Hoje Macau Grande BaíaHuizhou | Cidade define 800 mil milhões de yuan como meta do PIB até 2026 A integração na Grande Baía, em geral, e com a cidade de Shenzhen, no plano mais específico, é vista como o grande motor para o crescimento da economia de Huizhou nos próximos quatro anos Até 2026 a cidade de Huizhou tem como meta atingir um produto interno bruto de 800 mil milhões de yuan. O grande objectivo, que as autoridades reconhecem ser “ambicioso”, foi apresentado durante as reuniões magnas. Segundo as explicações oficiais, a integração na Grande Baía, em geral, e com a cidade de Shenzhen, no nível mais específico, vai permitir ultrapassar o valor e trazer à cidade uma nova dinâmica de crescimento acelerado. Além disso, a integração na Grande Baía é vista como a oportunidade para construir dois pólos industriais, nas áreas das tecnologias da informação e do sector petroquímico/matérias-primas. “Esperamos que o PIB de Huizhou chegue a 800 mil milhões de yuan em 2026, e estamos muito confiantes que vamos alcançar a meta”, afirmou Wu Xin, director do Gabinete de Desenvolvimento e de Reforma de Huizhou. “A média anual do nosso crescimento do PIB nos próximos cinco anos deverá exceder os 8,5 por cento. Por isso, estamos totalmente confiantes que vamos alcançar as metas de crescimento”, vincou. A aposta na área das tecnologias da informação e do sector petroquímico é considerada estratégica, uma vez que as autoridades acreditam que quando as empresas estiverem bem estabelecidas na região que podem gerar um aumento da produção acima de um bilião de yuan. Contas feitas Por sua vez, Huang Yuxun, vice-secretário-geral do Governo Municipal de Huizhou, indicou que o investimento dos últimos anos justifica o sentimento de confiança. “Nos últimos cinco anos o investimento em activos fixos em Huizhou atingiu 1,15 biliões de yuan, incluindo 338,6 mil milhões de yuan em investimento industrial e 255,5 mil milhões de yuans em infra-estruturas”, afirmou. “A maioria desses investimentos é feita em grandes projectos de infra-estruturas e projectos industriais importantes, e esses projectos vão gerar ganhos económicos num futuro próximo”, justificou. Outro aspecto fundamental neste trajecto de crescimento vai ser o Novo Parque Industrial. Ainda em construção, há oito empresas que se comprometeram a instalar-se no local, no que deverá representar um investimento de 10,7 mil milhões de yuan. Esta vai ser uma extensão das áreas industriais da cidade, que no último ano anunciou 212 projectos novos, entre os quais 196 estão em construção e 93 estão operacionais.
Hoje Macau EventosFotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro representa Macau no festival iNstantes A convite da organização do iNstantes – Festival Internacional de Fotografia de Avintes, o fotojornalista português Gonçalo Lobo Pinheiro, radicado em Macau há 12 anos, representará o território na nona edição do evento. O profissional apresenta-se em Portugal com a série a preto e branco intitulada “Perto de mim”, captada em 2021. “Em tempos de pandemia de Covid-19, a ideia inicial seria captar a loucura matinal com os meus filhos que acordam todos os dias entre as seis e as sete da manhã, frescos, prontos para mais um dia cheio de energia. O facto é que, na hora de dormir, as coisas acabam não sendo muito diferentes em alguns aspectos e acabei misturando os dois momentos do dia, começando, por enquanto, pela noite”, refere o autor. A mesma série, entretanto premiada e finalista em alguns concursos internacionais de fotografia, foi realizada para o seu mestrado em Nova Fotografia Documental na Labasad – School of Arts & Design, em Barcelona, Espanha, que espera terminar em Maio próximo. A exposição de Gonçalo Lobo Pinheiro, pode ser visitada na Academia Sénior de Vilar de Andorinho. Para além do residente de Macau, a lista inclui ainda nomes como Ana Robles, do Brasil, João ferreira, de Portugal, Jorge Velhote, também de Portugal, Queila Fernandes, de Cabo Verde, André Motta, do Brasil, Clara Delrio, da Argentina, Jurate Vaiciukaite, da Lituânia, Larry Dunn, dos Estados Unidos da América, Orlando Azevedo, do Brasil, Zoltan Vanczo, da Hungria, Maria Tudela, de Espanha, entre muitos outros. Música e livros O festival, organizado pela iNstantes – Associação Cultural em parceria com os Municípios de Vila Nova de Gaia e de Arcos de Valdevez, bem como da Junta de Freguesia de Avintes, entre outros apoios, também terá uma componente musical que começa logo no primeiro dia, 29 de Abril, com o violinista albanês Florian Vlashi. Depois, no dia 7 de Maio, no auditório da Casa da Cultura de Avintes, toca José Pereira e o grupo Sim Somos Capazes. Antes do encerramento do festival, a 29 de Maio, haverá ainda lugar ao lançamento do livro “Comunidades, Emigração e Lusofonia” da autoria de Daniel Bastos, no auditório da Casa da Cultura de Avintes e, também no mesmo espaço, mas a 28 de Maio, Franklim Cardoso declama poesia. A edição deste ano do iNstantes – Festival Internacional de Fotografia de Avintes conta com fotógrafos de 14 países ou regiões e vai acontecer entre os dias 29 de Abril e 29 de Maio. Terá ainda, pela primeira vez, um pólo em Cabo Verde.
Hoje Macau China / ÁsiaFórum Boao | Xi Jinping propõe iniciativa para segurança “de todos os Estados” Na abertura do Fórum Boao, que se realiza em Hainan, o presidente chinês defendeu a implementação de uma nova estratégia diplomática que promova “a segurança em todo o mundo”, respeitando a soberania de cada Estado, sempre em nome do multilateralismo O Presidente chinês propôs hoje uma nova iniciativa para “promover a segurança em todo o mundo”, que “respeite tanto a soberania de todos os Estados como o caminho de desenvolvimento que cada um escolhe”. Xi Jinping proferiu um discurso na abertura do Fórum de Boao, que se realiza na ilha de Hainan, conhecido como o ‘Davos asiático’, com quase nenhuma presença internacional devido às restrições impostas pela China face à pandemia de covid-19. “Respeitamos a soberania e a integridade territorial de todos os países. Aderimos à não interferência nos assuntos internos dos outros, e também respeitamos o caminho de desenvolvimento que cada país escolhe”, afirmou. O governante sublinhou que a China continua “comprometida com os princípios da Carta das Nações Unidas” e opõe-se a “mentalidades de guerra fria, unilateralismo e confrontação em bloco”. “Levamos muito a sério as legítimas preocupações de segurança de todos os países e procuramos uma arquitectura de segurança equilibrada, eficaz e sustentável, em vez de cada um procurar a sua própria segurança à custa dos outros”, acrescentou. Xi referia-se à posição da China sobre a guerra na Ucrânia, tendo apelado ao respeito pela integridade territorial de todos os países e evitado utilizar a palavra “invasão” para se referir à ofensiva russa, reiterando ao mesmo tempo a sua oposição às sanções contra Moscovo. “As diferenças e disputas devem ser resolvidas através do diálogo. A China apoia todos os esforços que conduzam a uma solução pacífica das crises, opondo-se simultaneamente à imposição de sanções unilaterais”, salientou. Sempre confiantes O chefe de Estado chinês falou também da covid-19, numa altura em que a China está a atravessar uma onda de surtos atribuídos à variante Ómicron, que tem resultado num número de infecções semelhante ao registado no início da pandemia, no primeiro semestre de 2020. “A saúde e a segurança são necessárias para o progresso e desenvolvimento humano, e temos de as defender. Face aos desafios, não devemos perder a confiança, hesitar ou recuar. Temos de reafirmar a nossa confiança e prosseguir contra todas as probabilidades”, defendeu. “São necessários mais esforços se a humanidade quiser alcançar a vitória contra a pandemia. É essencial que os países se apoiem uns aos outros e coordenem melhor as suas ações. Temos de melhorar a governação global da saúde e formar sinergias na luta contra a covid-19”, acrescentou. Xi também garantiu que a China irá proporcionar “grande dinamismo” à recuperação económica global com “mais oportunidades de mercado para todos os países”, afirmando que a economia chinesa permanece “forte, resistente, sustentável a longo prazo, com enorme potencial e espaço de manobra”. “São necessários esforços para manter a globalização económica a funcionar e, para o fazer, todos nós precisamos de coordenar melhor as nossas políticas macroeconómicas. Devemos utilizar a ciência e a tecnologia para alcançar novos impulsos de crescimento”, indicou. O Presidente chinês prometeu “manter as cadeias de abastecimento globais estáveis” e “evitar os efeitos negativos dos ajustamentos feitos por alguns países”, numa aparente referência à próxima reunião da Reserva Federal dos EUA, a 4 de Maio, num contexto de elevadas pressões inflaccionistas.
