Vales de saúde | Médicos podem perder licença em caso de fraude

[dropcap]O[/dropcap]s médicos envolvidos em casos de uso ilegal de vales de saúde, terão de assumir responsabilidades penais e podem ver a sua licença profissional suspensa ou cancelada pelos Serviços de Saúde (SS).

A informação foi transmitida oficialmente no sábado e surge na sequência do recente caso de fraude com vales de saúde, anunciado pela Polícia Judiciária (PJ), que envolve 9 milhões de patacas desde Maio do ano passado e 11 mil residentes. Foram detidas 12 pessoas.

“Os SS continuarão a supervisionar dados dos vales de saúde através de um mecanismo de inspecção, como constante fiscalização, reforço de inspecções surpresa a todos os profissionais de saúde e observação in loco, de modo a detectar o mais cedo possível a violação”, pode ler-se no comunicado.

As autoridades de saúde apelaram ainda aos residentes e ao sector para “o cumprimento das leis”, sublinhando que “não há lugar a tolerância por qualquer violação e irregularidade”.

Segundo os SS foram recebidas até ao momento, 12 queixas relacionadas com o uso ilegal de vales de saúde
O caso anunciado recentemente pela PJ, teve como epicentro uma clínica médica na Areia Preta e duas lojas situadas no bairro do Iao Hon, uma de produtos de medicina tradicional chinesa e outra de mariscos secos.

27 Abr 2020

Covid-19 | Médicos alertam sobre colapso dos serviços de urgência no Japão

[dropcap]O[/dropcap]s serviços de urgência médica do Japão estão a “começar a colapsar” por falta testes de despistagem de covid-19 e escassez de equipamento de protecção sanitária pondo os profissionais em risco de contágio, alertaram hoje organizações médicas japonesas.

Takeshi Shimazu, presidente da Associação Japonesa de Cuidados Primários, e Tetsuya Sakamoto, que dirige a Sociedade Japonesa de Emergência Médica, alertaram hoje, através de um depoimento gravado em vídeo, que a falta de centros de urgência está a provocar um aumento de pessoas internadas nos hospitais fazendo colapsar o serviço e as intervenções dos profissionais de saúde.

“Não podemos operar normalmente e, nesse sentido, eu afirmo que os serviços de urgência estão a começar a colapsar”, disse Shimazu demonstrando preocupação em relação à falta de tratamentos aos doentes em situação considerada crítica.

Inicialmente, o Japão mostrava sinais de controlo sobre a pandemia de covid-19 através da utilização de espaços específicos mas, segundo organizações médicas, a situação está a agravar-se com o aumento do número de pessoas contagiadas e a alegada falta de recursos.

Especialistas indicam que os números sobre contágios são superiores ao balanço que é divulgado pelo Governo de Tóquio. Segundo o Ministério da Saúde do Japão morreram no país até agora 300 pessoas devido à covid-19, doenças provocada pelo novo coronavírus, e 12.400 estão infectadas.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 190 mil mortos e infectou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 708 mil doentes foram considerados curados.

24 Abr 2020

Covid-19 | Laboratório chinês anuncia primeira vacina com larga protecção em macacos

[dropcap]U[/dropcap]ma vacina experimental em macacos “protegeu-os largamente”, pela primeira vez, contra o coronavírus, anunciou um laboratório chinês que está na origem da investigação. A vacina, que utiliza agentes patogénicos inertes do vírus na origem da doença covid-19, foi administrada a oito macacos, que foram contaminados artificialmente três semanas mais tarde, segundo a investigação publicada pelo gigante farmacêutico Sinovac Biotech.

“Os quatro macacos que receberam a vacina em dose elevada não apresentaram qualquer traço detectável do vírus nos pulmões, sete dias após a contaminação”, assegurou o laboratório, que publicou os resultados a 19 de Abril no ‘site’ bioRxiv. Outros quatro símios, aos quais a vacina foi administrada em dose menos forte, apresentaram uma elevada carga viral no organismo, mas conseguiram resistir à doença.

Estes resultados devem agora ser objecto de uma nova avaliação pelos especialistas, antes de serem validados pela comunidade científica. A Sinovac, uma empresa cotada no Nasdaq, iniciou os ensaios clínicos da mesma vacina no homem a 16 de Abril.

Questionado pela agência de notícias francesa AFP, o laboratório escusou-se a comentar este assunto. “Estes são os primeiros dados pré-clínicos sérios que já vi sobre uma vacina experimental”, comentou no Twitter o virologista Florian Krammer, da Escola Icahn, de medicina, em Nova Iorque. “A questão é saber se esta protecção é de longa duração”, observou a imunologista Lucy Walker, da Universidade College, em Londres.

Além do projecto da Sinovac, Pequim aprovou duas outras vacinas experimentais lançadas, por um lado, pela Escola Militar de Ciências Médicas e pelo grupo de biotecnologia CanSino, cotado em Hong Kong, e, por outro lado, pelo Instituto de Produtos Biológicos e pelo Instituto de Virologia de Wuhan, a cidade onde o coronavírus surgiu, no final do ano passado.

O laboratório americano Moderna anunciou simultaneamente em meados de Março que estava a proceder igualmente a ensaios clínicos para uma vacina experimental nos Estados Unidos.

Grupos farmacêuticos e laboratórios de investigação em todo o mundo lançaram-se numa corrida contra o tempo para desenvolver tratamentos e vacinas contra a covid-19, que matou mais de 190.000 pessoas, em cerca de 2,7 milhões de cidadãos contaminados. Os peritos estão a usar várias novas tecnologias. O prazo estimado para uma vacina é de entre 12 a 18 meses, no mínimo.

24 Abr 2020

China sem registo de mortos com covid-19 pelo nono dia consecutivo

[dropcap]A[/dropcap] China registou seis casos de infecção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, dois deles oriundos do exterior, e voltou a não ter novas mortes, informou hoje a Comissão de Saúde do país. Trata-se do terceiro dia consecutivo que o número de novos casos na China desce e o nono sem mortos pela doença.

