Trump confirma que já começaram negociações com Pequim

[dropcap]O[/dropcap] Presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou ontem que as negociações com a China, para o fim da guerra comercial entre os dois países, “já começaram”, dois dias após o encontro que manteve com o homólogo chinês, Xi Jinping. “Elas já começaram”, respondeu Trump aos jornalistas, quando questionado sobre as negociações com Pequim, depois de ter acordado com o Governo chinês uma nova trégua nas disputas comerciais, levando Washington a suspender a imposição de novas tarifas.

O princípio de acordo alcançado por Trump e Xi durante a cimeira do G20 em Osaka (Japão) significou que os EUA concordaram em permitir que empresas norte-americanas vendam produtos da tecnológica chinesa Huawei. As medidas dos EUA contra a empresa chinesa foram destaque em parte das negociações em Osaka, após os Estados Unidos vetarem este ano a venda de componentes da Huawei e manter um pedido de extradição contra a sua directora financeira, Meng Wanzhou, detida no Canadá.

Trump ameaçou, antes da reunião de Osaka, impor tarifas entre 10 e 25 por cento a 325 mil milhões de dólares em importações chinesas, o que alarmou os mercados internacionais e inúmeras empresas, que temiam aumentos de preços em alguns dos produtos.

O acordo com Xi implica que essas cobranças estão fora da mesa por enquanto, mas os EUA mantém as suas tarifas sobre produtos chineses no valor de 250 mil milhões de dólares, e a China mantém as tarifas sobre as importações dos EUA em 110 mil milhões de dólares.

Ou a auto-estrada

O Tesouro dos EUA incluiu a Huawei numa lista negra em meados de Maio, o que impede que as empresas do país vendam componentes originais sem a aprovação do Governo, suspeitando que a empresa chinesa, líder no desenvolvimento da tecnologia 5G, poderia aproveitar esses sistemas para espionagem. Como resultado, empresas como o Google anunciaram que pararam de fornecer serviços de tecnologia para a empresa chinesa, uma situação que inquietou milhões de proprietários de telemóveis em todo o mundo, face à incerteza sobre as futuras actualizações do sistema operativo Android.

A nova ronda de negociações já começou com telefonemas, ficando-se à espera pela decisão dos locais para os novos encontros entre altos cargos dos dois governos.

Palavra de Li

O primeiro-ministro chinês afirmou ontem que a China vai abrir ainda mais os sectores financeiro e de manufactura avançada ao investimento estrangeiro. “A China vai promover, incansavelmente, a abertura em todas as frentes”, assegurou Li Keqiang, no discurso inaugural do Fórum Económico Mundial (WEF), conhecido como Davos de Verão, que decorre em Dalian, nordeste da China.

O primeiro-ministro chinês afirmou que o país vai remover os limites da participação estrangeira em correctoras, comércio de futuros e seguradoras, em 2020, um ano antes do planeado, uma decisão que faz “parte dos esforços para abrir ainda mais a indústria financeira e outros serviços”.

Li Keqiang prometeu ainda dar tratamento igual, ao dado às firmas domésticas, às empresas estrangeiras que operem na informação e classificação de crédito e pagamentos, e expandir a abertura em duas direcções do mercado de títulos da China. O responsável insistiu que o país vai tornar-se mais “aberto, transparente e previsível” para o investimento estrangeiro e que o ambiente de negócios melhorará.

3 Jul 2019

Crime | Chantageia “ex” com vídeo de sexo

[dropcap]U[/dropcap]m homem, de 28 anos, foi detido depois de ter chantageado a ex-namorada, com cerca de 20 anos, com um vídeo de cinco segundos dos dois a ter relações sexuais. O caso foi divulgado, ontem, pelas autoridades e o indivíduo pretendia que a ex-mulher voltasse para ele, depois da relação de nove meses ter chegado ao fim.

Segundo a notícia do jornal Exmoo, o caso foi reencaminhado para o Ministério Público (MP). De acordo com o relato, o homem trabalhava como mediador de seguros e tinha vivido nove meses na Taipa com a mulher até que a relação chegou ao fim. Perante esta realidade, a ex-namorada mudou-se e nessa altura acabou por ser chantageada.

Como o homem pretendia que ela regressasse a casa, ameaçou divulgar o vídeo de cinco segundos. A mulher acedeu ao pedido, no início, mas depois acabou por relatar o sucedido às autoridades, que prenderam o homem.

3 Jul 2019

Banco da China | Esperada muita procura por títulos de dívida

[dropcap]A[/dropcap] emissão dos títulos de dívida da República Popular da China através de Macau começa sexta-feira e a directora do departamento do mercado financeiro do Banco da China em Macau, Grace Ng, espera uma grande procura.

Segundo a responsável, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, os investidores institucionais e cidadãos estão atentos ao produto e por isso prevê-se uma procura maior do que a procura.

Neste cenário, Ng explicou que a sucursal de Macau vai fazer um sorteio para distribuir os títulos aos compradores. Em relação à atractividade do produto, a representante do Banco da China explicou que a dívida nacional chinesa é um produto de investimento quase sem risco, o que faz com que seja atraente. Sobre a taxa de retorno, Ng afirmou que a informação deverá ser divulgada hoje pelo Ministério das Finanças.

3 Jul 2019

Homem pega fogo a lanterna nas Portas do Cerco

[dropcap]U[/dropcap]m homem do Continente foi detido na sexta-feira passada, no Posto Fronteiriço das Portas do Cerco, por alegadamente ter incendiado lanternas comemorativas do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), devido à frustração de ter perdido dinheiro nos casinos.

Uma das lanternas foi queimada a 30 de Setembro do ano passado, tinha a forma de um coelho e comemorava o Festival do Bolo Lunar. Segundo o Governo, o fogo causou um prejuízo de 56,8 mil patacas devido ao material da lanterna. Após o caso, em 2018, a Polícia Judiciária iniciou a investigação e identificou um homem com um isqueiro a pegar fogo várias vezes ao “coelho”.

Porém, antes de ser detido, o homem, com 37 anos, passou a fronteira. No sábado voltou a Macau pelas Portas do Cerco e foi detido. Segundo a PJ, o homem é desempregado e vai ser acusado por cometer casos de incêndios, explosões e outras condutas especialmente perigosas. O suspeito arrisca-se a uma pena até 10 anos de prisão.

3 Jul 2019

Cabo Verde | Jornal fala de “chantagem” de David Chow, que reduz investimento 

O empresário David Chow vai reduzir o investimento prometido para o complexo turístico do Ilhéu de Santa Maria, em Cabo Verde, por ainda não ter sido aprovado o seu projecto de erguer um novo banco no país. O jornal local A Nação fala de chantagem por parte do CEO da Macau Legend Development

 

[dropcap]R[/dropcap]edução drástica do investimento de David Chow”. É desta forma que o jornal cabo-verdiano “A Nação”, citado pela Macau News Agency, fala do novo capítulo relativo aos investimentos do CEO da Macau Legend Development no projecto do Ilhéu de Santa Maria, na cidade da Praia, em Cabo Verde. O projecto, pensado para acolher um aglomerado turístico com jogo, está a sofrer mudanças e, segundo noticiado pelo jornal cabo-verdiano, o empresário de Macau está a chantagear as autoridades cabo-verdianas.

