Portugal e Macau actualizam protocolo para evitar dupla tributação

[dropcap style≠‘circle’]O[/dropcap] secretário de Estado dos Assuntos Fiscais de Portugal, António Mendonça Mendes, e o secretário para a Economia e Finanças de Macau, Lionel Leong, firmaram na sexta-feira, em Lisboa, um protocolo que altera a convenção para evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal em matéria de impostos sobre o rendimento. A cerimónia de assinatura ocorreu à margem do Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

“Esta convenção, assinada em Macau em 28 de Setembro de 1999, carecia de actualização face às actuais recomendações da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico], em sede de fiscalidade internacional. Destacam-se, designadamente, a revisão do regime de troca de informações em matéria fiscal e o reforço da protecção dos dados pessoais”, diz um comunicado do gabinete do ministro das Finanças português.

O protocolo visa essencialmente “maior transparência, regulamentação e confidencialidade na troca de informações entre as duas partes, permitindo que as informações dos contribuintes possam ser salvaguardadas do modo mais adequado”, indicou, por seu turno, a Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) de Macau. “A presente celebração reveste-se de um grande significado no que diz respeito à elevação da transparência fiscal e à prevenção da dupla tributação, reforçando ainda as relações de cooperação entre a RAEM e Portugal e criando condições mais favoráveis para o desenvolvimento da cooperação mútua na área económica e comercial entre as duas partes”, complementa.

 

Implicações do protocolo

O protocolo vem actualizar as regras para troca de informações fiscais a pedido de uma das partes, não contemplando ainda a troca automática de informações fiscais, segundo a Rádio Macau. À emissora pública, a DSF indicou haver “procedimentos internos” por finalizar, embora a expectativa seja a de que, ainda este ano, os bancos passem então a enviar, uma vez por ano, às autoridades fiscais de portuguesas, informações sobre o saldo das contas bancárias detidas em Macau por quem tem residência fiscal em Portugal.

Segundo explicou o anterior secretário de Estado para os Assuntos Fiscais português, Fernando Rocha Andrade, aquando de uma visita a Macau, há sensivelmente um ano, esses serão os únicos visados, uma vez que a medida em nada irá afectar quem vive, trabalha e tem a sua residência fiscal na RAEM.

25 Jun 2018

Turismo e finanças na agenda de Macau e Shenzhen

O Chefe do Executivo, Chui Sai On, anunciou na passada sexta-feira o reforço da cooperação entre o território e Shenzhen, uma das maiores e mais desenvolvidas cidades da China, em áreas como turismo e finanças. Chui Sai On e a delegação iniciaram na quinta-feira uma visita a nove cidades integradas na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, cujo plano de desenvolvimento será lançado em breve, de acordo com um comunicado do Governo.

Em Shenzhen, na província de Guangdong, Chui Sai On destacou o “aprofundamento da cooperação nas áreas de turismo, cultura, comércio, finanças e serviços”, estabelecida já em 2015.

Na mesma ocasião, o presidente de Shenzhen, Chen Rugui, anunciou que o município chinês está “prestes a lançar políticas de empreendedorismo favoráveis aos jovens e à população de Hong Kong e de Macau”.

Em matéria financeira, Shenzhen tem “um potencial de desenvolvimento e uma base sólida”, pelo que os dois territórios podem “encontrar espaço de cooperação em várias áreas”, nomeadamente no “fundo de inovação tecnológica, banco cooperativo e seguradoras”, considerou.

Por último, o representante máximo de Macau também destacou a cooperação bilateral na área financeira, à qual o Governo “presta maior importância”, devido à criação de um “centro mundial de turismo e lazer” e da “plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa”.

25 Jun 2018

Encontro de Empresários da China e PLP resultam em 24 protocolos

Foi com 24 protocolos e mais de 80 bolsas de contacto que fechou o Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. O evento, que decorreu em Lisboa na quinta e na sexta-feira, juntou mais de 400 participantes

 

[dropcap style≠‘circle’]S[/dropcap]egundo o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), os protocolos e/ou memorandos versaram sobre serviços de liquidação e compensação de renminbi, tecnologia ou suplementos alimentares. Já as mais de 80 bolsas de contacto cobriram, entre outras, áreas como comércio de alimentos, tecnologia, aeronáutica, finança e serviços.

A cerimónia de abertura do evento, que teve como tema principal “China, PLP – Uma nova abordagem pragmática”, contou com o vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, Edmund Ho, bem como com o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong.

No discurso que proferiu, Lionel Leong destacou que, no futuro, Macau vai ter novas oportunidades de cooperação regional, nomeadamente por via do projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, apontando que os investidores dos países de língua portuguesa “são muito bem-vindos” a formar parcerias com as empresas de Macau para, através da plataforma proporcionada pela RAEM, penetrarem nos mercados da China.

 

Janela aberta

Ainda durante o evento, o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Luís Castro Henriques, afirmou que, apesar do volume de transacções comerciais entre a Pequim e Lisboa ter aumentado nos últimos anos, existe um “largo espaço” para cooperação, convidando as empresas a aproveitarem a vantagem de Portugal como janela para os países lusófonos e para a Europa.

A vice-ministra do Comércio da China Gao Yan focou-se no encontro, o 13.º, definindo-o como uma actividade de promoção económica e comercial “extremamente importante” para a China e os países lusófonos, enquanto o secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Eurico Brilhante Dias, enalteceu a “importância política e económica” do Fórum Macau, criado em 2003. O membro do Executivo português sublinhou que foram criadas “condições e oportunidades de cooperação sino-lusófona” ao longo dos 15 anos de existência, além de ter manifestado a abertura de Portugal ao investimento externo, particularmente da China.

O próximo Encontro de Empresários da China e Países de Língua Portuguesa vai decorrer em São Tomé e Príncipe em 2019.

 

Millennium assina acordo com Banco da China de Macau

O Millennium BCP assinou um acordo com o Banco da China de Macau com o objectivo de desenvolver negócios e operações entre Macau e as regiões de língua portuguesa. Em comunicado, João Nuno Palma, vice-presidente do Millennium BCP, afirmou que “existem benefícios, tanto para a economia portuguesa, como para as economias de Angola e Moçambique” com o “estreitamento destas relações com a China” e que o banco “está focado em estabelecer relações fortes com a China e quer estar com forte presença no mercado chinês através de Macau”. Por via deste acordo, o Millennium BCP será o primeiro banco em Portugal considerado ‘Participating Bank’ com acesso ao sistema de pagamentos de Macau.

 

Delegação de Macau segue para o Brasil

Após ter participado no Encontro de Empresários da China e Países de Língua Portuguesa, em Lisboa, onde também visitou parques industriais e logísticos e empresas, a comitiva de cerca de 60 empresários, liderada pelo secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, seguiu para o Brasil, onde tem previstas também deslocações a empresas, de acordo com uma nota do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau.

25 Jun 2018

Duterte confessa que não gosta de nomear mulheres

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, confessou este fim-de-semana que prefere não nomear mulheres para “cargos importantes” no Governo, uma vez que se sente incomodado em pedir que cumpram determinadas missões ou tarefas. O controverso Chefe de Estado filipino exemplificou, dizendo que se sente “incomodado por pedir a uma mulher que vá de repente a Marawi”, cidade onde em 2017 se travou durante cinco meses uma sangrenta batalha entre o exército e partidários do movimento terrorista Estado Islâmico, comandados pelo grupo Maute.

“Pode pedir-se isso a uma mulher, forçá-la a essa situação?”, questionou o presidente filipino, durante uma sessão pública de discussão de novas tecnologias.

Duterte, que tem um largo registo de afirmações consideradas misóginas e sexistas, garante que prefere trabalhar com homens porque estes “podem receber uma avalanche de ordens sem se queixarem”. O governante de 73 anos diz ainda que há certos cargos “mais adequados às mulheres”, como a pasta do Turismo.

Elas e ele

No gabinete de Duterte têm assento cinco mulheres, nos departamentos de Turismo, Educação e Bem Estar Social e nas comissões contra a pobreza e dos muçulmanos.

Duterte esteve no centro de mais uma polémica no início de Junho quando beijou nos lábios uma mulher da comunidade filipina de Seoul, Coreia do Sul.

Duterte chamou duas emigrantes ao palco, a quem ofereceu dois livros. Depois de beijar a primeira no rosto, improvisou no palco e forçou a segunda a beijá-lo nos lábios.

“É solteira? Não está divorciada? Mas pode dizer-lhe que foi só uma piada?”, afirmou o chefe de Estado filipino, animando a plateia de emigrantes na capital da Coreia do Sul. As críticas não demoraram a chover na televisão e nas redes sociais. “Teatro nojento“ e “Presidente misógino”, acusou a organização feminista Gabriela, lamentando o comportamento do chefe de Estado que desrespeita e humilha as mulheres. “Os repetidos actos machistas de Duterte têm como objectivo desviar a atenção das pessoas para o facto de estar a perder rapidamente popularidade”, acrescentou a organização Gabriela.

Em Fevereiro tinha também recomendado aos militares que “alvejassem a tiro as vaginas das guerrilheiras, para que estas não possam procriar.

25 Jun 2018

Comércio | Penálti de vinho português na terra natal da emigração chinesa

[dropcap style=’circle’] E [/dropcap] m Qingtian, leste da China, um complexo de armazéns com 267.000 metros quadrados remete para os centros de revenda de produtos chineses no Porto ou em Lisboa, mas aqui a mercadoria inclui ‘Made in Portugal’

“Os produtos importados, nomeadamente portugueses, vêm directamente para aqui, e são depois vendidos para toda a China”, explicou Zhou Heping, chefe do condado que é terra natal de um terço dos quase 30.000 chineses radicados em Portugal.

