Hoje Macau EventosEstudo diz que media não perderam importância e procura de notícias é alta Os meios de comunicação não perderam a sua importância para os cidadãos e a procura por notícias continua elevada, segundo uma análise do “Media for Democracy Monitor (MDM) 2021” hoje divulgada. “Apesar das plataformas digitais e de toda a espécie de crises, os meios de comunicação noticiosos não perderam a sua importância para os cidadãos e a procura de notícias continua alta. Os principais média continuam a servir bem as democracias contemporâneas”, indicou, em comunicado, o MDM. De acordo com o estudo, os meios de comunicação lidaram “razoavelmente” com o digital e encontraram forma de manter um “bom nível” de desempenho, apesar dos desafios económicos, políticos e tecnológicos. Entre os três indicadores do projeto com maior pontuação está o que se refere à auto-perceção dos jornalistas como vigilantes dos poderes (‘watchdog’). Por outro lado, os jornalistas “identificam-se muito” com a sua missão de repórteres de investigação, função destacada na maioria dos estatutos editoriais, embora existam algumas limitações em termos de recursos. Nenhum dos 18 países envolvidos no projecto reconheceu a existência de uma “efectiva paridade de género” e dois países afirmaram que esta, bem como as regras básicas da não discriminação, “não são minimamente respeitadas”. Além disso, “a igualdade de género no interior das redações ainda é um problema em grande parte dos casos”, concluiu o estudo, sublinhando que, em média, foram atingidos 59% de todos os pontos possíveis neste indicador. A Suécia é o único país participante que pode ser considerado, neste âmbito, “um modelo a seguir pelos demais”, o que significa “um claro e inequívoco apelo” para que os média revejam as suas práticas internas. O projecto revelou ainda que o “alto nível” de concentração da propriedade dos média poderá desafiar “de modo crítico” a diversidade informativa. Neste sentido, nenhum país indicou ter níveis de concentração muito baixos e, em quase todos, “a concorrência parece ser fraca, com um reduzido número de grupos controlando todo o mercado mediático”. O processo de digitalização, ao contrário do que as empresas perspectivaram, não contribuiu para equilibrar os níveis de concentração da propriedade tanto ao nível regional, como local. O projecto “Media for Democracy Monitor 2021” foi desenvolvido por especialistas em comunicação de 18 países e coordenado pela Universidade de Salzburgo. Para a realização desta análise, os investigadores aplicaram um conjunto de três dezenas de indicadores comuns a cada país. Adicionalmente, foram realizadas entrevistas a jornalistas e a directores de órgãos de comunicação social, “de modo a constituírem uma amostra representativa dos meios mais relevantes de cada país”. Num seminário, os investigadores discutiram os indicadores e atribuíram pontos a cada um, dando origem a quatro ‘clusters’ de escalões. No primeiro escalão (80% do máximo de pontos possível) encontram-se a Dinamarca, Suécia e Reino Unido, enquanto no segundo (70%) estão a Alemanha, Canadá, Finlândia e Países Baixos. O terceiro escalão (60%), por seu turno, integra a Áustria, Bélgica, Coreia do Sul, Islândia, Itália, Portugal e Suíça, enquanto no quarto (50%) e último escalão encontram-se a Austrália, Chile, Hong-Kong e Grécia.
Hoje Macau China / ÁsiaTaiwan | Pequim endurece discurso face a visita de comitiva dos EUA A China alertou ontem que está determinada a usar a força para impedir que Taiwan se aproxime dos Estados Unidos, numa altura em que antigos funcionários do Governo norte-americano visitam a ilha. Ma Xiaoguang, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan, do Conselho de Estado chinês, avisou que os recentes exercícios militares junto a Taiwan foram um aviso a Taipé, de que aproximar-se dos EUA para conseguir a independência será um fracasso. “Os exercícios militares visam assinalar que estamos determinados a impedir a independência de Taiwan e impedir que Taiwan trabalhe com os EUA”, disse Ma, em conferência de imprensa. “Não prometemos abandonar o uso da força e manteremos a opção de tomar todas as medidas necessárias”, avisou. O aviso de Ma surge quando o antigo senador norte-americano Chris Dodd e os antigos vice-secretários de estado Richard Armitage e James Steinberg viajaram para Taiwan, a pedido do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. A Casa Branca disse que a visita foi um “sinal pessoal” do compromisso de Biden com Taiwan.
Hoje Macau China / ÁsiaEconomia | Li Keqiang dá as boas-vindas a empresas americanas e apela à cooperação O primeiro-ministro chinês falou, através de vídeo-conferência, na terça-feira, com cerca de vinte empresários e responsáveis norte-americanos. Li Keqiang apelou a que ambas as partes abandonassem o clima de confrontação e promovessem a cooperação económica que só trará benefícios a todos Durante um diálogo virtual com líderes empresariais dos EUA esta terça-feira, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, pediu aos EUA e à China que evitassem o confronto e expandissem a cooperação pragmática, alertando que a “dissociação” apenas prejudicará ambas as partes e o mundo. Durante a reunião com executivos de mais de 20 empresas americanas, incluindo o ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, Li enfatizou que a cooperação China-EUA beneficia ambos, enquanto que o confronto prejudica todos, de acordo com um comunicado publicado no site do governo chinês. A reunião decorreu num momento em que as relações bilaterais China-EUA continuam a enfrentar turbulência sob o governo do Presidente americano, Joe Biden, que está a dar continuidade à estratégia dos EUA para conter a ascensão da China. No entanto, apesar da relação diplomática tensa, o comércio bilateral continuou a aumentar. Na reunião, Li destacou que o aumento do comércio bilateral em 2020 contra muitas dificuldades, demonstrou que existem condições e oportunidades para a cooperação comercial, a qual é necessária para ambas as partes. Promessas e números No primeiro trimestre de 2021, o comércio bilateral China-EUA aumentou 61,3 por cento em termos anuais – o ritmo de crescimento mais rápido no comércio da China com os principais parceiros comerciais – de acordo com dados oficiais chineses divulgados na terça-feira. Li disse que a China e os EUA devem procurar pontos de convergência para promover a cooperação e salvaguardar a segurança das cadeias industriais e de abastecimento. O primeiro-ministro chinês assegurou ainda que a China continuará a abrir o seu mercado e a fazer do país um importante destino de investimento estrangeiro. A China criará um ambiente de mercado no qual as empresas nacionais e estrangeiras serão tratadas de modo igualitário e competirão de forma justa, disse Li, acrescentando que as empresas dos Estados Unidos e de todo o mundo são bem-vindas a participar activamente do processo de reforma, abertura e modernização da China, com vista a alcançar benefícios mútuos. Os líderes empresariais dos EUA pediram também que se envidassem esforços para evitar o confronto e restabelecer o relacionamento China-EUA, segundo o comunicado.
Hoje Macau SociedadeTurismo | Índice de preços caem 15,16% no primeiro trimestre O Índice de Preços Turísticos (IPT) foi de 115,78 no primeiro trimestre de 2021, menos 15,16 por cento em termos anuais. A tendência explica-se com a descida dos preços dos quartos de hotel, produtos de pastelaria e bilhetes de avião. No entanto, “o crescimento dos preços da joalharia compensou parte do decréscimo”, aponta um comunicado do Governo. Os dados mostram ainda que o índice de preços no alojamento baixou 55,09 por cento em termos anuais, enquanto que o índice relativo aos transportes e comunicações baixou 11,23 por cento. Por comparação ao quarto trimestre do ano passado, o IPT baixou apenas 2,05 por cento, sendo que os índices de preços das secções alojamento, bem como vestuário e calçado baixaram 14,89 e 5,72 por cento, respectivamente, em termos trimestrais, devido à queda dos preços dos quartos de hotéis e aos saldos do vestuário de Inverno. Por seu turno, os índices de preços das secções divertimento e actividades culturais e restauração aumentaram.
