OMS | China anuncia ajuda de 2 mil milhões de dólares para países afectados pela covid-19

[dropcap]O[/dropcap] Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou esta segunda-feira, na reunião anual da Organização Mundial da Saúde (OMS), que a China vai oferecer dois mil milhões de dólares em assistência aos países afectados pela pandemia da Covid-19, sobretudo aos mais pobres.

O líder chinês apontou ainda que potenciais vacinas que a China consiga desenvolver contra a doença, que causou já mais de 300.000 mortes em todo o mundo, “vão estar disponíveis como um bem público globalmente para que sejam acessíveis a todos os países em desenvolvimento”.

Xi Jinping garantiu que a China vai trabalhar em conjunto com as restantes economias do G20 para acordar uma moratória da dívida dos países mais pobres, como parte das medidas para superar a atual crise económica provocada pela pandemia do novo coronavírus.

O apoio financeiro será distribuído num prazo de dois anos, numa altura em que o Governo norte-americano suspendeu os pagamentos à OMS, por alegada má gestão na pandemia da covid-19.

No seu discurso na assembleia da OMS, Xi assegurou que a China forneceu todos os dados relevantes sobre a doença à OMS e a outros países, incluindo a sequência genética do vírus, “da forma mais oportuna”.

“Compartilhamos a experiência sobre o controlo e tratamento com o mundo sem reservas. Fizemos tudo ao nosso alcance para apoiar e ajudar os países atingidos”, apontou.

O bloco dos 27 membros da União Europeia e outros países pediram durante a assembleia uma avaliação independente da resposta inicial da OMS à pandemia do novo coronavírus “para rever a experiência adquirida e as lições aprendidas”.

A resolução da UE propõe que a avaliação independente seja iniciada “o mais rapidamente possível ” e deve, entre outras questões, examinar “as ações da OMS e os seus cronogramas referentes à pandemia”.

A OMS anunciou que o surto de coronavírus seria uma emergência de saúde global em 30 de janeiro, o seu nível mais alto de alerta. Nas semanas seguintes, a OMS advertiu os países de que havia uma “janela de oportunidade” estreita para impedir que o vírus se espalhasse globalmente.

As autoridades da OMS, no entanto, descreveram repetidamente a transmissão do vírus como “limitada”, apontando que não era tão transmissível como a gripe, apesar de vários especialistas afirmaram que o nível de contágio da doença é muito superior.

A OMS declarou que o surto era uma pandemia em 11 de março, depois de o vírus matar milhares em todo o mundo e provocar grandes surtos na Coreia do Sul, Itália ou Irão.

Xi disse que também apoia a ideia de uma revisão abrangente da resposta global ao COVID-19.

“Este trabalho deve ser baseado na ciência e profissionalismo, liderado pela OMS e conduzido de maneira objetiva e imparcial”, defendeu.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 315.000 mortos e infetou mais de 4,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço da agência de notícias AFP.

Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou nas últimas semanas a ser o que tem mais casos confirmados (quase 2,1 milhões contra 1,9 milhões no continente europeu), embora com menos mortes (cerca de 125 mil contra mais de 166 mil).

A Ásia conta mais de 12.100 mortos (mais de 355 mil casos), Médio Oriente mais de 8.100 mortos (quase 280 mil casos), África 2.735 mortos (mais de 82.500 casos) e Oceânia 126 mortos (quase 8.400 casos).

19 Mai 2020

Adiada participação de Taiwan como membro observador na OMS

[dropcap]O[/dropcap]s países membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiram esta segunda-feira, durante a sessão anual da agência da ONU, adiar os debates sobre a participação de Taiwan como observador. No primeiro dos dois dias da assembleia, pela primeira vez virtual, os países aceitaram discutir a questão de Taiwan quando os debates forem retomados, esperando a OMS que tal aconteça ainda este ano.

Nenhum país se opôs à proposta, apesar dos Estados Unidos e de outras nações terem exigido a participação da ilha nos últimos dias. A 6 de Maio, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, pediu ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, para convidar Taiwan para a reunião anual da organização, apelando também a todos os países para apoiarem a participação da ilha na organização como observadora.

Taiwan foi excluído da OMS, onde tinha o estatuto de observador até 2016, por pressão da China. O ministro da Saúde de Taiwan, Chen Shih-chung, reagiu aquele apelo dos Estados Unidos, considerando que a exclusão do seu país da Assembleia Mundial de Saúde podia prejudicar a resposta global à pandemia.

“A coisa mais importante no combate à pandemia é a transparência. Todos devem partilhar o que sabem sobre o tema”, disse Chen, justificando a utilidade da sua presença na reunião da OMS. A Assembleia Mundial da Saúde é o órgão de decisão daquela agência especializada das Nações Unidas.

A reacção dos EUA

Washington tem elogiado a resposta de Taiwan à propagação do novo coronavírus e acusado a China de esconder a verdade sobre a origem e a escala da epidemia, que surgiu no final de 2019 na cidade chinesa de Wuhan. Acredita também que a OMS negligenciou um alerta feito por Taiwan sobre a gravidade da crise sanitária e suspendeu o financiamento norte-americano à organização. A agência da ONU nega qualquer negligência.

Numa nota à imprensa, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, criticou “a falta de independência” de Tedros Ghebreyesus, a quem acusa de ter escolhido “não convidar Taiwan sob pressão da República Popular da China”.

Na abertura da reunião anual da OMS, esta segunda-feira, os países membros concordaram em debater a questão de Taiwan, mas tomar uma decisão apenas até ao final do ano.

“Enquanto o mundo continua a combater a pandemia de covid-19, precisamos de instituições multilaterais que respeitem as suas missões estatutárias e sirvam os interesses de todos os seus estados membros, em vez de se enredarem em fazer política”, protestou o chefe da diplomacia norte-americana.

“Ninguém questiona o facto de Taiwan ter implementado uma das respostas mais eficazes do mundo para conter a pandemia, apesar da sua proximidade geográfica com o berço do vírus, em Wuhan, na China”, disse Pompeo.

“Não é uma surpresa. Democracias transparentes, saudáveis e inovadoras como Taiwan sempre respondem melhor e mais rapidamente a pandemias do que regimes autoritários”, acrescentou o secretário de Estado.

Para Pompeo, o director-geral da OMS tinha “o poder legal e os precedentes necessários” para convidar Taiwan para a reunião anual da organização.