Três casos de contágio local foram detectados na província de Heilongjiang, no nordeste da China, onde se regista, desde a semana passada, um aumento de infecções causado por cidadãos chineses oriundos da Rússia. Outro caso foi registado em Guangdong, província adjacente a Macau, no sudeste da China.

Dois casos importados foram ambos diagnosticados em Xangai, a “capital” financeira da China. O número de infectados activos no país fixou-se em 915, entre os quais 57 em estado grave. Desde o início da epidemia, a China registou, no total, 82.804 infectados e 4.632 mortos. Até ao momento, 77.257 pessoas tiveram alta.

As autoridades chinesas referiram que 728.590 pessoas que tiveram contacto próximo com infectados estiveram sob vigilância médica na China, entre as quais 8.362 permanecem sob observação.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias France-Presse, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 190 mil mortos e infectou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 708 mil doentes foram considerados curados.

24 Abr 2020

Covid-19 | Sands China com prejuízos de 166 milhões de dólares no 1.º trimestre

[dropcap]A[/dropcap] operadora de jogo Sands China anunciou prejuízos de 166 milhões de dólares no primeiro trimestre devido ao impacto causado pela pandemia da covid-19. “Nunca vi nada parecido nos meus mais de setenta anos de negócios”, afirmou o fundador, presidente e director-executivo da Las Vegas Sands, Sheldon G. Adelson, a empresa norte-americana que detém a maioria do capital da Sands China. Em comunicado, o grupo informou ainda que nos primeiros três meses do ano viu as suas receitas líquidas caírem 65%, em comparação com o período homólogo de 2019.

Nos primeiros três meses do ano Macau viveu uma situação impar na sua história: em Janeiro, mês em que se celebra o ano novo lunar, altura em que por norma se registam os maiores ganhos nos casino, o surto levou a China a suspender os vistos para Macau, uma medida que ainda está em vigor. Em Fevereiro, o Governo de Macau mandou encerrar os casinos do território por duas semanas.

Nos dois primeiros meses do ano entraram no território 3.006.859 visitantes, menos 56,9%, face ao período homólogo do ano transato. Em Fevereiro essa queda foi de 95,6%.

Na mesma nota, o grupo informou que o seu gigante complexo Venetian, maior casino e o sétimo maior edifício do mundo em área útil, registou receitas de jogo de apenas 251 milhões de dólares no primeiro trimestre, em comparação com 740 milhões de dólares nos três primeiros meses de 2019.

“Não sabemos quanto tempo esta pandemia vai durar, mas estamos confiantes de que os gastos com viagens e turismo em cada um de nossos mercados e no mundo acabarão por recuperar”, disse Sheldon G. Adelson, referindo-se às propriedades que a empresa tem nos Estados Unidos, Macau e Singapura.

Sobre Macau, o magnata norte-americano de 86 anos afirmou que “agora não é a altura de para ou desacelerar o investimento” de 2,2 mil milhões de dólares na construção dos complexo Londoner Macau e The Grand Suites no Four Seasons.

“Continuo firme na minha convicção de que Macau tem a oportunidade de se tornar um dos maiores destinos de turismo de negócios e lazer no mundo e de ser a capital asiática de MICE (Encontros, Incentivos, Conferências e Feiras).

Na sexta-feira, o conselho de administração da Sands China decidiu não recomendar a distribuição de lucros do exercício de 2019 pelos acionistas, devido ao impacto económico da covid-19.

“Embora tenhamos suspendido o nosso programa de dividendos, continuamos confiantes de que a eventual recuperação de gastos com viagens e turismo e a força do nosso modelo de negócios nos permitirá oferecer crescimento e retorno de capital aos acionistas no futuro”, afirmou hoje Sheldon G. Adelson, citado no comunicado.

24 Abr 2020

Casa de Portugal em Macau celebra 25 de Abril no Facebook

[dropcap]A[/dropcap] Casa de Portugal em Macau vai assinalar o 25 de Abril na rede social Facebook, com histórias animadas, poemas, desenhos e música porque “não fazer nada estava fora de causa”, disse à Lusa a presidente.

“É uma coisa pequena”, admitiu Amélia António, “mas é uma forma de comemorar o 25 de abril e de dar um abraço a toda a gente, aos nossos amigos, aos nossos associados, aos nossos compatriotas, num dia que tem de ser festejado de uma forma diferente porque estamos a viver um ano diferente” devido à pandemia da covid-19.

O trabalho, em formato audiovisual, vai ser enviado a todos os associados e, paralelamente, publicado no Facebook, explicou.

O assinalar da data no antigo território administrado por Portugal será diferente porque, “ainda hoje, para juntar um grupo maior de pessoas há muitas limitações”, justificou, referindo-se aos apelos do Governo de Macau para que se continue a praticar o distanciamento social e evitar a aglomeração de pessoas para reduzir o risco de contágio.

“Portanto, jogando pelo seguro, decidiu-se que não era viável fazer o formato normal”, mas “não fazer nada esta fora de causa”, afirmou a presidente da Casa de Portugal em Macau.

24 Abr 2020

Creches podem abrir em Julho

[dropcap]A[/dropcap]s creches subsidiadas pelo Governo podem começar a abrir em Julho, de acordo com a informação fornecida ontem por Choi Pui Ying, chefe da Divisão de Licenciamento e Fiscalização dos Equipamentos Sociais do Instituto para a Acção Social, durante a conferência de imprensa de actualização da situação da covid-19 no território.

“As creches estão a proceder às inscrições o que normalmente acontece entre Maio e Junho. Depois, entre Julho e Setembro as crianças podem começar a frequentar as creches. Mas ainda estamos a avaliar a evolução da pandemia”, afirmou Choi, sobre a possibilidade de haver uma abertura prematura.

Neste momento existe uma diferença entre as creches subsidiadas pelo Executivo e as independentes, que já tiveram autorização para começar a operar, como admitiu a representantes do IAS. “Algumas famílias precisavam de alguém para ficar com as crianças e essas creches oferecem esses serviços. Mas, cumprem as instruções e exigências do Governo ao nível da salubridade, ventilação e limpeza. Houve também fiscalizações”, justificou Choi Pui Ying.