Hoje Macau Grande PlanoFrancisco Ribeiro Telles: Comissão para promover português é exemplo “inspirador” para actuação da CPLP O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) disse ontem que a comissão temática de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa, com a participação da sociedade civil, é um exemplo “inspirador” para novas formas de actuação da organização. “Com a criação da comissão temática de Promoção da Língua Portuguesa, em 2013, a CPLP viu concretizar-se o desidrato de novos atores institucionais colaborantes na prossecução de um dos seus objetivos fundacionais e comunitariamente primordiais, a promoção e difusão da língua portuguesa”, começou por referir o embaixador Francisco Ribeiro Telles, na sua intervenção na abertura de um ciclo de debates sob o tema “Promoção e difusão da língua portuguesa: Estratégias globais e políticas nacionais”, que ontem decorreu na sede daquela organização, em Lisboa. E, no seu entender, o papel que esta comissão tem vindo a desempenhar é “merecedor de um justo reconhecimento pelo serviço prestado à causa da promoção da língua portuguesa”. Por isso, considerou-a “um actor ímpar e inspirador de possíveis formas de actuação comunitária”. Ribeiro Telles recordou que, em 2014, na 10ª cimeira de chefes de Estado e de Governo, que teve lugar em Díli, atribuiu-se o estatuto de observador consultivo da CPLP à UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, que em janeiro deste ano assumiu a coordenação daquela comissão temática, sucedendo à Fundação Calouste Gulbenkian. Estas são duas das 14 instituições que integram a comissão temática para a promoção da língua portuguesa, entidades da sociedade civil, todas observadores consultivos da CPLP. “Desde então a nossa colaboração [com a UCCLA] tem sido profícua e temos a certeza que será cada vez mais intensa”, afirmou o secretário-executivo da CPLP. Entre as iniciativas levadas a cabo desde 2013 pela comissão temática, Ribeiro Telles destacou a realização, naquele ano, da primeira conferência em língua portuguesa, em Faro, a conferência Juventude, Diásporas e Mobilidade Académica, realizada, em 2019, em Santiago de Compostela, o Mercado da Língua Portuguesa, que decorreu em Cascais, e a mostra de cinema em língua portuguesa, que teve lugar em Díli e também em Macau. “Estes eventos permitiram uma maior promoção e projeção da língua portuguesa nos Estados-membros da CPLP, em países terceiros, em organizações regionais e organismos internacionais e junto das diásporas dos nossos países (…), sendo justo reconhecer este legado e o seu contributo, ao longo do tempo, para a aproximação da CPLP os seus cidadãos”, sublinhou o diplomata. Por outro lado, para o secretário-executivo, “a ampla participação do Estados-membros nas iniciativas da comissão” também demonstra “a importância e a pertinência da aproximação da CPLP à sociedade civil e, assim, aos povos dos países de língua portuguesa”. Além disso, as instituições que compõem a comissão temática “têm assumido a promoção da língua portuguesa como sua missão, o que enaltece e fortalece a própria CPLP”, frisou, lembrando que a língua foi o fator motriz daquela comunidade e é hoje falada por mais 200 milhões de pessoas em todo o mundo. De acordo com as estimativas das Nações Unidas, há um potencial de crescimento do número de falantes de português até ao final deste século, altura em que poderá chegar ou mesmo ultrapassar 500 milhões, referiu. Esta importância e potencial no mundo são, segundo o diplomata, “um dos principais motivos do interesse acrescido de numerosos países e organizações internacionais em se associarem de forma mais institucional à CPLP, nomeadamente através da obtenção do estatuto de observador associado”. Assim, se até 2014 a CPLP tinha apenas três observadores associados, hoje tem 19 e a partir da próxima cimeira de chefes de Estado e de Governo da CPLP, prevista para julho em Luanda, deverá passar contar com 30, salientou. “É nesta interceção entre os contextos nacionais dos Estados-membros, dos observadores associados, de países terceiros e ambiente multilateral, que a CPLP existe e interage e que a comissão temática de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa e os observadores consultivos se têm afirmado como um ator ímpar e inspirador de possíveis formas de atuação comunitária e merecedor de um justo reconhecimento pelo serviço prestado à causa da promoção da língua portuguesa”, concluiu. O ciclo de debates que teve ontem início integra as comemorações do 5 de maio – Dia Mundial da Língua Portuguesa e Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP. A iniciativa, da CPLP, conta com quatro sessões em formatos presencial e online, com a apresentação de painéis e discussão em mesas-redondas, nos quais participam representantes dos Estados-membros, dos observadores associados e consultivos da organização e outras instituições da sociedade civil. O 5 de maio foi instituído como Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP pela XIV Reunião Ordinária do Conselho de Ministros daquela organização, de 20 de julho de 2009. A CPLP conta com nove estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste.
Hoje Macau China / ÁsiaExpansão de “cafés” com bonecas sexuais alarma pais na Coreia do Sul Depois de o Supremo Tribunal da Coreia do Sul ter decidido a favor da importação de bonecas sexuais, centenas de “cafés” em que estas são protagonistas abriram em todo o país, gerando alarme entre os pais sul-coreanos. Os cafés oferecem “experiências” com as bonecas sexuais em tamanho real, feitas muitas vezes à semelhança de actrizes ou outras mulheres famosas – com silicone e detalhes realísticos. A mais recente polémica envolvendo um destes cafés teve lugar 50 quilómetros a sul da capital Seul, na cidade de Yongin, onde um empresário foi obrigado a encerrar o estabelecimento e a procurar novo poiso com as suas bonecas, depois de um abaixo-assinado de pais locais a favor do encerramento ter reunido mais de 36 mil assinaturas. Apenas 3 dias depois da inauguração, e depois de um investimento de mais de 40 milhões de won, o empresário foi vergado pela pressão pública – e apesar de a câmara municipal se declarar impotente para intervir. Neste tipo de espaços, as bonecas são geralmente expostas sem roupa ou em roupa interior. A agitação em torno dos “cafés-experiência” estendeu-se a meios judiciais e ao parlamento sul-coreano. No final de fevereiro, o Tribunal Administrativo de Seul decidiu a favor de um importador local que havia processado um funcionário da alfândega que impediu o tráfego aduaneiro de bonecas sexuais. Durante o julgamento, o importador, citado pelo jornal Korea Herald, defendeu-se dizendo que “embora a boneca sexual seja um dispositivo de masturbação para homens com forma e tamanho semelhantes aos das mulheres adultas, ela não (…) prejudica seriamente a dignidade e o valor humanos”. O despachante alfandegário defendeu, por seu lado, que “uma boneca sexual é um produto para adultos feito apenas para despertar o interesse sexual e satisfazer desejos sexuais, e enquadra-se em ‘bens que vão contra os costumes’ cuja importação é proibida de acordo com a Lei Aduaneira.” O tribunal admitiu que as bonecas sexuais dão uma impressão de vulgaridade e promiscuidade em geral, mas concluiu que os dispositivos sexuais têm a finalidade de satisfazer o desejo sexual em vez do contacto físico, e como tal têm de ser conforme as características do corpo humano. Entretanto, alguns deputados avançaram com projectos de lei para regular a produção e a venda de bonecas sexuais, nomeadamente Song Ki-heon, do partido Democrático da Coreia do Sul, que propõe uma revisão das leis relacionadas aos crimes sexuais proibindo que aquelas sejam modeladas a partir da aparência de crianças, adolescentes e pessoas específicas, sob pena de prisão. O deputado Choi Hye-young, do mesmo partido, também propôs uma emenda parcial à Lei de Protecção Sexual de Crianças e Adolescentes para restringir a produção, venda e aluguer de bonecas sexuais na forma de crianças e adolescentes. Entretanto, o uso das bonecas continua a generalizar-se, até de forma inesperada. No ano passado, e com os estádios encerrados ao público devido à pandemia, o FC Seul usou bonecas sexuais em tamanho real, vestidas com o equipamento do clube, para ajudar a preencher algumas das cadeiras vazias.
