Internet | Ho Iat Seng quer ordem na informação disponível

O Chefe do Executivo afirmou ontem que “a Internet não é um sítio sem lei” e que não pode haver “liberdade sem ordem”, anunciando mudanças na cibersegurança no território. “A Internet não é um sítio sem lei e nada pode ser feito sem normas, não havendo liberdade sem ordem”, afirmou Ho Iat Seng, no China Internet Media Forum 2021.

O Chefe do Governo frisou ainda que “com evolução das tecnologias digitais, diferentes formas de difusão de conteúdos na Internet já penetraram no quotidiano das pessoas, tornando-se numa fonte importante de obtenção de informação”.

Por essa razão, o responsável defendeu a regulamentação e ordem da Internet, caso contrário vai inquietar e afectar a estabilidade da sociedade. “Além das possíveis irregularidades na difusão de informações pelos ‘media’ na Internet, vários órgãos governamentais ou empresas privadas em todo o mundo, incluindo Macau, sofreram ataques cibernéticos, o que fez soar o alerta da cibersegurança no território”, disse.

Por essa razão, Ho Iat Seng prometeu que o Executivo dá e continuará a dar “elevada importância à questão da cibersegurança”, adoptando “medidas de resposta para garantir que a segurança da sociedade de Macau e do país não sofre eventuais ameaças”.

26 Nov 2021

Pequim inaugura área experimental para veículos autónomos

O município de Pequim abriu ontem uma área experimental de cerca de 20 quilómetros quadrados para promover a circulação de veículos autónomos, que transportarão passageiros, informou a imprensa estatal.

A superfície inclui, no conjunto, 100 quilómetros de extensão de estradas e ruas, no sudeste da capital. A experiência dos passageiros ao andar nestes carros é semelhante a “apanhar um autocarro”, segundo a televisão oficial CCTV. Os veículos são operados pelas empresas Pony.ai e Baidu.

De acordo com Wang Shengnan, director de operações automotivas autónomas do Baidu, “colocar paragens em áreas com alto índice de acidentes” foi evitado e “a segurança dos passageiros é a prioridade”.

Em “qualquer tipo de acidente” envolvendo os veículos, a empresa licenciada vai ser “responsabilizada”, disse Teng Xuebei, representante da Pony.ai, citado pela imprensa local.

O director do gabinete oficial responsável pela área de testes, Jie Fei, explicou que esta zona foi escolhida pela sua “baixa densidade de tráfego”, mas os veículos autónomos devem “evitar circular nas horas de ponta da manhã e da tarde”. Os veículos devem anunciar “claramente” a sua natureza como carros de teste autónomos na sua carroçaria.

Plano b

Por enquanto, as empresas têm que designar um operador de segurança para se sentar ao volante e ficar atento à estrada, apesar de não conduzir, e somente quando tiverem “quilómetros de deslocamento autónomo acumulado” poderão prescindir do operador, disse Jie.

Durante a fase piloto, também vai ser oferecida uma tarifa reduzida, de modo que uma viagem que custaria cerca de 30 yuans está actualmente com um preço inferior a dois yuans. Outras cidades da China, como Xangai, lançaram circuitos piloto semelhantes para esta tecnologia.

26 Nov 2021

Covid-19 | Filipinas quer dar alimentos grátis à população para vacinar 15 milhões em três dias

O Presidente das Filipinas quer vacinar 15 milhões de pessoas contra a covid-19 em três dias com a ajuda do exército e polícia, e sugeriu a distribuição de alimentos gratuitos aos vacinados para convencer a população.

Num discurso transmitido na terça-feira à noite do palácio presidencial de Malacañang em Manila, Rodrigo Duterte pediu às autoridades locais que utilizem “todos os recursos necessários, especialmente recursos humanos” para estes dias nacionais de vacinação entre 29 de novembro e 01 de dezembro.

“Autorizo todos os governadores e presidentes de câmara. Gastar o dinheiro. Um dia, pagarei”, disse o Presidente, que incluiu a distribuição de alimentos gratuitos entre as recomendações para persuadir os mais relutantes em se vacinarem .

Esta operação sem precedentes no país vai exigir a participação de 160.000 voluntários para multiplicar por sete a taxa habitual de vacinação, que mal chega a 700.000 doses por dia, e para levar as doses para áreas remotas do arquipélago.

Duterte também disse que aqueles que não querem ser vacinados não devem ter acesso a restaurantes e hotéis “porque são um perigo para a saúde pública”.

Com uma população de mais de 100 milhões, 33,5 milhões de filipinos receberam até agora as doses completa das vacinas, incluindo três milhões de crianças com idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos.

Muitos filipinos estão relutantes em serem vacinados após a controvérsia de 2016 sobre uma vacina contra o dengue promovida pelo Governo, destinada a crianças, mas que mais tarde se descobriu aumentar o risco de sintomas graves em pacientes que não tinham tido a doença no passado.

Depois de manter um dos confinamentos mais longos e rigorosos do mundo em Manila, as autoridades aliviaram quase todas as restrições nos últimos meses, uma vez que o número de casos diminuiu.

As Filipinas são o segundo país mais afetado pelo novo coronavírus no Sudeste Asiático, depois da Indonésia, com 2,8 milhões de pessoas infetadas e 47.000 mortos.

25 Nov 2021

Portugal e Espanha candidatam documentos da viagem de Magalhães à memória da UNESCO

Portugal e Espanha apresentam até terça-feira uma candidatura conjunta de documentos singulares sobre a viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães ao Registo da Memória do Mundo da UNESCO, anunciou o Governo português.

O anúncio foi feito pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, durante uma conferência de imprensa que se seguiu a uma reunião da Comissão Nacional das Comemorações do V Centenário da Circum-Navegação, em Lisboa.

Aos jornalistas, o ministro sublinhou o trabalho realizado nos últimos dois anos para assinalar a primeira volta ao mundo (1519/1522), liderada por Fernão de Magalhães e concluída por Sebastian Elcano, apesar da covid-19, que afetou muitas das iniciativas, como a viagem do navio-escola Sagres, interrompida pela pandemia.

O ministro anunciou que Portugal e Espanha apresentam a candidatura à UNESCO até final deste mês, sublinhando uma particularidade: “É apresentado um conjunto de documentos (15) – o Diário de Pigafetta [cronista desta viagem], um relato indireto por Fernando de Oliveira [português] e 13 documentos que existem nos arquivos nacionais de Portugal e Espanha e que permitem compreender, também de outros pontos de vista, o significado absolutamente inaugural da viagem de circum-navegação”.

Neste registo, recordou Augusto Santos Silva, “estão inscritos documentos e conjuntos documentais portugueses, o mais conhecido dos quais é, merecidamente, a carta do achamento do Brasil (Pedro Vaz de Caminha)”.

Outros bens com participação portuguesa que constam deste registo são o Tratado de Tordesilhas, a Coleção Corpo Cronológico, os Arquivos dos Dembos, o relatório da primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul, por Gago Coutinho e Sacadura Cabral, o roteiro da primeira viagem de Vasco da Gama à Índia e os manuscritos do Comentário do Apocalipse (Beato de Liébana) na Tradição Ibérica.

Também o Codex Calixtinus da Catedral de Santiago de Compostela e outras cópias medievais do Liber Sancti Iacobi: As origens ibéricas da tradição Jacobeia na Europa, o livro de registo de vistos concedidos pelo cônsul de Portugal em Bordéus Aristides de Sousa Mendes e Chapas Sínicas – Registos Oficiais de Macau durante a Dinastia Qing (1693-1886).

Augusto Santos Silva destacou a singularidade do conjunto de documentos que será apresentado a esta candidatura e que inclui, por exemplo, a carta que o rei de Espanha dirige ao rei português, procurando explicar que o facto de ter promovido e financiado uma viagem às Molucas não significava nenhuma tentativa de embaraçar ou prejudicar os interesses da coroa portuguesa”.

