AL | Dois deputados pedem seguro de saúde para toda a população

[dropcap]S[/dropcap]ulu Sou e Song Pek Kei interpelaram o Governo sobre a necessidade de estabelecer um seguro de saúde para toda a população. Na visão de Sulu Sou, a criação desse sistema pode levar não só à ampliação da rede de seguros médicos como à maior diversidade de serviços médicos, tanto no sector privado em Macau como no estrangeiro. Dessa forma, o deputado do campo pró-democrata acredita que esse seguro universal pode reduzir o fluxo de doentes no serviço público de saúde na RAEM.

Desde a passada segunda-feira, dia 1, que é permitido aos residentes da RAEM que residam na Ilha de Hengqin participarem no Seguro Básico de Saúde dos Residentes da Cidade de Zhuhai. O deputado acredita que essa é uma forma para o Executivo de Macau “empurrar” os residentes para a China. Na sua interpelação, Sulu Sou questiona ainda as razões pelas quais o Chefe do Executivo, Chui Sai On, autorizou a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau a fazer um estudo de viabilidade da criação de um sistema de seguro de saúde para a população.

Song Pek Kei também questionou o Governo quanto ao estabelecimento de um seguro de saúde em Macau, elogiando, contudo, o acesso dos residentes de Macau ao seguro de saúde de Zhuhai, tendo em conta que existem cerca de 17 mil residentes da RAEM a viver na China, oito mil em Zhuhai.

8 Jul 2019

Indústria do jogo é fruto proibido por Pequim

Situado no sul da China, Hainan ambiciona ser o centro de entretenimento do país, com resorts luxuosos, praias de areia branca e marisqueiras à beira-mar, enquanto cobiça o fruto proibido por Pequim: abertura de casinos

 

[dropcap]A[/dropcap] nível económico, há muitos sítios na China melhores”, admite Han Zhongfei, taxista natural do nordeste chinês e radicado há três anos em Sanya, principal destino balnear de Hainan. “Mas a vida aqui é mais saudável”, diz, e acrescenta: “Há muita gente que vem a Hainan para recuperar a saúde e fica por cá”.

Beneficiando da localização insular, clima tropical, baixa densidade populacional e natureza quase intacta, num país industrializado e com metrópoles densamente povoadas, Hainan popularizou-se pelo turismo de saúde e bem-estar. Contudo, com um produto interno bruto ‘per capita’ de 7.688 dólares – abaixo da média nacional de 9.794 dólares -, a ilha ficou aquém do sucesso de outras regiões com o estatuto de Zona Económica Especial, como Guangdong ou Fujian.

Para a elite empresarial de Hainan, os casinos seriam o atalho para finalmente impulsionar a economia local, assimilando o modelo económico de Macau, o único sítio na China onde o jogo de azar é legal.

“Devido à localização insular, Hainan pode ser pioneiro a testar qualquer indústria”, defende à agência Lusa Sun Keyu, vice-director geral do Hainan Resort Software Community, ‘hub’ tecnológico situado na capital da província, Haikou.

“Propomos que empresas e indústrias de Macau sejam realocadas para Hainan. Os dois territórios poderiam compartilhar as receitas fiscais”, nota Sun, referindo-se à abertura de casinos. “Teríamos que regular a indústria, mas não existem razões para a interditarmos”, diz. “Penso que o Governo Central mantém a mente aberta”.

Caso de estudo

A aspiração dos empresários terá sido alimentada por um caso ambíguo envolvendo o Sanya Bay Mangrove Resort. Em 2013, o hotel passou a disponibilizar jogos de bacará, num esquema que parecia contornar a proibição do jogo: os clientes compravam fichas e trocavam os ganhos por serviços no hotel, produtos como iPads e joias, ou obras de arte, mas não podiam converter directamente em dinheiro.

A operação foi encerrada, em 2014, quando promotores locais acusaram o ‘resort’ de infringir a lei chinesa, que condena até três anos de prisão quem gere uma casa de jogo. Mas, no ano passado, um tribunal de Hainan decidiu que o esquema não violou a lei e libertou os funcionários envolvidos.

O desfecho levou a agência noticiosa Bloomberg a avançar que pelo menos cinco ‘resorts’ estavam a preparar operações do mesmo género com o aval das autoridades.

Volvido um ano, contudo, a Lusa testemunhou que as mesas de bacará não voltaram ao Mangrove Resort – nem foram dispostas em nenhum outro hotel da ilha. A própria gestão do ‘resort’ é enfática: “O jogo [de azar] é proibido na China, especialmente na província de Hainan”, diz o relações públicas, Gerry Li. “Ouvimos dizer que podia haver mudanças, mas até hoje isso nunca aconteceu”, acrescenta.

Mesas tabu

Jia Kang, antigo director da Academia Chinesa de Ciências Fiscais, um influente ‘think-tank’ próximo do Governo Central, nega também que, num futuro próximo, casinos possam ser abertos em Hainan, ou em outra parte da China. “A abertura de casinos é estritamente proibida”, esclarece o académico à Lusa, apesar de reconhecer que a legalização do jogo de azar traria vantagens para o país, permitindo arrecadar receitas fiscais e desenvolver o turismo doméstico.

Dezenas de milhares de milhões de dólares saem todos os anos do continente chinês em perdas em casinos no exterior. Só Macau registou um aumento de 14% por cento das receitas do jogo, em 2018, para 302,846 mil milhões de patacas.

A proibição fomenta ainda a abertura de casinos ilegais, alimentando a corrupção e o crime organizado. “Sofremos de todos os problemas associados ao jogo, mas não beneficiamos em nada”, admite Jia.

O académico lembra que persistem barreira ideológicas à legalização, já que o Partido Comunista Chinês considera o jogo um “demónio social”, ao nível da prostituição e da droga.
“Não existe sequer vontade em falar nisso”, nota.

8 Jul 2019

Palácio de Mafra e Santuário do Bom Jesus distinguidos pela UNESCO

[dropcap]O[/dropcap] primeiro-ministro português, António Costa, congratulou-se ontem com a inscrição do Palácio Nacional de Mafra e do Santuário do Bom Jesus na lista do Património Mundial da UNESCO, referindo tratar-se de “mais um motivo de grande orgulho” para Portugal.

“A UNESCO classificou o Palácio, Basílica, Convento, Jardim do Cerco e Tapada de Mafra e o Santuário do Bom Jesus, em Braga, como Património Cultural Mundial. Mais um motivo de orgulho para Portugal. Parabéns a todos os que contribuíram para tal reconhecimento”, escreveu ontem António Costa, na sua página do Twitter.

Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros assinalou, em comunicado, as novas inscrições portuguesas na lista do Património Mundial da UNESCO, destacando que Portugal passa a dispor de 17 bens inscritos na prestigiada lista. As distinções ocorreram ontem na 43ª sessão do Comité do Património Mundial que decorre em Baku, Azerbaijão, de 30 de Junho a 10 de Julho de 2019.

O ministério lembra que o conjunto monumental do Palácio Nacional de Mafra inclui o Palácio propriamente dito, que integra a Basílica, cujo frontispício une os aposentos do Rei e da Rainha, o Convento, o Jardim do Cerco e a Tapada, tratando-se de “uma das mais emblemáticas e magnificentes obras do Rei D. João V”.

O Santuário do Bom Jesus do Monte em Braga, por sua vez, constitui um conjunto arquitectónico e paisagístico construído e reconstruído a partir do século XVI, no qual se evidenciam os estilos barroco, rococó e neoclássico. Compõe-se de um “Sacro Monte”, de um longo percurso de via-sacra atravessando a mata, de capelas que abrigam conjuntos escultóricos evocativos da morte e ressurreição de Cristo, fontes e estátuas alegóricas, da Basílica, culminando no “Terreiro dos Evangelistas”, refere.