Hoje Macau China / ÁsiaAgência da ONU apoia despejo no mar pelo Japão de águas radioativas de Fukushima A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), das Nações Unidas (ONU), apoia o plano do Japão para despejar gradualmente no mar águas tratadas, mas ainda radioactivas, da central nuclear destruída de Fukushima, rejeitado pelos países vizinhos. “Estou confiante de que o governo [japonês] continuará a interagir com todas as partes de uma forma transparente e aberta enquanto trabalha para implementar a decisão de hoje”, disse o director-geral da AIEA, Rafael Grossi, em comunicado à imprensa horas depois de o governo japonês ter anunciado a decisão de avançar com a descarga de águas, considerando reunidas as necessárias condições de segurança. Salientado que o despejo de águas está de acordo com a prática internacional e é tecnicamente viável, a organização manifesta ainda disponibilidade para dar apoio técnico na monitorização da implementação do plano. De acordo com a AIEA, as descargas controladas de águas radioactivas no mar são usadas de forma rotineira por operadores de centrais nucleares em todo o mundo, sob autorizações regulatórias específicas com base em avaliações de impacto ambiental e de segurança. Tomada ao fim de sete anos de discussão sobre o destino a dar às águas usadas para arrefecer combustível da central nuclear, a decisão japonesa motivou protestos de China, Coreia do Sul, Taiwan, e também de pescadores da região de Fukushima. Responsáveis do governo japonês citados pela agência Kyodo apontaram que outros países com centrais nucleares, incluindo a Coreia do Sul, já fizeram no passado descargas de águas radioativas tratadas. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse hoje que a China exortou o Japão a não efetuar a descarga “sem permissão” de outros países e da AIEA. “A China reserva-se o direito de dar novas respostas” à decisão do Japão, disse Zhao à imprensa em Pequim. O Ministério das Relações Exteriores sul-coreano convocou o embaixador japonês, Koichi Aiboshi, para um protesto formal, depois de Koo Yun Cheol, ministro da Coordenação de Políticas Governamentais, afirmar que Seul “se opõe firmemente” à decisão japonesa. “A decisão (…) foi uma medida unilateral tomada sem discussão ou compreensão suficiente da nossa parte, Coreia do Sul, o país mais próximo geograficamente” da região em causa, disse Koo em conferência de imprensa. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Taiwan, Joanne Ou, disse que o governo japonês deveria fornecer informações mais detalhadas sobre as águas tratadas, considerando que a questão diz respeito ao meio ambiente marinho e saúde pública taiwanesa. Ou disse ainda que o governo de Taiwan recebeu um aviso do governo japonês dizendo que a água será tratada de acordo com o padrão da Comissão Internacional de Proteção Radiológica, ou ICRP. Pelo contrário, os Estados Unidos mostraram concordância com o plano japonês, considerando o processo de tomada de decisão de Tóquio “transparente”. “Agradecemos ao Japão pelos esforços transparentes na sua decisão de descartar as águas tratadas de Fukushima Daiichi”, afirmou o secretário de Estado Antony Blinken, através da rede social Twitter, apelando a coordenação contínua do Japão com a AIEA. O Governo japonês já tinha afirmado que não era possível adiar a decisão por mais tempo, dado que a capacidade de armazenagem dos tanques de água na central, que continuam a receber líquido usado para arrefecer combustível nuclear, deverá esgotar-se em 2022, 11 anos depois de a central ter sido gravemente afetada por um terramoto e tsunami. As instalações de Fukushima Daiichi geraram toneladas de água contaminada que tiveram de ser armazenadas depois de usadas para arrefecer os núcleos parcialmente derretidos de três reactores. Desde há anos que a empresa responsável pela central, a TEPCO, utiliza um sistema para filtrar aquela água e eliminar todos os seus isótopos radioativos com exceção do trítio.
Hoje Macau EventosLivro junta 75 escritores lusófonos sobre a pandemia para promover português Um livro que junta 75 escritores lusófonos sobre a covid-19 e a reabertura do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, são iniciativas do plano da comissão temática para a Promoção e Difusão da Língua Portuguesa, ontem apresentado. O novo plano “tem iniciativas que vão de África ao Brasil, grande polo de difusão da língua portuguesa, naturalmente, pelo seu peso demográfico, mas também à Ásia, que tem na ponta do continente a China, e onde fica Macau, com mais de 500 anos de utilização e promoção da língua portuguesa”, afirmou Rui Lourido, o novo coordenador da comissão temática para a Promoção e Difusão da Língua Portuguesa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O organismo é coordenado desde janeiro pela UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, e integra 14 instituições, todas com estatuto de observadores consultivos da CPLP. “A China é dos países que, não tendo como língua-mãe o português, é neste momento aquele que é o mais responsável, em maior quantidade, pela promoção de professores e de técnicos tradutores da língua portuguesa no mundo”, salientou Rui Lourido, que fez uma apresentação muito genérica do plano de promoção da língua portuguesa, durante o primeiro de um ciclo de debates, que se iniciou hoje, no âmbito das comemorações do 5 de maio – Dia Mundial da Língua Portuguesa e Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP. Segundo o responsável da comissão, as iniciativas do novo plano “são também, do ponto de vista tipológico, altamente abrangentes e diversificadas” e vão desde encontros literários, conferências, projetos literários, como a construção, em livro, das reações de 75 escritores do mundo da língua portuguesa à pandemia de covid-19″, e que a UCCLA lançará em 5 de maio. O livro, com o título “Literatura e cultura em tempos de pandemia”, é editado pela UCCLA, com distribuição da editora Guerra e Paz. Outro dos destaques é a reabertura do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, que está prevista para julho, depois de ter sido atingido por um grande incêndio que destruiu as instalações, em dezembro de 2015. Prémios literários, bibliotecas, digitais e físicas, cursos de língua portuguesa nos vários territórios, fazem também parte do plano. ‘A língua vai ao comércio local’, iniciativa da câmara da cidade espanhola de Olivença, que está a ser implementada junto de lojas e mercados locais, bem como exposições e feiras do livro, concertos, bailados, teatros e recitais de poesia, oficinas lúdico-didáticas e ciclos de cinema, programas de rádio e festivais contam também com apoios do plano. O plano para 2021 tem “abrangência temporal, com iniciativas que ficarão permanentemente ao dispor de todos, nomeadamente as bibliotecas digitais ou as plataformas on-line, onde se realizam atividades, mas tem também outras temporárias, conferências e debates”, adiantou o, também, coordenador cultural da UCCLA. Do ponto de vista geográfico, são envolvidos Brasil, Macau, Cabo Verde, Espanha, Guiné-Bissau, Índia, Portugal