Hoje Macau SociedadeVales de consumo | Facilitada inscrição de recém-nascidos [dropcap]A[/dropcap]té dia 8 de Abril pode ser feita a pré-inscrição de recém-nascidos que satisfaçam os requisitos do plano de subsídio de consumo e que não tenham bilhete de identidade de residente (BIR), comunicou a Direcção dos Serviços de Identificação (DSI). Isto pode ser feito sem que o recém-nascido esteja presente. É preciso levar documentação, como o boletim de nascimento emitido pela Conservatória do Registo Civil, o BIR original do cidadão e fotocópia do BIR do cônjuge. O recém-nascido deverá ser levado posteriormente à DSI para conclusão do requerimento de BIR. Desde que o requerimento de BIR seja concluído até 23 de Abril, o documento poderá ser emitido até 29 de Abril.
Hoje Macau SociedadeWynn Macau | Lucros líquidos desceram 19% [dropcap]A[/dropcap] Wynn Macau Ltd teve uma quebra de 19 por cento nos lucros líquidos em 2019. Em causa está uma descida de 6,25 mil milhões de dólares de Hong Kong em 2018 para 5,06 mil milhões no ano passado. No documento em que anuncia os resultados, a empresa indica que as receitas diminuíram 8,7 por cento para 36,16 mil milhões de dólares de Hong Kong. O motivo principal apontado é uma descida no jogo VIP, parcialmente compensada por um crescimento no mercado de massas, tanto no Wynn Palace como no Wynn Macau. Já os elementos que não são de jogo, tiveram também uma quebra, ainda que ao nível dos quartos as receitas se tenham mantido semelhantes ao ano anterior. Face ao contexto actual, a empresa explica que vai acompanhar as condições de mercado em Macau e na China e que “poderá considerar um dividendo especial no futuro quando as condições estabilizarem”. No entanto, descreve que “durante esta crise sem precedentes da covid-19, o principal foco do Conselho é salvaguardar as suas operações em Macau e, mais importante, o bem-estar dos seus mais de 13 mil funcionários”.
Hoje Macau SociedadeComparticipação pecuniária | Cheques começam a ser distribuídos hoje [dropcap]C[/dropcap]omeçam hoje a ser distribuídos, pelo Governo da RAEM, os cheques no âmbito do Plano de Comparticipação Pecuniária. A distribuição dos cheques será feita até ao dia 19 de Junho, sendo que cada residente permanente irá receber 10 mil patacas, enquanto que os residentes não permanentes recebem seis mil patacas. Os idosos e todos aqueles que optaram pelo depósito directo do cheque na conta bancária são os primeiros a receber este montante, seguindo-se os funcionários públicos aposentados ou alunos com bolsas de estudo. O pagamento faz-se depois faseadamente de acordo com os anos de nascimento dos beneficiários.
Hoje Macau VozesNevoeiro [dropcap]F[/dropcap]iz a mala. Só falta fechar. De fora deixei a necessaire e uma mochila grande para pôr a parafernália das refeições: os talheres, o prato e a malga coloridos da Cristina e a outra malga que veio com o chili de lentilhas e vegetais da Vera. A aveia, o chá e o café, se ainda houver. Não, não saio amanhã. Ainda faltam uns dias. Mas hoje, ao contrário do que me caracteriza – aqueles cinco, sete minutos de pegar em três peças de roupa antes de apanhar um avião – fiz a mala com antecedência. Ficou também de lado uma mochila mais pequena, para o computador e os livros que ainda me servem. Além da roupa essencial para esta última etapa, e que a seu tempo será enrolada numa bola e colocada num saco já destinado, está também de fora, dobrada por cima do sofá vermelho, uma outra muda, escolhida a dedo dentro das possibilidades. Não quero sair daqui indigna do ar. Tenho que ir arranjadinha rumo à porta, lá de fora, e ao respirar. “Bom dia, gostaria de saber se se está a sentir bem e se precisa de alguma coisa?” pergunta-me a relações públicas do hotel. Digo que sim e agradeço o cuidado. “Boa tarde, estou a ligar dos Serviços de Saúde” oiço mais tarde “Está a sentir-se bem? Como está a sua temperatura hoje? Tem tido alguma indisposição?” “36 graus e sinto-me lindamente”. “Obrigada e até amanhã”. O que faz falta Das rotinas diárias faz parte o arrumar a “casa”. Lavo a pouca loiça que tenho e que me está a uso. A bancada da casa de banho está dividida. De um lado, uma espécie de escorredor, onde estendi uma toalha, pequena, branca. Do outro, o copo com a escova e a pasta dos dentes. Ao lado, está a escova do cabelo e o óleo de argão que dá para tudo. Entre um lado e outro, duas velas, grandes e cheirosas, para me fazerem sentir mais em casa. Na parede, as toalhas. Uma para as mãos. Outra para a loiça. Ficam bem ali, penduradas no varão dourado e a contrastar com o amarelo de fundo. Os pauzinhos, que me dão aos pares de três por dia também se incluem. Reutilizam-se para tentar adoecer menos o mundo. Afinal, não preciso de muito. Mas preciso de ar, do sorriso das pessoas do outro lado da mesa do café, do vento quente e húmido da estação, das vozes sem serem filtradas por linhas ou letras. De caras, sem máscaras, sem máscara alguma. Hoje está mais nevoeiro do que o habitual. Por esta altura do ano parece que Macau se enfia dentro de um capacete. A humidade dispara para se manter nos 100 por cento, a temperatura começa a aumentar a o território mergulha numa nuvem permanente, claustrofóbica que antecede a próxima estação. É uma espécie de prelúdio de Verão. M.M.
