Suicídio | Dados revelam redução do número de casos 

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde de Macau (SSM) dão conta de uma redução do número de casos de suicídio não apenas em relação ao início do ano, mas também em relação ao período homólogo do ano passado. Um comunicado dá conta que “no período entre Julho e Setembro de 2019 foram registadas 18 situações consideradas como suicídios, em que dez vítimas eram residentes locais, o que perfaz 55.6 por cento, e oito eram cidadãos não residentes, representando 44.4 por cento”.

No total, “este valor corresponde a uma descida de seis por cento relativa aos primeiros trimestres de 2019 e em comparação com o período homólogo do ano passado”. No total dos três trimestres foram registados 47 suicídios, aponta ainda a mesma nota dos SSM.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, anualmente mais de 800 mil pessoas cometem suicídio, ou seja, há um suicídio a cada 40 segundos. Embora as causas sejam complexas, e muitas das vezes envolverem doenças mentais, factores psicológicos, sócio-económicos e familiares, entre outros.

Os SSM informam ainda que em vários centros de saúde do território foram abertas consultas externas de saúde mental, além de que várias associações locais sem fins lucrativos, tal como a União Geral das Associações dos Moradores de Macau e Associação Geral das Mulheres de Macau, entre outras, criaram entidades de aconselhamento psicológico na comunidade totalmente gratuitos.

28 Out 2019

Suicídio | Dados revelam redução do número de casos 

[dropcap]O[/dropcap]s Serviços de Saúde de Macau (SSM) dão conta de uma redução do número de casos de suicídio não apenas em relação ao início do ano, mas também em relação ao período homólogo do ano passado. Um comunicado dá conta que “no período entre Julho e Setembro de 2019 foram registadas 18 situações consideradas como suicídios, em que dez vítimas eram residentes locais, o que perfaz 55.6 por cento, e oito eram cidadãos não residentes, representando 44.4 por cento”.
No total, “este valor corresponde a uma descida de seis por cento relativa aos primeiros trimestres de 2019 e em comparação com o período homólogo do ano passado”. No total dos três trimestres foram registados 47 suicídios, aponta ainda a mesma nota dos SSM.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, anualmente mais de 800 mil pessoas cometem suicídio, ou seja, há um suicídio a cada 40 segundos. Embora as causas sejam complexas, e muitas das vezes envolverem doenças mentais, factores psicológicos, sócio-económicos e familiares, entre outros.
Os SSM informam ainda que em vários centros de saúde do território foram abertas consultas externas de saúde mental, além de que várias associações locais sem fins lucrativos, tal como a União Geral das Associações dos Moradores de Macau e Associação Geral das Mulheres de Macau, entre outras, criaram entidades de aconselhamento psicológico na comunidade totalmente gratuitos.

28 Out 2019

Forças de Segurança | Sulu Sou pede mudanças nos turnos em dias feriados 

[dropcap]O[/dropcap] deputado Sulu Sou interpelou o Governo sobre a necessidade de alterar o regime de trabalho dos agentes das Forças de Segurança que prestam serviço por turnos durante os dias feriados. Para o deputado do campo pró-democrata, estes agentes que prestam serviço em dias feriados estão sujeitos a um regime completamente diferente em relação aos restantes funcionários públicos das Forças de Segurança, o que constitui uma desigualdade ao nível da compensação dos feriados. Isto porque quando estes agentes trabalham em dias feriados não são recompensados posteriormente.

“Apesar de Wong Sio Chak (secretário para a Segurança) ter explicado que estes agentes recebem uma remuneração suplementar mensal, que corresponde ao índice 100 da tabela indiciária, os demais trabalhadores da Função Pública que também trabalham nas Forças de Segurança têm direito a usufruir de uma compensação dos dias feriados”, disse o deputado.

Neste sentido, Sulu Sou quer saber quando é que o Governo vai levar a cabo uma alteração do regime de remuneração suplementar mensal, além de incluir todos os funcionários das Forças de Segurança no regime geral, que inclui o pagamento de horas extras e de compensação do trabalho por turnos.

28 Out 2019

Forças de Segurança | Sulu Sou pede mudanças nos turnos em dias feriados 

[dropcap]O[/dropcap] deputado Sulu Sou interpelou o Governo sobre a necessidade de alterar o regime de trabalho dos agentes das Forças de Segurança que prestam serviço por turnos durante os dias feriados. Para o deputado do campo pró-democrata, estes agentes que prestam serviço em dias feriados estão sujeitos a um regime completamente diferente em relação aos restantes funcionários públicos das Forças de Segurança, o que constitui uma desigualdade ao nível da compensação dos feriados. Isto porque quando estes agentes trabalham em dias feriados não são recompensados posteriormente.
“Apesar de Wong Sio Chak (secretário para a Segurança) ter explicado que estes agentes recebem uma remuneração suplementar mensal, que corresponde ao índice 100 da tabela indiciária, os demais trabalhadores da Função Pública que também trabalham nas Forças de Segurança têm direito a usufruir de uma compensação dos dias feriados”, disse o deputado.
Neste sentido, Sulu Sou quer saber quando é que o Governo vai levar a cabo uma alteração do regime de remuneração suplementar mensal, além de incluir todos os funcionários das Forças de Segurança no regime geral, que inclui o pagamento de horas extras e de compensação do trabalho por turnos.

28 Out 2019

AL | Chui Sai On no hemiciclo dia 12 de Novembro

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, vai estar na Assembleia Legislativa no próximo dia 12 de Novembro para fazer um balanço do trabalho do Governo face ao ano que está a terminar.

Além deste assunto, Chui Sai On vai fazer um lançamento do orçamento para o ano económico de 2020, que será depois executado pelo futuro Chefe do Executivo, Ho Iat Seng. Segundo o comunicado emitido pelo Gabinete de Comunicação Social, após a sessão plenária, o Chefe do Executivo vai responder às questões da imprensa no Palácio do Governo.

28 Out 2019

AL | Chui Sai On no hemiciclo dia 12 de Novembro

[dropcap]O[/dropcap] Chefe do Executivo, Chui Sai On, vai estar na Assembleia Legislativa no próximo dia 12 de Novembro para fazer um balanço do trabalho do Governo face ao ano que está a terminar.
Além deste assunto, Chui Sai On vai fazer um lançamento do orçamento para o ano económico de 2020, que será depois executado pelo futuro Chefe do Executivo, Ho Iat Seng. Segundo o comunicado emitido pelo Gabinete de Comunicação Social, após a sessão plenária, o Chefe do Executivo vai responder às questões da imprensa no Palácio do Governo.

28 Out 2019

Seminário | Pereira Coutinho e Rita Santos com Bolsonaro na China

[dropcap]O[/dropcap]s conselheiros do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), Rita Santos e José Pereira Coutinho, participaram na sexta-feira, 25, no Seminário Empresarial Brasil-China, que marcou os 45 anos do início de laços bilaterais. Este evento contou com a presença do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e do Vice- Primeiro Ministro Chinês Hu Chunhua.

Segundo um comunicado do CCP, “o Presidente Jair Bolsonaro realçou a importância das relações comerciais entre Brasil e China, as quais têm aumentado de forma substancial nos últimos tempos, principalmente no que diz respeito às exportações de soja e carnes para a China”. Por seu lado, Hu Chunhua “realçou a importância da China continuar a abrir as portas cada vez maiores ao investimento exterior e a importância da globalização comercial”.

