Hoje Macau SociedadePIB | Moody’s eleva previsão de crescimento para 5% em 2023 e 2024 A agência de notação financeira norte-americana Moody’s elevou ontem a previsão de crescimento do PIB da China de 4 por cento para 5 por cento, em 2023 e 2024. Numa actualização das previsões de crescimento das principais economias mundiais, a agência de ‘rating’ afirmou que a “decisão do Governo chinês de relaxar totalmente as medidas de prevenção contra a covid-19 vão, naturalmente, impulsionar a actividade económica”. A segunda maior economia do mundo cresceu 3 por cento, no ano passado, o segundo nível mais baixo em pelo menos quatro décadas, reflectindo o impacto da política de ‘zero covid’ e a crise de liquidez no sector imobiliário. As autoridades chinesas ainda não anunciaram a meta de crescimento económico para este ano. Isso deve ser feito este domingo, pelo primeiro-ministro cessante, Li Keqiang, na abertura da sessão anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo do país. A Moody’s também previu que Pequim estabeleça uma meta de inflação de “cerca de 3 por cento” e que o índice de preços ao consumidor, que em 2022 subiu 2 por cento, segundo dados oficiais, aumente 2,3 por cento, este ano, e 1,9 por cento, em 2024. Apesar do impacto positivo da reabertura do país, a agência continua a prever uma desaceleração do crescimento das economias do G-20, passando de 2,7 por cento, em 2022, para 2 por cento, este ano, e 2,4 por cento, em 2024.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim vai seleccionar estrangeiros para integrarem estação espacial A China vai iniciar “em breve” o processo de selecção de astronautas estrangeiros para participarem em missões na sua estação espacial, revelou ontem um responsável pelo programa espacial chinês. “Em breve, começaremos a seleccionar astronautas estrangeiros para enviar para a nossa estação espacial, visando realizar experiências científicas conjuntas”, disse Chen Shanguang, o vice-chefe do programa espacial tripulado da China, citado pela televisão estatal chinesa CCTV. Os astronautas terão primeiro que passar por um processo de familiarização com as naves chinesas. Chen disse ter esperança de que os “astronautas estrangeiros que forem para a estação espacial chinesa aprendam mais sobre a cultura” da China e que os “intercâmbios culturais entre astronautas de diferentes países possam promover o progresso mútuo”. O processo de adaptação estende-se à língua: “a língua de trabalho na Estação Espacial Internacional é o inglês. Da mesma forma, a língua falada na Estação chinesa é o chinês”, acrescentou o responsável. O especialista, que indicou que “instrutores chineses poderiam treinar astronautas de outros países na China”, disse que “muitos países propuseram seleccionar e enviar astronautas” para participarem nas missões. No ar Na estação espacial chinesa, designada Tiangong (“Palácio Celestial”) já foram realizadas algumas experiências por organizações internacionais, como o Escritório das Nações Unidas para Assuntos Espaciais, embora, por enquanto, apenas astronautas chineses tenham viajado até à estação. O Tiangong está programado para operar por 15 anos, orbitando a cerca de 400 quilómetros acima da superfície da Terra. Em 2024, é provável que se torne a única estação espacial activa. A Estação Espacial Internacional, uma iniciativa liderada pelos Estados Unidos e da qual a China foi excluída, deve chegar ao fim naquele ano.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Pequim nega envio de armas à Rússia e lembra amizade com Portugal Após as declarações do ministro João Cravinho sobre a possível revisão das relações com a China, caso o gigante asiático fornecesse arma à Rússia, a diplomacia chinesa veio a terreiro negar qualquer intenção de apoiar a Rússia com armamento e lembrar a relação de amizade com Lisboa A China negou ontem tencionar fornecer armas à Rússia e assinalou que mantém com Portugal uma relação “amigável” e “mutuamente benéfica”, após Lisboa afirmar que reveria os laços caso Pequim preste apoio militar a Moscovo. “A China não vai realizar qualquer venda militar a partes beligerantes ou para áreas em conflito”, disse o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, numa resposta por escrito a perguntas da agência Lusa. Pequim “teve sempre uma atitude prudente e responsável” na exportação de armas e equipamento militar, acrescentou. A diplomacia chinesa afirmou ainda que mantém com Portugal laços amigáveis, de longo prazo e “mutuamente benéficos”. As relações entre Lisboa e Pequim estão “alinhadas com os interesses de ambos os lados”, lê-se nas respostas enviadas à Lusa, após o ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, ter afirmado que Lisboa teria que “rever o significado do relacionamento político e económico” com a China, caso o país asiático prestasse apoio militar à invasão russa da Ucrânia. Proposta de paz O governo chinês lembrou que propôs, na semana passada, um plano para pôr fim ao conflito. Na proposta de Pequim, destaca-se a importância de “respeitar a soberania de todos os países”, numa referência à Ucrânia, mas apela-se também ao fim da “mentalidade da Guerra Fria” – um termo frequentemente usado por Pequim para criticar a política externa dos Estados Unidos. “A segurança de uma região não deve ser alcançada através do fortalecimento ou expansão de blocos militares”, lê-se no documento, numa critica implícita ao alargamento da NATO. No plano pede-se o fim das sanções ocidentais impostas à Rússia, medidas para garantir a segurança das instalações nucleares, o estabelecimento de corredores humanitários para a evacuação de civis e acções para garantir a exportação de grãos, depois de interrupções no fornecimento terem causado o aumento dos preços a nível mundial. O país asiático considera a parceria com Moscovo fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos. As relações entre Pequim e Washington deterioraram-se também rapidamente, nos últimos anos, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de direitos humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do mar do Sul da China. A diplomacia chinesa afirmou ainda querer trabalhar em conjunto com Portugal para promover intercâmbios e a cooperação bilateral, visando “alcançar mais resultados e benefícios para ambos os lados”.