“Esperamos que os outros 11 países percorridos pela viagem de circum-navegação se associem. Certamente que apoiarão esta candidatura”, referiu.

Segundo Augusto Santos Silva, estes são os últimos tempos antes da apresentação da candidatura, que termina na terça-feira. Para trás ficou a apresentação do documento às comissões nacionais de Portugal e Espanha.

O programa Memória do Mundo foi criado pela UNESCO em 1992 com o objetivo de proteger e promover o património documental mundial através da conservação e do acesso aos documentos.

As celebrações deste centenário vão passar pela publicação de resultados da investigação científica em curso: “Já publicámos este ano o livro que apresenta sistematicamente os roteiros e os relatos do primeiro século de domínio do estreito de Magalhães. Magalhães descobre a passagem do Atlântico Sul ao Pacífico e no século seguinte (século XVI) os diferentes pilotos e marinheiros vão desbravando esse estreito e aprendendo a dominá-lo”, afirmou o ministro.

“Os roteiros e relatos desse primeiro século de travessia do estreito de Magalhães foram objeto de investigação analítica e erudita da parte do historiador português Henrique Leitão e do investigador espanhol José María Morena”, referiu.

E acrescentou: “Esse trabalho já está editado e agora editaremos um segundo que é a primeira abordagem desse primeiro século de travessias do estreito de Magalhães, mas a partir das representações cartográficas, os mapas e os roteiros que foram sendo construídos para auxiliar os navegantes a atravessar o estreito”.

Prevista para os próximos dias está a publicação da “primeira tradução portuguesa, com os aparatos eruditos necessários, do texto canónico do diário de Pigafetta”, o cronista desta fantástica viagem.

“Desde 1999 que dispomos de um texto fixado filologicamente a partir das várias versões que existem dos diários de Pigafetta. Esse texto ainda não está traduzido em língua portuguesa, passará a estar, mercê do trabalho de estrutura de missão e da equipa científica dirigida pelo professor Henrique Leitão”.

Neste encontro com a comunicação social, o ministro destacou ainda outros projetos para o terceiro e último ano das comemorações do V centenário da viagem, como a organização da “grande exposição” Pelos Mares do Mundo, que tem uma equipa curatorial luso-espanhola e que abrirá no próximo mês de maio no Museu Nacional Soares dos Reis, no Porto.

“Será o culminar de todo o trabalho que, no domínio das exposições, temos feito e servirá também de ensejo para a organização de uma exposição itinerante com Espanha, por terras de Portugal e de Espanha e que, de algum modo, fará a ligação entre o fecho das comemorações formais e a continuação, num e noutro país, da memória sobre esse feito extraordinário que foi a circum-navegação e o exemplo que representa para nós hoje na atualidade”.

De entre as atividades realizadas em 2021, o ministro destacou o início dos oito projetos de investigação no domínio das ciências do mar e da observação, financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no valor de 2,4 milhões de euros e que estão em curso, com a apresentação dos primeiros resultados prevista para 2022.

Ao nível da produção editorial, Augusto Santos Silva referiu “o universo das publicações especialmente dirigidas ao público infantojuvenil e de divulgação da viagem de circum-navegação, a importância de Fernão de Magalhães e Juan Sebastián Elcano e o significado da viagem para a história portuguesa”.

25 Nov 2021

Macau lança primeira carta de vinhos lusófonos recomendados

O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) anunciou ontem o lançamento da primeira carta de vinhos recomendados dos países de língua portuguesa 2021.

O lançamento foi feito pela Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa (PLPEX), que vai decorrer entre 10 e 12 do próximo mês, no território, em associação com a iniciativa “Vinhos do Mundo, Carta de Vinhos de Xangai”, indicou o IPIM, em comunicado.

Além daquela carta, 20 vinhos lusófonos, representados por empresas de Macau, foram premiados na iniciativa “Vinhos do Mundo, Carta de Vinhos de Xangai”, como “Marca de excelência do ano”, “Marca de qualidade do ano” e “Marca de selecção do ano”, por um grupo de mais de dez jurados, entre críticos de vinhos internacionais, ‘sommeliers’ e comerciantes, numa “degustação e avaliação profissional”, em Xangai (norte da China), acrescentou.

A cerimónia de entrega dos prémios vai decorrer durante a PLPEX, onde também se vai realizar uma degustação de vinhos lusófonos, para “criar uma plataforma de intercâmbio e cooperação para as empresas de diferentes proveniências e apresentar referências fidedignas às empresas compradoras e distribuidores profissionais”, na aquisição de vinhos de países de língua portuguesa.

Com potencial

O IPIM apresentou na quarta Exposição Internacional de Importação da China, entre 5 e 10 de Novembro, em Xangai, uma prova de vinhos lusófonos “para promover Macau na construção do Centro de Distribuição dos Produtos Alimentares dos Países de Língua Portuguesa”, entre outras actividades para dar a conhecer o desenvolvimento económico e comercial dos países lusófonos, assim como sobre as áreas financeira e jurídica de Macau, com vista a prestar serviços e apoio à cooperação empresarial entre a China e os países de língua portuguesa.

A 2021PLPEX, cujo objectivo é promover o intercâmbio e a cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa a nível económico, comercial e cultural e potenciar o papel de Macau como a plataforma sino-lusófona, decorre em simultâneo com a 26.ª Feira Internacional de Macau (MIF) e a Exposição de Franquia de Macau.

25 Nov 2021

Dois cidadãos chineses detidos por posse de abalone condenados na África do Sul

Dois homens de cidadania chinesa detidos por posse de abalone, um molusco valorizado na Ásia, no valor de cerca de 55.000 euros, foram condenados a dois anos de prisão na África do Sul, anunciaram hoje as autoridades.

Os homens, de 50 e 47 anos, foram presos “por posse de 4.600 abalones, incluindo 1.098 abalones cozidos, 1.858 abalones vivos e 1.644 abalones secos” em maio de 2020, anunciou a unidade de polícia de elite da África do Sul, os Falcões.

Um cidadão do Maláui, de 33 anos, que trabalhou para os traficantes foi também condenado a um ano de prisão. Por vezes chamado “trufa do mar”, o abalone é um molusco marinho apreciado por elites, particularmente na China. A pesca é regulada por quotas na África do Sul.

Nos últimos 10 anos, a quantidade pescada ilegalmente quase duplicou, de acordo com a Traffic, organização não-governamental que controla o comércio de vida selvagem.

A maior parte da colheita legal e ilegal do molusco pescado destina-se à Ásia, especialmente a Hong Kong, onde é popular nos restaurantes.

25 Nov 2021

China assina novo acordo para reforço da colaboração militar com Rússia

A Rússia e a China assinaram ontem um quadro de referência para o estreitamento dos laços militares, com Moscovo a referir-se a voos estratégicos norte-americanos cada vez mais frequentes perto das fronteiras dos dois países.

O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, e o seu homólogo chinês, Wei Fenghe, “manifestaram o interesse comum em intensificar exercícios militares estratégicos e patrulhas conjuntas da Rússia e da China”, anunciou o Ministério da Defesa russo.

“A China e a Rússia são parceiros estratégicos há muitos anos”, disse Shoigu e “hoje, perante crescentes perturbações geopolíticas e maior potencial de conflito em várias partes do mundo, o desenvolvimento desta interacção é especialmente relevante.”

Shoigu e Wei saudaram uma série de manobras recentes que envolveram aviões de guerra e forças navais russas e chinesas, e assinaram um plano de cooperação militar para 2021-2025. Shoigu apontou voos cada vez mais frequentes de aviões estratégicos dos EUA perto das fronteiras russas, dizendo que só no último mês houve 30 missões deste tipo.

Este mês, durante um exercício da força estratégica global dos EUA, “10 bombardeiros treinaram o cenário de usar armas nucleares contra a Rússia praticamente em simultâneo a partir das direcções este e oeste”, exemplificou Shoigu, acrescentando que se aproximaram até cerca de 20 quilómetros da fronteira russa.