Fica assim “bem assinalado” o 40.º aniversário da adesão de Portugal à Convenção para a Protecção do Património Mundial, Cultural e Natural em Portugal, aprovada pelo Decreto n.º 49/79 de 6 de Junho, refere.

O Palácio Nacional de Mafra e o Santuário do Bom Jesus juntam-se assim à lista do Património Mundial, que passa a integrar 17 bens em Portugal, entre os quais o Mosteiro dos Jerónimos e Torre de Belém em Lisboa, o Convento de Cristo em Tomar, o Mosteiro da Batalha e a Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo nos Açores, entre outros.

8 Jul 2019

DSEJ quer bandeiras nacionais nas escolas

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) incentivou as escolas, que têm condições para tal, a exibir a bandeira nacional da RPC.

Numa entrevista publicada ontem pelo jornal Ou Mun, Cheong Man Fai, chefe do Departamento de Juventude da DSEJ, afirmou que, desde que a Lei do Hino Nacional entrou em vigor, todas as escolas de Macau estão em condições para exibir a bandeira nacional e recomenda que os estabelecimentos de ensino integrem no currículo de aulas a educação do hino, para elevar o reconhecimento da pátria.

A chefe referiu que, devido à diversidade de ambientes nas escolas, algumas ainda não tinham tido condições para instalar o mastro da bandeira, mas que a bandeira nacional tem sido mesmo assim exibida e houve escolas que solicitaram assistência ao Fundo de Desenvolvimento Educativo.

Cheong Man Fai fez notar que cantar o hino nacional não é obrigatório, embora seja visível que os estudantes o cantam enquanto participam em eventos, e acredita que Macau já manifesta sentimento na hora de cantar o hino.

8 Jul 2019

TNR | Aprovada lei que impede ‘caça’ ao emprego

[dropcap]A[/dropcap] Assembleia Legislativa aprovou na generalidade as alterações à lei da contratação de trabalhadores não residentes que têm como finalidade dificultar que os não-residentes, que entram com visto de turista, encontrem emprego.

A proposta foi apresentada com 24 votos a favor e 3 abstenções, de Sulu Sou, Kou Hoi In e Ip Sio Kai, num total de 27 votantes. “Queremos mesmo controlar os TNR que entram em Macau como turistas para arranjar emprego. Acho que é um trabalho que devemos fazer e desenvolver”, afirmou Lionel Leong, secretário para a Economia e Finanças na apresentação do diploma.

No entanto, Ip Sio Kai considerou que é uma lei que apenas dificulta a contratação pelas empresas e a procura de um emprego por quem quer ter uma vida melhor. Houve ainda deputados que se mostrarem preocupados com a qualidade do trabalho prestado e dificuldades na contratação de empregadas domésticas.

8 Jul 2019

Confrontos entre manifestantes e polícia anti-motim em Hong Kong

[dropcap]A[/dropcap]lguns participantes na manifestação deste domingo em Hong Kong contra um projecto de lei que permite a extradição de suspeitos de crimes para a China envolveram-se em confrontos com elementos da polícia anti-motim no bairro de Mongkonk.

Segundo relatos de um jornalista da agência AFP, os manifestantes defenderam-se com guarda-chuvas da carga policial, que aconteceu após um frente a frente de cerca de 20 minutos entre as duas partes, durante o qual a polícia apelou, com recurso a megafones, para que o grupo de cerca de 300 manifestantes, usando máscaras e na sua maioria jovens, dispersasse.

Milhares de pessoas manifestaram-se este domingo em Hong Kong contra um projecto de lei que permite a extradição de suspeitos de crimes para a China, pedindo também a demissão da chefe do Governo local, Carrie Lam.

O protesto atravessou, segundo as agências de notícias internacionais, o distrito peninsular de Kowloon, uma zona comercial visitada por muitos turistas, a maioria dos quais com origem na China continental. Esta é a primeira manifestação na antiga colónia britânica desde o ataque à sede do Conselho Legislativo, no dia 1 de Julho, quando o território comemorava o 22.º aniversário da transferência de soberania.

Apesar de se terem realizado inúmeros protestos desde esse dia, todos têm acontecido na ilha de Hong Kong, onde fica o principal distrito financeiro. Os manifestantes, quase todos vestidos de preto, empunham cartazes com frases como “Juntos, de pé” e “Não à extradição para a China” ou “Carrie Lam, demissão”, descrevem as agências de notícias AFP e EFE.

De acordo com a Associated Press, a polícia colocou grandes barricadas, bloqueando a entrada principal da estação para impedir qualquer tentativa de entrada forçada. Após o ataque ao Conselho Legislativo, que ocorreu na noite de segunda-feira, agudizou-se a crise política em Hong Kong, com várias manifestações pacíficas, mas também uma série de confrontos violentos com a polícia.

Os protestos obrigaram a chefe do Governo a suspender a discussão da proposta de lei e a pedir desculpas à população. Contudo, Carrie Lam recusou-se sempre a retirar definitivamente a proposta de lei.

Desde o início das manifestações, foram presas 71 pessoas, segundo avançaram à EFE fontes do movimento pró-democracia.

8 Jul 2019

Estação de comboios de alta velocidade para a China é palco de novo protesto em Hong Kong

[dropcap]M[/dropcap]anifestantes contra o Governo de Hong Kong querem manter a pressão sobre o executivo com uma manifestação, hoje, perto de uma estação controversa de onde partem comboios de alta velocidade para a China continental.

É a primeira manifestação na antiga colónia britânica desde o ataque à sede do Conselho Legislativo, no dia 1 de Julho, quando o território comemorava o 22.º aniversário da transferência de soberania. Os organizadores prometeram que o próximo protesto contra a proposta de lei de extradição – desta vez com o objectivo de apelar à compreensão dos visitantes da China continental – será “pacífico e racional”.

Citado pelo jornal South China Morning Post, o organizador Ventus Lau sublinhou que o objectivo é apenas encorajar os visitantes do outro lado da fronteira a apoiar a causa dos manifestantes, tendo rejeitado qualquer ato violento contra a estação de West Kowloon.

“Não encorajamos ou esperamos que qualquer manifestante entre na zona portuária do continente. Não seremos tão ingénuos ao ponto de arriscarmos sermos enviados para o continente, tenho certeza que ninguém o fará”, disse Lau.

Durante semanas, Hong Kong mergulhou numa crise política desencadeada por um projecto de lei que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China. A aversão ao documento resultou em maciças manifestações pacíficas, mas também numa série de confrontos violentos com a polícia.

Os protestos obrigaram a chefe do Governo a suspender a discussão da proposta de lei e a pedir desculpas à população. Contudo, Carrie Lam recusou-se sempre a retirar definitivamente a proposta de lei. Os manifestantes exigem a retirada definitiva da proposta, uma investigação independente sobre a utilização de gás lacrimogéneo e balas de borracha pela polícia, uma amnistia para os detidos e a demissão da líder pró-Pequim de Hong Kong, Carrie Lam.

Os defensores da lei argumentam que, caso se mantenha a impossibilidade de extraditar suspeitos de crimes para países como a China, tal poderá transformar Hong Kong num “refúgio para criminosos internacionais”.

Os manifestantes dizem temer que Hong Kong fique à mercê do sistema judicial chinês como qualquer outra cidade da China continental e de uma justiça politizada que não garanta a salvaguarda dos direitos humanos.

A transferência de Hong Kong e Macau para a República Popular da China, em 1997 e 1999, respectivamente, decorreu sob o princípio “um país, dois sistemas”, precisamente o que os opositores às alterações da lei garantem estar agora em causa.

Para as duas regiões administrativas especiais da China foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, sendo o Governo central chinês responsável pelas relações externas e defesa.

7 Jul 2019

Morreu João Gilberto, o “pai” da Bossa Nova

[dropcap]O[/dropcap] cantor e compositor brasileiro João Gilberto, considerado um dos pais da Bossa Nova, morreu este sábado no Rio de Janeiro, aos 88 anos, informou um dos filhos do artista. O compositor morreu em sua casa, no Rio de Janeiro, revelou o seu filho João Marcelo Gilberto, citado pelos media brasileiros.