No entanto, a representante não explicou o que permite que as creches privadas e as subsidiadas sigam orientações diferentes. Quando questionada sobre o assunto, apenas referiu a necessidade de alguns pais terem de arranjar um local para deixar os filhos e que o número de crianças a frequentar as creches não subsidiadas é inferior a 10 por cento de todas.

Também na conferência de imprensa, o Executivo anunciou que o hotel Sheraton deixou de ser utilizado para colocar pessoas em quarentena. Com esta decisão, o Governo fica apenas a utilizar a Pousada Marina Infante e o hotel Coroa Dourada China, num total de 508 quartos, para as actuais 138 pessoas que se encontram em observação em quartos de hotel.

24 Abr 2020

IC | Aceites quatro propostas para operar Cinemateca

[dropcap]O[/dropcap] Instituto Cultural recebeu cinco propostas para operar a Cinemateca Paixão e aceitou quatro, com valores que vão dos 15,2 milhões aos 34,8 milhões de patacas. A informação foi publicada no portal do IC, após o prazo para a apresentação das propostas para o concurso público ter sido adiado, devido à pandemia da covid-19, para 8 de Abril.

Segundo a informação disponibilizada, a empresa até agora responsável pelo espaço, a Cut Lda., ligada à Associação Audio-Visual Cut, apresentou o valor mais elevado, de 34,8 milhões de patacas. No polo oposto, a proposta mais baixa admitida foi apresentada pela Companhia de Produção de Entretenimento e Cultural, com um valor de 15,2 milhões.

Além disso, houve igualmente outras duas propostas admitidas. Da Criação Surpreendente Limitada, no valor de 27,8 milhões de patacas, e do Grupo de Convenções Internacionais Macau China, Limitada com um montante de 22,9 milhões de patacas.

Segundo as regras do concurso, pelo menos 50 por cento do capital social das empresas tem de ser propriedade de um residente. Por essa razão, a proposta da empresa O2 Media, com um valor de 7,9 milhões de patacas, acabou por ser excluída.

As operações da Cinemateca Paixão estiveram para ser suspensas no final do ano passado, devido à não renovação do contrato de arrendamento do espaço. A decisão acabou por ser revertida depois de ter havido uma forte reacção contra o encerramento do sector local. Por este motivo, o IC lançou um novo concurso para que o novo contrato de operações comece em Agosto deste ano e se prolongue até Julho de 2023.

24 Abr 2020

China regista seis novos casos de contágio local de covid-19 e quatro importados

[dropcap]A[/dropcap] China registou 10 casos de infecção pelo novo coronavírus, nas últimas 24 horas, incluindo seis oriundos do exterior e quatro de contágio local, informou hoje a Comissão de Saúde do país. Trata-se de uma queda significativa face ao dia anterior, quando foram detectados trinta novos casos.

Três casos de contágio local foram detetados na província de Heilongjiang, no nordeste da China, onde se regista, desde a semana passada, um aumento de infeções causado por cidadãos chineses oriundos da Rússia. O outro caso foi registado em Guangdong, província adjacente a Macau, no sudeste da China.

Até às 23:59 de quarta-feira não houve novas vítimas mortais e 56 pacientes receberam alta. O número de infectados “activos” no país fixou-se em 959, entre os quais 63 em estado grave. O número total de infectados diagnosticados no país desde o início da epidemia, detectada em Dezembro passado no centro da China, é de 82.798, incluindo 4.632 mortos. Até ao momento, 77.207 pessoas tiveram alta.

As autoridades chinesas referiram que 728.049 pessoas que tiveram contacto próximo com infectados estiveram sob vigilância médica na China, entre as quais 8.429 permanecem sob observação.

A nível global, a pandemia da covid-19 já provocou mais de 182 mil mortos e infectou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

23 Abr 2020

Capitais Públicos | Gabinete de Sónia Chan recebe 110 mil patacas

[dropcap]O[/dropcap] Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos, liderado pela ex-secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, recebeu um fundo permanente de 110 mil patacas.

A criação deste fundo foi publicada ontem no Boletim Oficial e está autorizado pelo secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong. O Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos, criado pelo novo Governo, tem como funções analisar, estudar o modo de funcionamento e a gestão das empresas com participações financeiras detidas de forma directa ou indirecta pela RAEM.

23 Abr 2020

Covid-19 | Pequim aumenta período de quarentena para três semanas

[dropcap]A[/dropcap]s pessoas que cheguem a Pequim vindas do exterior vão ter de cumprir três semanas de confinamento obrigatório, e não os 14 dias que vigoraram até agora, informou hoje a imprensa local. Actualmente, a entrada de estrangeiros no país está interdita, com excepção de diplomatas e alguns empresários profissionais da área da saúde médica, como medida de prevenção contra a pandemia do novo coronavírus.

A decisão surge depois de um estudante chinês vindo dos Estados Unidos, e que cumpriu 14 dias de quarentena num centro designado na capital, ter infetado três membros da sua família, dois dias após regressar a casa.

Após 14 dias de quarentena, as análises de ácido nucleico do coronavírus deram negativo, mas o estudante acabou por revelar sintomas mais tarde. Outras 62 pessoas que tiveram contacto próximo com o aluno foram isoladas e estão sob observação médica.

O caso levou as autoridades a elevarem o nível de risco do distrito de Chaoyang, no centro de Pequim, para alto. O distrito inclui o centro financeiro da capital chinesa, quase todas as embaixadas no país e é onde reside grande parte da população estrangeira radicada em Pequim.

Em Chaoyang também foi registado outro caso de uma mulher chinesa que chegou a Pequim, em 20 de março, oriunda de Londres, e que testou positivo para o coronavírus após o período de quarentena. A mulher teve sintomas durante os 14 dias de confinamento, mas tomou medicação por conta própria e não informou a equipa de observação no centro designado. Foi diagnosticada com o vírus em 04 de abril e internada na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Chaoyang.

Segundo as autoridades de saúde de Pequim, o facto de não ter relatado os sintomas inicialmente contribuiu para agravar a sua condição.