Hoje Macau SociedadeAmbiente | Qualidade do ar de Macau em 2021 piorou face a 2020 Dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que a qualidade do ar no ano passado piorou face a 2020. Em termos gerais, “o número de dias com qualidade do ar ‘bom’ observado em todas as estações de monitorização diminuiu face a 2020, excepto na estação de berma da estrada de Macau e na estação de berma da estrada de Ká-Hó”. Em relação às partículas inaláveis em suspensão, de tipo PM 10, “o número de dias com valor superior ao valor padrão aumentou em todas as estações”. Já quanto às partículas finas em suspensão, de tipo PM 2,5, “o número de dias com valor superior ao valor padrão diminuiu ou manteve-se em todas as estações, excepto na estação ambiental da Taipa e na estação ambiental de Coloane”, descreve a DSEC. Quanto à temperatura média de Macau foi de 23,5ºC no ano passado, o que corresponde “a um nível relativamente elevado” e uma subida de 0,2 ºC, face à temperatura média registada em 2020. Sobre o tratamento de resíduos na Central de Incineração de Resíduos Sólidos foram tratadas 453.152 toneladas de resíduos sólidos urbanos em 2021, mais 3,6 por cento, em termos anuais. Foram transportados para o aterro 2.789.000 m3 de resíduos de materiais de construção, menos 29,8 por cento, em termos anuais.
Hoje Macau VozesOs Países de Língua Portuguesa intensificam relações com China Macau afirma-se através do Fórum Macau Por Rui Lourido, historiador O Primeiro-Ministro da China, Li Keqiang, felicitou os primeiros-ministros dos países de língua portuguesa, na Reunião Extraordinária Ministerial do Fórum de Macau, de abril 2022, pelo reforço da relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China. Numa perspetiva de responsabilidade global, perante os desafios com que a humanidade se defronta atualmente, Li Keqiang apelou para que todos os países defendam a paz e a estabilidade em prol do desenvolvimento e da cooperação para superar a pandemia e impulsionar a recuperação económica, de forma a melhorar a qualidade de vida das respetivas populações.. Esta intervenção integra-se no seguimento do compromisso de valorização do Fórum Macau e da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), expressa pelo presidente chinês Xi Jinping, no passado dia 21 de dezembro, de promover a diversificação e sustentabilidade das atividades económicas de Macau, permitindo-lhe aumentar a partilha do desenvolvimento da China. Tendo Xi Jinping referido que “a pátria é sempre o forte apoio para a manutenção da estabilidade e da prosperidade de Macau a longo prazo. Deste modo, o Governo central vai continuar a cumprir firme e escrupulosamente o princípio de ‘um país, dois sistemas’ e apoiar plenamente a diversificação adequada da economia” de Macau. A China tem vindo a valorizar as suas relações políticas e económicas com a globalidade dos países de língua portuguesa, de tal forma que, com a criação da RAEM (dezembro de 1999), decretou o português como língua oficial por um período de 50 anos e, logo em 2003, estabeleceu em Macau o Fórum para a Cooperação Económica e o Comércio entre a China e os Países de Língua Portuguesa, mais conhecido por Fórum Macau. Querendo privilegiar Macau, o governo central da China integrou a RAEM no mais promissor e ambicioso projeto de expansão económica e desenvolvimento social do sul da China – a Grande Baía de Cantão e em especial, no desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau, em expansão em Hengqin (ilha da Montanha). Permitindo, assim, pela primeira vez na história de Macau, que a RAEM ultrapasse as limitações decorrentes da reduzida dimensão do seu território, através da construção de um parque habitacional para dar melhores condições de habitação aos jovens e restante população de Macau. O investimento em indústrias de valor acrescentado e de alto desempenho tecnológico, financeiro e de formação profissional superior através da sua universidade permitirá a Macau escapar da dependência da indústria do Turismo e do Lazer. Desta forma, Macau consegue interligar o extenso mercado da China com os mercados internacionais e em especial os de Língua Portuguesa. Participaram nesta Reunião Extraordinária Ministerial do Fórum de Macau os oito Países de Língua Portuguesa. O Ministro de Estado para a Coordenação Económica de Angola, Manuel Nunes Júnior, lembrou a importância do investimento chinês num país que está “a realizar importantes reformas democráticas e do Estado de Direito” e a desenvolver medidas económicas que passam, por exemplo, “por diminuir a dependências do petróleo”. O primeiro ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia da Silva, referiu que “Num momento de contração económica mundial”, o “maior desafio” passa “por vencer a pandemia” e que os esforços conjuntos, no âmbito do Fórum de Macau, podem ser “uma oportunidade para atrair investimento privado”, nomeadamente na construção civil, com expressão nos números do emprego. De notar que Cabo Verde inaugurou, em finais de 2019, um enorme Campus Universitário, construído com uma parceria Chinesa. Por sua vez, Nuno Gomes Nabiam, chefe do Governo guineense e o primeiro-ministro de Moçambique, Adriano Maleiane, aproveitaram a ocasião para convidar os investidores a visitarem os seus países respetivos, agora que se “retoma a agenda económica e diplomática, após anos de estagnação e letargia”. Já o primeiro ministro de São Tomé e Príncipe, Jorge Bom Jesus, sublinhou a importância do apoio, “desde logo de índole financeira”, na definição dos “eixos centrais” de atuação futura do Fórum de Macau”. O primeiro ministro português, António Costa, defendeu, que na situação de crise mundial atual, nomeadamente com a Pandemia, a Guerra na Ucrânia e os efeitos nocivos das alterações climáticas, torna-se urgente o aprofundamento das relações de Portugal com a China, recordando que Portugal é uma porta de entrada para a União Europeia e para outros mercados, como a América Latina e África, pela “proximidade com os países de língua portuguesa”. Neste contexto, Portugal ampliou a sua área na Exposição Internacional de Importação da China (CIIE), que decorrerá entre 5 e 10 de novembro em Xangai. Por outro lado, o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT) de Macau já decidira, em março de 2022, apoiar projetos de investigação conjunta com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia de Portugal, através de um financiamento máximo de um milhão de patacas (US$125.150) por projeto. Em 2021 houve um pico no comércio de mercadorias entre a China e Portugal, que totalizou mais de US$ 8,8 bilhões em 2021. Isso representou um aumento de 28,1%. Ainda em 2021 o Investimento Direto Estrangeiro (IDE) da China em Portugal foi o quinto maior, representando 6,8% (10,6 mil milhões de euros) do total (154,9 mil milhões de euros). Estiveram igualmente presentes a esta Reunião Extraordinária Ministerial do Fórum o Primeiro-Ministro de Timor-Leste, Taur Matan Ruak, e o Vice-Presidente do Brasil, General Antônio Hamilton Martins Mourão. Todos os representantes dos Países de Língua Portuguesa reafirmaram a importância do Fórum Macau, fazendo recomendações sobre o seu desenvolvimento e a necessidade do reforço da cooperação económica e comercial entre os respetivos Países e a China, nos mais variados sectores. O primeiro ministro chinês, Li Keqiang, afirmou ainda que a China contribuirá para salvaguardar a paz mundial, promover o desenvolvimento mútuo e a prosperidade dos países de língua portuguesa. Nomeadamente através do Fórum Macau aprofundará a colaboração com os países de língua portuguesa em setores da inteligência artificial, como a conectividade, da energia e infra-estruturas, no desenvolvimento industrial, na proteção ambiental e na construção duma Comunidade Global de Saúde para Todos. Neste âmbito, o Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau, Ho Iat Seng, e o Diretor do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, Fu Ziying, procederam à criação formal do Centro de Intercâmbio da Prevenção Epidémica China-Países de Língua Portuguesa, em Macau, para desenvolver a cooperação no sector de saúde entre a China e os Países de Língua Portuguesa, através de diversas ações de formação e intercâmbio, de modo a potenciar a resposta conjunta a epidemias. De forma a ampliar a ação do Fórum Macau e a sua capacidade de desenvolvimento económico, os ministros dos países participantes nesta Reunião Extraordinária aprovaram a adesão oficial da República da Guiné Equatorial ao Fórum de Macau, como o 10.º país integrante. Também na gestão de produtos e investimentos financeiros chineses e macaenses, se revela um aumento do interesse chinês nos países de língua portuguesa, segundo o diretor-geral adjunto da sucursal do Banco da China em Macau, Cai Chun Yan. Neste contexto, a Associação de Bancos de Macau (ABM) decidiu em 2022 criar uma aliança com os bancos dos países de língua portuguesa, com os objetivos de “melhorar as ligações de Macau com a China e os países de língua portuguesa e tornar-se uma plataforma de serviços financeiros”. O comércio entre a China e os países de Língua Portuguesa ultrapassou US$ 100 bilhões em cinco anos consecutivos e em 2021, ultrapassou os US$ 200 bilhões, representando um aumento homólogo de 38,41 por cento, demonstrando a resiliência e o potencial da cooperação, segundo o primeiro ministro chinês Li Keqiang. As importações da China dos Países de Língua Portuguesa em 2021 foram de US$136,134 mil milhões, um aumento homólogo de 33,53 por cento, enquanto as exportações da China para os Países de Língua Portuguesa foram de US$64,814 mil milhões, um aumento homólogo de 49,91 por cento. Estes dados das alfândegas comprovam, mais uma vez, a mentira do argumento do governo dos EUA e de alguns países europeus, segundo o qual a China estende a armadilha da dívida pública aos países com quem negoceia. Mais uma vez, em 2021, a vantagem global para os cofres das alfândegas dos Países de Língua Portuguesa foi de US$71,32 mil milhões. O Fundo de Cooperação e Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa foi criado (em junho de 2013) com o capital total de 1 bilião de US dólares, pelo Banco de Desenvolvimento da China e pelo Fundo de Desenvolvimento Comercial e Industrial de Macau. Segundo o conselho diretivo deste fundo, até 2022 já tinham sido aprovados cerca de 4 biliões US dólares, correspondentes a investimentos em mais de 20 projetos a realizar nos Países de Língua Portuguesa, por parte de empresas privadas chinesas. Cobrindo áreas tão diversas como agricultura, indústria, energia, infra-estruturas e serviços financeiros. Concordamos com o governo da China e de vários primeiros ministros que afirmaram a necessidade de continuar a aprofundar as relações económicas e culturais entre os países de língua portuguesa e a China, bem como ampliar o número de países e de projetos a serem financiados pelo Fundo de Cooperação e Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa.