No armazém de Li Changfeng, que vive entre Espanha e a China, cerca de metade do vinho é português – estão representadas quase quarenta quintas, do norte ao sul do país. Mas para Li, o vinho é só um ‘hobby’: “O meu negócio é o imobiliário”.

Na loja ao lado, caixas com 24 unidades de ‘Chaoji Boke’ (Super Bock, em chinês) estão pousadas ao lado da porta. Cada caixa custa 95 yuan (12,5 euros). “Nós também trazemos produtos portugueses para a China; contribuímos para a economia portuguesa”, disse à Lusa Zhang Zhenghua, emigrado em Portugal há vinte anos, durante um almoço regado com Quinta do Vale Meão 2013.

Aquele tinto do Douro, que em Portugal custa mais de 100 euros, é aqui consumido segundo o costume local: de penálti, ou ‘ganbei’, como dizem os chineses.

“Os nossos filhos nasceram em Portugal, são portugueses, queremos o melhor para o país”, insistiu Zhang, tentando contrariar a imagem da comunidade chinesa como predatória, de concorrência desleal para o pequeno comércio.

À frente dele está sentado Sun Zhongwu, radicado em Lisboa desde 1996, e que exporta também vinho português para a China. Do outro lado, está Alexandre Chen, que cresceu no Porto, e tem hoje uma agência de viagens que em 2017 levou mil chineses a visitar Portugal.

O retorno

Acompanhando o ‘boom’ económico que converteu a China na segunda maior economia mundial, muitos dos emigrantes chineses estão a realizar o percurso contrário ao que fizeram nos anos 1980 e 1990, num fluxo que as autoridades portuguesas querem que se reflicta no comércio bilateral. “É desejável que os nossos amigos contribuam mais para uma balança comercial equilibrada”, disse, em Qingtian, o embaixador português na China, José Augusto Duarte, a Yi Ping Chow, presidente da Liga dos Chineses em Portugal. “Da próxima vez que cá vier, quero ver mais produtos portugueses”, afirmou.

Só no primeiro trimestre deste ano, Portugal importou da China bens no valor de 816 milhões de dólares, fixando o crónico deficit comercial com o país asiático em cerca de 287 milhões de dólares, segundo dados das alfândegas chinesas publicados no portal do Fórum Macau.

Cerca de um terço das exportações portuguesas corresponde a veículos e outros materiais de transportes, sobretudo devido às vendas de carros fabricados pela Autoeuropa, a unidade da Volkswagen em Setúbal. Mas o diplomata conta com os imigrantes chineses para impulsionar as exportações de vinho, azeite e cerveja. “As pessoas [na China] estão a começar a apreciar estes produtos”, observou.

Situado no sul de Zhejiang, uma das mais prósperas províncias chinesas, Qingtian tem cerca de meio milhão de habitantes, mas 350.000 naturais do condado vivem fora da China, sobretudo no sul da Europa.

O primeiro fluxo migratório remonta à Primeira Guerra Mundial, quando a China enviou milhares de trabalhadores locais para apoiarem os Aliados, conta à Lusa Xing Changyong, director do gabinete de relações internacionais do condado.

Nos anos 1980, a política de Reforma e Abertura, adoptada pelo líder chinês Deng Xiaoping, impulsionou um segundo fluxo migratório, mas desta vez a batalha era outra: assegurar mercados para as fábricas que brotavam no leste chinês, à medida que o país se abria à iniciativa privada.

Nesta parte da China, a geografia isolou historicamente as povoações, reforçando o sentimento de comunidade. Qingtian, que fala o seu próprio dialecto, fica num vale montanhoso, cortado pelo rio Oujiang, outrora a única saída para o exterior.

25 Jun 2018

PR timorense pede “relação construtiva” entre novo Governo e a oposição

[dropcap style=’circle’] O [/dropcap] Presidente da República timorense pediu uma “relação construtiva” entre o novo Governo, parte do qual tomou posse, e a oposição, para ultrapassar as normais diferenças políticas em prol do desenvolvimento nacional
“Entre o Governo e a oposição deve haver uma relação construtiva com base em princípios, valores e regras constitucionais, tendo sempre em conta a defesa dos nossos interesses nacionais”, afirmou Francisco Guterres Lu-Olo, no discurso com que assinalou a tomada de posse de parte do VIII Governo constitucional. “As diferenças políticas em democracia são naturais. Na verdade, a democracia não funciona sem a oposição. Importa assim dar o devido valor ao papel da oposição na consolidação da nossa democracia”, defendeu.
A tomada de posse ficou marcada por polémica depois de Francisco Guterres Lu-Olo ter excluído 11 pessoas da lista dos membros do Governo que iam tomar posse, para solicitar mais informação sobre o seu alegado envolvimento em casos com a justiça.
Uma decisão que causou profundo mal-estar na Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), do Governo, levando o número dois do novo Executivo, Xanana Gusmão, a anunciar que não tomaria posse na sexta-feira.
Sem se referir à polémica, Lu-Olo mostrou-se convicto que todas as forças políticas e sectores sociais concordam com “as grandes prioridades do desenvolvimento nacional”, que exige a participação de todos e a “capacidade de diálogo do Governo”, em prol da unidade nacional.
“O meu apelo inclui os partidos que sustentam o Governo e igualmente os partidos da oposição. É salutar existir uma oposição experiente e activa, porque a crítica construtiva ajuda a melhorar o trabalho dos governos”, afirmou. “Mas há desafios que, para serem vencidos, requerem acordo entre Governo e oposição, em torno de objectivos claros quando são de interesse nacional”, sustentou.
Lu-Olo lembrou o papel que os vários agentes do sistema constitucional têm, desde o Parlamento Nacional, que não só apoia um Governo estável, mas tem um papel importante “de fiscalização construtiva da actividade do Governo e aprovação de leis necessárias à modernização do país – com qualidade, competência e diálogo democrático”.
“As democracias funcionam no espírito da separação dos poderes e, no espírito do controlo mútuo da sua acção. Os partidos e candidaturas políticas não podem ser simples máquinas de ganhar votos, só para estar no poder”, disse.
“Todos nós, que fomos eleitos e respondemos perante os cidadãos, temos de honrar os compromissos que assumimos e as promessas que fizemos, durante as campanhas eleitorais”, afirmou.

25 Jun 2018

Futebol | Cerca de 100 treinadores portugueses apostam no ‘sonho chinês’

[dropcap style=’circle’] S [/dropcap] eguindo as pisadas de André Villas-Boas, Vítor Pereira, Paulo Bento e Paulo Sousa, cerca de uma centena de treinadores portugueses investem a carreira na China, onde o futebol vai ganhando cada vez mais força

Nascido em Arganil, distrito de Coimbra, Gonçalo Figueira é treinador de futebol em duas escolas públicas de Pequim, parte de uma vaga de técnicos portugueses que rumou à China, atraídos pelo ‘sonho chinês’ para a modalidade. “Como ganhámos o campeonato europeu, a China olha hoje para nós como uma grande potência do futebol”, explica Figueira, 31 anos. “Isso valoriza o treinador português”, diz.
De acordo com a contagem da agência Lusa, quase 100 treinadores portugueses de futebol vivem hoje no país asiático, desde a província de Jilin, na fronteira com a Coreia do Norte, à ilha tropical de Hainan, no extremo sul do país. Alguns são contratados por clubes e outros estão integrados no sistema de ensino público, que incluiu em 2015 a modalidade no desporto escolar, parte de um “plano de reforma do futebol” decretado pelo governo, visando elevar a selecção chinesa ao estatuto de grande potência.
País mais populoso do mundo, com quase 1.400 milhões de habitantes – mais do dobro de toda a União Europeia -, a China ocupa o 75.º lugar do ‘ranking’ da FIFA, atrás de Cabo Verde, Burkina Faso e muitas outras pequenas nações em vias de desenvolvimento. A única participação do país asiático num mundial foi em 2002. O ‘sonho chinês’ para o futebol, anunciado pelo presidente Xi Jinping, passa por três etapas: qualificar-se para a fase final do mundial, organizar um mundial e vencê-lo, em meados deste século.
O ensino público assume especial importância na formação de jogadores de futebol na China, onde existem pouco mais de 100 clubes – só no distrito do Porto, por exemplo, há cerca de 450.
Para Chen Tao, responsável pelo departamento de educação física de uma das duas escolas onde Gonçalo Figueira lecciona, o “mais importante” agora é “fazer com que os miúdos gostem de futebol”. “No futuro, o plano é dar aos melhores na modalidade acesso privilegiado a escolas de topo”, como forma de “motivar” os atletas, revela.