“As acções difamatórias da China para silenciar Taiwan demonstram quão vazias são as suas reivindicações pela transparência e cooperação internacional contra a pandemia e tornam a diferença entre China e Taiwan ainda mais flagrante”, lamentou Mike Pompeo.

19 Mai 2020

AFA | Exposição de Tong Chong para ver até 7 de Junho 

A AFA – Art for All Society, exibe até ao próximo dia 7 de Junho um conjunto de trabalhos do pintor Tong Chong, nascido em Fuzhou, mas residente em Macau desde 1984. Eis uma oportunidade para ver obras de pintura chinesa contemporânea de um artista que foi aluno do conceituado artista Mio Pang Fei

 

[dropcap]U[/dropcap]ma mistura de alegria com simplicidade e até ingenuidade. São estes os adjectivos que Alice Kuok, presidente da AFA – Art for All Society, usa para descrever os trabalhos do artista Tong Chong. A exposição, composta por um total de 22 obras com curadoria de Alice Kuok, intitula-se “Somniloquence” e pode ser vista até ao dia 7 de Junho.

Esta é a 11ª exposição individual do autor e faz parte de uma série de exposições a que a AFA deu o título “Perpetual Impermanence”. “Este conjunto com os seus mais recentes trabalhos reflectem uma exploração do artista com as cores nos últimos dois ou três anos”, descreve a curadoria numa nota publicada no website da AFA.

“Tong Chong, que tem hoje 40 anos, disse que havia uma ausência de cores claras nas suas pinturas anteriores. Mas como chegou à meia idade, parece ter iniciado um novo entendimento em relação ao uso da cor. Resolveu recorrer a pigmentos usados na pintura tradicional chinesa, porque as cores das plantas e dos minerais são mais naturais, e o uso das cores combinam com a arte tradicional do corte do papel.”

Para Alice Kuok, o estilo de Tong Chong “exige uma grande atenção”, ao mesmo tempo que “aparenta ser livre e fácil”. “Sempre que tem tempo ele corta papel em diferentes formas e depois classifica esses pedaços em diferentes categorias, e usa imagens recortadas para criar, colocar e pintar sobre eles”, descreve Alice Kuok.

Este processo de experimentação durou alguns meses, nos quais Tong Chong “explorou vários tipos de papel, cola, tipos e marcas de pintura para chegar ao actual método [de criação]”. A curadora aponta que, além da importância de olhar para a forma dos quadros é fundamental olhar “para o estado mental da criação artística”. “Se ele não está num estado mental adequado ele não pinta. Ele disse que o estado mental aqui referido está relacionado com a psicologia e o subconsciente”, acrescentou Alice Kuok.

Carreira em Macau

Nascido em Fuzhou, na província de Fujian, em 1977, Tong Chong veio para Macau em 1984, não sem antes ter regressado à sua terra natal, com a idade de 13 anos, para estudar pintura. Um ano mais tarde voltaria ao território para ter aulas de pintura moderna na Escola de Artes Visuais do Instituto Politécnico de Macau.

Entre os anos de 1991 e 1996, Tong Chong estudou pintura com o conceituado artista Mio Pang Fei.
Assumindo ter uma “especial afinidade” com o lado da arte primitiva e folk, o artista assume-se como sendo alguém de poucas palavras. O actual estilo começou a ser definido na adolescência. “A sua pintura nunca se transformou em outras formas da cultura dominante. Ele dedicou-se a explorar a plasticidade de transformar a realidade em padrões e imagens, o que o levou ao caminho da escultura.” Nesse sentido, a exposição patente na AFA contém também alguns trabalhos de escultura do autor.

19 Mai 2020

Estudo revela que novo coronavírus já circulava na China em Outubro

[dropcap]O[/dropcap] novo coronavírus já circulava silenciosamente em Wuhan, no centro da China, em Outubro passado, e alastrou-se “aleatoriamente e sem mostrar sinais epidémicos”, de acordo com os resultados de um estudo publicado pela revista Frontiers in Medicine.

O estudo conclui que, embora o surto tenha sido oficialmente anunciado em Dezembro de 2019, depois de dezenas de casos de infecção ligados a um mercado terem sido diagnosticados em Wuhan, análises da filogenética indicam que o coronavírus estava em dormência desde Outubro naquela cidade na província chinesa de Hubei.

“Nesta fase de latência, a infecção seguiu o seu curso silencioso”, afirmou a equipa de investigadores, formada por Jordi Serra-Cobo e Marc López, da Faculdade de Biologia e do Instituto de Pesquisa em Biodiversidade da Universidade de Barcelona, Roger Frutos, do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronómica para o Desenvolvimento, de França, e Christian A. Devaux, do Centro Nacional de Investigação Científica.

O estudo analisa a conjunção única de eventos que permitiram a expansão global do novo coronavírus, que tem um longo período de incubação, um alto número de casos assintomáticos e beneficiou da alta mobilidade internacional.

Segundo Serra-Cobo, para que uma doença infecciosa se espalhe, três condições devem ser atendidas: o patógeno deve ser capaz de infectar e reproduzir-se em seres humanos, entrar em contacto com pessoas através de um reservatório natural e espalhar-se através de um amplo circuito social.

No caso da covid-19, todas essas condições foram reunidas em Wuhan, no final de 2019.
Segundo os autores, a pandemia é o resultado de um “alinhamento” excepcional a nível global, ou seja, uma coincidência específica de factores biológicos e sociais que lhe permitiram emergir e expandir-se por todo o mundo.

“O que desencadeou a epidemia foi o aparecimento, em simultâneo, de duas importantes celebrações no mesmo local – as férias em família e o Ano Novo Chinês – que colocaram muitas pessoas em contacto com outras pessoas, inicialmente infectadas, o que proporcionou a fase de amplificação necessária”.
Os autores consideram que “outro passo importante foi a mobilidade”.

Mercado selvagem

O estudo lembra que “as mudanças ambientais e a acção do ser humano sobre os sistemas naturais afectam a perda de habitats e biodiversidade, afectam a dinâmica das espécies em reservatórios de patógenos e aumentam a probabilidade de contágio da espécie humana”.