Hoje Macau EventosFRC | Semana de aniversário com exposição colectiva e conferências A fim de celebrar os dez anos de existência da Fundação Rui Cunha (FRC), a entidade inaugurou ontem uma exposição colectiva de 36 artistas com ligações a Macau e à própria FRC e prepara-se para receber, na próxima semana, duas conferências, sobre responsabilidade social corporativa nas empresas em Macau e “A Harmonia do Contraponto”, com apresentação do mestre Kou Tak Kuong A Fundação Rui Cunha (FRC) celebra dez anos de existência na próxima quinta-feira, dia 28, e para marcar essa data abriu ontem portas a uma exposição colectiva que junta 36 artistas “cujas origens, estilos e percurso profissional, têm em comum Macau e uma intrínseca ligação” à galeria da Praia Grande. A mostra, que pode ser vista até 7 de Maio, apresenta trabalhos, novos e antigos, de nomes como Álvaro Barbosa, António Duarte Mil-Homens, Cathy Cheong, Denis Murrell, Fortes Pakeong Sequeira, Gigi Lee, Gonçalo Lobo Pinheiro, Ines Chan, Lampo Leong, Meng Li, Nuno Veloso, Rafaela Silva, Stella Fong Hoi Lam, Todi Kong de Sousa, Wang Lan e Wong Soi Lon, entre outros. Já na próxima semana a FRC irá receber duas conferências, sobre temas distintos. Uma delas acontece na segunda-feira, às 18h30, e versa sobre a responsabilidade social corporativa das empresas de Macau. “Corporate Social Responsibility: The Next level” é realizada em parceria com a revista Macau Business e portal Macau News Agency e insere-se no ciclo “Business Series” da MBtv, contando, por isso, com a participação e moderação dos jornalistas José Carlos Matias e Nelson Moura. A palestra pretende abordar uma realidade que já é comum em muitas empresas a nível mundial: a adopção de boas práticas em prol da comunidade em que se inserem. “Em Macau, os principais agentes empresariais estão cada vez mais conscientes da importância e necessidade da responsabilidade social empresarial e da sustentabilidade. Como pode ser levada a um nível mais elevado? Como fazer a responsabilidade social empresarial correctamente? Que papéis podem desempenhar o governo, as empresas e a sociedade civil?”. Para responder a estas questões, os organizadores da conferência convidaram Edmond Etchri, director de produção da CEM, Mary Mendonza, directora-executiva da The Platinum, Ruby O, fundadora e presidente da Sociedade para a Segurança Alimentar e Ambiental de Macau e Tiffany Leung, secretária da assembleia geral do Instituto de Responsabilidade Social da Grande China Macau. Cultura chinesa Outro dos eventos mais focados na cultura chinesa será a realização da conferência “A Harmonia do Contraponto”, com a apresentação do mestre Kou Tak Kuong, e que pretende analisar o valor e o simbolismo dos dísticos chineses, que estão presentes em muitos edifícios de Macau. Esta palestra acontece na terça-feira, às 18h30, e conta com a organização da Associação dos Amigos do Livro de Macau, Associação dos Calígrafos de Macau e Associação dos Amigos da Poesia do Bairro da Flora. Os dísticos chineses têm uma “existência milenar”, sendo um elemento da literatura chinesa que possui “diferentes categorias e funções”. Nesta palestra, Kou Tak Kuong “procurará esclarecer todos os pormenores, explicando o conteúdo e as regras utilizadas na elaboração destes dísticos, para que possamos compreender um pouco melhor esta secular e importante manifestação cultural oriental”, explica um comunicado. Desta forma, “o dístico chinês é um objecto tangível da cultura chinesa, cujo conteúdo é intangível pelas ideias e valores que encerra”. “A sua importância no quotidiano e cultura chinesa deve, por isso, ser entendida por todos, em especial a vasta comunidade expatriada residente em Macau”, aponta a mesma nota. A conferência será realizada em cantonês, mas terá interpretação em simultâneo, a cargo de Shee Va. Estas associações, a propósito do aniversário da FRC, vão oferecer um dístico chinês de felicitações.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste/Eleições | José Ramos-Horta regressa ao Palácio Presidencial 10 anos depois As divisões do escritório atribuído a José Ramos-Horta, que toma posse em 20 de maio e pela segunda vez como Presidente da República de Timor-Leste, são pequenas para a vasta coleção de prémios, reconhecimentos e memorabilia que acumulou. Ao longo de longos meses, a voz ‘internacional’ da luta timorense contra a ocupação indonésia, usou as paredes da antiga casa colonial portuguesa – atribuída na categoria de ex-Presidente – para criar uma galeria de parte da sua vida. Depois de 20 de maio, quando regressa ao cargo que ocupou entre 2007 e 2012, Ramos-Horta vai transferir-se do escritório no Farol para o relativamente próximo Palácio Presidencial Nicolau Lobato. Jornalista, diplomata, jurista e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, ex-primeiro-ministro e ex-Presidente, Ramos-Horta é uma das figuras mais conhecidas de Timor-Leste, graças ao papel que assumiu junto das Nações Unidas e noutros fóruns entre 1975 e 1999. Natural de Díli, onde nasceu em 26 de dezembro de 1949, o ‘tio Horta’ como prefere ser chamado – não gosta que o chamem de avô – recebeu o Prémio Nobel da Paz, conjuntamente como o então administrador apostólico de Díli, Ximenes Belo. O diploma com esse reconhecimento, que ajudou a mobilizar ainda mais a comunidade internacional para a causa da independência timorense, soma-se a vários outros reconhecimentos de vários países e a dezenas de ‘honoris causa’ de universidades de todo o mundo. Entre os reconhecimentos contam-se a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, atribuída por Portugal e a Ordem da Austrália, atribuída por este país. Filho de mãe timorense e pai português, passou os primeiros anos no Colégio Pedro Alvares Pereira, em Soibada, região que quis visitar durante a campanha da segunda volta das presidenciais e onde conviveu com vários líderes nacionais. Estudou direito internacional em Haia e nos Estados Unidos, onde completou um mestrado em Estudos de Paz, a que somou várias pós-graduações. Fundador da Associação Social-Democrata Timorense (ASDT), o segundo partido timorense a nascer em 1974 – e que passaria depois a ser a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Ramos-Horta foi secretário para Relações Externas e Informação. Nos poucos dias entre a declaração unilateral da independência, em 28 de novembro de 1975 e a invasão indonésia, foi ministro das Relações Externas e Informação. No dia da invasão estava em Nova Iorque, cidade que visitou centenas de vezes para fazer vincar a situação de Timor-Leste junto das Nações Unidas, onde inicialmente representou a Fretilin. Foi novamente responsável dos Negócios Estrangeiros nos anos de transição, até à restauração da independência em 2022 – cumprem-se 20 anos dessa data no dia da sua tomada de posse –, permanecendo no cargo até junho de 2006, no início da crise que se viveu nessa altura em Timor-Leste. Foi ainda primeiro-ministro antes de se apresentar às eleições de 2007, que venceu na segunda volta também contra Francisco Guterres Lú-Olo, considerando ainda hoje ter tido, nessa altura, um papel relevante para ajudar a acalmar a violência que se vivia no país. A nível internacional, e além da missão que desempenhou na Guiné-Bissau, em nome das Nações Unidas, foi presidente do Painel Independente de Alto Nível para as Operações de Paz da ONU e copresidente da Comissão Internacional sobre o Multilateralismo. Um dos momentos mais duros da vida ocorreu na manhã de 11 de fevereiro de 2008, quando Ramos-Horta decidiu quebrar a sua rotina rigorosa e saiu de casa 15 minutos mais cedo do que o normal, para os exercícios matinais, na marginal ao longo do mar. Menos de duas horas depois estava nas traseiras de uma ambulância no centro de Díli, com a sobrinha Dulce e o enfermeiro português Jorge Marques, a pedir ao condutor para ir mais devagar e a sangrar de três ferimentos de bala, um no estômago e dois nas costas. “Disse ao condutor da ambulância: vá devagar. E a minha sobrinha, a Dulce, repetia: o Presidente está a dizer para ir devagar. Mas ele não. Ia a toda a velocidade. E eu com medo que nos íamos espetar em alguém”, recordou, em entrevista à Lusa. “Ainda bem que não me ouviu porque quando chegámos ao hospital, praticamente tinha perdido os sentidos. Os médicos imediatamente começaram com a ressuscitação. Cem australianos fizeram fila para dar sangue. Tinha perdido mais de quatro litros. Se demorasse mais cinco minutos teria morrido por perda de sangue”, explicou. José Ramos-Horta foi eleito pela segunda vez Presidente da República de Timor-Leste, com 62,09% dos votos, derrotando o atual chefe de Estado, Francisco Guterres Lú-Olo, numa repetição do que ocorreu em 2007, segundo o resultado final provisório.