Na sua página na rede social Facebook, o filho recordou o percurso do músico e compositor. “O meu pai morreu. A luta dele foi nobre, tentou manter a dignidade à luz da perda de sua soberania. Agradeço à minha família (meu lado da família) por estar lá para ele, e Gustavo por ser um amigo de verdade para nós, e cuidar dele como um de nós. Por fim, gostaria de agradecer a Maria do Céu por estar ao seu lado até o final. Ela era sua verdadeira amiga e companheira”.

O sucesso de João Gilberto chegou com o álbum “Chega de Saudade”, gravado em 1959. Uma canção que, apesar de composta por Vinicius de Moraes e musicada por António Carlos Jobim, outros mestres da Bossa Nova, acabaria por ficar na memória de muitos devido à interpretação peculiar de João Gilberto, que influenciaria novas gerações de músicos, como foi o caso de Chico Buarque ou Caetano Veloso. Álbuns como “O amor, o sorriso e a flor”, de 1960 e “João Gilberto”, de 1961, iriam cimentar esse papel, nunca perdido, de pai da Bossa Nova. Em 2015, a revista Rolling Stone Brasil considerou-o o segundo melhor músico de todos os tempos, um lugar que apenas foi ultrapassado apenas por Tom Jobim.

Caetano Veloso, que se encontra em Portugal, disse à RTP sobre a morte do mestre: “Acabei de saber que o João morreu, para mim isso é importante de mais, toma conta da minha cabeça inteira. João é para mim o maior artista brasileiro, sob todos os pontos de vista, não só na música popular, para mim, na história da minha vida, é o maior artista do mundo. Ele foi muito mais que uma inspiração, foi uma revelação”.

7 Jul 2019

Mulher do ex-chefe da Interpol detido na China processa a organização policial

[dropcap]A[/dropcap] mulher do ex-presidente da Interpol Meng Hongwei, detido na China por corrupção, moveu um processo contra a organização policial internacional, noticiou hoje o jornal South China Morning.

De acordo com o diário de Hong Kong, que cita dois dos advogados de Grace Meng, a queixa foi apresentada junto do Tribunal Permanente de Arbitragem, com sede em Haia (Holanda).

Acontece menos de três semanas depois do ex-líder da Interpol ter confessado, a 20 de Junho, que aceitou mais de dois milhões de dólares em subornos, segundo um tribunal chinês. Grace Meng quer que o tribunal com sede em Haia decida se a Interpol cumpriu com as suas obrigações após o desaparecimento do marido, em Setembro do ano passado, durante uma deslocação a Pequim.

“A Interpol não conseguiu proteger e ajudar a minha família e é cúmplice dos actos ilícitos do seu país membro, a China”, afirmou Meng, em comunicado citado pelo Morning Post. “Apesar das ameaças da Interpol para que não falasse, anuncio que avancei com um processo judicial” contra a organização, acrescenta a nota divulgada pelos advogados.

A equipa de representantes legais de Meng integra quatro pessoas, incluindo o holandês Rutsel Martha, ex-director de assuntos jurídicos da Interpol, confirmou o próprio ao jornal de Hong Kong. O jornal também cita uma resposta da Interpol, em que a organização descreve as alegações de Meng como “infundadas”.

“Estes procedimentos de arbitragem são confidenciais. Portanto, não podemos abordar as especificidades do processo, excepto para dizer que contestamos as alegações”, acrescentou.
Meng Hongwei desapareceu subitamente em Setembro do ano passado, durante uma deslocação a Pequim, mas a China só ordenou formalmente a sua detenção a 24 de Abril deste ano.

Meng, de 64 anos, foi vice-ministro da Segurança Pública até Novembro de 2016, altura em que foi nomeado para dirigir a organização policial internacional, com sede em Lyon, França. A escolha de Meng foi na altura celebrada por Pequim, que tem vindo a reforçar a sua presença em organizações internacionais. Mas o então chefe da Interpol perdeu o contacto com a família depois de embarcar num avião para a China, em 25 de Setembro passado.

O tribunal disse que Meng abusou do seu poder, inclusive enquanto vice-ministro da Segurança Pública e chefe da polícia marítima, favorecendo terceiros, em troca de subornos. Embora não seja claro quando é que a sentença de Meng será proferida, a confissão garante que será condenado.

Assumir a culpa e expressar arrependimento pode resultar em punições ligeiramente mais leves, mas a China tem sido célere em condenar à prisão perpétua altos quadros acusados de corrupção. A mais ampla e persistente campanha anti-corrupção na história da China comunista, lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, após ascender ao poder, em 2013, puniu já mais de um milhão e meio de funcionários do Partido Comunista.

A lei chinesa estabelece que a polícia tem a autoridade de manter incomunicáveis e em local secreto, por um período até seis meses, suspeitos de crimes contra a segurança nacional, ou acusados de terrorismo ou suborno, um regulamento que em muitos casos se aplica a dissidentes ou activistas.

7 Jul 2019

António Tânger Correia, diplomata, recorda desconhecimento da China no início dos anos 80

António Tânger Correia foi o terceiro diplomata português em Pequim após o reatamento das relações diplomáticas entre China e Portugal e recorda o grande desconhecimento que tinha sobre o país que começava a abrir-se ao mundo. Macau ajudou, mas “não era a mesma coisa”

 

[dropcap]N[/dropcap]o início dos anos 80, António Tânger Correia, o terceiro diplomata português em Pequim depois do reatar diplomático, chegou à China para descobrir rapidamente que conhecer Macau não ajudava a compreender melhor aquele país gigante onde coexistiam vários países.

“O nosso principal problema era desconhecer o que era a China. Tínhamos um grande conhecimento sobre Macau, mas não é a mesma coisa”, recordou o primeiro secretário da embaixada portuguesa em Pequim entre 1981 e 1984 em entrevista à Lusa.

Tânger Correia sublinhou que “não se pode falar da China no abstrato, porque existem várias Chinas dentro da China” com “diferenças muito marcadas e muito marcantes”. Num país com 43 alfabetos escritos, “achar que toda a gente fala mandarim é um mito”, notou, acrescentando que “a China é um continente” em que tudo muda do norte para o sul, desde a “maneira de estar” à língua e à gastronomia.

Cumprindo uma promessa que tinha feito a Adelino Amaro da Costa, que lhe tinha exprimido a vontade de o enviar para aquele posto antes de se despenhar, juntamente com o primeiro-ministro Sá Carneiro, em 4 de Dezembro de 1980, em Camarate, Tânger Correia revela que “ia sem ideias preconcebidas”, preparado “para aprender e para ver”. De alguma forma, assume, a escassez de informações disponíveis na altura sobre o gigante oriental ajudava também a manter uma “mente aberta”.

A viagem via Moscovo

Apanhou um avião para Moscovo e daí seguiu numa emocionante viagem do comboio, cruzando a antiga União Soviética no mítico Transiberiano que tornava “as coisas ainda mais interessantes”.

Chegou a Pequim seis dias depois, numa altura ainda inicial do restabelecimento das relações diplomáticas com a China. A República Popular da China tinha nascido em 1949, mas o Estado Novo nunca reconheceu o regime criado por Mao Tse Tung, o que só veio a acontecer depois do 25 de Abril de 1974.

Coube ao diplomata João de Deus Ramos abrir a embaixada portuguesa em Pequim, em Fevereiro de 1979, preparando o terreno para o embaixador António Ressano Garcia. Dois anos mais tarde chega Tânger Correia, “novo e cheio de convicções”. Vai aprendendo algumas lições com sinófilos mais experientes. Um deles contextualizou-o: “Isto na China é assim: uma pessoa está cá uma ou duas semanas e escreve um livro sobre a China; se está três ou quatro meses escreve uns artigos e se está três ou quatro anos deixa de escrever porque já percebeu que não percebe nada do que se passa”, relembra Tânger Correia com um sorriso, declarando-se “inteiramente de acordo”.