A maioria dos especialistas e estudos científicos estima que o vírus pode ter um período de incubação no corpo humano de entre um e 14 dias, antes de os sintomas se manifestarem. No entanto, alguns casos locais na China e em outros países revelaram que o patógeno pode ser transportado de forma assintomática por mais tempo.

22 Abr 2020

Quase 178 mil mortos e mais de 2,5 milhões de infectados com covid-19 em todo mundo

[dropcap]A[/dropcap] pandemia de covid-19 já matou quase 178 mil pessoas e há mais de 2,5 milhões de infectados em todo o mundo, desde que surgiu em Dezembro na China, segundo um balanço da AFP às 11:00. De acordo com os dados da agência de notícias francesa, a partir de dados oficiais, foram registadas 177.822 mortos e mais de 2.571.880 infectados em 193 países.

Pelo menos 583.000 foram consideradas curadas pelas autoridades de saúde. Os Estados Unidos, que registaram a primeira morte ligada ao coronavírus no final de fevereiro, lideram em número de mortos e casos, com 45.075 mortos para 825.306 casos. Pelo menos 75.673 pessoas foram declaradas curadas pelas autoridades de saúde nos Estados Unidos.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são Itália, com 24.648 mortes em 183.957 casos, Espanha com 21.717 óbitos (208.389 casos), França com 20.796 (158.050 casos) e Reino Unido com 17.337 mortos (129.044 casos).

A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia começou no final de Dezembro, contabilizou 82.788 casos (30 novos entre terça-feira e hoje), incluindo 4.632 mortes e 77.151 curados.

Até às 11:00 de hoje, a Europa totalizou 110.522 mortes para 1.248.469 casos, Estados Unidos e Canadá 46.985 mortes (863.728 casos), Ásia 7.372 mortes (176.914 casos), Médio Oriente 5.886 mortes (134.870 casos), América Latina e Caraíbas 5.767 mortes (115.347 casos), África 1.195 mortes (24.611 casos) e Oceânia 95 mortes (7.942 casos).

A AFP alerta que o número de casos diagnosticados reflecte apenas uma fracção do número real de infecções, já que um grande número de países está agora a testar apenas os casos que requerem atendimento hospitalar.

22 Abr 2020

Crédito mal parado sobe na China entre Janeiro e Março

[dropcap]O[/dropcap] crédito malparado subiu na China no primeiro trimestre do ano, à medida que a segunda maior economia do mundo paralisou devido ao surto do novo coronavírus, segundo dados oficiais hoje divulgados. O rácio de crédito em risco subiu para 2,04% no final de março, um aumento de 0,06% em relação a dezembro, informou a Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China (CBIRC), em conferência de imprensa.

A subida ocorre apesar das moratórias acordadas com os credores, sobretudo pequenas empresas, num valor total de 880 mil milhões de yuan e reestruturação de 576.800 milhões de yuan em dívidas, durante o mesmo período, segundo o regulador. Os bancos chineses, liderados pelo Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), estão a preparar-se para uma queda sem precedentes nos lucros, este ano, ao mesmo tempo que enfrentam as consequências do surto de Covid-19.

Os maiores bancos do país divulgarão os resultados do primeiro trimestre na próxima semana, já depois de outros credores globais revelarem fortes perdas nos resultados trimestrais. Os norte-americanos JPMorgan e Wells Fargo divulgaram, na semana passada, as maiores perdas com empréstimos no espaço de uma década.

Face à pressão exercida pelos reguladores, os bancos adoptaram uma abordagem mais branda na classificação dos empréstimos com ratings baixos, numa tentativa de manter as linhas de crédito e dinamizar a economia.

O Governo chinês está assim a pressionar os bancos a fornecer mais crédito para resgatar pequenas empresas, que foram as mais afectadas pelo bloqueio.

O rácio de crédito em risco vai continuar a aumentar, no segundo trimestre, mas os riscos gerais estão sob controlo, segundo o diretor de risco da CBIRC, Xiao Yuanqi. Cerca de 7,1 biliões de yuan em novos empréstimos foram concedidos nos três primeiros meses do ano, uma subida homóloga superior a 20%, segundo dados oficiais.

No primeiro trimestre deste ano, a China sofreu a pior contracção económica desde 1970, após ter paralisado durante quase dois meses, devido às medidas para travar a epidemia de covid-19, segundo dados anunciados na sexta-feira. O consumo doméstico, que no ano passado compôs 80% do crescimento económico da China, afundou 19%, em termos homólogos, entre Janeiro e Março, abaixo da maioria das previsões.

22 Abr 2020

Executivo de Hong Kong com cinco novos secretários

[dropcap]O[/dropcap] Governo chinês nomeou hoje cinco novos secretários do Executivo de Hong Kong, região que no ano passado foi abalada durante meses por protestos pró-democracia. O Conselho de Estado da China anunciou a nomeação dos cinco novos responsáveis pela execução das linhas do Governo local nas áreas da Tecnologia, dos Serviços Financeiros, dos Assuntos Internos, da Função Pública e dos Assuntos da China continental.

De acordo com o Governo central, a mudança teve como base as recomendações da chefe do Executivo, Carrie Lam, e surge depois de uma remodelação similar nos dois gabinetes de Pequim que supervisionam os assuntos de Hong Kong.

O actual mandato de cinco anos de Lam termina em Junho de 2022. O anúncio confirmou relatos da imprensa local, no dia anterior, de que o secretário de Assuntos Constitucionais e do Continente, Patrick Nip, foi substituído no cargo pelo diretor de Imigração, Eric Tsang. Nip, por sua vez, sucedeu a Joshua Law na área da Função Pública.

O subsecretário do Trabalho e Bem-Estar, Caspar Tsui, foi promovido a secretário dos Assuntos Internos, área dirigida por Lau Kong-wah. Alfred Sit, que liderou o Departamento de Serviços Elétricos e Mecânicos, substituiu o Secretário de Inovação e Tecnologia, Nicholas Yang. Christopher Hui, diretor executivo do Conselho de Desenvolvimento de Serviços Financeiros, sucedeu a James Lau como secretário dos Serviços Financeiros e Tesouraria.