A cor do dinheiro
O poder financeiro do país asiático, a segunda maior economia mundial, garante que técnicos portugueses continuarão a rumar ao país. “A nível monetário sem dúvida que compensa”, afirma Figueira, que tem um mestrado em treino desportivo especializado em futebol, pela Faculdade de Motricidade Humana, e chegou a Pequim em Abril de 2017. “Eu não acredito que hajam treinadores a ganhar tanto como eu na II liga [portuguesa]”, acrescenta. “E eu trabalho com escolas e eles com equipas profissionais”.
Só a academia de futebol do Shandong Luneng, uma das mais prestigiadas da China, que acolhe 300 jovens futebolistas, e inclui 36 campos relvados, escola, restaurantes e hospital, conta com oito portugueses nos quadros. O coordenador técnico é o antigo director técnico da Federação Portuguesa de Futebol Francisco Silveira Ramos.
Já na Superliga chinesa competem os treinadores portugueses Paulo Bento (Chongqing Dangdai Lifan), Vítor Pereira (Shanghai SIPG) e Paulo Sousa (Tianjian Quanjian), enquanto no Mundial da Rússia, pela primeira vez, a selecção portuguesa inclui um jogador que compete na China: José Fonte, do Dalian Yifang, titular contra Espanha e Marrocos.
Poucos meses após chegar à capital chinesa, Gonçalo Figueira ganhou o campeonato do distrito de Haidian (norte de Pequim) com uma das suas escolas, numa conquista inédita para aquele estabelecimento de ensino.
“Usámos métodos que os miúdos não estavam habituados e isso notou-se: houve uma evolução clara na táctica e posicionamento”, descreve. “Para eles, futebol era ir atrás da bola”, conta. “Não tinham noção do que é jogar sem bola, ou correr só o necessário”.

25 Jun 2018

Cemitério militar português em França entre candidatos a Património Mundial da UNESCO

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] cemitério militar português de Richebourg, integrado na candidatura franco-belga dos memoriais da Frente Ocidental da I Guerra Mundial, pode vir a ser classificado como património mundial da UNESCO, na reunião que se inicia hoje, no Bahrein.

O Comité da UNESCO reúne-se até 4 de julho, em Manama, no Bahrein, para escolher os novos locais que vão passar a fazer parte da lista de Património Mundial, após análise das 30 candidaturas existentes, segundo o ‘site’ da organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

O cemitério militar português de Richebourg, onde estão enterrados cerca de 1800 soldados portugueses da Grande Guerra de 1914-1918, poderá ser classificado como Património Mundial, quando se assinala o centenário da Batalha de La Lys – a pior derrota militar portuguesa -, ao estar integrado na candidatura conjunta “Lugares funerários e memoriais da I Guerra Mundial na Frente Ocidental”, apresentada pela Bélgica e pela França.

Vestígios portugueses podem também ser contemplados pela candidatura dos sítios cristãos clandestinos da região de Nagasaki, no Japão, onde comunidades missionárias ibéricas tiveram um papel determinante, nos séculos XVI e XVII.

A maioria das candidaturas (22) diz respeito a sítios culturais, como a paisagem arqueológica de Danevirke e a Catedral de Naumburgo, na Alemanha, o oásis de Al-Ahsa, na Arábia Saudita, as Colónias de Beneficência, da Bélgica e da Holanda, os monumentos da antiga Quanzhou—Zayton, na China, os lugares inuit de caça marítima, da Dinamarca, e o porto tradicional de Khor Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

A Medina de Azahara, em España, o conjunto urbano histórico de Nimes, em França, o conjunto arquitetónico vitoriano e “art déco” de Mumbai, na Índia, a cidade velha de Jacarta, na Indonésia, com as quatro ilhas vizinhas – Onrust, Kelor, Cipir e Bidadari -, o sítio arqueológico de Fars, no Irão, assim como o conjunto industrial de Ivrea e as colinas de Conegliano e Valdobbiadene, em Itália, estão igualmente entre as candidaturas a analisar.

O sítio de Thimlich Ohinga, no Quénia, a antiga cidade de Qalhât, em Omã, os mosteiros budistas da Coreia do Sul, as minas de Rosia Montana, na Roménia, e o sítio megalítico de Göbekli Tepe, na Turquia, juntam-se à lista.

Esta contempla ainda paisagens naturais da China (Fanjingshan), Rússia (Vale do Bikin), França (Puys e Limagne), Irão (Arasbaran) e África do Sul (Montes de Barberton Makhonjwa), e três áreas de “caráter misto”: o lugar de Pimachiowin Aki (A terra que dá vida), no Canadá, o Parque Nacional de Chiribiquete, na Colômbia, e o vale de Tehuacán-Cuicatlán, no México.

A reunião do comité da UNESCO, composto por representantes de 21 países membros da organização, será dedicada também a examinar o estado de conservação de locais classificados e de outros que, tendo sido classificados, foram entretanto considerados “em perigo”.

Um dos ameaçados, que pode perder a classificação, é o centro histórico de Shakhrisyabz, no Uzbequistão.

Inscrito em 2000, entrou na lista de património em perigo em 2016, devido a projetos de desenvolvimento urbano em grande escala, que alteraram o ordenamento original, o ambiente dos monumentos e os seus estratos arqueológicos, como sublinhou a diretora do Centro de Património Mundial e Património da Humanidade da UNESCO, Mechtild Rössler, na apresentação da agenda da reunião.

A barreira de corais do Belize, a segunda maior do mundo, depois da Austrália, por seu lado, deverá sair da lista do património mundial em perigo, na qual figura desde 2009, graças às medidas entretanto tomadas, incluindo a mais recente, de final de 2017: o abandono da exploração petrolífera no mar.

No Quénia, o lago Turkana poderá, por outro lado, estar “ameaçado”, após a construção de uma represa na Etiópia, que teve “um sério impacto” na região, diz a UNESCO.

“Gibe III”, a maior barragem hidroelétrica em África, inaugurada pela Etiópia no final de 2016, foi construída a várias centenas de quilómetros ao norte do Omo, afluente etíope do Lago Turkana, fazendo baixar o nível das suas águas e interrompendo as inundações sazonais essenciais ao ciclo reprodutivo dos peixes.

Durante a reunião do Bahrein também deverá ser feito um apelo para o reforço do Fundo do Património, que atualmente está nos níveis de 1991, segundo Mechtild Rössler, que considerou a “situação muito séria”.

24 Jun 2018

Mundial 2018 | Alemanha vence Suécia nos descontos e continua na luta pelos ‘oitavos’

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Alemanha venceu ontem a Suécia, por 2-1, com um golo nos descontos, em jogo do Grupo F do Mundial de futebol de 2018, a decorrer na Rússia, e manteve-se da rota dos oitavos de final.

Em risco eliminação, depois da derrota com o México no primeiro jogo (1-0), os campeões do mundo em título venceram com um golo de Toni Kroos, aos 90+5 minutos, depois de a Suécia ter inaugurado o marcador no Estádio Ficht, em Sochi, por intermédio de Ola Toivonen, aos 32 minutos, e de Marco Reus ter igualado na segunda parte, aos 48.

Após duas jornadas, o México lidera o Grupo F, com seis pontos, mais três do que Alemanha e Suécia, enquanto a Coreia do Sul, derrotada hoje pela seleção americana, é a última classificada, sem pontos.

Na terceira e última jornada, o México defronta a Suécia e a Alemanha enfrenta a Coreia do Sul.

24 Jun 2018

Mulheres sauditas entram numa nova era com o pé no acelerador

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s primeiros minutos deste domingo na Arábia Saudita ficaram marcados pela presença inédita de mulheres ao volante nas estradas do reino, uma reforma histórica neste país ultraconservador, levada a cabo pelo príncipe herdeiro, Mohammad bin Salman.

“Tenho arrepios. Nunca imaginei em toda a minha vida que conduziria nesta avenida “, contou à AFP Samar Almogren, apresentadora de televisão e mãe de três filhos, enquanto descia a King Fahd Avenue, principal artéria da capital saudita, ao volante do seu automóvel,poucos minutos depois da meia-noite.

A agência conta que dezenas de mulheres aproveitaram a nova lei para circularem ao volante das suas viaturas logo que começou o novo dia, em que foi finalmente levantada uma proibição que durava há décadas e que era o sinal mais visível da repressão sobre as sauditas.

A questão de saber se a sociedade saudita estava pronta para ter mulheres ao volante de viaturas foi matéria de um longo debate no reino, que nem sempre decorreu nos moldes esperados.

Em 2013, um conhecido clérigo saudita, o xeque Saleh al-Louhaidan, chegou a garantir que a condução de automóveis poderia danificar os ovários das mulheres e deformar a sua pelve, o que levaria a malformações dos recém-nascidos.

A resistência ao levantamento da proibição ainda é forte em alguns setores da sociedade saudita. A AFP conta que músicas com títulos como “Do not drive” tornaram-se extremamente populares nas redes sociais nas últimas semanas.

Anunciada em setembro de 2017, a medida promovida pelo príncipe herdeiro integra um amplo plano de modernização do país, pondo fim a uma proibição que se tornou símbolo do da posição secundária atribuída às mulheres pelo regime.

A medida está a ser encarada por muitos como o início de uma nova era numa sociedade que vive sob um regime islâmico rigoroso.

“É um passo importante e uma etapa essencial para a mobilidade das mulheres”, resume Hana al Jamri, autora de um livro que será publicado em breve sobre as mulheres no jornalismo na Arábia Saudita.

A escritora lembra que as mulheres sauditas”vivem num sistema patriarcal”, e que a possibilidade de conduzir automóveis vai ajudá-las a desafiar as rígidas normas sociais do reino.

Segundo estimativas da empresa de consultadoria PricewaterhouseCoopers, cerca de três milhões de mulheres sauditas devem adquirir a carta de condução e começar a dirigir até 2020.

Apesar da abertura das escolas de condução, muitas mulheres reclamam da falta de instrutores e do alto custo das aulas. As autoridades emitiram este mês as primeiras licenças de condução para as mulheres, havendo muitas que simplesmente trocaram a carta de condução estrangeira por uma licença saudita.

