Hoje Macau China / ÁsiaCimeira virtual entre Joe Biden e líderes do Japão, da Índia e da Austrália O Presidente dos Estados Unidos e os primeiros-ministros japonês, indiano e australiano vão hoje reunir-se, numa cimeira virtual, para “trocar pontos de vista” sobre “os importantes desenvolvimentos na região indo-pacífico”. No anúncio, o Governo indiano não esclareceu o objetivo desta cimeira entre os países que integram a aliança “Quad”, organizada uma semana depois da invasão da Ucrânia pela Rússia. A nota indicou apenas que o presidente dos EUA, Joe Biden, e dos primeiros-ministros do Japão, Fumio Kishida, da Índia, Narendra Modi, e da Austrália, Scott Morrison, “vão trocar pontos de vista” sobre “os importantes desenvolvimentos na região indo-Pacífico” e “rever os esforços em curso para implementar as iniciativas dos líderes anunciadas no âmbito da agenda ‘Quad’”. O comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano surgiu um dia depois de o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, se ter encontrado com o Presidente russo, Vladimir Putin, pela segunda vez desde que a Rússia invadiu a Ucrânia na semana passada. Os EUA apelaram a Nova Deli para que usasse “a sua influência” com Moscovo. O ‘diálogo quadrilateral de segurança’ (Quad), é uma aliança estratégica informal entre os EUA, Austrália, Japão e Índia, iniciada em 2007, foi relançada em 2017 para combater a influência chinesa. A Índia e muitos países da região receiam que a crise da Ucrânia leve Washington a perder o interesse na região Ásia-Pacífico. A cimeira poderá também ser uma oportunidade para outros líderes pressionarem o primeiro-ministro indiano a tomar uma posição mais clara sobre a invasão russa da Ucrânia. Nova Deli e Moscovo foram próximas durante a Guerra Fria, uma relação que continua até hoje, e a Rússia continua a ser o maior fornecedor de armas da Índia. Nova Deli exortou a Rússia e a Ucrânia a cessarem as hostilidades, mas não condenou a invasão. Na quarta-feira, voltou a abster-se na votação de uma resolução da ONU, exigindo “que a Rússia cesse imediatamente o uso da força contra a Ucrânia”.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Delegação paralímpica chegou a Pequim para participar nos Jogos de Inverno Os atletas da Ucrânia que vão participar nos Jogos Paralímpicos de Inverno Pequim2022 chegaram ontem à China em total segurança, apesar da situação que se vive no seu país, anunciou o Comité Paralímpico Internacional (IPC). “Estou satisfeito por poder anunciar que, há poucas horas, chegou a Pequim, sem qualquer incidente, a delegação ucraniana, composta por 20 atletas e nove técnicos”, anunciou Andrew Parsons, presidente do IPC. A chegada da delegação ucraniana foi anunciada poucas horas depois do IPC ter informado que os atletas da Rússia e da Bielorrússia vão participar nos Jogos Paralímpicos de Inverno Pequim2022 sob bandeira neutra, e não serão incluídos no quadro de medalhas. Na quinta-feira, o IPC juntou-se ao homólogo olímpico para criticar a quebra da trégua olímpica por parte da Rússia, que lançou uma ofensiva militar sobre território ucraniano. A trégua começou em 04 de fevereiro, pouco antes do início dos Jogos Olímpicos de Inverno, e estende-se até 20 de março, e a sua quebra representa, declarou o presidente do IPC, Andrew Parsons, “uma situação verdadeiramente horrível”. Pequim, que acolheu entre 04 e 20 de fevereiro os Jogos Olímpicos de Inverno, será palco da competição paralímpica entre sexta-feira e 13 de março. A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e mais de 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Companhias aéreas asiáticas ficam com ‘monopólio’ das ligações para a Ásia O encerramento do espaço aéreo russo às companhias aéreas europeias resultou na suspensão de vários voos para a China, Japão ou Coreia do Sul, passando as transportadoras asiáticas a ter o monopólio das ligações aéreas. A União Europeia fechou o espaço aéreo aos aviões russos após a invasão da Ucrânia, e Moscovo retaliou com proibições semelhantes. Empresas como a Air France-KLM, Deutsche Lufthansa e Finnair suspenderam já várias ligações aéreas para a China, em alguns casos até maio. Mas as transportadoras asiáticas, como a Cathay Pacific Airways, Korean Air, China Eastern Airlines e Air China, continuam a poder sobrevoar a Rússia, a rota mais curta entre as duas regiões. O país representa cerca de um oitavo da massa terrestre do mundo e abrange grande parte do norte da Europa e da Ásia. O vasto alcance do território torna difícil para as operadoras manterem várias rotas intercontinentais. A exclusão do espaço aéreo da Rússia, como muitas companhias aéreas ocidentais tiveram que fazer durante a Guerra Fria, pode aumentar as horas de voo. O custo mais alto do combustível, que aumentou desde a invasão, torna esse tempo extra no ar ainda mais caro. A Finnair, que serve como um centro para passageiros em trânsito de outras partes da Europa para a Ásia, via Helsínquia, terá mais a perder do que qualquer outra transportadora ocidental. Quase dois terços dos 537 voos de longa distância da Finnair, programados de e para Helsínquia, em março, devem começar ou terminar na Ásia, mostram dados da consultora de aviação Cirium. Para a indústria como um todo, os efeitos são mínimos, devido às rígidas restrições impostas já devido à pandemia, sobretudo na China. As viagens de e para a China, em particular, foram praticamente interrompidas, em março de 2020. Muitas transportadoras também interromperam os voos para Hong Kong nas próximas semanas, devido à imposição de rígidas medidas de quarentena para viajantes e tripulações de voo. Mas as companhias aéreas europeias podem evitar ser completamente cortadas das viagens para a Ásia, graças a alianças globais de companhias aéreas, como a Oneworld e SkyTeam, e acordos comerciais separados com companhias asiáticas, para transportar passageiros reciprocamente. A Singapore Airlines tem a maioria dos voos programados entre a Europa e a Ásia em março, de acordo com dados da Cirium. Muitos dos seus itinerários passam pelo sul da Rússia. Voos da Japan Airlines, All Nippon Airways e Korean Air sobrevoam o país durante horas, a caminho de destinos como Tóquio e Seul. Com a China ainda praticamente fechada, os voos das transportadoras europeias de e para o Japão e a Coreia do Sul serão os mais afetados, por enquanto.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | China pede respeito pelos seus “interesses legítimos” e critica sanções à Rússia A China pediu ontem que os seus “interesses legítimos” sejam respeitados e reiterou que se opõe “firmemente” a qualquer tipo de “sanções unilaterais” contra a Rússia, país com o qual vai manter intercâmbios económicos. “Pequim e Moscovo, com base no respeito mútuo e na igualdade, mantêm a cooperação comercial normal”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiro chinês, Wang Wenbin, em conferência de imprensa. “Pedimos às partes relevantes que não prejudiquem os interesses legítimos da China, enquanto lidamos com a situação na Ucrânia, e as nossas relações com a Rússia”, defendeu o porta-voz. Questionado se a China vai continuar a comprar gás russo, após as sanções impostas pelo Ocidente, Wang limitou-se a comentar que o país asiático se opõe “firmemente” a “qualquer tipo de sanções unilaterais”, uma vez que “nunca são uma forma eficaz para resolver problemas”. O presidente da Comissão Reguladora de Bancos e Seguros (CBIRC) e o “número dois” do Banco Central chinês, Guo Shuqing, acrescentou hoje que a China não vai participar nas sanções e que vai continuar as trocas a “nível económico, financeiro e comercial”, com “todas as partes” envolvidas, noticiou a imprensa local. Wang acrescentou que a China vai continuar a desempenhar um papel “construtivo” ao pressionar por uma resolução do conflito na Ucrânia, após a invasão russa, um termo que as autoridades chinesas evitam usar. O porta-voz também disse que o ministério e a Embaixada da China na Ucrânia estão a tomar “várias medidas”, para ajudarem os seus cidadãos a saírem do território ucraniano. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dymtro Kuleba, assegurou, na terça-feira, ao seu homólogo chinês, Wang Yi, que o seu país está disposto a continuar as negociações com a Rússia, e que espera que a “mediação da China” permita um cessar-fogo. A China tem mantido uma posição ambígua em relação ao conflito na Ucrânia. Defende o “respeito pela integridade territorial de todos os países”, mas diz compreender as “legítimas exigências de segurança” da Rússia. O país asiático absteve-se, na sexta-feira passada, na votação de uma resolução a condenar a Rússia nas Nações Unidas. Em 04 de fevereiro, os Presidentes russo e chinês, Vladimir Putin e Xi Jinping, respetivamente, proclamaram, após reunirem em Pequim, a entrada das relações bilaterais numa “nova era”, e destacaram o bom estado das relações entre a Rússia e a China. Segundo Pequim, a sua relação com Moscovo é a de uma “parceria estratégica”, mas isso não inclui “nem aliança, nem confronto” nem tem como alvo “terceiros países”. A Rússia lançou na passada quinta-feira uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e de pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia, desde o início da invasão da Ucrânia. O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário. O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
Hoje Macau SociedadeDSEDJ | EPM e D. José da Costa Nunes recebem mais 20 milhões A Escola Portuguesa de Macau recebeu apoios de cerca de 19 milhões de patacas da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), no último trimestre de 2021. Os números foram revelados ontem, através da publicação dos apoios distribuídos em Boletim Oficial. Entre os 19 milhões de patacas entregues à escola dirigida por Manuel Machado, 3,3 milhões de patacas foram cedidos no âmbito do subsídio para o ensino integrado no ano lectivo de 2021/2022. Por outro lado, 2,6 milhões foram justificados com o protocolo de cooperação entre a DSEDJ e a Fundação Escola Portuguesa de Macau, 8 milhões de patacas com a concessão de subsídios de propinas e 1.360 patacas para a vacinação de professores e alunos. Para o bolo de 19 milhões de patacas contribuíram igualmente os subsídios para a para prestação de serviços de aconselhamento aos alunos, plano de subsídio para actividades extracurriculares, subsídio para melhoria do rácio turma/professor ou do rácio professor/aluno, subsídio para aquisição de manuais escolares, subsídio para a elaboração de contas das instituições educativas particulares sem fins lucrativos e ainda para as propinas do curso intensivo de língua portuguesa. Dos pequenos Por sua vez, o Jardim de Infância Dom José da Costa Nunes recebeu 2 milhões de patacas em apoios da entidade. Entre o montante, 344,4 mil patacas dizem respeito ao subsídio para prestação de serviços de aconselhamento aos alunos, 451,2 mil patacas em subsídio para a melhoria do rácio turma/professor ou do rácio professor/aluno, 684 mil patacas para a aquisição de manuais escolares e 526,5 mil patacas como parte do subsídio para o ensino integrado do ano lectivo.
Hoje Macau SociedadeCovid-19 | Detectados dois casos oriundos de Hong Kong Um menino de seis anos, residente de Macau, testou positivo à covid-19 esta terça-feira, tendo sido classificado pelas autoridades como um caso importado de infecção assintomática de Hong Kong. Segundo um comunicado, esta criança não está vacinada e estava acompanhada pela sua mãe e pela empregada doméstica da família. Os três viajavam de carro, sendo que a criança possuía um certificado de resultado negativo do teste de ácido nucleico realizado nas últimas 24 horas. Chegado ao território, o menino efectuou um novo teste, com resultado negativo, tendo sido reencaminhado para a Pousada Marina Infante, onde começou a cumprir a quarentena obrigatória. Os resultados dos testes realizados posteriormente, nos dias 20, 21, 22, 23, 26, 27 e 28 de Fevereiro deram negativo, mas o resultado do teste realizado esta terça-feira foi positivo. O menino encontra-se neste momento em isolamento no Centro Clínico de Saúde Pública de Coloane. Entretanto, um outro residente, também vindo de Hong Kong, testou positivo à covid-19 na terça-feira, depois de sucessivos resultados negativos em testes feitos nos dias 21, 22, 23, 24, 27 e 28 de Fevereiro. De acordo com o centro de coordenação de contingência, o sujeito de 63 anos de idade entrou em Macau no dia 20 de Fevereiro com um certificado de teste de ácido nucleico com resultado negativo e não apresenta sintomas, facto pelo qual foi classificado como caso importado de infecção assintomática. As autoridades de saúde adiantaram ainda que o indivíduo tomou duas doses da vacina da Sinopharm em Dezembro do ano passado e Janeiro deste ano. Depois de testar positivo, o residente foi transferido para o Centro Clínico de Saúde Pública de Coloane para isolamento.
Hoje Macau EventosSemana cultural em Macau quer aproximar a China de quem fala português A segunda edição da Semana de Cultura Chinesa, que se realiza entre os dias 7 e 12 de Março, com o lançamento de livros, traduções, concertos e debates, pretende aproximar o mundo de língua portuguesa da cultura chinesa. “Penso que é importante que a língua portuguesa se vá aproximando da cultura chinesa, no sentido de permitir uma melhor compreensão daquilo que tem sido incompreensível”, disse um dos organizadores do evento Carlos Morais José, também director do Hoje Macau. “Infelizmente, apesar de estarmos aqui há 500 anos, temos muito pouca sinologia, pouca coisa feita. [O evento] não pretende tapar esse buraco, porque o buraco é demasiado grande, mas pretende contribuir”, acrescentou. Depois de um ano de interrupção, devido à pandemia da covid-19, a Semana de Cultura Chinesa, organizada pelo jornal Hoje Macau com a colaboração da editora Livros do Meio, volta a levar às instalações da Fundação Rui Cunha a tradução direta de clássicos da literatura chinesa para português. “Tento estimular as traduções”, notou Morais José, exemplificando com o lançamento de “Quadras Chinesas”, poemas da dinastia Tang passados para português por Zerbo Freire, “o primeiro cabo-verdiano a traduzir poesia diretamente do chinês para língua portuguesa”. Ainda da dinastia Tang, considerada a era dourada da poesia chinesa, vai ser lançado o livro “Li Bai – a Via do Imortal”, sobre o poeta Li Bai, de autoria do antigo tradutor do Gabinete de Comunicação Social de Macau António Izidro. Duas outras obras nascem na Semana de Cultura Chinesa, “Nove Pontos na Bruma – textos sobre a China”, uma compilação de trabalhos que Carlos Morais José foi “escrevendo ao longo do tempo” e que “guardam coisas desde o Pensamento à Literatura e à História”, e ainda “Inquirições Sínicas”, de Paulo Maia e Carmo. No Dia Internacional da Mulher, 08 de março, Ana Saldanha, professora da Universidade Politécnica de Macau, vai falar sobre a “evolução sócio-política e jurídica da mulher chinesa, desde o tempo do Império aos nossos dias”, salientou o organizador, sublinhando ainda o papel da música ao longo da semana, com a peça chinesa “Butterfly Lovers” a ser tocada na abertura e no encerramento, por “instrumentos musicais ocidentais e chineses”, respetivamente. “Pode ser interessante ver as diferenças de abordagem da mesma peça musical com dois tipos de instrumentos diferentes”, disse Morais José. Todas as sessões podem ser acompanhadas à distância, na página da rede social Facebook da Fundação Rui Cunha, com início às 18:30 (10:30 em Lisboa), excepto no dia 12 que começa às 17:00 (09:00 em Lisboa).