“Neste ambiente, a coordenação entre Rússia e China torna-se um factor de estabilização nos assuntos globais”, sustentou o ministro.

Em conjunto

Na sexta-feira, dois bombardeiros estratégicos russos Tu-95MS e dois bombardeiros estratégicos chineses H-6K fizeram uma patrulha conjunta sobre o Mar do Japão e o Mar da China Oriental, levando a Coreia do Sul a deslocar aviões de combate.

A Rússia tem procurado expandir os laços com a China, à medida que as suas relações com os EUA e aliados ocidentais se afundaram para níveis próximos dos da Guerra Fria, sobretudo depois de, em 2014, Moscovo ter avançado com a anexação da península da Crimeia, território da Ucrânia.

25 Nov 2021

Segurança nacional | Governo promete rever leis e reforçar actividades patrióticas

O secretário da Administração e Justiça, André Cheong, disse ontem, no hemiciclo, que o Governo vai reforçar a segurança nacional em 2022, através de leis e acções de formação nas escolas e serviços públicos. Durante o debate sectorial das Linhas de Acção Governativas (LAG) para 2022, na Assembleia Legislativa (AL), André Cheong frisou que o Governo vai apresentar a alteração à “lei relativa à defesa da segurança do Estado”, a primeira desde que este diploma entrou em vigor, em 2009.

“Ao longo dos 12 anos de execução da lei relativa à defesa da segurança do Estado, a situação da segurança internacional e das regiões vizinhas tem vindo a modificar-se, pelo que as garantias do sistema jurídico do Governo da RAEM para a defesa da segurança do Estado devem também acompanhar a evolução dos tempos no sentido de salvaguardar a soberania, a segurança e os interesses do desenvolvimento do Estado, de modo a prevenir e reprimir eficazmente a intervenção estrangeira e garantir efetivamente os direitos e interesses legítimos dos residentes e a prosperidade e a estabilidade da sociedade”, lê-se no documento.

Reforço do patriotismo

André Cheong prometeu ainda que para o ano os trabalhadores dos serviços públicos participarão em acções de formação sobre a Constituição e a Lei Básica, a lei relativa à defesa da segurança do Estado, a cultura chinesa, entre outras, com a finalidade “de aprofundar o sentido de identidade nacional dos trabalhadores dos serviços públicos e aumentar a sua capacidade na realização dos trabalhos da ação governativa”.

Para 2022, o patriotismo também será reforçado nas escolas e associações através de “diversas actividades de divulgação jurídica centradas na Constituição, na Lei Básica, na lei relativa à defesa da segurança do Estado e nas leis fundamentais relacionadas com a vida quotidiana”.

24 Nov 2021

Caso Dore | TUI entende que Wynn também deve pagar indemnização 

O Tribunal de Última Instância (TUI) entende que a operadora de jogo Wynn deve pagar, juntamente com a Dore, empresa promotora de jogo, a indemnização aos lesados de um caso de desvio de fundos de uma sala VIP ocorrido em 2015.

O acórdão, ao qual a TDM Rádio Macau teve acesso, confirma a decisão do Tribunal de Segunda Instância (TSI) e condena a Wynn e Dore a pagarem um total de seis milhões de dólares de Hong Kong, mais os juros de mora, aos lesados que investiram nesta empresa. Recorde-se que o Tribunal Judicial de Base (TJB) entendeu que apenas a Dore tinha de pagar a indemnização, mas numa decisão proferida em 2018 o TSI decidiu que a Wynn também devia suportar este pagamento.

O caso Dore diz respeito ao desvio de 700 milhões de dólares de Hong Kong de uma sala VIP por parte de uma funcionária da Wynn. Paulo Martins Chan, ex-director da Direcção de Promoção e Inspecção de Jogos, defendeu à Macau News Agency que esta decisão pode fazer com que as operadoras de jogo fiquem mais cautelosas quanto à exploração das salas VIP por parte dos junkets, podendo optar por explorarem, por si próprias, este segmento de jogo.

24 Nov 2021

Biografia de Pedro José Lobo editada em inglês

O Instituto Internacional de Macau (IIM) vai apresentar no próximo sábado no Salão Nobre do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), uma edição em língua inglesa da biografia de Pedro José Lobo intitulada “Everyday is Mine”.

Lançada originalmente em 2020, a obra da autoria do seu neto, Marco Lobo, retrata a vida do antigo presidente do Leal Senado de Macau (1959-1964), nascido em Timor-Leste e considerado um importante empresário, político, filantropo, funcionário público, músico, dirigente associativo e dinamizador cultural.

A biografia agora integrada na colecção “Suma Oriental”, pode ler-se num comunicado oficial, relata ainda o período de Pedro José Lobo enquanto chefe de Repartição Central dos Serviços Económicos, altura em que se destacou durante a Segunda Guerra Mundial, na resolução do Incidente das Portas do Cerco. A sessão de apresentação acontece pelas 18h00 e requer uma inscrição prévia por parte dos participantes.

24 Nov 2021

Pearl Horizon | Direitos de aquisição em venda judicial


Encontram-se em venda judicial dois “direitos de aquisição” de fracções no empreendimento Pearl Horizon. A informação consta do portal dos tribunais da RAEM e os direitos resultaram de contratos-promessa assinados com a Sociedade de Importação e Exportação Polytex, a 19 de Março de 2013.

Segundo os dados revelados, a venda é o resultado de um pedido de execução de dívida. O direito de aquisição da fracção habitacional B35 tem um preço mínimo de 2,5 milhões de patacas. O direito para a fracção E25 tem um preço mínimo de 3,1 milhões de patacas.

O empreendimento de luxo Pearl Horizon era para ser construído na Areia Preta. Contudo, a construção foi abortada, porque o Governo da RAEM recuperou o terreno, por considerar que o mesmo não foi aproveitado durante a concessão de 25 anos. A decisão, ao abrigo da nova Lei de Terras, resultou em vários lesados e vários processos em tribunal com diferentes envolvidos.

Após a recuperação do terreno, o Governo decidiu utilizar a terra disponível para construir habitação económica e habitação para troca, no âmbito do futuro programa de Renovação Urbana. Os lesados do empreendimento tiveram direito de preferência na compra das fracções que vão ser construídas pela Administração, e 1.902 deles aceitaram a opção de ficar com uma casa na futura construção.

24 Nov 2021

Deputados querem aumentar segurança nos centros de explicações

A garantia da segurança física e psicológica é a principal preocupação dos deputados que estão a analisar a lei da actividade dos centros particulares de apoio pedagógico complementar. O objectivo foi traçado por Ella Lei, presidente da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, após a reunião de ontem.

“No nosso encontro de hoje [ontem] discutimos a questão do número mínimo de alunos para que os centros estejam regulados pela lei. A proposta do Governo diz que os centros são abrangidos se tiverem pelo menos cinco alunos”, começou por destacar Ella Lei. “Mas, e os centros com menos de cinco alunos, com por exemplo três? Ficam num vazio legal e fora da regulamentação? São vários os deputados preocupados porque o essencial é garantir a segurança e a integridade física e psicológica dos alunos”, justificou.

Com a proposta, espera-se também afastar dos centros os funcionários que tenham sido condenados por crimes de violência doméstica e crimes sexuais. O assunto esteve ontem em cima da mesa, mereceu grande atenção, e é visto como um dos requisitos mais importantes para que os centros possam ser licenciados para o exercício da actividade pelo Governo.

O nome das coisas

Ainda para assegurar o bem-estar dos alunos do ensino não-superior há mais aspectos da lei que colocam reservas aos legisladores, como a exigência de condições de iluminação e ventilação “adequadas”. Segundo os membros da comissão, a definição do diploma é demasiado geral.

“Na proposta de lei consta que as instalações dos centros têm de ser adequadas ao nível da iluminação e ventilação, para assegurar a integridade dos alunos. Só que nos parece que o texto deve ser mais concreto nas exigências face a estes aspectos e ao que se entende pelas condições adequadas”, justificou.