“Não há nenhum ocidental, nem mesmo muitos chineses, que tenham uma compreensão do que é de facto a China, nos seus vários matizes” reforçou.

Na capital chinesa, o antigo diplomata ficou impressionado com os milhares de bicicletas e a quase ausência de automóveis: “havia alguns carros diplomáticos e táxis, por isso víamos muitos poucos carros e muitas bicicletas. Dizia-se que os carros do partido circulavam por baixo [da cidade]”.

Surpreendeu-se também com “o sistema” que o rodeava, que impedia o contacto com a população local, e a sensação permanente de espionagem.

“Punhamo-nos debaixo dos lustres horrorosos que havia nas nossas casas e, muito devagarinho em inglês, transmitíamos o que queiramos dizer não se podia tocar”. Mas, continua, “não se podiam tocar, senão vinham logo dez chineses”. Os últimos andares dos prédios, cujo acesso era interdito, eram ocupados por “funcionários que gravavam tudo”.

Era necessário obter autorização para qualquer deslocação, até para ir à praia, conta Tânger Correia. O pessoal da embaixada pertencia também a organizações do Estado chinês: “Vinham do ‘bureau de services’, mas nos chamávamos-lhe o ‘bureau de sevícias’, todo o pessoal era contratado através deles”.

Sempre boas relações

As missões diplomáticas, que os chineses dividiam em “simpáticas e antipáticas”, recebiam pessoal de acordo com o estatuto: “para as antipáticas mandavam pessoal que era do piorio, que fazia a vida negra à estrangeirada”.

O que não era o caso de Portugal, sempre considerado um país “simpático” e com relações com a China que Tânger Correia descreve como “excelentes”, apesar do hiato diplomático formal.

“Os chineses lembram-se do bom e do mau, tem uma memória muito grande e sabem coisas sobre nós que nós não sabemos. Portugal nunca foi uma peça negativa neste xadrez. No Japão, por exemplo, tivemos mais problemas”, adianta o ex-diplomata.

“Nunca conheci um mau momento da relação bilateral (…) Desde que iniciámos relações diplomáticas, e incluindo o processo de transição face a Macau, nunca assisti a um momento de maior crispação ou de menor conforto nas relações entre os dois países”, garante.

Nem a relação económica é nova. Apesar de existir agora “maior interdependência” o investimento chinês em Portugal “há muito que existe” e as “folclóricas” lojas chinesas são prova disso mesmo.

Tânger Correia aconselha a “diversificar as opções económicas”, mas reconhece que é mais fácil de dizer do que fazer. “Temos de ser realistas, olhar para o tamanho de Portugal e da China. Não há milagres, a China tem a força que tem, mas nós temos outras qualidades. Temos uma posição geoestratégica importante, temos capacidade de gerir interesses diferentes”, destacou, realçando que estas características foram muito importantes no relacionamento com outras potências, mesmo em períodos de guerra.

A China é de Deng

Para Tânger Correia, a China de hoje continua a ser a de Deng Xiaoping, apesar da mudança de dirigentes. Xi Jinping pode ser o homem que neste momento tem o poder, mas esse “poder está repartido por várias fações”, sendo o presidente chinês o homem que assegura o equilíbrio.

“A China não é um país que se governe com uma pessoa só. É típico da sua cultura que seja colegial. Os países asiáticos, em geral, dão muito mais importância ao colegial do que nós, ocidentais, que somos mais egocêntricos. No oriente, esse individualismo não e tão claro”, resume.

Quanto a Macau, “mantém-se como uma porta de entrada” que não causa embaraços políticos aos chineses. “É um local pacífico, usado pelas potências ocidentais e orientais e pela China como placa giratória de determinadas situações”, comentou, concluindo: “talvez até tenha mais importância agora do que tinha”.

7 Jul 2019

A grande dama do chá

[dropcap]E[/dropcap]star atento é a prioridade máxima, dissera-lhe Jin Shixin. E Cândido não se esquecera. Agora, mesmo quando se deslocava a pé para casa, tomava atenção aos sons e às sombras. E, também, aos raros transeuntes que passavam por ele. Aquela hora, só se cruzou com chineses e com alguns marinheiros que cambaleavam, sem saberem o destino. A noite estava calma. A brisa que durante a tarde tinha aparecido, extinguira-se e uma lua quase cheia brilhava sobre Macau. Cândido deixou-se dormir quando chegou à cama, mas foi atormentado por um pesadelo. Caminhava numa floresta de bambus, numa confusão de luz e sombra. Era perseguido e durante muitos minutos não conseguia distinguir o caminho que deveria seguir. O sangue escorria do seu corpo. Matara alguém. Quem? Acordou, sobressaltado. Procurou o corpo de Jin, mas nada encontrou ao seu lado. Ela não estivera ali. O suor escorria-lhe da testa. Levantou-se e foi sentar-se junto à janela, que abriu, para ver se entrava algum fresco que o despertasse.

Uma ave nocturna cantou. Se não fosse isso, Macau estaria em silêncio. Cândido sabia que as aves não cantam por estarem felizes ou tristes. Fazem-no para contactar com o que as rodeia.

De noite cantam de forma mais intensa. E isso serve para confundir os predadores. Os seres humanos talvez não sejam muito diferentes, quando escolhem a noite para soltarem os sentidos.

Todos esperavam, pensou Cândido. Ninguém duvidava que estava a caminho uma devastação em escala nunca imaginada. Os pássaros ainda cantavam, mas a contagem final já começara.

Cada vez chegavam mais pessoas fugidas da China. Contavam coisas inimagináveis. Pareciam perdidas e alguns, com dinheiro nos bolsos, procuravam uma consolação qualquer, fosse o jogo, o ópio ou as mulheres. Nessa noite, enquanto falava com Prazeres da Costa, Cândido pensara neles. Aquele estava feliz e triste. Amélia pressionava-o, cada vez mais. Queria deixar o marido e ir viver com ele. Ela rezava todos os dias e ia à missa em busca de conforto e de formas de expiar a sua culpa. Mas a infelicidade de Prazeres da Costa vinha-lhe da falta de dinheiro. Já um pouco embriagado, ele disse-lhe:

– Deus, para mim, só existe quando olho à volta, para as belezas da natureza. Para as mulheres.

A noite estava triste e a aurora ainda longe. Prazeres da Costa era um homem cansado de si mesmo. Nada que espantasse Cândido. Ele próprio, até agora, sempre estivera em guerra comigo próprio, para o bem e para o mal. Na sua cabeça havia uma discussão constante, um reencontro com os seus demónios, sobre ter de decidir, ter de tomar partido. Foi então que Prazeres da Costa lhe perguntou:

– Já decidisse?
– Já.

Prazeres da Costa fez um largo sorriso.

– Só precisas de fazer um relatório semanal sobre as actividades de Jin Shixin ou outras coisas que tenhas conhecimento. Mas se houver algo de urgente tens de me contactar.

– Assim farei.
– Ainda bem. Sabia que poderia contar contigo. Serás recompensado.

Nesse momento Marina Kaplan aproximou-se e colocou a mão no ombro de Prazeres da Costa.

Disse:
– O jogo vai começar. Vens?

O português levantou-se e seguiu-a. Cândido foi atrás deles. Na mesa estavam três homens sentados, preparados para uma longa noite de póquer. Cândido olhou para as suas faces. Eram jogadores experimentados, todos ocidentais. Só um tinha olhos orientais. A sua cara não lhe era desconhecida, mas recordava-o noutro ambiente. Só quando os seus olhares se cruzaram, ele recordou. Costumava encontrá-lo, à noite, em Xangai. Mas não como jogador. Vinha fardado.

Era polícia, no sector francês. Marina Kaplan, que observara tudo, sussurrou-lhe ao ouvido:
– Luc LeFranc.