Continuam no executivo a secretária da Justiça, Teresa Cheng, e o ministro da Segurança, John Lee, ambos alvo dos protestos anti-governamentais motivados pelo projeto de lei de extradição, que iria permitir que suspeitos fossem enviados para a China continental para serem julgados, entre outras jurisdições.

Sobre esta remodelação, Carrie Lam disse que a substituição de vários secretários visa revitalizar a economia, afectada pela epidemia da covid-19, sem estar relacionada com comentários recentes do Gabinete de Ligação do Governo central no território, nos quais o órgão reafirmou a autoridade de Pequim sobre os assuntos da cidade.

“Posso dizer categoricamente que este exercício de nomeação e transferência não tem nada a ver com comunicados de imprensa emitidos recentemente”, salientou Lam, citada pela imprensa local.

“Hong Kong atravessa um momento difícil e eles estão dispostos a integrar o Executivo. Admiro o espírito para aceitar o desafio”, afirmou a líder da cidade sobre a nova equipa.

22 Abr 2020

Portugal | Equipamento médico oriundo da China está assegurado

[dropcap]O[/dropcap] embaixador português na China disse ontem que a compra e fornecimento a Portugal de equipamento médico essencial no combate à epidemia do novo coronavírus, incluindo ventiladores, “está a ser garantida”, apesar da forte procura mundial.

José Augusto Duarte justificou o atraso na entrega dos ventiladores e outro equipamento com a competição entre Estados pelo acesso a material e interrupções nas cadeias de fornecimento, numa altura em que vários países se encontram em estado de emergência.

Sessenta e cinco ventiladores comprados pelo Governo português a uma empresa chinesa chegaram no fim de semana a Lisboa, com alguns dias de atraso.

Há uma semana, a ministra da Saúde portuguesa disse que a entrega de 508 ventiladores encomendados à China estava atrasada.

A forte procura por equipamento médico criou disfunções no mercado, numa altura em que a crise de saúde pública, que começou em Wuhan, no centro da China, se alastrou à Europa, Estados Unidos e outras regiões do planeta, resultando numa escassez global.

Em entrevista à agência Lusa, em Pequim, o diplomata garantiu que Portugal tem tido “toda a atenção por parte das autoridades chinesas e respectivos produtores no processo de compra e transporte de equipamento. “Nas existe tratamento menos favorável a Portugal em detrimento de outros estados”, apontou. “Temos conseguido de facto comprar o material que procurávamos e garantir o fornecimento”, disse.

A falta de ventiladores, face ao súbito aumento de pacientes em cuidados intensivos, levou a situações dramáticas em vários países, que foram forçados a fazer triagem dos pacientes no acesso aos cuidados intensivos e a deixarem morrer outros.

“É uma situação extremamente grave e dramática, que felizmente não temos em Portugal, nem estamos perto de ter”, disse José Augusto Duarte.

Lembrando que Portugal tem, neste momento, “mais ventiladores do que pessoas nas unidades de cuidados intensivos”, o diplomata ressalvou que é “importante continuar a procurar e enviar todo o material” para assegurar que, “caso haja um surto que se descontrole”, o país está “totalmente preparado para situações mais dramáticas”.

Portugal regista 735 mortos associados à covid-19 em 20.863 casos confirmados de infecção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia. Das pessoas infectadas, 1.208 estão hospitalizadas, das quais 215 em unidades de cuidados intensivos.

Antes e depois

Questionado sobre as acusações feitas ao regime chinês por alguns líderes mundiais, de encobrimento nos estágios iniciais do surto e subsequente manipulação do número de infectados e mortos, o embaixador português respondeu que a análise sobre aquilo que se passou deve ser deixada para depois.

“Quando estamos no turbilhão dos acontecimentos, tirar conclusões pode ser precipitado”, notou.
“Devemos deixar passar os acontecimentos, para, de forma fria e analítica, ver efectivamente o que poderá ter acontecido, e tomar as devidas medidas correctivas”, acrescentou.

As autoridades de Wuhan, a cidade no centro da China onde começou o surto do novo coronavírus, em Dezembro passado, reviram na sexta-feira o número de mortos em mais 1.290, num aumento de cerca de 50 por cento, para 3.869.

Mesmo com esta actualização, a taxa de letalidade da doença em quase todos os países europeus e nos Estados Unidos é quase o dobro do registado na China. Admitindo que há dados “contraditórios”, que devem ser “investigados” e “explicados”, o diplomata lembrou que as autoridades em todo o mundo conheciam já o “suficiente” para “pelo menos ficarem preocupadas com o assunto”.

“Eu convido as pessoas a verificarem também o que se dizia na Europa há três meses: os alertas que as comunidades médica e científica europeia deram sobre o assunto são hoje completamente diferentes do que eram”, notou.

22 Abr 2020

Pequim | Caso importado de covid-19 infecta familiares após quarentena

[dropcap]U[/dropcap]m estudante chinês vindo do estrangeiro que cumpriu 14 dias de quarentena num centro designado, em Pequim, acabou por infectar três membros da sua família dois dias após regressar a casa, revelaram ontem as autoridades chinesas.

O caso levou as autoridades a elevarem o nível de risco do distrito de Chaoyang, no centro de Pequim, para alto. O distrito de Chaoyang inclui o centro financeiro da capital chinesa, quase todas as embaixadas no país e é onde reside grande parte da população estrangeira radicada em Pequim.

O vice-director do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças de Pequim, Pang Xinghuo, afirmou tratar-se de um estudante chinês que chegou à capital chinesa oriundo de Miami, nos Estados Unidos, em 24 de Março passado, e ficou em quarentena num hotel, cumprindo com os regulamentos chineses.

Após 14 dias de quarentena, as análises de ácido nucleico do coronavírus deram negativo.
No entanto, em 10 de Abril – dois dias após ser transferido para casa, onde mora com os pais, o avô e um irmão mais novo, o aluno sentiu febre, dores de garganta e outros sintomas. Em 13 de Abril, a sua condição deteriorou-se e o pai levou-o a um hospital, onde foi submetido a novo teste de ácido nucleico, que deu positivo.

