrita, a ilustração, a colagem ou a fotografia, adiantou ainda João Ó.

Os fundadores e membros da ZineCoop vão passar pelo Art Space em variados momentos, ao longo destes dois meses e meio, para participar em conversas e workshops. A partilha de experiências e técnicas de produção são o mote das oficinas, que se encontram agendadas para quatro sábados, nos meses de Maio (dias 4 e 18) e de Junho (dias 15 e 29). Os temas serão, respectivamente, “Chit-Chat ZINE with Graphic Designers”, “Risograph and ZINE Explosion in Hong Kong”, “Make ZINE, We Connect!” e “Risograph Mini ZINE Workshop”.

17 Abr 2019

Filipinas | Mulher finge acompanhar menor para imigrar para Macau

[dropcap]O[/dropcap] departamento de emigração do Aeroporto Internacional Ninoy Aquino em Manila, impediu a partida de uma mulher para Macau. A filipina terá tentado fazer-se passar por acompanhante da menor, argumentado estar encarregue de trazer a criança até à mãe. As autoridades suspeitaram filipinas suspeitaram estar na presença de um caso de tráfico humano.

A mulher interceptada terá sido recrutada ilegalmente para trabalhar em Macau como empregada de mesa, como mais tarde admitiu, e foi apanhada quando tentava embarcar num voo da Cebu Pacific na noite de domingo.

A filipina alegava que a viagem terá sido paga por um amigo da família. “Estava a tentar partir como turista, sob o patrocínio de uma outra filipina, trabalhadora doméstica em Macau. Fingiu ser a guardiã da criança e alegou que iria a Macau visitar os seus amigos”, apontou um dos agentes envolvidos no caso ao Manila Bulletin.

De acordo com o mesmo agente, a pessoa em Macau que estava a patrocinar a viagem já tinha adoptado o mesmo esquema de trazer filipinas para Macau, sob o pretexto de acompanharem menores.

17 Abr 2019

Jogo | Melco actualiza este ano sistema de reconhecimento facial

[dropcap]A[/dropcap] Melco Resorts afirma que está a preparar instalação da “última geração” de tecnologia de reconhecimento facial em Macau e Manila, aponta o GGRAsia.

A operadora espera que o sistema esteja operacional ainda este ano, acrescenta a mesma fonte citando o Relatório de Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa 2018, divulgado pela empresa na segunda-feira.

“Em 2016, a Melco tornou-se a primeira operadora na Ásia a implementar sistemas de segurança de reconhecimento facial em tempo real em todas as entradas das nossas áreas de jogos em Macau”, refere o documento.

“A Melco tem melhorado a tecnologia e está a preparar a instalação da última geração” do sistema de segurança nas suas propriedades em Macau e Manila em 201”, acrescenta.

O relatório acrescenta ainda que “a tecnologia usa indicadores biométricos para impedir que indivíduos proibidos de entrar nas salas de jogo, incluindo os auto-excluídos, cumprindo os requisitos de privacidade de dados”.

Lawrence Ho, presidente executivo da Melco Resorts, lançou esta tecnologia – MelGuard – em Tóquio no final de 2017.

Também na segunda-feira, a empresa anunciou o seu mais recente projecto de sustentabilidade ambiental – “Above and Beyond” que tem por fim promover o ambiente através da criação de resorts neutros em carbono e capazes de conseguir “desperdício zero”.

17 Abr 2019

Cimeira | Macau junta peritos para debater cidade inteligente

[dropcap]M[/dropcap]acau organiza a 25 e 26 de Abril a “Cimeira Internet + Cidade Inteligente 2019” para reforçar a aposta na tecnologia e na indústria de exposições e convenções, com a presença de especialistas e académicos, anunciou ontem a organização.

O objectivo é impulsionar o desenvolvimento da indústria e da tecnologia na área de aplicações, explicou o presidente da comissão administrativa do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia, que coordena a iniciativa, em conferência de imprensa.

Ma Chi Ngai sublinhou a presença de 30 especialistas e académicos, entre os quais peritos em comunicação 5G de Espanha e em segurança de rede de Israel.

A iniciativa garantiu também a participação de especialistas de empresas chinesas de dimensão mundial, casos do vice-presidente sénior da Xiaomi Tecnologia, do director de tecnologia da Huawei Tecnologias e do cientista-chefe do Departamento IoT (Internet of Things) da Alibaba.

A cimeira integra duas palestras temáticas, “Cidade inteligente orientada para as pessoas” e “Índices de Avaliação da Cidade Inteligente na Grande Baía”.