“Do orçamento inicial de 250 milhões de euros (2.34 mil milhões de patacas), David Chow vai agora investir apenas 90 milhões (800 milhões de patacas) no projecto Ilhéu de Santa Maria, na cidade da Praia. Colocado perante a situação, o Governo não teve outra saída senão aceitar. As demais fases do projecto ficam sujeitas às condições de mercado e às ‘novas políticas’ adoptadas pelo Executivo cabo-verdiano. Ou seja, é clara a chantagem de David Chow”, lê-se na notícia online do jornal.

Em causa estará o facto de o banco Sino-Atlântico, outro projecto pensado por David Chow para Cabo Verde, não ter sido ainda aprovado. O HM tentou obter uma reacção do empresário David Chow, mas até ao fecho desta edição não foi possível chegar à fala com o CEO da Macau Legend Development.

Atrasos e mais atrasos

O projecto para o Ilhéu de Santa Maria tem estado envolto em polémica desde o início. Primeiro foi criticado por um grupo de activistas que defendem que o complexo turístico vai descaracterizar o local e danificar o meio-ambiente. Depois, têm sido notícia os constantes atrasos no projecto que foi anunciado em 2015.

Em Novembro do ano passado, foi noticiado que o Banco de Cabo Verde (BCV) ainda não tinha dado autorização ao estabelecimento do Banco Sino-Atlântico pelo facto de David Chow não ter entregue todas as informações pedidas. Também aqui o jornal “A Nação” escreveu que “o BCV se apresenta, neste momento, como um obstáculo intransponível para o banco Sino-Atlântico”.

O BCV alegou que, à data, não constavam “todos os elementos legalmente exigidos, razão pela qual, até hoje, não permitiu a devida análise e correspondente decisão por parte do banco”.

A conclusão do projecto do Ilhéu de Santa Maria está prevista para 2021 e conta com um investimento inicial que equivale a 15 por cento do Produto Interno Bruto do país.

3 Jul 2019

China condena declarações de Trump sobre protestos em Hong Kong

[dropcap]A[/dropcap] China condenou hoje a “interferência flagrante” do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após as suas declarações sobre os protestos em Hong Kong que prosseguiram na segunda-feira com uma invasão da Assembleia do território.

O porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros Geng Shuang instou Washington a “falar e agir com cautela” e “parar de intervir nos assuntos internos de Hong Kong”. Trump disse na segunda-feira que as centenas de manifestantes que invadiram e vandalizaram a Assembleia, durante três horas, estavam na “busca pela democracia”.

“Acho que a maioria das pessoas quer a democracia. Infelizmente, alguns governos não querem a democracia”, disse Trump aos repórteres da Casa Branca, depois de ter lamentado a situação “muito triste” em Hong Kong. Em conferência de imprensa, o porta-voz chinês reagiu: “Lamentamos e opomo-nos fortemente à flagrante interferência dos Estados Unidos nos assuntos internos da China”.

Centenas de manifestantes partiram vidros e destruíram gradeamento para entrar no edifício. No hemiciclo da assembleia, onde os deputados se reúnem nas sessões plenárias, vandalizaram o escudo da região com ‘grafitis’ e penduraram uma bandeira colonial, referente ao período em que Hong Kong esteve sob soberania do Reino Unido.

Os protestos violentos representam um desafio para o Presidente chinês, Xi Jinping, que até à data deixou a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, lidar com a crise política sozinha.

Na madrugada de segunda para terça-feira, a polícia conseguiu dispersar os manifestantes.
Carrie Lam condenou na segunda-feira a invasão “extremamente violenta” e “chocante” da Assembleia e disse esperar que a ordem social seja restaurada o “mais rapidamente possível”.
Hong Kong é desde há quase um mês palco de protestos, contra uma proposta de lei que permitiria extraditar criminosos para a China.

Carrie Lam decidiu suspender as discussões sobre a proposta, mas recusou retirar definitivamente, prolongando as manifestações. A ocupação da assembleia ocorreu no 22º aniversário do retorno de Hong Kong à China.

2 Jul 2019

Rafa Benítez vai treinar os chineses do Dalian Yifang

[dropcap]O[/dropcap] treinador Rafa Benítez vai assumir o comando do Dalian Yifang, clube que ocupa o 10.º lugar na Liga chinesa de futebol, informou o técnico espanhol na sua conta na rede social Twitter.

“Depois de um longo caminho, começamos um novo desafio. Estou feliz em começar este novo projecto no Dalian Yifang”, escreveu o antigo treinador do Newcastle, clube que já tinha anunciado na última semana a sua saída, depois de não chegar a acordo.

Segundo a imprensa, Benítez irá ‘dobrar’ na China o salário que auferia no Newcastle e que era na ordem dos seis milhões de libras (6,7 milhões de euros) por época. Na equipa chinesa, encontrará os futebolistas Yannick Ferreira-Carrasco, antigo jogador do Atlético de Madrid, e Marek Hamsik, que chegou a treinar no Nápoles.

O anúncio de Benítez acontece um dia depois de o Dalian Yifang ter comunicado a saída do treinador sul-coreano Choi Kang-Hee, num momento em que a equipa é 10.ª classificada na Liga, liderada pelo Beijing Guoan e na qual o Shanghai SIPG, campeão e treinado pelo português Vítor Pereira, é terceiro.

Na sua carreira, Benítez conta com passagens por clubes como o Real Madrid, Nápoles, Chelsea, Inter de Milão, Liverpool ou Valência. O treinador, de 59 anos, tem um vasto palmarés, em que constam uma Liga dos Campeões, uma Taça UEFA e uma Liga Europa, uma supertaça europeia e um Mundial de clubes, bem como dois títulos espanhóis, e taças em Inglaterra e em Itália.

2 Jul 2019

China condena invasão em Hong Kong e imprensa quebra silêncio sobre protestos

[dropcap]O[/dropcap] Governo chinês condenou hoje veementemente a invasão da Assembleia de Hong Kong, na segunda-feira, e reafirmou o seu apoio às autoridades da antiga colónia britânica na investigação criminal contra os “perpetradores da violência”.

“Estes actos graves e ilegais anulam o Estado de Direito e minam a ordem social e os principais interesses de Hong Kong”, afirmou, em comunicado, o porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado. A nota foi reproduzida pela imprensa estatal chinesa, que quebrou assim com o silêncio sobre os protestos em Hong Kong, que duram há quase um mês.

A imprensa chinesa publicou ainda imagens da polícia em Hong Kong a dispersar os manifestantes. A decisão do regime de noticiar as manifestações, e a publicação de um editorial a atacar os manifestantes, publicado hoje num jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC), pode indicar que Pequim se prepara para adoptar uma postura mais dura, após semanas de tolerância.

“Estes agressores, violentos, na sua arrogância, desprezam a lei de Hong Kong, causando raiva e tristeza entre toda a população em Hong Kong”, lê-se no editorial, publicado pelo Global Times.