Hoje Macau China / ÁsiaEUA desaconselham viagens para Hong Kong e alertam para risco de separação familiar Os Estados Unidos aconselharam hoje os seus cidadãos a evitarem viajar para Hong Kong devido às rigorosas medidas de controlo contra a covid-19, alertando que as crianças podem ser separadas à força dos pais. “Em alguns casos, as crianças que tiveram resultados positivos em Hong Kong foram separadas dos pais e mantidas em isolamento até cumprirem os requisitos do hospital local para a alta”, disse, em comunicado, o Departamento de Estado. Hong Kong está atualmente a enfrentar um surto sem precedentes que sobrecarregou completamente o sistema de saúde. A política de Hong Kong, tal como a da China continental, passa por isolar todos os pacientes, incluindo os assintomáticos, em instalações designadas para o efeito. No entanto, a capacidade destas instalações está atualmente saturada. Vários casos de crianças, incluindo bebés, separadas dos pais após teste positivo à covid-19 foram noticiados nos últimos dias. As autoridades apontaram a insuficiente capacidade de alojamento como motivo para as separações quando os pais testam negativo. Na semana passada, o consulado do Reino Unido em Hong Kong “protestou veementemente” contra a prática, mas os EUA são o primeiro país a mencioná-la explicitamente num aviso de viagem. Hong Kong registou cerca de 12.000 casos e 200 mortes durante os dois primeiros anos da pandemia. Mas, com a chegada da variante altamente contagiosa Ómicron, foram contabilizados mais de 220.000 casos desde o início de janeiro, enquanto as mortes, principalmente entre idosos não vacinados, são contabilizadas às dezenas todos os dias. Os especialistas disseram acreditar que o número de infeções será provavelmente muito mais elevado, com muitas pessoas a temer que sejam isoladas à força se informarem as autoridades de um resultado positivo depois de autodiagnóstico. Os hospitais e mortuárias estão sobrelotados, falta pessoal médico e ambulâncias e os supermercados estão a ser invadidos por residentes em pânico. Na esperança de derrotar a pandemia, as autoridades tencionam testar toda a população de Hong Kong (7,4 milhões de pessoas) três vezes seguidas em março e isolar todos os casos positivos, determinadas em proibir os pacientes com poucos ou nenhuns sintomas de se isolarem em casa, suscitando receios de mais separações familiares. Foram requisitadas dezenas de milhares de quartos de hotel e unidades de alojamento público desocupados, e estão a ser construídos vários campos pré-fabricados, com a ajuda da China, para isolar todas as pessoas infetadas. Cerca de 70.000 vagas para isolamento deverão estar disponíveis nas próximas semanas. Ao ritmo atual, mal cobre o número de novas infeções verificadas nos últimos dois dias.
Hoje Macau China / ÁsiaCovid-19 | China vai submeter todo o correio internacional a testes de PCR A empresa estatal de correios China Post vai submeter todas as cartas e encomendas que chegam à China oriundas do estrangeiro a testes de PCR, para reduzir o risco de infeções por covid-19. A medida surge depois de as autoridades de saúde terem atribuído surtos recentes ao contacto com correio internacional. Em comunicado nas redes sociais, o China Post descreveu a medida como uma “barreira adicional”, para impedir a transmissão do novo coronavírus através do contacto com objetos contaminados. Um funcionário do China Post na Mongólia Interior, no norte do país, disse à televisão estatal CCTV que o correio seria entregue 14 a 20 horas após a obtenção de um resultado negativo no teste de PCR. “Após desinfeção e isolamento durante 24 horas, vamos abrir as embalagens e testar o seu conteúdo, com o consentimento do destinatário (do correio)”, explicou o responsável. A China, que mantém uma política severa de “tolerância zero” à covid-19, atribuiu alguns dos surtos das últimas semanas ao contacto com encomendas oriundas do exterior. O primeiro caso detetado da variante Ómicron em Pequim deveu-se, segundo as autoridades sanitárias do país, ao contacto com encomenda proveniente do Canadá e desencadeou cautela em relação ao correio internacional. Houve casos de pessoas cuja aplicação usada na China para identificar o risco de contágio do usuário, e permitir o seu acesso a locais públicos, mudou de verde, para laranja – cor que identifica como contacto de risco -, após receberem correio oriundo do estrangeiro. A tese chinesa de que o contágio é possível através do contacto com correio contaminado ou através de produtos congelados foi refutada por grande parte da comunidade científica internacional, que considera que o vírus não consegue sobreviver tanto tempo em superfícies. Segundo dados da Comissão Nacional de Saúde da China, o país somou 109.526 positivos desde o início da pandemia e 4.636 mortes.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Governo pede à China para mediar conflito para se alcançar cessar-fogo O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, assegurou hoje ao seu homólogo chinês, Wang Yi, que está disposto a “continuar as negociações” com a Rússia e que espera a “mediação da China” para alcançar “um cessar-fogo”. “Acabar com a guerra é a prioridade do lado ucraniano e estamos calmos, abertos para negociar uma solução”, disse Dmytro Kuleba, citado em comunicado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Este comunicado surge após o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, ter conversado hoje com o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kouleba, a pedido deste último. “Embora as negociações não avancem sem problemas, estamos prontos para prosseguir [com elas] e a fortalecer os contactos com a China”, disse ainda o governante ucraniano, realçando que aguarda pela “mediação da China para chegarem a um cessar-fogo”. Wang Yi expressou ainda a sua “preocupação” com os danos causados à população civil e pediu à Ucrânia para “continuar a negociar”. “A China lamenta a eclosão do conflito e está extremamente preocupada com os danos causados à população civil. A nossa prioridade é aliviar ao máximo a situação no terreno para evitar que o conflito se agrave ou saia fora do controlo”, salientou o governante no comunicado. Além disso, realçou que a China “apela a ambos os lados para que procurem uma solução pela via das negociações”. Trata-se da primeira ligação entre diplomatas chineses e ucranianos desde o início do conflito armado, sendo que a China até agora tem mantido uma posição ambígua. É também a primeira vez que diplomatas chineses se referem aos “danos” infligidos à população civil. Wang Yi disse ainda que “a situação na Ucrânia mudou rapidamente” e que além de lamentar a “eclosão do conflito” e estar “extremamente preocupada” com os danos causados aos civis, defende o “respeito pela soberania e integridade de todos os países”. Apelamos, pois, à “Ucrânia e à Rússia” para que encontrem soluções através de “contactos”, disse Wang, embora tenha realçado que “a segurança de um país não pode ser alcançada à custa da [segurança] de outros” ou também que “não pode ser alcançada através da expansão dos blocos militares”. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês disse que o Governo procura garantir a segurança de seus concidadãos na Ucrânia e que o processo de retirada destes está a “progredir graças ao apoio e cooperação” ucraniana. A China tem mantido uma posição ambígua em relação ao conflito na Ucrânia, insistindo por um lado no “respeito pela integridade territorial de todos os países” e na atenção que deve ser dada às “legítimas exigências de segurança” da Rússia. Segundo a televisão estatal chinesa a CCTV, cerca de 600 estudantes chineses foram transferidos da capital Kiev e Odessa (sul) para a Moldávia, sendo que um cidadão chinês que tentava viajar para Lviv foi ferido, mas está a ser tratado num hospital. Até agora, a China, atendendo às boas relações diplomáticas com a Rússia, absteve-se de condenar a intervenção russa na Ucrânia, recusando-se mesmo em falar de “invasão”. Na terça-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês tinha dito que estava a ajudar os cidadãos chineses na Ucrânia (cerca de 6.000) a deixarem o país, embora sem avançar mais detalhes.
