Museu do Louvre com quebra de 72% de visitantes em 2020

O Museu do Louvre, em Paris, o maior e mais visitado do mundo, sofreu uma quebra de 72% de visitantes em 2020, com 2,7 milhões de entradas face às 9,6 milhões registadas em 2019, segundo números oficiais.
Museu do Louvre com quebra de 72% de visitantes em 2020

Devido à pandemia de covid-19, o Museu do Louvre esteve fechado durante seis meses, e a forte quebra de turistas estrangeiros levou a uma descida inédita de visitas num espaço museológico que chegou a receber 10,2 milhões de pessoas em 2018, o recorde absoluto.

A perda de receitas no museu ascende a 90 milhões de euros, tendo o Estado francês prestado um apoio de 46 milhões de euros.

Com as viagens internacionais praticamente paralisadas, o Louvre ficou privado dos turistas americanos, chineses, japoneses e brasileiros que habitualmente o procuram, rondando 75% das entradas, mas a frequência do turismo nacional subiu para os 84%.

Na mesma linha, o Palácio de Versalhes, na região de Paris, um dos espaços culturais mais visitados em França, que em 2019 recebeu 8,2 milhões de visitantes, desceu para cerca de dois milhões no ano passado, enquanto o Museu d’Orsay teve uma queda de 77% comparando com 2019, e o Centro Cultural Pompidou registou menos 72% de visitantes.

Devido à incerteza que as circunstâncias da pandemia geraram, muitas exposições importantes abriram, mas ficaram sem público pouco depois, como a dedicada aos artistas renascentistas Donatello e Miguel Ângelo, no Louvre, ou a dedicada ao modernista Henri Matisse no Centro Pompidou.

12 Jan 2021

ONU | António Guterres candidata-se a segundo mandato como secretário-geral da ONU

A disponibilidade de António Guterres para cumprir um segundo mandato de cinco anos como secretário-geral da ONU foi ontem confirmada e em 75 anos de vida das Nações Unidas apenas o egípcio Boutros Boutros-Ghali não foi reconduzido no cargo.

Guterres, ex-primeiro-ministro português e ex-Alto Comissário da ONU para os Refugiados, foi aclamado pelos 193 Estados-membros da Assembleia-Geral para o cargo de secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) a 13 de outubro de 2016, após uma importante e determinante recomendação do Conselho de Segurança adoptada a 06 de outubro.

Em janeiro de 2017, Guterres, o primeiro português a alcançar um cargo desta dimensão mundial, tornava-se no nono secretário-geral da ONU para um mandato de cinco anos, até 31 de dezembro de 2021.

Ontem, o seu porta-voz, Stéphane Dujarric, confirmou que o representante está disponível para cumprir um novo mandato para o período de 2022-2026, tendo já informado os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (o órgão máximo das Nações Unidas por ter a capacidade de fazer aprovar resoluções com caráter vinculativo) – Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China –, e o presidente da Assembleia-Geral, o diplomata turco Volkan Bozkir, sobre a sua vontade.

A intenção também foi formalizada junto do presidente do Conselho de Segurança, cuja presidência rotativa é assegurada este mês pela Tunísia.

O secretário-geral é nomeado pela Assembleia-Geral, sob recomendação do Conselho de Segurança. A selecção (ou neste caso recondução) do secretário-geral está, portanto, sujeita ao veto de qualquer um dos cinco Estados-membros permanentes do Conselho de Segurança (os únicos que têm esse direito).

O secretário-geral “é um símbolo dos ideais das Nações Unidas” e “um porta-voz dos interesses dos povos do mundo, em particular dos pobres e vulneráveis”, segundo a definição publicada pela própria organização na sua página na Internet.

A par do ex-primeiro-ministro português, apenas outros oito nomes (todos homens) ocuparam este cargo ao longo das mais de sete décadas de existência das Nações Unidas.

Embora tecnicamente não exista um limite para o número de mandatos de cinco anos que um secretário-geral pode cumprir, nenhum dos responsáveis ocupou o cargo, até à data, por mais de dois mandatos e apenas um não foi reconduzido, de acordo com a informação disponibilizada pela organização.

Os antecessores de António Guterres foram:

– Ban Ki-moon (Coreia do Sul), foi secretário-geral da ONU entre janeiro de 2007 e dezembro de 2016.

– Kofi A. Annan (Gana), ocupou o cargo de janeiro de 1997 a dezembro de 2006.

– Boutros Boutros-Ghali (Egito), foi secretário-geral da ONU entre janeiro de 1992 e dezembro de 1996.

– Javier Pérez de Cuéllar (Peru), ocupou o cargo de janeiro de 1982 a dezembro de 1991.

– Kurt Waldheim (Áustria), assumiu o cargo entre janeiro de 1972 e dezembro de 1981.

– U Thant (antiga Birmânia, atualmente Myanmar), ocupou o cargo em novembro de 1961, quando foi nomeado secretário-geral interino (foi formalmente nomeado secretário-geral em novembro de 1962), até dezembro de 1971.

– Dag Hammarskjöld (Suécia), ocupou o cargo entre abril de 1953 e setembro de 1961, mês em que morreu num acidente aéreo em África.

– Trygve Lie (Noruega), esteve no cargo de secretário-geral da ONU entre fevereiro de 1946 até à sua renúncia em novembro de 1952.

12 Jan 2021

Covid-19 | Organização Mundial de Saúde admite que não será possível imunidade global em 2021

A Organização Mundial de Saúde (OMS) admitiu ontem que não será possível uma imunização de grupo global contra a covid-19 ainda este ano, tendo em conta o tempo necessário para a produção das várias vacinas.

“Mesmo com a protecção dos mais vulneráveis com as vacinas, não atingiremos um nível de imunidade de grupo em 2021. Mesmo que isso aconteça será apenas em alguns países, não em todo o mundo”, afirmou Soumya Swaninatha, cientista chefe da OMS.

Em conferência de imprensa virtual a partir de Genebra, a responsável científica da OMS lembrou que “leva tempo para fabricar” as doses necessárias para permitir uma imunidade de grupo global, apelando à “paciência” e à manutenção das medidas de saúde pública que já demonstraram ser eficazes.

“É importante lembrar os governos e as populações das suas responsabilidades e das medidas que precisamos de continuar a implementar, pelo menos até ao fim deste ano”, afirmou Soumya Swaninatha.

Na mesma conferência de imprensa, Bruce Aylward, médico epidemiologista canadiano, adiantou que mais de 40 países já começaram a vacinar contra a covid-19 usando cinco vacinas diferentes, estando a OMS a “tentar acelerar a distribuição das vacinas” para os países elegíveis para o mecanismo COVAX (criado pela OMS e outras entidades para promover uma distribuição equilibrada desses fármacos no mundo).

“Esperamos estar a vacinar nestes países em fevereiro. Estamos a fazer todo o possível para atingir o máximo de países possível, mas precisamos de cooperação dos fabricantes das vacinas, que nos entreguem os dados para que possam ser analisados em relação à eficácia, segurança e qualidade” das vacinas, afirmou o consultor do diretor-geral da OMS.

“A boa vontade não protege as pessoas. Precisamos das doses de vacinas e precisamos rapidamente”, alertou Bruce Aylward.