O evento, que terá ainda seis sessões distribuídas pelos dois dias, responde “à exigência de diversificação moderada da indústria levantada pelo Governo Central [China]” e pretende “colaborar com o Plano Quinquenal de Desenvolvimento da Região Administrativa Especial de Macau (2016-2020), de acordo com a organização.

A cimeira é promovida pelo Conselho de Ciência e Tecnologia e tem ainda o apoio da Fundação para o Desenvolvimento da Internet da China.

17 Abr 2019

USJ | Incubadora de empresas e investigação essenciais para ‘nova’ economia

[dropcap]O[/dropcap] director da Faculdade de Indústrias Criativas da Universidade de São José disse ontem que é essencial criar uma incubadora de empresas e um centro de investigação para diversificar a economia de Macau, muito dependente do jogo. “Do ponto de vista da universidade essas duas medidas podiam ser muito atractivas e dar um apoio muito grande à comunidade de Macau”, na área das indústrias criativas, defendeu Carlos Sena Caires, em declarações à agência Lusa.

“Abrir uma incubadora de empresas, seria muito importante, ligada às indústrias criativas”, assim como “abrir um centro de investigação”, frisou, à margem do seminário “Indústrias Criativas e Desenvolvimento Social e Económico”, promovido pela delegação de Macau da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

“Seria fundamental” para impulsionar as indústrias criativas, sustentou, e, assim, contribuir para a diversificação da economia de Macau, a capital mundial do jogo, onde em 2018 as receitas dos casinos cresceram 14 por cento, para 302.846 milhões de patacas.

O director sublinhou que “ainda há muito trabalho a fazer no índice de criatividade” num território que tem mais de 1.050 associações e deu conta que a instituição está a tentar lançar um projecto-piloto em Zhuhai com um centro de inovação (Inno Valley) no qual se estão a juntar várias ‘startups’.

17 Abr 2019

Paris | Mundo em choque perante o incêndio na catedral de Notre-Dame

A icónica Catedral de Notre-Dame, em Paris, ardeu parcialmente na madrugada de segunda para terça-feira, comprometendo a estrutura do edifício. A extensão total dos danos ainda não é conhecida, mas Emmanuel Macron prometeu reconstruir a catedral. As mensagens de solidariedade têm surgido de todo o mundo e o fogo foi extinto depois de 12 horas de incêndio

[dropcap]O[/dropcap] Presidente da França, Emmanuel Macron, fez uma declaração em frente à Catedral de Notre-Dame enquanto os bombeiros ainda se esforçavam para controlar o incêndio que deflagrava no histórico monumento, pedindo aos franceses união e anunciando a abertura de uma subscrição nacional para recolher fundos.

Aos franceses, Macron disse que “o que aconteceu nesta catedral é uma terrível tragédia”, agradecendo a “extrema coragem, profissionalismo e determinação” de “quase 500 bombeiros” mobilizados para combater o fogo que começou por volta das 18h50 locais (1h50 de ontem em Macau) e atingiu toda a estrutura da Catedral de Notre-Dame de Paris. Pelo seu trabalho, o Presidente quis agradecer “em nome de toda a nação”.

O Presidente francês mencionou que “o pior foi evitado, ainda que a batalha não tenha sido vencida”, referindo-se à confirmação dos bombeiros do salvamento da estrutura principal, incluindo o campanário norte, que esteve em risco de colapsar.

“A Notre-Dame de Paris é a nossa história, a nossa literatura. É o epicentro da nossa vida”, caracterizou Macron, dizendo-a “de todos os franceses, mesmo daqueles que nunca aqui vieram”. Querendo deixar uma “nota de esperança”, o Presidente lembrou que o edifício foi construído há 800 anos e que o povo francês “soube como construí-la e, ao longo dos séculos, como fazê-la crescer e melhorá-la”.

“Vamos apelar aos maiores talentos e vamos reconstruir Notre-Dame, porque é aquilo que os franceses esperam, porque é o que a nossa história merece, porque é o nosso profundo destino”, disse, antes de anunciar a abertura de uma subscrição nacional para recolher fundos para a recuperação, deixando o apelo: “Juntos vamos reconstruir Notre-Dame”.

Este incêndio levou o líder francês a adiar a comunicação que faria sobre um pacote de medidas em relação às reivindicações dos ‘coletes amarelos’, devido ao “terrível incêndio que devasta a Catedral de Notre-Dame de Paris”, anunciou a presidência francesa.