Hoje Macau SociedadeEnsino Superior | Exame de Acesso realizado este mês [dropcap]O[/dropcap] Exame Unificado de Acesso ao Ensino Superior de Macau para o próximo ano lectivo vai decorrer entre 16 e 19 de Abril. As datas foram acordadas depois de um encontro entre os representantes da Universidade de Macau, Instituto Politécnico de Macau, Instituto de Formação Turística de Macau e Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. Os exames avaliam as disciplinas de Português, Chinês, Inglês e Matemática e servem para aceder às instituições em causa. Face à pandemia da covid-19, há medidas especiais para a realização das provas que passam pela utilização de máscaras, reforço de limpeza e desinfecção das salas de exame, maior distância entre as cadeiras e o preenchimento da declaração de saúde.
Hoje Macau SociedadeFluxo de passageiros no aeroporto internacional de Macau desce 45% [dropcap]O[/dropcap] número de passageiros no Aeroporto Internacional de Macau caiu 45 por cento, entre o início do ano e 30 de Março, enquanto os voos caíram 55 por cento, em relação ao período homólogo em 2019, de acordo com dados divulgados ontem pela CAM, a sociedade que gere o aeroporto. “Devido à epidemia desencadeada pela covid-19 desde o início deste ano, a procura pela indústria da aviação caiu drasticamente”, apontou em comunicado a entidade. A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, que também divulgou dados ontem, especificou que em Fevereiro houve um total de 1.138 voos comerciais, o que representou uma quebra de 79,6 por cento em relação a Fevereiro de 2019, com particular destaque para os voos entre Macau e o Interior da China que diminuíram 88,4 por cento.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Portugal com 160 mortes e mais de 7.400 infectados [dropcap]P[/dropcap]ortugal regista hoje 160 mortes associadas à covid-19, mais 20 do que na segunda-feira, e 7.443 infectados (mais 1.035), segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direcção-Geral da Saúde (DGS). O relatório da situação epidemiológica em Portugal, com dados atualizados até às 24:00 de segunda-feira, indica que a região Norte é a que regista o maior número de mortes (83), seguida da região Centro (40), da região de Lisboa e Vale do Tejo (35) e do Algarve, que hoje regista dois mortos. Relativamente a segunda-feira, em que se registavam 140 mortes, hoje observou-se um aumento de 14,1% (mais 20). De acordo com dados da DGS, há 7.443 casos confirmados, mais 1.035 (um aumento de 16,1%) face a segunda-feira. Das 140 mortes registadas, 97 tinham mais de 80 anos, 38 tinham idades entre os 70 e os 79 anos, 17 entre os 60 e os 69 anos, seis entre os 50 e os 59 anos e dois óbitos entre os 40 aos 49 anos. Das 7.443 pessoas infectadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), a grande maioria (5.837) está a recuperar em casa, 627 (mais 56, +9,8%) estão internadas, 188 (mais 24, +14,6%) dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos. Os dados da DGS, que se referem a 75% dos casos confirmados, precisam que Lisboa é o concelho que regista o maior número de casos de infeção pelo coronavírus SARSCov2 (505), seguida do Porto (462 casos), Vila Nova de Gaia (338), Gondomar (298), Maia (293), Matosinhos (273), Braga (220), Valongo (210), Sintra (167) e Ovar (159). Desde o dia 1 de Janeiro, registaram-se 52.086 casos suspeitos, dos quais 4.610 aguardam resultado das análises. O boletim epidemiológico indica também que há 40.033 casos em que o resultado dos testes foi negativo e que 43 doentes recuperaram. A região Norte continua a registar o maior número de infeções, totalizando 4.452, seguida da região de Lisboa e Vale do Tejo, com 1.799 casos, da região Centro (911), do Algarve (137) e do Alentejo, que hoje apresenta 50 casos. Há ainda 48 pessoas infectadas com covid-19 nos Açores e 46 na Madeira. A DGS regista ainda 19.260 contactos em vigilância pelas autoridades (mais 7.778). A faixa etária mais afetada é a dos 40 aos 49 anos (1.383), seguida dos 50 aos 59 anos (1.346), dos 30 aos 39 anos (1.115) e dos 60 aos 69 anos (1.028). Há ainda 94 casos de crianças com idades até aos nove anos, 184 de jovens com idades entre os 10 e os 19 anos e 755 com idades entre os 20 e os 29 anos. Os dados indicam também que há 758 casos de pessoas com idades entre os 70 e os 79 anos e 780 com mais de 80 anos. Segundo o relatório da DGS, 134 casos resultam da importação do vírus de Espanha, 98 de França, 49 do Reino Unido, 28 de Itália, 32 da Suíça, 38 dos Emirados Árabes Unidos, 18 de Andorra, 14 da Austrália, 11 do Brasil, 11 Países Baixos, oito da Bélgica, sete da Alemanha, sete da Argentina, seis dos EUA, quatro da Áustria, quatro em Cabo Verde e quatro no Canadá. O boletim dá ainda conta de três casos importados da Índia e outros três de Israel e dois casos do Egito, dois da Irlanda, dois da Jamaica e outros dois da Tailândia. Foram ainda importados um caso da Áustria/Alemanha, Chile, Cuba, Dinamarca, Indonésia, Irão, Luxemburgo, Malta, Maldivas, Noruega, Paquistão, Polónia, Qatar, República Checa, Venezuela, Ucrânia e Suécia. Segundo a DGS, 62% dos doentes positivos ao novo coronavírus apresentam como sintomas tosse, 50% febre, 34% dores musculares, 29% cefaleias, 24% fraqueza generalizada e 19% dificuldade respiratória. Esta informação refere-se a 76% dos casos.