e Timor-Leste, disse. Porém, ressalvou, “este é um plano de trabalho em desenvolvimento”, e a ideia é chegar “a outros locais e outras geografias, se não em 2021, em 2022, durante o biénio” em que a UCCLA será coordenadora da comissão. O ciclo de debates que arrancou ontem, da iniciativa da CPLP, tem como tema a “Promoção e difusão da língua portuguesa: Estratégias globais e políticas nacionais” e conta com quatro sessões em formatos presencial e online, com a apresentação de painéis e discussão em mesas-redondas, nos quais participam representantes dos Estados-membros, dos observadores associados e consultivos daquela organização e outras instituições da sociedade civil. O 5 de maio foi instituído como Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP pela XIV Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP, em 20 de julho de 2009. Na sua intervenção, Rui Lourido considerou “uma honra poder juntar a qualidade académica de uns e técnica e cultural e literária de outros na promoção da língua comum”, referindo-se às 14 instituições que compõem a comissão, criada em 2013. Rui Lourido aproveitou ainda a ocasião para anunciar que a UCCLA vai apresentar, a 5 de maio, o resultado do prémio Novos Talentos em Língua Portuguesa, já na sua sexta edição, que contou com a concorrência de 700 obras de autores residentes em 21 países. A UCCLA sucedeu na coordenação da comissão à Fundação Calouste Gulbenkian. A CPLP conta com nove Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Hoje Macau SociedadeVacinas | Terceiro lote da BioNtech chegou a Macau O terceiro lote de vacinas contra a covid-19 produzidas pela BioNtech/fosun Pharma na Alemanha, que inclui 29.250 doses do fármaco, chegou ontem a Macau, via aeroporto de Hong Kong. De acordo com um comunicado divulgado ontem pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, após chegarem ao território as embalagens das vacinas foram examinadas e avaliadas “de forma pormenorizada” pelos Serviços de Saúde. Na mesma nota, é ainda acrescentado que as mais de 90 mil doses relativas ao primeiro lote da vacina da BioNtech, cuja utilização foi entretanto suspensa, “continuam armazenadas até que seja emitido o relatório final da farmacêutica”. Quanto às 48.750 doses do segundo e terceiro lotes são válidas até Agosto de 2021, sendo que as vacinas que ultrapassem essa data “não podem ser utilizadas e serão eliminadas”. Até às 16h00 de ontem já tinham sido utilizadas 4.000 doses do segundo lote da vacina da BioNtech. Desde o inicio da vacinação contra a covid-19 em Macau foram feitos 123.655 agendamentos, tendo havido 71.196 inoculações. Destas, 46.732 são referentes à 1.ª dose e 24.464 à 2.ª dose. Foram registados 293 eventos adversos, destes, apenas um foi considerado grave.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | Eleições adiadas para 19 de Dezembro A chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou ontem que as eleições legislativas da região semiautónoma, originalmente programadas para Setembro, vão ser adiadas novamente, agora para 19 de Dezembro. Em conferência de imprensa, Lam comunicou ainda que a votação para a sua posição, o mais alto cargo executivo do território, vai realizar-se no dia 27 de Março de 2022, embora se trate de uma eleição por um sufrágio mais restrito do que a escolha para o conselho legislativo. Em 30 de Março, o presidente do legislativo de Hong Kong, Andrew Leung, anunciou que as eleições para o parlamento local vão realizar-se em Dezembro, embora não tenha especificado a data. As votações estavam inicialmente agendadas para Setembro de 2020, mas foram adiadas em Julho, devido ao “risco extremo para a saúde” de uma nova vaga de casos de covid-19, segundo o governo de Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Exportações aumentam mais de 30 por cento em Março O mês de Março trouxe bons indicadores para a economia chinesa com o aumento significativo das exportações que atingiram os 241,1 mil milhões de dólares, apesar da fragilidade que ainda se faz sentir no mercado económico global As exportações da China aumentaram em Março 30,6 por cento, face ao ano anterior, devido ao aumento da procura global, numa altura em que o país asiático é a única grande economia a funcionar sem restrições. Segundo a Administração Geral das Alfândegas da China, as exportações subiram para 241,1 mil milhões de dólares. As importações aumentaram 38,1 por cento, em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 227,3 mil milhões de dólares. “É um sinal positivo de que a actividade económica e comercial global está a recuperar e que a confiança do mercado está a aumentar”, apontou o porta-voz das alfândegas, Li Kuiwen, em conferência de imprensa. Li alertou que a situação “económica mundial ainda é complicada e severa”. Os exportadores da China beneficiaram com a reabertura precoce da sua economia, enquanto outros governos continuam a adoptar medidas de contenção contra a covid-19, que limitam os negócios e o comércio. Nos primeiros três meses de 2021, as exportações dispararam 49 por cento, em relação ao ano anterior, para 710 mil milhões de dólares. As importações cresceram 28 por cento, para 593,6 mil milhões de dólares. As comparações homólogas do comércio chinês, no primeiro trimestre do ano, produzem números particularmente sonantes, já que no início de 2020 a China encerrou fábricas e isolou cidades inteiras devido ao novo coronavírus, resultando numa queda acentuada do comércio externo. As exportações para os 27 países da União Europeia ascenderam aos 36,6 mil milhões de dólares, enquanto as importações chinesas de produtos europeus fixaram-se nos 27,5 mil milhões de dólares. As exportações para os Estados Unidos subiram 53,6 por cento, em Março, para 38,7 mil milhões de dólares, apesar de as taxas alfandegárias punitivas que continuam a vigorar sobre vários bens produzidos na China, na sequência da guerra comercial lançada pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump. As importações de produtos norte-americanos pela China, que também foram punidos com um aumento das taxas alfandegárias, em retaliação, aumentaram 74,7%, para 17,3 mil milhões de dólares. Metas ambiciosas Biden, que assumiu o cargo em Janeiro passado, não deu ainda indicação de que pode retirar as taxas punitivas que deflagraram o maior conflito comercial global de sempre. Também não existe data para um encontro entre os principais representantes do comércio dos dois países. O superavit comercial da China diminuiu 30,6 por cento, em Março, em relação ao ano anterior, para 13,8 mil milhões de dólares. O superavit com os Estados Unidos cresceu 39 por cento, para 21,4 mil milhões de dólares. O Partido Comunista China estabeleceu uma meta de crescimento económico para este ano acima dos 6 por cento, o que deve impulsionar a procura por petróleo, minério de ferro, alimentos, bens de consumo e outras importações. A China é o maior cliente do petróleo angolano. Em 2020, o país asiático foi o destino de mais de 27 por cento dos produtos exportados pelo Brasil, segundo dados oficiais.
