Covid-19 | Coreia do Sul avança com terceira dose da vacina nos próximos meses

A Coreia do Sul planeia administrar a terceira dose da vacina contra a covid-19 aos grupos prioritários, nos próximos meses, anunciou hoje o Governo.

O primeiro-ministro sul-coreano, Kim Boo-kyum, disse hoje que na próxima segunda-feira vai divulgar as datas exatas de administração da dose de reforço, adiantando que será aplicada nos próximos meses.

Conforme apontou, numa primeira fase, a vacina será administrada a pessoas com mais de 60 anos e a profissionais da saúde. Por outro lado, o executivo quer encurtar o atual intervalo entre a primeira e a segunda dose.

Segundo os dados da Agência de Prevenção e Controle de Doenças Infecciosas (KDCA), 45,2% da população do país já foi inoculada com as duas doses, enquanto 74,1% receberam a primeira dose.

As previsões do Governo apontam para mais de 70% da população vacinada com as duas doses até ao final de outubro.

O país contabilizou 3.272 infetados no sábado, o número mais elevado desde o início da pandemia, agravado pelas novas variantes e pelo período de férias.

O primeiro-ministro sul-coreano classificou como “muito grave” o aumento das infeções, acrescentando que a evolução das próximas semanas vai determinar o início do plano de regresso “à vida normal”.

Desde o início da pandemia de covid-19, a Coreia do Sul contabilizou 300.000 infetados e 2.450 mortes.

27 Set 2021

Justiça | Pequim libertou os dois canadianos “por razões de saúde”

A China disse ter libertado “por razões de saúde” os dois canadianos que deteve em Dezembro de 2018, que regressaram ao Canadá no sábado.

Segundo a agência noticiosa estatal Xinhua, citando as autoridades chinesas, os dois tribunais que julgaram e condenaram os canadianos Michael Kovrig e Michael Spavor por espionagem no sábado aprovaram a sua “libertação sob fiança” depois de o terem solicitado por razões de saúde.

Para além de aprovar a sua libertação sob fiança “com base em diagnósticos médicos”, os tribunais ordenaram “a suspensão dos seus julgamentos”.

Os dois canadianos foram detidos na China em Dezembro de 2018, em aparente retaliação pela detenção da filha do fundador e directora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, em Vancouver, a pedido dos Estados Unidos, que a procuravam extraditar e acusavam-na de fraude.

Caso político

No sábado, a China classificou como “perseguição política” o caso contra Meng Wuanzhou, a directora financeira da Huawei libertada nesse dia pelo Canadá devido a um acordo com as autoridades norte-americanas, que haviam pedido a extradição num caso de fraude.

“Os contornos deste caso provam que se trata de perseguição política contra uma cidadã chinesa, com o objectivo de reprimir as empresas tecnológicas chinesas”, disse a porta-voz chefe do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hua Chunying, em comunicado.

Segundo as últimas informações, Meng Wuanzhou já chegou à cidade meridional chinesa de Shenzhen, onde a empresa tem a sede. Pequim sempre negou que as detenções tivessem alguma relação com o caso Meng.

Meng foi detida no Canadá em Dezembro de 2018, a pedido do Governo norte-americano, esteve em prisão domiciliária, e vivia com a família numa das mansões que tem em Vancouver.

Enquanto os “Michaels” (como são popularmente conhecidos Spavor e Kovrig) permaneceram em rigoroso isolamento, com visitas limitadas por parte do pessoal consular canadiano, segundo a imprensa do país norte-americano.

27 Set 2021

Proposta de revisão da lei do jogo vai “esmagar margens” de casinos dos EUA, diz analista

O analista sénior Edward Moya, da correctora Oanda, considera que as propostas para a revisão da lei do jogo, actualmente em consulta pública, “vão esmagar as margens e todo o crescimento” que os operadores norte-americanos antecipavam.

“É muito negativo para as acções dos casinos americanos”, afirmou o especialista, depois de uma queda arrasadora dos títulos em bolsa após a apresentação do documento de consulta.

“O que começamos a ver é o aumento do receio de que a repressão do Governo chinês sobre vários sectores seja sentida com mais força nas acções do jogo”, indicou Edward Moya, reflectindo o nervosismo dos investidores que levou a perdas superiores a 18 mil milhões de dólares em bolsa.

O analista chamou a atenção para a importância que Macau teve no crescimento dos casinos norte-americanos que têm licença para operar no território, nomeadamente Wynn, MGM e Sands.

“Temos de olhar para o quão dependentes os casinos norte-americanos estavam das receitas provenientes de Macau. Antes da covid-19, Macau era responsável por 70 por cento das receitas totais do Wynn Resorts e Las Vegas Sands”, afirmou.

Agora, com as licenças a expirar em Junho de 2022 e um plano governamental para alterar as regras, no contexto de uma pandemia global, o horizonte é volátil.

“O Governo chinês está a questionar a forma como permitiu a Macau liberalizar a indústria do jogo”, analisou Edward Moya, referindo que as empresas americanas estão a encaixar cerca de 50 por cento das receitas. O analista antecipa que a nova legislação irá conter incentivos para os investidores fazerem mais pela comunidade e ajudarem a fazer crescer o turismo, privilegiando os operadores de jogo domésticos.

Perda de vantagens

Moya não antecipa uma não-renovação das licenças. “Os casinos norte-americanos vão perder algumas das vantagens que tinham na legislação anterior, mas não vão ser escorraçados”, afirmou.

Com um período de consulta pública de 45 dias no processo de revisão da legislação, a expectativa é de que a volatilidade nos mercados financeiros se mantenha elevada para os operadores de casinos.

Além disso, as perspectivas de recuperação das receitas em 2021 estão a ser goradas, visto que Macau ainda tem muitas restrições em vigor.  “Quando olhamos para o regresso à normalidade, isso não está a acontecer em Macau.

Tiveram uma estratégia de covid zero no último ano e meio e na essência as fronteiras estão fechadas”, explicou. O analista salientou o problema de as vacinas administradas no país terem menor eficácia, o que não permite perspectivar um alívio da situação.

“Os receios sobre o crescimento estão a aumentar na China, e isso não é bom para a Wynn, Sands ou MGM. A incapacidade de ultrapassar a covid e dar mais explicações sobre como os casinos poderão assegurar lucros vai manter a dívida sobre pressão”, sublinhou.

Há, também, um receio mais alargado em relação a outros sectores na China, espelhando as medidas que o Executivo chinês tem anunciado.

“O presidente Xi [Jinping] está a tentar atacar os excessos capitalistas. Estão a reprimir os videojogos, há tantas orientações novas a saírem que é muito difícil para um investidor estrangeiro manter-se confiante na aposta na China”, explicou o analista.

Estas dúvidas não existiam há três ou seis meses, quando Wall Street se mantinha confiante de que o maior crescimento da próxima década viria da China. “Agora, as pessoas estão a levantar essa questão e não têm a certeza, e isso levará à perda de investimento na China”, previu.