Hoje Macau Via do MeioZhuang Zi, a técnica e o fim do humanismo Condenando toda a autoridade, toda a hierarquia, toda a vida em sociedade, Zhuang Zi, o maior pensador chinês da Antiguidade não cessa, ao longo da sua obra, de estigmatizar a bondade e os seus defeitos. Oferece-nos uma crítica do humanitarismo de extraordinário alcance. Jean Levi* Tradução de Rui Cascais Todos conhecem os nomes de Confúcio, o santo patrono dos letrados, ou de Lao Zi, o sábio taoista, mas são poucos os que conhecem Zhuang Zi. E, no entanto, ele foi o maior pensador chinês da Antiguidade (início do século III A.C.). O leitor erudito ligará, sem dúvida, o seu nome à história do filósofo que sonhava que era uma borboleta e, ao acordar, não sabia já se era um homem que tinha sonhado que era uma borboleta ou uma borboleta que sonhava que era um homem, invocada por Borges como prova da inexistência da coerência temporal na sua vertiginosa “Nova refutação do tempo”. Zhuang Zi ficou assim associado a imagens de sonhos e borboletas, e firmemente enquadrado nessa evanescência que habitualmente atribuímos ao misticismo oriental. É certo que não falta encanto a esta visão e que ela permitiu popularizar o nome de Zhuang Zi no Ocidente. Porém, ela não lhe prestou nem serviço, nem justiça e instalou o lugar comum do sábio subtraído das contingências do mundo e da matéria, evoluindo como um insecto diáfano entre sonho e realidade, que foi utilizado para forjar a própria tradição filosófica chinesa afim de retirar a carga subversiva deste homem que Diógenes não teria hesitado em alistar na sua matilha de cães enraivecidos. Pois, na verdade, se se tivesse de escolher um animal para Zhuang Zi este seria mais uma baleia que uma borboleta, uma baleia feroz do género Moby Dick, capaz de tudo destruir e de tudo quebrar. A tal ensina a obra que leva o seu nome, o Zhuang Zi, que, na abertura, invoca um gigantesco monstro marinho, o kuan, meio peixe meio ave e cujo vôo não é mais que a própria metáfora do texto de potente e irado sopro que se desenvolverá daí em diante. Zhuang Zi viveu num mundo de ruído e furor em que sete grandes estados absolutistas disputavam a supremacia e procuravam realizar, em benefício próprio, a unificação totalitária de toda a terra sob o céu, levando-o a reagir com igual furor condenando, com tons de Rousseau, toda a autoridade, toda a hierarquia, toda a vida em sociedade. Para ele, as invenções técnicas exercem uma tirania à qual não podemos fugir a não ser destruindo as máquinas e regressando à vida selvagem: “As máquinas criam actividades mecânicas. As actividades mecânicas mecanizam o coração. Quem tem no peito um coração mecânico perde a sua candura natural; quem tiver perdido a sua candura natural não saberá conhecer a paz de alma!”, colocará ele na boca de um dos seus porta-vozes, um velho jardineiro, num diálogo fictício que o opõe a um discípulo de Confúcio. Zhuang Zi envolve-se num questionar radical desse modo de pensar próprio do homem social que conduz a considerar o mundo unicamente sob a forma de uma matéria a explorar, ou seja, a ver a vida apenas sob uma perspectiva de meios e fins sucessivos, de forma que, totalmente subsumido aos fins, o indivíduo não é ele próprio mais que um meio e como tal se perde no ambiente técnico que criou. Mas a crítica do filósofo ultrapassa o terreno político para se colocar no duplo plano ôntico e epistemológico. Zhuang Zi ama os mitos. A maldição do homem enredado na especialização técnica e na dominação hierárquica graças a uma utilização indevida da sua consciência vai manifestar-se sob a forma de uma curta fábula cuja simplicidade – somos quase tentados a dizer indigência – ressoa de uma terrível profundidade. Trata-se da história do Caos morto por dois personagens demasiado ansiosos que julgaram adequado agradecer-lhe a hospitalidade fazendo-lhe orifícios. O drama de Caos é o drama da psique. Abrindo-se, entrega-se às coisas que para ela não são mais que objectos de prazer e