Cândido não disse nada. Voltou para o reservado onde tinha estado a conversar com Prazeres da Costa. Não duvidava que seria mais uma noite de perdas financeiras para ele. Nesse momento voltou a ouvir Jin, que há alguns dias lhe dissera:

– É possível ver as pessoas como são, sem fingimentos. Ou são amigos ou inimigos. Ou vencem eles ou nós. Isso simplifica tudo.

Era verdade. Todos tentavam comprar a sua invisibilidade. Como se ele não existisse. E ele só tinha de decidir com quem queria alinhar. Despertou dos seus pensamentos madrugadores.

Batiam à porta. Era Jin. Ao entrar, beijou-o ternamente na boca. Depois, sem uma palavra, despiu-se defronte dele e arrastou-o para a cama.

Quase uma hora depois, Cândido abriu os olhos. Sentiu o corpo quente da chinesa. Os homens que conheciam Jin diziam que ela não dormia. Encontravam-na, muitas vezes, sentada, a meditar, de olhos fechados. Mas só isso. Era um absurdo. Todos os seres humanos têm de dormir. Cândido percebia que, durante o dia, ela se comportava como a grande dama do chá, como era conhecida. À noite, mudava. Era uma agente de Du Yuesheng e dos seus interesses. De noite era como uma flor de lótus que surgia das águas, imponente e bela, para mostrar a renovação. O Mal pode ser substituído pelo Bem, enquanto nos alimentamos do aroma da flor de lótus, ouvira dizer uma vez. Jin despertara e encostara-se a ele. Questionou:

– Em que estás a pensar?
– No que fiz há algumas horas.
– Não penses. Se um homem tem um preço, ele não é alto ou baixo. É apenas o justo preço que tem de se lhe pagar para que ele faça o que queremos.- És uma verdadeira amiga? Ou terei tomado a decisão errada?

Ela riu.

– Morra já, se não for o caso.
– Diz-me: sou teu amigo ou inimigo?

Jin hesitou por um momento, mas não respondeu. Ele deu-lhe um beijo nos lábios e disse:

– Achas que consigo ler o coração de uma mulher?
– Sim. E eu também o consigo fazer. Por isso vim acordar-te. Eu sou de uma região na China onde a piedade é considerada uma fraqueza.

Disse isto com um sorriso nos lábios. Como se quisesse mostrar que não tinha fraquezas quando tinha de decidir. Jin não conhecia a piedade. Ele nunca tinha encontrado uma mulher tão sedutora. Cada movimento que ela fazia, excitava-o. Tinha uma aura iluminada, como se fosse sempre iluminada pelo sol, mesmo quando se movia na escuridão.

– Vem!

Jin disse isso com voz de veludo. E ele foi, novamente. Os seus braços colocaram-se à volta do corpo dela e voltaram a beijar-se. Ainda viu o sol a nascer através da janela, mas ela parecia não ter pressa. Depois de terem feito sexo, ela sorriu e tirou os braços dele do seu corpo. Levantou-se e disse:

– Tenho algo para ti.

Tirou de um bolso escondido na sua cabaia um anel grosso, de ouro, onde estava uma pedra de jade verde. Agarrou-lhe na mão esquerda e colocou-o no dedo.

– Quem pode ser confiado para carregar a minha confiança?

Aquele anel, de tão belo, era uma prova de confiança. Mas era também uma espada de dois gumes. Era uma arma que não era mortal, mas estava apontada ao coração dele. Ele sabia o valor daquele anel. Por detrás da tentação de qualquer coisa escondiam-se sempre os dentes de ferro das consequências inesperadas.

– Depois de aceitares este anel estou desarmada perante ti.

Nada disso, pensou Cândido. Nunca, como naquele momento, ela tivera todas as armas. E ele, sim, estava desarmado.

5 Jul 2019

China | Mais de um milhão de animais abatidos devido a peste suína

A peste suína que se propagou na China, com efeitos inflacionários a nível mundial, resultou já no abate de 1,2 milhões de porcos, mas a disseminação “abrandou bastante”, informaram ontem as autoridades chinesas

 

[dropcap]O[/dropcap] vice-ministro chinês da Agricultura Yu Kangzhen admitiu, em conferência de imprensa, que a situação é “complicada e grave”, apesar dos esforços para conter o surto. Yu revelou que o Governo está a desenvolver uma vacina para combater a doença, mas que vai ser “um longo caminho a percorrer”.

O responsável garantiu, no entanto, que “o surto de peste suína na China abrandou significativamente”. “Esse é um facto indiscutível”, afirmou.

A carne de porco é parte essencial da cozinha chinesa, compondo 60 por cento do total do consumo de proteína animal no país. Dados oficiais revelam que os consumidores chineses comem 55 milhões de quilos de carne de porco por ano, de longe o maior mercado do mundo. O país produz anualmente 430 milhões de porcos.

A actual onda de surtos começou na Geórgia, em 2007, e espalhou-se pela Europa do Leste e Rússia, antes de chegar à China, em Agosto passado.

Inicialmente, Pequim insistiu que estava tudo sob controlo, mas os surtos acabaram por se alastrar por todo o país.

Apenas a ilha de Hainan, no extremo sul da China, e as regiões administrativas especiais de Macau e Hong Kong, não registaram ainda casos.

Os fornecedores estão a preencher a lacuna com o aumento das importações, implicando uma reorganização dos mercados de proteínas globais e o aumento dos preços na Ásia e na Europa.

As autoridades chinesas autorizaram, desde o final do ano passado, os matadouros portugueses Maporal, ICM Pork e Montalva a exportar para o país.

Estimativas iniciais apontavam que as exportações portuguesas para China se fixassem em 15 mil porcos por semana, movimentando, no total, 100 milhões de euros. Visto pelos produtores portugueses como o “mais importante” acontecimento para a suinicultura nacional “nos últimos 40 anos”, a abertura do mercado chinês deverá agora ter efeitos inflacionários em Portugal.
A peste suína africana não é transmissível aos seres humanos, mas é fatal para porcos e javalis.

5 Jul 2019

Trump acusa China e Europa de manipulação de moeda

[dropcap]O[/dropcap] Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou ontem a China e a Europa de jogarem “um grande jogo de manipulação da moeda” para competirem com o seu país, salientando que os norte-americanos devem igualar esse esforço.

Numa mensagem na rede Twitter, Donald Tump frisa que os Estados Unidos devem agir. “A China e a Europa estão a fazer um grande jogo de manipulação de moeda e a injectar dinheiro nos seus sistemas para competirem com os Estados Unidos. Temos de igualar ou continuar a ser totós que se sentam e olham educadamente enquanto outros países continuam a jogar seus jogos, como fizeram durante tantos anos”, refere na mensagem.

O Departamento do Tesouro norte-americano referiu, em Maio, que nenhum país corresponde aos critérios para ser rotulado como manipulador de moeda, embora o relatório tenha colocado a China e outros oito países numa lista de observação.

Enquanto candidato nas eleições de 2016, Trump acusou repetidamente a China de manipular a sua moeda. No entanto, depois de assumir o cargo, o Departamento do Tesouro emitiu cinco relatórios sobre o assunto, exigidos por lei a cada seis meses. Em cada relatório é dito que nenhum país cumpriu os critérios para ser rotulado como manipulador de moeda.

5 Jul 2019

Hong Kong | Reino Unido convoca embaixador chinês devido a comentários

O embaixador chinês no Reino Unido, Liu Xiaoming, foi ontem convocado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido na sequência dos protestos ocorridos em Hong Kong, segundo uma fonte diplomática britânica

 

[dropcap]L[/dropcap]iu Xiaoming deveria ser recebido no final do dia de ontem no Ministério, indicou a mesma fonte, logo após o diplomata chinês pedir a Londres que se abstenha de qualquer “interferência” sobre a sua antiga colónia, palco de manifestações. Até ao fecho da edição não foram noticiadas informações quanto ao resultado da reunião.