Em 14 de Abril, após radiografias pulmonares e exames de sangue, foi diagnosticado como um caso confirmado e, posteriormente, a sua mãe, a avô e o irmão mais novo também foram confirmados.
Outros 62 contactos próximos do aluno e pais foram isolados e estão sob observação médica.
Os infectados vivem numa comunidade com 25 prédios e habitada por mais de 3.000 famílias.

22 Abr 2020

Covid-19 | UM lança mais dois cursos de formação para PME

[dropcap]A[/dropcap] Universidade de Macau (UM) vai lançar dois novos cursos de formação destinados a patrões e empregados de pequenas e médias empresas (PME) como resposta à crise gerada pela pandemia da covid-19. Segundo um comunicado, as inscrições para os cursos, nas áreas de gestão de recursos humanos e finanças, estão abertas até domingo. Estas ofertas formativas são completamente gratuitas devido à pandemia.

Os cursos são organizados pelo Centro de Educação Contínua e a Faculdade de Administração de Empresas da UM e visam dar uma resposta à crise que afectou muitas PME. “O grande desafio enfrentado pelas PME locais é a limitação em termos de recursos humanos. O curso de Recursos Humanos e Gestão Organizacional vai ajudar os participantes a conceber e a usar de forma efectiva a estratégia para maximizar o desempenho e produtividade dos empregados, a fim de melhorar a operação, eficiência e lucros da empresa. O curso de Finanças Fundamentais e Práticas de Contabilidade vai focar-se nos conhecimentos básicos nestas duas áreas.”

As aulas começam a 5 de Maio e deverão terminar no fim do mês. A UM dá conta que os dois primeiros cursos organizados, nas áreas de “Marketing e Estratégia de Serviço” e “Gestão de Crises e Liderança” tiveram uma boa aceitação, com as vagas praticamente concluídas.

22 Abr 2020

Economia | Receita pública desceu 39%

[dropcap]A[/dropcap] receita financeira pública entre Janeiro e Março foi de 20,7 mil milhões de patacas, o que representa uma descida de 39% por cento em comparação ao ano anterior, noticiou o canal chinês da TDM Rádio Macau.

Deste montante, a receita da taxa do jogo foi de 18,49 mil milhões, uma queda de 37 por cento. No primeiro trimestre do ano, as despesas públicas situaram-se nos 15,98 mil milhões de patacas, um aumento anual de 30 por cento. O balanço durante o período em análise reduziu 70 por cento para 4,72 mil milhões.

22 Abr 2020

Intervenção dos EUA em Hong Kong mostram necessidade de lei de segurança nacional

[dropcap]O[/dropcap] Programa Fulbright – um programa internacional de intercâmbio educacional do Departamento de Estado dos EUA na Região Administrativa Especial de Hong Kong da China (HKSAR) – tornou-se uma plataforma fundamental para treinar estudantes como parte das forças anti-China enquanto intervém na educação local e manipula importantes cursos do ensino superior, num reflexo das “mãos negras” dos EUA por trás do caos na cidade. Por isso, a aprovação da lei de segurança nacional é altamente necessária, disseram analistas.

Já em 2012, quando Hong Kong conduziu 334 reformas curriculares, o Consulado dos EUA enviou 25 académicos da Fulbright em nome da assistência à reforma na cidade, aconselhando e ajudando a elaborar um currículo de estudos liberais e treino relevante, que se tornou numa das principais maneiras de manipular cursos fundamentais do ensino superior em Hong Kong, informou o portal de notícias local wenweipo.com na passada quinta-feira.

Embora o Programa Fulbright tenha sido originalmente projectado para ser uma plataforma de intercâmbio académico entre o continente chinês, os EUA e as RAEs de Hong Kong e Macau, desde que os EUA consideraram a China como o seu adversário número um, a plataforma de intercâmbio EUA-Hong Kong, que foi estabelecida e operar na região por muitos anos, transformou-se agora numa ferramenta anti-China, refere a notícia.

Estudantes das escolas de Hong Kong foram os principais grupos em protestos contra a proposta de lei da extradição, desde Junho de 2019, que se transformaram em tumultos nas ruas e que duraram meses, arrastando o outrora próspero centro financeiro asiático para a estagnação a longo prazo.

Os manifestantes, vestidos de preto, chegaram a transformar algumas universidades de Hong Kong em zonas de guerra em Novembro, forçando centenas de estudantes a fugir das universidades, como a Universidade Chinesa de Hong Kong e a Universidade da Cidade de Hong Kong, após confrontos entre activistas e polícias no campus.
Wong Kam-leung, presidente da Federação dos Trabalhadores da Educação de Hong Kong, disse ao Global Times na passada sexta-feira que, desde o retorno de Hong Kong à China em 1997, a interferência estrangeira nos assuntos de Hong Kong tem sido visível e o ensino superior foi profundamente afectado.

Wong observou que, durante o movimento Occupy Central em 2014, estudantes universitários realizaram protestos sob o incentivo de Benny Tai Yiu-ting, que agora ensina Direito na Universidade de Hong Kong. Tai foi acusado de receber fundos directamente do governo dos EUA e participou em fóruns e actividades organizadas pela National Endowment for Democracy e pelo National Democratic Institute. Tai também compilou e reviu livros didáticos de educação geral. “Os jovens de Hong Kong podem ser facilmente influenciados pelas forças locais, enquanto fundos e apoio estrangeiros estão por trás dessas mesmas forças”, disse Wong.

O Hong Kong-American Center, liderado pelo Consulado dos EUA em Hong Kong, implementou lavagens cerebrais aos estudantes, enquanto académicos participavam do planeamento dos estudos liberais de Hong Kong e desfrutavam de altos salários e acomodações gratuitas, referiu o wenweipo.com, observando que de 2006 a 2012, 25 bolseiros do programa Fulbright ajudaram a financiar o programa de estudos liberais.

Todo o projecto de educação geral, planeado por Washington, recebeu uma doação de HK$96 milhões, e três bolseiros foram designados para cada universidade, de acordo com o relatório, indicando que esses bolseiros são responsáveis pelo ensino geral de oito universidades de Hong Kong, e trabalham em estreita colaboração com académicos locais em vários campos, como a estruturação de currículos, eficácia de programas de planeamento geral e métodos de avaliação, influenciando a educação local com as ideias americanas.