Já o director-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, reiterou que a OMS pretende ver as “vacinas a serem distribuídas de forma justa nas próximas semanas” e incentivou os “países a participarem no COVAX”, no sentido de se “criar a maior mobilização em massa da história para uma vacinação justa”.

Tedros Ghebreyesus adiantou ainda que, durante o fim de semana, a OMS foi notificada pelo Japão sobre uma nova variante do vírus e alertou que a maior disseminação do vírus pode resultar em novas alterações.

“Neste momento, as variantes não parecem apresentar uma maior severidade da doença, mas precisamos de manter as medidas básicas de saúde pública mais do que nunca”, sublinhou o responsável da OMS.

O director-geral da OMS congratulou-se ainda com o facto de a equipa internacional de cientistas de dez países estar a “iniciar a sua viagem” para a China para trabalhar com os seus pares chineses sobre a origem do vírus que provoca a covid-19.

“Os estudos começarão em Wuhan para identificar a possível de fonte de infeção dos primeiros casos. Estas evidências científicas criarão hipóteses que serão usadas para estudos de longo prazo, que são importantes, não apenas para a covid-19, mas também para o futuro da segurança sanitária em relação a doenças com potencial de pandemia”, referiu Tedros Ghebreyesus na conferência de imprensa.

12 Jan 2021

A desconhecida “Aldeia Portuguesa” em Jacarta, Indonésia

Fotos e artigo – Ritchie Lek Chi, Chan

A Indonésia sempre passou uma imagem de que está cheia de histórias sobre a era do domínio ultramarino chinês e holandês, dominado por holandeses ou indonésios a lutar pela independência. Muitas pessoas não sabem, que o primeiro país europeu a contactar a Indonésia foi Portugal, e que tinha uma boa relação com a dinastia Sudanesa da época. Os portugueses deixaram muitos vestígios culturais depois de passarem pela Indonésia, o que prova que os portugueses chegaram ao Sudeste Asiático durante a Idade Média e utilizaram-no como base para explorar e expandir as suas rotas marítimas até à costa da China e ao Leste Asiático. Essas histórias sempre despertaram o interesse de estudiosos, media e exploradores estrangeiros, que fazem o possível para descobrir preciosos materiais históricos nesta área.

A partir da “Descoberta Geográfica”

Este artigo apresenta a “Aldeia Portuguesa” localizada no norte de Jacarta, perto do maior porto de carga da Indonésia – Tanjung Priok. Esta pequena aldeia reflete o envolvimento dos portugueses no Sudeste Asiático e os feitos históricos dos dois impérios marítimos de Portugal e da Holanda a competir por colónias no Sudeste Asiático.
A Aldeia Portuguesa tem uma história de mais de 360 ​​anos e foi incluída na Lista do Património Mundial da UNESCO em 1999. Os residentes locais chamam a aldeia de Kampong Tugu, “kampong” significa “aldeia”, “tugu” significa “estela de pedra”. O nome chinês mais simples é “Aldeia Tugu”.

Durante a “Grande Descoberta Geográfica” da Idade Média, a Indonésia foi um importante ponto de trânsito entre a Europa e o Extremo Oriente e também um dos principais campos de batalha das potências europeias para competir pela fonte de especiarias. Siga a rota dos portugueses de Goa a Malaca, depois à Indonésia e finalmente a rota ao norte. Podemos constatar que a história da “Aldeia Tugu” está intimamente relacionada com a Aldeia Portuguesa em Malaca e a Macaense em Macau. Este é um tema fascinante. Explorar três etnias mistas que vivem em lugares diferentes, mas com a mesma origem, o que também fornece um importante material histórico para o estudo dos portugueses medievais que vieram para o Sudeste Asiático e áreas costeiras da China.

Entrada como não conquistador

Em 1963, o historiador de Macau, Padre Manuel Teixeira publicou “MACAU E A SUA DIOCESE” em Lisboa. Neste artigo, muitas páginas são usadas para descrever em detalhe a sociedade “macaense” em Batávia (Jacarta).

No início do artigo podemos ler que “Os portugueses nunca se instalaram na Batávia. Era é uma colónia holandesa conhecida como a ‘Rainha do Oriente’. Se os portugueses nunca entraram na Batávia como conquistadores então são prisioneiros de guerra e mercadores (Nota 1)”. Por outras palavras, os portugueses vieram para Jacarta e estabeleceram apenas como prisioneiros de guerra e mercadores, não como os holandeses que viveram na Batávia como conquistadores.

No início do século XV, depois do navegador chinês Zheng He fazer sete viagens para o Ocidente, a carreira de navegação da China foi interrompida devido à Dinastia Ming que fechou ao mundo, sem contactos com países estrangeiros. Após oitenta anos, por volta do final do século XV, foi substituído pelo surgimento das “Grandes Descobertas Geográficas” europeias. Portugal, como pioneiro desta tendência entusiástica, abriu as portas ao mistério do Extremo Oriente com fortes veleiros, duras crenças religiosas e uma grande procura de especiarias e ouro. O navio de três mastros de Portugal contornou o perigoso Cabo da Boa Esperança na África do Sul, romperam as ondas do Oceano Índico e alcançaram Goa, na Índia e outros pequenos países da Indochina. Depois chegaram a Malaca, na Malásia, e viajaram ao longo do estreito de Sunda até às ilhas pontilhadas da Indonésia. A populosa Ilha de Java era uma paragem obrigatória.

Especiarias, negócios e missão

De 1511 a 1526, os portugueses só vinham esporadicamente às áreas costeiras da China para realizar comércio marítimo com mercadores chineses (Nota 2). Nesta época, os chineses ainda não tinham imigrado para este “país das dez mil ilhas” em grande número (Nota 3). A frota portuguesa partiu de Malaca para explorar e aterrar em algumas ilhas e portos indonésios ao longo da rota oriental, de forma a compreender melhor o transporte marítimo nesta área, obter mais recursos de especiarias e ao mesmo tempo promover a fé católica pelo caminho.

O Padre Manuel Teixeira publicou um artigo “A Diocese Portuguesa de Malaca” no Boletim eclesiástico da Diocese de Macau em 1957, no capítulo XVIII, “Os Jesuítas nas Molucas”, pode-se compreender que os jesuítas seguiram a rota dos portugueses, o seu poder em expansão e atividades missionárias em algumas ilhas. Além disso, de destacar também “Jesuítas na Ásia” (Nota 4), escrita pelo falecido sinólogo português José Maria Braga em Hong Kong. O conteúdo deste livro é mais detalhado, lista as ilhas e portos controlados pelos portugueses na Indonésia naquela época.

A maioria das relíquias culturais na Indonésia

De acordo com os dados recolhidos até agora, os locais onde os portugueses comercializavam e espalhavam as actividades religiosas na Indonésia são aproximadamente os seguintes: Aceh em Sumatra, Cirebon em Java, Banten e Sunda Kelapa em Jacarta, Ilhas Banda, Ilhas Flores, Solor, ilha principal das Molucas, Halmahera, a segunda maior cidade das ilhas Molucas, Ternate, Seram, Damer, Ambon, Papua Nova Guiné e Timor, que são familiares aos cidadãos de Macau (Timor) etc.,  Halmahera, a segunda maior cidade das ilhas canadianas, Ternate, Seram, Damer, Ambon, Papua Nova Guiné e Timor que os cidadãos de Macau conhecem bem.