“Acho que a relação (entre Londres e Pequim) sofreu com a interferência do Governo britânico em Hong Kong”, afirmou o embaixador chinês numa conferência de imprensa transmitida pela SkyNews. “Espero que o Governo britânico perceba as consequências e abstenha-se de novas interferências que possam prejudicar ainda mais a relação” entre a China e o Reino Unido, acrescentou.

Na segunda-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jeremy Hunt, expressou o “apoio inabalável” do seu país a “Hong Kong e às suas liberdades” no dia de aniversário do retorno deste território para a China. “Nenhuma violência é aceitável, mas HK [Hong Kong] DEVE preservar o direito a protestos pacíficos sob a lei, como centenas de milhares de pessoas corajosas mostraram hoje”, indicou Jeremy Hunt na sua conta da rede social Twitter.

Referindo-se às declarações de Hunt, o diplomata chinês considerou “muito decepcionante quando altos responsáveis desse calibre mostram o seu apoio a pessoas que infringem a lei”.

Palavras ditas

“Mensagem ao Governo chinês: as boas relações entre os países baseiam-se no respeito mútuo e no respeito pelos acordos juridicamente vinculativos entre si. Esta é a melhor maneira de preservar as excelentes relações entre o Reino Unido e a China”, escreveu hoje Jeremy Hunt no Twitter, em resposta às declarações do embaixador.

Hong Kong é desde há quase um mês palco de protestos, contra uma proposta de lei que permitiria extraditar criminosos para a China. A presidente do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, decidiu suspender as discussões sobre a proposta, mas recusou retirar definitivamente, prolongando as manifestações.

A ocupação do Conselho Legislativo ocorreu no mesmo dia em que se assinala o 22.º aniversário do retorno de Hong Kong à China.

5 Jul 2019

CCM | Espectáculo de dança contemporânea chinesa estreia em Setembro 

A história mistura-se com a modernidade no espectáculo que sobe ao palco do Centro Cultural de Macau em Setembro. Pelas mãos da coreógrafa Yang Liping, “O Cerco” é considerado “uma obra-prima da dança moderna”

 

[dropcap]O[/dropcap] Centro Cultural de Macau (CCM) tem na agenda de Setembro um espectáculo que mistura pedaços da história da China, sob a égide da “estética do amor e da guerra”, com o que de melhor se faz ao nível da dança contemporânea. Trata-se de “O Cerco”, que sobe ao palco do grande auditório do CCM a 7 de Setembro e que é da autoria da Companhia de Dança Contemporânea Yang Liping.

Os bilhetes começam a ser vendidos no domingo, sendo que este espectáculo integra a primeira edição da iniciativa “Arte Macau”. Para coreografar o espectáculo de dança, Yang Liping “inspirou-se no conto de época ‘Adeus Minha Concubina’, celebrizado pela ópera e tradição chinesas, reinventando-o numa intensa história de ambição, traição e amor eterno”. A história tem como pano de fundo o período da guerra civil Chu-Han, inspirada numa história que há muito é celebrada através da literatura, da música e do cinema. Sob milhares de tesouras de aço suspensas, ruge o clímax de um confronto bélico: a Batalha de Gaixia vai mudar o curso da história chinesa. Dois poderosos e ambiciosos senhores da guerra apostam tudo para ganhar o coração de uma bela mulher.

O jornal Financial Times considerou o espectáculo “uma beleza de cortar a respiração”. Neste trabalho de coreografia, Yang Liping uniu forças com o figurinista e cenógrafo Tim Yip, galardoado pelos BAFTA e Academia de Hollywood (O Tigre e o Dragão e Desh de Akram Khan), e com a designer Liu Beili, para criar magia visual em palco.

Ao som de instrumentos clássicos e populares, como a pipa e o jinghu, a peça conta com um elenco de performers com percursos e tradições tão diversas como a Ópera de Pequim, o hip-hop, o ballet e a dança contemporânea.

“O Cerco” teve a sua estreia na Europa, em 2016 e foi bastante aclamado nos sítios por onde passou.

Workshop a caminho

Além do espectáculo, está também agendado um workshop levado a cabo por alguns bailarinos da companhia de dança de Yang Liping, e que está “aberto aos entusiastas da dança”, para que o “público tenha um conhecimento mais aprofundado do espectáculo”.

Yang Liping é considerada uma das maiores bailarinas da China, com provas dadas também no estrangeiro. Nascida em Dali, província de Yunnan, no seio da etnia Bai, é vice-presidente da Associação de Bailarinos da China. Ganhou fama nacional quando subiu aos palcos para dançar “O Espírito do Pavão”, em 1986. a sua companhia de dança já ganhou inúmeros prémios nacionais e mundiais.

5 Jul 2019

Droga | Ministério Público alerta para tráfico feito por menores

Nos últimos meses foram detidos mais de dez menores de Hong Kong, recrutados por associações criminosas para o tráfico de droga transfronteiriço. O Ministério Público alerta para a situação

 

[dropcap]O[/dropcap] Ministério Público (MP) de Macau expressou ontem preocupação com sucessivos casos de tráfico de droga transfronteiriços protagonizados por menores recrutados por associações criminosas, sobretudo de Hong Kong, e anunciou a detenção de dez pessoas nos últimos meses.

“Nos últimos meses, a Polícia Judiciária tem detectado sucessivamente vários casos de tráfico de droga praticados por suspeitos oriundos de Hong Kong e, às vezes, por intermédio de menores, os quais já foram remetidos ao Ministério Público para efeitos de investigação”, pode ler-se no comunicado do MP.

Os últimos quatro casos resultaram na detenção de dez pessoas do território vizinho, das quais três eram menores de 16 anos, “ou seja, jovens que ainda não eram imputáveis em razão da idade, nos termos da lei penal de Macau”, salienta-se na mesma nota, na qual se sublinha que o “tráfico transfronteiriço de droga é um problema que merece a atenção de toda a sociedade”.

Recrutamento perigoso

O MP adiantou que “alguns confessaram que tinham sido recrutados por uma associação criminosa, para virem a Macau traficar droga, mediante compensação diária fixa ou em função da quantidade de droga vendida”.

Sete dos indivíduos, seis dos quais estão em prisão preventiva, foram indiciados por tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, punido com pena de prisão entre os cinco e os 15 anos, que pode ser agravada para 20 anos caso o crime seja concretizado por intermédio de inimputáveis.

A prisão preventiva foi justificada pelo “perigo de fuga para fora de Macau, da continuação da prática da actividade criminosa e da perturbação da ordem pública”, segundo o MP.

“Têm sido registados, nos últimos anos, vários casos de tráfico de droga praticados por menores a pedido de delinquentes, que alegam falsamente que os menores que tenham praticado este crime poderão ser isentos da responsabilidade penal”, acrescentou a mesma entidade.

Segundo o código penal, são inimputáveis em Macau os menores de 16 anos. No entanto, aqueles que tenham completado 12 anos e ainda não tenham 16 anos, no caso da prática de crimes, ficam sujeitos às medidas tutelares educativas, tais como a sua colocação numa unidade de residência temporária ou internamento no Instituto de Menores, onde a duração do internamento varia entre um e os oito anos.

Relativamente aos menores que não tenham completado 12 anos, a lei também estabelece uma série de medidas de protecção social, como a entrega desses menores à respectiva unidade de residência e acompanhamento pelo assistente social para efeitos de aconselhamento.

No que respeita aos crimes relacionados com droga, nomeadamente aquando da utilização de menores no tráfico transfronteiriço, o MP sublinhou que vai “reforçar a cooperação com os órgãos executores da lei, no sentido de combater e reprimir conjuntamente as actividades criminosas de tráfico e consumo ilícitos de droga que causem prejuízos à sociedade”.