Embora as forças externas tenham utilizado a liberdade existente em Hong Kong para conceber muitos protestos antigovernamentais, para anarquizar Hong Kong e materializar a cidade como base para desestabilizar o governo central, mais pedidos para apoiar a lei de segurança nacional emergiram, pois a região administrativa especial precisa melhorar o sistema legal de salvaguarda da segurança nacional.

“Hong Kong não pode ser um lugar que representa um perigo latente para a segurança nacional. A educação sobre segurança nacional é necessária e a promulgação do artigo 23 é de grande urgência”, disse Wong.

21 Abr 2020

MGM China | Estratégia em Macau passa pela aposta nos jogadores VIP, defende Grant Bowie

[dropcap]O[/dropcap] director-executivo da MGM China disse hoje que a operadora de jogo vai apostar nos jogadores VIP de forma a recuperar do impacto económico causado pela covid-19. Numa entrevista online promovida pela Inside Asian Gaming, Grant Bowie afirmou: “Esperamos poucos clientes, mas de grade valor para nós”.

Na segunda-feira, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, afirmou que vai pedir a Pequim o regresso e o alargamento de vistos turísticos, suspensos devido à pandemia da covid-19, e assumiu que assumiu que os próximos 10 dias vão ser determinantes para a possível abertura das fronteiras ao turismo chinês, uma vez que o território está há 12 dias sem registar novos casos.

“Todos os nossos planos dependem dos eventos do exterior”, frisou Grant Bowie, sublinhado que a aposta no território terá de passar primeiro pelo mercado VIP e só depois é que se poderá pensar no jogo de massas. “Acho que o Governo também prefere isso”, assumiu.

“Quando estabilizar (o segmento) de massas poderá voltar”, explicou, reforçando que para já o foco será num “grupo particular de clientes”.

O director-executivo da MGM China afirmou ainda que o grupo está consciente de que a crise da covid-19 vai durar e que o modelo de negócio dos casinos vive um grande desafio. O futuro, pelo menos a curto prazo, terá de passar por medidas de distanciamento social dentro do casino, limitar o número de pessoas nas mesas de jogo e nas máquinas, e que o uso de máscaras e desinfetantes serão uma realidade, disse.

“Temos de saber reagir porque não queremos voltar a fechar” afirmou, referindo-se ao facto de os casinos terem fechado pelo menos 15 dias, numa decisão governamental para conter o surto.

Quanto às afirmações proferidas, na segunda-feira, pelo líder do Governo de Macau de que não equaciona reduzir o imposto sobre o jogo para ajudar os casinos, Grant Bowie foi simples e evasivo: “Espero não se chegar o momento de ter que chegar a esse ponto”.

A capital mundial do jogo teve em Março quebras nas receitas na ordem dos 79,7%, em relação a igual período de 2019, mês em que as medidas para conter o surto da covid-19 praticamente encerraram as fronteiras do território e depois de em fevereiro os casinos terem fechado pelo menos 15 dias.

21 Abr 2020

Covid-19 | Hong Kong estende por mais duas semanas medidas de prevenção

[dropcap]H[/dropcap]ong Kong anunciou hoje a extensão por mais duas semanas das medidas para controlar a disseminação da covid-19, incluindo a proibição de reuniões públicas de mais de quatro pessoas. A extensão fará com que bares, salões de beleza e bares de karaoke, muito populares um pouco por toda a Ásia, permaneçam fechados até pelo menos 7 de Maio.

Os restaurantes que foram autorizados a operar só o podem fazer com metade da capacidade, com mesas espaçadas a aproximadamente 1,5 metro entre si. As medidas, que foram implementadas pela primeira vez por duas semanas no final de Março, já foram prorrogadas uma vez e deviam terminar na quinta-feira.

Em conferência de imprensa, a chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, assumiu que as medidas de distanciamento social representam um “acto de equilíbrio muito difícil”, mas que é necessário “tomar a ciência como base”.

“Por um lado, queremos combater o vírus para manter os nossos cidadãos seguros. Mas, por outro lado, se a cidade está morta, não há negócios, as pessoas não têm atividades normais, o que também se torna muito difícil”, sublinhou.

Na segunda-feira, as autoridades da região administrativa especial chinesa anunciaram que, a partir de quarta-feira, “todos os viajantes assintomáticos que chegarem ao Aeroporto Internacional de Hong Kong (HKIA) terão a obrigação de aguardar os resultados dos testes” à covid-19. Na segunda-feira, o território não registou quaisquer novos casos de infecção. De acordo com dados oficiais, Hong Kong registou 1.026 infectados desde do início da epidemia.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 168 mil mortos e infectou mais de 2,4 milhões de pessoas em 193 países e territórios. A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

21 Abr 2020

Fitch prevê economia de Macau a cair 24% este ano

[dropcap]A[/dropcap] agência de notação financeira Fitch Ratings previu que a economia de Macau vai encolher 24% em 2020 e, para este ano, antecipou uma queda de 40% das receitas brutas do jogo na capital mundial dos casinos.

“A Fitch projecta que a economia de Macau encolherá (…) em 24% em 2020, com base na nossa premissa de uma queda na receita bruta do jogo de aproximadamente 40%”, indicou em comunicado.

A agência de notação financeira explicou que a “esmagadora dependência de Macau no turismo de jogos” constitui um dos principais problemas. “A indústria dos jogos representa 51% da actividade agregada, 22% do emprego e mais de 80% da receita fiscal”, acrescentou.

No mesmo comunicado, a Fitch sublinhou que esta dependência expõe a economia território “a perturbações substanciais” devido às medidas de bloqueio impostas para conter a pandemia da covid-19.

Por essa razão, justificou a Fitch, prevê-se que Macau “sofra uma contração económica muito mais profunda em 2020” em relação às outras economias também classificadas com o rating AA, menos dependentes do turismo.