24 Jun 2018

Sporting | Bruno de Carvalho diz a sócios que não se candidata “de certeza”

[dropcap style≠’circle’]B[/dropcap]runo de Carvalho disse hoje que não se vai candidatar à presidência do Sporting em resposta aos sócios que o acompanhavam e incentivavam à saída da Assembleia Geral em que foi aprovada a sua destituição do cargo.

“Não me candidato, de certeza”, afirmou Bruno de Carvalho aos sócios, respondendo aos insistentes apelos de sócios, alguns até a chorar, à saída da Altice Arena, em Lisboa, depois de a destituição do Conselho Diretivo por si liderado ter sido aprovada no sábado com 71,36% de votos favoráveis, contra 28,64% de votos no sentido da sua continuidade.

Durante os minutos em que esteve a conversar com um grupo de algumas dezenas de apoiantes, Bruno de Carvalho repetiu diversas vezes que a sua vontade é não voltar a candidatar-se ao cargo. Bruno de Carvalho abandonou depois o local, sem ter falado aos jornalistas.

Mais cedo, numa reunião magna que teve início às 14:30 e que se prolongou até ao início da madrugada de hoje, o presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG), Jaime Marta Soares, anunciou que as eleições para os órgãos sociais do Sporting serão marcadas para 08 de setembro. Até lá, os destinos do clube devem ser assumidos pela Comissão de Gestão designada pela MAG.

Numa das mais concorridas assembleias gerais de sempre do Sporting, em que votaram 14.735 sócios, Bruno de Carvalho, que marcou presença e votou pouco depois das 20:00 de sábado, permaneceu no recinto até ao anúncio dos resultados.

De acordo com os resultados finais, a que a Lusa teve acesso, 9.477 dos votantes, com uma correspondência de 53.517 votos, disseram sim ao afastamento de Bruno de Carvalho, enquanto 5.138, correspondentes a 21.475, preferiam a continuidade do presidente.

A AG foi convocada com o objetivo de decidir o afastamento ou a continuidade de Bruno de Carvalho, figura central de uma crise que se agudizou com a perda do segundo lugar na I Liga de futebol e a invasão de adeptos à Academia do Sporting, em Alcochete.

Bruno de Carvalho, que em fevereiro viu uma larga maioria de sócios legitimar o seu mandato – aprovando alterações aos estatutos e ao regulamento disciplinar, e a continuidade dos órgãos sociais – é o primeiro presidente a enfrentar a possibilidade ser afastado em quase 112 anos de história do clube.

Eleito em 2013 e reconduzido em 2017, Bruno de Carvalho considerou, desde o início, que a AG é ilegal, e garantiu, mais tarde, que não marcaria presença no plenário.

Em vésperas da AG, o presidente ‘leonino’ afirmou que se afastava do cargo se a sua destituição fosse votada de forma fidedigna.

A AG foi convocada por Jaime Marta Soares em 24 de maio, numa altura em que presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) já tinha dito publicamente que se demitira, embora nunca tenha formalizado o pedido.

Além da MAG, o clube ficou também sem quórum no Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD), e o Conselho Diretivo (CD), liderado por Bruno de Carvalho, perdeu seis membros.

A maioria dos pedidos de demissão surgiram logo após 15 de maio, dia em que vários futebolistas do plantel e elementos da equipa técnica e do staff foram agredidos na Academia por cerca de 40 adeptos encapuzados, dos quais 27 foram detidos e ficaram em prisão preventiva.

Estes acontecimentos, levaram os futebolistas Rui Patrício, William Carvalho, Gelson Martins, Bruno Fernandes, Battaglia, Bas Dost, Podence, Ruben Ribeiro e Rafel Leão a rescindirem contrato alegando justa causa.

Sporting: Cronologia dos acontecimentos

Cronologia dos acontecimentos que levaram à marcação da Assembleia Geral extraordinária de que resultou a destituição do presidente do Sporting, Bruno de Carvalho:

05 de abril:

– O Sporting perde por 2-0 com o Atlético de Madrid, na primeira mão dos quartos de final da Liga Europa, e o presidente do clube, Bruno de Carvalho, que não se deslocou a Madrid, utiliza o Facebook para criticar “erros grosseiros” de “futebolistas internacionais e experientes”.

06 de abril:

– A maioria dos jogadores divulga nas redes sociais um comunicado conjunto no qual mostra o seu desagrado pelas críticas do presidente e lamenta a falta de apoio da direção.

– Através do Facebook, Bruno de Carvalho anuncia a suspensão dos jogadores que subscreveram o comunicado, manifestando-se “farto de atitudes de miúdos mimados, que não respeitam nada, nem ninguém”.

08 de abril:

– O Sporting vence o Paços de Ferreira por 2-0, na 29.ª jornada da I Liga, com milhares de adeptos a aplaudirem a equipa e a assobiarem Bruno de Carvalho, que vai à sala de imprensa acusá-los de “serem ingratos e de terem memória curta”.

– O presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sporting (MAG), Jaime Marta Soares, considera “esgotadas as hipóteses de manutenção” de Bruno de Carvalho, e este assegura que a direção vai pedir a marcação de uma Assembleia Geral (AG), acrescentando que Marta Soares é um “foco de problemas”.

– O presidente anuncia o seu afastamento da rede social Facebook, numa publicação em que assinala a traição do presidente da MAG.

11 de abril:

– O Sporting retira os processos disciplinares que tinham sido levantados aos futebolistas do plantel.

13 de maio:

– O Sporting é derrotado por 2-1 no estádio do Marítimo, na última jornada da I liga, e perde o segundo lugar para o Benfica e a possibilidade de disputar a Liga dos Campeões. Os jogadores são insultados à saída do Estádio dos Barreiros, no aeroporto do Funchal, e já à chegada da comitiva ao estádio José Alvalade.

14 de maio:

– A direção da SAD convoca todo o plantel e as equipas técnica e médica, em dia de folga, para reuniões em Alvalade.

15 de maio:

– Durante o primeiro treino da equipa de futebol após a derrota na Madeira, cerca de 40 adeptos ‘leoninos’ encapuzados invadem a Academia de Alcochete e agridem vários jogadores, bem como o treinador Jorge Jesus e outros membros da equipa técnica.

– Bruno de Carvalho considera que o que se passou em Alcochete foi “um crime público”, garante que o clube vai averiguar “internamente” o que aconteceu, para que tal episódio não volte a acontecer, e aponta o dedo ao Governo.

– Os incidentes na Academia são repudiados pelos Presidentes da República e da Assembleia da República, pelo Primeiro-Ministro, pelos partidos com assento parlamentar, e por vários organismos ligados ao futebol.

16 de maio:

– A GNR efetua 23 detenções e apreende cinco viaturas na sequência da invasão à Academia do clube.

– Os futebolistas do Sporting reúnem-se com o sindicato dos jogadores e anunciam que vão disputar a final da Taça de Portugal, independentemente das medidas legais a tomar por cada um após as agressões de que foram alvo na Academia.

17 de maio:

– A MAG anuncia a demissão em bloco, o mesmo acontecendo com o presidente e vários membros do Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD), que deixa de ter quórum.

– Jaime Marta Soares e Álvaro Sobrinho, presidente da Holdimo, grupo empresarial detentor de 30% das ações da SAD, apelam à demissão de Bruno de Carvalho.

– 17 de maio:

Demitem-se quatro membros do CD: os efetivos António Rebelo e Luís Loureiro, e os suplentes Jorge Sanches e Rita Matos.

– 18 de maio:

Bruno Mascarenhas, responsável pelo pelouro da expansão e núcleos do clube, demite-se do cargo de vogal do CD. O órgão continua a ter quórum.

19 de maio:

– Bruno de Carvalho afirma que o “ato bárbaro” que aconteceu na Academia de Alcochete foi “involuntariamente” criado pelos próprios jogadores, quando dias antes fizeram “frente” a alguns membros das claques, e anuncia que não vai ao Jamor assistir à final da Taça de Portugal, por considerar que não estão reunidas as condições necessárias.

– O presidente acusa José Maria Ricciardi e Álvaro Sobrinho de serem “estrategas” do “terrorismo” que se tem vivido nos ‘leões’, e afirma que a Holdimo já “deveria ter vendido a sua participação” na SAD.

– O líder da Juventude Leonina, Nuno Mendes ‘Mustafá’, garante que não houve qualquer pedido, sugestão ou sequer aval de Bruno de Carvalho à claque para qualquer ação contra os futebolistas do Sporting.

20 de maio:

– O presidente demissionário da MAG esclarece que marcará eleições de imediato para todos os órgãos sociais, e não haverá Comissão de Gestão, se o presidente Bruno de Carvalho se demitir.

– O Sporting é derrotado por 2-1 pelo Desportivo das Aves na final da Taça de Portugal.

– Bruno de Carvalho volta às publicações na rede social Facebook e pede aos adeptos que apoiem a equipa, afirmando que “a frustração nunca pode separar uma família”.

21 de maio:

– O juiz de instrução criminal do Tribunal do Barreiro decreta prisão preventiva para os 23 detidos na sequência das agressões na Academia.

– O Sporting anuncia ter pedido uma reunião com o Primeiro-Ministro e faz saber que reforçará as medidas de segurança na Academia, em Alcochete, e no Estádio José Alvalade, em Lisboa.

22 de maio:

– O Sporting nomeia Augusto Inácio como diretor-geral do futebol do clube.

24 de maio:

– O diretor clínico, Frederico Varandas, anuncia a demissão e mostra-se disponível para se apresentar como futura solução diretiva.

– O presidente demissionário da MAG anuncia que ficou agendada uma AG de destituição dos órgãos sociais do clube para 23 de junho, e Bruno de Carvalho considera que a reunião é uma “bomba atómica”.