Hoje Macau Grande PlanoCovid-19 | Xanana Gusmão dorme à frente de centro de isolamento, depois de horas de protesto Reportagem de António Sampaio, da agência Lusa O líder histórico timorense, Xanana Gusmão, permanecia ao final da noite desta segunda-feira em Díli à frente de um centro de isolamento onde está desde o início do dia em protesto pelo caso de um homem que morreu infectado com covid-19. Depois de horas de protesto, Xanana Gusmão deitou-se numa esteira para “descansar”, segundo explicou um dos membros da sua equipa, indiciando que o impasse em torno ao caso se mantém, apesar de sinais de uma possível solução de compromisso. As redes sociais encheram-se ao final da noite de fotos do líder timorense, deitado no chão, ao lado da carrinha cinzenta onde está o caixão preparado pela família da vítima, que rejeita o diagnóstico de covid-19 e o protocolo para funerais nestas situações e exige reaver o corpo e realizar os ritos tradicionais. Horas antes, havia sinais de um acordo de compromisso que permitira à família enterrar o homem, de 46 anos, no cemitério onde pretendiam, Manleuana, em Díli, desde que cumprindo os protocolos sanitários, em vez de o funeral ocorrer num cemitério preparado para casos positivos da covid-19 em Metinaro, a leste de Díli. Fontes envolvidas no processo explicaram à Lusa que a solução de compromisso, negociada pelo Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC), poderá não ter tido o acordo do Ministério da Saúde e do Governo, que não quer abrir aqui um precedente. A Lusa tentou confirmar esta informação junto de fonte oficial, mas até agora sem sucesso. A polémica do caso – relacionado com a segunda morte em Timor-Leste de uma pessoa infectada com covid-19 – começou de manhã, quando a família de Armindo Borges contestou a decisão das autoridades realizarem o funeral Xanana Gusmão chegou ao local pouco depois das 08:00, criticando a acção das autoridades de saúde, contestando o diagnóstico de covid-19 e atacando a gestão do Governo do caso e da pandemia em geral. Durante o dia, vários responsáveis timorenses tentaram dissuadir e convencer Xanana Gusmão, incluindo a ministra da Saúde, Odete Belo, o número dois da Sala de Situação do CIGC, Aluk Miranda, e outro dos coordenadores, o comodoro Pedro Klamar Fuik. Todos tentaram argumentar sobre a necessidade de respeitar o protocolo definido para mortes de pessoas infetadas, mas Xanana Gusmão rejeitou os argumentos, insistindo que a postura das autoridades não fazia sentido e que o homem tinha morrido de outras doenças. A dado momento da discussão, Xanana Gusmão chegou mesmo a dizer que ia “dizer ao povo que se estiverem doentes não devem ir ao hospital porque se forem vão ser tratados como covid-19 imediatamente”. “Vou ficar aqui até a família poder levar o corpo”, insistiu. Depois da visita de Pedro Klamar Fuik ao local, uma equipa de funcionários da saúde entrou no centro de isolamento com plásticos laranja nas mãos, com indicações de que iriam preparar o corpo, incluindo desinfeção, colocando em plástico e, posteriormente, num saco mortuário. A movimentação sugeriu que o fim do impasse estaria próximo, mas horas depois continua sem haver uma solução final. Vídeos amadores de vários dos momentos do dia suscitaram críticas, depois de se ver Xanana Gusmão a esbofetear pelo menos duas pessoas, uma delas familiar do falecido e de fazer várias críticas a responsáveis de saúde timorenses. Xanana Gusmão esteve no local rodeado de vários apoiantes mais próximos, incluindo deputados e dirigentes do seu partido, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), e elementos da segurança da força política. Nos dois acessos à rua onde está o centro de Vera Cruz e nas imediações do centro em si, centenas de efetivos policiais mantiveram um apertado cordão de segurança, travando grupos de centenas de manifestantes que, ao início da manhã, se juntaram em apoio a Xanana Gusmão. Entre os apoiantes, muitos deles jovens, ouviram-se várias críticas não apenas à questão da covid-19 mas, particularmente, à situação socioeconómica difícil com que vive a população de Timor-Leste, em virtude das medidas implementadas para responder à covid-19. Responsáveis do CIGC admitiram durante a tarde que poderiam recorrer à força, caso sejam fossem impedidos de retirar o cadáver do homem, natural de Ermera, do centro Vera Cruz. “Claro que vai haver resistência, mas vamos tentar esclarecer a situação e, em último caso, podemos ser obrigados a tomar medidas de força em relação a esta questão”, disse o brigadeiro-general João Miranda ‘Aluk’. O coordenador da ‘task-force’ para a Prevenção e Mitigação da covid-19, Rui Araújo, explicou que o homem de 46 anos entrou no Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV) com um quadro grave, com tensão elevada, respiração dificultada e hemorragia, tendo-lhe sido feito o teste PCR à covid-19. “O resultado foi positivo com um nível ativo elevado de 25.1. O paciente foi transportado para Vera Cruz e foram recolhidas análises a três pessoas da família, das quais duas tiveram resultados positivos: ou seja, três dos quatro habitantes da casa deram resultado positivo”, afirmou. Rui Araújo mostrou-se sensibilizado com a importância dos rituais, usos e costumes, mas recordou que o vírus “está a propagar-se desenfreadamente, não só em Díli, mas noutras partes do território” e que todos devem cumprir as regras de saúde pública. Na sequência da polémica, o primeiro-ministro de Timor-Leste encorajou hoje os médicos “a continuarem a trabalhar, a não ficarem tristes e nem perderem a esperança porque o Governo e o Estado” estão ao lado dos profissionais de saúde. Em comunicado, Taur Matan Ruak referiu que “esta situação está a criar sentimentos negativos de algumas pessoas contra os profissionais de saúde, sendo que algumas pessoas apedrejaram ambulâncias e não têm confiança nos médicos”, acrescentando que “esta atitude não ajuda a combater a doença” no país.
Hoje Macau China / ÁsiaFilipinas e EUA retomam exercícios militares conjuntos Filipinas e Estados Unidos iniciaram ontem um treino militar conjunto de duas semanas em território filipino, num exercício designado “Balikatan”, que foi suspenso no ano passado devido à pandemia da covid-19. O exercício militar foi retomado numa altura de escalada da tensão entre Manila e Pequim devido a disputas territoriais no mar do Sul da China. “O Balikatan deste ano realiza-se sob restritos protocolos de saúde, devido à pandemia da covid-19. Entre os ajustes necessários, reduzimos o número de participantes, com 736 militares das Filipinas e 225 participantes dos Estados Unidos”, disse o chefe das Forças Armadas das Filipinas, o General Cirilito Sobejana. Os exercícios deste ano vão concentrar-se em exercícios aéreos, segurança marítima e assistência humanitária a civis em caso de desastre natural, para evitar contacto directo. A decisão de prosseguir com o Balikatan foi anunciada no domingo, depois de os secretários de Defesa dos EUA e das Filipinas, Delfin Lorenzana e Lloyd Austin, respectivamente, realizarem uma reunião por telefone para discutir os exercícios e ameaças à segurança regional na semana passada. As Filipinas apresentaram vários protestos diplomáticos, nas últimas semanas, contra a presença de navios chineses na sua zona económica exclusiva ao redor do recife Whitsun. Pequim, que reivindica a quase totalidade do mar do Sul da China, garante que se tratam de barcos de pesca que estacionaram ali devido ao mar agitado. Filipinas, Vietname, Malásia, Taiwan e Brunei reivindicam também partes do mar do Sul da China, por onde circula 30% do comércio global e que abriga 12% das reservas pesqueiras mundiais, além de campos de petróleo e gás. As Filipinas são o único país que possui uma decisão que apoia as suas reivindicações, uma vez que o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia atribuiu a propriedade de vários territórios, incluindo o Atol de Scarborough e parte do arquipélago das Spratly, onde a China construiu bases militares em ilhas artificiais edificadas sobre atóis e recifes, para assumir o controlo de facto. Pequim nunca reconheceu a decisão e continua com as suas actividades militares e pesqueiras dentro da zona disputada e do resto dos países vizinhos, uma expansão que os EUA seguem, já que ambas as potências lutam pelo domínio do Pacífico. A ligação de domingo entre Lorenzana e Austin serviu também para reafirmar o compromisso dos dois países com o Tratado de Defesa Mútua – que data de 1951 – e a importância do Acordo de Visita de Tropas, que o presidente filipino Rodrigo Duterte suspendeu por alguns meses, no ano passado. Este acordo – suspenso entre fevereiro e junho de 2020 – fornece o quadro jurídico para que as tropas dos EUA possam ir regularmente às Filipinas para realizar exercícios militares conjuntos, como o Balikatan, atividade que tem sido realizada anualmente desde 1984.