“Este fenómeno é especialmente importante no sudeste da Ásia, onde se originaram as epidemias da SARS [síndrome respiratória aguda grave] e da covid-19”, aponta. A SARS teve origem na província de Guangdong, sul da China, em 2002.

O estudo defende que é essencial proibir a posse e o uso de espécies protegidas e oferecer alternativas para evitar o impacto do mercado negro na vida selvagem.

“Mesmo que o surto se tenha originado inesperadamente em Wuhan, poderia ter sido evitado”, defendem os autores, que lembram que o início desta pandemia é comparável ao de surtos anteriores de coronavírus, como a SARS e Síndrome respiratória do Oriente Médio, ou MERS.

19 Mai 2020

China ameaça retaliar restrições impostas pelos EUA nos negócios com a Huawei

[dropcap]O[/dropcap] ministério do Comércio da China disse hoje que vai tomar “todas as medidas necessárias” para retaliar as restrições impostas pelos Estados Unidos ao uso de tecnologia norte-americana pelo grupo chinês das telecomunicações Huawei.

Em comunicado, o ministério classificou as restrições adoptadas por Washington como “abuso do poder estatal” e “violação dos princípios do mercado” e advertiu que constituem uma ameaça para a segurança da “cadeia industrial e de fornecimento global”.

“Os EUA usam o poder do Estado, recorrendo à desculpa da segurança nacional, e abusam das medidas de controlo sobre as exportações para oprimir continuamente e conter empresas específicas de outros países”, acusou a China.

A China “vai tomar todas as medidas necessárias para salvaguardar, de forma determinada, os direitos e os interesses legítimos das empresas chinesas”, lê-se na mesma nota.

As novas regras estipulam que os fabricantes estrangeiros de semicondutores que usem tecnologia norte-americana devem obter licença para vender semicondutores fabricados para a Huawei.

O equipamento de design e fabrico de ‘chips’ usado nas fábricas de semicondutores do mundo é fabricado sobretudo nos EUA, pelo que a nova regra afeta produtores estrangeiros que vendem para a Huawei e afiliadas, incluindo a HiSilicon, que projeta principalmente ‘chipsets’ usados em telemóveis e estações base para redes sem fio da Huawei.

O Departamento de Comércio norte-americano disse que as empresas têm um período de carência de 120 dias para os chips já em produção.

A Huawei Technologies Ltd., a primeira marca global de tecnologia da China e líder no fabrico de equipamentos de rede e dispositivos móveis, está no centro de um conflito entre EUA e China motivado pelas ambições tecnológicas de Pequim.

Os Estados Unidos acusam a maior fabricante mundial de equipamentos para firmas de telecomunicações de cooperar com os serviços secretos chineses. A Huawei nega a acusação e as autoridades chinesas dizem que o Governo de Donald Trump está a usar leis de segurança nacional para restringir um rival que ameaça o domínio exercido pelas empresas de tecnologia dos EUA.

18 Mai 2020

Novos confrontos no parlamento de Hong Kong em votação que elegeu deputada pró-China

[dropcap]N[/dropcap]ovos confrontos ocorreram hoje no Conselho Legislativo de Hong Kong, com a maioria dos deputados pró-democracia a serem expulsos da sala pelos seguranças.

De acordo com a emissora pública de Hong Kong, RTHK, a eleição do presidente da Comissão da Câmara, órgão que revê propostas de lei antes de serem analisadas, ficou marcada pelos protestos da oposição, com vários deputados pró-democracia a serem retirados à força das instalações do parlamento.

Tal como em 8 de Maio, cânticos, cartazes e empurrões dominaram esta sessão, em que os deputados pró-democracia protestaram contra a votação sob a presidência de um membro do campo pró-China, Chan Kin-por. De acordo com vários vídeos difundidos nas redes sociais, a deputada pró-democracia Claudia Mo empunhou um cartaz em que se lia “o PCC [Partido Comunista da China] atropela a legislatura de Hong Kong”.

A votação decorreu sem a presença dos deputados expulsos. A Comissão estava sem presidente desde outubro e a deputada Starry Lee foi reeleita no cargo.

Pequim tinha já criticado o vice-presidente e legislador pró-democracia Dennis Kwok de abuso de poder ao atrasar a eleição de um novo presidente, causando uma acumulação de diplomas para análise.

Com esta vitória, o Governo de Hong Kong fica mais perto de conseguir aprovar a criminalização de abusos contra o hino, incluindo a utilização para fins comerciais e insultos públicos e intencionais, como vaias em jogos de futebol. A proposta de lei prevê multas até 50 mil dólares de Hong Kong e penas de prisão até três anos.

O projecto controverso surge num momento em que as diferenças entre os campos pró-Pequim e pró-democracia em Hong Kong começaram a intensificar-se durante os protestos no ano passado, depois de o Governo local ter apresentado uma proposta de extradição, que permitiria enviar suspeitos para a China continental. O diploma foi, entretanto, retirado.

18 Mai 2020

Golfe regressa na Coreia do Sul com máscaras e distância entre atletas

[dropcap]G[/dropcap]olfistas do ‘top 10’ feminino, distâncias de dois metros entre jogadoras e o uso de máscaras foram o retrato do primeiro torneio de golfe após a suspensão das competições desportivas devido à covid-19. O campeonato KLPGA, prova do circuito feminino sul-coreano de golfe, sem créditos firmados, conseguiu atrair três golfistas de topo no ‘ranking’ mundial, numa competição que decorreu em Seul, à porta fechada.

Sob medidas de segurança, o torneio de quatro dias obrigou a um protocolo sanitário, com as jogadoras a terem que cumprir uma distância obrigatória entre si, de prevenção ao contágio pelo novo coronavírus, e a usar máscaras. O torneio, o primeiro desde o confinamento e suspensão do desporto mundial, levou a interesse de transmissão para os Estados Unidos, Canadá e Japão.

A sul-coreana Park Hyun-kyung (número 3 mundial) foi a vencedora, à frente das suas compatriotas Bae Seon-woo (33.ª) e Lim Hee-jeong (24.ª).

A competição foi a segunda a realizar-se na Coreia do Sul, ainda em alerta devido à crise sanitária com a covid-19, depois de ter tido início há uma semana o campeonato de futebol, que cumpre este fim de semana a segunda jornada.