As imagens difundidas pela imprensa chinesa mostram a polícia a entrar nas ruas ao redor do Conselho Legislativo. Centenas de manifestantes partiram vidros e destruíram gradeamento para entrar no edifício. Uma vez lá dentro, pintaram ‘slogans’ nas paredes, reviraram arquivos nos escritórios e espalharam documentos no chão.

Pequim suprimiu as notícias sobre os protestos ocorridos nas semanas anteriores, contra uma proposta de lei que permitiria extraditar criminosos para a China. A chefe do Executivo do território, Carrie Lam, decidiu suspender as discussões sobre a proposta, mas recusou retirar definitivamente, prolongando as manifestações.

A ocupação da assembleia ocorreu no 22º aniversário do retorno de Hong Kong à China.
No hemiciclo da assembleia, onde os deputados se reúnem nas sessões plenárias, os manifestantes vandalizaram o escudo da região com ‘grafitis’ e penduraram uma bandeira colonial, referente ao período em que Hong Kong esteve sob soberania do Reino Unido.

“O Governo central apoia firmemente a investigação das autoridades de Hong Kong para estabelecer uma responsabilidade criminal sobre os autores da violência”, lê-se no comunicado, difundido pelo Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau.

A mesma nota apela a que se restaure a ordem social o “mais rapidamente possível”. Os protestos violentos representam um desafio para o Presidente chinês, Xi Jinping, que até à data deixou a chefe do Executivo de Hong Kong lidar com a crise política sozinha. Carrie Lam condenou na segunda-feira a invasão “extremamente violenta” e “chocante” da Assembleia.

2 Jul 2019

Morreu o historiador António Manuel Hespanha

[dropcap]O[/dropcap] historiador António Manuel Hespanha morreu ontem, aos 74 anos, em Lisboa, confirmou à agência Lusa a editora Bárbara Bulhosa, da Tinta-da-China, chancela que editou este ano a sua obra “Filhos da Terra”.

A notícia da morte de António Manuel Hespanha foi avançada pelo jornal Público. De acordo com o jornal, o historiador morreu ontem à tarde, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, na sequência de um cancro no cólon.

O historiador António Manuel Hespanha nasceu em 1945, em Coimbra, cidade onde se licenciou em Direito, em 1967, obtendo posteriormente o doutoramento em História e Política Institucional Europeia, tendo defendido a tese “As Vésperas do Leviathan”, sobre o sistema de poderes das monarquias tradicionais europeias.

Docente e investigador, é definido pelo Centro de Investigação e Desenvolvimento sobre Direito e Sociedade da Universidade Nova de Lisboa (CEDIS), como “o historiador português mais citado internacionalmente” e “um dos nomes mais importantes no estudo da história institucional e política dos países ibéricos”.

António Manuel Hespanha foi comissário-geral para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses (1997-2000), membro do Instituto Histórico-Geográfico do Rio de Janeiro (2003) e de conselhos científicos e conselhos editoriais de diferentes instituições e publicações universitárias, como o Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, a Universidade Autónoma Luís de Camões e a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, entre outras instituições.
Recebeu o Prémio Universidade de Coimbra (2005) e as insígnias de Grande Oficial da Ordem de Santiago (2000), os graus de Doutor Honoris Causa das universidades de Lucerna, na Suíça, e Federal do Paraná, no Brasil, e de “Lecturer March Bloch”, da École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris.

Foi membro externo do Conselho Geral da Universidade de Coimbra, sócio correspondente da Academia Nacional de História da Argentina e do Instituto Argentino de Investigação de História de Direito.

Foi também director-geral do Ensino Superior (1974), no início da carreira, e inspector-geral do Ministério da Educação (1976-1986). Autor de mais de duas dezenas de livros e de mais de centena e meia de artigos científicos, sobretudo nas áreas da História, História do Direito e Teoria do Direito, História Política e Colonial, entre as suas obras destacam-se “A Cultura Jurídica Europeia”, “Teoria da Argumentação e Neo-Constitucionalismo”, “Guiando a Mão Invisível – Direitos, Estado e Lei no Liberalismo Monárquico Português” e “Cartas para Duas Infantas Meninas – Portugal na Correspondência de D. Filipe I para as Suas Filhas (1581-1583)”.

A livraria Almedina reeditou, no mês de Junho, o livro “Pluralismo Jurídico e Direito Democrático”.
No início dos anos 2000, publicou, pela Imprensa de Ciências Sociais, “Feelings of Justice in the Chinese Community of Macao”, com base num inquérito junto da comunidade chinesa, em 1999, quando da transferência de poder do território.

A obra inspiraria, pouco depois, o “Inquérito aos Sentimentos de Justiça num Ambiente Urbano”, que seria publicado em 2005, tendo em conta “os sentimentos sobre o justo e o injusto num ambiente urbano português”.

Em “Filhos da Terra. Identidades Mestiças nos Confins da Expansão Portuguesa”, que publicou no passado mês de Fevereiro, António Manuel Hespanha procurou “reunir e tratar conjuntamente elementos para a análise daquilo a que se vem chamando, desde há uns anos, o ‘império sombra’ dos portugueses, ou seja aquele conjunto de comunidades que, fora das fronteiras formais do império, sobretudo na África e na Ásia, se consideravam como ‘portugueses’ – qualquer que fosse o sentido disso”.

“A história da expansão está sobrecarregada de personagens únicas e exemplares: ‘descobridores’, heróis, santos. O espaço deixado para os que não são isso é muito pouco. E, no entanto, estes outros são a esmagadora maioria dos que viajam, se estabelecem e vivem no ultramar a vida de todos os dias”, disse então o historiador à agência Lusa.

Para António Manuel Hespanha, também “os descobertos têm pouco lugar na história que se faz e se divulga”, tal como as “suas perspectivas sobre a chegada dos europeus e as consequências na vida dos locais”.

“Falamos muitas vezes no impacto que as viagens dos portugueses tiveram na história do mundo, mas raramente damos a palavra ao ‘mundo’ para falar delas. Mesmo as vozes de outros europeus sobre a expansão portuguesa estão muito pouco presentes no que contamos acerca delas”, adiantou.

2 Jul 2019

Rede 5G | Santos Silva rejeita pressão dos EUA mas admite que as suas informações sao importantes

[dropcap]O[/dropcap] ministro dos Negócios Estrangeiros rejeitou ontem que o Governo tenha recebido pressão dos Estados Unidos sobre as infraestruturas para redes 5G, admitindo, no entanto, que a análise dos riscos terá em conta as informações do aliado militar.

“O memorando que foi assinado a propósito da rede 5G foi assinado entre uma empresa portuguesa de capital francês, a Altice, e uma empresa chinesa, portanto, não vincula o Estado português a nenhum título”, assegurou Augusto Santos Silva à margem de um almoço-conferência da Associação de Amizade Portugal-EUA, que decorreu ontem em Lisboa.

“Aquilo que vincula o Estado e que nós estamos a cumprir é o processo de decisão que foi acertado a nível europeu, nos termos do qual até ao dia 15 de Julho as autoridades de segurança nacional e de comunicações de cada Estado-membro fazem a análise de risco e vulnerabilidades associada à rede de 5G – qualquer que seja o operador e qualquer que seja o fornecedor”, afirmou Santos Silva.