Hoje Macau EventosPatuá | CCCM promove oficina sobre dialecto da comunidade macaense O patuá, um dialecto de Macau em vias de extinção, será o foco da próxima oficina promovida pelo Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), em Lisboa. Entre o dia 30 de Abril e 31 de Outubro irá decorrer a “Oficina Língua Patuá”, que inclui aulas sobre o “enquadramento histórico, económico e social de Macau”, o “ensino e compreensão de fonemas, dicção e formas de falar”, sendo ainda feita uma introdução aos poemas macaenses. Esta oficina inclui também o ensino do patuá com declamação na sua vertente poética. Com esta iniciativa, o CCCM pretende chamar a atenção “para a posição mundial do Patuá enquanto língua minoritária decretada pela UNESCO, em risco de extinção”. Esta oficina terá, portanto, “um conjunto de aulas vivas com a finalidade de sensibilizar para a questão da preservação” deste crioulo. Desta forma, contribui-se “para a preservação de uma componente integrante da singular história e cultura macaense”. Esta oficina será ministrada por Joaquim Ng Pereira, macaense, licenciado em ciências da comunicação e cultura e mestre em programação e gestão cultural, ambos na Universidade Lusófona. Membro da Comissão das Migrações, Joaquim Ng Pereira tem-se dedicado, em Portugal, à promoção e divulgação do patuá e da cultura macaense. Nesta actividade colabora também Sara Roncon Leotte, licenciada em relações lusófonas e língua portuguesa pelo Instituto Politécnico de Bragança e autora do relatório de estágio “Perspectivas sobre o ensino das línguas – português, chinês e patuá: a criação de oficinas de língua”, defendido no CCCM. A temática das relações sinólogas, com incidência em Macau e a preservação do patuá constitui o seu primeiro trabalho na área.
Hoje Macau EventosTurismo | 880 drones prometem mostrar as “quatro estações” de Macau “Macau nas quatro estações” é o tema da edição deste ano da “Gala de Drones sobre Macau”, cujo programa foi ontem oficialmente apresentado. Durante quatro noites, no início do mês que vem, 880 drones prometem trazer um grande espectáculo de luzes e audiovisual, na zona do lago Nam Van, protagonizado por uma equipa de Shenzhen O território prepara-se para receber, no mês de Maio, mais uma edição da “Gala de Drones sobre Macau”, que decorre junto ao lago Nam Van, nomeadamente na zona Anim’Arte NAM VAN. Os espectáculos acontecem no feriado do Dia do Trabalhador, nos dias 1 e 2 de Maio, bem como no fim-de-semana seguinte, dias 7 e 8 de Maio. O programa do evento foi anunciado ontem e terá como tema principal “Macau nas quatro estações”, estabelecendo-se uma ligação com os restantes festivais que a cidade recebe, bem como a sua arquitectura específica, de matriz chinesa e portuguesa. Desta forma, os espectáculos, realizados com um total de 880 drones, terão como temas “Primavera Alegre”, “Verão Fantástico”, “Outono Dourado” e “Um Inverno Feliz”. Cada espectáculo terá cerca de 15 minutos de duração, sendo que este ano há mais 300 drones neste evento em relação ao ano passado, “apresentando mais desenhos tridimensionais e um programa mais diversificado”, aponta uma nota de imprensa. A Gala deste ano conta ainda com a participação de empresas do sector, nomeadamente o apoio de várias operadoras de jogo. Além dos espectáculos de audiovisual, o público poderá também participar em actividades paralelas que decorrem no mesmo local, como é o caso da “Exibição de Drone Gigante”. Na zona do toldo branco do Centro Náutico da Praia Grande será exibido um drone de grande dimensão na noite de 25 de Abril, das 19h às 22h, e nas noites entre 26 de Abril e 8 de Maio, das 10h às 22h. Será ainda organizada uma exibição de formação de drones, que apresentará a imagem de “I ♡ MACAO” com 200 drones nos dias 25 a 30 de Abril e nos dias 3 a 6 de Maio, das 19h00 às 21h00, no espaço Anim ‘Arte NAM VAN. A organização do evento apostou também na realização de um concurso de fotografia intitulado “Macau e as quatro estações”, e um concurso de composição de imagem “Drones Arte Cintilante”. Shenzhen em dose dupla Para esta edição do evento, que é a segunda, a organização convidou uma equipa de Shenzhen, cidade criativa da UNESCO em design e que já participou na Gala de Drones do ano passado. Este ano “as exibições de drones tirarão partido da tecnologia para criar uma sucessão de composições em 2D e 3D, combinadas com luzes e música, entre outros elementos, que farão brilhar e enfeitarão o céu de Macau”. O objectivo é trazer “uma nova experiência de entretenimento nocturno para os residentes e visitantes, e permitindo aprofundar a integração intersectorial “turismo +”. A organização acrescenta ainda, em comunicado, que, nos últimos anos, “com o desenvolvimento da tecnologia de drones a tornar-se cada vez mais sofisticada, os eventos têm ganho popularidade, sendo que as equipas de drones do Interior da China são detentoras de um nível considerável”. A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) pretende ainda “trabalhar em conjunto com os vários sectores para promover a diversificação, inovação e desenvolvimento sustentável da indústria turística de Macau, aprofundando a integração intersectorial ‘turismo +’, para proporcionar aos visitantes uma experiência mais rica”.
Hoje Macau China / ÁsiaChina anuncia acordo com Ilhas Salomão que prevê construção de base militar A China anunciou hoje ter assinado um acordo de segurança muito abrangente com as Ilhas Salomão, numa altura em que vários países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, acusam Pequim de ter ambições militares no Pacífico. “Os ministros dos Negócios Estrangeiros da China e das Ilhas Salomão assinaram recentemente um acordo para cooperação em [matéria de] segurança”, disse um porta-voz da diplomacia chinesa, Wang Wenbin, em declarações à imprensa. No mês passado, foi conhecida uma versão preliminar do acordo, causando uma onda de choque porque incluía autorizações para a China estabelecer bases militares e navais naquele arquipélago do Pacífico. No início de abril, o primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, garantiu que não permitiria a construção de uma base militar chinesa no país, mas a declaração do governante não foi suficiente para acalmar os temores da Austrália e dos seus aliados. A Austrália é vizinha das Ilhas Salomão, localizando-se a cerca de 1.500 quilómetros do arquipélago. Tanto Camberra como Washington mostram, há algum tempo, preocupação com a possibilidade de a China construir uma base naval no Pacífico Sul que lhe permita projetar poder marítimo muito além das suas fronteiras.
Hoje Macau EventosKá-Hó | Livro de Sheyla Zandonai lançado no sábado Será lançado no próximo sábado, às 16h, o livro que reúne uma série de crónicas sobre Macau da autoria da antropóloga e ex-jornalista Sheyla Zandonai. “The City in Review – Episodes of hope and not so in Macau” reúne textos sobre o jogo, cultura e património, entre outras questões, que foram publicados no antigo jornal Business Daily e no portal Macau News Agency. O lançamento, organizado pelo Instituto Internacional de Macau, coincide com as celebrações do Dia Mundial do Livro, sendo feito no espaço Hold on to Hope, na vila de Nossa Senhora de Ká-Ho, em Coloane, gerido pela Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM). Sheyla Zandonai é antropóloga e reside em Macau desde 2008, tendo feito diverso trabalho de campo na sua área e trabalhado como editora e jornalista. Actualmente dá aulas na Universidade de Macau.