28 de maio:

– A MAG anuncia que vai designar uma Comissão de Fiscalização (CF) para exercer transitoriamente as funções que cabem ao Conselho Fiscal e Disciplinar (CFD), que perdeu quórum.

29 de maio:

– O CD entende que não se verificam nenhuma das premissas invocadas pela MAG para ser nomeada uma comissão de gestão do CFD, enquanto a MAG insiste que o mandato do CFD cessou, com a renúncia da maioria dos seus membros, e garante que vai nomear uma CF para evitar vazio neste órgão.

31 de maio:

– O presidente demissionário da MAG anuncia a composição da CF: Henrique Monteiro, João Duque, António Paulo Santos, Luís Pinto de Sousa e Rita Garcia Pereira.

01 de junho:

– O CD anuncia que decidiu substituir a MAG e respetivo presidente através da criação de uma Comissão Transitória (CT) da MAG, para a qual nomeia Elsa Tiago Judas, Bernardo Trindade Barros e Yassin Nadir Nobre. O presidente da MAG considera que esta Comissão “não tem cobertura estatutária” e por isso “é ilegal”.

– A Holdimo, segunda maior acionista da SAD, faz saber que entregou em tribunal uma ação especial para destituir a administração liderada por Bruno de Carvalho.

– O presidente da MAG esclarece que não apresentou, formalmente, a demissão do cargo.

– Os futebolistas Rui Patrício e Daniel Podence rescindem unilateralmente, alegando justa causa. Bruno de Carvalho afirma que o guarda-redes está a ser manipulado pelo empresário Jorge Mendes.

– A presidente da CT da MAG, Elsa Tiago Judas, convoca uma AG para 17 de junho, para aprovação do orçamento, e outra para 21 de julho, para eleição da MAG e do CFD.

04 de junho:

– Cerca de 500 adeptos manifestam-se em frente à SAD pedindo a demissão de Bruno de Carvalho e a realização de eleições antecipadas para os órgãos sociais.

– É entregue à CF nomeada pela MAG uma participação disciplinar contra o CD, subscrita por 21 associados, que denuncia a “prática de gravíssimos ilícitos disciplinares que colocam em causa a própria subsistência da instituição”.

05 de junho:

– O treinador Jorge Jesus, que tinha mais um ano de vínculo com o Sporting, assina um contrato de um ano, mais outro de opção, com os campeões sauditas do Al Hilal, na vépera de o Sporting confirmar a rescisão por mútuo acordo.

06 de junho:

– Guilherme Pinheiro renuncia ao cargo do administrador da SAD.

– Quatro pessoas, entre as quais o ex-líder de claque Juventude Leonina Fernando Mendes, são detidas por suspeitas de comparticipação na invasão e agressões aos jogadores e equipa técnica.

08 de junho:

– Os quatro detidos por suspeitas de participação nas agressões na Academia ficam em prisão preventiva.

– É conhecida a decisão de uma primeira providência cautelar apresentada por Jaime Marta Soares que lhe reconhece legitimidade para presidir à MAG sem, no entanto, garantir a realização da reunião magna agendada para 23 de junho.

10 de junho:

– O CD anuncia que vai propor a alteração de três artigos dos estatutos do clube, dois sobre a renúncia de titulares de mandatos, e outro sobre a nomeação de dirigentes, na AG de 17 de junho.

11 de junho:

– Os futebolistas Gelson Martins, William Carvalho, Bas Dost e Bruno Fernandes rescindem os contratos, alegando justa causa.

– Bruno de Carvalho garante que o CD apresenta “imediatamente” a demissão se os seis futebolistas que rescindiram contrato invocando justa causa recuarem para permanecer no clube, mesmo que esta direção vença novas eleições.

– O presidente demissionário da MAG anuncia que vai avançar com duas novas providências cautelares para garantir “tudo o que é importante” para realizar a AG de 23 de junho.

13 de junho:

– A CF designada pela MAG anuncia a suspensão preventiva dos membros do CD, que têm 10 dias úteis para o contraditório e estão impedidos de entrarem nas instalações do clube. A suspensão não tem efeito sobre a presidência da SAD. Na base da decisão está a participação disciplinar subscrita por 21 associados e entregue em 04 de junho.

– A CT da MAG, nomeada por Bruno de Carvalho, reage à suspensão preventiva garantindo que o presidente e todo o CD vão continuar em funções.

14 de junho:

– Os futebolistas Rúben Ribeiro, Battaglia e Rafael Leão apresentam pedidos de rescisão de contrato, aumentando para nove o número de jogadores que saem do clube.

– O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa considera ilegal a CT da MAG, nomeada pela direção, bem como as reuniões magnas marcadas para 17 de junho e 21 de julho.

– Bruno de Carvalho reafirma que não se demite, considera que a AG de 23 de junho está “ferida de legalidade”, mas assegura que vai garantir os meios para a sua realização.

15 de junho:

– O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa obriga a direção a entregar os cadernos eleitorais ao presidente da MAG, para a realização da reunião magna de 23 de junho, e determina que o CD pague as despesas inerentes à sua realização.

16 de junho:

– O presidente demissionário da MAG anuncia a composição da Comissão de Gestão (CG) do clube, que integra 11 elementos e é presidida por Artur Torres Pereira, que até 2017 foi vice-presidente de Bruno de Carvalho.

A comissão, que deverá substituir o CD suspenso, integra ainda Sousa Cintra, Luís Marques, António Sá Costa, Silvino Sequeira, Jorge Lopes Gurita, Alexandre Cavalleri, Rui Nunes Moço, Pedro Roque Reis, António José Rebelo e José Diogo Leitão.

18 de junho:

– O Sporting contrata, por três épocas, o treinador de futebol sérvio Sinisa Mihajlovic.

19 de junho:

– A PWC, auditora da Sporting SAD, considera existir uma ameaça concreta à continuidade das operações da sociedade na sequência das rescisões de contratos de jogadores e uma impossibilidade de realização do valor de venda dos ativos no curto prazo.

– Bruno de Carvalho convida Jaime Marta Soares, um membro da CF, e o presidente da CG para um debate na televisão do clube, em 22 de junho, antes da AG de destituição de sábado.

20 de junho:

– A CG anuncia que os seus elementos foram impedidos de entrar em Alvalade para iniciarem funções no clube, e garante que vai apresentar queixa em tribunal e ao presidente da MAG.

– O CD anuncia a interposição de providências cautelares “contra a legitimidade” das comissões de Fiscalização e de Gestão do clube, e dos membros demissionários da MAG.

23 de junho:

– A destituição de Bruno de Carvalho é aprovada em Assembleia Geral extraordinária por 71,36% dos votos, numa das mais concorridas reuniões magnas do clube, em que estiveram presentes 14.735 sócios.

24 Jun 2018

Presidente das Filipinas confessa que não gosta de nomear mulheres

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, confessou hoje que prefere não nomear mulheres para “cargos importantes” no Governo, uma vez que se sente incomodado em pedir que cumpram determinadas missões ou tarefas.
O controverso Chefe de Estado filipino exemplificou, dizendo que se sente “incomodado por pedir a uma mulher que vá de repente a Marawi”, cidade onde em 2017 se travou durante cinco meses uma sangrenta batalha entre o exército e partidários do movimento terrorista Estado Islâmico, comandados pelo grupo Maute.

“Pode pedir-se isso a uma mulher, forçá-la a essa situação?”, questionou o presidente filipino,durante uma sessão pública de discussão de novas tecnologias.

Duterte, que tem um largo registo de afirmações consideradas misóginas e sexistas, garante que prefere trabalhar com homens porque estes “podem receber uma avalanche de ordens sem se queixarem”.

O governante de 73 anos diz ainda que há certos cargos “mais adequados às mulheres”, como a pasta do Turismo.

No gabinete de Duterte têm assento cinco mulheres, nos departamentos de Turismo, Educação e Bem Estar Social e nas comissões contra a pobreza e dos muçulmanos.

Duterte esteve no centro de mais uma polémica no início de junho quando beijou nos lábios uma mulher da comunidade filipina de Seoul, Coreia do Sul.

Em fevereiro tinha também recomendado aos militares que “alvejassem a tiro as vaginas das guerrilheiras, para que estas não possam procriar.

24 Jun 2018

Macau acolhe a partir de Julho mostra sobre as Chapas Sínicas

A colecção de “Registos Oficiais de Macau Durante a Dinastia Qing (1693-1886)”, recentemente inscrita na UNESCO, começa a estar exposta ao público a partir do dia 7 de Julho, primeiro no Museu das Ofertas sobre a Transferência de Soberania de Macau, e depois no Arquivo de Macau

 

[dropcap style≠‘circle’]E[/dropcap]stá prestes a ser inaugurada a exposição intitulada “Chapas Sínicas – Histórias de Macau na Torre do Tombo”, que se insere na primeira edição do Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa, organizado pelo Instituto Cultural.

Esta iniciativa é apresentada pelo Arquivo de Macau em parceria com o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, estando previstas duas fases para a sua apresentação ao público.

A primeira fase decorre a partir de 7 de Julho no Museu das Ofertas do Período da Transição, e termina a 7 de Agosto. Segue-se depois a segunda fase de exposição entre os dias 21 de Agosto e 7 de Dezembro deste ano, desta vez no Arquivo de Macau.

Foi o ano passado, a 30 de Outubro, que a colecção dos “Registos Oficiais de Macau Durante a Dinastia Qing (1693-1886)”, candidatura conjunta do Arquivo de Macau e do Arquivo Nacional da Torre do Tombo de Portugal, foi inscrita pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) no Registo da Memória do Mundo.