Nos encontros de networking participaram Rita Santos e José Pereira Coutinho, tendo sido salientada a “importância de Macau como plataforma de serviços no aprofundamento das relações entre a China e Brasil, tendo alguns deles participados nas actividades oficiais e empresariais em Macau”.

28 Out 2019

Seminário | Pereira Coutinho e Rita Santos com Bolsonaro na China

[dropcap]O[/dropcap]s conselheiros do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), Rita Santos e José Pereira Coutinho, participaram na sexta-feira, 25, no Seminário Empresarial Brasil-China, que marcou os 45 anos do início de laços bilaterais. Este evento contou com a presença do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e do Vice- Primeiro Ministro Chinês Hu Chunhua.
Segundo um comunicado do CCP, “o Presidente Jair Bolsonaro realçou a importância das relações comerciais entre Brasil e China, as quais têm aumentado de forma substancial nos últimos tempos, principalmente no que diz respeito às exportações de soja e carnes para a China”. Por seu lado, Hu Chunhua “realçou a importância da China continuar a abrir as portas cada vez maiores ao investimento exterior e a importância da globalização comercial”.
Nos encontros de networking participaram Rita Santos e José Pereira Coutinho, tendo sido salientada a “importância de Macau como plataforma de serviços no aprofundamento das relações entre a China e Brasil, tendo alguns deles participados nas actividades oficiais e empresariais em Macau”.

28 Out 2019

Eleição Indirecta | CAEAL proíbe telemóveis

[dropcap]A[/dropcap] Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) emitiu uma instrução a proibir o “uso de telemóvel e outros equipamentos de telecomunicação com função de captação de imagens” dentro da assembleia de voto. A instrução para a eleição por sufrágio indirecto que se realiza no dia 24 de Novembro é vinculativa.

Segundo a CAEAL, depois da instrução “todas as pessoas que se encontram na assembleia de voto estão proibidas de usar telemóvel e qualquer outro dispositivo de telecomunicação, nomeadamente aparelho de recados e walkie-talkie, aparelho de captação de som e equipamento de recolha de imagem em fotografia ou vídeo” arriscam cometer o crime de desobediência qualificada, que envolve uma pena de até dois anos de prisão.

Nas eleições de 24 de Novembro apenas existe um candidato, o empresário Wong Sai Man, que vai substituir Ho Iat Seng, após este ter deixado o hemiciclo para assumir a função de Chefe do Executivo.

28 Out 2019

Eleição Indirecta | CAEAL proíbe telemóveis

[dropcap]A[/dropcap] Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) emitiu uma instrução a proibir o “uso de telemóvel e outros equipamentos de telecomunicação com função de captação de imagens” dentro da assembleia de voto. A instrução para a eleição por sufrágio indirecto que se realiza no dia 24 de Novembro é vinculativa.
Segundo a CAEAL, depois da instrução “todas as pessoas que se encontram na assembleia de voto estão proibidas de usar telemóvel e qualquer outro dispositivo de telecomunicação, nomeadamente aparelho de recados e walkie-talkie, aparelho de captação de som e equipamento de recolha de imagem em fotografia ou vídeo” arriscam cometer o crime de desobediência qualificada, que envolve uma pena de até dois anos de prisão.
Nas eleições de 24 de Novembro apenas existe um candidato, o empresário Wong Sai Man, que vai substituir Ho Iat Seng, após este ter deixado o hemiciclo para assumir a função de Chefe do Executivo.

28 Out 2019

Angola | Médicos chineses rompem barreira da língua e levam acupuntura aos doentes

As barreiras linguísticas não impedem que médicos chineses atendam as centenas de pacientes que acorrem diariamente ao Hospital Geral de Luanda (HGL) em busca de cuidados de saúde, oferecendo a acupuntura entre as especialidades desta unidade hospitalar. A saúde é uma das vertentes do investimento chinês em Angola, que já ultrapassou os 20 mil milhões de dólares

 

[dropcap]H[/dropcap]á quatro meses em Angola, no âmbito das relações bilaterais entre os dois países, os médicos chineses manifestam-se felizes por trabalhar no país africano e enaltecem as “relações saudáveis” que mantêm com os pacientes e com os “simpáticos” colegas angolanos e cubanos.

Dez médicos chineses, um intérprete e um cozinheiro compõem a equipa asiática que, desde Junho passado, trabalham no HGL, constituindo a quinta equipa médica que é enviada para Angola, desde 2009, no quadro da cooperação no sector.

Os médicos chineses contaram à Lusa as dificuldades diárias para comunicar em português, um processo no qual contam com a solidariedade de colegas e dos respectivos pacientes, socorrendo-se também de ‘software’ para traduções imediatas.

Huang Nan, pediatra, faz parte do grupo dos dez médicos chineses que trabalham no Hospital Geral de Luanda, edificado em 2006 pelos seus compatriotas, e destaca com satisfação a “ginástica” diária e necessária para falar com os doentes. “Trabalho com angolanos e cubanos, eles são simpáticos e eu gosto. Ensinam-nos como abordar os pacientes em português e temos boas relações, esforçamo-nos todos os dias”, disse o médico à agência Lusa, referindo que o diagnóstico é feito quando os doentes falam “pausadamente”. “Sim, quando eles falam devagar ou pausadamente conseguimos nos entender e aí fazemos o diagnóstico”, adiantou Huang Nan, de 34 anos.

Segundo o pediatra asiático, o ambiente laboral transforma-se dia após dia num círculo familiar, com a partilha de experiências profissionais, mas também momentos de convívio nas refeições com os colegas angolanos e cubanos, sobretudo no tempo livre.

Agulhas milenares

Zhang Xin, cirurgião geral, descreve o trabalho no HGL como “intenso”, particularmente no banco de urgência onde são atendidos mais de 200 pacientes/dia, “muitos em estado grave e com necessidade de cirurgia urgente”, uma afluência que difere do seu país.

Feliz por estar em Angola e a aprender com outros colegas a língua portuguesa, o cirurgião de 32 anos assegurou que “muitos doentes” já entendem as suas orientações, “mas, quando está difícil”, sublinha, recorrer aos colegas “é indispensável”.

Com uma capacidade para mais de 300 camas e para um atendimento diário de mais de 800 pacientes, o hospital dispõe das especialidades de pediatria, maternidade, neurologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia, cuidados intensivos, ortotraumatologia, bem como laboratórios e equipamentos avançados.

Oferece igualmente especialidades da medicina tradicional chineses como acupuntura, massagens e terapia auricular, entre outras.

Pelo menos 25 pacientes com problemas lombares, cervicais, de artrite, ou mesmo paralisia facial acorrem diariamente ao hospital para o tratamento com acupuntura e dizem-se “satisfeitos com os resultados” da terapia milenar chinesa. “Estou a sentir já melhorias. O tratamento vai bem, eles fazem as questões, respondemos prontamente e depois começam com a consulta e está a correr bem”, disse à Lusa a angolana Inês da Costa, 40 anos, que há dois meses recorre à acupuntura para tratar das dores lombares.

Satisfeito por trabalhar em Angola está também o acupunturista chinês, Zhou Zugang, que enumerou vantagens da técnica da aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo, apontando a satisfação dos doentes. “Aqui eu faço o tratamento com acupuntura e muitos pacientes gostam desse tratamento”, garantiu, realçando que a barreira do português tem sido ultrapassada diariamente.