Após a declaração de pandemia, em 11 de março, as competições desportivas de quase todas as modalidades foram disputadas sem público, adiadas – Jogos Olímpicos Tóquio2020, Euro2020 e Copa América -, suspensas, nos casos dos campeonatos nacionais e provas internacionais, ou mesmo canceladas.

Os campeonatos de futebol de França, dos Países Baixos e da Bélgica foram cancelados, enquanto outros países preparam o regresso à competição, com fortes restrições, como sucede na Inglaterra, Itália, Espanha e Portugal, que tem o reinício da I Liga previsto para 4 de Junho, enquanto a Alemanha regressou no sábado.
 

18 Mai 2020

Covid-19 | Índia prolonga confinamento até ao fim de Maio

[dropcap]A[/dropcap] Índia anunciou hoje o prolongamento do confinamento dos seus 1,3 mil milhões de habitantes até 31 de Maio, mas admitiu levantar algumas restrições em zonas menos afetadas pela pandemia de covid-19 para incentivar a atividade económica.

“As medidas de confinamento para deter a propagação da covid-19 continuam em vigor até 31 de Maio”, anunciou, em comunicado, a autoridade nacional indiana de gestão das situações de emergência. O Ministério do Interior precisou por seu turno que, em certas zonas, certas atividades poderão vir a ser reativadas.

Mas acrescentou que, em todo o território, continuam para já proibidos todos os voos de passageiros, domésticos e internacionais, e encerrados o metropolitano, escolas, universidades, hotéis e restaurantes.

Há quase dois meses em confinamento, a Índia anunciou hoje o registo de 5.000 novos casos de infeção pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, o que eleva para 90.927 o total de casos no país, o mais afetado da Ásia. O país registou também até ao momento 2.827 mortes associadas à covid-19.

Quando impôs o confinamento, a 25 de Março, a Índia registava pouco mais de 500 casos e nove mortes. A 4 de Maio o Governo anunciou a reabertura das lojas de bairro em todo o país e a reactivação das actividades industriais e agrícolas nas zonas rurais, associada à retomada de algumas ligações ferroviárias.

Surgido em Dezembro na China, o SARS-CoV-2 já infectou 4,6 milhões de pessoas em todo o mundo e fez perto de 312 mil mortos, segundo um balanço de hoje da agência AFP.

18 Mai 2020

Chefe da diplomacia da UE pede aos europeus “disciplina colectiva” diante da China

[dropcap]O[/dropcap] chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, pediu aos europeus que “mantenham a disciplina colectiva necessária” em relação à China, que qualificou de “rival sistémico na promoção de outros modelos de governança”.

“A relação que a União Europeia (UE) tem com a China é tão multifacetada que a nossa abordagem não pode ser reduzida a um único prisma”, observou o espanhol numa coluna publicada no jornal francês Le Monde, na sexta-feira.

A China é “um parceiro com o qual a UE compartilha objectivos estreitamente integrados”, “um parceiro de negociação com o qual a UE deve encontrar um equilíbrio justo”, “um concorrente económico na corrida pelo domínio tecnológico” e “um rival sistémico na promoção de outros modelos de governança”, afirma Josep Borrell.

“Estabelecer uma abordagem comum da UE às superpotências nunca é uma tarefa fácil […] E o caso da China não é excepção. Além disso, a China não hesita em às vezes jogar com essas diferenças. Mas é certo que cabe a nós, europeus, manter a disciplina coletiva necessária”, acrescenta Borrell.

“Tanto a UE como a China declaram frequentemente que estão determinadas a promover o multilateralismo e o sistema das Nações Unidas […]. Devemos, no entanto, também admitir que as nossas abordagens ao multilateralismo diferem, por exemplo, em universalidade e indivisibilidade dos direitos humanos, a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar ou as tensões no Mar da China Meridional”, afirmou o chefe da diplomacia europeia.

Borrell também observou as abordagens divergentes no campo cibernético, onde “a posição central da China contrasta com a abordagem de múltiplas partes interessadas da UE, baseada no respeito pelos direitos e liberdades fundamentais”.

“As mudanças” na relação UE-China “aceleraram-se desde o surgimento do novo coronavírus”, disse. “No início, quando os hospitais chineses estavam sobrecarregados, a UE prestou apoio significativo, sem muita publicidade. Mais tarde, quando a Europa se tornou o epicentro da pandemia, a China enviou muitos equipamentos médicos e garantiu que o mundo soubesse disso”, afirmou.

“O segredo é que todos demonstramos apoio mútuo e solidariedade internacional […], evitando politizar a assistência médica de emergência”, afirmou.

A publicação desta coluna ocorre após Josep Borrell admitir, na quinta-feira, que a delegação da UE na China concordou em permitir a publicação de uma coluna de embaixadores europeus numa versão censurada por Pequim.

O artigo censurado foi escrito para o 45.º aniversário das relações diplomáticas entre a UE e Pequim. Apareceu no China Daily, em inglês, cortado numa sentença referente ao aparecimento do novo coronavírus na China, de onde se espalhou para o resto do mundo. A referência foi removida a pedido do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, disse Borrell.

18 Mai 2020

Covid-19 | Pequim levanta obrigatoriedade de usar máscara em espaços abertos

[dropcap]O[/dropcap] uso de máscara em espaços abertos como método de prevenção de infecções da covid-19 deixou hoje de ser obrigatório em Pequim, informou o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças da capital chinesa. No entanto, as autoridades de saúde da capital recomendaram a manutenção do distanciamento social entre os cidadãos.

Desde Janeiro que a máscara se tornou indispensável na cidade, muitas lojas não permitiam o acesso às suas instalações sem o seu uso e os agentes das forças de segurança exigiam aos transeuntes que as recolocassem de novo, depois de as remover momentaneamente.

A nova norma chega quando faltam cinco dias para começar a sessão anual da Assembleia Nacional Popular (equivalente ao parlamento) no Grande Palácio do Povo de Pequim e depois de várias semanas sem que a capital registasse novos casos de infeção.

Segundo os dados publicados hoje pela Comissão Nacional de Saúde da China, existem apenas 86 infetados com o novo coronavírus no país, dos quais 10 estão em estado grave. Desde o início da pandemia, a China registou 4.634 mortes entre os 82.947 infectados até ao momento.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 309 mil mortos e infectou mais de 4,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios. Mais de 1,6 milhões de doentes foram considerados curados.