Notas :

1.《Macau e a sua Diocese》, P. Manuel Texeira,  Agência Geral, Lisboa, 1963, P. 85;
2. “Uma breve discussão sobre as características das primeiras relações entre a China e Portugal 1513-1643”, Zhuang Guotu, “Revista de Cultura”, Vol. No. 18, p. 4-8;
3.Wikipedia, a enciclopédia livre “Indonésio Chinês”, 1. História: 1.4 período colonial holandês, 1.4.1 O primeiro favor dos holandeses;
4. Jesuítas na Ásia, 1998, publicado em conjunto pela Fundação Macau, Universidade de Macau e Instituto Politécnico de Macau, o autor José Maria Braga é um académico português nascido em Hong Kong;
5. Asia Oceania: Portuguese Heritage Around the World: Architecture and Urbanism》, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisbon, 2011.

*Artigo publicado no Macau Daily Newspaper em 8 de Novembro de 2020

12 Jan 2021

UM | Investigadores anunciam avanço no tratamento da psoríase

Uma equipa de investigadores da Universidade de Macau (UM) anunciou ter feito avanços no tratamento da psoríase, uma doença inflamatória manifestada através da pele. De acordo com uma nota divulgada ontem, a equipa de Instituto de Ciências Médicas Chinesas liderada pela professora Zheng Yin descobriu que a captação e translocação de nanopartículas pela pele e pelo sistema linfático desempenham um papel fundamental no tratamento de doenças de pele relacionadas ao sistema imunológico.

Segundo a UM, actualmente a radiação ultravioleta e a medicação são os tratamentos mais comuns para a doença, apesar de terem efeitos secundários adversos.

Os resultados das experiências realizadas pela equipa da UM mostraram que, através de uma injecção intradérmica (entre a derme e a epiderme), as nanopartículas de pequena dimensão foram transportadas com maior facilidade, com o objectivo de drenar os nódulos linfáticos, tento algumas das nanopartículas permanecido intactas na pele e nos gânglios linfáticos após oito horas.

12 Jan 2021

Cooperação | Ho Iat Seng de visita a Dongguan e Huizhou 

O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, voltou a reunir no domingo com mais representantes chineses no âmbito de uma visita oficial que está a realizar em várias cidades que inserem a iniciativa Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

Uma das reuniões decorreu com Li Yiwei, secretário do Comité do Partido Comunista da cidade Huizhou e presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular de Huizhou. Nesse encontro, Ho Iat Seng destacou o facto de Huizhou ser “uma das cidades da província de Guangdong mais avançada no desenvolvimento do sector industrial, com uma rica experiência e um forte suporte de fabricação e de cadeia de produção”.

Neste contexto, “Macau tem uma elevada capacidade de estudo e investigação, apesar de existir falta de empresas de produção”, pelo que o território e Huizhou “podem complementar as suas vantagens e aprofundar a cooperação nesta área transformando, em conjunto, os resultados laboratoriais em produtos para serem lançados no mercado”.

Também no domingo, a delegação chefiada por Ho Iat Seng passou pela cidade de Dongguan, onde reuniu com Liang Weidong, secretário do Comité do Partido Comunista da cidade de Dongguan e presidente do Comité Permanente da Assembleia Popular de Dongguan. No encontro, foram abordados temas sobre a cooperação em diferentes áreas tais como a indústria, ciência e tecnologias inovadoras, cultura e ensino, assim como formas de promover a construção da Grande Baía, aponta um comunicado.

Liang Weidong destacou o facto de Macau ter “vantagens no sector dos serviços modernos”, esperando poder contar “com a complementaridade nesta vertente e, assim, através dessas vantagens, ser possível apoiar Dongguan a explorar o mercado e a alargar as suas relações de comércio com os Países da Língua Portuguesa”.

12 Jan 2021

Futebolista japonês Kazuyoshi Miura renova com o Yokohama aos 53 anos

O futebolista japonês Kazuyoshi Miura renovou por uma época o contrato com o Yokohama FC, preparando-se, aos 53 anos, para disputar a 36.ª temporada como profissional, anunciou o clube nipónico.

Em comunicado divulgado pelo Yokohama FC, o avançado, que completa 54 anos em fevereiro, garantiu que a sua paixão e vontade de jogar futebol “não param de crescer”.

‘King Kazu’ tornou-se o futebolista mais velho a jogar na liga japonesa em setembro de 2020, quando alinhou no encontro com o Kawasaki Fontale (3-2), com 53 anos, seis meses e 28 dias.

O avançado, que começou a carreira aos 15 anos, no Brasil, e se prepara para disputar a 36.ª época como profissional, foi o primeiro japonês a alinhar na liga italiana, e soma 91 internacionalizações e 55 golos marcados ao serviço da seleção do seu país.

11 Jan 2021

Covid-19 | Japão detecta uma nova estirpe do vírus em passageiros provenientes do Brasil

As autoridades sanitárias do Japão detectaram uma nova estirpe do vírus que provoca a covid-19 distinta das identificadas no Reino Unido e África do Sul, em passageiros provenientes do Brasil.

Segundo o Ministério da Saúde do Japão e o Centro Nacional de Doenças Infecciosas nipónico (NIID, na sigla original), os doentes infectados, um homem na faixa dos 40 anos, uma mulher de cerca de 30 e dois adolescentes, tiveram resultado positivo nos testes de covid-19 realizados à chegada ao aeroporto internacional de Tóquio, no dia 2 de Janeiro, num voo proveniente do Brasil.

Três manifestaram sintomas da doença, como dificuldades respiratórias, febre e dores de garganta, durante a quarentena obrigatória para viajantes que chegam ao Japão.

Apesar de a variante detectada “ter semelhanças com as estirpes” identificadas recentemente no Reino Unido e na África do Sul, “que são motivo de preocupação por serem mais contagiosas”, o tipo de vírus em causa não parece ter sido identificado antes, explicou o NIID em comunicado. O Ministério da Saúde nipónico já informou as autoridades do Brasil e a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em comunicado, as autoridades brasileiras precisaram que, “segundo informações fornecidas ao Ministério da Saúde brasileiro pelas autoridades sanitárias japonesas, a nova variante possui 12 mutações, sendo que uma delas é a mesma encontrada em variantes já identificadas no Reino Unido e na África do Sul, o que implica um maior potencial de transmissão do vírus”.

Na nota, o Ministério da Saúde do Brasil informou ainda que os quatro passageiros chegaram ao Japão “após uma temporada no Amazonas”.

O Ministério brasileiro já pediu ao Japão “informação sobre a nacionalidade dos viajantes” e sobre os locais por onde passaram no Brasil, para fazer o rastreio de contactos, pode ler-se no comunicado.

De acordo com as autoridades japonesas, para já “é difícil determinar a infecciosidade, patogenicidade ou impacto nos testes e vacinas”.

O Japão registou 34 infeções com estirpes detetadas recentemente no Reino Unido e África do Sul, incluindo três casos de transmissão local, dois dos quais com origem numa pessoa que tinha estado no Reino Unido.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, declarou um novo estado de emergência em Tóquio e na área metropolitana durante um mês, perante o aumento de novas infeções diárias devido ao novo coronavírus.