Hoje Macau China / ÁsiaHong Kong | John Lee é o único candidato elegível ao cargo de CE Está confirmado: John Lee é mesmo o único candidato elegível para concorrer ao cargo de Chefe do Executivo de Hong Kong, actualmente ocupado por Carrie Lam. Esta segunda-feira foram validadas as 786 nomeações pelo Comité de Revisão da Elegibilidade do Candidato John Lee é o único “candidato nomeado validado” para concorrer às eleições de 8 de Maio para o cargo de Chefe do Executivo de Hong Kong. A informação foi divulgada na segunda-feira e, segundo o canal de rádio e televisão de Hong Kong RTHK John Lee obteve 786 nomeações validadas pelo Comité de Revisão da Elegibilidade do Candidato (CERC, na sigla inglesa), de um total de 1500 personalidades que elegem o Chefe do Executivo. O CERC foi chefiado por Paul Chan, secretário para as Finanças de Hong Kong, tendo sido composto pelos secretários para a Educação, Kevin Yeung, para a Constituição e Assuntos da China, Erick Tsang e ainda por Chris Tang, actual secretário para a Segurança. O CERC contou também com Elsie Leung, Rita Fan e Lawrence Lau, três membros não oficiais. Uma das mensagens que John Lee deixou aos media momentos antes de saber que seria o único candidato elegível para substituir Carrie Lam, actualmente no cargo, foi que pretende reiniciar o diálogo com a China para uma possível reabertura de fronteiras. Este é um assunto que chegou a estar na agenda há uns meses, mas que foi colocado de novo na gaveta tendo em conta a ocorrência de surtos no interior da China e em Hong Kong. John Lee recordou que muitos residentes e estrangeiros querem viajar da China para Hong Kong, mas admitiu que não será fácil uma reabertura de fronteiras. “A minha experiência a discutir a reabertura de fronteiras com a China diz-me que temos de lhes explicar, de forma honesta, a situação de Hong Kong. Deveríamos entender que os requisitos do continente visam encontrar uma solução”, adiantou. Criar sinergias Abordando a questão da Administração pública, John Lee acrescentou que pretende construir uma “cultura progressiva” no funcionalismo público. “Muitos funcionários públicos estão a fazer muitos esforços para fazer as coisas bem, e têm o sentido do compromisso, e muitas capacidades. Trata-se de criar sinergias para que possamos construir uma equipa que resolva os problemas de forma colectiva e que atinja grandes resultados”, frisou. John Lee, que no Executivo de Carrie Lam ocupava a pasta da Segurança, disse querer apostar na criação de um “espírito de equipa” em prol da obtenção de resultados. “Através deste processo de atingir resultados práticos e reforçar com mais resultados, essa cultura [progressiva] será construída. Será algo em progresso, e isso é importante”, rematou. O portal de campanha de John Lee ficou online esta segunda-feira. O lema escolhido pelo candidato para estas eleições é “Starting a New Chapter for Hong Kong together” [Começar um novo capítulo juntos por Hong Kong].
Hoje Macau China / ÁsiaWashington visita Ilhas Salomão para conter acordo com Pequim Os Estados Unidos manifestaram esta segunda-feira preocupação com um pacto de segurança entre a China e as Ilhas Salomão, país que vai receber uma delegação diplomática norte-americana de alto nível para conter as ambições de Pequim. Kurt Campbell, membro do Conselho de Segurança Nacional, onde tem a pasta do Indo-Pacífico, e Daniel Kritenbrink secretário de Estado adjunto para o Pacífico e Ásia Oriental, vão liderar a delegação, revelou esta segunda-feira a presidência norte-americana. Além das Ilhas Salomão, os diplomatas dos EUA vão visitar Fiji, Papua Nova Guiné e o Estado norte-americano do Havai, para “aprofundar laços duradouros com a região e promover uma região do Indo-Pacífico livre, aberta e resiliente”, salientou a Casa Branca. Mas está a ser dada atenção especial à paragem nas Ilhas Salomão, pois os Estados Unidos e a Austrália, aliado próximo de Washington, estão preocupados com um projecto de acordo de segurança entre o pequeno país no Pacífico e a China. Uma versão preliminar deste acordo, divulgada no mês passado, menciona a autorização de destacamentos chineses de segurança e navais para as Ilhas Salomão, o que causou preocupação na Austrália, nos Estados Unidos e noutras nações do Pacífico. O projeto de acordo prevê, nomeadamente, que elementos da polícia chinesa armada possam ser destacados a pedido das Ilhas Salomão para assegurar a manutenção da “ordem social”. As “forças chinesas” também seriam autorizadas a proteger “a segurança do pessoal chinês” e “os seus grandes projectos” do arquipélago. Quais os limites? No início de Abril, o primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare, garantiu que não permitiria a construção de uma base militar chinesa no seu país, mas isso não foi suficiente para aliviar os receios da Austrália e dos seus aliados. “Apesar das declarações do Governo das Ilhas Salomão, a natureza do acordo de segurança geralmente deixa a porta aberta para o envio de forças militares chinesas para as Ilhas Salomão”, sublinhou o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price. “Acreditamos que assinar um acordo desse tipo arriscaria aumentar a desestabilização nas Ilhas Salomão e estabelecer um precedente preocupante para a região das ilhas do Pacífico como um todo”, alertou. Ned Price salientou que o arquipélago já está protegido por um tratado de segurança com a Austrália. Também um alto funcionário australiano deslocou-se na semana passada aquele arquipélago para pedir a Manasseh Sogavare que não assine o acordo com Pequim. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, já tinha viajado para a região em Fevereiro.
Hoje Macau China / ÁsiaTimor-Leste/Eleições | Menos filas e menos votantes na segunda volta das presidenciais Uma menor afluência de eleitores, pelo menos em Díli, parece ser a tónica dominante da segunda volta das eleições presidenciais em Timor-Leste, marcada por menos filas e por uma aparente subida na abstenção. Com as urnas já fechadas em todo o território timorense e ainda nos centros de votação da Austrália e da Coreia do Sul, funcionários eleitorais em vários locais de votação na capital timorense, Díli, confirmaram à Lusa a menor afluência. Na escola número 5 no bairro do Farol, em Díli, por exemplo, os dados preliminares indicam uma queda de quase 25% no número total de votantes face à primeira volta. “Temos tido muito menos gente hoje. Nunca houve filas”, disse à Lusa a responsável do centro de votação. Às 15:00, momento do fecho das urnas, apenas tinham votado cerca de 1.400 eleitores, menos 500 que os mais de 1.900 que aqui votaram na primeira volta. A falta de filas evidenciou-se em vários pontos da cidade visitados pela Lusa ao longo da jornada eleitoral, com a votação a decorrer com normalidade. Devido à diferença horária, a contagem já foi concluída em dois dos três centros de votação na Austrália, Sydney e Melbourne, com José Ramos-Horta a registar uma ligeira vantagem face a Francisco Guterres Lú-Olo, de 106 contra 86 votos. O processo de contagem vai agora começar em todo o território timorense com os resultados a caírem a ‘conta gotas’, pelo menos até quarta-feira. Até ao momento, e salvo incidentes pontuais, não há indicações de problemas registados durante a jornada eleitoral.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | EUA voltam a criticar China por continuar sem condenar a invasão russa Os Estados Unidos voltaram a criticar esta segunda-feira a posição da China, por ainda não ter condenado a invasão “brutal” da Ucrânia pela Rússia, visando também alguns responsáveis chineses por repetirem a “propaganda do Kremlin”. “Não só não vimos a China condenar, como todos os países devem, a brutalidade que as forças russas estão a empregar na Ucrânia contra o povo ucraniano”, começou por referir o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, durante uma conferência de imprensa onde abordou novamente a posição de Pequim, aliada de Moscovo. “Na verdade, ouvimos alguns altos funcionários chineses repetirem algumas das propagandas mais perigosas que emanam do Kremlin [presidência russa]”, acrescentou. Washington tem alertado repetidamente a China sobre as consequências de oferecer apoio militar ou económico a Moscovo e tem instado a potência asiática a desempenhar um papel mais ativo em impedir a invasão militar russa da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro. Ned Price sublinhou que este “é um momento” em que todos “os países responsáveis” têm a “obrigação de deixar claro onde se posicionam sobre questões onde as nuances não se encaixam”, dando como exemplo “o massacre de civis e os abusos gratuitos dos direitos humanos” pelas forças russas na Ucrânia. Na semana passada, o Presidente dos EUA, Joe Biden, comunicou ao seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, o envio de um pacote adicional de assistência militar de 800 milhões de dólares, com armas mais letais, para enfrentar a Rússia na nova fase do invasão mais focada no Donbass, no leste da Ucrânia. A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior. A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Terramoto de 5,3 atinge Fukushima e Ibaraki Um terramoto de magnitude 5,3 na escala de Richter atingiu hoje as prefeituras de Fukushima e Ibaraki na costa leste do Japão, sem desencadear um aviso de tsunami e sem que tenham sido reportados quaisquer danos. As autoridades não comunicaram quaisquer danos materiais ou de feridos até ao momento, e não foram observadas irregularidades nas centrais nucleares localizadas em Fukushima, incluindo a central danificada em 2011, segundo o operador Tokyo Electric Power. As autoridades alertaram para o risco de terramotos semelhantes nos próximos dias, notando que o terramoto de hoje foi o mais forte na área atingida por um terramoto de 7,4 de magnitude a 16 de março. O forte tremor matou quatro pessoas e feriu mais de 200 em Fukushima, danificou infraestruturas, empresas e casas, perturbou as ligações ferroviárias e rodoviárias, e ameaçou o fornecimento de energia a grande parte do arquipélago, incluindo Tóquio, nas semanas que se seguiram. O Japão situa-se no Anel de Fogo, uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo, e sofre sismos relativamente frequentes, pelo que a sua infraestrutura foi especialmente concebida para resistir a terramotos.