precipita o tema do paraíso da confusão no universo das relações humanas marcadas pela distinção entre um eu que coloca o outro como um exterior irredutível a si. Esta dicotomia entre interioridade e exterioridade conduz, por um lado, à servidão da consciência aos objectos e, por outro, à ruína da natureza – do elemental, como diria Lévinas – colocada como meio a conquistar afim de a transformar em bens capazes de satisfazer os seus apetites, de forma que ao escravizar o seu elemento, o sujeito é escravizado e reificado pelas coisas que produz. Finalmente, instalam-se a luta pela posse da riqueza e as relações de dominação. Assim, a consciência do separado inaugura o reino do conflito, um conflito que a justiça e a misericórdia não conseguem temperar, bem pelo contrário. Zhuang Zi nunca cessa, ao longo da sua obra, de estigmatizar a bondade e de denunciar os seus erros. O homem bom é pior que o pior dos criminosos. Na verdade, a compaixão não é um defeito que possamos apontar a Zhuang Zi. Esta assumida insensibilidade, reivindicada mesmo, transparece nas maravilhosas e terríveis passagens em que ele se encontra confrontado com a morte, seja o falecimento da esposa, de velhos amigos ou ainda no seu diálogo com o crânio que lhe serve de almofada. Uma vez que é um homem sem qualidades, ao modo de Ulrich, o herói de Musil, Zhuang Zi é um homem superiormente lúcido. A sua crítica do humanitarismo é de um extraordinário alcance. Diz-nos o seguinte: que virtude é essa que nos põe a calcar aos pés a nossa verdadeira natureza, de tal modo já nada temos para os outros? Inaptos no desembaraçar dos nossos próprios sentimentos, não conseguimos alimentar o nosso princípio vital e tornamo-nos vítimas da benevolência de gente incapaz de nos compreender, pois afastados de si e do mundo, não se conseguem colocar no lugar dos outros. Cada acto de bondade e de caridade é sinal da perda de identidade consigo próprio e com a espontaneidade e torna quimérica toda a tentativa de comunhão com o outro. Zhuang Zi exige que estabeleçamos um contacto diferente com o mundo, que passa pelo corpo e pela sensação na sua imediatez absoluta, para instaurar relações mais humanas e mais justas, uma vez que mais animais. O que o conduz a interrogar-se sobre a relação da linguagem com o real. Decide atacar as distinções operadas pelo discurso no tecido homogéneo da totalidade vivida. Todo o juízo, na medida em que é juízo, é a expressão de uma subjectividade que opera um corte arbitrário. A linguagem, enquanto é simultaneamente produto e suporte da inteligência, não pode dar conta de uma realidade contínua e fluida senão em termos de descontinuidade. O homem verídico de Zhuang Zi, ao contrário, mantém uma relação justa com a linguagem, da qual faz instrumento da sua acção sem sucumbir ao prestígio das palavras atribuindo um qualquer valor a um juízo expresso no modo discursivo:”Não há, diria ele, qualquer diferença entre a mais bela das mulheres e o pior monstro, entre um talo de erva e uma coluna de templo, porque gigantescas, belas, enganosas ou estranhas, todas as coisas obedecem a um principio comum que as reúne numa única e mesma unidade.” Tal atitude supõe o estar-se livre da ganga da linguagem e tudo o que o que ela comporta de determinações de tomada de controle, como o Tao que, abstraído do mundo dos fenómenos rege as coisas a partir do centro vazio do universo. Coerente consigo mesmo, Zhuang Zi forjou uma língua que tenta escapar à maldição da linguagem humana que denuncia. O seu estilo é marcado por uma singularidade e alteridade que, num movimento mimético, zombam de um universo atingido de desmesura. O Zhuang Zi prodigaliza uma colecção de monstros de feira, exibe uma galeria de horrores: enfermos mutilados, desgraçados. Só existem homens disformes, tudo é barroco em Zhuang Zi, tanto a natureza como a música. Compreendemos assim porque recorre tanto ao mito: o mito nunca recua perante o exagero; deleita-se no delírio e no excesso. Pelo