Hoje Macau EventosFRC | Inaugurada hoje exposição de pintura a óleo A exposição de pintura a óleo “33 Macao Leisurely Oil Painting Exhibition” poderá ser visitada a partir de hoje, às 18h30, na Fundação Rui Cunha (FRC). Esta mostra irá revelar 33 obras de seis artistas finalistas do Curso de Pintura a Óleo da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Huaqiao, na província de Fujian, na China. A exposição tem como conceito “Lazer de Macau” e descreve “as gentes e a agradável paisagem” do território. As 33 obras são assinadas pelos artistas Ho Si Man, Wong Tan Tong, Tam Kok Chun, Onion, Ng Kuan Hou, Maggie, Ho Cheng Wa e Lei Weng Kuong, Christopher. Segundo um comunicado, “apesar de residirem em Macau há muito tempo, os pintores continuam fascinados por esta cidade, enriquecida pela co-existência da história e das culturas nacionais da China e de Portugal, e com grande variedade de ambientes únicos e coloridos”. Desta forma, nesta exposição, os “pintores procuraram observar de múltiplos ângulos as pessoas, objectos, cenários e acontecimentos encontrados na vida de Macau, com vista a apresentar a sua percepção de tais elementos”, revela o manifesto da exposição, que pode ser vista até dia 12 deste mês.
Hoje Macau SociedadeIAM | Destruídos 720 quilos de leite vindos de Hong Kong As autoridades de Macau destruíram “720 quilogramas de leite de Hong Kong”, depois de encontrarem vestígios do novo coronavírus no invólucro de plástico da embalagem, anunciaram ontem as autoridades. A testagem foi realizada na noite de segunda-feira, durante uma inspecção regular de importação de alimentos, acrescentou o Instituto de Assuntos Municipais (IAM) em comunicado. O IAM sublinhou que “vai reforçar a limpeza e desinfecção das embalagens exteriores de frutas e alimentos da cadeia de frio importados do exterior, e aumentar o número de amostras recolhidas para testes”. Actualmente, uma média de 100 mil caixas de alimentos congelados são desinfectadas semanalmente e 65 mil amostras de alimentos e frutas ambientais importados da cadeia de frio foram submetidas a testes de ácido nucleico para detecção do novo coronavírus, em 2021. Os trabalhadores do sector alimentar da cadeia de frio são obrigados a submeterem-se a testes de ácido nucleico a cada 48 horas, indicou o IAM.
Hoje Macau China / ÁsiaChina inicia retirada dos seus cidadãos da Ucrânia A China retirou da Ucrânia o primeiro grupo de cidadãos chineses, incluindo 200 estudantes, residentes em Kiev, e outros 400 em Odessa, e planeia retirar hoje mais mil chineses do país, segundo a embaixada chinesa. Os estudantes foram primeiro retirados para a Moldávia, onde chegaram após seis horas de carro, detalhou a chancelaria, citada pelo jornal oficial Global Times. Segundo a embaixada da China, outros países vizinhos, como a Moldávia, Roménia, Eslováquia, Hungria e Polónia, vão ajudar os cidadãos chineses a entrar no seu território, garantindo-lhes temporariamente a entrada sem visto. Na sexta-feira, a embaixada publicou um comunicado sobre a retirada dos cerca de 6.000 cidadãos chineses radicados na Ucrânia. A China tem mantido uma posição ambígua em relação ao conflito. Pequim insiste no “respeito pela integridade territorial de todos os países”, mas diz entender as “legítimas exigências de segurança” da Rússia. O país asiático absteve-se, na sexta-feira passada, na votação de uma resolução a condenar a Rússia, no Conselho de Segurança das Nações Unidas. O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, explicou nos últimos dias que a estabilidade de um país “não pode ser conseguida à custa da de outros”, embora os seus porta-vozes tenham evitado referir-se às ações russas com a palavra “invasão”. Em 4 de fevereiro, os presidentes russo e chinês, Vladimir Putin e Xi Jinping, anunciaram, após reunião em Pequim, a entrada das relações bilaterais numa “nova era”, e sublinharam o bom estado das relações entre a Rússia e a China. A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia. O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário. O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
Hoje Macau SociedadeAdvogados em Macau, Hong Kong e Portugal lançam ajuda jurídica gratuita a ucranianos Advogados portugueses que residem em Macau, Hong Kong e Portugal disponibilizaram hoje serviços jurídicos gratuitos a ucranianos para ajudar à reunião familiar e obtenção de vistos, disse à Lusa um dos juristas. “Queremos providenciar serviços legais para entrada em Portugal”, explicou Paulo Rowett, advogado em Macau. Para já são 13 os advogados que vão prestar gratuitamente serviços, acrescentou, mas o número está ainda em aberto, sendo atualmente formado sobretudo por antigos estudantes da universidade. “Não estando disposto a ficar de braços cruzados à medida que a situação na Ucrânia se desenrola, irei, juntamente com outros colegas, prestar, gratuitamente, serviços a todos os cidadãos ucranianos que necessitem de assistência jurídica, nomeadamente autenticação e preparação de qualquer documentação necessária para os seus familiares deixarem a Ucrânia, autenticação da documentação necessária para a obtenção de vistos ou autorizações de saída para menores”, pode ler-se na página na rede social Facebook. A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia. O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário. O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
Hoje Macau SociedadeSJM | Mais de 4 mil milhões de prejuízo em 2021 A Sociedade de Jogos de Macau (SJM) anunciou ontem um prejuízo de 4,1 mil milhões de dólares de Hong Kong em 2021. Em 2020, a empresa fundada pelo magnata Stanley Ho já tinha registado perdas de três mil milhões de dólares de Hong Kong, devido ao impacto da pandemia de covid-19, que resultou na queda abrupta de visitantes em Macau. O balanço de 2021 contrasta igualmente com os ganhos contabilizados no ano pré-pandémico de 2019, quando a operadora apresentou lucros de 3,2 mil milhões de dólares de Hong Kong.