O ministro adiantou que, a partir de Outubro, Portugal irá trabalhar ao nível europeu para chegar a uma orientação comum. Nessa altura, admitiu, Portugal terá em conta “todas as informações, todos os riscos, todas as vulnerabilidades”.

“Evidentemente, damos especial atenção à informação que nos é prestada por um aliado militar muito consistente e muito próximo”, concluiu. Na semana passada, o coordenador do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), Lino Santos, disse à lusa que a implementação da rede 5G vai aumentar a “superfície de conflito” e a “vulnerabilidade” do ciberespaço, e que Portugal está a preparar-se para isso.

Lino Santos explicou que à medida que se introduzem e digitalizam novos processos e tecnologias, a vulnerabilidade do ciberespaço aumenta, reconhecendo que todos os dias surgem novas ameaças.

A gigante chinesa das telecomunicações Huawei disse na quarta-feira que o veto dos Estados Unidos aos seus produtos não vai parar a expansão das suas redes 5G, afirmando que continuará a liderar o desenvolvimento desta tecnologia.

“Posso dizer claramente a todos que sobre a questão do 5G não vamos ser afectados de todo, nem nos contratos que assinámos, nem naqueles que vamos assinar”, afirmou o vice-presidente da Huawei Technologies, Ken Hu, numa conferência de imprensa, no âmbito do Mobile World Congress, em Xangai.

Ken Hu ressaltou que a multinacional conseguiu assinar 50 contratos comerciais, até à data, para o desenvolvimento do 5G – 28 na Europa, 11 no Médio Oriente, seis na região Ásia-Pacífico, quatro nas Américas e um em África.

Segundo a empresa, Washington tem pressionado vários países a excluírem a Huawei na construção de infraestruturas para redes 5G, acusando a empresa de estar sujeita a cooperar com os serviços de informação chineses.

2 Jul 2019

Máscaras e chapéus de chuva abandonados nas ruas é o que resta do protesto em Hong Kong

João Carreira, enviado da agência Lusa

 

[dropcap]C[/dropcap]apacetes, máscaras e chapéus de chuva semeados pelos passeios e pelas ruas desertas junto ao parlamento de Hong Kong, hoje ocupado por manifestantes pró-democracia, é o que resta de um protesto sem precedentes que terminou numa carga policial.

A segunda-feira começou com um cerco ao complexo do Conselho Legislativo e voltou a ser marcado, por um lado, pela manifestação pacífica que juntou mais de meio milhão de pessoas e, por outro, pela invasão do parlamento de Hong Kong por alguns dos jovens que protestam contra a lei proposta pelo Governo e que permite a extradição de suspeitos de crimes para jurisdições em acordo prévio, como é o caso da China continental.

Bem no centro onde ocorreram os confrontos de hoje, à semelhança dos do passado dia 12 de Junho, nos quais a polícia usou também balas de borracha, entre as flores depositadas no chão em homenagem a um dos manifestantes que morreu em Junho, e os ‘post-its’ colados nas paredes com mensagens contra o Governo, Kevin Ho, um jovem de Hong Kong, continua de vigília, de madrugada.

“Quero ficar a guardar estas mensagens da população de Hong Kong, porque a qualquer momento podem vir algumas pessoas arrancarem os ‘post-its’, como aconteceu no sábado”, durante uma manifestação de apoio à polícia, justificou à agência Lusa o jovem.

“Não sei se os confrontos vão ajudar os protestos junto da opinião pública, mas as pessoas têm de perceber a frustração de quem está a lutar pela liberdade e democracia em Hong Kong, sobretudo quando parece por vezes que ninguém os está a ouvir”, sublinhou, enquanto oferece café, marcadores e ‘post-its’ às poucas pessoas que passam pelo local.

Ainda assim, ressalvou: “Já conseguimos uma grande vitória”, que foi a suspensão da proposta de lei. A 15 de Julho, a chefe do Governo, Carrie Lam, que no próprio dia dos confrontos a 12 de Junho tinha reafirmado a intenção de prosseguir com a lei apesar dos protestos, acabou por anunciar a suspensão do debate sobre a proposta.

2 Jul 2019

Diplomacia | Coreia do Norte saúda “encontro extraordinário” com Trump

A Coreia do Norte descreveu como “histórico e extraordinário” o encontro no domingo entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na zona desmilitarizada entre as duas Coreias

 

[dropcap]D[/dropcap]e acordo com a agência oficial norte-coreana KCNA, os dois líderes decidiram, após um breve encontro de 50 minutos, “retomar e prosseguir discussões produtivas para alcançar mais progressos no processo de desnuclearização da península coreana”. Kim e Trump discutiram “questões de interesse mútuo que se tinham tornado obstáculos à resolução destes problemas”, indicou a mesma agência.

A KCNA escreveu ainda que o líder norte-coreano elogiou as “boas relações” com Trump, acrescentando que estas “produziriam resultados que os outros não podiam prever”.

Para o analista Shin Beom-chul, ouvido pela agência de notícias France-Presse (AFP), o comentário da KCNA é “propaganda típica norte-coreana que glorifica Kim Jong-un”. “O objectivo é restaurar a imagem de Kim, danificada ao voltar de mãos vazias da cimeira de Hanói”, em Fevereiro deste ano.

No final do encontro de domingo, também Donald Trump disse que os dois países vão iniciar reuniões de trabalho “nas próximas três semanas” sobre o processo de desnuclearização. Apesar deste passo, o Presidente norte-americano disse que as actuais sanções à Coreia do Norte vão continuar em vigor. Trump acrescentou ter convidado o líder norte-coreano a visitar os Estados Unidos.

Trump tornou-se no primeiro Presidente dos Estados Unidos em funções a entrar em solo da Coreia do Norte, depois de um aperto de mãos com Kim Jong-un.

Ovni no paralelo

O Comando Militar Conjunto da Coreia do Sul disse que foi detectado ontem a passagem de um “objecto voador não identificado” que sobrevoou uma zona perto da fronteira com a Coreia do Norte. De acordo com os militares de Seul, os radares detectaram o voo do objecto sobre a Zona Desmilitarizada entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, mas não foram fornecidos mais detalhes.

Antes dos contactos diplomáticos com Pyongyang sobre o programa nuclear norte-coreano eram ocasionalmente disparados tiros de canhão em ambos os lados.

A informação sobre o objecto voador que os militares não especificaram se se tratou de um aparelho não tripulado (‘drone’) foi difundida 24 horas depois do encontro entre presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong na fronteira.

2 Jul 2019

DSSOPT | Conclusão do Túnel da Guia sem data

[dropcap]O[/dropcap] Governo desconhece quando a obra do Túnel Pedonal da Guia vai ficar concluída, uma vez que ainda falta terminar o projecto de concepção e lançar o concurso público para adjudicar os trabalhos. O esclarecimento foi prestado pelo Director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), Li Canfeng, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lam Lon Wai.

“Findo o aludido projecto de concepção preliminar, serão necessários cerca de 15 meses para a conclusão do projecto de execução e dos respectivos procedimentos concursais”, é explicado.