18 Mai 2020

Tailândia retira Macau da lista de zonas infectadas mas ainda proíbe voos

[dropcap]A[/dropcap] Tailândia removeu a República Popular da China (incluindo Hong Kong e Macau) e a Coreia do Sul da lista de países estrangeiros definidos como zonas infectadas pela pandemia da covid-19, informou no sábado a Autoridade de Turismo da Tailândia (TAT).

De acordo com este organismo, o anúncio foi feito oficialmente no Royal Thai Gazette na sexta-feira, citando que a situação da pandemia do novo coronavírus, que causa a doença covid-19, melhorou naqueles dois países.

No entanto, isso não significa que os cidadãos dos dois países poderão de imediato viajar para a Tailândia. Segundo o actual decreto de emergência da Tailândia, o encerramento dos pontos de entrada (terrestre, marítimo e aéreo) no país permanecem em vigor até 31 de Maio.

Porém, a Autoridade de Aviação Civil da Tailândia anunciou na noite de sábado que estendeu até 30 de Junho a proibição de qualquer avião de passageiros aterrar no país, que declarou estado de emergência no final de Março, prorrogado até 31 de Maio.

Eles lá dentro

Em termos internos, o país começou ontem a aliviar medidas de contenção contra a pandemia da covid-19 com a reabertura de centros comerciais, que encerraram durante um mês. Num momento em que continua a descer o número diário de casos, também reabrem academias, salões de beleza, museus, piscinas, centros de convenções, embora com restrições no número de pessoas permitidas nos locais.

A redução do período do recolher nocturno é outra das medidas anunciadas pelo Governo, agora que os casos detectados desceram: ontem foram detectados três, no sábado nenhum.

No total, a Tailândia registou 3.028 casos desde o início da pandemia, dos quais resultaram 56 mortes devido à covid-19.

A Tailândia foi o primeiro país em que um caso de covid-19 foi detectado fora da China, que era então o foco da pandemia. Embora tenha conseguido conter o surto, em comparação com outros países, a economia foi seriamente afectada, sobretudo o turismo. O Banco da Tailândia previu que o Produto Interno Bruto (PIB) do país pode contrair 5,3 por cento este ano como resultado do impacto económico do novo coronavírus.

18 Mai 2020

Consumo de droga desceu no ano passado

[dropcap]O[/dropcap] número de toxicodependentes referenciados em Macau diminuiu no ano passado, apesar de se terem registado mais 29,2 por cento de casos de jovens com menos de 21 anos, que incluem agora 31 pessoas. Os dados do “Sistema de Registo Central dos Toxicodependentes de Macau” apontam para um total de 346 toxicodependentes em 2019, o que representa uma queda de 18,4 por cento. A informação foi avançada num comunicado do Instituto de Acção Social (IAS) sobre a primeira sessão plenária do ano da Comissão de Luta contra a Droga.

Vale a pena lembrar que como este sistema se baseia nos consumidores apanhados pelas autoridades policiais e naqueles que se dirigem a instituições e organizações privadas em busca de tratamento, não apresenta um quadro fidedigno do fenómeno do consumo.

No geral, a metanfetamina – vulgarmente conhecida por “ice” – manteve-se como a droga mais consumida (36,7 por cento), embora tenha sofrido uma redução superior a 10 por cento em relação ao ano anterior. De acordo com os dados divulgados pelo IAS, a “acção do consumo de drogas tem vindo a tornar-se mais oculta”: sete em cada dez toxicodependentes consomem em sua casa, na de amigos ou em hotéis. Quanto aos gastos mensais com drogas, a média de 3.640 patacas foi semelhante à de 2018.

Durante a sessão, foram ainda apresentados os conteúdos principais da 63ª Sessão da Comissão de Estupefacientes das Nações Unidas deste ano, bem como as 12 substâncias e um pre-precursor aprovados para serem incluídos nas listas de produtos sujeitos a controlo internacional. Observou-se também que durante o período de combate à epidemia se manteve um funcionamento limitado do IAS e de instituições particulares de forma a que os serviços básicos para a desintoxicação não fossem afectados.

18 Mai 2020

Petróleo | Sulu Sou insiste em lei da concorrência leal

[dropcap]M[/dropcap]elhorias à concorrência no mercado de produtos petrolíferos e a monitorização dos preços, são as principais ideias defendidas por Sulu Sou numa interpelação escrita sobre a matéria. O deputado observa que no passado o Governo prometeu que apresentaria à Assembleia Legislativa uma lei da concorrência leal, mas que recentemente as autoridades referiram que o relatório de um estudo encomendado a uma instituição académica aponta não haver uma correlação entre a estabilização dos preços dos produtos e a elaboração de leis de concorrência.

“O Governo pretende violar o compromisso da legislação para combater o comércio injusto, sob o pretexto de tais estudos?”, questionou. Além disso, o deputado perguntou se houve investigações para verificar se os concorrentes do mercado de petróleo definem preços em conjunto.

Por outro lado, Sulu Sou apontou que de acordo com a “Lei de protecção dos direitos e interesses do consumidor” as autoridades podem pedir informação sobre como se definem os preços, caso estes flutuem muito ou sejam irrazoavelmente altos.

Neste ponto, o legislador quis saber se as autoridades estão confiantes de que, a ser aprovada, a proposta ajude a revelar a estrutura de preço dos produtos de petróleo, de forma a que o público possa avaliar os lucros ganhos pelas empresas do sector.

Na interpelação, recorda a extensão do contrato de concessão da Macauport – Sociedade de Administração de Portos, S.A. sobre a exploração do porto Ká-Hó, que inclui o depósito. Sulu Sou indicou que um dos grupos privados que exploram petróleo também tem acções da Macauport e explicou que as outras empresas de combustíveis têm de pagar despesas de transporte e armazenamento para usar o depósito.

18 Mai 2020

Mudanças na lei sobre remuneração suplementar das forças de segurança

[dropcap]P[/dropcap]ara tornar possível o pagamento de horas extraordinárias, o Governo concluiu a proposta de alteração à lei que regula as remunerações acessórias das forças e serviços de segurança. A decisão de alterar o regime, avançada na sexta-feira através de um comunicado oficial do Conselho Executivo, é justificada com a necessidade de garantir a remuneração complementar destes trabalhadores e a flexibilização do número de horas de trabalho recorrendo “ao conceito de duração média do trabalho mensal”.