Num momento anterior, Macron publicou na sua conta oficial do Twitter uma mensagem de pesar pelos acontecimentos: “Emoção de toda uma nação. Os meus pensamentos estão com todos os católicos e todos os franceses. Como todos os nossos compatriotas, estou triste por ver arder esta parte de nós”.

Os apelos de subscrições nacionais de fundos têm-se somado ao longo da tarde. Segundo o Le Figaro, a “La Fondation du patrimoine”, uma organização privada dedicada à salvaguarda e preservação do património francês, lançou ontem uma “coleta nacional”, tendo um dos websites onde se podem fazer doações sofrido uma enchente de visitas.

De Lisboa ao Vaticano

Hermano Sanches Ruivo, vereador da Câmara de Paris para os Assuntos Europeus, disse à Lusa que todos os processos foram “respeitados” e, por isso, não há feridos a lamentar. “Há muitas coisas que vão ser ditas, mas há processos que estão estabelecidos em relação à Notre-Dame. A primeira preocupação são as pessoas. Não temos indicação de nenhum desrespeito pelos processos, os processos foram respeitados e não ficou nenhuma pessoa ferida”, afirmou o eleito lusodescendente local, em declarações à agência Lusa, relembrando que o monumento é o mais visitado de Paris e começou a arder quando ainda decorriam visitas.

O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou ontem um “abraço sentido” numa mensagem ao Presidente francês, Emmanuel Macron, em que lamenta o incêndio na Catedral de Notre-Dame de Paris.

“Caro Presidente Macron, meu Amigo: Uma dor que nos trespassa o olhar e logo nos marca a alma, Paris sempre Paris ferida na sua Catedral em chamas, um símbolo maior do imaginário colectivo a arder, uma tragédia francesa, europeia e mundial”, lê-se na mensagem, divulgada no portal da Presidência da República na Internet. Marcelo Rebelo de Sousa despede-se de Macron enviando-lhe “de Lisboa um abraço sentido”.

Também a directora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) manifestou solidariedade com França na salvaguarda e restauro do património histórico, na sequência do incêndio. Numa mensagem publicada no ‘Twitter’, Audrey Azoulay diz que a agência das Nações Unidas está “ao lado de França para salvaguardar e reabilitar esse património inestimável”.

O Vaticano também exprimiu a sua “incredulidade” e “tristeza” quando um incêndio continuava a devastar a catedral Notre-Dame de Paris, “símbolo da cristandade, na França e no mundo”. “Exprimimos a nossa proximidade com os católicos franceses e com a população parisiense. Rezamos pelos bombeiros e por todos os que fazem o possível para enfrentar esta situação dramática”, acrescentou em comunicado o porta-voz do Vaticano.

Em Jerusalém, a Igreja católica da Terra Santa também exprimiu a sua solidariedade com a Igreja de França. “Exprimimos a nossa solidariedade com a Igreja de França neste período da semana santa e desejamos o melhor para essa igreja e para os seus fiéis”, indicou a Igreja católica da Terra Santa através de um comunicado divulgado em Jerusalém.

Donald Trump, muito ao seu jeito e através do Twitter, reagiu a pronto com uma sugestão que se tornou alvo de algum gozo nas redes sociais. O Presidente norte-americano sugeriu o uso de meios aéreos para combater as chamas que deflagravam na catedral. “É preciso agir rapidamente”, acrescentou.

Uma hora depois, a Protecção Civil francesa respondeu referindo que a “descarga de água por um avião neste tipo de edifício poderia levar ao colapso de toda a estrutura”, que poderia desabar em cima dos bombeiros que se encontravam a combater as chamas.

Força no esqueleto

O secretário de Estado do interior francês declarou ontem que, uma vez afastado o “perigo do fogo” na catedral de Notre-Dame de Paris, a questão fundamental é, a partir de agora, saber “como vai resistir a estrutura”.

“O perigo do fogo já foi afastado, a questão agora é o edifício: como é que a estrutura vai resistir ao incêndio da noite passada”, afirmou Laurent Nuñez, em declarações à imprensa ao início da manhã de ontem.

“Haverá, portanto, uma reunião às 08h (15h em Macau) com especialistas e arquitectos para tentar determinar se a estrutura é estável, e se os bombeiros podem permanecer dentro do edifício para continuar a missão”, acrescentou.