Se a repressão sobre vários sectores continuar, os investidores vão querer “evitar um risco sistémico” e deixar planos de investimento em suspenso. A esperança dos investidores é que no próximo ano o executivo queira ver a economia chinesa a ir na direção certa e a repressão comece a desvanecer-se.

Ainda assim, a tensão entre os EUA e a China está elevada, sendo que não houve progresso feito com a Administração de Joe Biden.  “É possível que esta também seja uma jogada política”, considerou o analista.

26 Set 2021

Grupo pró-democracia em Hong Kong anuncia dissolução

O grupo pró-democracia que organiza há três décadas em Hong Kong vigílias anuais em memória das vítimas da repressão na praça Tiananmen, em Pequim, anunciou hoje ter votado a dissolução, face às pressões constantes contra a dissidência na cidade.

“É uma dissolução muito dolorosa”, declarou Tsang King-shing, membro da Aliança de Hong Kong, após a votação. O grupo era um dos símbolos mais visíveis do pluralismo político em Hong Kong. Após anunciar a dissolução, os representantes da Aliança leram uma carta do seu presidente, Lee Cheuk-yan, que se encontra na prisão.

26 Set 2021

Casa Garden | Instalação interactiva de Célia Brás abriu ontem portas 

“Como Nunca te Viste”, uma instalação interactiva da autoria de Célia Brás, abriu ontem portas na Casa Garden, sede da Fundação Oriente em Macau. Este é o novo projecto da 10 Marias – Associação Cultural e pode ser visitado até ao dia 10 de Outubro.

Com esta instalação “o público será guiado pelo espaço de forma a que se submeta aos objectos e equipamentos que irão produzir um jogo de sombras, com recurso a um projector e fontes específicas de luz, assim como filtros de correcção de cor, lentes fotográficas e sensores de movimento que serão activados por interacção do público”.

Além disso, esta instalação conta com a projecção de um pequeno vídeo que tem como “intenção clara evidenciar a Inquietação e o desassossego que se vive em Macau em plena época de restrições provocadas pelo novo coronavírus, que tem condicionado os habitantes de Macau a não sair do território durante tanto tempo”.

Com este projecto cultural pretende-se que os visitantes possam interagir com a instalação, descobrindo a sua projecção e registando as imagens que pretendem. “O resultado final poderá ser captado por câmaras fotográficas ou telemóveis que registaram a sua interacção com os equipamentos em determinado momento e a forma como a sua sombra é recriada”, aponta uma nota de imprensa.

Célia Brás vive em Macau há 16 anos e é formada em engenharia multimédia e informática. Membro da 10 Marias – Associação Cultural, Célia Brás participou em diversos espectáculos promovidos por esta entidade, bem como na montagem de instalações e exposições.

24 Set 2021

Nova temporada da Orquestra Chinesa de Macau começa hoje com concerto online

O concerto “Esplêndidas Paisagens” marca hoje o início da temporada 2021-2022 da Orquestra Chinesa de Macau (OCM). O espectáculo de abertura começa às 20h e será transmitido online no site oficial da orquestra, na sua página de Facebook e na conta de WeChat icmochm.

Sob a batuta do maestro Hu Bingxu, a Orquestra Chinesa de Macau junta-se à famosa executante de suona Liu Wenwen, que irá interpretar o Concerto de Suona Ode ao Kylin, e Duan Aiai a cargo do Concerto de Erhu Capricho da Grande Muralha.

O Instituto Cultural (IC) descreve Liu Wenwen, como “uma jovem artista pós-anos 90, uma das executantes de suona mais brilhantes, jovens e internacionalmente influentes”. Quanto a Duan Aiai, o IC destaca o currículo da artista, em particular o seu papel enquanto “instrumentista nacional de primeira classe e solista de erhu da Orquestra Chinesa de Xangai”.

Amanhã às 14h30 e 15h30, a OCM apresenta dois espectáculos na Academia Jao Tsung-I, que combinam a música tradicional chinesa com o ambiente histórico e artístico dos museus. Segundo o IC, alguns dos espectáculos acontecem em simultâneo com exposições temáticas.

Entre mundos

A 13 de Outubro, às 20h, no grande auditório do Centro Cultural de Macau, acontece o espectáculo Outubro Musical “Ligação Este-Oeste em Música”, integrado no cartaz do Festival Internacional de Música de Macau. Neste concerto, a OCM vai apresentar “As Ilhas Irmãs”, uma obra prima do compositor Wang Chenwei, além de que o maestro Liu Ju vai juntar-se a dois executantes de instrumentos chineses e ocidentais.

É o caso de Xie Nan, violinista de renome internacional e mais conhecida na China e no exterior pela sua execução do Concerto de Violino “The Butterfly Lovers”, e Su Chang, que tem sido a intérprete de referência do Concerto de Guzheng Ru Shi desde que estreou esta peça.

No geral, a temporada 2021-2022 terá como tema principal “fusão e integração”, conceito baseado “na cooperação, criando um mundo artístico mais inclusivo através da música tradicional chinesa e proporcionando concertos com um rico conteúdo”.

24 Set 2021

Presidente do grupo Evergrande apela a que se faça “tudo o possível” para honrar compromissos

O presidente do grupo de imobiliário Evergrande, cuja possível falência pode abalar a economia chinesa, pediu hoje à empresa que “faça tudo o possível” para honrar os seus compromissos, refere a imprensa do país.

O conglomerado privado está a ter dificuldades em cumprir com o serviço de dívida, que ascende é de cerca de 300 mil milhões de dólares americanos, cinco vezes superior ao que o banco de investimentos Lehman Brothers devia em 2008 aquando da crise do subprime nos EUA, e que gerou uma crise financeira mundial.

A entrada em incumprimento pode resultar numa forte desaceleração nos sectores de construção da China e causar turbulência nos mercados financeiros mundiais. O Evergrande enfrenta há várias semanas, em todo a China, manifestações de compradores de apartamentos e investidores que exigem as casas, muitas que ficaram inacabadas, ou o dinheiro que investiram.

O presidente do grupo, Xu Jiayin, convocou mais de 4.000 executivos da empresa para exortá-los a “dedicar toda a sua energia à retomada do trabalho, à produção e à entrega de bens imóveis”. Outrora dono de uma das maiores fortunas da China, Xu também destacou que o grupo deve “fazer tudo o possível para honrar” os seus compromissos.

O Evergrande enfrentou novo prazo esta quinta-feira para cumprir o pagamento de 83,5 milhões de dólares, em juros, sobre obrigações emitidas em dólares norte-americanos.

Incapaz de obter empréstimos nos mercados financeiros e com falta de liquidez, o grupo tentou reembolsar alguns destes credores com lugares de estacionamento e imóveis inacabados.