Desde o início da pandemia, o Japão registou mais de 280 mil casos de covid-19, além de cerca de 4.000 mortes provocadas pela doença.

11 Jan 2021

Covid-19 | China com mais de uma centena de casos, valor mais alto desde Julho

A Comissão de Saúde da China anunciou hoje que identificou 103 casos de covid-19 nas últimas 24 horas, o valor mais alto desde finais de julho, com 85 casos por contágio local. As transmissões a nível local foram quase o dobro das anunciadas no domingo (48) e cinco vezes mais que as divulgadas no sábado (17).

A maior partes dos casos locais (82) foram registados na província de Hebei, que circunda Pequim, onde foi detetado um novo surto. Desde então, as autoridades chinesas impuseram uma quarentena à capital, Shijiazhuang, com 11 milhões de habitantes, de pelo menos uma semana, e vão testar todos os residentes.

Os três outros casos de contágio local foram detetados na província de Liaoning (nordeste) e em Pequim.

Já os 18 casos importados foram diagnosticados nas cidades de Xangai e de Tianjin e nas províncias de Guangdong, Liaoning, Fujian, Yunnan e Shaanxi.

As autoridades chinesas indicaram que foram detetados 76 doentes assintomáticos, 15 dos quais oriundos do exterior, apesar de estes casos só serem considerados confirmados se manifestarem sintomas.

A Comissão de Saúde da China disse que, nas últimas 24 horas, 18 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infetadas ativas no país se fixou em 673, incluindo 20 em estado grave.

O organismo não anunciou novas mortes devido à covid-19, pelo que o número permaneceu em 4.634, o mesmo desde maio de 2020. O país somou, no total, 87.536 infetados desde o início da pandemia e 82.229 pessoas que recuperaram da doença.

11 Jan 2021

Kim Jong-un nomeado secretário-geral do partido único da Coreia do Norte

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, foi nomeado secretário-geral do Partido dos Trabalhadores, o único no país, indicou hoje a agência estatal oficial de notícias KCNA.

A nomeação, por unanimidade, foi feita durante o oitavo congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia, a decorrer em Pyongyang, depois de ser retomado o cargo de secretário-geral no organigrama da organização partidária, abandonado no anterior congresso, em maio de 2016, altura em que Kim Jong-Un foi eleito presidente do partido.

Segundo analistas, a mudança de designação é meramente simbólica e visa reforçar a autoridade do líder norte-coreano.

A irmã do líder, Kim Yo-jong, não foi incluída na lista de membros suplentes da direção política do partido.

Jo Yong-won, vice-diretor do Departamento de Organização e Direção do partido, considerado uma das pessoas mais próximas do líder da Coreia do Norte, substituiu Pak Pong-ju, convertendo-se numa das cinco figuras mais poderosas da cúpula do regime, de que fazem parte, além de Kim Jong-un, também Choi Ryong-hae, Ri Pyong-chol e Kim Tok-hun.

No sábado, o regime norte-coreano definiu os Estados Unidos como o seu “maior inimigo”, prometendo reforçar o arsenal nuclear.

No congresso partidário, sem dia anunciado para a conclusão, a Coreia do Norte também decidiu realizar congressos a cada cinco anos, anunciados vários meses antes.

Até aqui, o congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia decorreu com intervalos aleatórios, mas o atual líder do país tinha manifestado recentemente a intenção de convocar estas reuniões de forma regular.

O oitavo congresso começou na terça-feira, quase cinco anos depois da realização do sétimo, em maio de 2016. Então, a sessão foi a primeira a realizar-se em 36 anos.

11 Jan 2021

Covid-19 | OMS inicia visita à China na quinta-feira

A equipa de especialistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) responsável por investigar a origem do novo coronavírus vai iniciar na quinta-feira a visita à China, inicialmente prevista para a semana passada, informaram as autoridades chinesas.

Na semana passada, a visita foi anulada à última hora por falta das autorizações necessárias, tendo agora as autoridades chinesas dado luz verde.

“Após discussões, a equipa de especialistas da OMS […] visitará a China a partir de 14 de janeiro para inspeções”, indicou a Comissão de Saúde da China, em comunicado, precisando que os peritos “conduzirão investigações conjuntas com cientistas chineses sobre as origens da covid-19”.

Pequim não forneceu mais informações sobre o programa da visita, mas é esperado que os especialistas sejam colocados em quarentena à chegada ao país.

Na terça-feira, numa rara demonstração de tensões entre a OMS e o Governo chinês, o diretor daquela agência das Nações Unidas, Tedros Ghebreyesus, disse estar “muito dececionado” com os obstáculos colocados pelas autoridades chinesas à chegada dos especialistas, para uma missão que sofreu meses de atrasos e tem estado rodeada por secretismo de ambas as partes.

A missão é formada por especialistas ligados à OMS, à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e à Organização Mundial de Saúde Animal, tendo como principal objetivo viajar até Wuhan, onde foram notificados os primeiros casos de covid-19, no final de 2019.

Cientistas dos Estados Unidos, Japão, Rússia, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Austrália, Vietname, Alemanha e Qatar farão ainda parte desta missão.

Equipas de especialistas da OMS já visitaram a China, em fevereiro e julho do ano passado, para investigar as origens do novo coronavírus, embora em ambas as ocasiões poucos pormenores tenham sido divulgados.

A visita é um assunto sensível para o Governo chinês, preocupado em afastar responsabilidades em relação à pandemia que já fez mais de 1,9 milhões de mortos em todo o mundo.

A aprovação de Pequim à realização da visita ocorre no mesmo dia em que se assinala um ano desde que a China anunciou a primeira morte no país por covid-19, a primeira fatalidade de que há registo devido a um então misterioso vírus. O país acabaria no entanto por praticamente erradicar a doença do país.

Nas últimas 24 horas, a China identificou 103 casos de covid-19, o valor mais alto desde finais de julho. O país somou, no total, 87.536 infetados desde o início da pandemia e 4.634 mortos.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.926.570 mortos resultantes de mais de 89 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

11 Jan 2021

Críticos americanos votam “Vitalina Varela” como quarto melhor filme de língua estrangeira

O filme “Vitalina Varela”, de Pedro Costa, foi votado o quarto melhor de língua estrangeira do ano pela Sociedade Nacional de Críticos de Cinema dos Estados Unidos. O anúncio, que colocou “Vitalina Varela” atrás do romeno “Collective”, de Alexander Nanau, do brasileiro “Bacurau”, de Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, e do russo “Beanpole”, de Kantemir Balagov, foi feito através da conta de Twitter da organização, depois da reunião dos 55.º prémios anuais.

Segundo a votação, “Collective” reuniu 38 pontos, enquanto “Bacurau” e “Beanpole” conseguiram 36 pontos ‘ex aequo’, seguindo-se “Vitalina Varela” com 32 pontos.

O filme de Pedro Costa foi ainda o terceiro classificado na categoria de melhor cinematografia, com o director de fotografia Leonardo Simões a ser superado por James Richards (de “Nomadland”) e Shabier Kirchner (de “Lovers Rock”). “Nomadland”, de Chloé Zhao, foi o grande vencedor destes galardões, tendo conquistado também as categorias de melhor filme, melhor realização, e melhor actriz, atribuído a Frances McDormand.