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Responsável recua nos comentários que questionam eficácia das vacinas A imprensa estatal chinesa defendeu ontem a qualidade das vacinas desenvolvidas pela China contra a covid-19, enquanto um alto funcionário governamental insistiu que comentários feitos anteriormente sobre a sua baixa eficácia foram “mal compreendidos”. Numa rara admissão da fraqueza das vacinas chinesas contra o novo coronavírus, Gao Fu, o chefe do Centro Chinês para o Controlo e Prevenção de Doenças, afirmou durante uma conferência no fim de semana que as autoridades estão a considerar misturar vacinas, como forma de lidar com a sua “eficácia não elevada”. “Está agora formalmente em análise se devemos usar diferentes vacinas de diferentes linhas técnicas no processo de imunização”, indicou Gao. Gao disse ontem, no entanto, que as suas observações foram “tiradas do contexto” e mal interpretadas. “Depois de falar sobre diferentes estratégias de imunização, mencionei a questão das taxas de protecção da vacina e expressei a minha reflexão sobre como podemos optimizar o nosso processo de administração”, disse, citado pelo portal chinês guancha.com. As taxas de eficácia da vacina para o coronavírus do fabricante chinês Sinovac na prevenção de sintomas infecciosos foi estimada em 50,4% por investigadores no Brasil. As vacinas da China usam uma tecnologia tradicional, que consiste em injectar um vírus quimicamente inactivado para provocar uma resposta imunológica. O Chile defendeu a decisão de confiar na vacina da Sinovac. O país está a enfrentar nova vaga de infecções, apesar de ter uma das maiores taxas de vacinação per capita do mundo. O ministro da Ciência do Chile, Andrés Couve Correa, escreveu na rede social Twitter, no domingo, que a Sinovac ajudou a prevenir hospitalizações de casos moderados e graves. A publicação estatal chinesa Global Times negou que as taxas de eficácia da Sinovac sejam responsáveis pela nova vaga de infecções no Chile. Um estudo da Universidade do Chile, que apurou que a eficácia, após a primeira das duas doses da vacina fixou-se em apenas 3%, teve como base dados “muito limitados”, apontou o jornal, citando fonte não identificada. Macau está a utilizar uma vacina desenvolvida pela estatal chinesa Sinopharm, enquanto Hong Kong adoptou a inoculação desenvolvida pela Sinovac, uma farmacêutica privada chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaGrupo Alibaba | Repercussões de multa são menores O grupo chinês de comércio electrónico Alibaba disse ontem que a pesada multa imposta no sábado passado pelas autoridades, por práticas monopolistas, não tem grandes repercussões para a empresa, levando as suas acções a disparar. O presidente do grupo, Daniel Zhang, disse aos investidores por videoconferência que não espera “um impacto negativo material”, após a multa recorde de 18 mil milhões de yuan imposta por Pequim. O valor equivale a 4% da receita do Alibaba na China em 2019. Zhang disse que a maior plataforma de comércio electrónico do país asiático tem milhões de utilizadores e comerciantes, e que não precisa de exclusividade para os manter. O responsável indicou que a empresa que dirige vai implementar novas medidas, como a redução dos custos de utilização das plataformas para os comerciantes e a oferta de serviços tecnológicos com custos mais baixos, em linha com as orientações dos reguladores chineses. As acções do Alibaba subiram 7,25% a meio da sessão de ontem na Bolsa de Valores de Hong Kong.
Hoje Macau China / ÁsiaBrasil é “prioridade” a “longo prazo”, diz MNE chinês O ministro dos Negócios Estrangeiros da China afirmou este fim de semana que o Brasil é uma “prioridade” para a política externa chinesa e que as relações bilaterais têm valor “estratégico” e a “longo prazo”. Wang Yi falou por telefone com Carlos Alberto Franco França, que substituiu este mês Ernesto Araújo como ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil. Araújo ficou conhecido pelo alinhamento com a política do anterior Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à China. Os ataques contra Pequim levaram mesmo o embaixador da China em Brasília, Yang Wanming, a dizer que o país asiático queria a demissão de Ernesto Araújo, como condição para libertar insumos necessários para a produção das vacinas contra a covid-19, segundo a imprensa brasileira. Na conversa por telefone com o novo homólogo brasileiro, Wang Yi lembrou que a China “está disposta a trabalhar” com o Brasil para “promover a parceria estratégica” entre os dois países, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. Wang lembrou que Pequim sempre viu e desenvolveu as relações com o Brasil de uma perspetiva “estratégica” e de “longo prazo”. O Brasil é uma “prioridade” para a política externa chinesa, apontou. Como dois grandes países em desenvolvimento, representantes das economias emergentes e parceiros no âmbito do bloco de países BRICS, a China e o Brasil são forças importantes, que impulsionam o multilateralismo mundial e compartilham amplos interesses comuns, afirmou Wang. O ministro lembrou que, apesar da “tendência adversa”, a cooperação pragmática entre os dois países cresceu durante a pandemia da covid-19, refletindo “plenamente a forte resiliência” da relação bilateral. O país asiático está também disposto a continuar a cooperação no âmbito das vacinas, para atender à “necessidade urgente” do Brasil, disse. Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil e uma das principais fontes de investimento estrangeiro no país sul-americano. A China foi o destino, em 2020, de mais de 27% dos produtos exportados pelo Brasil, segundo dados oficiais. O Governo de Jair Bolsonaro adotou, no entanto, uma postura crítica face ao país asiático e recusou cooperar em várias áreas estratégicas, incluindo no desenvolvimento das redes de quinta geração (5G), com o grupo chinês Huawei, a assinatura de acordos no âmbito da iniciativa de Pequim ‘uma faixa, uma rota’ ou a integração e coordenação da política externa com o bloco de países emergentes BRICS. Wang Yi lembrou que a China espera que o Brasil proporcione um ambiente de negócios “justo e aberto” para as empresas chinesas e pediu aos dois países que continuem a apoiar-se mutuamente em questões centrais de interesse. A cooperação China – América Latina centra-se no “desenvolvimento comum e na cooperação pragmática”, atendendo às necessidades de ambos os lados, realçou.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China com 16 casos em 24 horas, dois de contágio local A China detectou 16 casos de covid-19, nas últimas 24 horas, incluindo dois de contágio local, na província de Yunnan, no sudoeste do país, anunciaram as autoridades de saúde chinesas. Yunnan somou 90 casos, nas últimas duas semanas, todos na cidade de Ruili, que faz fronteira com o Myanmar (antiga Birmânia). As autoridades isolaram Ruili e realizaram uma campanha de testes e vacinação de toda a população – cerca de 300 mil habitantes. Os restantes 16 casos foram diagnosticados em viajantes provenientes do estrangeiro nas cidades de Xangai (leste) e Pequim (norte) e nas províncias de Fujian (leste) Guangdong (sudeste), Shandong (leste) e Shaanxi (noroeste). A Comissão de Saúde da China adiantou que o número total de casos activos é de 295, incluindo três em estado grave. Desde o início da pandemia da covid-19, o país registou 90.426 casos da doença e 4.636 mortos. A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.929.563 mortos no mundo, resultantes de mais de 135,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Turismo interno volta ao nível pré-covid A indústria de viagens da China voltou ao nível pré-coronavírus ao longo dos três dias do Festival Qingming, que ocorreu de sábado (3) a segunda-feira (5), informou o Wall Street Journal. Durante este feriado, os viajantes chineses fizeram 102 milhões de viagens, mais que o dobro em relação ao mesmo período do ano passado e o equivalente a 94,5 por cento das viagens durante o feriado em 2019, de acordo com o Ministério da Cultura e do Turismo da China. As reservas de viagens via Trip.com, o maior site de reservas de viagens da China, quadruplicaram durante o feriado em comparação com o ano anterior, informou a empresa. O número de voos domésticos e reservas de hotéis cresceu dois dígitos em relação aos níveis registrados durante o mesmo período em 2019, e as reservas de ingressos para pontos turísticos mais que triplicaram em relação a 2019, informou a Trip.com. Os volumes de vendas para alguns restaurantes e empresas de catering mais que dobraram em relação ao ano passado, segundo a NetsUnion Clearing Corp, que opera uma plataforma nacional para o processamento de transacções online. As receitas de filmes e entretenimento tiveram um aumento anual de 68 por cento, com o recente controlo da pandemia da Covid-19, disse a empresa. As vendas de bilheteira alcançaram 125 milhões de dólares americanos durante o Festival Qingming, um aumento de mais de 17 por cento em relação ao mesmo período de 2019. A receita do turismo durante o período do Qingming foi equivalente a 4,14 mil milhões de dólares americanos, mais de três vezes o valor arrecadado no ano passado, segundo o Ministério da Cultura e do Turismo da China.