“Só com a recuperação plena e total das nossas obras, da nossa produção, das nossas vendas e das nossas operações é que poderemos garantir os direitos e interesses dos proprietários dos apartamentos e garantir o pagamento aos investidores”, apontou Xu Jiayin, de acordo com o jornal de notícias financeiras China Securities Journal. O Governo chinês não indicou ainda se pretende ou não intervir a favor do conglomerado privado.

23 Set 2021

H5N6 | Detectado caso de infecção em Guangdong

Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) receberam informações das autoridades de Guangdong quanto ao registo de um caso de infecção humana pela gripe aviária de H5N6. Trata-se de um homem de 53 anos que é residente da Aldeia Nova de Dongpu, Yangwu, da Vila de Dalingshan, da cidade de Dongguan, pertencente a Guangdong.

Segundo uma nota de imprensa, o homem começou a ter febre, dores de cabeça e tonturas a 13 de Setembro, tendo-se deslocado ao hospital no dia 18. No dia seguinte o homem começou a ter dificuldades em respirar e teve de ser ligado a um ventilador. O internamento numa unidade de cuidados intensivos aconteceu esta terça-feira. “As amostras de expectoração foram testadas pelo laboratório com o resultado positivo para o vírus da gripe aviária H5N6”, aponta a mesma nota, sendo que “o estado do doente é ainda grave”.

Antes da ocorrência dos sintomas, o doente apresentou um historial de exposição a pássaros selvagens e aves domésticas. Os SSM apelam aos residentes para que evitem o contacto com aves, além de terem atenção aos cuidados de higiene individual e alimentar. Desde 2014 que foram registados vários casos confirmados de infecção humana pela gripe aviária H5N6 nas províncias de Sichuan, Guangdong, Yunnan, Hubei, Hunan, Anhui, Região Autónoma da Etnia Zhuang de Guangxi e Jiangsu.

23 Set 2021

Auto-suficiência tecnológica vai abrandar crescimento económico da China, diz Câmara de Comércio da UE

A campanha do Partido Comunista Chinês (PCC) para aumentar o controlo sobre indústrias chinesas e reduzir a dependência de tecnologia estrangeira está a afetar o crescimento económico do país, alertou hoje um grupo empresarial europeu.

A Câmara de Comércio da União Europeia (UE) na China apelou a Pequim para reverter o curso e abrir mais os setores de mercado dominados pelo Estado.

O relatório acrescentou advertências sobre os custos da estratégia de Pequim, numa altura em que o ritmo de crescimento económico está a abrandar e a população chinesa a envelhecer, preconizando o fim de uma era de altas taxas de crescimento.

Os planos do PCC estão também a abalar as relações com Washington e vários países europeus, que acusam a China de violar os seus compromissos comerciais, de maior abertura do mercado, aquando da sua adesão à Organização Mundial do Comércio.

O grupo empresarial europeu alertou que a China corre o risco de sufocar a inovação, ao aumentar as restrições e controlos sobre o emergente setor digital e outras empresas do setor privado, e ao tentar nutrir firmas domésticas para produzir ‘chips’ de processador e outras tecnologias que importa atualmente dos Estados Unidos, Europa e Japão.

Pequim está a estimular os bancos, fabricantes e empresas do setor dos serviços a usar tecnologia chinesa, mesmo quando as alternativas estrangeiras são mais eficazes.

“Vemos que, na verdade, eles estão dispostos a sacrificar o potencial de crescimento para, francamente, aumentar o controlo económico e político”, disse o presidente da Câmara, Joerg Wuttke, aos jornalistas.

Caso o país asiático adotasse reformas integrais de mercado, a produção económica da China por pessoa poderia aumentar até 3,5 vezes, ao longo dos próximos 25 anos, estimou a mesma fonte. “A China corre o risco de ficar abaixo do seu potencial”, disse Wuttke.

A Câmara citou uma estimativa do Fundo Monetário Internacional, de que o nível de produtividade da China é de apenas 30%, quando comparado aos níveis dos Estados Unidos, Japão ou Alemanha.

A Câmara apelou a Pequim para abrir os setores das telecomunicações, finanças e outros dominados pelo Estado, e fez 930 recomendações, incluindo um apelo aos reguladores para esclarecer a campanha regulatória no setor da Internet. O país asiático deve “aumentar a integração na economia global e afastar-se da ‘auto-suficiência’”, apontou-se no relatório.

A economia chinesa deve crescer 8,5% este ano, à medida que se recupera da pandemia do novo coronavírus. Mas o crescimento deve cair abaixo dos 5%, após 2025, numa altura em que uma população envelhecida exigirá mais gastos com o bem-estar social.

A Câmara, que representa cerca de 1.700 empresas europeias na China, também apelou a Pequim para permitir a entrada de mais empresários estrangeiros e outros visitantes.

Alguns funcionários considerados essenciais pelas suas empresas ficaram retidos no exterior, quando Pequim suspendeu as viagens, no início de 2020, devido à pandemia da covid-19.

O último censo da China apurou que há apenas 845.697 estrangeiros a viver no país mais populoso do mundo, ou 0,06% do total de 1,4 mil milhões de habitantes.

Wuttke afirmou que aquela poderá ser a menor percentagem entre todos os países do mundo.

O número de residentes estrangeiros em Pequim e Xangai, cidades com uma população combinada de 45 milhões de pessoas, caiu 60%, de 2019, para 127.000, no ano passado.

23 Set 2021

Um dos maiores accionistas da Evergrande anuncia que vai vender participação

A firma de investimento imobiliário Chinese Estates, a principal accionista do grupo Evergrande, anunciou hoje planos para alienar a sua participação na empresa, devido à sua débil situação financeira actual.

Em comunicado, enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, a Chinese Estates explicou que o Conselho de Administração está “preocupado” com os últimos dados fornecidos pela Evergrande sobre a sua liquidez e com as “possíveis consequências”, caso as medidas anunciadas para remediar a situação “não possam ser aplicadas de forma eficaz”.

A Chinese Estates é um dos principais investidores corporativos da Evergrande. Em final do mês passado, a sua participação era de 5,66%.

Desde então, vendeu quase 109 milhões de ações, representando cerca de 0,82% da participação na Evergrande, por um total de 246,5 milhões de dólares de Hong Kong.

Depois de consultar os accionistas, a empresa tem agora um máximo de 12 meses para se desfazer do restante da sua participação.

As acções da Evergrande desvalorizaram cerca de 80% desde o início do ano. Se conseguir vender toda a sua participação na Evergrande, a Chinese Estates estima um prejuízo de 9.486 milhões de dólares de Hong Kong no ano corrente.

Considerada a imobiliária mais endividada do mundo, a Evergrande tem graves problemas de liquidez e está em risco de entrar em incumprimento.