Sem revelar detalhes, o comunicado sublinha que o actual método de cálculo “não reflecte as características do trabalho e a flutuação da duração do trabalho” e que, por isso, é necessário introduzir mudanças à lei para procurar “justiça e razoabilidade na atribuição de compensação ao pessoal”.

“Além dos trabalhos de rotina, o pessoal das forças e serviços de segurança mantém-se disponível para responder a quaisquer tipos de incidentes súbitos, o que pode determinar-lhe uma prestação de serviço ininterrupto que exceda a duração do trabalho semanal de 44 horas quando for necessário”, pode ler-se no comunicado, que acrescenta ainda que “em determinados períodos do ano, o volume das tarefas (…) aumenta significativamente”.

Recorde-se que, ao contrário dos funcionários públicos, que têm direito ao pagamento de horas extraordinárias quando excedem as 44 horas semanais de trabalho, os profissionais das forças de segurança podem ter de trabalhar além disso, em qualquer altura, sem que haja um tecto máximo de horas. Para esses casos está prevista uma remuneração suplementar mensal, que corresponde ao índice 100 da tabela indiciária dos funcionários públicos.

Atritos no plenário

Recentemente, o tema gerou polémica no debate das LAG, quando o secretário para a Segurança Wong Sio Chak afastou a hipótese apresentada por Sulu Sou para definir um tecto máximo para o número de horas destes trabalhadores, acusando o deputado de tentar angariar votos. Sulu Sou acabaria por abandonar a sessão do plenário em protesto.

18 Mai 2020

Lau Wai Meng “tem vasta experiência” para presidir ao IPIM, diz secretário

[dropcap]I[/dropcap]rene Lau, nomeada em 2018 para presidência do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), vai reformar-se a 26 de Maio. Vai ser substituída pelo actual subdirector dos Serviços de Economia, Lau Wai Meng. “Tem uma vasta experiência na função pública”, descreveu o secretário para a Economia e Finanças.

O seu currículo mostra que já passou também pelo Comissariado da Auditoria, Gabinete para os Recursos Humanos e Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais. Assim, o secretário considera que é “um candidato adequado para assumir a presidência” do IPIM.

18 Mai 2020

Hong Kong | Gelataria oferece sabor a gás lacrimogéneo para recordar protestos

[dropcap]O[/dropcap] gás lacrimogéneo está entre os novos sabores de uma gelataria de Hong Kong, com grãos de pimenta preta como ingrediente principal, para recordar os confrontos nos meses de protestos pró-democracia em 2019.

“Sabe a gás lacrimogéneo. Parece difícil de respirar ao princípio, e é realmente pungente e irritante. Faz-me querer beber muita água imediatamente”, diz uma cliente, Anita Wong, que foi vítima do gás lacrimogéneo num dos muitos protestos que paralisaram o território. “É um ‘flashback’ [recordação] que me lembra a dor que senti e que não devo esquecer”, acrescentou.

O sabor criado é um sinal de apoio ao movimento pró-democracia, que procura recuperar o seu ímpeto ainda durante a pandemia da covid-19, explica o proprietário da loja, que fala somente na condição de não ser identificado para evitar repercussões do governo pró-Pequim.

“Queríamos criar um sabor que lembre as pessoas de que é preciso persistir no movimento de protesto e não perder a paixão”, salientou.

Para isso, experimentou diferentes ingredientes, incluindo wasabi e mostarda, num esforço para reproduzir o sabor do gás lacrimogéneo. A pimenta preta, frisa, foi aquele que mais se aproximou do gás lacrimogéneo e dos seus efeitos irritantes na garganta.

“Torrámos e moemos grãos de pimenta pretos inteiros que transformámos em ‘gelato’, ao estilo italiano. Está um pouco picante, mas enfatizámos o seu travo, que é uma sensação de irritação na garganta. É como respirar gás lacrimogéneo”, resume o proprietário, de 31 anos.

Mais de 16 mil latas de gás lacrimogéneo foram disparadas durante os protestos, segundo as autoridades de Hong Kong, muitas em distritos densamente povoados, onde as ruas estreitas estão cheias de pequenos restaurantes e blocos de apartamentos.

Os protestos começaram com a proposta de legislação que permitiria que suspeitos de crimes fossem extraditados para a China continental para serem acusados, entretanto abandonada, mas evoluiu para exigências de reformas democráticas.

Os protestos realizaram-se regularmente em 2019, com os manifestantes a alegarem que Pequim estava a corroer as liberdades civis concedidas à ex-colônia britânica quando regressou à soberania chinesa em 1997.

A gelataria também oferece um espaço para as pessoas expressarem opiniões sobre o movimento, incluindo o uso de notas adesivas iguais às qua apareceram espalhadas por todo o território no auge das manifestações e que remonta já aos outros grandes protestos de 2014.

Com cada porção a custar cerca de 4,6 euros, o gelado de gás lacrimogéneo tem sido um sucesso entre os clientes: o dono da gelataria diz que antes dos regulamentos de distanciamento social devido à covid-19 vendia entre 20 a 30 doses por dia com aquele sabor.

As manifestações quase desapareceram com a pandemia da covid-19, mas episódios mais recentes, com detenções, manifestações em centros comerciais e confrontos no parlamento local, levam a pensar que ações maiores possam surgir durante o verão, caso o surto do novo coronavírus esteja controlado.

Isto num momento em que as forças de segurança procuram impedir grandes concentrações e o Governo está a avançar com uma legislação para criminalizar eventuais abusos ao hino nacional chinês.

15 Mai 2020

IC | Monumentos e espaços públicos abrem portas 

[dropcap]D[/dropcap]epois de um longo período de encerramento devido à covid-19, o Instituto Cultural (IC) decidiu abrir hoje portas de vários locais do património, espaços museológicos e bibliotecas públicas.

Incluem-se nesta lista, o Posto do Guarda-Nocturno no Patane, a Sala de Exposições do Templo de Na Tcha, a Capela de N.ª Sr.ª das Neves, a Antiga Residência do General Ye Ting, o Espaço Patrimonial “Uma Casa de Penhores Tradicional”, a Antiga Residência de Zheng Guanying, o Tesouro de Arte Sacra do Seminário de S. José, a Antiga Farmácia Chong Sai, a Academia Jao Tsung-I, o 2.º piso da Casa do Mandarim e os “Pontos de Busking” Casas da Taipa e Espaço Anim’Arte NAM VAN.