De acordo com a sociedade de críticos, o processo foi conduzido por um sistema de votação ponderada, com os participantes a votarem nas suas três escolhas para cada categoria (três pontos para a primeira escolha, dois para a segunda e um para a terceira). “O nomeado com mais pontos e que apareça na maioria dos boletins de voto vence”, explicou a sociedade.

Reconhecimento internacional

Candidato português à nomeação para Óscar de Melhor Filme Internacional, “Vitalina Varela” teve estreia mundial em Agosto de 2019 no Festival de Cinema de Locarno, na Suíça, onde arrecadou os principais prémios: Leopardo de Ouro e Leopardo de melhor interpretação feminina.

Desde então, tem sido exibido e recebido vários prémios em diversos festivais internacionais de cinema, além de ter aparecido em múltiplas listas de melhores do ano. A publicação especializada Variety colocou-o, há dias, em 19.º na lista de possíveis candidatos ao Óscar de Melhor Filme Internacional.

Pedro Costa conheceu Vitalina Varela quando rodava “Cavalo Dinheiro”, acabando por incluir parte da sua história na narrativa, dando-lhe depois protagonismo no filme seguinte. A narrativa centra-se numa mulher cabo-verdiana que chega a Portugal três dias após a morte do marido, depois de ter estado 25 anos à espera de um bilhete de avião.

Em Locarno, Pedro Costa explicou que os filmes sobre a comunidade cabo-verdiana não são documentários: “Estamos a fazer algo um pouco mais épico”, com base numa relação que existe há 25 anos. “Falo de pessoas que vivem hoje no esquecimento, dormem nas ruas, são torturados. O cinema pode protegê-los, de certa forma vingar uma parte desta situação, porque pode ser exibido em qualquer lado”, disse.

11 Jan 2021

Estados Unidos levantam restrições aos contactos políticos com Taiwan

O Governo dos Estados Unidos anunciou a retirada das restrições impostas durante décadas às relações entre os seus dirigentes e os de Taiwan, numa decisão que deverá aumentar clima de tensão com a China.

O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, anunciou no sábado à noite que as restrições aplicadas às relações dos funcionários do Departamento de Estado com Taiwan, “destinadas a apaziguar Pequim”, vão terminar.

“As nossas duas democracias compartilham valores comuns de liberdade individual, Estado de Direito e respeito pela dignidade humana. A declaração de hoje reconhece que as relações EUA-Taiwan não precisam de estar acorrentadas a restrições auto-impostas pela nossa burocracia”, explicou Pence, num comunicado.

O anúncio ocorre menos de duas semanas do fim do mandato do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que colocou a China como principal rival e inimigo de Washington.

A China considera Taiwan uma província rebelde que deve regressar à sua soberania, retirando-lhe o estatuto que lhe permite autonomia política, desde 1949.

Embora os Estados Unidos tenham cortado relações diplomáticas oficiais com Taipei, em 1979, para agradar ao regime chinês, Washington continuou a manter intercâmbios e o Governo de Donald Trump aumentou as vendas de armas para a ilha.

Em agosto de 2020, o secretário de Saúde norte-americano, Alex Azar, viajou a Taiwan, naquela que foi a visita de maior destaque de Washington desde 1979.

A visita ocorreu num momento de grande hostilidade entre a China e os Estados Unidos, em várias frentes, incluindo comércio e tecnologia.

Taiwan é uma das questões mais delicadas para Pequim, que declarou em várias ocasiões a sua intenção de reconquistar o território à força, se necessário.

11 Jan 2021

Covid-19 | China e OMS ainda não acordaram data para deslocação de especialistas

A China e a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda não chegaram a acordo sobre a nova data para a missão que deveria ter viajado esta semana até ao país para investigar a origem do novo coronavírus.

O director da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse, contudo, acreditar que haverá um consenso sobre a nova data da missão, na próxima semana, reconhecendo o atraso nas negociações com Pequim.

“Estamos em contacto com as autoridades chinesas, que concordaram em fornecer as datas específicas da viagem nos próximos dias. Esperamos, nessa altura, que a questão fique resolvida”, explicou Ghebreyesus, durante uma conferência de imprensa em Genebra.

O director de Emergências de Saúde da OMS, Mike Ryan, acrescentou nessa mesma conferência de imprensa que os dois membros da missão que já tinham iniciado a sua viagem para a China no início desta semana voltaram aos seus locais de origem, enquanto se resolve o problema, que, segundo Pequim, se deveu a um “mal-entendido”.
“Esperamos que os planos continuem e que a colaboração com os nossos colegas na China continue”, concluiu Ryan.

Tensões e decepções

Na terça-feira, numa rara demonstração de tensões entre a OMS e o Governo chinês, Tedros Ghebreyesus disse estar “muito decepcionado” com os obstáculos colocados pelas autoridades chinesas à chegada dos especialistas, para uma missão que sofreu meses de atrasos e tem estado rodeada por secretismo de ambas as partes.

A missão é formada por especialistas ligados à OMS, à Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e à Organização Mundial de Saúde Animal, tendo como principal objectivo viajar até Wuhan, onde foram notificados os primeiros casos de covid-19, no final de 2019.
Cientistas dos Estados Unidos, Japão, Rússia, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Austrália, Vietname, Alemanha e Qatar farão ainda parte desta missão.

Equipas de especialistas da OMS já visitaram a China, em Fevereiro e Julho do ano passado, para investigar as origens do novo coronavírus, embora em ambas as ocasiões poucos pormenores tenham sido divulgados.

11 Jan 2021

A pandemia tem de ir morrer longe

Por André Namora

Li muito do filósofo escocês David Hume, um homem excepcional que faleceu em 1776. A sua principal obra foi a “Investigação sobre os Princípios da Moral”. Cada vez que mais o lia mais discordava com ele, apercebendo-me que eu era uma formiga intelectual ao pé de um elefante. O genial David Hume teorizava sobre questões epistemológicas – aquelas que tratam da natureza do conhecimento. Seus pensamentos foram revolucionários o que o levou a ser acusado de heresia pela Igreja Católica por ter ideias associadas ao ateísmo e ao cepticismo. Compõs a famosa tríade do empirismo britânico, sendo considerado um dos mais importantes pensadores do chamado iluminismo escocês e da própria filosofia ocidental. Dizia que era impossível provar a existência de Deus. Opôs-se particularmente a Descartes e às filosofias que consideravam o espírito humano desde um ponto de vista teológico-metafísico. Assim David Hume abriu caminho à aplicação do método experimental aos fenómenos mentais. A sua importância no desenvolvimento do pensamento contemporâneo é considerável. Somente no fim do século XX os comentadores se empenharam em mostrar o carácter positive e construtivo do seu projecto filosófico.

Mas, ó André, a que propósito vens com filosofias? Não seria empírico falares sobre o que nos desgosta em Portugal?