Cerca de 400 bombeiros lutaram durante quase 12 horas contra as chamas que destruíram um dos edifícios icónicos de Paris e da arte gótica, apesar do fogo ter sido dado como “parcialmente extinto” e “completamente contido” pelas autoridades. Neste momento, cerca de uma centena de bombeiros continua no local.

“O telhado inteiro está danificado, toda a estrutura ficou destruída, parte da abóboda caiu”, disse Gabriel Plus, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Paris, ao início da manhã de ontem. No entanto, “os dois campanários foram salvos”, bem como “todas as obras de arte” pertencentes ao ‘tesouro’ da catedral, incluindo a coroa de espinhos e a túnica de São Luís, indicou.

A Procuradoria de Paris tinha já afirmado que os investigadores estavam a considerar o incêndio como um acidente, referindo que a polícia vai avançar com uma investigação por “destruição involuntária causada pelo fogo”.

“Majestoso e sublime edifício”, como escreveu em 1831 o escritor francês Victor Hugo no seu romance “Notre-Dame de Paris”, a catedral foi construída em 1163 e iniciou a função religiosa em 1182.

17 Abr 2019

Habitação | Criada empresa Macau Renovação Urbana SA

[dropcap]F[/dropcap]oi ontem publicado em Boletim Oficial (BO) o despacho que dá conta da criação da empresa com capitais públicos Macau Renovação Urbana SA, estabelecida mediante o Governo e o Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização e o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia.

O objectivo da empresa, criada como uma sociedade anónima, visa “melhorar a qualidade e o ambiente habitacional” do território, além de “promover o desenvolvimento económico, social e turístico da RAEM”. Além disso, a empresa tem como fim “coordenar e promover todas as acções associadas à renovação urbana, designadamente a realização de operações de reabilitação e requalificação do espaço público, das infra-estruturas, dos equipamentos colectivos e dos edifícios, nas áreas de intervenção delimitadas”.

A Macau Renovação Urbana visa também a promoção da prevenção de edifícios degradados, podendo ainda “prosseguir quaisquer outras actividades industriais, comerciais ou de prestação de serviços, relacionadas com a renovação urbana, desde que tal seja deliberado e expressamente autorizado em Assembleia Geral convocada para o efeito”.

O capital social inicial da empresa é de 100 mil patacas, dos quais 96 por cento são detidos pelo Governo, três por cento pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização e apenas um por cento pelo Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia.


Transportes | Nasceu a Sociedade do Metro Ligeiro de Macau SA

Foi ontem oficialmente criada a Sociedade do Metro Ligeiro de Macau SA, dada a publicação de uma ordem executiva em Boletim Oficial (BO) assinada pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. Esta empresa vai ser responsável pela construção e manutenção de todas as infra-estruturas relacionadas com o Metro Ligeiro e inicia as suas operações a meses do segmento da Taipa entrar em funcionamento, algo que está previsto para este ano. A empresa conta com um capital social inicial de 1,4 mil milhões de patacas.

17 Abr 2019

Contrabando| Alfândegas interceptam 7,48 toneladas de presas de elefante

A luta contra o contrabando de produtos de espécies protegidas não parece ter fim à vista, apesar das várias campanhas de sensibilização. Só em Hong Kong, no passado mês de Fevereiro, foram interceptadas 2,1 toneladas de presas de elefante e 8,3 toneladas de escamas de pangolim

[dropcap]A[/dropcap]s autoridades chinesas anunciaram ontem terem interceptado 7,48 toneladas de presas de marfim contrabandeado, na maior apreensão dos “últimos anos” no país, que baniu todo o comércio e transformação de presas de elefante em 2018.

O vice-director da Administração Geral das Alfândegas, Hu Wei, anunciou, em conferência de imprensa, que a operação, em grande escala, decorreu em 30 de Março e terminou com o desmantelamento de um “grupo criminoso internacional que há muito tempo traficava marfim”.

A investigação, de dois meses, resultou na prisão de mais de 20 suspeitos e no confisco de 2.748 peças de marfim.

A operação decorreu de forma coordenada entre várias cidades, incluindo Pequim e Qingdao, e envolveu um total de 238 agentes da polícia, detalhou o director da agência chinesa de combate ao contrabando, Sun Zhijie.

Segundo os dados oficiais, este ano já foram apreendidas 8,48 toneladas de produtos de marfim ou marfim em bruto, além de 500 toneladas de animais e plantas em risco de extinção.

Durante os primeiros três meses do ano, as autoridades chinesas investigaram 182 casos de contrabando de espécies protegidas, envolvendo 171 suspeitos.