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China regista 48 novos casos de infecção vindos do exterior [dropcap]A[/dropcap] China continuou a registar dezenas de novos casos de contágio pelo novo coronavírus oriundos do exterior, apesar de ter interditado, no sábado passado, a entrada de estrangeiros no país. Foram detectadas no país 48 pessoas infectadas com a covid-19, todas vindas do exterior, até à meia-noite na China, segundo as autoridades de saúde chinesas. A Comissão Nacional de Saúde da China informou ainda que morreu uma pessoa devido à infeção pelo novo coronavírus, na cidade chinesa de Wuhan, epicentro da epidemia. Wuhan conta com 528 pacientes em estado grave, a maioria a nível nacional. O número total de infectados diagnosticados na China, desde o início da pandemia, é de 81.518, entre os quais 3.305 morreram e 76.052 tiveram alta após superarem a doença. O número de pacientes infectados fixou-se assim nos 2.161. Quando a doença começou a atingir o resto do mundo, muitos chineses regressaram ao país, que passou assim a registar centenas de casos oriundos do exterior. A partir de sábado, a China suspendeu temporariamente a entrada no país de cidadãos estrangeiros, incluindo quem possui visto ou autorização de residência, como medida de prevenção contra a propagação do novo coronavírus. Desde o início do surto, em dezembro passado, 704.190 pessoas em contacto próximo com infectados estiveram sob vigilância médica na China, incluindo 19.853 ainda sob observação, de acordo com dados oficiais. Para impedir uma segunda vaga de contágios no país, o Governo chinês impôs uma quarentena rigorosa de 14 dias em centros designados pelas autoridades a quem entrar na China. O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 750 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 36 mil. Dos casos de infecção, pelo menos 148.500 são considerados curados.
Hoje Macau Manchete SociedadeCovid-19 | Mais um caso em Macau eleva total de infectados para 39 [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau anunciaram hoje mais um caso de contágio da covid-19, elevando o número de infectados para 39 desde o início do surto do novo coronavírus. Trata-se de uma criança de nove anos, residente em Macau, filha de um dos casos confirmados. A 18 de Março regressou de Manila, Filipinas, via Hong Kong, acompanhada do pai e do irmão. À chegada a Macau os três não apresentaram quaisquer sintomas e ficaram em quarentena domiciliária de 14 dias. Depois de a 26 e a 27 de março os testes à criança terem dado negativo, um último exame efetuado na segunda-feira resultou positivo, confirmando a pneumonia causada pela covid-19. Após Macau ter estado 40 dias sem identificar qualquer infecção, a partir de meados deste mês foram identificados 29 novos casos, todos importados. Em Fevereiro, Macau registou uma primeira vaga de 10 casos da covid-19, já todos com alta hospitalar. Após a deteção de novos casos, as autoridades reforçaram as medidas de controlo e restrições fronteiriças, assim como a obrigatoriedade de quarentena de 14 dias imposta a praticamente todos aqueles que entrem no território. O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 750 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 36 mil. Dos casos de infecção, pelo menos 148.500 são considerados curados. Depois de surgir na China, em Dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Hoje Macau SociedadeSMG | Previstas quatro a seis tempestades tropicais este ano [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau prevêem quatro a seis tempestades tropicais no território este ano, com possibilidade de algumas atingirem “nível de tufão severo ou super tufão”, foi ontem divulgado. “O primeiro ciclone tropical a afectar Macau pode ocorrer em meados de Junho ou mais tarde, e toda a época de tufões termina no final de Setembro”, informou a Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG). Quanto à previsão de precipitação no território (entre Abril e Setembro), as autoridades apontam que será normal. A temperatura, “será no intervalo de normal e relativamente alta”. As autoridades aconselham que se “tomem medidas preparatórias para prevenir e/ou reduzir o impacto de tempestade tropical, chuva forte e inundações”, visto que o território está a poucos dias de entrar na época das chuvas.
Hoje Macau VozesPiquenique na praia e chá [dropcap]H[/dropcap]oje o senhor que mede a temperatura não sorria como de costume. Perguntou, como habitualmente, se estava bem, enquanto me mostrava os números no termómetro. Mas parecia cabisbaixo. “Está bem?”, perguntei. Fechou os olhos, franziu as sobrancelhas na testa morena e encolheu os ombros altos. “Estou um bocadinho preocupado. Já sabe do caso da pessoa que esteve em Macau e que acusou positivo?” Sim. Percebi-lhe a preocupação. “Mantenha-se protegido” consegui dizer, antes do “Até logo e obrigada”. Mais tarde, ao trazer-me o almoço, insistiu no bater da porta. Já tinha pendurado o saco na maçaneta, para a refeição não arrefecer no chão. “Insisti porque não quero que o almoço fique frio. É melhor quente” justificou. A refeição de hoje não vai arrefecer, vai estar sempre morna com a intenção deste anónimo, de tez escurinha, olhos negros e rasgados, que traz sempre uma palavra de ânimo por detrás da máscara. Às vezes imagino-lhe as feições. Podem ser tantas. O Pedro morreu. Recordo os meus primeiros dias em Macau em que ao pesquisar na net por um espaço independente dei de caras com o “Che Che”. Nos comentários online não faltavam referências às particularidades do seu proprietário: “caricato”, “especial”, “com o seu feitio”, etc. Depois de conhecer o dito espaço ao som de Portishead e Laurie Anderson, conheci o Pedro. Tricas e tréguas, whiskey japonês e sempre boa música. Bem-haja. Tenho que comprar um cesto de vime. Já está combinado. O António teve a ideia com uma recordação de outros tempos, mais felizes, e mostrou-ma numa fotografia. Quando for possível, vamos fazer um piquenique. No cesto levamos uma toalha aos quadradinhos brancos e vermelhos, copos de vidro e uma garrafa de vinho branco num pequeno saco térmico. A praia vai ter um mar azul, nem que seja só na nossa imaginação. Qualquer Hac Sá ou Cheok Wan servem mesmo com as águas que teimam em manter tons terra. Mas nesse dia, vai estar tudo azul. O céu também. Mudei a disposição do tapete. Agora o Yoga é de frente para a janela e para a montanha que é mais mágica do que a do Thomas Mann. Depois aqueci água. Deixo-a pousar. Não se deve queimar o chá, ensinaram-me um dia. Com a água mais calma, misturo-lhe as folhas que trouxe da última vez que fui a Zhuhai. Lá o chá é sempre melhor. Fica ali até ver a cor verde, ainda clara, aparecer. É nessa altura que se bebe. Quente e fresco. Até amanhã M.M.