Hoje é um dia chave para o grupo, uma vez que expira o prazo para pagar cerca de 84 milhões de dólares correspondentes aos juros de algumas obrigações emitidas em dólares, aos quais se juntam, no próximo dia 29, outros 47,5 milhões de dólares.

Analistas afastam crise

Os analistas contactados pela Lusa descartam que se possa comparar o caso da chinesa Evergrande à queda do banco norte-americano Lehman Brothers, que marcou o início do último grande sismo financeiro, afastando uma crise mundial.

O analista do banco BIG João Lampreia disse que considerar esta situação “um momento Lehman Brothers não faz sentido”, ainda que a empresa Evergrande seja das maiores construtoras e imobiliárias da China.

A menção ao Lehman Brothers recorda a queda deste banco de investimento dos EUA em 2008, uma das instituições financeiras mais prestigiadas de Wall Street, que sucumbiu aos créditos imobiliários sem qualidade ou de qualidade fraca, os designados ‘subprime’. A sua falência precipitou a economia internacional em 2008 na pior crise financeira desde 1929, seguida de uma crise económica.

O analista estimou que haja perdas, sobretudo para accionistas e obrigacionistas da Evergrande, mas que tal já não é novidade para os mercados, que já o antecipavam. Além disso, o mercado imobiliário e o mercado financeiro tinham um nível de entrecruzamento nos Estados Unidos que não se compara com o que se passa na China, pelo que o impacto desta empresa não será o mesmo.

Contudo, afirmou, este caso demonstra como o abrandamento da economia chinesa representa um risco para o mundo, mas que também houve aqui um oportunismo dos mercados para corrigirem riscos excessivos.

Estimou ainda que, a médio e longo prazo, possa ter efeitos benéficos na economia, pois é provável que o Governo de Xi Jinping reverta a política de contração iniciada no início do ano e que para conter riscos mais graves dê como resposta uma política monetária mais favorável aos activos chineses.

Também o mercado imobiliário chinês, disse, não deverá rebentar, pois, apesar de relatos de cidades fantasma, nas grandes cidades há um grave problema de oferta para a elevada procura. Além disso, os 300 mil milhões de dólares de dívida da Evergrande representam só 2% do total do crédito imobiliário na China.

Segundo Eduardo Silva, analista da XTB, os mercados ficaram nervosos com a informação de que o Governo chinês não estaria disponível para resgatar a empresa e preocupados com o efeito sistémico deste conglomerado da segunda maior economia do mundo. Contudo, disse acreditar que haverá ajudas indiretas, que o executivo chinês irá arranjar maneira de intervir na sombra.

Ainda assim, afirmou, qualquer “tipo de solução arrasta problemas para alguém, que terão de assumir perdas”, mas afastou uma crise mundial decorrente da Evergrande.

Também Ricardo Evangelista, analista da ActivTrades, considerou que a Evergrande “não é outro Lehman Brothers, nem nada que se pareça”, que a dívida emitida pela empresa é detida, sobretudo, por empresas chinesas e investidores chineses e que haverá medidas de menorização dos danos.

Sobre as consequências, considerou que no imediato o principal efeito poderá ser de alguma desaceleração da economia chinesa, poderá diminuir a confiança dos agentes económicos (por exemplo, reduzindo a compra de casas), mas que em poucos meses estarão ultrapassados os seus efeitos.

Depois do sobressalto nas bolsas de segunda-feira, esta quarta-feira já estiveram mais calmas, considerando mesmo Ricardo Evagelista que muita da ansiedade nos mercados se terá devido à expectativa face ao que a Reserva Federal dos EUA (Fed) iria anunciar.

Das casas ao futebol

Evergrande, o maior promotor imobiliário da China, assegura estar presente em mais de 280 cidades, empregar 200 mil pessoas e gerar indiretamente 3,8 milhões de empregos. A empresa cresceu graças ao fácil acesso a crédito na China e à especulação imobiliária.

Desde há uma dezena de anos que o grupo se diversificou e multiplicou as aquisições. Possui um clube de futebol, o Guangzhou FC (ex-Guangzhou Evergrande), que é treinado pelo italiano campeão do mundo Fabio Cannavaro.

Está também presente no florescente mercado do alimentar a água mineral, com a sua marca Evergrande Spring, e sonha abrir parques de diversão “ainda maiores” do que a Disney, bem como investir no turismo, internet e digital, seguros e saúde. Estas elevadas despesas foram financiadas por créditos negociados por Xu Jiayinn, o fundador da Evergrande que se tornou a quinta maior fortuna da China.

Em 2020, o Governo chinês tomou medidas severas dirigidas aos promotores imobiliários, para os obrigar a reduzir o endividamento. Agora, é-lhes interdito pré-vender bens imobiliários antes que a construção esteja terminada, um sistema que representava uma parte importante do modelo económico da Evergrande.

O grupo perdeu a capacidade de reembolsar os empréstimos contraídos, pondo em causa o reembolso de dois empréstimos. Perante os receios, muitos clientes pequenos que detêm dívida da Evergrande foram, nos últimos dias, a escritórios da empresa pedir para ser devolvido o seu dinheiro. A situação do grupo pôs as atenções na intervenção do Governo chinês.

23 Set 2021

Cerca de 8.000 pessoas em Myanmar forçadas a fugir após ataques de exército

A maioria dos 8.000 habitantes de uma pequena cidade birmanesa perto da fronteira com a Índia foram forçados a fugir após ataques de artilharia pelo exército terem destruído cerca de 20 casas e causado o caos.

Segundo os meios de comunicação locais, os residentes da pequena cidade de Thantlang no estado de Chin fugiram após a cidade ter sido completamente devastada durante o fim de semana por ataques a edifícios civis pelo exército, que tomou o poder num golpe de Estado a 01 de fevereiro, informou o site Myanmar Now.

Imagens divulgadas nos últimos dias pelos media locais mostram uma cidade devastada onde pelo menos dezanove casas foram destruídas em ataques de artilharia no sábado em Thantlang, ao mesmo tempo que eclodiram confrontos entre os grupos de defesa militar e civil na cidade vizinha de Hakha.

Segundo a imprensa local, milhares dos que fugiram atravessaram a fronteira para o estado indiano de Mizoram por medo de represálias da junta militar especialmente depois dos soldados terem morto um pastor cristão que saiu para apagar um incêndio numa casa incendiada pela artilharia.

Em resposta, o jornal pró-governamental Global New Light of Myanmar disse quarta-feira que a morte do pastor está sob investigação e justificou os ataques como uma emboscada por uma centena de “terroristas” contra os soldados.

De acordo com o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA), mais de 206.000 pessoas foram deslocadas pelo conflito desde o golpe de fevereiro e três milhões de pessoas necessitam de assistência no país.