Estes dados não incluem as alfândegas de Hong Kong, onde em Fevereiro passado foram interceptadas 2,1 toneladas de presas de elefante e 8,3 toneladas de escamas de pangolim, que, segundo as autoridades, se destinavam ao continente chinês.

Duas semanas depois, as alfândegas de Hong Kong apreenderam 24 chifres de rinoceronte, com um peso total de 40 quilos, um número recorde, que durou apenas até 7 de Março, quando foi apreendido um carregamento de 82,5 quilos.

Passos curtos

Pequim baniu todo o comércio e transformação das presas de elefante no início do ano passado.

Porém, a China é, tradicionalmente, o maior consumidor mundial de marfim, símbolo de estatuto e parte importante da cultura e arte tradicionais chinesas.

Antes da entrada em vigor da nova lei, Pequim lançou várias campanhas de sensibilização e o preço de presas de elefante caiu 65 por cento, enquanto todas as lojas e oficinas envolvidas no comércio foram encerradas até ao final de 2017, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.

A actuação das autoridades chinesas pode ter um impacto significativo em Angola e Moçambique, que nos últimos anos se tornaram destinos de referência na caça ao elefante.

Em Moçambique, entre 2011 e 2015, a caça furtiva custou à reserva do Niassa sete mil elefantes. Em Angola, as autoridades queimaram cerca de 1,5 toneladas de marfim, bruto e trabalhado, em Julho de 2017, que tinham como destino a Ásia.

Existem actualmente cerca de 450.000 elefantes no continente africano, calculando-se em mais de 35.000 os que são mortos anualmente.

17 Abr 2019

Shandong | Acidente em empresa farmacêutica faz dez mortos

[dropcap]P[/dropcap]elo menos dez pessoas morreram ontem asfixiadas pela inalação de fumo, enquanto outras 12 ficaram feridas, após um acidente numa empresa farmacêutica, na província de Shandong, leste da China. A televisão estatal CGTN informou que o acidente ocorreu às 15:37 e que foi aberta uma investigação para apurar as causas, mas não avançou mais detalhes. Em Março passado, uma explosão num parque industrial químico na província de Jiangsu, leste do país, causou 78 mortos e várias centenas de feridos. Acidentes industriais são frequentes na China, onde, em média, morrem 70.000 trabalhadores por ano, segundo a Organização Mundial do Trabalho. Em 2015, duas explosões nas instalações químicas da zona portuária da cidade de Tianjin, nordeste da China, provocaram pelo menos 165 mortos, e causaram prejuízos de mais de mil milhões de dólares.

17 Abr 2019

Empresa chinesa vai construir e gerir futura ligação ferroviária na Malásia

[dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro da Malásia anunciou ontem que a empresa chinesa responsável pela construção da ligação ferroviária no leste do país também vai ajudar a gerir e a operar a infraestrutura, para reduzir a carga financeira do país.

As declarações de Mahathir Mohamad surgem três dias depois do Governo malaio ter anunciado que vai retomar este projecto de ligação financiado pela China, depois de o construtor chinês ter baixado os custos.

O acordo pôs fim a meses de impasse sobre a linha férrea da costa leste, de 668 quilómetros de comprimento, que liga a costa ocidental da Malásia aos estados rurais orientais, numa ligação essencial à iniciativa chinesa de construção de infraestruturas “Uma Faixa, Uma Rota”.

O orçamento para a construção das primeiras duas fases da ligação ferroviária é agora de 44 mil milhões de ringgits (9,5 mil milhões de euros), uma descida de um terço em relação ao custo inicial de 65,5 mil milhões de ringgits.

Sob o novo acordo, a China Communications Construction Company (CCCC) formará uma empresa conjunta com a Malaysia Rail Link para operar e manter a rede, afirmou Mahathir Mohamad.

Rota em movimento

Esta ligação ferroviária é parte fundamental da iniciativa chinesa, lançada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, e que inclui uma malha ferroviária intercontinental, novos portos, aeroportos, centrais eléctricas e zonas de comércio livre, visando ressuscitar vias comercias que remontam ao período do Império Romano, e então percorridas por caravanas.

Construídos por empresas chinesas e financiados pelos bancos estatais da China, os projectos no âmbito daquela iniciativa estendem-se à Europa, Ásia Central, África e Sudeste Asiático.