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Pequim qualifica críticas de França sobre ajuda como “cínicas” A secretária de Estado francesa para os Assuntos Europeus classificou as acções chinesas de apoio a vários países como encenações com vista a promover a imagem do país. Pequim diz que as fábricas continuam a produzir materiais hospitalares sem parar, para dar resposta aos muitos pedidos que chegam de todo lado, inclusive da França, que encomendou “mais de mil milhões de máscaras” e que este esforço deve ser enaltecido e não denegrido [dropcap]A[/dropcap] China considerou ontem “cínicas” as declarações da secretária de Estado francesa para os Assuntos Europeus, Amélie de Montchalin, que acusou Pequim de estar “a instrumentalizar” a ajuda chinesa que dá a outros países contra a pandemia de covid-19. A pandemia está, em termos gerais, suprimida no território chinês, com apenas um ou nenhum novo caso de origem local anunciados nos últimos dias. Nas últimas semanas, o Governo chinês ofereceu máscaras, roupas de protecção e luvas a países atingidos pela covid-19, além de enviar especialistas médicos, principalmente para a Itália. “Às vezes é mais fácil fazer propaganda, [passar] imagens bonitas e instrumentalizar o que está a acontecer”, disse Amélie de Montchalin no domingo, no programa “Questions politiques”, da France Inter, do jornal Le Monde e da France Télévisions. “Estou a falar sobre a China e sobre a Rússia, que encenam as coisas”, disse, sem, no entanto, dar exemplos concretos. A China foi acusada por alguns críticos de querer tirar proveito da ajuda que fornece, particularmente aos países europeus, para exaltar o seu modelo político. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China respondeu, entretanto, sublinhando que o país não percebe a razão das críticas. “Ouvi, várias vezes, ocidentais mencionarem a palavra ‘propaganda’ em relação à China. Gostaria de lhes perguntar: exactamente a que é que se estão a referir?”, questionou o porta-voz do ministério, Hua Chunying. “O que é que querem? Que a China fique de braços cruzados face a esta grave epidemia que está a afectar os outros países? Que se mantenha indiferente?”, referiu numa conferência de imprensa, ontem realizada. Os funcionários das fábricas chinesas de máscaras e de outros materiais de proteção estão actualmente a trabalhar em pleno para responder aos pedidos de países onde esses equipamentos estão em falta. “Os esforços [desses trabalhadores] devem ser respeitados e não denegridos”, disse Hua Chunying. A própria França encomendou “mais de mil milhões de máscaras”, sobretudo à China, segundo o ministro da Saúde, Olivier Véran. “Gostava de perguntar às pessoas que fazem comentários cínicos o que é que estão a fazer contra a pandemia?”, afirmou ainda Hua, acrescentando que a China espera que a pessoa em causa ofereça, por palavras e acções, benefícios à cooperação internacional (contra a covid-19)”. Com defeito A França ofereceu, em Fevereiro, à China várias toneladas de equipamentos médicos, incluindo fatos de protecção, máscaras, luvas e desinfectantes. Entretanto, a embaixada chinesa em Haia garantiu ontem que “não há qualquer consideração geopolítica” no seu apoio a outros países para combater o coronavírus e enfatizou que é “normal que alguns problemas surjam”, como aconteceu com o lote de 600.000 máscaras defeituosas recebidas para a Holanda. O embaixador, Xu Hong, afirmou, em comunicado ontem divulgado, só ter tido conhecimento pela comunicação social do problema com “algumas máscaras compradas” à China pelo Governo holandês e assegurou que tem estado a acompanhar de perto a investigação nos Países Baixos, esperando que “este incidente isolado” não afecte a cooperação entre os dois países. Metade de um lote de 1,3 milhões de máscaras usadas por profissionais de saúde para tratar doentes críticos infectados com a covid-19 foram consideradas defeituosas, colocando em risco médicos e enfermeiros. A maioria deste material não se encaixa bem no rosto ou tem membranas – os filtros que devem travar as partículas virais – que não funcionam corretamente. Segundo o Ministério da Saúde, o lote foi entregue com urgência pela China, já que o país estava, na semana passada, em estado de “grande escassez” relativamente a este tipo de material. Todas as máscaras defeituosas distribuídas pelos hospitais já foram recuperadas, garantiu o ministério. Xu Hong não confirmou a qualidade defeituosa das máscaras compradas pelo Governo holandês a um fabricante chinês autorizado, mas oferece ajuda das autoridades de Pequim na investigação e pediu para que estes problemas sejam “resolvidos objectivamente”, sublinhando que “não devem ser politizados”. Trágicos números “O vírus não conhece fronteiras e só fortalecendo a solidariedade e a assistência mútua é que a comunidade internacional conseguirá vencer a batalha contra a pandemia”, lembrou Xu Hong. “A China continuará a apoiar plenamente os esforços holandeses para combater a pandemia e a trabalhar em conjunto para derrotar o novo coronavírus, que é o inimigo comum”, acrescentou. O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil. Dos casos de infecção, pelo menos 142.300 são considerados curados. Depois de surgir na China, em Dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia. O continente europeu, com mais de 396 mil infectados e perto de 25 mil mortos, é aquele onde se regista actualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 10.779 mortos em 97.689 casos confirmados até domingo.