“Neste contexto, é de realçar que o prazo de conclusão de toda a empreitada, depende do prazo de execução proposto, no âmbito do concurso pelos concorrentes, sendo, portanto, necessário aguardar pela adjudicação da empreitada para se poder definir, em concreto, uma data para a conclusão”, é acrescentado.

Segundo o estudo de viabilidade apresentado pela DSSOPT, o túnel vai fazer a ligação para peões entre a Avenida Horta e Costa e o NAPE. Com esta construção, o Circuito de Manutenção da Guia, o Reservatório e o Parque Marginal da Areia Preta ficam interligados.

Por outro lado, Li Canfeng explica que o projecto ainda está a ser concebido e que neste momento “estão a ser introduzidos os devidos ajustamentos” com base nos pareceres de diferentes entidades. O director não aponta uma data concreta para o fim da concepção do projecto, mas acredita que poderá ficar concluída “até finais do corrente ano”.

2 Jul 2019

Turismo | Nelson Kot diz que preços altos afectam pernoitas em Macau 

[dropcap]N[/dropcap]elson Kot, presidente da Associação de Estudos Sintético Social de Macau, defende que o Governo deve estabelecer um mecanismo de controlo dos preços dos quartos de hotel, como garantia de que não existe grande diferença de preços entre os feriados e os dias normais.

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) revelou, no “Estudo e análise sobre a optimização das actividades e produtos turísticos realizadas à noite”, que são pedidas mais actividades nocturnas no território para que os turistas possam permanecer por mais tempo. Contudo, Nelson Kot acredita que os preços dos hotéis são a maior influência no facto da maioria dos turistas não dormir mais do que uma noite no território.

O mesmo responsável alerta ainda para o incremento de actividades nocturnas poder afectar a vida dos moradores. Nesse sentido, a qualidade dos serviços turísticos deve ser melhorada, além de ser necessária maior razoabilidade de preços no que ao alojamento diz respeito, frisou Nelson Kot.

2 Jul 2019

Meteorologia | Sinal 1 de tempestade tropical emitido ontem à noite

[dropcap]O[/dropcap] sinal 1 de tempestade tropical foi emitido ontem à noite. De acordo com os Serviços Meteorológicos e Geofísicos, a razão para tal prende-se com o facto de “uma vasta área de baixa pressão sobre a parte norte do Mar do Sul da China se estar a desenvolver gradualmente, para uma depressão tropical” dirigida a Hainan.

O sinal 1 pode ser içado devido à “circulação externa deste sistema” que pode resultar em aguaceiros fortes e frequentes acompanhados de trovoadas. Entretanto, e devido a influência da maré astronómica, esperam-se cheias nas zonas baixas entre hoje e sábado. Até à hora do fecho da edição, os serviços adiantavam que a possibilidade de emitir sinal mais alto era baixa.

2 Jul 2019

Brasileiro trazia no corpo 1,3 milhões de patacas em cocaína

Um homem de 34 anos foi detido no Aeroporto Internacional de Macau, no sábado, com 408 gramas de cocaína escondidas no corpo. Pelo serviço de “mula” ia receber 30 mil patacas

 

[dropcap]U[/dropcap]m indivíduo de 34 anos, com o apelido Ramos, foi detido no Aeroporto Internacional de Macau quando transportava 408 gramas de cocaína, com um valor de mercado de mais de 1,3 milhões de patacas. A revelação foi feita ontem pela Polícia Judiciária (PJ), que relevou tratar-se da maior apreensão deste ano.

Segundo a informação citada pelo canal chinês da Rádio Macau, o homem tinha sido contratado no Brasil para o serviço e, caso fosse bem-sucedido, ia receber 30 mil patacas, pelo transporte dos 408 gramas. Segundo os dados fornecidos pela PJ, ao HM, e anteriormente reportados, entre Janeiro e o fim de Maio deste ano, tinham sido apreendidas 355 gramas de cocaína, pelo que esta apreensão sozinha, é superior ao apreendido em cinco meses.

No entanto, o que surpreendeu as autoridades foi o facto de o homem ter um trajecto pouco comum para este tipo de casos. De acordo com a PJ, normalmente as pessoas envolvidas neste tipo de tráfico vêm para Macau vindos da Tailândia. Contudo, o homem viajou primeiro para a Etiópia, de onde seguiu para Xangai. Foi depois de chegar à “capital financeira” chinesa que embarcou com destino a Macau, no sábado passado. Por este motivo, a PJ acredita que o destino final não seria a RAEM, mas apenas um dos vários pontos de passagem.

A investigação terá sido iniciada devido a uma denúncia anónima, que levou as autoridades a conduzir o homem a uma máquina de Raio-X, que indicou o transporte de objectos estranhos.

Durante o exame, as autoridades detectaram 34 cápsulas de plástico com droga no interior. Cerca de 30 das cápsulas estavam na roupa e meias e quatro dentro do corpo do homem.

À PJ o homem terá explicado que trazia todas as cápsulas dentro do corpo mas que ao longo da viagem, principalmente em Xangai, que se sentiu mal e acabou por expelir 30 cápsulas. Assim, apenas quatro cápsulas acabaram por permanecer no seu organismo e só foram expelidas já no território, depois de ter sido detido. Por outro lado, o sujeito admitiu que antes do transporte já tinha recebido 2 mil dólares americanos, o equivalente a cerca de 16 mil patacas.

De acordo com os dados da PJ até Maio, a cocaína era a droga mais apreendida com 355 gramas, no valor de 1,065 milhão de patacas. A droga que ocupava o segundo lugar do pódio em apreensões é a quetamina, com 72 gramas no valor de 72 mil patacas. A medalha de bronze foi para a metanfetamina, mais vulgarmente conhecida por ice, com 29 gramas apreendidas no valor de 88.200 patacas.

2 Jul 2019

Adjunto da ministra da Justiça de Portugal contratado para assessor jurídico da Assembleia Legislativa

[dropcap]A[/dropcap] Assembleia Legislativa (AL) vai contratar mais um funcionário português para a área da assessoria jurídica. A notícia avançada pelo jornal Plataforma dá conta da contratação de Manuel Magriço, adjunto de Francisca Van Dunem, ministra da Justiça de Portugal, após este ter recebido a autorização do Conselho Superior do Ministério Público (CSMP) português para obter licença especial de dois anos com vista a desempenhar funções de assessor jurídico na Assembleia Legislativa (AL).

Manuel Magriço foi procurador do Ministério Público em Portugal durante 14 anos e chega a Macau como o terceiro jurista português contratado pela AL este ano.

O jurista, de 44 anos, exerceu funções de procurador ao longo de 14 anos, antes de ser nomeado para o Gabinete de Francisca Van Dunem e publicou em 2014 um livro sobre “A exploração sexual de crianças no ciberespaço”, fruto da sua tese de mestrado «Competitive Intelligence», apresentada na Academia Militar.