No entanto, o crescente endividamento dos países envolvidos relativamente a Pequim acarreta riscos. Exemplo disso, é o Sri Lanka, onde um porto de águas profundas construído por uma empresa estatal chinesa acabou por ser uma despesa incomportável para o país, que teve de entregar a concessão da infraestrutura, e dos terrenos próximos, à China por um período de 99 anos.

17 Abr 2019

Venezuela| Pequim acusa Washington de ver América Latina como “o seu quintal”

Mike Pompeo acusou a China de perpetuar o Governo de Nicolas Maduro através de financiamentos que serviram para esmagar os opositores do regime venezuelano. Pequim responde no mesmo tom e diz que os Estados Unidos têm por hábito subverter o poder naquela região do globo

 [dropcap]O[/dropcap] Governo chinês respondeu ontem aos comentários do secretário de Estado norte-americano, que atribuiu à China responsabilidade no prolongamento da crise na Venezuela, considerando as acusações “infundadas” e acusando Washington de ver a América Latina como “o seu quintal”.

As acusações de Mike Pompeo são “infundadas” e realizadas de forma “deliberada para provocar um corte” entre a China e a América Latina, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Lu Kang, numa conferência de imprensa regular.

“Por muito tempo, os Estados Unidos têm visto a América Latina como o seu próprio quintal, para pressionar, ameaçar e até mesmo subverter o poder político em outros países em determinados momentos”, disse Lu Kang, acrescentando que “alguns políticos norte-americanos tem insistido numa linha” determinada com o objectivo de “manchar a China em todo o mundo”.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, considerou que o financiamento de Pequim ao Governo da Venezuela, do Presidente Nicolas Maduro, está a fazer prolongar a crise no país sul-americano.

“O financiamento do regime de [Nicolás] Maduro pela China ajudou a precipitar e prolongar a crise naquele país”, disse Pompeo na sexta-feira, no Chile, no início da sua visita oficial a quatro países da América Latina, acrescentando que a China investiu mais de 60 mil milhões de dólares, “sem contar com armas”.

“Não é surpresa que Maduro utilizou o dinheiro para fazer pagamentos a amiguinhos, para esmagar activistas pró-democracia e financiar programas sociais ineficazes”, acusou.

 

Crise aguda

De acordo com as estimativas da ONU, cerca de sete milhões de pessoas – cerca de 25% da população do país – precisam de ajuda humanitária, com grupos como os doentes crónicos, as grávidas e as crianças numa situação especialmente vulnerável.

“Acho que há uma lição, uma lição a ser aprendida para todos nós: a China e outros países estão a ser hipócritas quando pedem uma não-intervenção nos assuntos da Venezuela”, enquanto as “suas próprias intervenções financeiras ajudaram a destruir o país”, sublinhou Pompeu.

O secretário de Estado norte-americano criticou ainda os laços da Rússia com os líderes em Cuba, Nicarágua e Venezuela.

“Abrir um centro de treinos na Venezuela é uma provocação óbvia”, disse.

A Rússia enviou no mês passado para a Venezuela, de acordo com relatos da imprensa venezuelana, dois aviões que transportavam 99 militares e 35 toneladas de material bélico.

Moscovo também abriu, no final de Março, um centro de treino militar para pilotos de helicóptero na Venezuela, país que há dois meses atravessa uma grave crise política, que se soma a uma crise económica e social que se vem agudizando.

17 Abr 2019

Televisão | Nam Kwong lança série sobre Macau

[dropcap]O[/dropcap] grupo económico Nam Kwong está a trabalhar numa série televisiva para enaltecer o 20.º aniversário da transferência da administração de Macau e o 70.º aniversário da criação da República Popular da China. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a produção vai estrear no canal estatal CCTV no dia da transição e vai ter como objectivo mostrar os feitos alcançados após o regresso de Macau à Pátria, assim como promover a Grande Baía. Além disso, está prevista uma versão disponível no idioma de Camões para ser distribuída entre os Países de Língua Portuguesa. Actualmente, na RAEM, a Nam Kwong tem o monopólio para a importação de determinados alimentos vindos do Interior da China, controla a operadora de autocarros TCM, entre outros investimentos. Durante vários anos, após a criação da República Popular da China, a Nam Kwong foi uma empresa do regime, tendo sido utilizada para estabelecer trocas comerciais e ligações políticas com outras regiões, como Macau, com que não havia relações formais.

17 Abr 2019

Grande Baía | Agnes Lam pede facilitação de comunicações

[dropcap]A[/dropcap] redução de tarifas telefónicas nos serviços de roaming e de internet entre as regiões que integram o programa de cooperação regional da Grande Baía é o apelo feito por Agnes Lam ao Executivo.