Os temas em discussão identificados nesta primeira reunião interna, que só envolveu deputados, vão ser levantados junto dos representantes do Governo, numa próxima reunião que deve ser agendada rapidamente.

24 Nov 2021

Vacina da Sinopharm aprovada para crianças a partir dos 3 anos

O Governo aprovou a vacinação para maiores de três anos com a vacina inactivada da Sinopharm. A informação foi revelada através de um despacho do Chefe do Executivo, publicado ontem em Boletim Oficial (BO).

“A vacina inactivada é aplicável às pessoas com idade igual ou superior a três anos e inferior a 60 anos e às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos com boas condições de saúde e maior risco de exposição”, pode ler-se no despacho.

Por outro lado, a vacina contra a covid-19 da BioNTech, baseada no RNA mensageiro (mRNA), continua apenas aplicável a maiores de 12 anos, é dito na mesma nota.

Dado que o despacho entrou ontem em vigor, os pais ou encarregados de educação das crianças incluídas no intervalo etário ​​podem proceder de imediato à marcação da vacina. Em comunicado, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus lembra que os menores de 18 anos que pretendem administrar a vacina contra a covid-19 devem obter o consentimento dos pais ou tutores.

Seguir o exemplo

A decisão das autoridades de Macau, vem no seguimento do anúncio da inclusão das crianças entre os 3 e os 11 anos no lote de elegíveis para a toma da vacina, tanto no Interior da China, como em Hong Kong.

Recorde-se que na sexta-feira, o Centro de Coordenação indicou que a taxa de vacinação em Macau atingiu os 70 por cento, uma percentagem que inclui pessoas inoculadas com a primeira e segunda dose, mas que “continua baixa” entre os idosos. Isto, tendo em conta que a percentagem de habitantes com as duas doses tomadas é de 58,96 por cento.

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus indicou que a taxa de vacinação mais baixa se verifica a partir dos 60 anos: 57,8 por cento entre os 60 e os 69 anos, 37,1 por cento entre os 70 e os 79 anos e 12,2 por cento no grupo de pessoas com idade igual ou superior a 80 anos.

As maiores taxas de vacinação concentram-se entre os 20 e 29 anos (91,4 por cento), entre os 30 e os 39 anos (94 por cento) e entre 40 e 49 anos (97,8 por cento).

Na mesma ocasião, Centro de Coordenação aproveitaram para frisar que “o risco de ocorrência de doença grave e até mortal”, nesse grupo etário, “após a infecção por covid-19 é 100 vezes maior do que o normal” e que os idosos que não foram vacinados “apresentam um risco de infecção grave e de morte nove vezes maior do que os idosos que foram vacinados.

23 Nov 2021

Sudeste Asiático | Xi diz que China não vai procurar o domínio sobre a região

Xi Jinping, numa conferência virtual com os membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, reiterou a intenção do país de manter boas relações com todos vizinhos e de promover um clima de paz na região

O Presidente chinês disse ontem que o país não procura o domínio sobre o Sudeste Asiático ou intimidar os vizinhos menores, face aos atritos provocados pelas reivindicações territoriais sobre o Mar do Sul da China.

Xi Jinping fez estes comentários durante uma conferência virtual com os dez membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático, ou ASEAN, que serviu para celebrar o 30.º aniversário das relações.

“A China opõe-se resolutamente ao hegemonismo e à política de poder, deseja manter relações amigáveis com os seus vizinhos e, em conjunto, cultivar uma paz duradoura na região. A China absolutamente não vai procurar hegemonia ou, menos ainda, intimidar os [países] pequenos”, disse o chefe de Estado chinês, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua.

A China tem procurado, repetidamente, amenizar as preocupações sobre o seu crescente poder e influência, particularmente a sua reivindicação de praticamente todo o Mar do Sul da China, que se sobrepõe às reivindicações dos membros da ASEAN como a Malásia, Vietname, Brunei ou Filipinas.

O comentário de Xi surge dias depois de navios da guarda costeira chinesa terem bloqueado e usado canhões de água contra dois barcos filipinos que transportavam suprimentos para tropas, numa área disputada no Mar do Sul da China.

A China quer reforçar a sua presença naquele território, por onde passam rotas marítimas cruciais, e onde existem depósitos submarinos de petróleo e gás.

O país asiático construiu pistas para aviões e outras instalações militares em ilhas artificiais construídas sobre recifes de coral.

Acordos na mesa

A China e a ASEAN negoceiam há anos um código de conduta, para lidar com os assuntos no Mar do Sul da China, mas essas negociações tiveram pouco progresso.

A China continua a ser um mercado crucial para os países do Sudeste Asiático, bem como uma fonte de investimento, e a ASEAN tem procurado evitar conflitos com Pequim. Pequim também tem fortes laços com o Camboja e o Laos, membros da ASEAN.

Xi frisou que a paz é o “maior interesse comum” de todos os lados e que a China vai fazer o possível para evitar o conflito.

“Devemos ser os construtores e protectores da paz regional, insistir no diálogo em vez do confronto, na parceria e alinhamento, e dar as mãos para lidar com vários factores negativos que ameaçam minar a paz”, disse Xi.

23 Nov 2021

Reduzidas relações com Lituânia em protesto contra representação de Taiwan

A China reduziu as relações diplomáticas com a Lituânia ao nível de “encarregado de negócios”, em protesto contra a abertura de uma representação de Taiwan em Vilnius, anunciou ontem o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.

“O Governo chinês foi forçado a reduzir as relações diplomáticas entre os dois países (…) para salvaguardar a soberania e as normas fundamentais das relações internacionais”, indicou o Ministério, em comunicado.

A Lituânia mantém relações diplomáticas com a China desde 1991, pouco depois de se ter tornado independente da antiga União Soviética. Apesar de não reconhecer oficialmente a ilha, Vilnius tem estreitado, nos últimos anos, o relacionamento com Taipé.

Pequim instou o país báltico a “rectificar imediatamente os seus erros” e advertiu Vilnius de que “não deve subestimar a determinação do povo chinês na defesa da sua soberania”.

O Governo chinês acusou as autoridades lituanas de “ignorarem as declarações chinesas” e de “não estarem conscientes das consequências” da decisão de autorizar a abertura de um gabinete de representação de Taiwan [Taiwan Representative Office], o que “mina seriamente a soberania e a integridade territorial da China”, de acordo com o mesmo comunicado.

As autoridades de Taiwan indicaram que a representação em Vilnius visa “expandir as relações com a Europa Central e Oriental, especialmente com os países bálticos, e reforçar a cooperação e o intercâmbio em vários domínios”.

 

Lamentos lituanos

Por seu lado, a Lituânia afirmou ontem lamentar a decisão da China de limitar as relações diplomáticas com Vilnius.

“A Lituânia reafirma a adesão à política ‘Uma só China’, mas ao mesmo tempo tem o direito de alargar a cooperação com Taiwan”, incluindo através do estabelecimento de missões não diplomáticas, indicou, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros lituano.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros lituano, Mantas Adomenas, também anunciou a abertura em Taiwan de uma representação da Lituânia, ainda antes do início do próximo ano.

Taipé mantém actualmente relações diplomáticas com Guatemala, Honduras, Vaticano, Haiti, Paraguai, Nicarágua, Suazilândia, Tuvalu, Nauru, São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, Belize, Ilhas Marshall e Palau.

22 Nov 2021

Exposição de Catarina Castel-Branco inaugurada na quarta-feira no Albergue SCM

“Entre a Flor e a Bruma – Exposição de Catarina Castel-Branco” vai estar patente na Galeria A2 do Albergue SCM, entre quarta-feira e 12 de Dezembro. A mostra é composta por 13 trabalhos inspirados nas formas arredondadas das tradicionais janelas japonesas e no jogo de sombras e mistérios entre espaços exteriores e interiores

 

 

“Entre a Flor e a Bruma – Exposição de Catarina Castel-Branco” vai estar patente ao público a partir de quarta-feira, até 12 de Dezembro, na Galeria A2 do Albergue SCM. A mostra reúne 13 trabalhos de um dos nomes maiores da gravura portuguesa, que também tem obras expostas em “Abraço na Diversidade”, no Centro de Arte Contemporânea de Macau – Oficinas Navais N.º 1, evento enquadrado na Exposição Anual de Artes entre a China e os Países de Língua Portuguesa.