Manuel Magriço esteve em Macau em Janeiro de 2016 para participar num workshop intitulado “TAIEX (Technical Assistance & Information Exchange Instrument) – Workshop de Especialistas em prevenção e combate ao Tráfico de Seres Humanos e Protecção às Vítimas”, na Escola Superior das Forças de Segurança de Macau.

Mais um

O magistrado torna-se assim no terceiro jurista português a ser contratado pela AL este ano, juntando-se a Maria José da Costa Morgado, juíza desembargadora, em funções desde Janeiro, e ao jurista Paulo Henriques que transitou dos Serviços de Administração e Função Pública de Macau para a Assembleia Legislativa no passado mês de Maio.

A entrada de três portugueses este ano para a equipa de assessoria jurídica acontece após a Mesa da AL ter decidido não renovar os contratos dos juristas Paulo Cardinal e Paulo Taipa que terminaram funções no final de 2018 ao fim de 26 anos e 17 anos, respectivamente, de trabalho no órgão legislativo. Paulo Taipa regressou a Portugal e foi nomeado adjunto da secretária de Estado Adjunta da Administração Interna, em Abril deste ano.

2 Jul 2019

Governo diz que há sete projectos de prevenção de cheias

[dropcap]C[/dropcap]heong Chui Ling, chefe de gabinete do secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, disse, em resposta a uma interpelação escrita da deputada Ella Lei, que actualmente estão em curso sete projectos de infra-estruturas de prevenção de cheias, seis deles coordenados pela Secretaria para os Transportes e Obras Públicas e um pelo Instituto de Assuntos Municipais (IAM).

A obra que está sob responsabilidade do IAM é a instalação de uma box-culvert da estação elevatória de águas pluviais do Porto Interior, cujo projecto foi iniciado em Fevereiro de 2019 e deve estar concluído em 2021.

Ella Lei pediu um calendário específico ao Governo, mas Cheong Chui Ling disse que não podem ser adiantadas datas sem ter a certeza dos detalhes dos vários projectos. O chefe de gabinete de Raimundo do Rosário deu mesmo como exemplo o projecto de requalificação dos estaleiros de Lai Chi Vun, que está dependente do processo de classificação de património cultural.

2 Jul 2019

Portugal tenciona abrir consulado honorário em Malaca

[dropcap]O[/dropcap] secretário de Estado das Comunidades Portuguesas anunciou sábado à Lusa que o Governo português pretende abrir um consulado honorário em Malaca, onde existe um legado patrimonial e imaterial desde a chegada de Afonso de Albuquerque, em 1511.

“O senhor embaixador está a elaborar uma proposta que irá submeter ao Ministério dos Negócios Estrangeiros (…) para criarmos aqui, em Malaca, um consulado honorário, disse à Lusa José Luís Carneiro, à margem da 2.ª Conferência das Comunidades Portuguesas na Ásia.

O encontro juntou no Bairro Português de Malaca representantes das comunidades asiáticas descendentes de portugueses, numa iniciativa de partilha das raízes culturais, com cerca de 300 luso-asiáticos, de várias comunidades do continente.

“Depois de ser apreciado pelas autoridades portugueses [pretensão de abrir consulado honorário em Malaca] irá ser submetido às autoridades malaias”, explicou o responsável português, que esteve reunido na sexta-feira com o secretário-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Malásia, Muhammad Shahrul Ikram Yaakob, em Kuala Lumpur.

“Tratar-se-á de um consulado honorário e naturalmente para que possa ser criado é necessário que haja condições físicas, materiais, para que possa funcionar como um consulado honorário”, revelou José Luís Carneiro, não apontando, contudo, uma possível data de abertura.

Acompanhado pelos artistas das comunidades de herança portuguesa da Indonésia, Malásia, Tailândia e Sri Lanka, que atuaram durante a conferência, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas assumiu o compromisso de ajudar estas comunidades através de apoio financeiro para actividades culturais e de preservação do legado deixado pelos portugueses, durante a época dos descobrimentos.

“Assumi o compromisso com a associação Coração de Malaca (e outras Organizações não-governamentais) em Malaca de os apoiar na elaboração de candidaturas para efeitos de financiamento por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros (…) no apoio ao trabalho que aqui desenvolvem relativo à defesa e valorização da herança histórica que aqui une comunidades de toda esta região, desde a Indonésia, até Macau, Singapura, Tailândia e Malaca”, disse.

“Como se vê, são jovens que serão o futuro destas comunidades que aqui mostram a sua ligação a Portugal”, disse enquanto interagia com aqueles jovens luso-asiáticos.

O responsável português lembrou ainda o trabalho feito por dois portugueses em Malaca que querem identificar todo o património imaterial deixado por Portugal, desde o século XVI na cidade costeira da Malásia, onde ainda vive uma forte comunidade que diz ser portuguesa, e disse que o Governo os vai ajudar na candidatura à UNESCO, para que esta organização reconheça este património único.

Joana Bastos e Bruno Rego, dois bolseiros Fernão Mendes Pinto, um projecto de parceria entre a associação Coração de Malaca e o instituto Camões, disseram à Lusa que estão, desde que aterraram em Malaca, há cerca de três meses, a desenvolver um mapeamento cultural que vai abranger toda a comunidade luso-malaia com o objectivo de enviar estas informações à UNESCO

Por fim, o Secretário das Comunidades Portugueses anunciou ainda que para o ano, durante as celebrações do São Pedro em Malaca, o grupo vencedor das marchas de Santo António em Lisboa irá participar nas festividades da cidade outrora conquistada pelos portugueses.

As festividades do São Pedro arrancaram na sexta-feira em Malaca e terminaram este domingo.
A relação de Portugal com Malaca remonta a 1509, quando Diogo Lopes Sequeira, enviado do Rei D. Manuel, aportou em Malaca para estabelecer relações e dois anos mais tarde Afonso de Albuquerque desembarcou em Malaca, demoliu a Grande Mesquita, e levantou no local uma fortaleza que seria um importante entreposto comercial.

1 Jul 2019

Relações luso-chinesas entre 1644 e 1911 tema de curso na Fundação Oriente em Macau

[dropcap]A[/dropcap]s relações entre Portugal e a China entre 1644 e 1911 vão estar em foco num curso, na próxima semana, que vai realizar-se na delegação de Macau da Fundação Oriente.

“Dois Impérios, Cinco Tempos”, ministrado por Jorge Santos Alves, vai analisar as relações luso-chinesas, durante as duas últimas dinastias imperiais, a de Bragança em Portugal, e a Qing na China, em articulação com a evolução histórica de Macau, porto entre os dois impérios e com a história geral da Ásia oriental na transição para o período colonial, de acordo com um comunicado da delegação de Macau da Fundação Oriente.

“A compreensão desse quadro geral será repartida em Cinco Tempos, que correspondem a outros tantos processos históricos, alguns dos quais com forte ligação à época contemporânea”, indicou.

Este curso de formação avançada terá quatro sessões de duas horas, que vão decorrer entre 8 e 12 de Julho, na Casa Garden, em Macau. Jorge Santos Alves é professor auxiliar da Faculdade de Ciências Humanas e Coordenador do Instituto de Estudos Asiáticos, da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa.