Precisamente, apresentei-vos David Hume porque ele escreveu uma vez que nada se destruía ou tudo desapareceria. Discordei logo dele. Primeiramente, não concebo que muitas coisas não se destruam quando, por exemplo, entre milhares de factos, estamos desde Março a aturar e a sofrer com uma pandemia que já matou milhões de pessoas em todo o mundo. O confinamento foi terrível e levou um amigo meu ao suicídio, o que aconteceu com tantos humanos que não aguentaram o enjaulamento caseiro e a progressiva deterioração na relação com a companheira ou vice-versa, tendo, alguns, os filhos pelo meio a enlouquecer o cérebro dos pais. Uma pandemia que nos trouxe a covid-19, algo ainda hoje inexplicável. O Coronavírus pulula pelo mundo há anos e a ciência tem andado sempre no seu alcance e no seu controlo. De repente, foi denominado de covid-19 e começou a matar humanos por todo o mundo, particularmente nos EUA, Brasil, China e Índia. As especulações são imensas: guerra entre americanos e chineses com o objectivo da destruição económica, anulação de metade da população de velhos no mundo em especial porque os governos já não têm dinheiro para pagar as reformas e para sustentar os organismos de apoio à saúde, uma tentativa da China de colocar Donald Trump na ordem ou no jazigo, farmacêuticas e laboratórios que viram a porta aberta para a angariação de biliões de dólares, enfim, uma panóplia de teorias de conspiração que levou às mais variadas opiniões de especialistas, cientistas, simples clínicos, comentadores de televisão e até políticos, esses incompetentes que nem das suas tutelas entendem quanto mais de uma pandemia.

Ainda bem que já estamos em 2021, um novo ano que nos leva a ter esperança que tudo poderá melhorar. É uma esperança, porque se um rochedo dos Himalaias ou da Serra da Estrela dá razão a David Hume em nunca se destruir e assistirem à vivência milenar de gerações atrás de gerações, também temos de pensar que o vírus tem de desaparecer para Júpiter ou Saturno, mas que não nos mate mais. Agora assistimos ao negócio das vacinas. Esperemos que a ciência ganhe a batalha e que o inacreditável da criação de uma vacina em tão pouco tempo possa dar o efeito desejado, mesmo que seja um dos maiores negócios lucrativos do globo.

O ano que terminou nem queremos lembrá-lo. Mudou o mundo, as pessoas, as estruturas, os pensamentos, os investimentos. Mudou a estabilidade de milhares de empresas. Deixou milhares no desemprego. Obrigou patrões pela primeira vez a despedirem trabalhadores fiéis de dezenas de anos com as lágrimas nos olhos. Obrigou jornais e revistas a encerrar. Obrigou casais a divorciarem-se porque a maioria dos homens nunca esteve habituada a não sair à noite para tomar um copo com as amigas e amigos. Obrigou os políticos a mentir nos números de infectados e de óbitos no respeitante à covid-19. Obrigou os médicos e enfermeiros a trabalhar como nunca pensaram e a sofrer desmesuradamente por se sentirem impotentes quando os seus doentes lhe morriam nos braços devido a esse vírus maldito.

Por aqui, em Portugal, ai, meus leitores de Macau. A situação é horrível. Não houve Natal, não se festejou a passagem de ano, os restaurantes têm ido à falência, os hotéis estão vazios, os táxis estão sem clientes, os cabeleireiros nem sabem se os seus clientes mais idosos morreram ou não saem de casa desde Março. Meus amigos, que conhecem Portugal, dizer-vos que aquelas tascas maravilhosas à beira das estradas que serviam bifanas e pregos de provocar a lambidela dos dedos também têm encerrado as portas. Estão a morrer quase 80 pessoas por dia. O recorde de infectados chegou quase aos oito mil em 24 horas. Que o novo ano venha cheio de sorte, fé, amor e saúde! Que encha os nossos dias de força, de coragem e de pessoas de luz nas nossas vidas! Que nos ajude a manter o foco e a fé no que realmente importa! Que alivie o peso das lutas e nos traga paz! Que nos faça acreditar que aconteça o que acontecer, há sempre um sol por detrás dos dias escuros e nublados… há sempre! E que todos nós, em 2021 possamos dizer: fuck… estou a viver o melhor ano da minha vida,

Desculpa, meu admirado David Hume, algo tem de terminar para bem de todos nós. Não podemos continuar a sofrer como tem acontecido desde Março do ano passado. A pandemia tem de ir morrer muito longe…

*Texto escrito com a antiga grafia

– Artigo escrito em 3/01/2021

11 Jan 2021

A Emergência do Buda e a Pintura

Sakyamuni, o Buda histórico, depois de abandonar o palácio retirou-se para as montanhas em busca de iluminação acompanhado de cinco outros ascetas e lá ficou durante seis anos, até que uma jovem, Sujata, lhe ofereceu um pouco de leite de arroz que ele, inesperadamente bebeu, terminando assim o jejum. Decepcionados , os seus companheiros deixaram-no e ele, sozinho, decide descer das montanhas e regressar ao convívio social, em direcção a Gaya, no actual Estado indiano de Bihar onde, debaixo da árvore Bodhi, alcançaria finalmente a iluminação. Os pintores adeptos do Chan, particularmente durante a dinastia Song (960-1279) encontrariam numa destas etapas do percurso do Buda, um motivo que visualmente ajudava a esclarecer a doutrina. Designaram-no Chushan Shijia (em japonês Shussan Shaka), o «Sakyamuni emergindo da montanha» e continha uma série de atributos que, mostrados em certas ocasiões, ajudava a reflexão dos monges e eram reconhecidos entre uma minoria de literatos da elite. Entre esses elementos, estavam: a dificuldade de atingir a iluminação, a necessidade do retiro espiritual mas também um aviso: o afastamento total do mundo dos homens não é desejável. Ao olhar para uma pintura feita por um monge do século XIII de quem pouco mais se sabe que um nome, Hu Zhifu, essa encenação como exemplo, fica clara. Essa pintura, que se encontra no Smithsonian, Galeria Nacional de Arte Asiática em Washington, DC (rolo vertical em tinta sobre papel, montado num painel, 92 x 31,7 cm) reluz no espírito como um espelho: um homem frágil, cansado, vem sozinho, as mãos escondidas, os pés nus, um à frente do outro parece caminhar, saindo de uma massa rochosa – uma montanha. Um elemento que se tornaria central na pintura shanshui que desde então ocuparia o pincel de grandes mestres nos anos seguintes.

Zhu Ruoji, que adoptaria o nome Yuanji Shitao (1642-1707) ao entrar para um mosteiro budista em 1651, seria um desses mestres que procurou transmitir o Chan sem usar palavras. Teria vinte e cinco anos quando, utilizando um outro ícone do Budismo, os «Dezasseis Luohans» faria numa extensa pintura (rolo horizontal, 46,4 x 598,8 cm, a tinta sobre papel) que se encontra no Metmuseum em Nova Iorque, uma sedutora demonstração das possibilidades do uso do traço da tinta preta. Numa pintura que se desenrola tendo como fundo uma «onda de pedra», estão figurados os dezasseis discípulos a quem o Buda pediu que aguardassem na montanha a emergência do Maitreya, o buda do futuro. Mas o que prende o olhar de todos é a aparição de um dragão, o agente das infinitas metamorfoses da Natureza que foi libertado, a partir dos vapores de um pequeno vaso, por um dos discípulos. A sua mão alçada, semelhante à de um pintor segurando um pincel, será um gesto visionário, uma iluminação como a que as mãos do Buda têm o poder de revelar.