Há oito anos com dores lombares, a angolana Edna Silva disse à Lusa que, em dois meses de tratamento com o recurso a acupuntura no HGL, tem registado melhorias significativas. “De princípio não estava a ver melhorias, mas agora já há evolução. Os médicos chineses percebem a nossa comunicação, eles têm um dispositivo no seu telefone que traduz automaticamente algumas palavras difíceis”, realçou.

Saúde acordada

“Trabalhar para a melhoria da saúde dos angolanos” é o lema do cardiologista Nie Wenzhen que, admitindo dificuldades para se expressar em português, não foge, no entanto, à “pressão diária de doentes”, particularmente no banco de urgência.

Para o médico chinês de 32 anos, que se diz feliz por trabalhar em Angola, os colegas angolanos e cubanos são fundamentais para se sentir em casa, porque, observou, “Deus ama o mundo e a medicina ama a humanidade”.

A presença destes médicos chineses em Angola faz parte de acordos intergovernamentais, nomeadamente através de um protocolo que é renovado a cada dois anos. Este mecanismo de cooperação voltou a ser reafirmado oficialmente em Setembro, assinado pelo secretário de Estado para a Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas, Domingos Vieira Lopes, e pelo embaixador da China em Angola, Gong Tao.

O protocolo estabeleceu que os encargos salariais e de viagens internacionais de ida e volta dos médicos são da responsabilidade do Governo chinês.

No final da cerimónia de assinatura do protocolo, o embaixador chinês revelou que, até ao momento, cerca de 200 mil cidadãos angolanos foram atendidos por médicos chineses. Gong Tao informou ainda que, nos últimos 10 anos, já passaram por Angola cinco equipas de médicos chineses, totalizando 70 especialistas.

O Hospital Geral de Luanda, edificado em 2006 e que teve de ser reconstruído seis anos depois por problemas estruturais, foi reinaugurado em Junho de 2015, após três meses de testes aos equipamentos chineses e de formação para os técnicos.

Milhões do oriente

“Nos últimos anos a China é um dos países principais que investiu em Angola e segundo estatísticas incompletas, até agora, o volume do investimento chinês no mercado angolano já ultrapassou 20 mil milhões de dólares norte americanos”, afirmou Gong Tao, em Setembro, num evento sobre as relações entre os dois países.

O embaixador deu conta também que a dívida de Angola para com o seu país saiu dos 23,3 mil milhões de dólares, em 2017, para 22,8 mil milhões em 2018.

Aludindo ao relatório do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, pedido pela embaixada, referiu que a dívida regista “reduções numéricas” e o seu pagamento “decorre na normalidade”.

“A dívida está a diminuir com os números, por exemplo, em 2017 era de 23,3 mil milhões de dólares, e em 2018 já baixou para 22,8 mil milhões, e, entretanto, é uma tendência para redução”, frisou.

A China é o maior parceiro comercial de Angola. O país asiático continua a ser o principal destino do petróleo angolano, absorvendo 61,56 por cento das exportações no segundo trimestre de 2019, seguido da Índia com 11,05 por cento e depois a Espanha com 3,80 por cento.

28 Out 2019

Angola | Médicos chineses rompem barreira da língua e levam acupuntura aos doentes

As barreiras linguísticas não impedem que médicos chineses atendam as centenas de pacientes que acorrem diariamente ao Hospital Geral de Luanda (HGL) em busca de cuidados de saúde, oferecendo a acupuntura entre as especialidades desta unidade hospitalar. A saúde é uma das vertentes do investimento chinês em Angola, que já ultrapassou os 20 mil milhões de dólares

 
[dropcap]H[/dropcap]á quatro meses em Angola, no âmbito das relações bilaterais entre os dois países, os médicos chineses manifestam-se felizes por trabalhar no país africano e enaltecem as “relações saudáveis” que mantêm com os pacientes e com os “simpáticos” colegas angolanos e cubanos.
Dez médicos chineses, um intérprete e um cozinheiro compõem a equipa asiática que, desde Junho passado, trabalham no HGL, constituindo a quinta equipa médica que é enviada para Angola, desde 2009, no quadro da cooperação no sector.
Os médicos chineses contaram à Lusa as dificuldades diárias para comunicar em português, um processo no qual contam com a solidariedade de colegas e dos respectivos pacientes, socorrendo-se também de ‘software’ para traduções imediatas.
Huang Nan, pediatra, faz parte do grupo dos dez médicos chineses que trabalham no Hospital Geral de Luanda, edificado em 2006 pelos seus compatriotas, e destaca com satisfação a “ginástica” diária e necessária para falar com os doentes. “Trabalho com angolanos e cubanos, eles são simpáticos e eu gosto. Ensinam-nos como abordar os pacientes em português e temos boas relações, esforçamo-nos todos os dias”, disse o médico à agência Lusa, referindo que o diagnóstico é feito quando os doentes falam “pausadamente”. “Sim, quando eles falam devagar ou pausadamente conseguimos nos entender e aí fazemos o diagnóstico”, adiantou Huang Nan, de 34 anos.
Segundo o pediatra asiático, o ambiente laboral transforma-se dia após dia num círculo familiar, com a partilha de experiências profissionais, mas também momentos de convívio nas refeições com os colegas angolanos e cubanos, sobretudo no tempo livre.

Agulhas milenares

Zhang Xin, cirurgião geral, descreve o trabalho no HGL como “intenso”, particularmente no banco de urgência onde são atendidos mais de 200 pacientes/dia, “muitos em estado grave e com necessidade de cirurgia urgente”, uma afluência que difere do seu país.
Feliz por estar em Angola e a aprender com outros colegas a língua portuguesa, o cirurgião de 32 anos assegurou que “muitos doentes” já entendem as suas orientações, “mas, quando está difícil”, sublinha, recorrer aos colegas “é indispensável”.
Com uma capacidade para mais de 300 camas e para um atendimento diário de mais de 800 pacientes, o hospital dispõe das especialidades de pediatria, maternidade, neurologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia, cuidados intensivos, ortotraumatologia, bem como laboratórios e equipamentos avançados.
Oferece igualmente especialidades da medicina tradicional chineses como acupuntura, massagens e terapia auricular, entre outras.
Pelo menos 25 pacientes com problemas lombares, cervicais, de artrite, ou mesmo paralisia facial acorrem diariamente ao hospital para o tratamento com acupuntura e dizem-se “satisfeitos com os resultados” da terapia milenar chinesa. “Estou a sentir já melhorias. O tratamento vai bem, eles fazem as questões, respondemos prontamente e depois começam com a consulta e está a correr bem”, disse à Lusa a angolana Inês da Costa, 40 anos, que há dois meses recorre à acupuntura para tratar das dores lombares.
Satisfeito por trabalhar em Angola está também o acupunturista chinês, Zhou Zugang, que enumerou vantagens da técnica da aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo, apontando a satisfação dos doentes. “Aqui eu faço o tratamento com acupuntura e muitos pacientes gostam desse tratamento”, garantiu, realçando que a barreira do português tem sido ultrapassada diariamente.
Há oito anos com dores lombares, a angolana Edna Silva disse à Lusa que, em dois meses de tratamento com o recurso a acupuntura no HGL, tem registado melhorias significativas. “De princípio não estava a ver melhorias, mas agora já há evolução. Os médicos chineses percebem a nossa comunicação, eles têm um dispositivo no seu telefone que traduz automaticamente algumas palavras difíceis”, realçou.