O conceito visual que traça a linha condutora da mostra é inspirado nas tradicionais janelas redondas de habitações asiáticas, com obras que transmitem a tranquilidade e serenidade da estética oriental.

Numa conversa com a artista, divulgada em comunicado pela organização da exposição, Catarina Castel-Branco revela como chegou a estas obras. “A inspiração de base foram as janelas circulares que penso fazerem parte da tradição japonesa, mas é provável serem comuns no Oriente. Pela janela vê-se o jardim com o seu rigor milimétrico, e os estores de papel e palhinha criam essa fronteira entre o espaço interior da casa, sombreado pelo estore, e o espaço aberto. Cria-se, assim, um jogo de luz entre o aberto e o fechado, entre a luz coada e a luz sem filtro, criando dois espaços, duas formas de ver.”

O jogo de sombras, luz e vegetação revela o que está “Entre a Flor e a Bruma”, mas a artista sublinha que o exterior também pode ser percepcionado através de uma porta entreaberta, “aumentando o poder do seu mistério, mas às vezes parece invadir a casa e apresenta-se numa flor, dominando o interior”.

Para a primeira série de obras “Entre a Flor e a Bruma”, Catarina Castel-Branco usou o imaginário contido na poesia de Wenceslau de Morais, Camilo Pessanha e Gil de Carvalho, extraindo das palavras a simbologia do jardim oriental. A artista destaca “a importância do renascimento e da ressurreição”, e que “é preciso aceitar o Inverno, para que a semente gele e renasça”.

 

 

Faça você mesmo

O processo criativo de Catarina Castel-Branco começa ainda antes da pintura, com o fabrico dos materiais na sua oficina. “A minha especialização foi em técnicas de impressão e o meu trabalho de pós-graduação centrou-se na mistura de técnicas, serigrafia com metal (infogravura), xilogravura com serigrafia, litografia com serigrafia. É uma das explorações que sempre me interessou”, conta a artista.

Para a exposição no Albergue SCM, a artista usou papel japonês, pigmentos naturais, acrílico e serigrafia. “Não sou uma teórica, nunca fui, a minha arte sempre esteve ligada à pesquisa de novas formas de representar através da criação dos meus próprios materiais”, revela Catarina Castel-Branco.

Além de fazer os seus próprios materiais, a artista entende que as suas obras foram feitas para viverem com as pessoas, para estarem integradas nos locais onde a vida acontece. “Não sinto qualquer espécie de atracção pelas obras conceptuais ou pela performance. Não é o meu caminho. Na minha última exposição, no Antiquário Miguel Arruda, já trabalhei a integração das peças nas salas, de maneira a imitar essa pertença a uma casa. Gosto da relação com a casa, com o jardim… o museu é apenas o sítio que vamos visitar. E visitar não é viver”, explica.

Enquanto a artista completa quarenta anos de carreira, o Albergue SCM enquadra esta mostra, apoiada pela Fundação Macau, nas cerimónias do 22.º aniversário da fundação da RAEM.

22 Nov 2021

JO de Inverno de Pequim vão ter sistema para detectar vírus no ar

Um grupo de especialistas chineses desenvolveu um sistema de detecção do coronavírus que activa alarmes caso o vírus seja encontrado no ar de uma sala e que vai ser usado nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim.

Em conferência de imprensa, a Comissão Organizadora explicou que vai garantir a “segurança” dos Jogos Olímpicos com avanços tecnológicos, que também vão ser aplicados à desinfecção e que incluirão técnicas de nanofiltração para os sistemas de tratamento e aquecimento da água nas instalações dos Jogos.

No caso do Centro Wukesong, que vai sediar as competições de hóquei no gelo, vão ser utilizados robôs para desinfectar as instalações.

O objectivo de Pequim é evitar que os Jogos Olímpicos, que vão ter início no dia 4 de Fevereiro, originem um ressurgimento do vírus SARS-CoV-2 na China.

O país asiático adopta uma política de tolerância zero contra a covid-19, que inclui rígidas medidas de prevenção, como testes em massa e quarentena nos bairros ou distritos onde são detetados casos da doença.

Já foram registados três casos do novo coronavírus entre atletas que estão na capital chinesa para participarem no evento olímpico.

Pequim vai assim tornar-se na primeira cidade a sediar os Jogos de Verão e Inverno, embora em 2022 a cidade acolha apenas os eventos no gelo, enquanto as competições na neve vão ocorrer em Yanqing e Zhangjiakou, na província de Hebei.

Pouca neve

A falta de neve é uma das principais preocupações: Yanqing e Zhangjiakou registam apenas cerca de 20 centímetros de neve por ano, o que tornará necessário o uso de cerca de 186.000 metros cúbicos de água para fabricá-la artificialmente.

O Comité garantiu que vão ser utilizados os canhões de neve “mais eficientes” do mundo, que só funcionarão quando os sistemas meteorológicos de “alta precisão” detetarem um aumento da temperatura.

Os Jogos de Pequim vão contar com cobertura de quinta geração (5G), já que muitas das entrevistas terão que ser realizadas ‘online’, porque todos os que chegam do exterior permanecerão em “bolhas” que os manterão isolados do resto da China.

21 Nov 2021

Evergrande | Construtora vende participação em plataforma de vídeo por 241 ME

A construtora chinesa Evergrande anunciou ontem a venda da participação na plataforma de transmissão de vídeo Hengten por um valor equivalente a 241 milhões de euros, numa altura em que enfrenta uma grave crise de liquidez.

Em comunicado, enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, o grupo informou que vendeu à Allied Resources Investment Holdings a posição de 18 por cento na Hengten, com um desconto de 24,3 por cento, face ao valor com que as acções encerraram no dia anterior.

A Evergrande garantiu que os recursos captados com a operação “podem ajudar a amenizar os problemas de liquidez” que atravessa. A empresa soma um passivo equivalente a 260 mil milhões de euros, incluindo cerca de 30 mil milhões em dívidas que têm que ser pagas antes do final do primeiro semestre de 2022.

Apesar da injecção de capital, 20 por cento do total, nos próximos cinco dias, e o restante, nos próximos dois meses, a operação representou um prejuízo de 964 milhões de euros, quando considerado o valor contabilístico que as acções transferidas possuíam no final de Junho.

As acções da Evergrande caíram 2,5 por cento, enquanto as ações da Hengten, que é considerada a equivalente na China à Netflix, subiram 24,26 por cento.

Danos controlados

Segundo o The Wall Street Journal, o Governo chinês “quer administrar uma implosão controlada” da empresa, através da venda de alguns activos da construtora a firmas chinesas, ao mesmo tempo que limita os danos para os compradores de residências e fornecedores.

Até à data, o conglomerado não teve grande sucesso nos planos de venda de activos. A empresa conseguiu apenas transferir a posição de 20 por cento no banco regional Shengjing Bank para um grupo estatal, pelo equivalente a cerca de 1,3 mil milhões de euros.

Outras negociações acabaram por fracassar, como a rescisão da venda de 50,1 por cento da subsidiária de administração de imóveis, a Evergrande Property Services, à Hopson Development.

Nas últimas semanas, a Evergrande esteve, por várias vezes, perto de entrar em incumprimento, mas conseguiu sempre cumprir as obrigações em cima do prazo.

Determinados a limitar a especulação no sector imobiliário, os reguladores restringiram o acesso do crédito às empresas, visando reduzir os níveis de alavancagem.