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Itália com mais 1.648 casos e 812 mortes, ritmo dos contágios em baixa [dropcap]A[/dropcap] Itália registou nas últimas 24 horas 1.648 novos casos de infecção pelo novo coronavírus e 812 mortes adicionais, números que traduzem uma clara redução dos contágios, segundo dados divulgados hoje pela Protecção Civil. O aumento de casos de infecção de domingo para hoje, 1.648, representa menos de metade do aumento dos dias anteriores, tendo passado de 8,3% de novos casos em média nos últimos quatro dias para 4% nas últimas 24 horas, segundo as autoridades. O número de novos casos é por outro lado quatro vezes mais baixo que há 15 dias. Desde que foi detectado o primeiro caso em Itália, a 20 de fevereiro, 101.739 pessoa foram infectadas pelo vírus que provoca a covid-19. Desse total, 11.591 morreram, 14.620 já recuperaram da doença e 75.528 permanecem infectadas. A maioria dos infectados, 58%, recupera isolada em casa, apresentando sintomas ligeiros ou mesmo ausência de sintomas, e cerca de 4.000 estão internadas em unidades de cuidados intensivos. Outro sinal positivo, apontam, é o aumento do número de pessoas consideradas curadas em todo o país, 1.590 de domingo para hoje, número que nunca foi tão alto num só balanço diário. “Podemos esperar atingir o pico em sete ou 10 dias e, depois, razoavelmente, uma descida do contágio”, estimou o vice-ministro da Saúde, Pierpaolo Sileri. As autoridades destacam também que, pela primeira vez desde o início da pandemia em Itália, o número de novos casos na Lombardia (norte), a região mais atingida do país, baixou de 25.392 no domingo para 25.006 hoje. “Na Lombardia observamos uma diminuição do número de casos, mas sobretudo pressão nas urgências e na atividade das ambulâncias. Nestes últimos quatro dias mudou muita coisa. É o sinal de que o enorme esforço que estamos afazer está a funcionar”, disse por seu lado Giulio Gallera, o ministro da Saúde da região lombarda. O continente europeu, com mais de 396 mil infectados e perto de 25 mil mortos, é aquele onde se regista actualmente o maior número de casos de infeção pelo novo coronavírus, com Itália, Espanha e França como países mais afectados.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Quase 34 mil mortos e mais de 715 mil infectados em todo o mundo [dropcap]A[/dropcap] pandemia de covid-19 matou pelo menos 33.568 pessoas no mundo inteiro desde que a doença surgiu em Dezembro na China, segundo um balanço da AFP às 08:00 desta segunda-feira, a partir de dados oficiais. De acordo com a agência de notícias francesa, já foram diagnosticados pelo menos 715.204 casos de infecção pelo novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, e a pandemia espalhou-se por 183 países ou territórios. A Itália continua a ser o país mais afetado em número de mortes (10.779), seguido da China (3.304 mortes), o foco inicial do contágio. Os Estados Unidos registam 143.025 casos e 2.514 mortes. A AFP alerta que o número de casos diagnosticados reflete apenas uma fração do número real de infecções, já que um grande número de países está agora a testar apenas os casos que requerem atendimento hospitalar.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | Mais de mil mortes no estado de Nova Iorque, há nove dias eram 35 [dropcap]O[/dropcap] estado norte-americano de Nova Iorque superou no domingo as mil mortes de infectados com a covid-19, um mês após se detetar o primeiro caso e quando há nove dias se registavam apenas 35 mortos. Só a cidade de Nova Iorque informou na noite de domingo que o número subira para os 776 mortos. O surto da covid-19 espalhou-se por Nova Iorque a uma velocidade assustadora. O primeiro caso de infecção conhecido no estado foi descoberto a 1 de Março num profissional de saúde, que regressara recentemente do Irão. Dois dias depois, o estado anunciou o segundo caso, um advogado do subúrbio de New Rochelle. A 10 de Março, o governador Andrew Cuomo declarou uma “área de contenção” em New Rochelle que obrigou ao fecho de escolas e espaços de culto. Nesse mesmo dia, a região metropolitana registou a sua primeira fatalidade: um homem que trabalhava em Yonkers e morava em Nova Jersey. A 12 de Março, o estado proibiu todas as reuniões de mais de 500 pessoas e encerrou os teatros da Broadway e as arenas desportivas. O prefeito da cidade de Nova Iorque, Bill De Blasio, ordenou o fecho das escolas a 15 de Março. Restrições mais severas ocorreram cinco dias depois, quando Cuomo ordenou que todos os trabalhadores não essenciais ficassem em casa, barrou reuniões de qualquer dimensão e instruiu qualquer pessoa no espaço público a ficar a pelo menos um metro de distância das outras pessoas. Por essa altura, somente 35 nova-iorquinos infectados com a covid-19 tinham morrido. Ou seja, apenas nove dias antes destes últimos números. O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 697 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 33.200. A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 6.528, entre 78.747 casos de infeção confirmados até hoje, enquanto os Estados Unidos são o que tem maior número de infectados (mais de 124 mil). Dos casos de infecção, pelo menos 137.900 são considerados curados.