23 Set 2021

Próxima viagem tripulada à estação espacial vai incluir uma mulher

A próxima missão espacial tripulada da China, programada para Outubro, e que visa prosseguir com a construção da estação espacial do país, vai incluir uma mulher, anunciou ontem a imprensa local.
A nave espacial Shenzhou-13 vai transportar um grupo de astronautas para a estação espacial Tiangong (“Palácio Celestial”). Alguns órgãos de comunicação chineses indicaram que o Shenzou-13 vai partir em 3 de Outubro.
O portal de ciências Quwei Tansuo, citado por diversos meios de comunicação, revelou que haverá uma astronauta entre a tripulação, e que será Wang Yaping, que já integrou a expedição Shenzhou-10, em 2013.
Wang foi a segunda mulher chinesa a viajar para o espaço, depois de Liu Yang, a primeira a fazê-lo, em 2012.
De acordo com Huang Weifen, coordenador sénior da agência chinesa dedicada às missões espaciais tripuladas, a próxima tripulação vai ter três objectivos: verificar a sustentabilidade de longas estadias, realizar caminhadas espaciais para testar fatos espaciais e braços robóticos, e a realização de experiências científicas em órbita.
A tripulação vai passar seis meses no espaço, o dobro do tempo passado pela tripulação anterior.

Regresso a casa
Na semana passada, a nave espacial Shenzhou-12, que significa “nave divina”, voltou à Terra, com três astronautas a bordo: Nie Haisheng, Liu Boming e Tang Hongbo. Estes passaram 90 dias na estação espacial.
Actualmente, os astronautas estão em quarentena e a ser submetidos a exames médicos, após a sua permanência fora da Terra.
A estação espacial deverá estar operacional no próximo ano, para orbitar a Terra a uma altitude entre 340 e 450 quilómetros.

23 Set 2021

FIMM | Espectáculo gravado de Cuca Roseta integra cartaz 

A edição deste ano do Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) vai contar com um espectáculo gravado da fadista portuguesa Cuca Roseta. Segundo uma nota de imprensa, o espectáculo “Fado em Grande Ecrã: MEU de Cuca Roseta” integra a iniciativa “Fim de Semana FIMM-tástico: Noites com Música e Filmes”, que se realiza durante três noites consecutivas na Praça do Tap Siac. O espectáculo será transmitido a 30 de Outubro entre as 17h e 22h.

Esta iniciativa inclui ainda as exibições “Orquestra Sinfónica de Londres com Sir Simon Rattle em Grande Ecrã” e “Na Trilha Sonora de – Edição Especial”, bem como o filme “Cinema Silencioso – Rockfield: A Fazenda do Rock”, transmitido dia 31 de Outubro, e “Willy Wonka e a Fábrica de Chocolate”.

A pianista Chen Sa é outro dos nomes confirmados para a edição deste ano, sendo que o seu recital de piano abre o festival. A pianista apresenta Sonatas para Piano de Beethoven e breves peças de Robert Schumann, “oferecendo uma interpretação única de várias obras-primas do Classicismo e do Romantismo, com a sua técnica sofisticada e delicada”, descreve o Instituto Cultural.

O FIMM traz também um espectáculo protagonizado pela Orquestra de Macau em colaboração com Liu Ming, violinista. Além disso, a Orquestra Chinesa de Macau, em associação com a violinista Xie Nan e a executante de guzheng, Su Chang, irá apresentar o concerto “Ligação Musical Este-Oeste”, interpretando o Concerto para Violino The Butterfly Lovers, o Concerto para Guzheng Ru Shi e a peça com características musicais tipicamente sulistas The Sisters’ Islands.

O cartaz oferece ainda o concerto “O Contemporâneo e a Tradição – Agrupamento de Música Cantonense”, além de mostrar a música da etnia Dong, da província de Guizhou, no Largo da Companhia de Jesus. Os bilhetes para o FIMM estão à venda a partir de sábado.

21 Set 2021

Receitas da hotelaria caem 66,2 por cento em 2020

Em 2020, o sector hoteleiro de Macau registou receitas de 12,93 mil milhões de patacas, uma descida de 66,2 por cento relativamente a 2019. De acordo com dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a queda ficou a dever-se à baixa taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes (28,6 por cento), que resultou da pandemia de covid-19.

Dado que as despesas (22,22 mil milhões) foram superiores às receitas, revela a DSEC, o excedente bruto dos hotéis e pensões teve um défice de 9,36 mil milhões de patacas. Por seu turno, o valor acrescentado bruto, que reflecte o contributo económico do sector, fixou-se em 2,18 mil milhões de patacas, ou seja, menos 88,8 por cento, face a 2019.

Em termos da classificação dos hotéis, observou-se que as receitas dos 36 hotéis de 5 estrelas foram de 10,03 mil milhões de patacas, isto é, menos 66,7 por cento, face a 2019. O excedente bruto destes estabelecimentos teve um défice de 7,85 mil milhões de patacas. Além disso, as receitas e despesas dos hotéis das restantes estrelas diminuíram em relação a 2019, tendo registado diferentes níveis de prejuízos.

Em 2020 existiam 124 hotéis e pensões abertos ao público, mais dois do que em 2019 e o pessoal ao serviço totalizou 42.672 indivíduos, menos 9.181.

20 Set 2021

“The Crown” é a grande vencedora dos Emmys

A série da Netflix “The Crown” foi a grande vencedora da 73.ª edição dos Prémios Emmy, levando pela primeira vez a estatueta de Melhor Série Dramática e dominando por completo a categoria na maior noite da televisão.

“Estou sem palavras”, disse o produtor executivo de “The Crown”, Peter Morgan, no discurso de vitória do Emmy para série dramática do ano, que foi entregue no fim da cerimónia, na madrugada desta segunda-feira em Los Angeles.

Olivia Colman, que já tinha vencido o Emmy de Melhor Actriz em Série Dramática pelo seu papel de Rainha Isabel II, mostrou-se surpreendida pelo domínio absoluto da série, agora na quarta temporada, e a sua própria vitória. “Teria apostado dinheiro em como isto não aconteceria”, afirmou.

Nas nove principais categorias de Série Dramática, “The Crown” venceu oito. Além de série do ano e Melhor Actriz, deu a Josh O’Connor o Emmy de Melhor Actor, pelo papel de Príncipe Carlos, distingiu Tobias Menzies como Melhor Actor Secundário pelo papel de Príncipe Filipe de Edimburgo e corou Gillian Anderson como Melhor Actriz Secundária, por interpretar Margaret Thatcher.

A série também recebeu o prémio de Melhor Escrita para Série Dramática, para Peter Morgan, e distingiu a realizadora Jessica Hobbs pelo episódio “War”, com o Emmy de Melhor Realização.

Kate Winslet vence prémio

A outra grande vencedora da noite foi a nova série da Apple TV+, “Ted Lasso”, premiada como Melhor Série de Comédia contra títulos como “Black-ish”, “Emily em Paris” e “The Kominsky Method”.