Em Março o território registou quebras nas receitas do jogo de 79,7%, em relação a igual período de 2019. Naquele mês, as medidas para conter o surto da covid-19 praticamente encerraram as fronteiras do território, depois de em fevereiro os casinos terem fechado pelo menos 15 dias.

De acordo com os últimos dados oficiais divulgados, as receitas recolhidas pelo Governo de Macau através dos impostos directos sobre as receitas brutas do jogo (35%) caíram 37,6% no primeiro trimestre do ano. De janeiro a março, o Governo recolheu 18,4 mil milhões de patacas em impostos directos sobre o jogo. Perante a quase paralisação da economia em Macau, o Governo avançou com apoios à população e às empresas.

Na semana passada, o Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou uma contração de 29,6% da economia de Macau este ano, devido à pandemia da covid-19, num território cuja economia é altamente dependente do jogo e que registou receitas de 292,46 mil milhões de patacas no final de 2019.

 

21 Abr 2020

Vice-ministro chinês encarregue de Hong Kong investigado por corrupção

[dropcap]O[/dropcap] vice-ministro de Segurança Pública da China, que está encarregue da região semi-autónoma de Hong Kong, palco de protestos pró-democracia, foi colocado sob investigação pelo órgão máximo de inspecção e disciplina do Partido Comunista Chinês. Sun Lijun, de 51 anos, é suspeito de “graves violações da disciplina e da lei”, eufemismos normalmente usados para casos de corrupção, mas também de violar regras internas do Partido.

O comunicado de imprensa, publicado no domingo à noite pela Comissão de Inspecção e Disciplina, não avançou com mais detalhes. Sun estava, desde Dezembro de 2017, encarregue de supervisionar os assuntos do ministério relacionados com Hong Kong, Macau e Taiwan.

Hong Kong foi, no ano passado, palco de manifestações motivadas por um projeto de lei que permitiria extraditar criminosos para países sem acordos prévios, como é o caso da China continental. O projecto de lei foi, entretanto, retirado, mas o protesto transformou-se num movimento que exige reformas democráticas e se opõe à crescente interferência de Pequim no território. Os protestos assumiram contornos violentos, com atos de vandalismo e confrontos com as forças de segurança.

A campanha anti-corrupção, lançada há cinco anos pelo Presidente chinês, Xi Jinping, puniu já mais de um milhão e meio de membros do Partido Comunista e investigou centenas de altos quadros do regime. Críticos apontam que a campanha anti-corrupção de Xi serviu para afastar rivais políticos, promovidos por outros grupos internos do PCC.

Sun Lijun foi visto pela última vez em público em março passado, em Wuhan, cidade com 11 milhões de habitantes onde começou a epidemia do novo coronavírus. Sun também visitou Hubei, província da qual Wuhan é capital, em fevereiro passado, para incentivar o trabalho da polícia local, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.

A investigação sobre Sun Lijun ocorre três meses depois de Meng Hongwei, ex-presidente da Interpol e também ex-vice-ministro de Segurança Pública da China, ter sido condenado a 13 anos de prisão por corrupção.

20 Abr 2020

Detidos pelo menos 14 activistas em Hong Kong por protestos em 2019

[dropcap]A[/dropcap] polícia de Hong Kong deteve pelo menos 14 activistas do movimento pró-democrático acusados pela organização de protestos não autorizados em 2019, avançou a imprensa no sábado.

O partido político da Liga dos Social-Democratas confirmou na rede social Facebook que o seu presidente, Raphael Wong, o vice-presidente Leung Kwok-hung e o secretário-geral Avery Ng estão entre os detidos, segundo a EFE.
Também foram detidos ex-legisladores como Martin Lee Chu-ming e Lee Cheuk-yan, que antes pertenciam ao Partido Democrático, e Figo Chan Ho-wun, vice-coordenador da Frente Civil de Direitos Humanos, segundo o diário Hong Kong Free Press.

Foi ainda detido Jimmy Lai Chee-ying, fundador do jornal Apple Daily, conhecido pelo seu apoio ao movimento pró-democracia e pela sua oposição ao Governo pró-Pequim.

Todos os detidos estão acusados de organizarem os protestos proibidos realizados a 18 de Agosto, 1 de Outubro e 20 de Outubro do ano passado, avança o jornal.

Alguns deles já tinham sido detidos devido à manifestação proibida de 31 de Agosto, que marcou o décimo terceiro fim de semana consecutivo de protestos em Hong Kong e teve a participação de dezenas de milhares de pessoas apesar da chuva intensa desse dia.

Foi nesse dia que a polícia decidiu usar canhões de água tingida de azul pela primeira vez.
O protesto de 1 de Outubro, que decorreu enquanto Pequim comemorava o 70.º aniversário da fundação da República Popular China, acabou com uma pessoa baleada em estado crítico, dezenas de detidos e lançamento de gás lacrimogéneo.

Mais tarde, no dia 20 do mesmo mês, teve lugar outro protesto que pedia uma reforma do corpo policial e acabou igualmente com feridos graves, estradas bloqueadas e lançamento de cocktails molotov.

Intervalo pandémico

Nos últimos meses, as autoridades de Hong Kong intensificaram os seus esforços para pressionar os dissidentes e, desde que começaram os protestos, em Março do ano passado, detiveram ou multaram numerosos activistas e figuras proeminentes da luta pró-democracia.

Os protestos começaram como oposição a uma polémica proposta de lei de extradição que, segundo os activistas, podia permitir que Pequim acedesse a “fugitivos” refugiados na antiga colónia britânica, mas os motivos acabaram por alargar-se.

Os manifestantes apresentam cinco reivindicações: a retirada definitiva da lei da extradição, a libertação dos manifestantes detidos, que as acções dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial, a demissão da chefe de governo Carrie Lam e sufrágio universal nas eleições para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.

As manifestações mobilizaram centenas de milhares de pessoas e registaram graves confrontos com a polícia.
Os protestos foram, entretanto, suspensos devido à pandemia de covid-19, mas os seguidores do movimento pró-democrático avisaram já que quando a crise de saúde terminar tencionam voltar às ruas para novas manifestações.

20 Abr 2020