Hoje Macau SociedadeUcrânia | Au Kam San critica Ou Mun por cobertura da invasão O ex-deputado Au Kam San criticou o jornal Ou Mun, o maior do território, pela cobertura da agressão da Rússia contra a Ucrânia. “É difícil imaginarmos como os meios de comunicação social de Macau se podem mostrar tão insensíveis. Vemos que a Rússia comete uma agressão, bullying, contra o país mais fraco, e o título na manchete é ‘Forças Russas avançam para Kiev’, apontou. Na argumentação contra a posição do Ou Mun, o democrata pediu que a direcção editorial do jornal se recordasse da invasão Japonesa da Manchúria, em 1931, e que se metesse no lugar dos chineses da altura. “A sorte é que este jornal só foi fundado em 1958 e não existia em 1931. Se existissem em 1931, quando foi a invasão da Manchúria também íamos ter de ler ‘Forças Japonesas avançam para o nordeste da China’”, atirou. Au Kam San atacou ainda a falta de ética profissional do Ou Mun e mostrou-se solidário com o povo ucraniano e as vítimas da guerra. O ex-deputado considerou ainda que a invasão estava planeada há muito tempo e que é uma forma de concretização de um “rejuvenescimento nacional”. “A Rússia é uma nação invasora, a invasão violenta na Ucrânia foi premeditada e preparada. É um passo importante para concretizar o grande rejuvenescimento nacional da Rússia, que passa por separar e anexar gradualmente a Ucrânia,” indicou. Das pensões Já sobre as políticas dirigidas aos mais velhos, o antigo deputado considera que o Governo tem de indexar a pensão para idosos ao valor do risco social, ou seja, o montante tido pelo Executivo como necessário para que uma pessoa viva com condições mínimas na RAEM. Actualmente, a pensão para idosos é de 3.740 patacas, enquanto o nível de risco social está situado nas 4.230 patacas, uma diferença de 490 patacas. Face à disparidade, o ex-deputado criticou os actuais membros da Assembleia Legislativa por ignorarem de forma intencional este aspecto que considera fundamental. Au Kam San recordou ainda que quando questionou a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong Iu, sobre este aspecto, lhe foi explicado que o aumento de 490 patacas por “idoso” levaria à falência do Fundo de Segurança Social de Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Historiadores chineses contra a invasão russa Uma carta aberta escrita por cinco historiadores denunciou a guerra e apelou a Pequim para tornar mais clara a sua posição Sábado passado, cinco historiadores chineses de renome escreveram uma carta aberta denunciando a acção da Rússia sobre a Ucrânia e fizeram um apelo à paz. Para os autores da carta, o que a Rússia está a fazer é errado. Para Xu Guoqi, um historiador chinês, a situação é alarmante. “Sou um historiador da Primeira Guerra Mundial. A Europa foi sonâmbula num enorme conflito há mais de 100 anos, que também teve enormes consequências para a China”, disse Xu. “O mundo pode estar outra vez num ponto de não retorno. Receio que ainda não tenhamos aprendido as lições das tragédias do passado. Como historiador, estou muito desapontado”. “A que conduzirá esta guerra? A uma guerra mundial em grande escala?” perguntam os historiadores. “As grandes catástrofes da história começaram muitas vezes com conflitos locais. Opomo-nos veementemente à guerra da Rússia contra a Ucrânia. A invasão pela força de um Estado soberano pela Rússia … é uma violação das normas das relações internacionais baseadas na Carta das Nações Unidas e uma violação do sistema de segurança internacional existente”. Publicamente, a China opõe-se a qualquer acto que viole a integridade territorial dos países. O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, reafirmou novamente esta posição numa mensagem de última hora publicada no portal do seu ministério na sexta-feira. Mas, ao longo da última semana, Pequim continuou a fazer eco do argumento de Putin de que a acção de Moscovo é uma resposta à expansão da NATO para leste. “Será que acreditam realmente nisso? Vale [a pena] para a China minar a sua própria credibilidade para defender o indefensável? Receio que tenham sido enganados por Putin”, disse Xu, sublinhando que ele e os seus colegas escreveram esta carta porque amam o país, e não desejam que uma potencial tragédia mundial paralise o futuro da China. “Isto é simplesmente uma questão a preto e branco”, continuou. “Isto é uma invasão. Como diz o ditado chinês: não se pode chamar veado a um cavalo. Como historiadores chineses, não desejamos ver a China ser arrastada para algo que irá prejudicar fundamentalmente a actual ordem mundial. Pelo amor da humanidade, paz mundial e desenvolvimento, devemos deixar isto bem claro”. Prós e contras A carta aberta de Xu e dos seus colegas provocou reacções variadas na internet chinesa. Alguns chineses pró-guerra denunciaram os autores – que estão baseados em Nanjing, Pequim, Hong Kong e Xangai – como “vergonhosos” e “traidores”. “Por que não disseram nada durante a invasão do Ocidente no Iraque?”, um deles perguntou. Alguns chineses expressaram a sua admiração por Putin online. Alguns chamaram ao líder russo “o maior estratega deste século”. Outros disseram que a China deveria aproveitar a situação actual para “tomar Taiwan de volta”. Mas no WeChat, por exemplo, muitos têm também estado a discutir a situação na Ucrânia. No domingo, quando Putin ordenou aos seus militares que colocassem as forças de dissuasão nuclear da Rússia em alerta máximo, alguns utilizadores publicaram uma declaração de 1994 na qual a China exortava todos os Estados detentores de armas nucleares a não utilizarem ou ameaçarem utilizar armas nucleares contra Estados que as não possuam, incluindo a Ucrânia. Nas redes sociais, alguns são contra a acção da Rússia, embora se encontrem frequentemente com outros pró-guerra que os acusam de serem “fracos” e “ingénuos”. “Se a Rússia tem problemas com a NATO, deve lidar com a NATO, porquê invadir a Ucrânia?”, foi questionado num vídeo WeChat que atraiu mais de meio milhão de visualizações num espaço de horas. Cerca de 9.000 utilizadores gostaram do vídeo e mais de 23.000 partilharam-no. Inquietação Na sexta-feira, a China absteve-se no final da votação do Conselho de Segurança da ONU, condenando a agressão russa. Os diplomatas ocidentais viram isto como um sinal de que Pequim está cada vez mais inquieto em ser visto como defensor da acção de Putin, o que tem atraído a condenação mundial. No domingo, o enviado chinês a Kyiv, Fan Xianrong, salientou num vídeo que “a China respeitava a soberania e a integridade territorial da Ucrânia”. Instou também os cidadãos chineses baseados na Ucrânia a não revelarem a sua identidade ou mostrarem quaisquer sinais da sua nacionalidade, invertendo o anterior aconselhamento da sua embaixada que encorajava os cidadãos a hastear a bandeira nacional nos seus carros. “Mais cedo ou mais tarde, eles terão de se sentir”, disse Xu. “Os chineses são muito pragmáticos. Precisam de compreender que são um grande beneficiário da actual ordem mundial, sob a qual a China também prosperou. Esta é uma oportunidade para todos nós demonstrarmos que somos um verdadeiro interveniente responsável”.