5 Jul 2019

Segurança | Rejeitada protecção a condutores em acidentes fatais

[dropcap]O[/dropcap] Gabinete do secretário para a Segurança negou que haja consenso para evitar a aplicação da medida de coacção de prisão preventiva nos casos de acidentes de viação com vítimas mortais.

A resposta foi dada a uma interpelação do deputado Sulu Sou, na sequência de um acidente no Cotai, em Março, entre um condutor não-residente de uma empresa promotora de jogo e uma motociclista, que terminou com a morte da última. Segundo as explicações assinadas pela chefe-substituta do Gabinete do secretário para a Segurança, Cheong Han, para que a detenção seja aplicada como medida de coacção é necessário haver queixa e é reunir certos requisitos.

Ao contrário de medidas de coacção menos gravosas, a prisão preventiva não pode ser aplicada apenas pelo Ministério Público e depende da aprovação do Juiz de Instrução Criminal. Um deste requisitos, explicou Cheong Han, é o flagrante delito.

5 Jul 2019

Jackson Chang foi detido na quarta-feira à noite

[dropcap]O[/dropcap] Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) deteve na quarta-feira à noite o ex-presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) Jackson Chang, disseram hoje à Lusa fontes judiciais.

Jackson Chang foi hoje presente a um juiz de instrução criminal, estando a aguardar que sejam determinadas eventuais medidas de coação, adiantou uma das fontes relacionadas com o processo contactada pela Lusa.

A firma de advogados que representa Jackson Chang escusou-se a comentar o caso.

A Lusa enviou um pedido de informação ao Ministério Público, que não respondeu em tempo útil.

Em Outubro de 2018, o CCAC disse que o ex-presidente do IPIM estava a ser investigado de “crimes funcionais” na apreciação e autorização dos pedidos de imigração por investimento.

De acordo com um comunicado divulgado pela mesma entidade (CCAC) em Outubro, Jackson Chang ficou sujeito às “medidas de coação de suspensão do desempenho de funções públicas e de proibição de saída de Macau”.

Em Julho, um relatório do CCAC dava conta de irregularidades na apreciação e autorização, por parte do IPIM, dos pedidos de “imigração por investimentos em imóveis”, “imigração por investimentos relevantes” e “imigração por fixação de residência dos técnicos especializados”.

O comissariado apontava, por exemplo, casos em que os requerentes, “não se encontrando em Macau por muitos anos, conseguiram demonstrar (…) auferir salários significativos de sociedades sem sucesso”, o que leva a crer que tenham “adquirido fraudulentamente” estas autorizações.

Além do ex-presidente também são arguidos, no mesmo processo, a ex-vogal executiva Glória Batalha, que acumulava com a função de secretária-geral adjunta do Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa e um antigo director adjunto do Gabinete Jurídico e de Fixação de Residência do IPIM, a quem foram aplicadas as mesmas medidas de coação aplicadas em Outubro.

O IPIM tem como objectivo dar apoio ao chefe do executivo de Macau na promoção do comércio externo, captação de investimentos, ao desenvolvimento de convenções e exposições, à cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa, entre outros projectos de cooperação externa.

4 Jul 2019

Portuguesa Maria do Céu Guerra considerada a melhor actriz da Europa

[dropcap]A[/dropcap] actriz portuguesa Maria do Céu Guerra foi considerada a melhor da Europa pelo Festival Internacional de Teatro – Actor of Europe, revelou hoje a companhia teatral A Barraca. Maria do Céu Guerra receberá o prémio no sábado, na abertura daquele festival, que decorrerá no Lago de Prespa, nos Balcãs, na fronteira entre Macedónia, Albânia e Grécia.

O prémio de honra “Actress of Europe” é atribuído desde 2003 por um comité para reconhecer o percurso artístico de uma personalidade do teatro e o contributo criativo para a memória colectiva da civilização europeia, lê-se na página oficial do festival.

“Aos 75 anos, é uma das mais extraordinárias actrizes do teatro português e a alma da companhia teatral independente A Barraca”, sustenta o comité, presidido por Jordan Plevnes. Em comunicado, A Barraca refere que este prémio “reconhece o enorme mérito de trabalho teatral e humanista de uma das figuras maiores do Teatro e da Cultura em Portugal”.

Maria do Céu Guerra de Oliveira e Silva nasceu em Lisboa, a 26 de Maio de 1943, frequentou a licenciatura de Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, período em que começou a interessar-se pelo teatro, e fez parte do grupo fundador da Casa da Comédia.

A actriz estreou-se nesta companhia, em 1965, na peça “Deseja-se Mulher”, de Almada Negreiros, encenada por Fernando Amado. Nos cinco anos seguintes, profissionalizou-se no Teatro Experimental de Cascais, onde participou num vasto conjunto de peças dirigidas por Carlos Avilez, das quais se destacam “Esopaida”, de António José da Silva, “Auto da Mofina Mendes”, de Gil Vicente, “A Maluquinha de Arroios”, de André Brun, “A Casa de Bernarda Alba” e “Bodas de Sangue”, de Federico García Lorca, “D. Quixote”, de Yves Jamiaque, “Fedra”, de Jean Racine, “O Comissário de Polícia”, de Gervásio Lobato, e “Um Chapéu de Palha de Itália”, de Eugène Labiche.

Na década de 1970, participou em vários elencos de teatro de revista e de comédia, tendo colaborado com Laura Alves e Adolfo Marsillach, na peça “Tartufo”, de Moliére, e regressado à Casa da Comédia, onde trabalhou com Morais e Castro e Luís de Lima.

Após do 25 de Abril, fez parte do grupo fundador do Teatro Àdóque-Cooperativa de Trabalhadores de Teatro, logo em 1974, e, no ano seguinte, fundou a companhia de teatro A Barraca, onde desde então tem centrado a sua actividade teatral.

Nesta companhia realizou várias digressões em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente no Brasil, tendo feito parte dos elencos de peças como “D. João VI” (1978), de Hélder Costa, “Calamity Jane” (1986), com textos, adaptação e dramaturgia da atriz e de Hélder Costa, “A Cantora Careca” (1992), de Eugene Ionesco, e “O Avarento” (1994), de Molière, entre outras.

Em Agosto de 1985, foi distinguida como Dama da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada e, nove anos depois, recebeu o grau de Comendadora da Ordem do Infante D. Henrique. Em 2006, estreou, no Teatro de Pesquisa A Comuna, “Todos os que Caem”, de Samuel Beckett, com encenação de João Mota, interpretação que lhe valeu um Globo de Ouro SIC/Caras.

O desempenho no filme “Os Gatos não têm Vertigens” (2015), de António-Pedro Vasconcelos, valeu-lhe um Globo de Ouro de Melhor Actriz de Cinema e o Prémio Sophia para a Melhor Actriz.

No cinema, Maria do Céu Guerra estreou-se em “O Mal-Amado” (1974), de Fernando Matos Silva, tendo participado também em “Crónica dos Bons Malandros” (1984), de Fernando Lopes, “A Moura Encantada” (1985), de Manuel Costa e Silva, “Saudades para Dona Genciana” (1986), de Eduardo Geada, “Os Cornos de Cronos” (1991), de José Fonseca e Costa, e em “O Anjo da Guarda” (1998), de Margarida Gil, entre outros.

Na televisão, além da peça “O Pranto de Maria Parda” (1998), de Gil Vicente, participou em séries e telenovelas como “Residencial Tejo” (1999-2002), “Vamos Contar Mentiras” (1985), “Jardins Proibidos” (2014-2015), e “A Impostora” (2016), entre outras, assim como na adaptação de “Calamity Jane” (1987), pelo realizador Hélder Duarte. Em Janeiro deste ano o Prémio Vasco Graça Moura-Cidadania Cultural.

4 Jul 2019

Equipa especial de Pequim em cidade vizinha de Hong Kong desde início dos protestos, diz SCMP

[dropcap]U[/dropcap]ma equipa especial de Pequim está estacionada na cidade chinesa de Shenzen desde a primeira grande manifestação em Hong Kong, para monitorizar a situação e evitar um possível derramamento de sangue, noticiou ontem o South China Morning Post.