Hoje Macau China / ÁsiaMyanmar | Pelo menos 14 polícias mortos em ataque de guerrilhas Pelo menos 14 polícias perderam a vida sábado no noroeste do Myanmar (antiga Birmânia) durante um ataque coordenado por várias guerrilhas étnicas, noticiaram meios de comunicação locais. O ataque, que deixou pelo menos cinco oficiais feridos e dois desaparecidos, aconteceu às primeiras horas do dia no estado de Shan, disse uma testemunha ao portal de notícias Irrawaddy. Segunda esta fonte, o ataque foi lançado pelos grupos rebeldes Exército Arakan, Exército de Libertação Ta’ang e Exército Nacional da Aliança Democrática, guerrilhas étnicas que em finais de Março lançaram um ultimato à junta militar pela repressão das manifestações em rejeição do golpe de Estado de 1 de Fevereiro. Até ao momento, nenhum dos grupos reivindicou a ofensiva. Estes três grupos armados emitiram previamente um comunicado conjunto, no qual advertiam o Exército birmanês de que se não cessasse as acções violentas e não satisfizesse as exigências da população colaborariam com os dissidentes nos protestos da chamada “Revolução da Primavera”. Os rebeldes ameaçaram anular o acordo de cessar-fogo se continuar a matança indiscriminada de manifestantes. Pelo menos 618 pessoas perderam a vida durante a repressão dos protestos exercida pelas forças de segurança, segundo dados obtidos pela Associação para a Assistência de Presos Políticos (AAPP), que adverte que o número pode ser significativamente maior, devido à dificuldade de corroborar os dados. Na cidade de Bago, a cerca de 70 quilómetros a noroeste de Rangun, as forças de segurança lançaram na sexta-feira artefactos explosivos e causaram um número indeterminado de mortos e feridos, apontam meios de comunicação locais. O Irrawaddy também informa que no sábado grupos armados do Exército para a Independência de Kachin e a União Nacional Karen lançaram uma série de ataques contra o regime, em resposta à alegada matança perpetrada pelas autoridades de Bago.
Hoje Macau China / ÁsiaFukushima | Japão vai despejar no mar água tratada da central nuclear O Japão vai despejar gradualmente no mar água tratada, mas ainda radioactiva, da central nuclear destruída de Fukushima, apesar da oposição de comunidades locais e países da região. A decisão será tomada em reunião do Governo esta terça-feira, ao fim de sete anos de discussão sobre o destino a dar às águas usadas para arrefecer combustível da central de Fukushima, noticia a agência Kyodo. O Governo já tinha afirmado que não era possível adiar a decisão por mais tempo, dado que a capacidade de armazenagem dos tanques de água na central, que continuam a receber líquido usado para arrefecer combustível nuclear, deverá esgotar-se em 2022, 11 anos depois de a central ter sido gravemente afectada por um terramoto e tsunami. As instalações de Fukushima Daiichi geraram toneladas de água contaminada que tiveram de ser armazenadas depois de usadas para arrefecer os núcleos parcialmente derretidos de três reactores. Desde há anos que a empresa responsável pela central, a TEPCO, utiliza um sistema para filtrar aquela água e eliminar todos os seus isótopos radioactivos com excepção do trítio.
Hoje Macau China / ÁsiaCampus universitário em Cabo-Verde financiado pela China está concluído A Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) anunciou a conclusão do novo ‘campus’ universitário na Praia, financiado pela China, enquanto prevê para breve a mudança para as novas instalações e aulas em pleno no próximo ano lectivo. “O novo ‘campus’ da Universidade de Cabo Verde já é uma realidade. A construção que teve início em julho de 2017 está concluída. A mudança para o novo ‘campus’ será anunciada brevemente”, divulgou a universidade pública cabo-verdiana. Localizado na zona do Palmarejo Grande, as novas instalações deveriam ficar concluídas em julho de 2020, para iniciar aulas em outubro do mesmo ano, mas devido à pandemia da covid-19 vai ter um ano de atraso. Em entrevista à agência Lusa em novembro do ano passado, a reitora, Judite Nascimento, disse que a universidade vai começar a mudança para as novas instalações e prevê o início das aulas no próximo ano letivo. “Nós temos a expectativa de, em Outubro de 2021, iniciarmos o ano lectivo já nas novas instalações no polo da Praia”, previu Judite Nascimento, para quem a Uni-CV vai passar a ter um ‘campus’ com “condições muito boas” para alunos, docentes, técnicos e funcionários e para pôr em ação a criatividade e o espírito inovador e conseguir desenhar programas dignos do espaço. Neste momento, a universidade funciona com unidades orgânicas em instalações dispersas pela cidade da Praia, mas espera ter durante o próximo ano as suas faculdades alojadas no novo ‘campus’ universitário, que, segundo a reitora, será “à altura” dos grandes ‘campus’ que existem um pouco por todo o mundo. O novo ‘campus’ foi projectado para acolher 4.890 estudantes e 476 professores em 61 salas de aulas, cinco auditórios com capacidade para 150 lugares, oito salas de informática, oito salas de leitura, 34 laboratórios, salão multiusos, com capacidade de 654 lugares, refeitórios, biblioteca, dormitórios e espaços desportivos. Com as novas instalações, a reitora disse que a Uni-CV está a caminhar para ser, num futuro muito próximo, uma “universidade marcante” no contexto da sub-região africana, a par das do Senegal, por exemplo. “E a Universidade de Cabo Verde também quer posicionar-se e está a posicionar-se desde há alguns anos e neste momento com mais fervor já que o novo ‘campus’ vai-nos permitir receber estudantes de outros países”, enfatizou. Na altura do seu lançamento, em junho de 2017, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, disse que Cabo Verde terá um ‘campus’ universitário moderno, funcional e ao nível de países mais desenvolvidos. Além disso, a reitora disse que vai transformar a área envolvente e tornar-se num grande polo de desenvolvimento da cidade da Praia, numa zona de expansão onde se situa ainda a Universidade Jean Piaget, a Escola de Hotelaria e Turismo, o Centro de Energias Renováveis e Manutenção Energética (Cermi), estando previstas grandes outras infra-estruturas. A obra foi financiada pela China, em 45 milhões de euros, que também instalou em 2015 o Instituto Confúcio no país, e que hoje é uma instituição que promove a extensão universitária, através da língua a da cultura chinesas. Com 14 anos de existência, a única universidade pública de Cabo Verde tem três polos de ensino, nomeadamente na Praia e em Assomada, todos em Santiago, e em São Vicente, com mais de 4.000 estudantes, em cursos profissionalizantes, licenciaturas, especializações, mestrados e doutoramentos.