Hoje Macau Entrevista MancheteAntónio Izidro: “Acho interessante a ideia de estabelecer um paralelo entre Li Bai e Camões” António da Amada Izidro, macaense, bilingue em Chinês e Português, foi Chefe do Departamento de Informação no Gabinete de Comunicação Social, até se reformar em 2002. Daí para cá um dos seus maiores interesses tem sido a poesia e a vida do poeta chinês Li Bai. Agora vai publicar um livro – “Li Bai – A Via do Imortal”, que intersecta a biografia com numerosos dos seus poemas traduzidos para língua portuguesa. O lançamento, integrado na Semana de Cultura Chinesa do Hoje Macau, terá lugar na próxima segunda-feira, dia 7 de Março, na Fundação Rui Cunha, pelas 18:30 Como nasceu o seu interesse por Li Bai e pela poesia chinesa? Quem gosta de poesia chinesa, delicia-se. Quem não gosta, aprende a gostar. A poesia chinesa, como dizia um político chinês, é como cana-de-açúcar. Começa-se a degustar a parte menos doce da raiz e à medida que vai roendo tronco acima, o aroma açucarado intensifica e enche a boca. Por quê Li Bai? Das recordações da sua infância ao tempo de exílio, uma vida tumultuosa, Li Bai caracteriza-se por ser um poeta com verdadeiro amor à pátria. Uma vida contemplativa nos montes, exótica sob o luar, escondida no vinho. Provavelmente, é o mais multifacetado dos compositores chineses, de personalidade ímpar, que dificilmente se dobra. Os seus poemas são um cardápio de temas tão abrangente que não se encontra noutros poetas: misticismo, erotismo, espiritualidade, poemas melíferos e ácidos, sentimentais e românticos, tudo pincelado com a mesma originalidade e riqueza de estilo. Verticalidade é porventura o termo que assenta bem no seu discurso. Que passos teve de dar para fazer este livro? Visitou locais frequentados pelo poeta? De Sichuan até Hangzhou, um trajecto de quilómetros e mais quilómetros por entre municípios e vilas. «Ainda é possível ´respirar´ Li Bai», dizia eu. «Antigamente talvez se pudesse dizer isso. Hoje está tudo mudado», assegurava-me o meu cicerone, que aí procurou guiar a conversa para a excelência dos locais que o poeta pisou e que me ia mostrar. De manhã cedo metemo-nos no caminho. Quanto a mim, era para satisfazer um fascínio nascido no dia remoto em que sentia a necessidade de rasgar novos horizontes e lançar o trabalho rotineiro para as raias do esquecimento. A política de reformas e abertura mudou toda a China, cintilam agora grandes e modernas metrópoles. Os montes, em cadeia, capeados de pinheiros, os rios e vales verdes, esses, felizmente, é que não mudaram, nem as pedras, nem os pagodes que ainda emanam ´cheiros´ do poeta imortal. Foram muitos museus percorridos e papelada sem fim consultada. Eu sabia dos livros, mas preferia testemunhos vivos. De tudo fui ouvindo, perguntando, memorizando e anotando. Para realizar este livro, visitou então numerosos lugares na China. Como correram essas viagens e o que trouxe delas? Quanto tempo lhe levou a realização deste livro? Trouxe um volumoso bloco de notas que fui ordenando, pesquisando e acrescentando novos elementos, mas sem ainda o impulso para iniciar o trabalho. Foi então que a covid-19 estoirou e veio a ordem governamental que mandou fechar tudo. Eu também me fechei, mas no meu quarto deleitando-me com Li Bai durante cerca de um ano. Depois de tanto tempo a conviver com ele, com que ideia ficou do poeta e do homem Li Bai? Digamos que tem um perfil incompleto, quase perdido, mas nele tudo fala, nada esconde: homem de forte personalidade, sensível ao mal alheio, grande espiritualidade, observa a vida ao redor e não poupa críticas através de uma forma subtil. O filme pessoal que tinha pensado apresentar à história, contracenando com figuras heróicas do passado ruiu na estratégia, no idealismo que lhe parecia verosímil e no não aderir aos sistemas corruptos que grassavam na corte Tang, no curto tempo em que lá permaneceu. Granjeou, indiscutivelmente, a simpatia do imperador, num ambiente em que não faltaram oposição e ciúmes, com os quais os círculos do poder o alvejavam. Conquistou amizades e admiração dos seus pares. Morreu com dissabores e frustações. A fama e a arte ficam para a posteridade e a história. Acho interessante a ideia – penso que não é despropositada – de estabelecer um paralelo entre Li Bai e Luís de Camões, não me refiro ao engenho e à arte dos dois, evidentemente. É possível constatar, porém, que fizeram um percurso de vida que se assemelha em alguns aspectos: Camões também lia poemas na corte portuguesa, viajou por mares, enquanto que Li Bai peregrinou pelas montanhas. Ambos lutaram pela causa da pátria, receberam pensão da coroa, ambos foram presos. Li Bai morreu só e frustrado, no limiar de uma nova dinastia, enquanto que Camões viveu seus anos finais na pobreza. Terá dito o poeta luso que morria com a Pátria. Repara nestes dois poemas: O teu perfume ficará em mim para sempre, mas onde andas tu, meu amor? Suspiro e folhas amarelas caem dos ramos. Choro e o musgo verde brilha, húmido de orvalho. Li Bai Se lá no assento etéreo, onde subiste, Memória desta vida se consente, Não te esqueças daquele amor ardente Que já nos olhos meus tão puro viste. Luís de Camões Tem algum método particular para abordar a tradução de uma língua tão distante da portuguesa como o chinês? Sim. Primeiro, procuro sempre encontrar o contexto histórico-cultural, às vezes físico, em que a poesia foi escrita. Em segundo lugar, faço uma tradução literal palavra a palavra, expressão a expressão. Em terceiro lugar, reescrevo tudo de modo a fazer sentido em português, sem que perca com isso o seu sentido original. Finalmente, procuro sentir o que terá sentido o poeta e volto a reescrever. Nem sempre fico satisfeito com o resultado (risos). De facto, o seu livro e as notas apresentam, de forma erudita, os contextos em que vários poemas foram escritos. Considera isso fundamental para o entendimento desta poesia? É preciso contextualizar não só em termos históricos e geográficos, mas também as circunstâncias, os sentimentos, as ideias que os poemas versam. São episódios distintos e ambientados, inseridos na vida do poeta Li Bai. As notas dos poemas, diria, são como o sal que se quer para a comida. Os detalhes eliminam o surreal e enquadram melhor o leitor na compreensão, no alinhamento com os cenários vividos pelo autor. É um tratamento virtual que se dá à leitura poética. Considera estas traduções poéticas o ponto mais alto da sua carreira de tradutor ou preferia traduzir discursos oficiais e ser intérprete como no tempo em esteve no GCS? Diria antes que foi um trabalho fascinante e o cumprimento de um propósito que me impusera. É recomendável manter-se sempre activo intelectualmente. Tive oportunidades de praticamente traduzir de tudo e todos. O trabalho profissional deve ser abrangente e o ineditismo circunscreve-se no âmbito da criação que não se deve abdicar. Traduzir e interpretar poemas clássicos chineses sã devera penoso mas empolga o espírito e assoberba a vontade. Nascido em Macau, assistiu