Em interpelação escrita, a deputada alerta para os desafios que o projecto implica para Macau, nomeadamente no que respeita à facilitação das comunicações inter-regionais. Agnes Lam aponta os preços dos serviços como um dos obstáculos a ser superado. “Na actual situação de Macau, as telecomunicações são dispendiosas e o serviço não é satisfatório”, aponta. “Embora as autoridades tenham solicitado repetidamente às operadoras que rectificassem e reduzissem o preço, os resultados não foram eficazes”, acrescenta.

Agnes Lam na Assembleia Legislativa

À precariedade das telecomunicações acresce o problema de comunicações inter-regionais suscitado pelas dificuldades geográficas e pela utilização de diferentes sistemas operativos. “Devido às barreiras geográficas entre Hong Kong, Macau e o Continente, e aos diferentes sistemas operativos, as tarifas de longa distância e de roaming para telemóveis continuam altas”. Dentro de um projecto comum, esta situação não é viável e não vai promover o êxito das comunicações entre as áreas envolvidas, considera.

Para resolver esta situação Agnes Lam propõe a realização de um estudo que contemple a viabilidade em acabar com qualquer tarifa que envolva as comunicações móveis entre as três regiões envolvidas.

Para a deputada está em causa a concretização do desígnio de Macau como cidade inteligente e de um plano fundamental para participação com sucesso do território no projecto inter-regional. Na óptica de Agnes Lam é fundamental que o Governo esclareça estas questões e que actue de imediato. S.M.M.


Habitação | Pedidas explicações sobre edifícios vazios

O facto de o Governo gastar muitos recursos em rendas, ao mesmo tempo que mantem alguns dos edifícios que detém desocupados foi objecto da última interpelação escrita de Ng Kuok Cheong. De acordo com o pró-democrata, existem edifícios na zona da Areia Preta e Iao Hon que se encontram desocupados, apesar de estarem em áreas que podem ser altamente lucrativas. Por outro lado, segundo o legislador, têm-se multiplicado as questões relativamente ao número de edifícios desocupados que pertencem ao Governo, mas que têm ficado consecutivamente sem resposta. Ng Kuok Cheong pede agora explicações do Governo sobre o assunto e pergunta também o que vai ser feito com terceiro andar do edifício anexo ao Mercado do Iao Hon, que se encontra desocupado há anos.

16 Abr 2019

Tenista Gonçalo Oliveira apura-se para a segunda ronda do ‘challenger’ de Anning

[dropcap]O[/dropcap] tenista português Gonçalo Oliveira apurou-se hoje para a segunda ronda do torneio ‘challenger’ de Anning, na China, ao bater o chinês Zihao Xia em dois rápidos ‘sets’.

O número quatro nacional, 295.º classificado da hierarquia da ATP, impôs-se pelos parciais de 6-2 e 6-0 frente a Xia, 357.º do mundo, num embate disputado em terra batida, que durou 58 minutos.

Depois de três derrotas em rondas inaugurais nos torneios de Saint Brieuc (França), Alicante (Espanha) e Taipé (Taiwan), Gonçalo Oliveira, de 24 anos, reencontrou-se com os triunfos e vai defrontar na segunda eliminatória outro tenista chinês, Ze Zhang, 16.º cabeça de série e 215.º do ‘ranking’ mundial.

15 Abr 2019

Coreia do Norte celebra principal feriado no país sem retórica belicista

[dropcap]A[/dropcap] Coreia do Norte comemorou hoje o 107.º aniversário do nascimento do fundador Kim Il-sung, longe da habitual retórica belicista, dias depois do líder norte-coreano ter admitido uma terceira cimeira com os Estados Unidos.

Como em anos anteriores, muitos dos 24 milhões de norte-coreanos prestaram esta manhã homenagem ao fundador do país, avô do actual líder, colocando flores e curvando-se diante da sua imagem, de acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo.

No entanto, para comemorar este aniversário, o principal feriado da Coreia do Norte, conhecido como o “Dia do Sol”, foram dispensadas as imagens e ‘slogans’ relacionados com o programa balístico de Pyongyang, comuns nos últimos anos.

Esta mudança de tom vai ao encontro do que foi dito pelo líder norte-coreano na reunião plenária do comité central do Partido dos Trabalhadores, no poder, e na abertura da nova Assembleia Popular Suprema, na semana passada.