Além de investigador sénior do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura (FCH-UCP), Jorge Santos Alves dirige a Revista Oriente, da Fundação Oriente. Foi professor convidado da Universidade de Macau (2006-2010), onde tinha ensinado a título permanente entre 1990 e 1996.

1 Jul 2019

Manifestantes investem contra a entrada do Conselho Legislativo de Hong Kong

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong travou hoje, usando gás pimenta, manifestantes que investiram contra o edifício do Conselho Legislativo, quando decorre a marcha anual pela democracia no 22.º aniversário do regresso do território à China.

De acordo com a imprensa local, os manifestantes conseguiram quebrar algumas portas de vidro do edifício, enquanto a polícia de choque tentava dispersar a multidão com gás pimenta.
Devido aos confrontos, a organização Civil Human Rights Front [Frente Civil de Direitos Humanos] já indicou que a marcha não vai terminar no Conselho Legislativo, como estava previsto, mas num local próximo.

Milhares de pessoas estão concentradas nas ruas da região administrativa especial chinesa para a marcha anual em prol da democracia, que este ano é também uma marcha contra as controversas emendas à lei de extradição, que permitiria extradições para a China continental.

Esta manhã, pouco antes da tradicional cerimónia do hastear das bandeiras da China e de Hong Kong, a polícia carregou sobre grupos de manifestantes, sobretudo jovens, que tentavam bloquear algumas das principais artérias da cidade.

1 Jul 2019

A grande dama do chá

Por Fernando Sobral

 

[dropcap]A[/dropcap] porta não tinha número. Só uma luz fosca, que vinha do interior de uma lanterna vermelha que se agitava ao sabor da brisa nocturna, deixava entender que ali havia uma casa comercial. Daqueles muito comuns na Rua da Felicidade, onde os donos nem vendiam nem compravam produtos. Eram fachadas para o jogo e para o consumo de ópio que se fazia no interior, algo que não inquietava ninguém, nem mesmo as autoridades policiais. Cada um vivia no seu mundo, como sempre acontecia em Macau. Cada casa daquelas escondia segredos muito próprios, tal como as pessoas que ali entravam. Quando Du Yuesheng entrou naquele local anónimo pediu aos seus guarda-costas para ficarem à porta. Nada o espantava, nem o fumo intoxicante, nem as luzes difusas, nem as prostitutas de olhar cansado que circulavam no interior em busca de clientes, nem os homens que, concentrados no jogo do fan-tan, não olhavam para quem entrava. Sabia que, mais escondidos, estavam os salões de ópio e os divãs onde alguns homens procuravam um pouco de amor e sexo. Até ali havia alguma discrição. Era um local para os mais pobres e marinheiros que não conseguiam entrar nos melhores bordéis e casas de jogo da rua de todas as perdições. Du caminhou calmamente em busca do seu objectivo. Tossiu, ao sentit o cheiro misturado do tabaco e do ópio de pouca qualidade. Num canto, com pouca luz, viu-o. Estava sozinho, com cartas na mão. Olhava para as que estavam sobre a mesa e para as que tinha entre os dedos. Jogava poker consigo próprio. Tinha um espelho na mesa, para onde olhava fixamente de vez em quando. Estudava a postura da sua cara, treinando uma das componentes principais do poker, o bluff. Algo que muitos diziam que era errado e imoral. Mas, que, de facto, era admirado como forma de sucesso.

Luc LeFranc estava assim, concentrado ou, pelo menos, abstraído de tudo o que o cercava. Du aproximou-se e ficou perto dele. Depois sentou-se à sua frente. Nem assim Luc desviou os olhos das cartas. O seu ar era um pouco oriental, o que era natural num filho de uma chinesa e de um francês. Conhecedor da língua chinesa, e também do francês, singrara rapidamente na polícia do quarteirão francês de Xangai. Fora lá que se tinham conhecido. Luc era conhecido pela sua razoável honestidade, algo que também era importante num mundo onde todos pareciam ser corruptos ou desejosos de o ser. Du devia-lhe algo. Era uma época sangrenta, sem muitas regras.

Nessa altura o chefe dos serviços secretos de Chiang Kai-shek, Dai Li, matava todos os suspeitos de serem comunistas em Xangai. E estes retaliavam como podiam. Du alinhava com Dai Li, e o seu Bando Verde era conhecido pela sua ferocidade. Quando tentaram raptar uma das amantes de Du, na Rue Lafayette, Luc vira e anotara a matrícula do carro que a levava. Fizera com que ela chegasse a Du. E este enviara os seus fiéis em busca dos raptores, que tinham sido mortos com uma violência inimaginável. Du agradecera-lhe, mas talvez cansado de tudo o que acontecia por esses dias, Luc LeFranc fugira de Xangai e refugiara-se em Macau. Ou talvez tivesse seguido uma mulher. Nunca se soube. Du, que não esquecia certos gestos, protegera-o discretamente de todos os que tinham contas a ajustar com LeFranc. Escondera o facto de ele viver em Macau e ganhar a vida a jogar. Mas sabia o que ele fazia. E viera ter com ele. Porque Luc LeFranc tinha olhos e ouvidos em todo o lado. Quem quisesse ganhar a guerra da informação em Macau tinha de contar com ele. Ao fim de algum tempo, Luc levantou os olhos das cartas, sorriu, e disse:

– O que o traz a Macau, senhor Yuesheng?
– Podes tratar-me por Du. Sempre o fizeste em Xangai.

Fez uma pausa antes de prosseguir:

– Não sabes porque estou aqui?

O olhar de Luc enfrentou o de Du. Continuava igual, irónico e mordaz, tal como o gangster o tinha conhecido em Xangai.

– Eu sei que és perseguido, mas não é isso que te traz aqui. Não estás com medo. Que queres saber, Du?

– Como está a correr a tua vida pacata.
– Só isso? É pouco. Não te incomodarias em vir até este sítio sebento só para saberes isso.
– É verdade. Não vale a pena mentir-te. Jin Shixin. Lembras-te dela, de Xangai? Como se tem comportado ela?
– Não é isso que queres saber. Queres saber quem ó o português, não é?

Du olhou à volta, para aquele ambiente escuro e encardido. Um dos que não era frequentado por ocidentais. Ali dentro só estavam chineses e Luc. Mesmo assim não era completamente seguro. Poderia haver comunistas ou agentes japoneses. Mas estava mais tranquilo. Lera no “South China Morning Post” uma notícia sobre ele que o deixara confiante. Dizia que tinha sido avistado em Hong Kong. Era bom que os seus inimigos e os japoneses acreditassem. Assim estava mais seguro em Macau. Voltou a olhar à volta, por precaução. Todos estavam com atenção ao jogo e não a eles. Luc deu uma gargalhada.

– Não te preocupes, Du. Todos eles estão aqui pelo fan-tan e pelas mulheres. Ninguém sabe quem tu és.

Du Yuesheng olhou para as cartas que estavam em cima da mesa.

– Continuas a jogar, Luc?
– Todos temos as nossas maneiras de ganhar a vida. Eu tenho o jogo. Chega-me para viver feliz. O Du tinha poder. Mas, já viu, o que é o poder?