De acordo com um comunicado, estes registos “reflectem as condições da sociedade, a vida das pessoas, o desenvolvimento urbano e do comércio” de Macau durante o período em que a Dinastia Qing reinou na China. “Além disso, representam o papel de Macau para o mundo”, acrescenta o IC. A exposição apresentará uma selecção de mais de cem documentos para partilhar histórias que, embora tenham ocorrido em Macau, são de relevância histórica para a China, Portugal e até para a história mundial.

Além das exposições, o IC organizou ainda uma palestra gratuita a 8 de Julho, que conta com a participação de Zhang Wenqin, professor de História de Relações Sino-Estrangeiras na Universidade Sun Yat-sen; Jin Guoping, investigador do Instituto de Estudo de Macau da Universidade de Jinan e Silvestre de Almeida Lacerda, director-geral da Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas de Portugal. Este debate terá como foco “a importância documental das ‘Chapas Sínicas’ bem como a preservação e digitalização dos registos. A palestra terá tradução para português.

 

A importância histórica

Na altura da inscrição das Chapas Sínicas na UNESCO, a historiadora Tereza Sena falou à Lusa da sua importância, por constituírem “um conjunto documental extremamente importante para a história de Macau, mas não só, também como testemunho do que foi realmente a vivência de Macau durante um período bastante lato da sua história”. As Chapas Sínicas incluem um total de 3600 documentos, incluindo mais de 1.500 ofícios redigidos em chinês, cinco livros de cópias traduzidos para português das cartas trocadas entre a autoridade municipal portuguesa (Leal Senado) e o império chinês, e quatro volumes de documentos diversos.

Esta documentação, referente ao período entre 1693 e 1886, encontra-se na Torre do Tombo, em Lisboa, e a sua inscrição na UNESCO é fruto de uma candidatura conjunta de Macau e Portugal.

Durante este período, que é anterior “à afirmação colonial, que só se fará no século XIX”, chineses e portugueses coabitavam na cidade, e imperava uma jurisdição mista.

“O que penso que pode ser importante, não só do ponto de vista histórico, mas para a humanidade em si, é como durante três séculos duas comunidades dominantes coabitam num espaço, regulam-se pelas suas próprias leis e têm uma coexistência pacífica”, apesar de momentos de tensão, explicou a historiadora, referindo-se a um período mais alargado do que o dos documentos agora classificados.

As ‘chapas’ — assim chamadas devido ao carimbo que lhes era colocado — são “um conjunto de documentos em chinês que corresponde à correspondência oficial trocada entre os mandarins, os oficiais chineses da zona circunvizinha, de que Macau dependia administrativamente, e o seu interlocutor, a única autoridade que os oficiais chineses reconheciam: o procurador do Senado”.

Este procurador “dialogava com as autoridades chinesas” que se “dirigiam a ele como o representante, a cabeça dos portugueses”, contando com o apoio de um corpo de tradutores, segundo Tereza Sena.

A historiadora sublinhou que, da leitura destes documentos, emergem detalhes sobre a “permanência consentida” dos portugueses em Macau e muita informação sobre a cidade. “Podemos ver o aprovisionamento diário, que se fazia através do procurador, a subsistência da cidade, preços. Tem que ver não só com o aspecto político, mas com a vida da cidade”, disse.

No entanto, acima de tudo, “dão-se ordens”: “Havia uma série de regras básicas. Não se podem construir casas novas, não se podem fazer obras sem autorização, etc. Porquê? A lógica chinesa é que havia um interposto mercantil, todos beneficiam do negócio, os estrangeiros podem lá viver, dentro de uma série de regras”.

Tereza Sena explicou que só no século XVIII é que Portugal começa a preocupar-se com a tradução das ‘chapas’, quando é imposto em Macau o Código de Qianlong, a partir de 1749, “um momento muito complicado nas relações luso-chinesas, porque há uma afirmação que tem que ver com a própria estruturação interna do império chinês, de que a jurisdição terá que ser regulamentada de acordo com as leis do império”.

Ao mesmo tempo, emergem na região presenças ocidentais “concorrentes comercialmente em Macau” e “começa a haver uma preocupação muitíssimo grande em encontrar um documento legitimador da posse de Macau”.

As ‘chapas’ são então traduzidas e, apesar de se ter “perdido o rasto” da sua saída de Macau, “a certa altura [século XIX] elas aparecem em Portugal”.

22 Jun 2018

Vice-ministra do Comércio promete abertura económica

A vice-ministra do Comércio chinesa disse ontem, em Lisboa, que a China continua no caminho da “reforma e abertura” e que “a porta” vai estar cada vez mais aberta ao comércio e à cooperação económica

 

[dropcap style≠‘circle’]G[/dropcap]aoYan que falava na abertura do encontro que reuniu ontem em Lisboa centenas de empresários da China e dos Países de Língua Portuguesa (PLP) assinalou que “a porta da China não vai fechar, pelo contrário, vai abrir cada vez mais”, destacando que “a reforma e abertura da China” se encontram no ponto mais alto da História. Considerou igualmente que “o futuro adivinha-se brilhante” para a cooperação económica entre a China e os PLP que está “cada vez mais estreita”.

Para tal, conta com “o apoio imprescindível dos empresários” que são a “força motora” da cooperação entre a China e os PLP e afirmou que a China está disposta a partilhar resultados da reforma e abertura, apelando aos empresários que “agarrem esta oportunidade” para dar novo impulso à cooperação.

 

Lionel em Lisboa

O secretário da Economia e Finanças de Macau, Lionel Leong, reforçou que a “globalização económica é uma tendência irreversível”, salientando que “a China insiste na abertura ao exterior” e que a porta “será cada vez mais aberta”.

Por outro lado, assinalou que a Região Administrativa Especial de Macau está “empenhada em impulsionar um sector financeiro com características próprias” e aprofundar a cooperação de serviços financeiros entre os PLP e a China.

O vice-presidente do Conselho para a Promoção do Comércio Internacional da China, Chen Zhou, reafirmou o “apoio total para empresários que queriam investir e aumentar cooperação entre China e PLP”.

Os responsáveis chineses participaram ontem no Encontro de Empresários para a Cooperação Económica Comercial entre a China e os PLP, que decorre em Lisboa até hoje e inclui uma visita técnica ao terminal de Sines.

O secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, afirmou que “o investimento chinês continua a ser bem-vindo” em Portugal e destacou o papel de Macau nas relações entre Portugal, China e os Países de Língua Portuguesa (PLP).

Na sessão de abertura do Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os PLP, que decorre até hoje em Lisboa, o governante sublinhou o aumento das trocas comerciais entre os vários países e defendeu que Portugal deve continuar a capitalizar o investimento chinês. “Portugal é um país aberto que afirma o multilateralismo como forma de resolver conflitos mas também o investimento e comércio aberto e sem fronteiras como promotores de uma vida melhor e uma sociedade aberta e mais justa”, declarou.

22 Jun 2018

Presidente da Coreia do Sul na Rússia para reforçar relações

O Presidente da Coreia do Sul iniciou ontem uma visita de três dias à Rússia, durante a qual vai debater com o homólogo russo a aproximação à Coreia do Norte e a desnuclearização do regime

 

[dropcap style≠‘circle’]N[/dropcap]a primeira visita em 19 anos de um chefe de Estado sul-coreano à Rússia, Moon Jae-in vai discursar perante a Duma (parlamento), ao chegar a Moscovo, indicou em comunicado a Presidência da Coreia do Sul.

Na intervenção, Moon vai abordar o reforço das relações bilaterais e o aliviar das tensões na península coreana, na sequência das duas cimeiras entre Moon e o líder norte-coreano, e da histórica reunião em Singapura entre Kim Jong-un e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Durante a visita, Moon tem previsto um encontro com o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, numa altura em que Seul pretende impulsionar a cooperação económica trilateral, entre as duas Coreias e a Rússia, parceira comercial de Pyongyang e interveniente nas antigas negociações a seis [Coreia do Norte, Coreia do Sul, China, Rússia, Estados Unidos e Japão] sobre o programa nuclear norte-coreano.

 

Diplomacia e futebol

No encontro de Moon com o Presidente russo, Vladimir Putin, a cooperação trilateral, em áreas como transportes ferroviários ou a distribuição de eletricidade e gás, deverá ser abordada.

“Espera-se que a visita ajude a promover a cooperação estratégica no nordeste da Ásia, no âmbito dos actuais progressos positivos em matéria de segurança e de esforços para conseguir a desnuclearização da península”, afirmou um dos directores de Segurança Nacional sul-coreano, Nam Gwan-pyo, à agência de notícias sul-coreana Yonhap.

O Presidente sul-coreano termina a visita à Rússia, no próximo sábado, com uma deslocação a Rostov para assistir ao jogo entre as selecções da Coreia do Sul e do México para o Mundial de futebol 2018.

22 Jun 2018

“Nós sofremos mais do que eles sofrem lá”

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] 10 mil quilómetros de terras lusas, reformados e pensionistas, macaenses, chineses, filipinos e, claro, portugueses, entre eles o Cônsul-geral de Portugal para Macau e Hong Kong, gritaram ao mesmo tempo o golo de vitória de Ronaldo frente a Marrocos. À hora de jantar em Macau, foi mais fácil reunir os sócios e os mais idosos na sede da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) para assistirem em clima de festa ao segundo jogo de Portugal no Mundial de futebol.