Hoje Macau PolíticaDireitos Humanos | Pequim e Macau refutam acusações dos Estados Unidos O Comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China e o Governo de Macau classificaram de preconceituosas as acusações norte-americanas sobre violação de direitos humanos no território, acusando os EUA de interferir nos assuntos internos chineses. Os relatórios dos EUA, “publicados ano após ano (…) são factualmente incorrectos e cheios de preconceitos, fazendo acusações infundadas sobre a situação dos direitos humanos em Macau e interferindo nos assuntos internos da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau] e nos assuntos internos da China”, indica uma nota publicada no ‘site’ do comissariado, com o Governo de Macau a acompanhar as críticas num texto muito semelhante. “Os residentes da RAEM gozam de uma vasta gama de direitos e liberdades consagrados na Constituição e na Lei Básica, e o seu sentido de realização, felicidade e segurança cresce de dia para dia. Nenhuma intervenção de forças externas pode impedir o progresso de Macau no domínio dos direitos humanos”, acrescenta. O comissariado argumenta que “os Estados Unidos são bem conhecidos pelos ‘duplos padrões’ no campo dos direitos humanos”, com uma visão hegemónica, unilateral e intervencionista no mundo, “causando frequentemente desastres humanitários”. Por essa razão, aconselha, “os Estados Unidos deviam enfrentar e reflectir sobre os próprios problemas de direitos humanos, abandonar as tácticas habituais de politização dos direitos humanos, e deixar imediatamente de prejudicar os direitos humanos das pessoas noutros países e de interferir nos assuntos internos de Macau e da China”. Firmes e hirtos O Governo de Macau expressou ainda “firme oposição” às conclusões norte-americanas, afirmando que o relatório “ignora a realidade e está repleto de preconceitos, de acusações infundadas sobre a situação dos direitos humanos em Macau, interferindo grosseiramente nos assuntos da RAEM, que são assuntos internos da China”. Os Estados Unidos denunciaram na quarta-feira um conjunto de restrições em Macau, em 2021, que se traduziram numa “crescente censura”, interferência nos direitos de reunião e de participação política, e a inexistência de eleições livres e justas. No relatório anual sobre direitos humanos do Departamento de Estado norte-americano apontam-se “questões significativas de direitos humanos que incluem a existência de leis de difamação criminal e relatos credíveis de interferência substancial no direito de reunião pacífica, incapacidade dos cidadãos de mudarem o seu Governo pacificamente através de eleições livres e justas, sérias restrições à participação política, incluindo a desqualificação de candidatos pró-democracia nas eleições” em 2021. Quanto à liberdade de expressão, os Estados Unidos assinalaram que esta está prevista na lei, para os órgãos de comunicação social e outros meios de comunicação, mas que “o Governo interferiu neste direito”, dando com exemplo casos associados à criminalização da difusão de rumores e relatos de “crescente censura”.
Hoje Macau EventosCinema | CCM apresenta 11 produções locais de jovens cineastas A 14ª edição da iniciativa “O Poder da Imagem”, que apresenta produções locais de jovens realizadores de Macau, regressa ao Centro Cultural de Macau entre os dias 5 e 8 de Maio. O cartaz promete estar recheado de histórias urbanas, entre o género curta-metragem e documentário O Centro Cultural de Macau, sob a égide do Instituto Cultural, apresenta a 14.ª edição do Macau – O Poder da Imagem, a decorrer de 5 a 8 de Maio (de quinta a domingo) no Pequeno Auditório. A plataforma cinematográfica local está de regresso com uma mescla de realizadores emergentes e experientes que vão estrear uma série de novas narrativas projectadas em seis sessões. Das curtas-metragens e documentários aos filmes de animação, a edição deste ano do Poder da Imagem (LVP) apresenta 11 produções, revelando dramas sociais e humanos, contando tanto histórias pessoais como ficcionais, inspiradas pela família, por experiências urbanas e um sentido de pertença comunitário. Tendo ao longo dos últimos 13 anos comissionado para cima de 140 filmes, o LVP tem estimulado a arte cinematográfica, desafiando realizadores locais a materializar os seus projectos no grande ecrã, alguns dos quais viram as suas produções premiadas pela crítica internacional. Um dos filmes incluídos nesta selecção é “Herança de Família”, de João Nuno Brochado, realizador e docente na Universidade de São José desde 2016. Natural da cidade do Porto, Portugal, João Nuno Brochado é formado em Som e Imagem pela Universidade Católica Portuguesa, tendo já trabalhado na realização de filmes, documentários e campanhas publicitárias. Além da carreira académica, João Nuno Brochado tem a sua própria produtora, a Cimbalino Films. A estreia de “Herança de Família” acontece dia 6 de Maio, podendo ser visto no ecrã do pequeno auditório do CCM juntamente com produções como “O Paraíso Perdido da Aves”, de Suki Chan, “Medusa”, de Zue Ku, e “Voar para Casa”, de Kiwi Chan. Estreias anunciadas No primeiro dia de exibições o cartaz inclui “Jardim de Sonho”, de Tang Chi Fong, e “O Fantasma e o Gato”, de Lei Weng I. O público poderá ainda ver, no dia 5, películas como “O Melhor Presente de Sempre”, de Hao Chit, e “As Traseiras”, de Chao Kin Kuan. No sábado é dia de estreia de “Punctum”, de Kate Ngan Wa Ao, uma artista que trabalha sobretudo com fotografia e media digitais e que estuda na Polónia há seis anos. Também neste dia, serão exibidos “Memória Desenterrada”, de Ho Kueng Lon, e “Trabalho de Casa”, de Io Lou Ian. Haverá ainda lugar a mais duas estreias no domingo, dia 8. Para esta edição de “O Poder da Imagem”, os bilhetes começam a ser vendidos na próxima sexta-feira. O CCM procura, além da exibição dos filmes, “oferecer um olhar mais próximo aos trabalhos em estreia”, estando por isso previstas conversas com os realizadores após a projecção de cada filme.
Hoje Macau PolíticaDesemprego | FAOM alerta Ho Iat Seng sobre impacto de medidas anti-pandémicas A Federação das Associações dos Operários de Macau alertou o Chefe do Executivo para os efeitos das medidas adoptadas no controlo da pandemia, como o “enorme impacto para a economia” e o “aumento do desemprego”. A posição da associação tradicional foi tomada durante um encontro com Ho Iat Seng que decorreu na quinta-feira à noite, na sede do Governo. Segundo a FAOM a situação actual é “difícil”, pelo que é necessário injectar dinheiro na economia, através do cartão de consumo, e activar o mecanismo para expulsar os trabalhadores não-residentes, para criar postos de trabalho para os residentes. A associação presidida por Ho Sut Heng pediu ainda a Ho Iat Seng que aposte mais na formação subsidiada dos desempregados, que melhore os esquema de estágios nas empresas, e que crie um mecanismo de apoio para os trabalhadores em layoff, ou que estejam impedidos de trabalhar devido às medidas do Governo de controlo da pandemia. Entre os pedidos, constou ainda a necessidade de reforçar a rede das associações de apoio à população. Por sua vez, o Chefe do Executivo afirmou estar receptivo às sugestões apresentadas pela FAOM sobre temas da economia e emprego que preocupam a população. Ho Iat Seng destacou também que o Governo da RAEM está “altamente atento” às questões do emprego e que vai melhorar gradualmente o plano de estágio ‘Criar Melhores Perspectivas de Trabalho’ e o plano de formação subsidiada.