ao final da administração portuguesa e a duas décadas de administração chinesa. Que mensagem gostaria de deixar aos presentes e futuros governantes desta terra? E aos seus conterrâneos macaenses? Continuo a achar que não podemos cruzar os braços e deixar escoar uma sociedade em que os ventos do Norte sopram cada vez mais fortes, num processo de transformação sem precedentes que acabará (espero que não) por diluir irremediavelmente a identidade e cultura macaenses. Há que atiçar o empenho para garantir que as condições existam; que os ´filhos da terra´ de agora e gerações vindouras possam assumir um papel mais interventor nos diferentes sectores sociais, sem fomentar o individualismo, mas posto ao serviço da sociedade de Macau e da comunidade macaense. O actual critério que rege a atribuição de cargos públicos de responsabilidade de acordo com o ratio étnico-racial da população local julgo que deve ser reconsiderado. Afinal, os portugueses de Macau (naturais e não naturais) são herança de uma história de cinco séculos, não é? Teve alguns apoios para a realização deste trabalho? Essencialmente livros de consulta e alguns mestres sinólogos.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | China pede redução das tensões no arranque das conversações entre Moscovo e Kiev A China, que recusa condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia, apelou hoje a uma desescalada do conflito, numa altura em que as duas partes iniciaram negociações na Bielorrússia. Em declarações feitas hoje, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, não condenou a recente decisão do Presidente russo, Vladimir Putin, de colocar as suas forças nucleares em alerta, e pediu às partes envolvidas que “permaneçam calmas e exerçam moderação para evitar uma maior escalada”. A China “apoia todos os esforços para uma redução das tensões e uma solução política”, acrescentou, enquanto os negociadores russos e ucranianos estabelecem os primeiros contactos na Bielorrússia, país aliado de Moscovo. Desde o início do conflito, a diplomacia chinesa tentou manter o equilíbrio entre a sua proximidade política com Moscovo e a sua tradicional defesa da “soberania e integridade territorial” dos Estados. Pequim recusou-se a aprovar uma resolução do Conselho de Segurança da ONU na sexta-feira a condenar a agressão russa, mas também não votou contra, refugiando-se na abstenção. O regime comunista diz “entender” as exigências “razoáveis” da Rússia em termos de segurança, levando em conta as queixas de Moscovo contra o alargamento da NATO. Nas mesmas declarações, Wang também criticou as sanções adotadas pelos países ocidentais contra a Rússia, acreditando que só vão criar novos problemas. A China não esclareceu se foi ou não avisada sobre a invasão da Ucrânia por Putin, que se encontrou com o líder chinês, Xi Jinping, em Pequim, no início de fevereiro, por ocasião da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno. Pequim ignorou os avisos dos serviços de informações ocidentais de que um ataque russo à Ucrânia era iminente, deixando os seus cerca de 6.000 cidadãos que vivem em território ucraniano sob ameaça de guerra. A embaixada chinesa em Kiev inicialmente pediu aos seus concidadãos que se identificassem com uma bandeira chinesa, tendo anunciado evacuações aéreas para a China. Mas, no sábado, a missão diplomática reviu as suas indicações e pediu aos cidadãos chineses para que mantivessem a máxima descrição. Face ao agravamento da situação no terreno, a embaixada chinesa em Kiev desistiu, no domingo, dos planos de retirada. Nas redes sociais, internautas relatam incidentes entre ucranianos e chineses radicados no país. “Os ucranianos estão numa situação difícil e estão a sofrer muito”, disse o embaixador chinês na Ucrânia, Fan Xianrong, num vídeo difundido no domingo, no qual ele pediu aos chineses que “não discutam com os habitantes locais”. “Temos que entender os seus sentimentos”, acrescentou. A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de quase 500 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldova e Roménia. O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário. O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Rublo afunda, acções asiáticas em queda e preço do barril do petróleo sobe O rublo caiu hoje quase 30% em relação ao dólar norte-americano, as acções asiáticas desceram e o preço do barril de petróleo de referência nos Estados Unidos, West Texas Intermediate (WTI), aumentou mais de 5%. A moeda russa perdeu 27% em relação ao dólar, noticiou a Bloomberg News, depois de as potências internacionais terem imposto novas sanções mais duras a Moscovo pela invasão da Ucrânia. Os preços das ações asiáticas caíram nas bolsas de valores em Tóquio, Hong Kong e Xangai. Já o preço de um barril de crude WTI subiu mais de 5% nas primeiras transações, também hoje, evidenciando o nervosismo dos mercados face a uma provável crise energética, na sequência do conflito na Ucrânia. A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram pelo menos 352 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldova e Roménia. O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário. O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Japão junta-se ao Ocidente nas sanções envolvendo o sistema SWIFT O Japão irá juntar-se aos países ocidentais para excluir alguns bancos russos do sistema internacional de pagamentos SWIFT, essencial para os fluxos financeiros mundiais, anunciou ontem o seu primeiro-ministro, Fumio Kishida. Segundo o governante japonês, os países ocidentais anunciaram as medidas “para isolar a Rússia do sistema financeiro internacional e da economia mundial, nomeadamente a exclusão de certos bancos russos do SWIFT”. “Pediram ao Japão para participar. O Japão juntar-se-á a essa iniciativa”, anunciou Fumio Kishida, citado pela agência France-Presse (AFP). A União Europeia, os Estados Unidos da América e o Reino Unido acordaram no sábado bloquear o sistema internacional de comunicações bancárias SWIFT a alguns bancos russos, como retaliação à invasão da Ucrânia. A medida foi anunciada em Bruxelas conjuntamente como parte de um novo pacote de sanções financeiras destinadas a “responsabilizar a Rússia e a garantir coletivamente que esta guerra seja um fracasso estratégico para [o Presidente russo] Putin”. O sistema financeiro SWIFT (‘Society for Worldwide Interbank Financial Communications’) movimenta diariamente milhares de milhões de dólares em mais de 11.000 bancos e outras instituições financeiras em todo o mundo. Ao anunciar as medidas em Bruxelas, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que vai pressionar os Estados-membros também a “paralisar os ativos do Banco Central da Rússia” para que as suas transações sejam congeladas. A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram cerca de 200 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia. O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário. O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.