11 Jan 2021

Despedimento no Ministério Público chega aos tribunais

A trabalhadora despedida do Ministério Público (MP), Tang Weng Ian, fez entrar no Tribunal de Segunda Instância (TSI) um processo a contestar o processo do despedimento. Segundo o HM apurou, a queixa terá dado entrada no tribunal na semana passado.

Tang era funcionária do Gabinete do Procurador do MP há mais de 10 anos, até que em Dezembro do ano passado lhe foi comunicado que seria despedida por extinção de posto do trabalho. A sugestão do despedimento partiu do Procurador-Adjunto Vong Vai Va, com a aprovação do Procurador Ip Son Sang.

Devido aos 60 dias com que a decisão tem de ser comunicada, a trabalhadora vai ficar no MP até Fevereiro, mas, entretanto, está a recorrer aos tribunais para tentar cancelar a decisão.

11 Jan 2021

Motorista desvia 7,71 milhões em fichas de jogo

Um motorista é suspeito de ter desviado 7,71 milhões de dólares de Hong Kong (HKD) em fichas de jogo, pertencentes ao seu empregador, um homem de negócios. Segundo o jornal Ou Mun, tudo começou após a vítima ter assinado um contrato no valor de 30 milhões de HKD com uma sala VIP, no Cotai.

Depois de ter perdido 27,29 milhões de HKD, a vítima viria a reforçar o montante disponível com mais 20 milhões em fichas de jogo, tendo pedido ao motorista que, do valor total, disponível, fossem transferidos 15 milhões de HKD para a conta de um amigo. Embora a transferência tenha acontecido, o restante valor, cerca de 7,71 milhões de HKD foi desviado pelo suspeito.

Após ter tentado contactar o motorista por diversas vezes, sem sucesso, a vítima apresentou queixa junto da Polícia Judiciária (PJ). No rescaldo da investigação, uma mulher afecta a uma empresa de junkets que jogou com o suspeito foi detida. O motorista continua a monte.

11 Jan 2021

Economia | Joey Lao prevê preços a nível moderado até Junho

O deputado e economista Joey Lao apontou que a procura externa em Macau é baixa, por isso prevê que os preços vão manter-se a um nível moderado nos primeiros seis meses do ano. A previsão foi feita em declarações ao jornal Ou Mun e não tem em conta eventuais impactos extremos da pandemia.

O também presidente da direcção da Associação Económica de Macau justificou a previsão com o facto de a subida dos preços ser principalmente impulsionada pela procura externa. Ao mesmo tempo, explicou que a procura interna não deverá ser responsável por um aumento, uma vez que o rendimento da população diminuiu e que a procura interna encontra-se também enfraquecida. Outro factor que Joey Lao considera irá ter impacto no preço dos bens é a política de abertura das fronteiras, mas o economista sublinhou que neste capítulo não se esperam mudanças significativas.

O mesmo responsável avançou ainda que os preços no segundo semestre do ano dependem do desenvolvimento do covid-19, a política de imigração, bem como da recuperação da procura externa. Joey Lao afirmou que o Produto Interno Bruto (PIB) dos segundo e terceiro trimestres do ano passado registaram quebras de 60 por cento devido à pandemia, e que o consumo está num nível baixo, com os preços dos bens em quebra há três meses consecutivos, face ao mesmo registo do ano anterior.

11 Jan 2021

CCAC / CA | Wong Kit Cheng questiona aplicação das recomendações

A deputada Wong Kit Cheng quer saber as medidas que vão ser aplicadas pelo Governo para que seja feito o acompanhamento à aplicação das recomendações do Comissariado Contra a Corrupção e do Comissariado de Auditoria.

De acordo com uma interpelação divulgada ontem, a legisladora apoiada pela Associação das Mulheres pretende saber que mecanismos vão ser implementados para garantir que os departamentos públicos e empresas com capitais públicos implementem as recomendações sugeridas pelas duas instituições de supervisão.

Ao mesmo tempo, Wong questiona ainda como o CCAC e o CA se vão coordenar com o Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos, outra entidade de supervisão criada com a subida de Ho Iat Seng ao poder.

11 Jan 2021

Presidenciais em Portugal | Portugueses em Hong Kong sem possibilidade de votar devido à pandemia

Os portugueses que residem em Hong Kong não vão conseguir votar nas eleições presidenciais marcadas para 24 de Janeiro por causa das restrições da pandemia, disse à Lusa o cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong. “Em Hong Kong não haverá mesas de voto. Infelizmente os portugueses residentes em Hong Kong não terão hipótese de votar para as presidenciais, uma vez que o voto é apenas presencial”, explicou Paulo Cunha-Alves.

O cônsul precisou que, devido às restrições da pandemia, os portugueses a residir em Hong Kong apenas poderiam votar em Macau se cumprissem previamente no território 21 dias de quarentena. E quando regressassem a Hong Kong, acrescente-se, seriam obrigados a cumprir uma outra quarentena, de 14 dias.

Já em Macau, serão tomadas simplesmente “as medidas habituais, já em curso”: “uso de máscara, medição de temperatura à entrada da chancelaria e recomendação aos votantes para manterem uma certa distância social”.

As eleições presidenciais estão marcadas para 24 de Janeiro de 2021, mas é possível votar antecipadamente entre 12 e 20 de Janeiro. Esta possibilidade destina-se a pessoas em confinamento domiciliário devido à pandemia de covid-19, emigrantes ou trabalhadores deslocados no estrangeiro e outros cidadãos que prefiram exercer o seu direito noutra assembleia de voto que não a sua em todo o país (17 de Janeiro numa qualquer autarquia).

Hong Kong registou mais de nove mil infectados e de 150 mortos desde o início da pandemia. Já Macau não regista há mais de seis meses qualquer caso, não tendo identificado qualquer surto local ou contabilizado qualquer morte.

10 Jan 2021

Mike Pompeo levanta “todas as restrições” às relações de responsáveis dos EUA com Taiwan

O chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo, anunciou no sábado que os EUA decidiram levantar “todas as restrições” impostas a responsáveis e representantes do país nas suas relações com Taiwan.

“Hoje, anuncio que estou a levantar todas estas restrições auto-impostas”, afirmou o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, acrescentando que as representações do executivo norte-americano devem “considerar nulas todas as ‘diretrizes de contacto'” relativas às relações com Taiwan anteriormente emitidas pelo Departamento de Estado, lê-se no comunicado divulgado pelo Departamento de Estado.

Além disso, toda e qualquer secção do Manual de Negócios Estrangeiros que tenham “a intenção de regular o envolvimento do ramo executivo com Taiwan, através de qualquer entidade que não seja o Instituto Americano em Taiwan (AIT), são também anuladas por este meio”, especifica o secretário de Estado norte-americano.

“As relações […] com Taiwan devem ser tratadas pela organização sem fins lucrativos AIT, tal como estipulado na Lei de Relações de Taiwan”, frisa.

Segundo Pompeo, o governo dos Estados Unidos mantém relações com parceiros não oficiais em todo o mundo “e Taiwan não é exceção”.