A produção, que conseguira vinte nomeações, levou igualmente os principais prémios de representação: o protagonista Jason Sudeikis foi Melhor Actor, Brett Goldstein foi Melhor Actor Secundário e Hannah Waddingham venceu o Emmy de Melhor Actriz Secundária.

A também nova comédia da HBO, “Hacks”, conquistou várias distinções de peso. Jean Smart venceu o Emmy de Melhor Actriz e tanto os prémios de realização (Lucia Aniello) como escrita (Lucia Aniello, Paul W. Downs e Jen Statsky) foram para esta série.

Na categoria de minissérie, série de antologia ou filme os prémios foram divididos entre “O Gambito da Rainha”, que conquistou o título de Minissérie do Ano e Melhor Realização (Scott Frank) e “Mare of Easttown”, que levou quase tudo na representação. A produção da HBO deu a Kate Winslet o Emmy de Melhor Actriz, a Julianne Nicholson o prémio de Melhor Actriz Secundária e a Evan Peters o Emmy de Melhor Actor Secundário. ”The Handmaid’s Tale”, da Hulu, foi uma das grandes derrotadas. O drama tinha 21 indicações e desta vez não recebeu qualquer prémio.

20 Set 2021

Guterres considera que confronto entre EUA e China é “perigoso para o mundo”

O secretário-geral da ONU afirmou este domingo que um confronto entre os Estados Unidos e a China é “perigoso para o mundo” e que, apesar das diferenças, há áreas onde podem ser alcançados acordos que levem a cooperação.

Em entrevista à cadeia televisiva CNN, António Guterres disse também estar preocupado com a divisão que existe entre países relativamente às vacinas, em vésperas da assembleia-geral da ONU, que começa na segunda-feira e que previsivelmente terá entre os seus principais focos de interesse a resposta à pandemia.

“Temos duas divisões em relação às vacinas: a primeira [refere-se ao facto de que] o norte” tomou conta da sua população, “esquecendo-se do sul, e o sul acha que isso é terrivelmente injusto, o que aumenta a desconfiança em relação ao norte”, considerou.

Depois, há a divisão entre os EUA e a China. “Desde o início [da pandemia] falei com ambas as partes. E, como já disse, há áreas onde não é possível um acordo, em que a confrontação é inevitável e os direitos humanos são uma delas” e não é fácil ir além dessas diferenças, prosseguiu.

“Mas há uma área em que deveria haver uma cooperação efetiva, como é o caso das alterações climáticas, e há outras em que acredito que é necessária uma negociação séria”, defendeu António Guterres, para sair do cenário atual de dois países “totalmente” em confrontação, algo que é “perigoso para o mundo”.

Acrescentou que existem dois cenários opostos em várias questões como duas moedas dominantes, duas versões de inteligência artificial (IA), o mundo digital, duas estratégias militares em conflito, duas estratégias globais diferentes.

“Acho que temos que evitar outra guerra fria. A velha guerra fria era mais fácil de lidar, agora é mais complexo”, considerou António Guterres.

O secretário-geral da ONU referiu que duas áreas onde poderia haver essa negociação são a tecnologia e o comércio, o que criaria “um ambiente de cooperação” que poderia levar a eventuais outros acordos.

Também disse que a situação para os países é mais ameaçadora com as variantes que surgiram da covid-19.

“A variante delta foi uma lição para muitos, incluindo os EUA”, apontou, referindo tratar-se de uma lição em que é preciso agir rapidamente.

“Com o impacto que temos visto na economia global, é algo que temos de evitar a qualquer custo e acredito que nas próximas duas semanas veremos avanços”. afirmou, considerando que, embora haja alguns sinais de cooperação nos esforços para enfrentar a pandemia, que os países deveriam ter-se reunido antes com este propósito.

“Sejamos claros: estes esforços chegam um pouco tarde. A realidade aqui é que a comunidade internacional não se sentou à mesma mesa”, apontou Guterres.

Argumentou que existem “estratégias diferentes de países diferentes”, o que tem conduzido a uma situação “totalmente inaceitável”, de desigualdade com países como o seu – Portugal – com mais de 80% da população vacinada, enquanto nos países de África menos de 2% tiveram acesso a inoculações.

20 Set 2021

Nova aliança dos EUA na Ásia-Pacífico pode levar a “corrida às armas nucleares”, avisa Coreia do Norte

A nova aliança dos Estados Unidos na região da Ásia-Pacífico e a recente compra de submarinos norte-americanos por parte da Austrália pode desencadear uma “corrida às armas nucleares” na região, avisou hoje a Coreia do Norte.

Os EUA, a Austrália e o Reino Unido anunciaram uma parceria estratégica para combater a China (AUKUS), na quarta-feira, incluindo o fornecimento de submarinos norte-americanos movidos a energia nuclear a Camberra, depois de a decisão da Austrália cancelar um contrato para a compra de submarinos franceses a favor de navios norte-americanos que provocou a indignação em Paris.

O pacto AUKUS (iniciais em inglês dos três países anglo-saxónicos) tem como objetivo reforçar a cooperação trilateral em tecnologias avançadas de defesa, como a inteligência artificial, sistemas submarinos e vigilância a longa distância.

O chefe do Governo australiano declarou, em várias entrevistas, que o seu Governo estava a responder à situação atual na região da Ásia-Pacífico, onde os territórios são cada vez mais disputados e onde a rivalidade se intensifica.

“É um movimento extremamente indesejável e perigoso que irá perturbar o equilíbrio estratégico na região da Ásia-Pacífico e desencadear uma corrida às armas nucleares”, disse a agência noticiosa estatal da Coreia do Norte KCNA, citando um funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros norte-coreano.

“Isto mostra que os Estados Unidos são o principal culpado que põe em perigo o sistema internacional de não-proliferação nuclear”, acrescentou.

Na quarta-feira, o lançamento ao mar de dois mísseis balísticos norte-coreanos foi seguido, em poucas horas, pelo lançamento de um míssil balístico de um submarino pela Coreia do Sul, que se tornou no sétimo país do mundo a dispor desta tecnologia avançada.

Washington, aliado de Seul, “condenou” imediatamente os lançamentos de Pyongyang, que foram efetuados “em violação de várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU” e que representam “uma ameaça para os vizinhos”.

A Coreia do Norte está sujeita a múltiplas sanções internacionais devido aos seus programas nucleares e de mísseis balísticos.

As conversações nucleares com Washington foram suspensas desde a fracassada cimeira de Hanói, em fevereiro de 2019, entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o então Presidente dos EUA Donald Trump.

20 Set 2021

Apenas um candidato pró-democracia eleito para Comissão Eleitoral de Hong Kong

Um dos dois candidatos vistos como simpatizantes da oposição pró-democracia de Hong Kong, que se candidataram a integrar a Comissão Eleitoral da cidade no domingo, ganhou um lugar entre 1.500, noticiou hoje o South China Morning Post.