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China regista 31 novos casos de infecção [dropcap]A[/dropcap] China anunciou hoje 31 novos casos da Covid-19, quase todos oriundos do exterior, numa altura em que o país suspendeu temporariamente a entrada no país de cidadãos estrangeiros, incluindo residentes. As autoridades de saúde chinesas indicaram que 30 casos são importados, ou seja, pessoas que estão a regressar do exterior, e apenas um caso de contágio local, na província de Gansu, no noroeste da China. A Comissão de Saúde da China indicou que, até à meia-noite na China, morreram mais quatro pessoas no país, devido à infeção pelo novo coronavírus, o que fixa em 3.304 o número de vítimas mortais. Segundo os dados oficiais, o número de casos diagnosticados na China continental – que exclui Macau e Hong Kong -, desde o início da pandemia, é de 81.470, entre os quais 75.700 pessoas receberam alta, fixando o número de pacientes em 2.396. Desde o início do surto, em Dezembro passado, 704.190 pessoas em contacto próximo com infectados estiveram sob vigilância médica, incluindo 16.235 ainda sob observação, de acordo com dados oficiais. Quando a doença começou a atingir o resto do mundo, muitos chineses regressaram ao país, que passou assim a registar centenas de casos oriundos do exterior. A partir de sábado, a China suspendeu temporariamente a entrada no país de cidadãos estrangeiros, incluindo quem possui visto ou autorização de residência, como medida de prevenção contra a propagação do novo coronavírus. Para impedir uma segunda vaga de contágios no país, o Governo chinês impôs ainda uma quarentena rigorosa de 14 dias a quem entrar na China. O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 697 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 33.200. Dos casos de infeção, pelo menos 137.900 são considerados curados. Depois de surgir na China, em Dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Hoje Macau Manchete SociedadeCovid-19 | Macau anuncia mais um caso de infecção e eleva total para 38 [dropcap]A[/dropcap]s autoridades de Macau anunciaram mais um caso de contágio da covid-19, elevando o número de infectados para 38 desde o início do surto do novo coronavírus. Trata-se de um homem, residente de Macau, de 44 anos, que no dia 18 de Março chegou a Hong Kong vindo do Reino Unido, entrando no território através do transporte institucionalizado para apoio aos residentes, informou em comunicado o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. “No dia 21 de março foram recolhidas amostras de saliva do doente e no dia 22 de março a amostra de zaragatoa nasofaríngea foi negativa para teste de novo tipo de coronavírus”, detalharam. Só que do domingo as autoridades realizaram um novo teste e “os resultados foram positivos para a pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus, confirmando a pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus”, apontaram. Após Macau ter estado 40 dias sem identificar qualquer infecção, nas últimas duas semanas foram identificados 28 novos casos, todos importados. Em Fevereiro, Macau registou uma primeira vaga de 10 casos da covid-19, já todos com alta hospitalar. Após a deteção de novos casos, as autoridades reforçaram as medidas de controlo e restrições fronteiriças, assim como a obrigatoriedade de quarentena de 14 dias imposta a praticamente todos aqueles que entrem no território.
Hoje Macau VozesPor debaixo da porta [dropcap]N[/dropcap]o fim de semana recebi, por debaixo da porta, uma carta da gerência do hotel. “Agradecemos a sua colaboração e estamos a fazer o que podemos para tornar a sua estadia o melhor possível”. Gostava de poder agradecer pessoalmente o gesto. Os gestos todos de quem está a tentar tornar melhor a existência, não minha, mas nossa. “Bom dia vizinha” cumprimenta-me diariamente o Faustino. No quarto ao lado, tem visto “O Atirador” e fala-me do quotidiano. Reviu o “Ébola”, “mas agora é pior”. Recorda estes tempos que temos vivido. Recordamos juntos. A Dona Adelina falou-me do choro das hienas que se tinha perdido na memória e que agora volta a situar ali, num tempo de infância por terras de África. Gosto de ouvir as suas histórias. Dentro, tem uma vida delas. O Sr. Virgílio hoje está mais bem-disposto. Tem estado um bocadinho cansado. O telefone que nos une aqui dentro tem mais do que uma linha. Tem muitas. Cruzam-nos as existências e confortam-nos os receios. Vi “The Legend of 1900”, recomendado pelo Mário. Tornattore conta a história de um homem que nasceu num navio cruzeiro onde cabia a vida toda. O mundo lá fora era demasiado infinito e assustador. Quando saí de Lisboa, um dos funcionários do aeroporto perguntou-me para onde ia. “Vou voar para Hong Kong” respondi. “Isso é longe. Boa sorte”. “Protejam-se por aqui”, acrescentei. “Vou aproveitar para estar mais com a minha filha. Tem 4 anos. Agora só posso pensar nisso. Já recebi a carta de despedimento e tenho trabalho até ao final do mês” disse-me a sorrir, a tentar disfarçar a angústia que se avizinhava. Calei-me. Recordo a situação e olho lá para fora. Um mundo parado, num silêncio assustador. Outros mundos Há um ano atravessava a pé a pequena estrada entre Mae Sai, nas montanhas verdes do norte da Tailândia, e Tachilek, pequena cidade fronteiriça da Birmânia e de todo um outro mundo. Uma fronteira que esteve anos fechada. Agora está outra vez. Voltei a ver o posto de emigração