“As nossas duas democracias partilham valores comuns de liberdade individual, o Estado de direito, e o respeito pela dignidade humana. A declaração de hoje reconhece que a relação EUA-Taiwan não precisa, e não deve, ser restringida por restrições autoimpostas da nossa burocracia permanente”, conclui Pompeo.

Ainda de acordo com o comunicado, Pompeo considera que “Taiwan é uma democracia vibrante e um parceiro fiável dos Estados Unidos”.

No entanto, há várias décadas que o Departamento de Estado tem criado restrições internas, complexas, para os seus diplomatas, membros de serviços, e outros funcionários nas suas relações com os seus homólogos de Taiwan, sublinhou Pompeo.

Pompeo explica que o governo dos Estados Unidos tomou “estas medidas unilateralmente, numa tentativa de apaziguar o regime comunista de Pequim”.

A decisão de hoje foi anunciada depois de a China ter advertido na quinta-feira os Estados Unidos de que vão pagar “um preço alto” se a embaixadora norte-americana na ONU visitar Taiwan nos próximos dias, como anunciado pelo Departamento de Estado dos EUA.

“Os Estados Unidos pagarão um preço alto pela má ação” e “a China insta os Estados Unidos a pararem com a sua provocação louca, a deixarem de criar novas dificuldades para as relações sino-americanas e para a cooperação dos dois países no seio das Nações Unidas”, de acordo com uma declaração da missão chinesa junto da ONU, divulgada na quinta-feira.

A China “opõe-se firmemente” a esta visita de Kelly Craft e apelou aos Estados Unidos para “deixarem de ir mais além no caminho errado”, reiterando a posição de Pequim de que existe uma só China e Taiwan é apenas uma província.

A data precisa da viagem da Kelly Craft ainda não foi divulgada.

A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Kelly Craft, vai visitar Taipé entre 13 e 15 de janeiro, nas vésperas de o presidente eleito Joe Biden tomar posse.

A Missão dos Estados Unidos nas Nações Unidas afirmou naquela quinta-feira que a visita “reforça o forte e contínuo apoio do Governo dos Estados Unidos ao espaço internacional de Taiwan”.

Um porta-voz do gabinete presidencial de Taiwan apontou que o território, que funciona como uma entidade política soberana, apesar da oposição de Pequim, “saúda sinceramente” a visita, e que as discussões finais sobre a viagem ainda estão em andamento.

Esta visita é um “símbolo da sólida amizade entre Taiwan e os EUA e ajudará a aprofundar a parceria EUA – Taiwan”, disse o porta-voz.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, anunciou na quinta-feira que a viagem de Craft visa demonstrar o que “uma China livre poderia alcançar”.

Trata-se de mais um movimento da administração Trump visando intensificar os contactos oficiais com a ilha, mas que arrisca exacerbar as tensões entre Washington e Pequim, já no ponto mais alto em décadas, face a uma prolongada guerra comercial e tecnológica e diferendos em torno das questões de Hong Kong ou do mar do Sul da China.

Craft foi nomeada pelo presidente Donald Trump para o cargo em 2019.

Sob a administração Trump, altos funcionários do Executivo norte-americano passaram a visitar Taiwan.

Pequim continua a rejeitar Taiwan como uma entidade política soberana e ameaça usar a força para reunificar o território, se necessário.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

Taiwan, que se autodesigna República da China, tornou-se, entretanto, uma democracia com uma forte sociedade civil, mas Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação pela força.

Pequim critica qualquer relação oficial entre países estrangeiros e Taipé, trocas que considera um apoio ao separatismo de Taiwan.

10 Jan 2021

Covid-19 | China soma 69 casos, mais do que o dobro do dia anterior

A Comissão de Saúde da China anunciou hoje ter identificado 69 casos de covid-19, no sábado, mais do que o dobro do dia anterior, sendo 48 de contágio local e 21 oriundos do exterior. No sábado, as autoridades chineses tinham contado 17 casos locais.

A maior partes deste casos locais, 46, foram registados na província de Hebei, que circunda Pequim. Desde que foi detetado este surto, as autoridades chinesas impuseram uma quarentena à capital, Shijiazhuang, com 11 milhões de habitantes, de pelo menos uma semana e vão testar todos os residentes.

Os dois outros casos de contágio local foram detetados em Pequim e na província de Liaoning (nordeste), onde foram registados dois surtos menores do que o de Hebei.

Os 21 casos importados foram diagnosticados nas cidades de Xangai (leste) e de Tianjin (nordeste), e nas províncias de Guangdong (sul), Liaoning (nordeste), Fujian (sudeste), Zhejiang (leste), Shanxi (centro) e Shaanxi (centro).

As autoridades chinesas indicaram que foram detetados 27 doentes assintomáticos, 13 dos quais oriundos do exterior, apesar de estes casos só serem considerados confirmados se manifestarem sintomas.

A Comissão de Saúde da China disse que, nas últimas 24 horas, 16 pacientes receberam alta, pelo que o número de pessoas infetadas ativas no país se fixou em 588, incluindo 16 em estado grave.

O organismo não anunciou novas mortes devido à covid-19, pelo que o número permaneceu em 4.634, o mesmo desde maio de 2020.

O país somou, no total, 87.433 infetados desde o início da pandemia e 82.211 pessoas que recuperaram da doença.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.914.057 mortos resultantes de mais de 88 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

10 Jan 2021

Coreia do Norte revê regras do partido único e estabelece congresso quinquenal

A Coreia do Norte concluiu uma revisão das normas do partido único, nas quais destacou a importância de possuir “poderosas capacidades de defesa” e definiu a realização de um congresso quinquenal, foi hoje anunciado.

A revisão foi adoptada ao quinto dia do oitavo congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia, que decorreu em Pyongyang, no sábado, indicou a agência estatal oficial de notícias KCNA, um dia depois do regime norte-coreano ter definido os Estados Unidos como o “maior inimigo” e prometido reforçar o arsenal nuclear.

“As poderosas capacidades de defesa serviriam para conter as ameaças militares e salvaguardar a estabilidade e um ambiente pacífico na península da Coreia”, de acordo com a KCNA.

O partido único norte-coreano decidiu também autorizar a convocação da comissão militar apenas com a presença “dos membros necessários, sem ter em conta a taxa de assistência” para garantir na prática “a rapidez na discussão de assuntos militares urgentes”, acrescentou.

No congresso partidário, ainda a decorrer e sem dia anunciado para a conclusão, a Coreia do Norte também decidiu restabelecer secretarias no conselho de política executiva, anteriormente eliminadas.

O partido decidiu ainda realizar congressos a cada cinco anos, anunciados vários meses antes.

Até aqui, o congresso do Partido dos Trabalhadores da Coreia decorreu com intervalos aleatórios, mas o atual líder do país, Kim Jong-un, tinha manifestado recentemente a intenção de convocar estas reuniões de forma regular.

O oitavo congresso começou na terça-feira, quase cinco anos depois da realização do sétimo, em maior de 2016. Então, a sessão foi a primeira a realiza-se em 36 anos.

Vários analistas disseram esperar que esta importante reunião política sirva para lançar alguma luz sobre a posição do regime relativamente ao programa nuclear e à mudança de Governo nos Estados Unidos.

No entanto, o regime optou até agora por permanecer em silêncio sobre a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais norte-americanas.

10 Jan 2021