O imobiliário é o veículo de investimento favorito das famílias chinesas, compondo cerca de 30 por cento do produto interno bruto (PIB) chinês.

Embora alguns cidadãos chineses tenham investido as poupanças em novas casas, muitos outros também compraram apartamentos como investimento nos últimos anos, sem qualquer intenção de residir ou alugar os imóveis.

21 Nov 2021

UE | Mobilizados 700 mil euros em ajuda humanitária para fronteira bielorrussa-polaca

A Comissão Europeia anunciou ontem a mobilização de 700 mil euros da União Europeia (UE) em ajuda humanitária para “aliviar o sofrimento” dos migrantes em situação vulnerável na fronteira bielorrussa-polaca, numa altura de forte pressão migratória.

“Respondendo imediatamente a um apelo, a Comissão Europeia atribuiu 200 mil euros de financiamento humanitário ao Movimento Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho”, anuncia o executivo comunitário em comunicado, especificando que esta verba será gerida pela Cruz Vermelha bielorrussa para “fornecer a tão necessária assistência de socorro, incluindo alimentos, ‘kits’ de higiene, cobertores e ‘kits’ de primeiros socorros” aos milhares de migrantes concentrados na fronteira.

Além disso, “a UE mobilizou mais 500 mil euros em financiamento humanitário e está actualmente em contacto com as organizações humanitárias parceiras para a implementação dos fundos”, acrescenta a Comissão Europeia.

Citado pela nota de imprensa, o comissário europeu responsável pela Gestão de Crises, Janez Lenarčič, observa que “a UE está a apoiar os seus parceiros humanitários para ajudar a aliviar o sofrimento das pessoas presas na fronteira e em outras partes da Bielorrússia”.

“Apelo ao acesso contínuo das organizações humanitárias de ambos os lados para que cheguem a este grande grupo de refugiados e migrantes para lhes prestar assistência urgente”, exorta o responsável.

A Comissão Europeia adianta na informação ontem divulgada estar “pronta a fornecer financiamento humanitário adicional em resposta a necessidades humanitárias claramente definidas caso o acesso das organizações parceiras humanitárias na Bielorrússia melhore”.

“Toda a ajuda humanitária da UE é baseada em princípios humanitários internacionais. A UE fornece assistência humanitária baseada nas necessidades às pessoas atingidas por catástrofes naturais e provocadas pelo homem, com particular atenção às vítimas mais vulneráveis [sendo que] a ajuda é canalizada de forma imparcial às populações afectadas, independentemente da sua raça, grupo étnico, religião, sexo, idade, nacionalidade ou filiação política”, adianta a instituição.

Resposta europeia

O anúncio surge depois de, na segunda-feira, o Conselho da UE ter alterado o seu regime de sanções à Bielorrússia, alargando os critérios de listagem a cooperantes do regime, para responder à instrumentalização de migrantes e aos ataques híbridos de Minsk.

Com o alargamento dos critérios, as sanções da UE podem agora “visar indivíduos e entidades que organizam ou contribuem para actividades do regime de (Presidente bielorrusso, Alexander) Lukashenko, que facilitam a passagem ilegal das fronteiras externas” do bloco.

Com esta alteração, a UE poderá incluir as pessoas e empresas, como companhia aéreas, que colaboram com a Bielorrússia na condução de migrantes para as fronteiras com o bloco europeu, nomeadamente a da Polónia.

A decisão segue-se às conclusões do Conselho Europeu de 21 e 22 de Outubro, nas quais os líderes da UE declararam que não aceitariam qualquer tentativa de países terceiros de instrumentalizar os migrantes para fins políticos, condenaram todos os ataques híbridos nas fronteiras da UE e afirmaram que responderiam em conformidade.

As sanções à Bielorrússia têm sido ampliadas progressivamente, desde Outubro de 2020, acompanhando a situação no país, depois de terem sido adoptadas em resposta às eleições presidenciais de Agosto do ano passado, que a UE considera terem sido fraudulentas e manipuladas, não reconhecendo a reeleição de Lukashenko.

 

18 Nov 2021

Imprensa | China e EUA comprometem-se a diminuir restrições sobre jornalistas

O clima de tensão entre os dois países está a diminuir. Nas vésperas da cimeira virtual entre Xi e Biden, saiu um acordo que visa aliviar as restrições impostas aos órgãos de comunicação social de ambas as nações

A China e os Estados Unidos concordaram em aliviar as restrições para trabalhadores de órgãos de comunicação social dos dois países, reflectindo uma ligeira diminuição das tensões entre os dois lados.

O jornal oficial chinês em língua inglesa China Daily noticiou que o acordo foi alcançado antes da cimeira virtual de terça-feira entre o Presidente da China, Xi Jinping, e o homólogo dos Estados Unidos, Joe Biden.

Ao abrigo deste este acordo, os EUA vão emitir vistos de entradas múltiplas de um ano para trabalhadores de órgãos de comunicação social chineses e iniciarão imediatamente um processo para tratar de questões sobre a “duração das acreditações”, apontou o China Daily.

A China vai retribuir ao conceder tratamento igual aos jornalistas dos EUA, assim que as políticas norte-americanas entrarem em vigor, e ambos os lados vão emitir vistos para novos candidatos “com base nas leis e regulamentos relevantes”, acrescentou.

Em declarações à agência de notícias Associated Press (AP), o Departamento de Estado norte-americano disse que a China se comprometeu a emitir vistos para um grupo de jornalistas dos EUA “desde que sejam elegíveis, de acordo com todas as leis e regulamentos aplicáveis”.

“Também vamos continuar a emitir vistos para jornalistas [chineses] que são elegíveis, de acordo com as leis dos EUA”, apontou a mesma fonte, citada pela AP.

A China também se comprometeu a aumentar o prazo de validade dos vistos dos jornalistas norte-americanos actualmente a trabalhar no país asiático, dos atuais 90 dias para um ano.

“Numa base recíproca, estamos comprometidos em aumentar a validade dos vistos emitidos para jornalistas da RPC [República Popular da China] para um ano também”, de acordo com o comunicado do Departamento de Estado.

Ambos os lados também vão oferecer vistos de entradas múltiplas, indicou.

Ano difícil

No ano passado, os EUA cancelaram 20 vistos emitidos para funcionários de órgãos oficiais chineses e exigiram aos restantes um registo como agentes estrangeiros, entre outros regulamentos.

A China retaliou através da expulsão de jornalistas que trabalhavam para órgãos norte-americanos e restringiu severamente as condições para aqueles que continuaram a trabalhar no país.

O novo acordo surgiu como “resultado de mais de um ano de difíceis negociações sobre o tratamento dos órgãos de comunicação em ambos os países”, disse o China Daily.

O Departamento de Estado disse que permaneceu em consulta com os jornais afectados, bem como outros órgãos que enfrentam falta de pessoal devido às decisões do Governo chinês.

“Estamos gratos por os correspondentes poderem retornar à China para continuarem o trabalho. Congratulamo-nos com este progresso, mas vemo-lo apenas como um passo inicial”, apontou, em comunicado.

O Departamento de Estado acrescentou que vai continuar a trabalhar para expandir o acesso e melhorar condições para os órgãos norte-americanos e estrangeiros na China.

“Continuaremos a defender a liberdade de imprensa como um reflexo dos nossos valores democráticos”, afirmou o Departamento de Estado.

18 Nov 2021

Xi e Biden baixam o tom agressivo dos últimos tempos

A cimeira China-EUA conseguiu trazer alguma “normalidade” à conversa entre os dois países

 

O Presidente chinês Xi Jinping apelou na terça-feira ao desenvolvimento de uma relação sólida e estável entre a China e os EUA durante uma reunião virtual com o Presidente dos EUA Joe Biden. “A China e os Estados Unidos deveriam respeitar-se mutuamente, coexistir em paz, prosseguir uma cooperação vantajosa para ambas as partes, e gerir bem os assuntos internos, assumindo simultaneamente responsabilidades internacionais”, disse Xi, que tratou o presidente americano por “velho amigo”, dando o tom a uma conversa mais afável que o esperado.