A menos de um quilómetro de distância, com uma média de idades bem mais baixa, funcionários, professores e alunos do Instituto Português do Oriente (IPOR), repetiam na sede daquele organismo a presença para assistir à transmissão de um jogo que, por várias vezes, colocou à prova a ‘diplomacia desportiva’ do Cônsul-geral de Portugal para Macau e Hong Kong, Vítor Sereno, em especial durante o assédio final marroquino.

Na APOMAC, macaenses, chineses, portugueses, chineses e filipinos, uma boa parte deles a envergarem a camisola de Ronaldo, ainda estavam a provar as entradas quando o inevitável Ronaldo fez o 1-0, para lhes saciar pelo menos a fome de vitórias.

“Estamos aqui portugueses, chineses, macaenses, de todas as etnias, para ajudar a equipa portuguesa. (…) O desporto é muito importante para a união de todas as comunidades em Macau”, sublinhou o presidente da APOMAC e um dos organizadores do jantar, Jorge Fão.

“Assim que soubemos que o horário batia certo com o jantar, fizemos umas mensagens através do telemóvel para se inscreverem”, disse, destacando naquela noite a gastronomia que, sem ser portuguesa, cozinhada sobretudo por filipinos, fundia China e Macau no mesmo prato. “É chinesa, não é portuguesa. Está a ver aqueles pratos esquisitos, mas isto é tudo macaense, até a sopinha. Mas é coisa boa”, garantiu Jorge Fão, sossegado pelo golo madrugador e pelo copo de vinho tinto que veio do Algarve.

José Avelino, funcionário da associação, mostrava-se, ao intervalo do jogo, cauteloso com a exibição da selecção lusa e exultante com a hora de início da partida, 20h em Macau, 13h em Portugal. “O jogo começou às oito, é bom para o pessoal estar aqui. Somos idosos, temos de nos deitar mais cedo. A maioria tem mais de 60 anos”, ressalvou. José Mariano Rosa, outro dos sócios da APOMAC, falou com a emoção que encurta distâncias para um país que não se esquece. “O jogo começar às 20h é muito bom para nós, que estamos habituados a ver os jogos de madrugada. (…) Isto significa muito. Nós somos portugueses, somos descendentes de portugueses. Quando a selecção joga mexe com o nosso coração. Nós sofremos mais do que eles sofrem lá”, desabafou.

 

Jogar em casa

Naquela que o cônsul de Portugal em Macau denomina como “a casa de todos os portugueses”, o IPOR, registou-se “casa cheia”.

Tanto na APOMAC, referiu, como “aqui [no IPOR], a 10 mil quilómetros de distância, acho que é de louvar a portugalidade que se vive, o sentimento de pertença que se vive com a selecção nacional”. O nervosismo que o fez sofrer enquanto adepto estava mais sossegado com resultado final: “temos desbravado caminhos com a diplomacia desportiva”, salientou, lembrando também que “Ronaldo é um dos melhores embaixadores de Portugal, se não o melhor, (…) conhecido na China inteira”, e deixando a suspeita de que “não há no sudeste asiático quem não o conheça”.

Para Vítor Sereno, “esta foi mais uma grande noite”. “Uma noite de sorte, mas [que serviu] para contrastar com as vitórias morais que durante tantos anos tivemos e que fomos para casa agarrados aos cachecóis a chorar. (…) Eu tenho muita fé. Fernando Santos dizia em 2016 que só voltava a 13 de Julho. Eu estou com a fé de que voltamos no último jogo do campeonato”, afirmou, convicto.

22 Jun 2018

Obras do edifício de doenças infecto-contagiosas em 2019

[dropcap style≠‘circle’]D[/dropcap]ecorreu ontem o acto público de abertura das propostas da “Empreitada de Alargamento da Fase 1 do Centro Hospitalar Conde São Januário – Edifício de Especialidade de Saúde Pública – Obra de fundações”, que decorreu nas instalações do Gabinete de Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI). Foram recebidas 23 propostas, da quais 22 foram admitidas. De acordo com um comunicado, “os montantes propostos variam entre as 81 milhões e cerca de 217 milhões de patacas”, além de que os “prazos propostos variaram entre os 568 e 760 dias de trabalho”.

De acordo com dados do GDI, as obras deverão começar no primeiro trimestre do próximo ano, sendo realizada num lote de terreno a sudoeste do Centro Hospitalar Conde São Januário, com uma área de 5 600 metros quadrados.

O comunicado aponta ainda para mudanças nos acessos devido à obra. “Para evitar o impacto no acesso da parte dos moradores residentes nos edifícios vizinhos do circuito da Corrida do Grande Prémio, que se realiza anualmente no mês de Novembro, durante o qual terão de se encaminhar pelas traseiras dos edifícios. Foi assim reservado um caminho de acesso aos edifícios pelas traseiras”, lê-se.

22 Jun 2018

Edmund Ho em Portugal | Destacada importância da comunidade portuguesa

[dropcap style≠’circle’]E[/dropcap]dmund Ho, o primeiro Chefe do Executivo da RAEM e actualmente vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC) está em Lisboa onde participa numa visita oficial, no âmbito dos 15 anos do Fórum Macau. Edmund Ho reuniu-se esta terça-feira com o ministro dos Negócios e Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, tendo “trocando opiniões sobre o reforço da cooperação económico-comercial, turística, cultural e educação, entre outras áreas”, aponta um comunicado oficial.

De acordo com o mesmo documento, serão assinados 25 acordos de cooperação durante esta viagem, “entre os quais a assinatura entre Macau e Portugal do novo acordo para evitar a dupla tributação, que vai ajudar a construção da plataforma de serviços financeiros entre a China e os Países de Língua Portuguesa”.

No seu encontro com Augusto Santos Silva, Edmund Ho destacou a importância da comunidade portuguesa no território, tendo dito que “a cultura portuguesa e os portugueses residentes são parte integrante e importante de Macau”. Quanto à política “Uma Faixa, Uma Rota”, esta “tem grandes potencialidades de desenvolvimento, bem como o valor do apoio e envolvimento de Portugal no ensino da língua portuguesa em Macau”.

No que diz respeito à Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, o ex-Chefe do Executivo garantiu que, numa fase inicial, “este será um projecto-piloto, havendo ainda a adopção de medidas e políticas de bonificação que contribuirão para a entrada de produtos dos países de língua portuguesa no mercado da Grande Baía”.

Portugal está atento

Augusto Santos Silva optou por frisar que “o investimento das empresas chinesas, em Portugal, é bem-sucedido e está a caminhar em bom sentido”, esperando que, no futuro, “mais produtos portugueses, nomeadamente carnes, possam entrar nesse grande mercado que é a China”. Quanto à política “Uma Faixa, Uma Rota”, lançada por Pequim, está a ser analisada pelo Governo português ao nível das oportunidades, adiantou.

Para o ministro dos Negócios Estrangeiros, “a cultura portuguesa está presente em muitas coisas em Macau, e o território é um local de interesse para Portugal, cultural e economicamente”. No que diz respeito às acções do Governo de Chui Sai On, este “tem apostado muito no ensino da língua portuguesa com sucesso”, pelo que o reforço da cooperação com o território é para manter. Por sua vez, Eurico Brilhante Dias, secretário de Estado da Internacionalização, afirmou que o Governo português tem um “enorme interesse nas actividades de convenções e exposições de Macau”.

Lionel Leong, secretário para a Economia e Finanças, e um dos governantes que integra a comitiva nesta viagem oficial, frisou que “o Fórum Macau já se tornou num cartão de visita de Macau”, além de que o Governo “está determinado em fazer bem o trabalho quanto à plataforma de serviços financeiros entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. O encontro contou ainda com a presença do embaixador da República Popular da China em Portugal, Cai Run.

21 Jun 2018

Ka-Hó | Antiga leprosaria dá lugar a centro de ensino e formação em arte

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, visitou ontem a povoação de Ka-Hó, em Coloane, tendo anunciado novos planos para o aproveitamento da antiga leprosaria. De acordo com um comunicado, o edifício “irá albergar, no futuro, uma base de ensino e formação em arte para os jovens”, estando “ao dispor dos residentes e turistas para visitas.

A antiga leprosaria é composta por cinco casas e uma igreja e “constituem um conjunto de construções com estilo arquitectónico coerente, foram construídas em 1885 e receberam, posteriormente, a designação de Vila de Nossa Senhora de Ká-Hó”.

“O processo de restauração das cinco casas, sobretudo, da sua estrutura, paredes, portas e janelas, arrancou em 2013 pelo Instituto Cultural, que insistiu no princípio de autenticidade, pelo que foram preservadas várias partes originais, nomeadamente, as paredes, os vãos de portas e os corredores, enquanto que as restantes partes foram reparadas com materiais originais”, aponta o mesmo comunicado.

O processo de restauração dos edifícios já está concluído, sendo que o IC “irá iniciar brevemente os trabalhos de restauração do centro de actividades (antiga igreja)”. Na sua visita, Alexis Tam “sublinhou que, mesmo não sendo património classificado, o Governo valoriza muito a revitalização e aproveitamento das cinco casas e igreja da antiga Leprosaria”.

Tendo em conta “a história e o ambiente artístico da vila de Nossa Senhora de Ká-Hó”, é objectivo “transformar o local numa base de ensino e formação em arte para os jovens”, sendo que no centro de actividades “está planeado um espaço de exposição para demonstrar a história dos serviços sociais, prestados pela igreja naquela zona”.