Saúde acordada

“Trabalhar para a melhoria da saúde dos angolanos” é o lema do cardiologista Nie Wenzhen que, admitindo dificuldades para se expressar em português, não foge, no entanto, à “pressão diária de doentes”, particularmente no banco de urgência.
Para o médico chinês de 32 anos, que se diz feliz por trabalhar em Angola, os colegas angolanos e cubanos são fundamentais para se sentir em casa, porque, observou, “Deus ama o mundo e a medicina ama a humanidade”.
A presença destes médicos chineses em Angola faz parte de acordos intergovernamentais, nomeadamente através de um protocolo que é renovado a cada dois anos. Este mecanismo de cooperação voltou a ser reafirmado oficialmente em Setembro, assinado pelo secretário de Estado para a Cooperação Internacional e Comunidades Angolanas, Domingos Vieira Lopes, e pelo embaixador da China em Angola, Gong Tao.
O protocolo estabeleceu que os encargos salariais e de viagens internacionais de ida e volta dos médicos são da responsabilidade do Governo chinês.
No final da cerimónia de assinatura do protocolo, o embaixador chinês revelou que, até ao momento, cerca de 200 mil cidadãos angolanos foram atendidos por médicos chineses. Gong Tao informou ainda que, nos últimos 10 anos, já passaram por Angola cinco equipas de médicos chineses, totalizando 70 especialistas.
O Hospital Geral de Luanda, edificado em 2006 e que teve de ser reconstruído seis anos depois por problemas estruturais, foi reinaugurado em Junho de 2015, após três meses de testes aos equipamentos chineses e de formação para os técnicos.

Milhões do oriente

“Nos últimos anos a China é um dos países principais que investiu em Angola e segundo estatísticas incompletas, até agora, o volume do investimento chinês no mercado angolano já ultrapassou 20 mil milhões de dólares norte americanos”, afirmou Gong Tao, em Setembro, num evento sobre as relações entre os dois países.
O embaixador deu conta também que a dívida de Angola para com o seu país saiu dos 23,3 mil milhões de dólares, em 2017, para 22,8 mil milhões em 2018.
Aludindo ao relatório do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola, pedido pela embaixada, referiu que a dívida regista “reduções numéricas” e o seu pagamento “decorre na normalidade”.
“A dívida está a diminuir com os números, por exemplo, em 2017 era de 23,3 mil milhões de dólares, e em 2018 já baixou para 22,8 mil milhões, e, entretanto, é uma tendência para redução”, frisou.
A China é o maior parceiro comercial de Angola. O país asiático continua a ser o principal destino do petróleo angolano, absorvendo 61,56 por cento das exportações no segundo trimestre de 2019, seguido da Índia com 11,05 por cento e depois a Espanha com 3,80 por cento.

28 Out 2019

Poluição luminosa | DSPA estuda mudanças de critérios

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) garantiu, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lam Lon Wai, que vai estudar, no próximo ano, possíveis mudanças nas regras de controlo da poluição ambiental.

“A DSPA tem estado atenta às recentes regulamentações das regiões vizinhas quanto ao controlo da poluição luminosa. As ‘instruções para controlo da poluição luminosa proveniente dos painéis publicitários, das iluminações decorativas e dos monitores LED no exterior dos edifícios’, vigentes em Macau, são comparáveis com os critérios adoptados nas regiões vizinhas.

A DSPA planeia iniciar o estudo sobre as medidas de controlo da poluição luminosa no próximo ano”, lê-se na resposta assinada por Raymond Tam, director da DSPA. Além disso, Raymond Tam disse ao deputado que “a DSPA está também a comunicar com as empresas de hotelaria para reforçar a implementação de instruções para controlo da poluição luminosa”.

25 Out 2019

Poluição luminosa | DSPA estuda mudanças de critérios

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) garantiu, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lam Lon Wai, que vai estudar, no próximo ano, possíveis mudanças nas regras de controlo da poluição ambiental.
“A DSPA tem estado atenta às recentes regulamentações das regiões vizinhas quanto ao controlo da poluição luminosa. As ‘instruções para controlo da poluição luminosa proveniente dos painéis publicitários, das iluminações decorativas e dos monitores LED no exterior dos edifícios’, vigentes em Macau, são comparáveis com os critérios adoptados nas regiões vizinhas.
A DSPA planeia iniciar o estudo sobre as medidas de controlo da poluição luminosa no próximo ano”, lê-se na resposta assinada por Raymond Tam, director da DSPA. Além disso, Raymond Tam disse ao deputado que “a DSPA está também a comunicar com as empresas de hotelaria para reforçar a implementação de instruções para controlo da poluição luminosa”.

25 Out 2019

Bolsonaro diz que China é um “país capitalista” no início de visita

[dropcap]O[/dropcap] Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, recusou ontem, à chegada à China, qualquer problema em reunir-se com o homólogo chinês e secretário-geral do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping, considerando estar num “país capitalista”.

Em declarações aos jornalistas no hotel onde está alojado, em Pequim, Bolsonaro assinalou que quer integrar-se “sem qualquer preconceito ideológico nas economias do mundo” e que fará “o que for possível para o desenvolvimento do país”.

“Estou num país capitalista”, disse o Presidente brasileiro, eleito pelo Partido Social Liberal (PSL), de direita, perante a insistência dos jornalistas sobre se seria problemático encontrar-se com os dirigentes comunistas chineses.

Adiantou ainda que o Brasil não pretende imiscuir-se na guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, considerando que não é “uma luta” brasileira.

Por outro lado, quando questionado sobre se os investimentos da multinacional tecnológica chinesa Huawei seriam bem acolhidos no Brasil, Jair Bolsonaro considerou que “por agora, essa hipótese está fora do radar”.

Os Estados Unidos pressionaram o Brasil para que a Huawei – empresa com a qual as companhias norte-americanas estão proibidas de fazer negócios – seja impedida de participar em licitações no país.

Jair Bolsonaro afirmou-se ainda satisfeito com a posição “equidistante” da China na questão dos incêndios na Amazónia, mostrando-se convicto de que continuará assim.

O grande parceiro

O Presidente do Brasil chegou ontem a Pequim, mas a visita oficial ao país só começará na sexta-feira quando se reunir com o Presidente da China, Xi Jinping, e com o primeiro-ministro Li Keqiang, além de participar num encontro empresarial entre o Brasil e a China.

A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil, com as trocas bilaterais a atingirem os 98.900 milhões de dólares em 2018.

Em 2018, as exportações para a China representaram 26,8 por cento do total das vendas do Brasil ao exterior e atingiram um pico de 64,2 mil milhões de dólares, beneficiando em parte das disputas comerciais entre Pequim e Washington.

No entanto, o Governo chinês afirmou ontem olhar a cooperação com o Brasil de uma perspectiva “estratégica” e a “longo prazo”, considerando que a cooperação bilateral “não se deve restringir à economia e comércio”.

Em declarações à agência Lusa, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse que os dois países devem “orientar o desenvolvimento em todas as dimensões”.

“Esperamos que esta visita sirva para avançar com a cooperação e gerar novas perspectivas”, afirmou Hua Chunying.

A eleição de Bolsonaro foi inicialmente recebida com apreensão pelas autoridades chinesas, face à sua aproximação a Taiwan e críticas feitas ao investimento chinês durante a campanha.
Bolsonaro tomou posse no início deste ano com a promessa de reformular a política externa brasileira, com uma reaproximação aos Estados Unidos, e pondo em causa décadas de aliança com o mundo emergente.