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | Regulador aplica à Alibaba a maior coima de sempre por práticas monopolísticas O regulador chinês impôs uma multa de 18,23 mil milhões de yuan (2,78 mil milhões de dólares) ao gigante chinês do comércio electrónico, Alibaba, pela sua violação das leis antimonopólio. A multa, a maior multa anti-monopólio alguma vez aplicada pelas autoridades chinesas, representa cerca de 4% das vendas internas da empresa em 2019. A Administração Estatal para a Regulamentação do Mercado (AERM) também divulgou uma orientação administrativa, instando o Grupo Alibaba a realizar auto-inspecções “abrangentes e profundas” de acordo com a Lei Anti-Monopólio para inspeccionar e normalizar as suas operações comerciais. Para melhorar o seu sistema interno de cumprimento da lei, foi pedido à Alibaba que realize regularmente formações de cumprimento da lei aos seus executivos e empregados, e que relate estes procedimentos às autoridades governamentais. Além disso, deverá estabelecer um canal de informação, bem como um mecanismo de resolução de litígios, informando ao mesmo tempo o público de quaisquer medidas punitivas que aplique a empresas, tais como suspender os serviços ou remover os seus produtos. Foi ainda solicitado à Alibaba que faça um plano de rectificação de acordo com os requisitos enumerados nas orientações, e que submeta o plano ao AERM antes de 30 de Abril. A empresa é também obrigada a apresentar relatórios de auto-inspecção ao AERM durante três anos consecutivos. A plataforma é também obrigada a estabelecer um sistema de avaliação externa por consumidores e peritos sociais, bem como a realizar cooperação com empresas com base em princípios justos e não-discriminatórios. Se a Alibaba não concordar com a sanção, poderá solicitar ao AERM uma reconsideração administrativa no prazo de 60 dias após a recepção da notificação, ou apresentar um litígio administrativo ao tribunal. As autoridades impuseram as sanções com base no mérito de várias disposições legais ao abrigo da Lei Anti-monopólio da China. De acordo com a decisão escrita de punição administrativa do AERM, Alibaba abusou da sua posição dominante no mercado e violou as leis anti-monopólio. Por exemplo, proibiu empresas de abrir lojas online noutras plataformas consideradas como concorrentes pela Alibaba. Essas lojas estão também proibidas de participar em campanhas promocionais de outras plataformas. As empresas que não cumprissem estas regras eram punidas por acções da Alibaba, tais como desqualificá-las de lançar actividades promocionais e diminuir o seu acesso a pesquisas de consumidores. Alibaba não só enfrenta a maior multa da China em violação anti-monopólio, como também a penalização ultrapassou a escala de muitas multas anti-monopólio semelhantes aplicadas a gigantes da Internet estrangeiros, tais como os 2,42 mil milhões de euros que a Google foi multada pela União Europeia em 2017, bem como a multa de 975 milhões de dólares das autoridades chinesas à Qualcomm por práticas de mercado desleais em 2015. A multa de 2,78 mil milhões de dólares é responsável por cerca de 40 por cento do lucro líquido do grupo no primeiro trimestre. A empresa obteve um lucro de 46,4 mil milhões de yuans no primeiro trimestre do ano fiscal de 2021. Empresa aceita e compreende Na sequência da multa, Alibaba publicou uma carta aberta dirigida aos seus clientes e ao público. Na carta, Alibaba disse que aceita a sanção com “sinceridade e assegurará o nosso cumprimento com determinação”, e que a sanção reflecte as expectativas reguladores em relação ao desenvolvimento da indústria. “É uma acção importante para salvaguardar a concorrência leal no mercado e o desenvolvimento de qualidade das economias das plataformas de Internet”, lê-se na carta. A empresa também disse que irá reforçar ainda mais o foco na criação de valor e experiência do cliente, bem como continuar a introduzir medidas para reduzir as barreiras de entrada e os custos comerciais de operar na plataforma. As acções da Alibaba perderam 2,24% no comércio de Hong Kong na sexta-feira. Os seus recibos de depósito americanos também perderam 2,16 por cento na sexta-feira. A multa representa os esforços do governo para reforçar a gestão antimonopólio e impedir a expansão desordenada das empresas. Mas isso não significa que o governo esteja a negar o importante papel das empresas de plataformas online, escreveu o Diário do Povo num artigo publicado pouco depois de a multa ter sido aplicada. “A atitude do governo em apoiar o desenvolvimento das plataformas na internet não mudou, mas irá concentrar-se tanto no desenvolvimento como na regulamentação”, lê-se no artigo. Shi Jianzhong, professor na Universidade de Ciência Política e Direito da China, disse que o caso Alibaba indica que a implementação da lei antimonopólio chinesa sobre plataformas digitais “entrou numa nova fase”. Também envia um sinal político claro de que, embora o governo encoraje o desenvolvimento da economia digital, também irá impedir que as empresas prejudiquem os interesses dos consumidores, a inovação e a concorrência através das suas vantagens em termos de dados, tecnologias e capital. Segundo Shi, a decisão de multar 4% das vendas internas de Alibaba de 2019 é moderada, pois mostra o princípio das leis e a atitude do governo para reforçar a gestão antimonopolista, mas também mostra a directiva política de apoio ao desenvolvimento de plataformas digitais. A lei estipula que as empresas serão multadas em 1-10 por cento das suas vendas anuais do ano anterior, caso abusem do estatuto de dominância do mercado.
Hoje Macau PolíticaAstraZeneca | Agnes Lam questiona importação de vacina Agnes Lam escreveu uma interpelação a pedir ao Governo que reconsidere que importação de vacinas produzidas pela AstraZeneca. Quando o Governo anunciou o programa de vacinação tinha indicado que esta vacina chegaria a Macau no terceiro trimestre deste ano. No entanto, têm sido vários os problemas relacionadas com a segurança do produto, nomeadamente o efeito secundário de causar coágulos no sangue. Este efeito foi confirmado na semana passada pela Agência Europeia de Medicamentos. Face ao desfecho, Agnes Lam considera que os stock de vacinas em Macau é suficiente e alerta o Executivo que a população pode não estar disponível para utilizar este produto. Neste sentido, Agnes Lam pergunta o Governo se vai ouvir a população e reconsiderar a importação da AstraZeneca.
Hoje Macau PolíticaAL | Mak Soi Kun justifica voto contra debates Na passada quinta-feira, Mak Soi Kun votou contra a promoção de vários debates sobre os meios de pagamento electrónico. No entanto, ontem justificou o sentido de voto num comentário publicado na rede social Facebook. “Votei contra porque, dias antes de ser feita a votação, tive conversações com o Governo e senti que estavam de boa-fé na resolução deste problema”, começou por explicar. “Como senti que o Governo estava a ouvir as opiniões da população de uma forma sincera e que estava disponível para ouvir os deputados […] votei contra as propostas”, acrescentou. No mesmo texto, Mak Soi Kun afirmou acreditar que o Governo vai reduzir a proporção do gasto de 30 patacas para obter um cupão de 10 patacas, assim como permitir que as pessoas recorram aos cartões de consumo distribuídos no ano passado. Sobre um outro tema, Mak Soi Kun divulgou uma interpelação escrita em que considera que um dos factores para avaliar o desempenho do Governo prende-se com a resposta às interpelações escritas dos deputados dentro dos prazos legais, ou seja 30 dias, e defendeu a necessidade da taxa ser de 100 por cento. A ideia consta de uma interpelação do legislador, citada ontem pelo canal chinês da Rádio Macau, em que é divulgado que no quarto trimestre do ano passado a taxa de respostas nos prazos legais foi de 99,59 por cento. Mak Soi Kun elogiou o aumento da taxa de resposta que no terceiro trimestre do ano passado tinha sido de 98,03 por cento e nota que já está a “produzir resultados positivos”.