Hoje Macau Grande Plano MancheteChina | Fábricas temem impacto de confinamentos e de política de casos zero A maior fabricante dos telemóveis Iphone do mundo, a Foxconn, teme impactos na produção com o confinamento decretado em algumas áreas da zona económica do aeroporto de Zhengzhou. Por sua vez, a situação da pandemia em Xangai traz receios aos fabricantes de automóveis na China, que teve um crescimento económico de 4,8 por cento no primeiro trimestre, abaixo da meta traçada de 5,5 por cento O tecido industrial chinês parece começar a ressentir-se das medidas adoptadas pelas autoridades para lidar com a pandemia, nomeadamente com a implementação de confinamentos e a continuação da política de casos zero de covid-19. Estas medidas influenciam os ritmos normais de produção e, consequentemente, os ganhos económicos. A mais recente implementação do confinamento de várias áreas da zona económica do aeroporto de Zhengzhou, na província central de chinesa Henan, devido ao aumento dos casos da covid-19, é disso exemplo. A Foxconn, maior produtora mundial de iPhones, cuja fábrica se situa nesta zona, poderá ver a sua produção afectada, uma vez que o confinamento, anunciado na sexta-feira, envolve a proibição de circulação. Segundo noticiou no sábado o South China Morning Post, o pessoal da fábrica tem sido submetido a testes nos últimos dias. Até agora, nem a Foxconn, nem a Apple comentaram as consequências destas medidas, que podem comprometer a cadeia de abastecimento do gigante da tecnologia, já afectado pelo encerramento forçado de outros fornecedores localizados no leste do país, tais como Pegatron Corp, na província de Jiangsu, e Quanta Computer, em Xangai. A Foxconn já teve de encerrar as fábricas em Shenzhen, durante duas semanas, embora tenham agora reiniciado a produção. Automóveis em suspenso Entretanto, também os fabricantes de automóveis podem ser forçados a suspender a produção no país, em Maio, devido a interrupções no fornecimento de componentes, causadas pelo bloqueio de Xangai, que enfrenta um surto de covid-19. O alerta foi dado por He Xiaopeng, co-fundador e presidente da Xpeng, um dos principais fabricantes de veículos eléctricos da China, numa mensagem publicada na sua conta oficial na rede social WeChat, e citada pela imprensa local. “Se os fornecedores dentro e ao redor de Xangai não conseguirem encontrar uma maneira de retomar as operações e a produção, todas as fábricas de veículos da China podem ter de suspender a produção em maio”, previu o executivo. O CEO do grupo tecnológico Huawei, Yu Chengdong, também compartilhou as previsões pessimistas para as cadeias de fornecimento industriais, devido ao confinamento de Xangai. Embora destacando o impacto para o sector automóvel, acrescentou que todas as indústrias de tecnologia cuja cadeia de fornecimento passa por Xangai vão ser afectadas, o que geraria perdas económicas “muito altas”, segundo o portal de notícias Sohu. A “Gigafactory” em Xangai da fabricante norte-americana de veículos eléctricos Tesla, que representa cerca de metade dos automóveis produzidos pela empresa a nível mundial, tem as suas operações suspensas desde 28 de Março. O primeiro trimestre “foi excepcionalmente difícil devido a interrupções na cadeia de fornecimento e à política de ‘zero covid’ da China”, explicou o CEO da Tesla, Elon Musk, no início deste mês, através da sua conta oficial no Twitter. Este domingo, a agência estatal chinesa Xinhua noticiou que um dos maiores produtores de computadores portáteis do mundo, o Quanta Group, regressou à produção na fábrica situada em Xangai “com um restrito conjunto de medidas de prevenção e uma gestão aproximada [da situação] a decorrer”. Cerca de dois mil trabalhadores desta fábrica regressaram aos seus postos de trabalho na sexta-feira, sendo que seis mil deverão voltar ao trabalho até sexta-feira, disse Walter Lee, vice-presidente associado do grupo para a área da produção. Estes trabalhadores realizaram uma quarentena de 14 dias e efectuaram testes de despistagem à covid-19 com resultado negativo. De frisar que o Quanta Group é um dos grandes produtores dos computadores portáteis da Apple, além de ser um dos principais fabricantes dos computadores de bordo e unidades de controlo da Tesla, na China. Walter Lee adiantou que, apesar do impacto da covid-19, o grupo obteve um aumento de 15 por cento no valor de produção no primeiro trimestre. A empresa está ainda confiante de que pode crescer mais este ano, acrescenta a mesma notícia. Segundo o canal de rádio e televisão de Hong Kong RTHK, a cidade de Xangai registou este domingo um total de 21.582 casos assintomáticos, um aumento de 3.238 casos assintomáticos em relação a sábado. Por sua vez, a China reportou no sábado um total de 26.016 novos casos locais, sendo que 3.504 casos são assintomáticos. Governo promete ajuda Na sexta-feira, as autoridades chinesas prometeram ajudar empresas e indústrias de sectores chave da economia que lidam com os impactos do confinamento em Xangai. O Ministério da Indústria e Informação Tecnológica da China promete trabalhar, segundo a Reuters, com 666 empresas que produzem semi-condutores, automóveis e medicamentos para que possam regressar à produção normal, foi anunciado em comunicado. Relativamente ao transporte de mercadorias, foi também anunciado na sexta-feira a criação de um passe nacional que permita veículos movimentarem-se entre zonas de alto risco sem atrasos, perante a apresentação de testes à covid-19 negativos, com uma validade de 48 horas, e uma temperatura corporal normal. Um estudo apresentado no passado dia 7, pela Gavekal Dragonomics, conclui que 87 das 100 maiores cidades chinesas com muita produção interna impuseram medidas de confinamento. Também a Air China reportou perdas de 70 por cento de tráfego aéreo em Março, por comparação a igual período de 2021. Os preços do imobiliário registaram, em Março, uma estagnação, pela segunda vez consecutiva, em 70 grandes cidades chinesas, pois as medidas anti-covid-19 reduzem a confiança dos consumidores. Apesar dos sinais de alerta enviados pelos sectores económicos, o presidente chinês, Xi Jinping, não parece disposto a apostar numa política alternativa para lidar com a pandemia. Na última quinta-feira, o dirigente máximo do país defendeu que a China deve manter a política de tolerância zero à covid-19, sinalizando a manutenção das rígidas medidas anti-pandemia no país, apesar dos crescentes custos económicos e sociais. “Devemos persistir e colocar as pessoas acima de tudo, as vidas acima de tudo (…) Devemos aderir à precisão científica”, disse Xi Jinping, durante uma visita à ilha de Hainan, no extremo sul do país, segundo a imprensa estatal. “A actual pandemia global ainda é muito grave e não podemos relaxar o trabalho de prevenção e controlo. Só com persistência sairemos vencedores”, afirmou. Crescimento abaixo Entretanto foi anunciado um crescimento da economia chinesa de 4,8 por cento no primeiro trimestre, abaixo da meta estipulada por Pequim para este ano, de 5,5 por cento. O crescimento acelerou, em relação ao ritmo de 4 por cento atingido no trimestre anterior, quando o Governo chinês restringiu o acesso ao crédito pelo vasto sector imobiliário do país. Os gastos nos sectores retalho e manufactureiro, e o investimento em fábricas, imóveis e outros activos fixos, aumentaram. “A recuperação da economia nacional foi sustentada e a gestão da economia foi geralmente estável”, apontou Fu Linghui, porta-voz do Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês, em comunicado. Contudo, as vendas a retalho, um indicador dos gastos do consumidor, caíram 3,5 por cento, em Março, – a primeira contração desde Julho de 2020 – à medida que as autoridades endureceram as medidas antipandemia, visando combater o surto mais grave no país em mais de dois anos. A meta de crescimento de 5,5 por cento anunciada para este ano é a menor em três décadas. Fu Linghui apontou para os “surtos frequentes” de covid-19 na China e um “ambiente internacional cada vez mais grave e complexo”. “Com o ambiente doméstico e internacional a tornar-se cada vez mais complicado e incerto, o desenvolvimento económico enfrenta dificuldades e desafios significativos”, apontou. Os dados dos primeiros três meses do ano não expressam o impacto do bloqueio de Xangai. Analistas do grupo japonês de serviços financeiros Nomura estimaram, na semana passada, que 45 cidades, que correspondem a 40 por cento do PIB (Produto Interno Bruto) da China, estavam sob medidas de confinamento, completas ou parciais, e acrescentaram que o país estava em “risco de entrar em recessão”. A produção industrial, que foi um grande impulsionador da recuperação inicial da China da pandemia, em 2020, aumentou 5 por cento em Março, em relação ao mesmo mês do ano anterior. O investimento em activos fixos aumentou 9,3 por cento, nos primeiros três meses de 2022, em termos homólogos. Nas últimas semanas, o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, alertou repetidamente sobre os riscos económicos. Também o Presidente chinês, Xi Jinping, apontou, em Março, para a necessidade de minimizar o impacto económico das políticas anti-pandemia, apesar de ter defendido, na última quinta-feira, a aposta na continuação da política de zero casos covid-19 no país. Para além de Xangai, também as cidades de Jilin e Changchun, importantes centros industriais do nordeste da China, encontram-se sob confinamento total há mais de um mês. A.S.S.