birmanês. As paredes azuis claras com muitas falhas na pintura. As janelas abertas para afugentar o calor com alguma corrente de ar. As cadeiras eram brancas, de plástico, e o computador, sem ninguém que lhe soubesse mexer estava coberto para estar protegido. Recordei a espera por uma agente da emigração enquanto admirava o altar que misturava Budas e Ganeshas, todos com flores. O agente chegou. Leu o papel que tinha nas mãos e carimbou-me o passaporte. Um dia, levo a Sara comigo, e vamos ver Bagan de balão. De manhã cedo, que é mais fresco. Depois vamos pedalar as aldeias que abraçam o lago Inle e no final de um dia, cansadas e felizes, pomos as bicicletas numa canoa que nos vai levar a comer um caril de amendoins ou de folhas de tamarindo. Os meus pais seguem religiosamente os exercícios da Rita e sentem-se bem, apesar do corpo estalar. “É bom sinal”, digo, contente. Já o meu irmão, na sua sala airosa em Lisboa, trabalha mais que o normal, para ajudar o mundo a comunicar. A Sónia mandou-me um poema, a Fátima fez o jantar comigo e o Pedro continua a sair de bicicleta para espantar os males. Tenho saudades. A Carla encontrou lugar para o quadro que tinha guardado. Mandou-me uma fotografia e entrei em casa dela. A Vera precisa de descansar e a Cristina também. Até amanhã Macau, 29 de Março de 2020
Hoje Macau SociedadeDSAL | Garantida compensação por acidente no Galaxy Hotel [dropcap]N[/dropcap]o seguimento do acidente de trabalho que ocorreu na semana passada num estaleiro do Galaxy Hotel no Cotai, que causou a morte de três trabalhadores, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) reuniu com representantes das diferentes empresas envolvidas. O organismo comunicou que o pedido de retoma das obras não será autorizado sem alterações às condições de segurança e a apresentação de um relatório sobre o acidente. De acordo com a nota, os responsáveis do estaleiro, em conjunto com a empresa intermediária e a associação de agência de emprego vão prestar apoio aos familiares das vítimas que perderam a vida, “nomeadamente no adiantamento da compensação por acidente de trabalho e no tratamento dos restos mortais”. A DSAL emitiu orientações a 11 associações do sector da construção para tomarem medidas de prevenção e vai organizar uma formação sobre a segurança nos trabalhos em altura aos profissionais do estaleiro onde ocorreu o acidente.
Hoje Macau SociedadeMacau Legend | David Chow substituído por Melinda Chan na posição de CEO [dropcap]D[/dropcap]avid Chow foi substituído pela esposa Melinda Chan na posição de CEO da empresa Macau Legend, que gere a Doca dos Pescadores. A informação foi divulgada em comunicado na passada sexta-feira, e que tem conta de perdas da empresa na ordem de 190 milhões de dólares de Hong Kong no ano passado, em comparação com ganhos de 1.966 milhões de 2018. Melinda Chan está nos quadros da empresa desde Outubro de 2017, depois de ter perdido o cargo de deputado na Assembleia Legislativa, onde cumpriu dois mandatos. Segundo a informação disponibilizada, vai auferir de um salário mensal de 187 mil patacas por mês, além de outros bónus e subsídios. Quanto a David Chow, fica como co-presidente da direcção, mas passa a ter outras prioridades como a “definição das políticas” do grupo. Continua ainda a ser membro da direcção. Outra das alterações anunciada na direcção da empresa foi a reforma da mãe de David Chow, Lam Fong Ngo, conhecida na indústria como “Madam Lam”. Após 40 décadas, e agora com 96 anos, Lam destacou-se quando trabalhou com Stanley Ho na Sociedade de Turismo e Diversões de Macau. Em 2014, fez parte da lista de multimilionários da Forbes com fortuna avaliada em mil milhões de patacas. Confessa admiradora da arte da ópera chinesa, em 2008 foi agraciada com a Medalha de Mérito Cultural.
Hoje Macau PolíticaCultura | Novas medidas incluem isenção de rendas [dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural (IC) vai lançar um pacote de medidas destinado aos grupos culturais e artísticos de Macau afectados pela covid-19, que incluem, entre outras, a isenção do pagamento de rendas dos espaços do IC entre Abril de 2020 e Março de 2021. Além disso, segundo uma nota do IC divulgada no passado sábado, está também prevista a abertura o Centro de Arte Contemporânea de Macau – Oficinas Navais Nº2, para actuações dramáticas, a reabertura de duas salas de ensaio no Centro Cultural de Macau (CCM) durante o próximo mês e a transmissão gravada ou ao vivo de produções locais finaciadas. Foi ainda garantido o reembolso total para os espectáculos cancelados. O objectivo das novas medidas, segundo o IC, passa por “oferecer os recursos necessários para as produções (…) locais e apoiar as indústrias relevantes e os trabalhadores freelancer”. O IC anunciou ainda o cancelamento do espectáculo “Hush!! Concerto na Praia”.
Hoje Macau PolíticaEnsino | Deputado Mak Soi Kun quer medidas para compensar falta de aulas [dropcap]O[/dropcap] deputado Mak Soi Kun quer saber que medidas vão ser adoptadas pelo Governo para garantir que os padrões de ensino não são afectados pelo facto de não ter havido aulas presenciais, devido à pandemia da covid-19. Segundo o legislador, o facto de não poderem ter aulas presenciais afecta os padrões de ensino em disciplinas como a química, devido à ausência de experiências, ou a educação física, onde é necessário fazer exercícios. Porém, para Mak estas falhas devem ser compensadas com aulas. Por isso questionou o Executivo sobre os planos para estas compensações. Finalmente, o deputado questionou se vai haver matérias relacionadas com protecção ambiental e sensibilização para a protecção colectiva e individual de saúde.