De acordo com o jornal de Hong Kong, o candidato Tik Chi-yuen ganhou o lugar com um pouco de sorte, uma vez que empatou com dois outros candidatos na votação, restando apenas dois lugares para serem atribuídos. Os três tiveram de fazer sorteio, e Tik, 63 anos, ganhou um dos lugares disponíveis.

“Pelo menos ainda há algum espaço para nós”, comentou o candidato eleito. “Não importa se há um ou dois de nós. Vale a pena participar, desde que possamos representar os pensamentos íntimos de alguns ‘hongkongers’ e as suas opiniões”, afirmou.

“A afluência tem sido inesperadamente elevada, mas a lógica tradicional de que uma afluência elevada pode beneficiar os democratas não se aplica desta vez”, disse Tik, um antigo membro do Partido Democrata que agora dirige o partido centrista Third Way. A afluência às urnas foi de quase 90% dos 4.889 habitantes de Hong Kong que foram às urnas no domingo.

Todos os candidatos tiveram de passar por um processo de veto em agosto passado, um dos requisitos da reforma eleitoral e que, de acordo com os sectores pró-democracia, procura tornar mais difícil o acesso da oposição de Hong Kong ao poder.

Esta mesma lei significou que a Comissão Eleitoral foi alargada de 1.200 para 1.500 lugares, dos quais 364 foram eleitos este domingo por sufrágio restrito, uma vez que os restantes já estão ocupados por nomeação direta ou por votos em que não houve oposição.

As funções da Comissão Eleitoral são votar em candidatos previamente selecionados pelo Governo chinês para chefiar o executivo local, nomear candidatos para o Conselho Legislativo (o parlamento local), e selecionar até 40 membros para lugares na legislatura de 90 lugares, dos quais os habitantes de Hong Kong poderão eleger 20 por sufrágio direto.

As eleições para o Conselho Legislativo de Hong Kong, nas quais a Comissão Eleitoral reformada terá uma grande influência, estão agendadas para 19 de dezembro, enquanto as do chefe do executivo estão marcadas para 27 de março de 2022.

20 Set 2021

Manny Pacquiao anuncia candidatura às presidenciais de 2022 nas Filipinas

O ícone do boxe filipino e senador Manny Pacquiao anunciou ontem a sua candidatura à presidência nas eleições de 2022. Pacquiao aceitou a nomeação do seu partido PDP-Laban durante a sua convenção nacional, comprometendo-se a servir honestamente o povo filipino que, segundo ele, tem estado à espera de uma mudança de governo.

“Sou um lutador e serei sempre um lutador, dentro e fora do ringue”, disse Pacquioo, 42 anos, no seu discurso. “Em nome dos nossos compatriotas, que há muito desejam a mudança certa de governo, espero de todo o coração, corajosamente e humildemente, o vosso apoio”, acrescentou.

Pacquiao é o presidente da fação PDP-Laban, que lidera, juntamente com o senador Aquilino “Koko” Pimentel III.

Outra facção do partido nomeou, no início deste mês, o Presidente Rodrigo Duterte como seu candidato a vice-presidente, e o antigo assessor de Duterte, o senador Bong Go, como seu candidato a presidente.

Duterte, que está proibido pela constituição de procurar um segundo mandato de seis anos, aceitou a nomeação, mas Go recusou-se a candidatar-se à presidência.

Duterte liderou uma campanha brutal contra as drogas ilegais, e disse, na semana passada, que preferia “morrer primeiro” antes de enfrentar um tribunal internacional, um dia depois do Tribunal Penal Internacional ter anunciado que iria investigar alegações de crimes contra a humanidade relacionados com a repressão que deixou milhares de mortos.

20 Set 2021

Hong Kong elege novo comité eleitoral “reservado aos patriotas”

A elite política de Hong Kong designou este domingo um comité que escolherá o próximo líder da cidade e quase metade do corpo legislativo, no quadro de um novo sistema “reservado aos patriotas”.

“Trata-se de uma eleição importante ainda que o número de pessoas que podem participar não seja elevado”, declarou à imprensa a atual dirigente de Hong Kong, Carrie Lam, adiantando que o novo sistema garantirá que os “criadores de problemas anti-chineses” não possam “criar obstáculos” ao governo.

Cerca de 4.800 cidadãos de Hong Kong estavam autorizados a votar para o comité eleitoral, cerca de 0,06% dos 7,5 milhões de habitantes da cidade e menos que os 6.000 polícias destacados para evitar manifestações ou perturbações durante a votação. Segundo as autoridades, votaram 86% dos eleitores. Em 2016, antes da reforma, cerca de 233.000 cidadãos de Hong Kong puderam votar.

Este é o primeiro escrutínio no quadro de um novo sistema em que todas as pessoas que concorrem a um cargo público devem ser verificadas quanto à lealdade política e certificadas de que não representam uma ameaça à segurança nacional.

Em dezembro, o comité designará 40 dos 90 lugares do conselho legislativo da cidade – 30 serão escolhidos por grupos de interesses especiais e apenas 20 dão eleitos diretamente. No próximo ano, escolherá o novo dirigente de Hong Kong, aprovado pela China.

Pequim insiste que o novo sistema político é mais representativo e que permitirá evitar que elementos “anti-chineses” acedam ao poder. Os seus críticos afirmam que não deixa espaço à oposição pró-democrática e que faz de Hong Kong “um espelho” da China continental autoritária liderada pelo Partido Comunista.

20 Set 2021

China pede à Rússia, Irão e Paquistão trabalho conjunto no Afeganistão

O ministro dos Negócios Estrangeiros da China pediu sexta-feira aos homólogos da Rússia, Irão e Paquistão que adoptem uma “voz comum” para enviar um “sinal claro e coerente” que promova uma “transição suave” no Afeganistão.

“O Afeganistão atravessa um período crítico para passar do caos à estabilidade governativa”, apontou Wang Yi, durante uma reunião com os seus homólogos, em Duchambé.

“A guerra acabou, mas a nova estrutura política afegã ainda não foi estabelecida. Existem conflitos intrincados, de natureza étnica e religiosa, e há incertezas sobre o seu desenvolvimento”, acrescentou.

O diplomata sugeriu aos representantes da Rússia, Irão e Paquistão que reforcem a comunicação e exerçam uma “influência positiva” e desempenhem um papel construtivo no Afeganistão.

“Um governo foi estabelecido no Afeganistão, mas ainda não acabou de formular as suas políticas internas e externas. Devemos respeitar a soberania, independência e integridade afegãs, mas também devemos orientá-los para formar uma estrutura política inclusiva, com políticas moderadas”, apontou Wang.

O representante chinês ressaltou que estas políticas devem “respeitar os direitos básicos das minorias étnicas, mulheres e crianças”, numa referência à ascensão dos Talibã ao poder, cujo regime anterior – entre 1996 a 2001 – relegava o papel das mulheres a uma interpretação restrita do Islão, proibindo-as de trabalhar ou ir à escola.