Kim Jong-un disse então que estava disposto a reunir-se novamente com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a chegar a um acordo sobre a desnuclearização, embora tenha pedido uma mudança na atitude de Washington até ao final do ano.

Kim atribuiu o fracasso da cimeira com Trump, em Fevereiro, em Hanoi, àquilo que descreveu como exigências unilaterais dos Estados Unidos, embora acrescentando que a sua relação pessoal com o Presidente norte-americano continua boa.

15 Abr 2019

Jorge Rangel diz que população entendeu desafio político depois da Declaração Conjunta

[dropcap]O[/dropcap] presidente do Instituto Internacional de Macau e ex-governante no território disse à Lusa que a população local entendeu o desafio político da transição após a declaração conjunta luso-chinesa, que foi assinada há 32 anos.

“Não obstante as apreensões e as dúvidas, que são inevitáveis em qualquer período de mudança histórica, creio que a população de Macau soube compreender o desafio político que foi obrigado a enfrentar e fê-lo com louvável serenidade e dignidade”, disse Jorge Rangel, que foi deputado e secretário para a Administração Pública, Educação e Juventude no antigo território administrado por Portugal.

A Declaração Conjunta Sino-Portuguesa sobre a Questão de Macau, assinada em 1987, marcou o início do processo de transição de Macau para a China, pondo-se termo, 25 anos depois do 25 de Abril, ao “ciclo do Império”, segundo a expressão de numerosos historiadores, cujo princípio do fim teve início em Goa, em 1961.

Uma vez “definido o futuro de Hong Kong, todos sabiam que era chegada a nossa vez e o desejo de muitos era que os interesses da população, bem como a sua maneira de viver, fossem devidamente salvaguardados”, sublinhou o ex-governante, que tutelou ainda em Macau os aspectos relacionados com a transição.

“Felizmente o diálogo, muito intenso e interessado entre as partes envolvidas, permitiu ultrapassar dificuldades e divergências, até se conseguir um acordo que foi considerado positivo, definindo todo o enquadramento político do processo de transição, que mais tarde, como membro do governo do General Vasco Rocha Vieira, de 1991 a 1999, pude acompanhar todos os dias até por ser matéria da minha tutela”, recordou.

No dia em que se assinala o aniversário da declaração conjunta luso-chinesa, o presidente do instituto defendeu que, “quarenta anos volvidos, é justo reconhecer que a transição se processou em conformidade com os preceitos definidos” pelos dois Estados e pelo território, “respeitando e mantendo a singularidade” de Macau.

Para comemorar o aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre Portugal e a República Popular da China, o Instituto Internacional de Macau acaba de publicar o livro “Macau – um Diálogo de Sucesso”, da autoria de Fernando Lima, que acompanhou o processo negocial entre Portugal e a República Popular da China.

O prefácio é do embaixador António Martins da Cruz, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.

A sessão de lançamento será feita em meados de Maio em Macau, com a presença do autor e do prefaciador, seguindo-se depois a sua apresentação em Lisboa e em Pequim.

15 Abr 2019

Crime | PJ prende homem suspeito de violação

[dropcap]A[/dropcap] Polícia Judiciária (PJ) prendeu um residente de Macau devido a suspeitas do crime de violação. A informação foi divulgada ontem, em comunicado, e as forças de autoridade prometeram mais pormenores para a manhã de hoje.

Segundo o código penal, a violação é punida com pena de prisão que vai dos 3 aos 12 anos. No entanto, há agravantes que podem fazer com que a pena seja elevada num terço, no caso de envolverem menores ou causarem gravidez ou doença sexualmente transmissível.

15 Abr 2019

Saúde | Casos de rubéola em alta

[dropcap]O[/dropcap] número de casos de rubéola subiu para 17, desde o início do ano até sábado, de acordo com os dados dos Serviços de Saúde de Macau (SSM). O caso mais recente de rubéola conhecido até ao fecho da edição do HM tinha afectado um homem filipino, de 29 anos, que trabalhava no hotel City of Dreams.

Este é o quarto caso com trabalhadores do hotel operador pela Melco Crown, que tem Lawrence Ho, filho de Stanley Ho, como principal accionista. Segundo os mesmos dados disponibilizados pelos SSM, o mais recente caso de rubéola tinha inicialmente sido diagnosticado como sarampo o que colocava o número de casos em 33.

Com este novo diagnostico, há uma alteração no número de casos de sarampo, que baixou para 32.

15 Abr 2019