Hoje Macau PolíticaCovid-19 | Criado fundo de 10 mil milhões [dropcap]C[/dropcap]om o objectivo de combater o novo tipo de coronavírus, o Governo vai criar um fundo de apoio adicional no valor de 10 mil milhões de patacas. A medida é destinada especificamente a residentes de Macau, empresas e estabelecimentos comerciais que, devido ao impacto da situação epidémica, “enfrentem dificuldades de sobrevivência ou de exploração dos seus negócios”, pode ler-se numa nota publicada ontem pelo Executivo. Segundo o Governo, a nova ronda de medidas irá permitir “um apoio mais rápido e mais forte nos trabalhos de prevenção e combate à epidemia, em termos financeiros” e surge no seguimento das novas medidas fronteiriças anunciadas nos últimos dias, tanto pelo Governo de Hong Kong, como pela província de Guangdong. “Como a situação fora do país continua a ser de propagação epidémica e no sentido de evitar o aumento de casos importados do exterior, a Região Administrativa Especial de Hong Kong e a província de Guangdong tomaram, nos últimos dias, novas medidas de controlo de entradas e saídas, que afectarão ainda mais a economia de Macau”, pode ler-se no comunicado. A nova ronda de medidas de apoio serão anunciadas no decorrer da semana. Recorde-se que anteriormente, o Governo já tinha adoptado uma série de medidas no valor de 40 mil milhões de patacas que visaram sobretudo a redução e isenção de impostos, apoios à concessão de empréstimos e incentivos ao consumo.
Hoje Macau China / Ásia MancheteCovid-19 | Embaixada portuguesa na China numa “corrida” para assegurar equipamento médico [dropcap]O[/dropcap] embaixador português em Pequim admitiu estar numa “corrida contra o tempo” para garantir equipamento médico vital na luta contra a epidemia do novo coronavírus, numa altura de forte aumento da procura a nível mundial. “Queremos lutar pelos nossos cidadãos e ter a capacidade de cumprir com a nossa obrigação. O problema é que o mundo está cá todo”, afirmou à agência Lusa José Augusto Duarte, à margem de um encontro comemorativo da doação de quase quatro milhões de euros em equipamento médico pela EDP e pela sua acionista chinesa, a estatal China Three Gorges (CTG), ao Ministério da Saúde português. A EDP e a CTG entregaram esta manhã na embaixada portuguesa em Pequim 50 ventiladores, 200 monitores médicos e outros equipamentos, que serão agora enviados para Portugal. Lembrando que o montante oferecido “não é brincadeira”, Augusto Duarte revelou que a CTG foi a primeira empresa do país asiático a oferecer ajuda às autoridades portuguesas. A oferta surge numa altura em que os ‘stocks’ mundiais se têm mostrado insuficientes para a elevada procura, à medida que a doença se alastra por todo o mundo, fazendo mais de 31 mil mortos e paralisando países inteiros. A crise de saúde pública, que começou em Wuhan, no centro da China, alastrou-se, entretanto, à Europa e aos Estados Unidos, resultando numa escassez global de ventiladores ou máscaras cirúrgicas. “Se hesitássemos cinco segundos a fechar o contrato, estes ventiladores não estariam aqui”, admitiu Zhang Dingming, vice-presidente executivo da CTG, durante a cerimónia. A pandemia da covid-19 está também a expor as consequências da centralização das cadeias de produção globais na China, primeiro ao paralisar a indústria eletrónica ou de automóveis, devido ao encerramento de fábricas, portos e cidades inteiras no país asiático, e a seguir a demonstrar a incapacidade dos países ocidentais de se auto-abastecerem com equipamento médico crucial, à medida que a doença de alastrou além-fronteiras. Depois de dois anos marcados pela guerra comercial e tecnológica entre Washington e Pequim, analistas prevêem que a crise de saúde acelere a dissociação entre as cadeias de distribuição globais. José Augusto Duarte admitiu “não ter a menor dúvida de que há muita coisa que está a ser questionada e debatida”, mas ressalvou que a “meio de uma crise, não é a melhor altura para se tomarem decisões”, porque “temos tendência para ver só a parte negativa”. “Nesta altura estamos a ver um aspeto que consideramos menos positivo, que é a concentração num país desta capacidade produtiva de determinados aparelhos que fazem falta, mas também que foi esse processo que permitiu ter produtos mais baratos e a criação de outros tipos de emprego em outras partes do mundo”, resumiu. A televisão estatal chinesa CGTN compareceu no encontro na embaixada. As autoridades e entidades chinesas têm realizado doações de equipamento médico, quase sempre acompanhadas de cerimónias mediatizadas pelos órgãos oficiais de Pequim. Esta semana, Josep Borrell, alto representante da União Europeia para a Política Externa fez um alerta contra a “política de generosidade” da China, que identificou como uma “luta por influência” e uma “batalha global pelo domínio da narrativa”. “Na batalha das narrativas, temos visto também tentativas de desacreditar a União Europeia e alguns casos em que europeus foram estigmatizados como se fossem todos portadores do vírus”, disse. O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 667 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 31.000. Dos casos de infecção, pelo menos 134.700 são considerados curados. Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia. A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, conta com 81.439 casos (mais de 75 mil recuperados) e regista 3.300 mortes. A China anunciou hoje 45 novos casos, dos quais 44 oriundos do exterior, e mais cinco mortes, numa altura em que o país suspendeu temporariamente a entrada no país de cidadãos estrangeiros, incluindo residentes. Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 119 mortes, mais 19 do que na véspera (+19%), e registaram-se 5.962 casos de infecções confirmadas, mais 792 casos em relação a sábado (+15,3%).