Os olhos de Luc pareciam imersos numa abstracção sombria, olhavam para as cartas num jogo solitário. Vinha para ali abstrair-se antes de sair para ir jogar, e ganhar, nos hotéis e salas de jogo frequentados por ocidentais.

– Já não tenho tempo para sentimentos, Du. Tenho relações comerciais.

Luc falava pouco. Sabia o perigo que era, nesses dias, dizer o que se pensava ou se sabia. Agora todos se abstinham de confidências junto das pessoas que tinham conhecido pouco antes, pois num bar de hotel todos poderiam estar a soldo de alguém ou de um serviço secreto. Macau já estava cheio deles. Todos desconfiavam de todos. Du percebeu:

– Aqui até a lealdade tem um preço, não é verdade, Luc?
– Sim, é isso. Por isso é que este lugar é seguro. Aqui só vêm os que pouco têm. Por isso neste local imundo ouve-se o que mais ninguém escuta. Que desejas afinal?
– Informações. Saber o que todos fazem em Macau.
– É possível. E em troca?
– Tenho uma informação que te interessa.
– Não sabes nada que me interesse, Du. Tudo o que sabes, eu sei. Tal como acontecia em Xangai, mas ao contrário. Aí tu é que sabias tudo. Mas serás informado. Sobre os japoneses. Sobre os negócios.

Du sorriu. Luc aprendera o valor da informação. Perguntou-lhe:

– Não tens medo de perder todo o teu dinheiro ao jogo?
– Não, Du. Nunca perderei ao jogo porque não tenho nada a perder.

1 Jul 2019

Trump é o primeiro Presidente americano a entrar na Coreia do Norte

Donald Trump tornou-se ontem no primeiro Presidente dos Estados Unidos a entrar em solo da Coreia do Norte, depois de cumprimentar o líder norte-coreano, Kim Jong-un

 

[dropcap]E[/dropcap]ste foi o terceiro encontro entre os presidentes dos dois países, depois da cimeira histórica de Singapura em Junho de 2018 e o encontro de Hanói em Fevereiro passado. “É um grande dia para o mundo”, disse Donald Trump depois de ter cumprimentado Kim Jong-un, cerca das 15:50 locais (14:50 em Macau). O Presidente norte-coreano afirmou que espera “ultrapassar as barreiras” graças às ligações com Donald Trump.

O encontro não será suficiente para solucionar o delicado ‘dossier’ nuclear norte-coreano, mas é simbólico para os dois países, que antes se ameaçavam de aniquilação mutuamente.

Este encontro, que ocorreu na vila de Panmunjon, onde foi assinado o armistício (entre as duas coreias) de 1953, “significa que queremos pôr termo a um passado infeliz e tentar criar um novo futuro”, afirmou ainda o Presidente norte-americano antes de uma reunião privada com o homólogo norte-coreano.

Donald Trump disse ainda que vai convidar o líder norte-coreano, Kim Jong-un, a visitar Washington “no momento certo”. “Vou convidá-lo agora mesmo à Casa Branca”, afirmou Trump, depois de se encontrar com Kim na fronteira entre as coreias e momentos antes de ambos iniciarem uma reunião privada junto da linha divisória e da zona desmilitarizada (DMZ).

O Presidente dos Estados Unidos afirmou também que os dois países vão iniciar reuniões de trabalho “nas próximas três semanas” sobre o processo de desnuclearização. “O que vai acontecer é que nas próximas duas ou três semanas as equipas vão começar a trabalhar”, disse Trump, depois de concluir o encontro à porta fechada com Kim Jong-un, na fronteira entre as Coreias e que durou cerca de 50 minutos.

Apesar deste passo, o Presidente norte-americano disse que as actuais sanções à Coreia do Norte vão continuar em vigor.

Comitiva familiar

Antes de deixar solo sul-coreano, Donald Trump disparou as habituais críticas à Administração Obama e contra os meios de comunicação social, enquanto o Presidente Moon Jae-in se manteve em silêncio. O Presidente norte-americano agradeceu a Kim Jong-un a gentileza de o ter salvo das críticas dos jornalistas presentes e categorizou as relações com Pyongyang com a Administração Obama como “desastrosas”.

Porém, o alvo preferencial de Trump antes de entrar na zona desmilitarizada foram os jornalistas. “Se ele decidisse não aparecer, vocês iriam atacar-me fortemente. Quero agradecer-lhe [a Kim Jong-un] por ter sido tão rápido em proporcionar este encontro. Movemos montanhas”, disse Trump, antes de entrar na zona desmilitarizada.

Entre a comitiva norte-americana estiveram Ivanka Trump e o seu marido Jared Kushner. Assim que o casal saiu de uma das casas que estão ao longo da linha de demarcação, uma jornalista da Bloomberg perguntou à filha do Presidente norte-americano como tinha sido entrar na Coreia do Norte. “Surreal” foi a resposta de Ivanka Trump.

1 Jul 2019

Cimeira do G20 termina com apoio ao comércio livre e crescimento económico

[dropcap]O[/dropcap]s países do G20 concluíram no sábado a cimeira daquele grupo com uma declaração de apoio “aos fundamentos do livre comércio” e ao “crescimento económico”, com as tensões globais como pano de fundo, segundo o Japão, que recebeu a reunião.

Os líderes do G20 “concordaram na sua determinação em favorecer o crescimento económico” e mostraram “ansiedade e descontentamento no contexto da globalização” e pelo “sistema comercial global”, afirmou o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, numa conferência de imprensa no final da reunião de dois dias. O grupo “foi capaz de reafirmar os fundamentos do livre comércio”, segundo Abe, que sublinhou em particular o apoio do G20 a “alcançar mercados abertos, livres e não discriminatórios” e “um terreno de jogo justo”.

“É difícil encontrar uma solução para tantos desafios globais de uma só vez, mas conseguimos mostrar uma vontade comum em muitas áreas”, afirmou o primeiro-ministro nipónico.

Os mandatários também reconheceram os “claros riscos da desaceleração da economia global”, segundo Abe, adiantando que os países do G20 “estiveram de acordo na sua determinação em favorecer o crescimento económico” e “reformar a Organização Mundial do Comércio (OMC)”.

O comunicado final acordado pelos líderes do G20 sublinha “a intensificação das tensões geopolíticas e comerciais”, mas no texto não se inclui qualquer menção ao auge do proteccionismo, no actual contexto de conflitos comerciais entre os Estados unidos e a China e outros países.

“O crescimento global parece estar a estabilizar-se, e em geral espera-se um crescimento moderado mais à frente este ano e em 2020”, sublinha a declaração conjunta do G20, que também se compromete a “enfrentar os riscos” derivados das tensões anteriormente mencionadas e a “empreender mais acções” se for necessário.

Entretanto, 19 dos 20 membros do G20 – sem os Estados Unidos – reafirmaram em Osaka o compromisso da “implementação completa” do acordo assinado em 2015 em Paris sobre a luta contra o aquecimento global. Os signatários concordam na “irreversibilidade” deste acordo, numa declaração final redigida em termos similares aos publicados no final do G20 no ano passado mas obtido com dificuldade devido à oposição de Washington.

1 Jul 2019