O presidente chinês salientou que tanto a China como os EUA se encontram em fases críticas de desenvolvimento, e que a “aldeia global” da humanidade enfrenta múltiplos desafios.

 

Assumir a responsabilidade de ser grande

Xi Jinping afirmou que ambos devem assumir as responsabilidades de grandes países e liderar a resposta global aos desafios pendentes. Para o presidente chinês, a China e os Estados Unidos precisam de apelar ao estabelecimento de um mecanismo de cooperação para a saúde pública global e a prevenção e controlo das doenças transmissíveis, e promover mais intercâmbios e cooperação internacional.

“A COVID-19 não será a última crise de saúde pública que a humanidade enfrenta”, salientou Xi. “A resposta a qualquer doença importante deve basear-se na ciência”, disse, acrescentando que politizar doenças não faz bem mas apenas mal.

Xi disse também que a prioridade premente na resposta global da COVID é abordar os défices de vacinas e colmatar as lacunas. A China está entre os primeiros a oferecer vacinas aos países em desenvolvimento carenciados, fornecendo mais de 1,7 mil milhões de doses de vacinas acabadas e a granel ao mundo e irá considerar fazer doações adicionais à luz das necessidades dos países em desenvolvimento, referiu Xi.

 

Igualdade e benefício mútuo

“A China e os EUA devem respeitar-se mutuamente, coexistir em paz, e prosseguir uma cooperação vantajosa para ambas as partes”, disse Xi, expressando a sua disponibilidade para trabalhar com o Presidente Biden para construir um consenso e tomar medidas activas para fazer avançar as relações entre a China e os EUA numa direcção positiva. “Se o fizermos, tal será no interesse dos dois povos e irá ao encontro das expectativas da comunidade internacional”, acrescentou Xi.

Xi Jinping descreveu as relações económicas e comerciais entre a China e os EUA como sendo de natureza mutuamente benéfica, e disse que as questões económicas e comerciais entre os dois países não devem ser politizadas. “Os dois lados precisam de tornar o bolo maior para a cooperação”, disse Xi.

O presidente chinês acrescentou que “a China leva a sério os desejos da comunidade empresarial dos EUA de viajar mais facilmente para a China”, e concordou em actualizar o acordo acelerado, o que irá melhorar ainda mais as trocas económicas e comerciais entre a China e os Estados Unidos e impulsionar a recuperação das duas economias. “Os Estados Unidos deveriam deixar de abusar ou de esticar demasiado o conceito de segurança nacional para reprimir as empresas chinesas”, concluiu.

 

Taiwan: sem descarrilar

“A China será obrigada a tomar medidas resolutas, caso as forças separatistas para a ‘independência de Taiwan’ nos provoquem, forcem a nossa mão ou mesmo atravessem a linha vermelha”. Xi atribuiu as actuais tensões às repetidas tentativas das autoridades de Taiwan de procurar o apoio dos EUA para a sua agenda para a independência, bem como à intenção de alguns americanos de utilizar Taiwan para conter a China. “Tais movimentos são extremamente perigosos, tal como brincar com o fogo”, disse Xi. “Quem brincar com o fogo, será queimado”.

“O princípio de uma só China e as três declarações conjuntas China-EUA são a base política das relações China-EUA”, disse Xi, observando que as anteriores administrações dos EUA assumiram todas compromissos claros sobre este assunto.

“O verdadeiro status quo da questão de Taiwan e o que está no coração de uma China”, salientou Xi, “são os seguintes: existe apenas uma China no mundo e Taiwan faz parte da China, e o Governo da República Popular da China é o único governo legal que representa a China”.

Chamando à realização da reunificação completa da China uma aspiração partilhada por todos os filhos e filhas da nação chinesa, Xi disse: “Temos paciência e lutaremos pela perspectiva de uma reunificação pacífica com a máxima sinceridade e esforço”. “Dito isto, se as forças separatistas para a ‘independência de Taiwan’ nos provocarem, forçarem as nossas mãos ou mesmo atravessarem a linha vermelha, seremos obrigados a tomar medidas resolutas”, disse Xi.

Por seu lado, o presidente dos EUA, Joe Biden, reafirmou a política de longa data do governo dos EUA de uma só China, e declarou que os EUA não apoiam a “independência de Taiwan” e expressou que a paz e a estabilidade devem ser mantidas no Estreito de Taiwan.

Xi Jinping acrescentou ainda que “a China não aprova a utilização dos direitos humanos para se imiscuir nos assuntos internos de outros países”, referindo-se a Hong Kong e Xinjiang. “A China não tem intenção de vender o seu próprio caminho de desenvolvimento em todo o mundo. Pelo contrário, a China encoraja todos os países a encontrar caminhos de desenvolvimento adaptados às suas respectivas condições nacionais”, disse Xi.

 

Cooperação em grandes questões

“Sendo as duas maiores economias mundiais e membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a China e os EUA precisam de aumentar a comunicação e a cooperação, cada uma delas gerir bem os seus assuntos internos e, ao mesmo tempo, assume a sua quota-parte de responsabilidades internacionais, e trabalha em conjunto para fazer avançar a nobre causa da paz e desenvolvimento mundiais”, disse Xi. “Este é o desejo partilhado pelos povos dos dois países e de todo o mundo, e a missão conjunta dos líderes chineses e americanos”, concluiu.

Xi salientou que uma relação sólida e estável entre a China e os EUA é necessária para fazer avançar o respectivo desenvolvimento dos dois países e para salvaguardar um ambiente internacional pacífico e estável, incluindo encontrar respostas eficazes aos desafios globais como as alterações climáticas e a pandemia da COVID-19.

Para Xi, “é imperativo que a China e os Estados Unidos mantenham a comunicação sobre políticas macroeconómicas, apoiem a recuperação económica mundial e se protejam contra riscos económicos e financeiros”.

“Os Estados Unidos deveriam estar atentos aos efeitos colaterais das suas políticas macroeconómicas internas, e adoptar políticas macroeconómicas responsáveis”, acrescentou Xi.

17 Nov 2021

Preços de casas novas no Interior caem pelo segundo mês consecutivo

Os preços dos imóveis novos na China caíram, em Outubro, relativamente ao mês anterior, depois de em Setembro terem registado a primeira queda desde meados de 2015, indicaram dados oficiais divulgados ontem.

Com base no índice de preços divulgado pelo Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE), que mede a evolução do custo das casas novas em 70 grandes cidades do país, os preços caíram 0,25 por cento, em relação a Setembro.

Em Setembro, o mesmo indicador tinha descido 0,08 por cento, em relação a Agosto, na primeira queda desde Maio de 2015, período em que as construtoras passaram por meses de dificuldades, em parte devido a um excesso de casas, o que obrigou a baixar os preços.

O representante do GNE Sheng Guoqing reconheceu uma “ligeira queda” no preço das casas, que foi mais perceptível em cidades mais pequenas.

Em Pequim e Xangai, o preço das casas aumentou 0,6 por cento e 0,1 por cento, em relação a Setembro, respectivamente.

Em termos homólogos, os preços das casas recém-construídas nas 70 cidades analisadas aumentou 2,84 por cento, em relação a Outubro de 2020.

A comparação face ao mês anterior visa medir a evolução de curto prazo do mercado imobiliário que, desde Setembro, atravessa dificuldades, devido à situação financeira de algumas construtoras, sobretudo a gigante Evergrande, que acumula um passivo equivalente a 260 mil milhões de euros e esteve, por várias vezes, perto de entrar em incumprimento, nas últimas semanas.

Outras empresas do sector, como a Sinic ou a Modern Land, não cumpriram oficialmente as obrigações financeiras.

 

Sector de peso

Na semana passada, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) alertou para um aumento do “risco de contágio” no sector imobiliário, devido ao impacto destas notícias junto dos potenciais compradores de casas, que parecem optar pela prudência face à actual situação.