Hoje Macau SociedadeMacau só tem um curso superior para reclusos e não contempla mulheres A licenciatura em Serviço Social da Universidade de São José, o único curso superior acessível no sistema prisional de Macau, quer apoiar a transição para a reinserção social, mas, para já, só chega à população masculina. Antes de ser condenado a 19 anos e dois meses de prisão por rapto, Chan Sai Lok (nome fictício) já era acompanhado por uma assistente social. Por isso, quando, em reclusão, tomou a decisão de prosseguir os estudos universitários, fez de tudo para seguir Serviço Social. “Os assistentes sociais são uma espécie de anjos”, diz. Em liberdade há dois anos, Chan foi quem desencadeou a parceria de cerca de duas décadas entre o Estabelecimento Prisional de Coloane e a Universidade de São José (USJ), ao enviar uma carta à instituição de ensino superior católica. Na altura, 2009, cumpria pena há uma década, quando leu um anúncio no jornal sobre os cursos da USJ. “Escrevi-lhes sem saber se iriam reagir, mas felizmente responderam-me uma semana depois”, lembra. “Com pouco que fazer na cadeia”, Chan chegou a trabalhar na biblioteca e no ginásio do estabelecimento prisional, mas nada trouxe “mais esperança” ao então jovem de 28 anos do que este projeto “para o futuro”. “Existem tantas adversidades lá fora, e eu achava, naquela altura, que precisava de me atualizar e preparar-me para esses desafios”, recorda. Ao longo dos dez anos que o separavam da liberdade definitiva, Chan completou um ano curricular, dedicando-se a uma nova rotina atrás das grades: “Tínhamos uma sala de aulas, frequentávamos o curso quatro ou cinco dias por semana e, como eu partilhava a cela, estudava na cama”. O Programa de Desenvolvimento na Prisão (Prison Outreach Programme, em inglês) foi lançado em 2009, com o objetivo de preparar os reclusos “para o futuro, para a reintegração social e para uma melhor transição na comunidade”, explicou a coordenadora do projeto, Helen Liu, referindo que a seleção dos candidatos “é rigorosa”, sendo exigida uma carta de intenções e uma entrevista. “Estas pessoas têm um historial singular e, na formação em Serviço Social, existe uma abordagem mais humana, por isso penso que conseguem usar a história pessoal e o passado e aplicá-los neste campo”, refere a académica, justificando assim o interesse dos reclusos nesta área de trabalho. Suspensa durante alguns anos devido a problemas ligados à gestão de pessoal da USJ, a colaboração entre a prisão e a universidade foi retomada em 2018, num formato “mais estruturado”, sendo que agora, por exemplo, a última fase da licenciatura exige ao estudante que esteja em liberdade. Esta formação em Serviço Social é o único curso superior acessível em todo o sistema prisional de Macau e é frequentada atualmente por 16 reclusos, segundo dados enviados à Lusa pela Direção dos Serviços Correcionais (DSC). A maioria, sete, tem entre 21 e 30 anos, cinco pertencem à faixa etária dos 31-40 anos e quatro estão entre os 41 e 50 anos de idade. No entanto, entre os estudantes não há mulheres. “Homens e mulheres não podem estar juntos, mas há pouco tempo o nosso diretor recebeu uma carta da ala feminina a revelar interesse”, sustenta a coordenadora Helen Liu, referindo, além disso, que o curso é lecionado em chinês e não tem uma variante em português, uma das línguas oficiais do território. Questionada sobre a possibilidade de o programa ser estendido às mulheres, a DSC frisou que nunca recebeu pedidos nesse sentido, mas, caso isso aconteça, serão considerados. Paul Pun, secretário-geral da Cáritas Macau, a organização que apoiou no passado esta parceria, com o reforço do pessoal docente, alerta que o ensino superior deve chegar a toda a população prisional, além de defender a criação de outros projetos de educação terciária para os reclusos. “São pessoas que têm muito tempo dentro da prisão e podem usar essa energia para estudar e planear o futuro”, explica o líder da Cáritas Macau, responsável pelo Lar de Acolhimento Temporário, que abriga, numa fase transitória, “ex-reclusos com dificuldades em encontrar uma casa”. Por outro lado, a académica Helen Liu diz que “é importante fazer o acompanhamento destas pessoas” no período pós-reclusão. “Na prisão, têm uma rotina, mas cá fora, com outros estímulos e ambiente, pode haver alguma confusão e, se não os guiarmos devidamente, podem voltar ao passado”, considera. Chan Sai Lok tem hoje 40 anos, vive com os pais e trabalha para uma organização não-governamental como coordenador de atividades, enquanto termina o penúltimo ano da licenciatura. Em Macau, “apesar de hoje ser melhor”, prevalece uma imagem negativa em relação a quem viveu prisioneiro, lamenta Chan, que admite sentir “algum distanciamento” por parte dos colegas e dos velhos amigos. Para o próximo ano letivo, o estudante deverá começar a última fase do percurso universitário, o estágio curricular, tornando-se, assim, no primeiro finalista do Programa de Desenvolvimento da Prisão da USJ.
Hoje Macau PolíticaMota-Engil | Lionel Leong no conselho de administração da empresa Lionel Leong, ex-secretário para a Economia e Finanças, é o mais recente membro do conselho de administração da Mota-Engil, empresa portuguesa ligada ao ramo da construção civil. Segundo a notícia avançada pelo Jornal de Negócios, a próxima assembleia-geral da empresa vai discutir um aumento do número de membros do conselho de administração de 14 para 15, propondo ainda a eleição de um sexto administrador ligado ao grupo CCCC – China Communications Construction Co, que detém, desde o ano passado, 32,41 por cento do grupo. O nome de Lionel Leong consta na proposta para cumprir um mandato de três anos (2021-2023).
Hoje Macau EventosMAM | Exposição “Imaginação Selvagem” decorre até Junho O Museu de Arte de Macau (MAM) tem patente, até ao dia 19 de Junho, a exposição “Imaginação Selvagem: Arte a Tinta Contemporânea em Guangdong-Hong Kong-Macau de 2000 a 2022”. Trata-se de uma mostra organizada pelo Instituto Cultural (IC) e pelo Departamento de Cultura e Turismo da Província de Guangdong, integrando a 32ª edição do Festival de Artes de Macau. A exposição “apresenta a natureza de auto-demonstração e a expressão criativa da arte a tinta contemporânea em Guangdong, Hong Kong e Macau, analisando e estudando as obras expostas do ponto de vista da história ideológica e da sociologia”. Dividindo-se em quatro secções, de acordo com o respectivo tema e método, nomeadamente “Natureza como Poesia”, “Imaginação Selvagem – Imagem”, “Pensamento Metafísico” e “Paisagens em Tinta e Água”, a exposição reúne cerca de 80 peças ou conjuntos de arte a tinta contemporânea da autoria de mais de 50 artistas de Guangdong, Hong Kong e Macau. O objectivo é “observar, classificar e resumir a evolução desta arte nestas três regiões do século XXI ao presente através de uma série de obras de arte criadas em diferentes fases”. A exposição reúne, assim, “obras de pintura a tinta contemporâneas, técnica mista, animação, instalação de vídeo e instalação”, pretendendo revelar “a evolução da arte a tinta na região da Grande Baía, que partiu da pintura tradicional chinesa para se transformar numa linguagem de arte contemporânea internacional nas últimas duas décadas”.
Hoje Macau China / ÁsiaHK | John Lee quer reestruturação governamental pronta até Julho O único candidato ao cargo de Chefe do Executivo de Hong Kong disse que a reestruturação governamental anunciada por Carrie Lam deve estar concluída até ao dia 1 de Julho, data em que o novo Executivo toma posse. Em campanha eleitoral, John Lee ouviu dos deputados que a comunicação entre o LegCo e o Governo deve melhorar John Lee, único candidato ao cargo de Chefe do Executivo de Hong Kong, quer que Carrie Lam, actualmente em funções, possa concluir o plano de reestruturação governamental até ao dia 1 de Julho, data em que o novo Executivo assume funções. As eleições estão agendadas para o dia 28 de Maio. Segundo o canal de rádio e televisão RTHK, John Lee disse esperar que “o actual Governo possa completar o plano de reestruturação antes que a nova Administração entre oficialmente em funções, e acredito que é isso que o actual Governo pretende fazer”. Em causa está a criação de novos órgãos públicos, como é o caso de uma nova direcção de serviços para a área da cultura, desporto e turismo. Pretende-se ainda dividir a direcção dos transportes e habitação, entre outras alterações. “Claro que exige alguma rapidez dado o tempo que resta, mas estou confiante que o trabalho de preparação já está a ser feito pela actual Administração”, adiantou John Lee, que tem estado em campanha eleitoral e que proferiu estas declarações aquando de uma visita, no sábado, ao Parque Científico e à Associação das Sociedades dos Novos Territórios. John Lee busca aumentar a competitividade de Hong Kong através da ciência, tecnologia e inovação, além de querer reforçar o poder das comunidades locais. O pedido do LegCo No domingo, num encontro online, os deputados do Conselho Legislativo (LegCo) pediram a John Lee para que haja uma melhor comunicação entre o parlamento local e o novo Executivo. “Parece-me que os deputados dizem o que querem dizer, enquanto que os membros do Governo fazem o que querem fazer. Parece haver pouca conexão entre os dois lados”, adiantou Tik Chi-yuen. Por sua vez, Sun Dong defendeu que “se não é garantido que as posições importantes na polícia são ocupadas por pessoas íntegras e com capacidade política, os chamados ‘patriotas que administram Hong Kong’ representam apenas um conceito vazio”. Paul Tse espera que Hong Kong possa revelar melhor as suas características específicas como território para que não venha a ser confundida como “mais uma cidade na China”. Neste sentido, a nova Administração deve estar consciente da imagem de Hong Kong no mundo e usar bem as palavras na comunicação com outros governos.