Hoje Macau EventosCinemateca Paixão | Os filmes que inauguram a programação de Março Março arranca com três filmes independentes na Cinemateca Paixão. Realizado e escrito pelos irmãos Ramon e Silvan Zürcher, “The Girl and the Spider” é o melodrama existencial do trio de filmes em exibição esta semana. A onírica película vietnamita “Taste” e a alucinação cyber-punk “Titane” completam a oferta cinematográfica do início do mês na Travessa da Paixão Um trio de filmes que fez as rondas dos festivais de cinema de Berlim a Cannes, passando por Taiwan, marca o início da programação da Cinemateca Paixão para o mês de Março. A primeira película a ser exibida no ecrã da Travessa da Paixão é “Titane”, uma produção francesa realizada e escrita por Julia Ducournau que estreou mundialmente no Festival de Cannes do ano passado. O filme viria a consagrar a cineasta francesa como a segunda mulher a ganhar a Palme d’Or. “Titane” passou a ocupar um lugar de destaque na estranha categoria cinematográfica de “body horror”, um género em que se notabilizaram realizadores como David Cronenberg, Katsuhiro Otomo e David Lynch. Este movimento artístico coloca no epicentro da acção o corpo humano usado como um veículo para transmitir cenários e histórias aberrantes e psicologicamente tortuosas. “Crash”, de Cronenberg, é um dos clássicos deste tipo de filmes. Depois da película inicial, “Raw”, Julia Ducournau apresenta uma obra centrada na vida problemática de uma mulher, interpretada pela estreante Agathe Rousselle, que desde criança tem uma placa de titânio implantada na cabeça, depois de sofrer um horripilante acidente de viação. O momento traumático é o catalisador para um mergulho surrealista pontuado por homicídios e sexo entre a protagonista e um automóvel. O segundo filme da cineasta francesa, segue um imaginário de pesadelo, com inspirações óbvias em territórios de Lynch e Cronenberg e nas monstruosidades romanceadas por autores como Mary Shelley e Edgar Allan Poe. Aliás, numa entrevista à revista Vulture, Ducournau referiu que o protagonista de “O Homem Elefante”, de David Lynch, representa “a essência da humanidade” e é uma das influências incontornáveis da sua filmografia. As várias sessões de exibição de “Titane” estão agendadas para quarta-feira, às 19h e 21h. Na quinta-feira, a sessão está marcada para as 21h30, na sexta-feira às 19h, no sábado às 21h e no dia 8 de Março às 19h e 21h. Lesões e sonhos O próximo filme na ementa da Cinemateca Paixão não é tão perturbante quanto “Titane”, porém não é exemplo de uma narrativa linear e tradicional. Realizado pelo jovem vietnamita Lê Bảo, “Taste” foi uma das películas premiadas em 2021 no Festival Internacional de Cinema de Berlim e no Festival de Cinema de Taipei. Com uma rotação reduzida, “Taste” tem o ritmo de uma valsa lenta, uma vagarosa alucinação onde habitam fantasmas e imagens de saudosismo. O filme parte da situação invulgar em que vive Bassley, um futebolista nigeriano a viver no Vietname. Tendo esta circunstância como ponto de partida, o realizador vietnamita guia o filme para um ponto onde a história se torna irrelevante. A partir do momento em que Bassley parte a perna e fica impossibilitado de ganhar a vida através do desporto, “Taste” passa a ganhar contornos de um mosaico onírico composto por imagens e texturas, coladas por um anseio a meio-gás e um saudosismo que busca algo indefinido. Depois de ser despedido da equipa de futebol, o protagonista vagueia pelos bairros pobres de Saigão em busca de tecto e biscates que lhe encham a barriga. Nesta divagação, Bassley acaba por seguir quatro mulheres vietnamitas e conseguir um trabalho. As companheiras de labor acompanham-no na construção de um mundo especial, uma utopia com o fim sempre à vista, onde todos sonham com uma vida melhor. “Taste” será exibido na quinta-feira às 19h30. Caixotes no abismo O sentimento de uma vida transitória e efémera é um dos elementos principais de “The Girl and the Spider”, a terceira proposta da Cinemateca Paixão para o arranque do mês, com sessão marcada para a próxima sexta-feira, às 21h. O filme premiado no Festival Internacional de Cinema de Berlim é realizado pelos irmãos Ramon e Silvan Zürcher, uma dupla de cineastas suíços que regressam às longas-metragens depois do filme de estreia “The Strange Little Cat” que cativou a crítica internacional. A simplicidade do argumento contrasta com as complexas emoções que evoca. O ponto de partida de “The Girl and the Spider” é a saída de uma jovem arquitecta de uma casa que partilha com outras pessoas para viver sozinha. Sem revelar o tumulto dramático que a mudança implica na vida da protagonista e, em particular, numa amiga com quem se presume haver mais do que amizade, as tensões psicológicas crescem tacitamente, sem serem directamente endereçadas. O facto de uma parte significativa do filme ser rodado num pequeno apartamento confere uma atmosfera de claustrofobia e intimidade que preenche os vazios narrativos deixados em aberto pelo guião. “The Girl and the Spider” deixa muitas perguntas por responder e não revela a verdadeira dimensão das relações entre personagens. Característica que poderia matar o filme, mas que graças à mestria da dupla de cineastas conduz a narrativa por um caminho de mistério, curiosidade e ambiguidade interpretativa.
Hoje Macau PolíticaHabitação económica | Moradores em Seac Pai Van queixam-se de humidade Um grupo de moradores da habitação económica Koi Nga, em Seac Pai Van, está preocupado com a humidade e infiltrações que assolam o edifício. Um dos proprietários, de apelido Lei, afirmou ao Ou Mun que se queixou no ano passado da queda de mosaicos das paredes, algo que poderia resultar em infiltrações e prejudicar as condições de habitabilidade no edifício. O novo rol de queixas de moradores do bloco onde Lei vive inclui o aparecimento de fungos e fissuras nas paredes, além de infiltrações. O morador indicou que após a vistoria de pessoal da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes verificou-se que uma parede exterior do prédio teria perdido a impermeabilidade. O morador queixou-se da falta de qualidade da habitação económica e frisou que a solução mais justa passaria pela assunção de responsabilidades do Instituto de Habitação, em vez dos proprietários, que ficaria responsável pela manutenção do edifício durante 16 anos, ou seja, o mesmo período em que os proprietários estão impedidos de vender as fracções.
Hoje Macau SociedadeUcrânia | Macau não recebeu pedidos de ajuda de residentes O Gabinete de Gestão de Crises do Turismo de Macau disse à Lusa não ter recebido qualquer pedido de informação ou apoio por parte de residentes da cidade na Ucrânia, mas garantiu estar a acompanhar a situação. No sábado, a China recomendou a máxima discrição aos seus cidadãos na Ucrânia, dois dias depois de ter aconselhado que a bandeira chinesa fosse claramente mostrada para protecção durante a invasão russa. “A escalada da guerra entre a Ucrânia e a Rússia […] coloca em risco a segurança dos cidadãos chineses”, sublinhou a embaixada chinesa na Ucrânia, em comunicado, notando um aumento do “comportamento extremista na sociedade ucraniana”. A embaixada em Kiev pediu aos chineses que “evitem disputas sobre questões específicas” e “se dêem bem com o povo ucraniano”, devendo “abster-se […] de exibir sinais identificativos”, sublinhou o documento. Na quinta-feira, a embaixada tinha recomendado aos cidadãos chineses que quisessem abandonar a Ucrânia por estrada que pendurassem “claramente uma bandeira chinesa” no veículo. Na sexta-feira, a embaixada anunciou que estava a organizar voos para retirar da Ucrânia cerca de seis mil pessoas com passaporte da China, ou das regiões administrativas especiais chinesas de Hong Kong e Macau, ou um “cartão de compatriota de Taiwan”.