O Presidente brasileiro tem promovido um alinhamento com o homólogo norte-americano, Donald Trump, que deverá ter consequências directas nos fóruns multilaterais, negociações sobre o clima, Defesa ou conflito Israel-Palestina.

25 Out 2019

Bolsonaro diz que China é um "país capitalista" no início de visita

[dropcap]O[/dropcap] Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, recusou ontem, à chegada à China, qualquer problema em reunir-se com o homólogo chinês e secretário-geral do Partido Comunista Chinês, Xi Jinping, considerando estar num “país capitalista”.
Em declarações aos jornalistas no hotel onde está alojado, em Pequim, Bolsonaro assinalou que quer integrar-se “sem qualquer preconceito ideológico nas economias do mundo” e que fará “o que for possível para o desenvolvimento do país”.
“Estou num país capitalista”, disse o Presidente brasileiro, eleito pelo Partido Social Liberal (PSL), de direita, perante a insistência dos jornalistas sobre se seria problemático encontrar-se com os dirigentes comunistas chineses.
Adiantou ainda que o Brasil não pretende imiscuir-se na guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, considerando que não é “uma luta” brasileira.
Por outro lado, quando questionado sobre se os investimentos da multinacional tecnológica chinesa Huawei seriam bem acolhidos no Brasil, Jair Bolsonaro considerou que “por agora, essa hipótese está fora do radar”.
Os Estados Unidos pressionaram o Brasil para que a Huawei – empresa com a qual as companhias norte-americanas estão proibidas de fazer negócios – seja impedida de participar em licitações no país.
Jair Bolsonaro afirmou-se ainda satisfeito com a posição “equidistante” da China na questão dos incêndios na Amazónia, mostrando-se convicto de que continuará assim.

O grande parceiro

O Presidente do Brasil chegou ontem a Pequim, mas a visita oficial ao país só começará na sexta-feira quando se reunir com o Presidente da China, Xi Jinping, e com o primeiro-ministro Li Keqiang, além de participar num encontro empresarial entre o Brasil e a China.
A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil, com as trocas bilaterais a atingirem os 98.900 milhões de dólares em 2018.
Em 2018, as exportações para a China representaram 26,8 por cento do total das vendas do Brasil ao exterior e atingiram um pico de 64,2 mil milhões de dólares, beneficiando em parte das disputas comerciais entre Pequim e Washington.
No entanto, o Governo chinês afirmou ontem olhar a cooperação com o Brasil de uma perspectiva “estratégica” e a “longo prazo”, considerando que a cooperação bilateral “não se deve restringir à economia e comércio”.
Em declarações à agência Lusa, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse que os dois países devem “orientar o desenvolvimento em todas as dimensões”.
“Esperamos que esta visita sirva para avançar com a cooperação e gerar novas perspectivas”, afirmou Hua Chunying.
A eleição de Bolsonaro foi inicialmente recebida com apreensão pelas autoridades chinesas, face à sua aproximação a Taiwan e críticas feitas ao investimento chinês durante a campanha.
Bolsonaro tomou posse no início deste ano com a promessa de reformular a política externa brasileira, com uma reaproximação aos Estados Unidos, e pondo em causa décadas de aliança com o mundo emergente.
O Presidente brasileiro tem promovido um alinhamento com o homólogo norte-americano, Donald Trump, que deverá ter consequências directas nos fóruns multilaterais, negociações sobre o clima, Defesa ou conflito Israel-Palestina.

25 Out 2019

Centenas concentrados em Hong Kong em solidariedade com catalães

[dropcap]C[/dropcap]entenas de pessoas concentraram-se ontem em Hong Kong para manifestar solidariedade e apoio, segundo destacaram os próprios manifestantes, à “luta” dos “semelhantes catalães” pela “liberdade”.

A concentração, intitulada “Solidariedade entre Hong Kong e Catalunha”, começou com um minuto de silêncio dedicado “às pessoas que sacrificaram as respectivas vidas a lutar contra as ditaduras em todo o mundo”.

Após este momento, uma tela de grandes dimensões colocada no local da concentração mostrou imagens da polícia espanhola a investir contra os manifestantes na Catalunha, comunidade autónoma espanhola que testemunhou na semana passada violentos distúrbios e grandes manifestações independentistas.

Algumas pessoas agitavam bandeiras catalãs e entoavam frases de ordem como “Apoiar Hong Kong, Apoiar Catalunha”.

Os recentes protestos na Catalunha também tiveram eco em Hong Kong e chamaram a atenção de muitas pessoas naquela região administrativa da China, que nos últimos quatro meses também tem sido palco de grandes manifestações e de confrontos entre manifestantes e as forças policiais.

No entanto, e segundo relatam as agências internacionais, este gesto de solidariedade para com a Catalunha provocou nos últimos dias um intenso debate dentro do movimento pró-democracia de Hong Kong.

Enquanto algumas vozes defenderam o gesto de solidariedade para com os protestos e os manifestantes catalães, outras recearam que tal associação poderia diminuir o apoio internacional aos protestos realizados em Hong Kong.

O organizador da concentração, Ernesto Chow, disse, em declarações à agência espanhola EFE, que o objectivo da iniciativa era “condenar a brutalidade policial contra os manifestantes na Catalunha, especialmente contra quem protestou de forma pacífica”.

Sobre o debate que suscitou a convocatória desta marcha em Hong Kong, Ernesto Chow assegurou que o objectivo da acção “não tem nada a ver” com um eventual apoio à independência da Catalunha.

Entre os participantes na concentração também estavam catalães que actualmente trabalham em Hong Kong. Uma dessas pessoas, identificada pela EFE como Marina, afirmou estar “impressionada” pelo facto de os manifestantes de Hong Kong terem decidido “ampliar os horizontes” e prestar este gesto aos “semelhantes” catalães.

Penas pesadas

O Supremo Tribunal espanhol condenou, a 14 de Outubro, os principais dirigentes políticos envolvidos na tentativa de independência da Catalunha a penas que vão até um máximo de 13 anos de prisão.

A sentença motivou protestos independentistas, que começaram no próprio dia do anúncio do Supremo e se repetiram ao longo de vários dias em Barcelona e em outras cidades da região autónoma.

A par de várias manifestações pacíficas, a vaga de contestação ficaria igualmente marcada por distúrbios e violentos confrontos entre manifestantes mais radicais e as forças de segurança.
Hong Kong, antiga colónia britânica, está a atravessar a pior crise política desde a sua transferência para as autoridades chinesas em 1997.

Nos últimos quatro meses, o território semi-autónomo tem sido palco de manifestações pró-democracia que muitas vezes têm degenerado em confrontos entre as forças policiais e activistas mais radicais.

25 Out 2019

Prémio Sakharov | Distinção de Ilham Tohti ilustra pressão internacional

A questão dos abusos sobre a minoria ética uigur, em Xinjiang, volta a estar na ribalta após o professor de economia Ilham Tohti, condenado a prisão perpétua acusado de separatismo, ter sido distinguido pelo Parlamento Europeu com o Prémio Sakharov

 

[dropcap]I[/dropcap]lham Tohti, que foi ontem distinguido pelo Parlamento Europeu com o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, denunciou nas últimas décadas os abusos sofridos pela minoria étnica chinesa uigur no extremo noroeste da China.