A partir de hoje abrem também ao público 16 bibliotecas, sendo ajustados os prazos de empréstimo e recolha de livros para evitar aglomerados de pessoas. O IC dá ainda conta de que “alguns recintos culturais permanecem encerrados devido às condições dos seus espaços, devendo a respectiva data de reabertura ser posteriormente anunciada”.

15 Mai 2020

Isabel Allende anuncia novo livro em videoconferência com leitores 

[dropcap]A[/dropcap] escritora Isabel Allende falou esta quarta-feira sobre a sua vida e o processo criativo, a covid-19 e a governação Trump, a situação da América Latina e os refugiados, durante uma conferência ‘online’, em que também anunciou um novo livro.

A escritora chilena Isabel Allende, residente nos Estados Unidos, foi a convidada para o painel de abertura da 14.ª edição do Festival Literário LEV – Literatura em Viagem, que se realiza em Matosinhos, Portugal, e que este ano decorre por videoconferência, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19.

Numa conversa moderada por Hélder Gomes, a autora de “A Casa dos Espíritos” falou do próximo projecto em que está a trabalhar, e que deverá ser publicado em Espanha e em Portugal em Novembro, é um livro de não-ficção, é um livro de memórias da sua vida, como mulher e feminista, e chama-se “Que queremos las mujeres”, revelou a autora.

Questionada sobre a importância da espiritualidade na sua vida, uma vez que está tão presente na obra, Isabel Allende afirmou que não é uma pessoa religiosa. Confessou mesmo que lhe dão “horror todas as instituições religiosas, porque são dogmáticas, machistas e procuram o poder”.

A sua espiritualidade é aquela “parte que todo o ser humano tem, que se busca transcender, que busca a ética”, e isso “há que cultivar”. E é o que cultiva “na vida e na literatura”.

Trump e a covid-19

Sobre a sua perspectiva, ainda enquanto residente nos Estados Unidos, da situação da pandemia de covid-19 naquele país, Isabel Allende foi peremptória: “Muito mal, porque não há um governo competente”. “Há um governo dirigido por Trump, que se caracteriza por inconsistência, incompetência e mentira. Já há mais de 80 mil mortos, muito mais do que na guerra do Vietname, há mais mortos pelo vírus do que por todas as guerras que os Estados Unidos tiveram”, afirmou.

Numa referência ao peso da família em alguns dos seus livros, como “A casa dos espíritos”, e respondendo à questão se a família se sobrepõe sempre à política, Isabel Allende afirmou que depende da família, lembrando que, na época do governo socialista de Allende, e depois do golpe militar, na ditadura, houve famílias que se dividiram e nunca se reconciliaram, mas também houve as que permaneceram unidas, mesmo com divergências ideológicas e políticas.

“O mesmo se passa hoje nos Estados Unidos com a polarização entre democratas e republicanos, a ideologia e a raiva política às vezes é tanta que altera a família”, disse.

Facetas múltiplas

Em “A Casa dos Espíritos”, “há o micromundo da família e o macromundo de um país que parece o Chile, e o que se passa dentro da família é um reflexo do que se passa fora também, a situação política e histórica do país”, acrescentou.

Aludindo às suas várias facetas – mulher, feminista, filantropa e escritora – e sobre o facto de certa vez ter afirmado que o seu maior feito não era escrever, mas amar, Isabel Allende foi questionada sobre o que era mais importante na sua vida. “Ser escritora é a minha vida pública, amor é o que sinto pela família. A acção não é o mesmo que o sentimento. Não tenho de escolher. Posso ser escritora, mulher, feminista e filantropa e viver o amor intensamente”.

15 Mai 2020

Coloane | Encontrado golfinho branco morto

[dropcap]F[/dropcap]oi ontem encontrado um corpo de um golfinho branco na costa de Coloane, em frente ao Templo Tam Kong. O alerta foi dado por um cidadão que contactou a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA).

Segundo o comunicado desta autoridade, a zona onde se encontrava o cadáver do animal era altamente rochosa pelo que foi preciso recorrer a mergulhadores. Já na quarta-feira tinha sido encontrado outro golfinho na costa de Macau, neste caso com vida, e após alguns momentos o animal acabou por abandonar as águas da RAEM.

Porém, em relação ao cadáver encontrado ontem, a DSAMA recordou que já no ano passado, em Julho, tinham sido encontrados dois cadáveres de golfinhos brancos. Face a estas ocorrências, cada vez mais frequentes, a DSAMA mostrou-se preocupada com as obras que decorrem nas zonas marítimas, assim como com o aumento dos níveis de poluição e da circulação de embarcações, que afectam os habitats dos golfinhos brancos.

15 Mai 2020

ONU pede ao Governo de Hong Kong que retire as acusações a 15 activistas

[dropcap]E[/dropcap]specialistas em direitos humanos das Nações Unidas (ONU) pediram esta quarta-feira ao Governo de Hong Kong que retirem imediatamente o processo criminal a 15 activistas e ex-deputados pró-democráticos que participaram nas manifestações no território o ano passado.

“Ninguém deve ser submetido a sanções administrativas ou criminais por participar num protesto pacífico, mesmo que o regime que rege os protestos exija autorização”, apontaram os especialistas, segundo um comunicado de quarta-feira da ONU.

Milhões de pessoas protestaram em Hong Kong no ano passado em demonstrações que frequentemente terminavam em confrontos entre alguns dos manifestantes e a polícia, marcados pelo atirar de bombas incendiárias, pelo gás lacrimogéneo e pelo disparo de projécteis, a esmagadora maioria não letais.

As manifestações resultaram em milhares de detenções, entre elas proeminentes activistas e deputados, e de feridos, registando-se mortes associadas aos confrontos.

Na mesma nota, a ONU contextualiza que os 15 activistas pró-democracia foram detidos em Abril e foram acusados de ajudar na organização de concentrações “não autorizadas” ou pela participação nas manifestações. O julgamento deverá começar na segunda-feira.

“As acusações foram feitas num momento em que os protestos são restritos devido à prevenção da covid-19. As pessoas acusadas são todas figuras importantes no movimento pró-democracia. Tememos o efeito assustador que essas detenções pretendem ter em protestos pacíficos em Hong Kong”, disseram os especialistas.