O jornal escreve que desde o dia 9 de Junho que se encontra uma equipa especial para avaliar os factos no local e caso seja necessário manter a estabilidade social na antiga colónia britânica e evitar um banho de sangue, devido à escalada de tensão nos protestos contra a lei de extradição.

“O Governo Central aprecia muito o trabalho da polícia de Hong Kong e acredita que eles lidaram bem com a pressão e com os protestos, especialmente a forma como lidaram com a operação de limpeza no Conselho Legislativo sem causar derramamento de sangue”, disse uma fonte governamental ao jornal, referindo-se à intervenção policial após a invasão do parlamento de centenas de manifestantes na segunda-feira.

“Na terça-feira eles [equipa especial] ainda se encontravam em Shenzhen a avaliar a situação e a discutir o caminho a seguir”, disse a mesma fonte, acrescentando que a estratégia passa por “evitar a escalada dos confrontos e manter a calma, mas continuar firme em relação às questões principais”.

Na segunda-feira decorreu a marcha anual pela democracia no 22.º aniversário do regresso do território à China. Centenas de manifestantes partiram vidros e destruíram gradeamento para entrar na sede do parlamento. Uma vez lá dentro, pintaram ‘slogans’ nas paredes, reviraram arquivos nos escritórios e espalharam documentos no chão.

Os manifestantes dizem que a chefe do executivo, Carrie Lam, não respondeu às suas exigências, apesar dos vários protestos nas últimas semanas. Ao final da noite a polícia interveio finalmente, depois de avisos feitos aos manifestantes que insistiram em manter-se junto ao edifício e dentro das instalações onde se reúnem os deputados de Hong Kong.

4 Jul 2019

Estudo | DST deve apostar nas redes sociais para promover eventos

[dropcap]A[/dropcap] Direcção dos Serviços de Turismo (DST) levou a cabo o “Estudo do Efeito dos Órgãos de Comunicação Social sobre a Marca Turística e Eventos de Macau”, relativo a quatro eventos ocorridos em 2018. Os eventos em causa são a Parada de Celebração do Ano do Cão, o 29.° Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau, o 3.º Festival Internacional de Cinema e Cerimónia de Entrega de Prémios e o Festival de Luz de Macau 2018. De acordo com um comunicado oficial, “os quatro eventos alcançaram um nível de satisfação médio-alto e elevado reconhecimento, reflectindo satisfação e elevado grau de reconhecimento dos eventos pela comunicação social e utentes da Internet”.

Os eventos geraram mais de 140 mil artigos na comunicação social do universo de todas as notícias difundidas sobre turismo que foi, no total, 450 mil artigos.

O facto das notícias sobre estes quatro eventos representarem 30 por cento deste universo mostra o “papel positivo dos eventos na promoção da marca turística de Macau”.

As conclusões do estudo revelam que “as redes sociais são o principal campo de opinião pública”, e que é recomendável que a DST “preste mais atenção à discussão dos eventos nestes canais”.

No que diz respeito à estratégia de divulgação do Executivo, “as contas oficiais do Governo ou de promoção dos eventos também reforçam a sua influência”, pelo que se recomenda “o fortalecimento do uso do poder das redes sociais, incluindo a publicação de posts promocionais na comunicação social, blogues de estrelas e de viagens, páginas oficiais, páginas e contas de promoção de eventos”.

Como resposta, a DST promete “acompanhar as recomendações da equipa de estudo e continuar a optimizar os eventos relevantes”.

4 Jul 2019

Biblioteca Central | Chan Tak Seng pede novo local e suspensão do projecto 

Chan Tak Seng, membro do Conselho do Planeamento Urbanístico, acha que a localização da futura Biblioteca Central viola as regras inerentes ao planeamento da cidade e também da preservação do património. Nesse sentido, defende que seja encontrado um local alternativo ao edifício do antigo tribunal depois da tomada de posse do novo Governo

 

[dropcap]O[/dropcap] director da Aliança do Povo de Instituição de Macau e membro do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU), Chan Tak Seng, defende que a localização da futura Biblioteca Central, na zona da Praia Grande, não está de acordo com as regras do planeamento urbanístico e de preservação do património, escreve o Jornal do Cidadão.

“A construção de uma biblioteca central num lugar cheio de pessoas e carros é completamente contra a preservação do património cultural e é a destruição do planeamento urbanístico”, defendeu. Recentemente, o Instituto Cultural (IC) mostrou vontade de preservar apenas a fachada do edifício do antigo tribunal, mas Chan Tak Seng acredita que essa posição revela falta de conhecimento ao nível da protecção do património.

Como tal, o membro do CPU defende que seria fundamental a escolha de um novo local para a biblioteca depois da entrada do novo Executivo e da implementação do Plano Director de Macau. Nesse sentido, Chan defende a suspensão do projecto, para que o actual Governo de Chui Sai On possa resolver as questões mais urgentes, a fim de ser pensada depois uma nova localização mais adequada para a Biblioteca Central.

Um sítio comercial

Chan Tak Seng apresentou ainda dúvidas sobre os procedimentos adoptados pelo IC, uma vez que o organismo segue, de acordo com a sua visão, diferentes padrões de conservação, com maior e menos grau de exigência. Este salientou ainda que a construção da nova Biblioteca Central teria como base as condições do planeamento urbanístico ou estaria sujeita ao compromisso verbal da presidente do IC, Mok Ian Ian.

O director da Aliança do Povo de Instituição de Macau frisou ainda que a zona da Praia Grande é completamente comercial, não possui ambiente cultural e se a Biblioteca Central tem como objectivo servir os cidadãos e não os turistas, então deveria ir para outro sítio. Chan Tak Seng acredita também serem necessárias medidas para controlar o fluxo de pessoas nessa zona.

O IC estima que o projecto da Biblioteca Central de Macau, com capacidade para albergar 500 mil livros, venha a custar aos cofres públicos 900 milhões de patacas. O projecto adjudicado ao atelier do arquitecto Carlos Marreiros tem sido alvo de inúmeras críticas quanto aos custos e localização.

4 Jul 2019

Recursos Financeiros | Operários tiverem encontro com FSS

[dropcap]O[/dropcap]s quatro deputados ligados aos Operários de Macau, Ella Lei, Lei Chan U, Lam Lon Wai e Leong Sun Iok, estiverem reunidos com a administração do Fundo de Segurança Social (FSS), liderada por Iong Kong Io.

Em cima da mesa esteve a discussão da proposta de lei de consolidação dos recursos financeiros do FSS, que os deputados defenderam contribuir para uma melhor sustentabilidade deste mecanismo. As alterações ainda têm de ser aprovadas na especialidade na Assembleia Legislativa.

4 Jul 2019

Português detido em Tóquio com 69 cápsulas de droga que tinha ingerido

[dropcap]U[/dropcap]m português foi detido na segunda-feira no Aeroporto de Haneda, em Tóquio, Japão, por tentar contrabandear estimulantes que tinha ingerido, noticiou hoje a agência de notícias nipónica Kyodo, que cita uma fonte policial.

A polícia divulgou que foram recuperados 673 gramas de estimulantes do corpo do português.
A droga encontrada possui um valor de mercado estimado em 40 milhões de ienes, segundo as autoridades, e estava contida em 69 cápsulas.

O homem de 42 anos viajava de Frankfurt para Tóquio e remeteu-se ao silêncio, segundo a polícia.
As forças de segurança explicaram que foi obtido um mandado para recuperar as cápsulas depois de o português ter-se recusado a ser alvo de uma inspecção alfandegária em Haneda.

Este acabou por ser submetido a uma TAC (Tomografia Axial Computadorizada) num hospital, que detectou os invólucros, e as cápsulas foram recuperadas nos dias seguintes.

3 Jul 2019