Tohti, que era professor de Economia numa universidade de Pequim, até ter sido condenado à prisão perpétua por separatismo, em 2014, começou a escrever sobre as tensões e os abusos na região de Xinjiang nos anos 1990.

Com uma área quase 18 vezes superior à de Portugal e situada na fronteira com o Paquistão, Afeganistão e várias ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, Xinjiang é uma região rica em petróleo e gás natural, mas com reduzida densidade populacional.

Os uigures constituem mais de um terço dos seus 21 milhões de habitantes.
“Em textos e palestras, Ilham destacava as políticas do Governo que limitam o uso da língua uigur, restringem a capacidade dos uigures de praticar a sua própria religião, bloqueiam as suas possibilidades de conseguir um emprego e encorajam a migração dos Han para a região”, descreveu a Amnistia Internacional.

A República Popular da China – o país mais populoso do mundo, com cerca de 1.400 milhões de habitantes – define-se como “uma nação multiétnica”, formada por 56 etnias. Como os Han constituem cerca de 92% do conjunto, as outras são minorias étnicas.

Impedido pela censura chinesa de difundir o seu trabalho, o escritor criou o portal em chinês uighurbiz.net, que denunciava abusos dos direitos humanos sofridos pelos uigures.

O portal foi bloqueado pelas autoridades chinesas por várias vezes: primeiro antes dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, e depois entre Março e Abril do ano seguinte.

Depois de, em 2009, a capital de Xinjiang, Urumqi, ter sido o palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e os han, predominantes em cargos de poder político e empresarial regional, Tohti denunciou casos de uigures que foram presos, mortos ou desapareceram.

Na sequência daquele caso, o intelectual chinês ficou detido por várias semanas.
“O principal conflito em Xinjiang não se deve ao terrorismo ou ao contraterrorismo, mas antes à desigualdade e abuso de poder”, acusou Tohti, na altura. “Trata-se antes de como poderosos interesses instalados monopolizam os recursos do desenvolvimento”, descreveu.

Prisão perpétua

Em 15 de Janeiro de 2014, Ilham Tohti foi levado da sua casa em Pequim pela polícia.
Durante cinco meses, permaneceu incontactável e em local incerto, até que, em 23 de Setembro, foi condenado à prisão perpétua por “separatismo”.

Acusações de separatismo na China são frequentemente usadas pelas autoridades para suprimir críticas às políticas do Governo. Pequim considera que qualquer crítica às suas políticas étnicas visa promover disfarçadamente ideias separatistas.

“Embora Ilham se opusesse abertamente ao separatismo e quisesse apenas mostrar como as políticas de Pequim estavam a alimentar a polarização étnica, o governo concluiu que o seu trabalho estava a lançar muita luz sobre a terrível situação dos uigures”, descreveu a Amnistia Internacional.

Campos de reeducação

A distinção atribuída pelo Parlamento Europeu ilustra também a crescente pressão diplomática que Pequim enfrenta, devido às acusações de que mantém detidos cerca de um milhão de uigures em centros de doutrinação política em Xinjiang.

Antigos detidos revelaram que foram forçados a criticar o islão e a sua própria cultura e a jurar lealdade ao Partido Comunista Chinês (PCC), num reminiscente da Revolução Cultural (1966-1976), lançada pelo fundador da República Popular da China, Mao Zedong.

O Governo chinês, que primeiro negou a existência destes campos, afirmou, entretanto, tratar-se de centros de formação vocacional que visam integrar os uigures na sociedade.

Habitualmente, o presidente de cada governo regional pertence à mais importante minoria étnica da região, mas o líder da organização local do Partido Comunista – a verdadeira sede do poder político – costuma ser de etnia Han.

O actual secretário em Xinjiang, Chen Quanguo, é conhecido pelas políticas duras que promulgou anteriormente, enquanto ocupou o mesmo cargo no Tibete, outra região chinesa vulnerável ao separatismo.

Desde que, em 2016, foi transferido para o Xinjiang, a região converteu-se num Estado policial, com pontos de controlo policial e câmaras de circuito fechado, equipadas com reconhecimento facial, a tornarem-se omnipresentes.

25 Out 2019

Prémio Sakharov | Distinção de Ilham Tohti ilustra pressão internacional

A questão dos abusos sobre a minoria ética uigur, em Xinjiang, volta a estar na ribalta após o professor de economia Ilham Tohti, condenado a prisão perpétua acusado de separatismo, ter sido distinguido pelo Parlamento Europeu com o Prémio Sakharov

 
[dropcap]I[/dropcap]lham Tohti, que foi ontem distinguido pelo Parlamento Europeu com o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, denunciou nas últimas décadas os abusos sofridos pela minoria étnica chinesa uigur no extremo noroeste da China.
Tohti, que era professor de Economia numa universidade de Pequim, até ter sido condenado à prisão perpétua por separatismo, em 2014, começou a escrever sobre as tensões e os abusos na região de Xinjiang nos anos 1990.
Com uma área quase 18 vezes superior à de Portugal e situada na fronteira com o Paquistão, Afeganistão e várias ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central, Xinjiang é uma região rica em petróleo e gás natural, mas com reduzida densidade populacional.
Os uigures constituem mais de um terço dos seus 21 milhões de habitantes.
“Em textos e palestras, Ilham destacava as políticas do Governo que limitam o uso da língua uigur, restringem a capacidade dos uigures de praticar a sua própria religião, bloqueiam as suas possibilidades de conseguir um emprego e encorajam a migração dos Han para a região”, descreveu a Amnistia Internacional.
A República Popular da China – o país mais populoso do mundo, com cerca de 1.400 milhões de habitantes – define-se como “uma nação multiétnica”, formada por 56 etnias. Como os Han constituem cerca de 92% do conjunto, as outras são minorias étnicas.
Impedido pela censura chinesa de difundir o seu trabalho, o escritor criou o portal em chinês uighurbiz.net, que denunciava abusos dos direitos humanos sofridos pelos uigures.
O portal foi bloqueado pelas autoridades chinesas por várias vezes: primeiro antes dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, e depois entre Março e Abril do ano seguinte.
Depois de, em 2009, a capital de Xinjiang, Urumqi, ter sido o palco dos mais violentos conflitos étnicos registados nas últimas décadas na China, entre os uigures e os han, predominantes em cargos de poder político e empresarial regional, Tohti denunciou casos de uigures que foram presos, mortos ou desapareceram.
Na sequência daquele caso, o intelectual chinês ficou detido por várias semanas.
“O principal conflito em Xinjiang não se deve ao terrorismo ou ao contraterrorismo, mas antes à desigualdade e abuso de poder”, acusou Tohti, na altura. “Trata-se antes de como poderosos interesses instalados monopolizam os recursos do desenvolvimento”, descreveu.

Prisão perpétua

Em 15 de Janeiro de 2014, Ilham Tohti foi levado da sua casa em Pequim pela polícia.
Durante cinco meses, permaneceu incontactável e em local incerto, até que, em 23 de Setembro, foi condenado à prisão perpétua por “separatismo”.
Acusações de separatismo na China são frequentemente usadas pelas autoridades para suprimir críticas às políticas do Governo. Pequim considera que qualquer crítica às suas políticas étnicas visa promover disfarçadamente ideias separatistas.
“Embora Ilham se opusesse abertamente ao separatismo e quisesse apenas mostrar como as políticas de Pequim estavam a alimentar a polarização étnica, o governo concluiu que o seu trabalho estava a lançar muita luz sobre a terrível situação dos uigures”, descreveu a Amnistia Internacional.