Linhas claras

“Devemos também pedir aos Estados Unidos que honrem os seus compromissos. Devemos trabalhar com outros países para exigir que Washington aprenda com os seus erros e forneça ajuda económica e humanitária ao Afeganistão”, acrescentou o ministro chinês.

Wang Yi também enfatizou a importância de prevenir que forças terroristas se alastrem pela região, apontando que os talibãs se comprometeram “repetidamente” com aquela tarefa.

“Disseram que não vão permitir que nenhuma força use o território afegão para prejudicar os interesses de segurança dos países vizinhos”, observou.

“Esperamos que o novo regime afegão honre este compromisso e estabeleça uma linha clara contra as forças terroristas, especialmente aquelas que visam os países vizinhos”, destacou.

Wang assegurou que, a longo prazo, os quatro países devem ajudar o Afeganistão a integrar-se nos mecanismos de cooperação regional, para que o país possa criar as suas próprias capacidades de desenvolvimento.

“Tolerância, contra-terrorismo, boa vizinhança. Estes são os três pontos mais importantes para que o Afeganistão avance a longo prazo e para que o resto dos países da região salvaguardem os seus legítimos interesses”, acrescentou.

O encontro foi realizado na véspera da cimeira entre os líderes dos oito países membros da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), em Duchambé, e que abordará a crise no Afeganistão.

A SCO inclui a Índia, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Rússia, Tajiquistão, China e Uzbequistão e tem também quatro países observadores: Afeganistão, Bielorrússia, Irão e Mongólia.

20 Set 2021

Astronautas chineses deixam estação espacial e regressam à Terra após 90 dias

Três astronautas chineses que passaram 90 dias na estação espacial da China iniciaram ontem o regresso à Terra, informou a agência espacial do país. Nie Haisheng, Liu Boming e Tang Hongbo abandonaram a estação espacial às 8h56 da manhã e embarcaram na nave espacial Shenzhou-12.

A emissora estatal CCTV transmitiu imagens dos astronautas a segurar pacotes, dentro da nave espacial, que deve cair hoje de paraquedas no deserto de Gobi, perto do centro de lançamento de Jiuquan. Os três astronautas estabeleceram um novo recorde do país asiático, de mais tempo passado no espaço.

Após o lançamento, em 17 de Junho, o comandante da missão Nie e os astronautas Liu e Tang fizeram duas caminhadas espaciais, implantaram um braço mecânico de 10 metros e realizaram uma videochamada com o Presidente chinês, Xi Jinping.

Antes de abandonar a estação espacial, os astronautas chineses recolheram os dados das suas experiências e garantiram que a estação vai continuar a ser operada sem tripulação, informou a televisão estatal CCTV.

Retorno a casa

A viagem de regresso deve levar pelo menos 30 horas, disse a CCTV. Antes de partir, Nie e os seus colegas expressaram agradecimento pelo “apoio e dedicação ininterruptos de todos os funcionários”.

Quatro exercícios foram realizados no local de pouso em Dongfeng, na região da Mongólia Interior, norte da China, para garantir o retorno seguro da tripulação.

Embora poucos detalhes tenham sido divulgados pela agência espacial da China, espera-se que outras equipas de astronautas sejam levadas em missões de 90 dias à estação nos próximos dois anos, visando tornar a infraestrutura totalmente funcional. O Governo chinês não anunciou ainda os nomes do próximo grupo de astronautas nem a data de lançamento do Shenzhou-13.

A China enviou para o espaço 14 astronautas desde 2003, quando se tornou o terceiro país, depois da antiga União Soviética e dos Estados Unidos, a fazê-lo por conta própria. Após ser concluída com o acrescento de mais dois módulos, a estação pesará cerca de 66 toneladas, uma fracção do tamanho da Estação Espacial Internacional, que lançou o seu primeiro módulo, em 1998, e pesará cerca de 450 toneladas quando estiver concluída.

18 Set 2021

China deteta 49 novos casos locais de covid-19, quase todos na província de Fujian

A China anunciou hoje ter identificado 80 novos casos de covid-19, dos quais 49 por contágio local, quase todos diagnosticados na província de Fujian, no sudeste do país. Entre os casos locais, apenas um foi contabilizado fora de Fujian, na província de Yunnan, no sudoeste da China.

O atual surto em Fujian foi identificado este fim de semana e afeta sobretudo as cidades de Putian e Xiamen.

Os restantes 31 casos positivos foram diagnosticados em viajantes oriundos do exterior no município de Xangai (leste) e nas províncias de Yunnan (sul), Guangdong (sudeste), Sichuan (centro), Zhejiang (leste) e Shandong (leste).

A Comissão de Saúde da China indicou que, até à meia-noite local, 40 pacientes tiveram alta, com o número total de infetados ativos na China continental a subir para 877, incluindo quatro em estado grave. A mesma fonte adiantou que o país somou 95.493 casos e 4.636 mortos desde o início da pandemia.

16 Set 2021

China diz ter vacinado 91% dos adolescentes contra a covid-19

O Governo chinês disse hoje ter vacinado contra o novo coronavírus 91% dos alunos entre os 12 e 17 anos e 95% dos alunos com mais de 18 anos, assim como professores e funcionários nas escolas.

O anúncio coincide com a informação divulgada também hoje pela imprensa oficial do país asiático, de que 40% dos 129 casos confirmados no recente surto na província de Fujian são crianças com menos de 12 anos.

Este surto surgiu, pela primeira vez, numa escola, depois de o pai de uma das crianças ter regressado de Singapura.

O pai testou positivo, após cumprir três semanas de quarentena, período durante o qual testou negativo para o vírus.

Ele terá infetado o filho antes que a infeção fosse detetada, de acordo com os dados provisórios anunciados pela Comissão Nacional de Saúde da China.

O menino acabou por transmitir o vírus a vários amigos, antes que o caso do pai fosse detetado. A doença posteriormente espalhou-se para pelo menos três outras escolas primárias e duas creches, de acordo com as autoridades locais.

Até 12 de setembro, a China tinha aplicado 2.150 milhões de doses de vacina anti-covid entre a sua população, assegurando uma média entre 10 e 15 milhões de doses por dia, desde que começou a acelerar o seu processo de vacinação, em abril.

Duas das principais vacinas chinesas já foram autorizadas para uso em crianças a partir dos três anos de idade, embora o processo ainda não tenha sido totalmente implementado em crianças com menos de 12 anos.

Em julho passado, a China começou a vacinar estudantes com idades entre os 12 e 17 anos e, desde então, a campanha intensificou-se, para prevenir infeções nas escolas.

Estima-se que a cobertura alcançada entre alunos e docentes seja muito superior à de todo o país, que no início de setembro se fixou em torno de 70%.

16 Set 2021