21 Jun 2018

Espanha bate Irão, com golo feliz de Diego Costa

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Espanha colocou-se ontem a um ponto dos oitavos de final do Mundial de futebol de 2018, e deixou Portugal em situação idêntica, ao vencer o Irão por 1-0, em encontro do Grupo B, disputado em Kazan.

Um golo feliz de Diego Costa, o seu terceiro na prova, aos 54 minutos, valeu o triunfo aos comandados de Fernando Hierro, que haviam empatado 3-3 com Portugal, na estreia, e fecham o agrupamento face a Marrocos, já eliminado.

Com este triunfo, a Espanha e Portugal, que hoje bateu Marrocos por 1-0, com mais um golo de Cristiano Ronaldo, lideram, com quatro pontos, contra três do Irão, de Carlos Queiroz, o último adversário da seleção lusa, na segunda-feira.

21 Jun 2018

EUA | Regresso de crianças tiradas a pais migrantes vai começar mas sem prazo

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] agência norte-americana para a Saúde e Serviços Humanos vai começar já devolver crianças afastadas aos seus pais migrantes, mas não dá prazo para a tarefa estar concluída.

“Temos de retirar as crianças do nosso cuidado tão rapidamente quanto possível”, afirmou o responsável pela agência, Alex Azar, ao Washington Post.

Há 11.800 crianças migrantes retidas pela agência, mas a maioria chegou à fronteira dos Estados Unidos da América sem pais ou outros adultos.

No entanto, 2.300 são as que foram retiradas aos pais, que já estão a ser contactados, mas que não conseguem falar com os filhos através de um número dedicado fornecido pelo Governo norte-americano.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, assinou hoje uma ordem executiva para acabar com a separação de crianças dos pais imigrantes na fronteira dos Estados Unidos.

Uma fonte da Casa Branca disse à agência noticiosa Efe que Trump assinou o documento para permitir que as crianças fiquem com os pais nos centros de detenção para os quais os imigrantes sem documentos são mandados durante longos períodos de tempo.

Contudo, Trump afirmou que a política de “tolerância zero” é para continuar.

Até agora, Trump tinha alegado, erradamente, que não tinha outro remédio a não ser separar as famílias, baseando-se na lei federal e numa decisão judicial.

Imagens de crianças em jaulas foram divulgadas em meios de comunicação de todo o mundo, bem como relatos de separações que provocaram revolta em todos os setores, incluindo o Partido Republicano, receoso de um impacto negativo nas eleições intercalares de novembro próximo.

Agora, o Presidente norte-americano disse que vai “manter as famílias juntas” nos centros de detenção e resolver mais depressa os seus casos, contando com o Departamento de Defesa para providenciar alojamento.

O responsável pela Defesa, Jim Mattis, afirmou que o Pentágono irá “responder se solicitado” para alojar migrantes detidos.

21 Jun 2018

Mundial 2018: Portugal-Marrocos em Macau, dos reformados e pensionistas até ao diplomata adepto

[dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]eformados e pensionistas, macaenses, chineses, filipinos e, claro, portugueses, entre eles o Cônsul-geral de Portugal para Macau e Hong Kong, gritaram ao mesmo tempo o golo de vitória de Ronaldo frente a Marrocos.

À hora de jantar em Macau, foi mais fácil reunir os sócios e os mais idosos na sede da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) para assistirem em clima de festa ao segundo jogo de Portugal no Mundial de futebol.

A menos de um quilómetro de distância, com uma média de idades bem mais baixa, funcionários, professores e alunos do Instituto Português do Oriente (IPOR), repetiam na sede daquele organismo a presença para assistir à transmissão de um jogo que, por várias vezes, colocou à prova a ‘diplomacia desportiva’ do Cônsul-geral de Portugal para Macau e Hong Kong, Vítor Sereno, em especial durante o assédio final marroquino.

Na APOMAC, macaenses, chineses, portugueses, chineses e filipinos, uma boa parte deles a envergarem a camisola de Ronaldo, ainda estavam a provar as entradas quando o inevitável Ronaldo fez o 1-0, para lhes saciar pelo menos a fome de vitórias.

“Estamos aqui portugueses, chineses, macaenses, de todas as etnias, para ajudar a equipa portuguesa. (…) O desporto é muito importante para a união de todas as comunidades em Macau”, sublinhou o presidente da APOMAC e um dos organizadores do jantar, Jorge Fão.

“Assim que soubemos que o horário batia certo com o jantar, fizemos umas mensagens através do telemóvel para se inscreverem”, disse, destacando naquela noite a gastronomia que, sem ser portuguesa, cozinhada sobretudo por filipinos, fundia China e Macau no mesmo prato.

“É chinesa, não é portuguesa. Está a ver aqueles pratos esquisitos, mas isto é tudo macaense, até a sopinha. Mas é coisa boa”, garantiu Jorge Fão, sossegado pelo golo madrugador e pelo copo de vinho tinto que veio do Algarve.

José Avelino, funcionário da associação, mostrava-se, ao intervalo do jogo, cauteloso com a exibição da seleção lusa e exultante com a hora de início da partida, 20:00 em Macau, 13:00 em Portugal.

“O jogo começou às oito, é bom para o pessoal estar aqui. Somos idosos, temos de nos deitar mais cedo. A maioria tem mais de 60 anos”, ressalvou.

José Mariano Rosa, outro dos sócios da APOMAC, falou com a emoção que encurta distâncias para um país que não se esquece.

“O jogo começar às 20:00 é muito bom para nós, que estamos habituados a ver os jogos de madrugada. (…) Isto significa muito. Nós somos portugueses, somos descendentes de portugueses. Quando a seleção joga mexe com o nosso coração. Nós sofremos mais do que eles sofrem lá”, desabafou.

Naquela que o cônsul de Portugal em Macau denomina como “a casa de todos os portugueses”, o IPOR, registou-se “casa cheia”.

Tanto na APOMAC, referiu, como “aqui [no IPOR], a 10 mil quilómetros de distância, acho que é de louvar a portugalidade que se vive, o sentimento de pertença que se vive com a seleção nacional”.

O nervosismo que o fez sofrer enquanto adepto estava mais sossegado com resultado final: “temos desbravado caminhos com a diplomacia desportiva”, salientou, lembrando também que “Ronaldo é um dos melhores embaixadores de Portugal, se não o melhor, (…) conhecido na China inteira”, e deixando a suspeita de que “não há no sudeste asiático quem não o conheça”.

Para Vítor Sereno, “esta foi mais uma grande noite”.

“Uma noite de sorte, mas [que serviu] para contrastar com as vitórias morais que durante tantos anos tivemos e que fomos para casa agarrados aos cachecóis a chorar. (…) Eu tenho muita fé. Fernando Santos dizia em 2016 que só voltava a 13 de julho. Eu estou com a fé de que voltamos no último jogo do campeonato”, afirmou, convicto.

21 Jun 2018

Comércio | Governo de Taiwan analisa conflito entre Washington e Pequim

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, convocou ontem uma reunião governamental especial para analisar os efeitos na segurança da ilha no conflito comercial entre Estados Unidos e China, anunciou o porta-voz presidencial, Wong Chung.

O encontro contou com a presença do primeiro-ministro Lai Ching-Te, o secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional da ilha, David Lee, entre outros responsáveis de vários organismos que vão analisar a questão para decidir eventuais medidas.

Até ao momento, o conflito comercial entre Washington e Pequim tem “um impacto económico limitado” em Taiwan e os seus empresários na China, afirmou Wong. Mas se o conflito se agravar “vai desencadear maior proteccionismo e alta volatilidade nos mercados financeiros e no comércio”, acrescentou.

É também importante prestar atenção às “mudanças estruturais que pode causar” como, por exemplo, em relação à participação de Taiwan “na cadeia de abastecimento da região” e nas “relações trilaterais entre a China, os Estados Unidos e a ilha”, disse o porta-voz.

O Ministério da Economia da ilha tinha já assinalado que as empresas de Taiwan com fábricas na China e exportações para os Estados Unidos vão ser as mais afectadas por este conflito comercial, especialmente na produção de maquinaria, equipamentos electrónicos, peças automóveis e instrumentos ópticos.

21 Jun 2018

Coreias | China quer desempenhar “papel construtivo” na desnuclearização

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Presidente chinês quer que a China desempenhe “um papel construtivo” na desnuclearização da Coreia do Norte, um compromisso expresso na sua terceira reunião com o líder norte-coreano, informaram ontem os ‘media’ do regime. Durante o novo encontro de terça-feira em Pequim entre Xi Jinping e Kim Jong-un, o Presidente chinês “expressou o seu firme apoio” à desnuclearização da península coreana.

A reunião entre Xi e Kim decorreu “de maneira cordial, aberta e amistosa”, durante a qual o líder norte-coreano transmitiu a sua gratidão ao Presidente chinês pelo apoio da China na cimeira histórica que Pyongyang realizou com Washington a 12 de Junho em Singapura, adiantou a agência estatal da Coreia do Norte, KCNA. Kim Jong-un declarou ainda que a Coreia do Norte vai cooperar com a China “no processo de abertura de um novo futuro na península coreana e na região” e comprometeu-se a consolidar as relações bilaterais, segundo uma informação da KCNA sobre a viagem e este encontro.

A aproximação de Pyongyang e Pequim verifica-se depois de cinco anos de relações tensas que coincidiram com a chegada ao poder de Xi Jinping em 2013 e a execução do tio do líder norte-coreano, ordenada nesse mesmo ano por Kim Jong-un, na altura ‘número dois’ do regime e que mantinha um vínculo estreito com Pequim.

21 Jun 2018