Campos de reeducação

A distinção atribuída pelo Parlamento Europeu ilustra também a crescente pressão diplomática que Pequim enfrenta, devido às acusações de que mantém detidos cerca de um milhão de uigures em centros de doutrinação política em Xinjiang.
Antigos detidos revelaram que foram forçados a criticar o islão e a sua própria cultura e a jurar lealdade ao Partido Comunista Chinês (PCC), num reminiscente da Revolução Cultural (1966-1976), lançada pelo fundador da República Popular da China, Mao Zedong.
O Governo chinês, que primeiro negou a existência destes campos, afirmou, entretanto, tratar-se de centros de formação vocacional que visam integrar os uigures na sociedade.
Habitualmente, o presidente de cada governo regional pertence à mais importante minoria étnica da região, mas o líder da organização local do Partido Comunista – a verdadeira sede do poder político – costuma ser de etnia Han.
O actual secretário em Xinjiang, Chen Quanguo, é conhecido pelas políticas duras que promulgou anteriormente, enquanto ocupou o mesmo cargo no Tibete, outra região chinesa vulnerável ao separatismo.
Desde que, em 2016, foi transferido para o Xinjiang, a região converteu-se num Estado policial, com pontos de controlo policial e câmaras de circuito fechado, equipadas com reconhecimento facial, a tornarem-se omnipresentes.

25 Out 2019

Música e poesia fundem-se em espectáculo do escritor angolano Ondjaki

[dropcap]O[/dropcap] escritor angolano Ondjaki vai apresentar, em Novembro, em Macau, um “encontro surpresa” entre “a leitura de poemas e a música”, disse ontem à Lusa a delegada da Fundação Oriente no território, Ana Paula Cleto.

O espectáculo do poeta e da violoncelista brasileira Maria Clara Vale “Chão de Novo” vai marcar, em 2 de Novembro, o arranque do “Salão de Outono”, que comemora este ano o 10.º aniversário.
É “uma oportunidade fantástica” trazer Ondjaki a Macau para assinalar a data do certame, que tem funcionado como uma plataforma de visibilidade para artistas locais e este ano propõe quase 80 obras de meia centena de autores, acrescentou Ana Paula Cleto.

“Já tinha conhecimento de que ele [Ondjaki] fazia espectáculos de ‘spoken word’ e, em parceria com o Arte Institute (…) surgiu a ideia de trazer” ao território um dos escritores angolanos mais conhecidos em Portugal, indicou a responsável.

No mesmo dia, será atribuído na Casa Garden o prémio da Fundação Oriente para as Artes Plásticas, cujo vencedor será, à semelhança de anos anteriores, convidado a visitar Portugal para uma residência artística de um mês.

“Fazemos um programa para estes jovens artistas que inclui visitas a ateliês de artistas portugueses e visitas a alguns museus e galerias mais importantes”, explicou Ana Paulo Cleto, acrescentando que o ‘feedback’ dos últimos anos “tem sido excelente”.

No âmbito desta residência artística, a Fundação Oriente tem uma parceria com a galeria Arte Periférica, no Centro Cultural de Belém (CCB), onde os jovens têm espaço para trabalhar e na qual realizam uma exposição individual.

Encontro de artes

O certame anual possibilita aos “artistas mais jovens de Macau mostrarem aquilo que fazem”, já que nem todos teriam facilmente a possibilidade de fazer exposições no território, disse.
Entre as quase 80 obras expostas ao público até 30 de Novembro, encontram-se pinturas a óleo e acrílico, aguarela, desenho, escultura, fotografia e instalação.

Todos os artistas seleccionados, embora de diferentes origens, trabalham e vivem em Macau, segundo a Fundação Oriente.

25 Out 2019

Conferência | Macau e China ineficazes na investigação de crimes económicos

Liu Jianhong, presidente da Sociedade Asiática de Criminologia, teceu críticas em relação à pouca eficácia no combate aos crimes de natureza económica. O vice-presidente da Associação Internacional de Criminologia de Língua Portuguesa defendeu que deve haver mais convergência entre os países lusófonos ao nível dos sistemas jurídicos

 

[dropcap]O[/dropcap] presidente da Sociedade Asiática de Criminologia disse ontem à Lusa que tanto em Macau como na China continental as investigações dos crimes de ‘colarinho branco’ e empresariais não estão a ser eficazes e resultam em poucas condenações.

“As consequências dos crimes empresariais são muito sérias e não estão a ser bem estudadas”, tanto em Macau como na China continental, afirmou Liu Jianhong à margem da 12.ª Conferência Internacional sobre Reformas Jurídicas de Macau no Contexto Global.

O também professor na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Macau defendeu que há “muito pouco estudo” e que a criminologia é fulcral para o Direito Criminal, que está a ser vista como um parente menor tanto em Macau como em Hong Kong. Entre 1987 e 2007 foram publicados apenas 147 estudo de criminologia empírica em toda a China, observou durante a sua apresentação na conferência.

A criminologia na China “precisa de mais reconhecimento e apoio por parte do Governo”, observou o presidente da Sociedade Asiática de Criminologia. O combate à corrupção tem sido uma das bandeiras desde que Xi Jinping subiu ao cargo de Presidente da China, em 2013. Lançada depois de ascender ao poder, o combate à corrupção já puniu mais de um milhão e meio de funcionários do Partido Comunista Chinês (PCC).

Em relação a este tópico, Liu Jianhong, afirmou que Xi Jinping conseguiu “resultados tremendos”. “Xi conseguiu punir muitos políticos corruptos e isso foi muito bom”, sublinhou, ressalvando, contudo, que os “investigadores de Direito Criminal devem alterar o seu processo de trabalho, para produzirem mais regulação”. “Penso que o Partido Comunista chinês está a fazer isso mesmo”, concluiu.

Maior convergência

No mesmo encontro, o vice-presidente da Associação Internacional de Criminologia de Língua Portuguesa defendeu que deve haver mais convergência entre os países lusófonos porque os seus sistemas jurídicos são semelhantes.

A semelhança dos sistemas jurídicos e a própria lógica do sistema penal, são “dados para que o saber criminológico seja partilhado nos países lusófonos”, afirmou à Lusa o especialista brasileiro Marcus Alan de Melo Gomes.

O investigador brasileiro e professor do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Pará (UFPA) defendeu também, que por haver parecenças no funcionamento das polícias, que “devem ser analisados, estudados e avaliados por metodologias comuns”.

O investigador teceu elogios à qualidade da criminologia que é produzida nos países lusófonos isoladamente. “Mas não há intercâmbio, não há uma aproximação”, disse.

“Há muita coisa a ser feita, muito valiosa em Portugal, no Brasil, em África, como em Angola, Moçambique e até em Cabo Verde”, afirmou. “Mas não há um intercâmbio efectivo, não há diálogo, quer pelas universidades, quer pelos centros e núcleos de investigação”, concluiu.