O comunicado das Nações Unidas aconteceu no mesmo dia em que manifestantes pró-democracia voltaram a concentrar-se em centros comerciais da antiga colónia britânica, para celebrar de forma irónica o aniversário da líder de Hong Kong, Carrie Lam, que fez quarta-feira 63 anos e ainda para exigir quatro reivindicações.

A libertação dos manifestantes detidos, que as ações dos protestos não fossem identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong, são as reivindicações.

14 Mai 2020

Covid-19 | Dois novos infectados em Hong Kong põem fim a 24 dias sem contágio local

[dropcap]D[/dropcap]ois residentes de Hong Kong apresentaram resultados de testes que mostram estarem infectados com o novo coronavírus, disseram ontem as autoridades de saúde, admitindo que a situação põe fim a 24 dias sem novos casos de contágio local.

Hong Kong estava no caminho de atingir os 28 dias consecutivos sem nenhum caso de transmissão local, critério usado pelos epidemiologistas para declarar o fim de uma pandemia.

Segundo avançou a entidade reguladora da saúde de Hong Kong, os dois infetados são uma mulher de 66 anos e a sua neta de cinco anos, ambas casos de transmissão local, estando-se agora a tentar determinar como a avó foi contaminada.

“A senhora não tem histórico de viagens. A sua família não tem histórico de viagens e nenhuma têm histórico de contacto com casos confirmados”, afirmou o médico da entidade reguladora Chaung Shuk-kwan em conferência de imprensa. As autoridades vão agora proceder a uma despistagem em todo o bairro onde as duas infectadas moram.

Nas últimas três semanas, os 24 casos registados em Hong Kong estavam associados a pessoas que chegaram ao território a partir do estrangeiro. Quem chega a Hong Kong é colocado de imediato em quarentena.

Estas novas infecções fazem renascer receios de uma nova vaga da pandemia epidemia numa altura em que a cidade já estava a suavizar as medidas de distanciamento social. Apesar de sua proximidade e do vínculo à China continental, Hong Kong – que tem 7,4 milhões de habitantes – só apresentou mil casos e quatro mortes.

As autoridades usaram uma política intensiva de localização e rastreamento dos contactos dos doentes. Os habitantes desta cidade densamente povoada nunca foram submetidos a confinamento e, sexta-feira, a cidade começou a relaxar as restrições, permitindo a reabertura de bares, ginásios, cabeleireiros e cinemas.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 290 mil mortos e infetou mais de 4,3 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (82.246) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,3 milhões). Seguem-se o Reino Unido (32.692 mortos, mais de 226 mil casos), Itália (30.911 mortos, mais de 221 mil casos), Espanha (27.104 mortos, mais de 228 mil casos) e França (26.991 mortos, mais de 178 mil casos).

Por regiões, a Europa soma mais de 159 mil mortos (mais de 1,7 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 86.800 mortos (mais de 1,4 milhões de casos), América Latina e Caribe mais de 21.800 mortos (mais de 390 mil casos), Ásia quase 11 mil mortos (mais de 309 mil casos), Médio Oriente mais de 7.700 mortos (mais de 239 mil casos), África mais de 2.300 mortos (mais de 68 mil casos) e Oceânia com 125 mortos (mais de 8.300 casos).

14 Mai 2020

Fórum Macau | Relações China-países lusófonos vivem período de incerteza

[dropcap]U[/dropcap]m responsável do Fórum de Macau indicado por Pequim disse ontem que as relações entre a China e os países lusófonos vivem um período de incerteza devido à crise provocada pela covid-19, após um ano histórico de cooperação económica e comercial.

A resolução desta incerteza terá de passar por “incentivar e promover intercâmbios e a cooperação entre a China e os países de língua portuguesa durante o período epidémico e o período pós-epidémico”, afirmou segundo a Lusa, Ding Tian, secretário-geral adjunto do Secretariado Permanente do Fórum de Macau. As declarações tiveram lugar durante o Lançamento do Relatório de Evolução da Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (2018 – 2019), publicado pela primeira vez em versão bilingue.

No relatório apresentado, segundo o comunicado, “a cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa alcançou um rápido crescimento” e um resultado histórico em 2019, com o valor das importações e exportações de ambas as partes a fixar-se em 149,639 mil milhões de dólares americanos.

14 Mai 2020

Jogo | Estimada queda de 90 por cento das receitas em Maio

[dropcap]A[/dropcap] correctora Sanford C. Berstein Ltd. estima que a receita bruta do jogo desça entre 90 a 95 por cento “dependendo largamente da instabilidade e de quando as visitas [de turistas] vão retomar”, noticiou o portal GGRAsia.

A entidade calcula que a taxa média diária da receita bruta de jogo dos casinos em Macau durante os primeiros 10 dias de Maio tenha sido de 40 milhões de patacas, o correspondente a uma quebra de 95 por cento em termos anuais.

“Estimamos que o volume VIP tenha sido mais forte do que o de massas, com receitas geradas por um número reduzido de jogadores”, indicaram analistas citados pelo GGRAsia. No entanto, alertam para a instabilidade do segmento VIP.

Juntando os resultados de Abril ao resto de 2020, deu-se um declínio anual de 68,7 por cento, que equivalem a 31,24 mil milhões de patacas. “As operadoras de jogo, e outros contactos em Macau com quem falámos, não viram nenhuma clareza definitiva quanto ao tempo para recuperação”, indicaram os analistas, acrescentando que se espera um crescimento das receitas depois do levantamento de restrições a viagens.

14 Mai 2020

DICJ | 65 pedidos para entrada vedada em casinos

[dropcap]A[/dropcap] Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) de Macau registou, entre Janeiro e Março, 65 pedidos de exclusão de acesso aos casinos.

Do total, 62 pedidos foram de auto-exclusão, enquanto os restantes foram a pedido de terceiros. Os dados publicados na página online do organismo mostram que foram feitos um total de 564 pedidos, durante o ano passado – o número mais alto desde que em 2012 o director da DICJ passou a poder interditar a entrada em todos os casinos, ou apenas alguns, pelo prazo máximo de dois anos, às pessoas que o requeiram ou que confirmem requerimento apresentado para este efeito por cônjuge, ascendente, descendente ou parente em 2º grau.

14 Mai 2020