Já no início deste mês, um relatório de outra agência de ‘rating’, a Moody’s, apontou que as vendas de imóveis na China vão permanecer fracas, nos próximos seis a 12 meses, devido às restrições no acesso a financiamento para as construtoras mais endividadas.

Quedas adicionais nos preços do imobiliário representam um teste para a campanha lançada por Pequim para reduzir a alavancagem no sector.

As regulações limitaram o acesso ao financiamento bancário pelas imobiliárias com passivos excessivos ou que excedem certos níveis de alavancagem, com falta de liquidez suficiente para fazer frente a dívidas de curto prazo.

Os problemas do sector imobiliário pesaram sobre a economia chinesa no terceiro trimestre, com um crescimento de 4,9 por cento, em termos homólogos, uma das menores taxas das últimas décadas.

 

16 Nov 2021

Casa Branca | Cimeira virtual EUA-China procurará reduzir tensões

O Presidente dos EUA, Joe Biden, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, vão reunir-se numa cimeira virtual esta segunda-feira, com a Casa Branca a dizer que o objectivo primeiro é reduzir as tensões bilaterais.

O Governo dos EUA está a tentar baixar as expectativas para a cimeira com o líder chinês, com Biden a sublinhar que os dois países precisam de, antes de tudo o mais, criar mecanismos de defesa em áreas de conflito cada vez mais difíceis nas relações bilaterais.

“Os dois líderes discutirão maneiras de administrar com responsabilidade a concorrência entre os Estados Unidos e a República Popular da China, bem como maneiras de trabalhar juntos onde os nossos interesses se alinham”, disse a assessora de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, num comunicado em que confirmava a cimeira.

“Durante todo o processo, o Presidente Biden deixará claras as intenções e prioridades dos EUA e será claro e franco sobre as nossas preocupações”, disse Psaki.

O acordo para realizar esta reunião – a primeira por videoconferência desde que o Presidente norte-americano tomou posse em Janeiro – foi anunciado no início de Outubro pela Casa Branca.

O assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, e o assessor de política externa chinês, Yang Jiechi, já chegaram a um acordo sobre o modelo desta cimeira e reuniram-se em Outubro para conversas prévias, em Zurique.

Biden e Xi já falaram pelo telefone duas vezes e esta cimeira surge como mais uma oportunidade para as duas superpotências continuarem o diálogo, numa altura em que as relações entre Pequim e Washington se encontram em mínimos sobre uma série de questões, desde o comércio aos direitos humanos, passando pelas ambições regionais da China.

Pouca harmonia

Xi ainda não saiu da China, durante a pandemia do covid-19, e, por isso, foi proposta uma cimeira em formato virtual para que os dois líderes tenham uma reunião substantiva sobre as diferentes áreas em que os dois países continuam a divergir.

Nos últimos meses, vários episódios revelaram uma escalada de tensão entre os dois países, com acusações mútuas de falta de vontade política para uma aproximação diplomática.

Biden, na recente cimeira do G20, em Roma, e novamente na reunião climática da ONU, COP26, em Glasgow, criticou Xi por não comparecer aos encontros onde os líderes mundiais discutiram o caminho a seguir na pandemia e as medidas para aliviar o impacto da mudança climática.

“Acho que foi um grande erro, francamente, da parte da China … não aparecer”, disse Biden em Glasgow.

Sexta-feira, na cimeira virtual do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (AOEC), Biden e Xi estiveram ausentes.

15 Nov 2021

PCC | Xi emerge como “timoneiro” do “rejuvenescimento” da China

Um quadro do Partido Comunista Chinês referiu-se sexta-feira ao secretário-geral, Xi Jinping, como o “timoneiro” do “navio do rejuvenescimento da nação chinesa”, ilustrando a elevação do seu estatuto, após uma resolução histórica aprovada pelos líderes do país.

“Ao apoiar e defender firmemente a posição central do secretário-geral Xi, o partido terá uma âncora, o povo chinês uma espinha dorsal e o navio gigante do rejuvenescimento da China um timoneiro firme”, disse Jiang Jinquan, director do Gabinete de Investigação do Comité Central do Partido Comunista Chinês (PCC), numa conferência de imprensa realizada após a aprovação de uma “resolução histórica” que reforçou a liderança de Xi Jinping.

“Não importa quantas ondas agitadas nos esperam, seremos sempre capazes de manter a calma e a compostura”, proclamou.

O título de “timoneiro” estava tradicionalmente reservado a Mao Zedong, o fundador da República Popular da China.

Mas, na última semana, na sexta sessão plenária do Comité Central, Xi consolidou o seu poder mais do que nunca, com uma “resolução histórica” que estipula a sua visão do passado e futuro do Partido Comunista.

Isto lançou as bases para que Xi Jinping assuma um terceiro mandato de cinco anos como secretário-geral do PCC, no congresso que se realiza no próximo ano, elevando-se ao estatuto de Mao e de Deng Xiaoping, que abriu o país à iniciativa privada no início dos anos 1980.

A resolução, formalmente adoptada pelo Comité Central do partido, declarou que a liderança de Xi é a “chave para o grande rejuvenescimento da nação chinesa”, segundo o texto publicado pela Xinhua.

O Comité Central credenciou Xi Jinping pela “resolução de muitos problemas que [o Partido] deixou de resolver por muito tempo, apesar da intenção de fazê-lo”, de acordo com o documento.

Jiang Jinquan explicou que o “pensamento de Xi sobre o socialismo com características chinesas para a nova era” vai guiar o partido na “direcção certa”, apesar da “complexidade da situação”, face a “mudanças no mundo sem precedentes no espaço de um século”.

Hu Jintao e Jiang Zemin tiveram transições de poder pacíficas e ordeiras.

Espera-se que Xi, no entanto, renuncie a essa tradição e assegure um terceiro mandato de cinco anos como secretário-geral do PCC no final do próximo ano.

Metas definidas

De acordo com a resolução, os objectivos para a liderança de Xi Jinping centram-se em torno de “dois centenários”, nomeadamente a construção de uma “sociedade moderadamente próspera”, que consistiu na eliminação da pobreza extrema até ao centenário do Partido Comunista, que se celebrou este ano, e, a seguir, a construção de um “país socialista moderno, próspero, forte, democrático, culturalmente avançado e harmonioso”, por altura do centenário da fundação da República Popular da China, em 2049.

Embora já tenha sido nomeado o “líder central”, Xi ganha ainda mais prestígio com a inclusão destes termos na resolução emitida na quinta-feira pelo Comité Central do PCC sobre questões históricas relativas aos últimos 100 anos.

Este foi apenas o terceiro documento do género. O primeiro foi em 1945, sob o comando de Mao Zedong e, o segundo, em 1981, sob a liderança de Deng.

Exercer tal autoridade aos olhos dos historiadores e teóricos do partido certamente faz de Xi uma das figuras chinesas mais dominantes do século, segundo analistas.

Tempos difíceis

Xi enfrenta, porém, uma situação económica difícil, enquanto a actual abordagem de “tolerância zero” da China em relação à covid-19 ainda não erradicou o surto, ao mesmo tempo que afecta a vida pessoal e financeira de parte da população.

A economia da China está também fortemente dependente das vendas de imóveis e construção, com o abrandamento do sector a causar nervosismo.

Os mercados financeiros estão preocupados com a possibilidade de a Evergrande Group, entrar em colapso, devido à falta de liquidez e um passivo de pelo menos 260 mil milhões de euros.

No exterior, Xi adoptou uma política assertiva.

As relações com os Estados Unidos da América atravessam um período tenso, face a disputas no âmbito do comércio, tecnologia ou com o estatuto de Taiwan.

“Sob a forte liderança do Comité Central, com o camarada Xi Jinping no núcleo, reuniremos todo o partido como um pedaço de ferro inquebrável e marcharemos em sincronia”, vaticinou sexta-feira Qu Qingshan, director do Instituto de História e Literatura do Partido.

15 Nov 2021