25 Out 2019

Conferência | Macau e China ineficazes na investigação de crimes económicos

Liu Jianhong, presidente da Sociedade Asiática de Criminologia, teceu críticas em relação à pouca eficácia no combate aos crimes de natureza económica. O vice-presidente da Associação Internacional de Criminologia de Língua Portuguesa defendeu que deve haver mais convergência entre os países lusófonos ao nível dos sistemas jurídicos

 
[dropcap]O[/dropcap] presidente da Sociedade Asiática de Criminologia disse ontem à Lusa que tanto em Macau como na China continental as investigações dos crimes de ‘colarinho branco’ e empresariais não estão a ser eficazes e resultam em poucas condenações.
“As consequências dos crimes empresariais são muito sérias e não estão a ser bem estudadas”, tanto em Macau como na China continental, afirmou Liu Jianhong à margem da 12.ª Conferência Internacional sobre Reformas Jurídicas de Macau no Contexto Global.
O também professor na Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Macau defendeu que há “muito pouco estudo” e que a criminologia é fulcral para o Direito Criminal, que está a ser vista como um parente menor tanto em Macau como em Hong Kong. Entre 1987 e 2007 foram publicados apenas 147 estudo de criminologia empírica em toda a China, observou durante a sua apresentação na conferência.
A criminologia na China “precisa de mais reconhecimento e apoio por parte do Governo”, observou o presidente da Sociedade Asiática de Criminologia. O combate à corrupção tem sido uma das bandeiras desde que Xi Jinping subiu ao cargo de Presidente da China, em 2013. Lançada depois de ascender ao poder, o combate à corrupção já puniu mais de um milhão e meio de funcionários do Partido Comunista Chinês (PCC).
Em relação a este tópico, Liu Jianhong, afirmou que Xi Jinping conseguiu “resultados tremendos”. “Xi conseguiu punir muitos políticos corruptos e isso foi muito bom”, sublinhou, ressalvando, contudo, que os “investigadores de Direito Criminal devem alterar o seu processo de trabalho, para produzirem mais regulação”. “Penso que o Partido Comunista chinês está a fazer isso mesmo”, concluiu.

Maior convergência

No mesmo encontro, o vice-presidente da Associação Internacional de Criminologia de Língua Portuguesa defendeu que deve haver mais convergência entre os países lusófonos porque os seus sistemas jurídicos são semelhantes.
A semelhança dos sistemas jurídicos e a própria lógica do sistema penal, são “dados para que o saber criminológico seja partilhado nos países lusófonos”, afirmou à Lusa o especialista brasileiro Marcus Alan de Melo Gomes.
O investigador brasileiro e professor do Instituto de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Pará (UFPA) defendeu também, que por haver parecenças no funcionamento das polícias, que “devem ser analisados, estudados e avaliados por metodologias comuns”.
O investigador teceu elogios à qualidade da criminologia que é produzida nos países lusófonos isoladamente. “Mas não há intercâmbio, não há uma aproximação”, disse.
“Há muita coisa a ser feita, muito valiosa em Portugal, no Brasil, em África, como em Angola, Moçambique e até em Cabo Verde”, afirmou. “Mas não há um intercâmbio efectivo, não há diálogo, quer pelas universidades, quer pelos centros e núcleos de investigação”, concluiu.

25 Out 2019

Representante dos Negócios Estrangeiros acha que Hong Kong contaminou o mundo com violência

[dropcap]U[/dropcap]m cancro terrorista, pior que o vírus da SARS. Foi assim que o comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Hong Kong, Xie Feng, descreveu os protestos que têm assolado a região vizinha nos últimos cinco meses.

As declarações foram proferidas no Fórum internacional da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, que se realizou ontem na RAEHK, e que contou com a participação do secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong.

Além de criticar a violência que ameaça a vida das pessoas, assim com a paz social, Xie Feng considera que a violência de Hong Kong está a ser copiada por outras cidades, além de entender que existe uma ligação íntima entre os manifestantes e Hong Kong e forças separatistas estrangeiras. Como tal, o representante do Governo Central na RAEHK acha que os protestos de Barcelona e Chile são inspirados em Hong Kong. Não houve qualquer referência a outros casos de protestos violentos ocorridos antes das manifestações na região vizinha, como os violentos protestos que ficaram conhecidos como coletes amarelos, em França.

A mão negra

Durante o discurso no evento sobre a Grande Baía, segundo a Ou Mun Tin Toi, Xie Feng referiu que a humanidade enfrenta um período catastrófico, depois da abertura “da caixa de pandora da violência de rua”, e da violação da lei como método para atingir um sentido de justiça. Nesse contexto, todos os países do mundo podem ser afectados.

O mesmo responsável apontou a cabecilhas locais que em conjunto com poderes estrangeiros estão a espalhar o caos em Hong Kong para derrubar o Governo e tomá-lo à força, destruir o princípio “Um País, Dois Sistemas”, e procurar a independência.

O representante de Pequim declarou também que os Estados Unidos estão do lado dos desordeiros e que a comunidade internacional não pode ficar calada e observar à distância passivamente, uma vez que é imperativo que o caos termine o mais rapidamente possível, e que se trave a “mão negra” que incita à violência nas ruas.

25 Out 2019

Delegação talibã em conferência patrocinada pela China para negociar a paz no Afeganistão

[dropcap]U[/dropcap]ma delegação do movimento talibã participa na China, nos próximos dias 28 e 29, numa nova ronda de diálogo inter-afegão para a paz, anunciou ontem fonte dos rebeldes.
Segundo o porta-voz dos rebeldes, Zabihullah Mujahid, a delegação, que integra 15 pessoas e será dirigida pelo mullah Baradar, chefe da representação do movimento no Qatar, foi convidada pelas autoridades chinesas na sequência do fracasso das negociações realizadas em setembro nos Estados Unidos.

“Todas as partes políticas foram convidadas para a conferência, mas a título pessoal”, onde “apresentarão as suas posições”, acrescentou o porta-voz.

A formação rebelde, que há um mês tinha já enviado uma delegação de nove membros à China, indicou que o diálogo será realizado no âmbito das negociações em Moscovo, capital da Rússia, e Doha, capital do Qatar, para encontrar um caminho para a paz após 18 anos de guerra no Afeganistão.

O porta-voz da representação dos talibãs em Doha, Suhail Shaheen, também confirmou a reunião na sua conta pessoal na rede social Twitter. O anúncio da conferência acontece após o encontro na terça-feira do mullah Baradar com o enviado especial chinês para o Afeganistão, Deng Xijun, segundo os rebeldes.

O Governo afegão celebrou o anúncio da reunião, “com a expectativa de que seja um passo em frente no processo de paz”, mas disse que ainda está em conversações com as autoridades chinesas para avaliar se participa ou não.

“Caso sejam cumpridos os padrões e condições apropriados, iremos tomar uma decisão em relação à nossa participação”, assegurou em comunicado o Departamento para a Paz, tutelado pelo gabinete do Presidente afegão, Ashraf Ghani.

Nos últimos meses, a violência contra a população civil tem aumentado, atingindo números recordes entre Julho e Setembro. De acordo com os dados mais recentes da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA), 1.174 civis foram mortos e 3.139 ficaram feridos nesse período de tempo, o maior número de vítimas civis registadas pela UNAMA num único trimestre desde que se começou a registar as vítimas do conflito, em 2009.

A Missão da ONU salientou que as numerosas vítimas civis ocorreram enquanto os EUA e a formação insurgente se reuniam no Qatar para tentar chegar a um acordo de paz, antes do Presidente norte-americano, Donald Trump, interromper as negociações em Setembro passado.

O diálogo foi suspenso abruptamente por Trump após um ataque dos talibãs em Cabul, que resultou na morte de um cidadão norte-americano.

24 Out 2019