desvio, pela dissonância que introduz no modo discursivo, o mito pode oferecer no plano da sintaxe narrativa a manifestação da deformidade. Está para o discurso filosófico como as figuras do enfermo ou do amputado estão para o homem normal: uma anomalia, um desvio. Mas, para os monstros, esta desgraça é uma graça: o mito permite regressar a uma forma mais alta e mais intuitiva da razão pois justamente, aniquilando as categorias da linguagem, aparece à razão como informe e não-conforme. Dando um sentido mais puro às palavras da tribo, renova a indistinção primordial que põe em movimento e de onde provém. O recurso a tal forma literária não é um simples capricho de escritor; tem implicações políticas, perfeitamente entendidas pelo historiador dos Han, Sima Qian, o qual conclui a nota biográfica que lhe consagra nas Memórias Históricas com este reparo: “A sua linguagem transgride tudo, segue apenas a sua própria inspiração de forma a que os poderosos jamais possam fazer dele seu instrumento.” *Sinólogo e tradutor
Hoje Macau SociedadeJogo | Receitas acima de 10 mil milhões em Fevereiro As receitas do jogo em Macau atingiram 10,32 mil milhões de patacas em Fevereiro, mais 33,1 por cento do que no mesmo mês do ano passado, anunciaram ontem as autoridades. Os valores arrecadados pelos casinos representam ainda assim uma queda de 10,8 por cento face a Janeiro, indicam dados oficiais da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). A indústria do jogo registou em Janeiro, mês que inclui o período do Ano Novo Lunar, a principal festa das famílias chinesas, receitas de 11,58 mil milhões de patacas, o valor mais elevado desde o início da pandemia. O valor do mês passado é, no entanto, 50,3 por cento inferior ao alcançado em Fevereiro de 2019 – 25,37 mil milhões de patacas –, antes do início da pandemia. Macau, que à semelhança da China continental seguia a política ‘zero covid’, anunciou, em Dezembro, o cancelamento da maioria das medidas de prevenção e contenção, depois de quase três anos das rigorosas restrições. Com o alívio das medidas, a cidade registou em Janeiro mais de um milhão de visitantes, numa subida de 101,3 por cento em termos anuais, e a taxa de ocupação hoteleira foi de 71,2 por cento, o valor mais elevado desde o início da pandemia. A indústria do jogo, que representava 53,5 por cento do produto interno bruto (PIB) de Macau em 2019, dava ainda trabalho a quase 68 mil pessoas no final de 2022, ou seja, cerca de 18,8 por cento da população empregada.
Hoje Macau PolíticaPatrimónio Cultural | Maria José de Freitas e António Monteiro no Conselho A arquitecta Maria José de Freitas e António Monteiro, presidente da Associação dos Jovens Macaenses, foram escolhidos pelo Governo para integrar o Conselho do Património Cultural nos próximos três anos. A informação consta no despacho publicado ontem em Boletim Oficial (BO), que nomeia também, pela primeira vez, os membros Sio Chi Veng, Ieng Weng Fat, Wong Chung Yuen, e Lok Nam Tak, entre outras individualidades. Foi também renovado o mandato de Wong Sai Peng, em representação do Gabinete da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Choi Kin Long, representante do Instituto Cultural no Conselho, e ainda Wu Chou Kit, deputado e engenheiro civil, entre outros. Maria José de Freitas, além de ser arquitecta em Macau há muitos anos, é também doutoranda em património de influência portuguesa, sendo uma voz habitual na defesa da preservação dos monumentos e locais históricos de matriz portuguesa. Por sua vez, António Monteiro é secretário-geral do Instituto Internacional de Macau, sendo também um dos intervenientes no espaço público em prol da cultura e património imaterial macaense.
Hoje Macau Grande Plano MancheteHong Kong | Partes do corpo da famosa modelo Abby Choi encontrados numa lixeira Trata-se de um crime que está a horrorizar Hong Kong. Partes do corpo de uma famosa modelo e influenciadora foram encontradas numa lixeira, mas outras cozinhadas e guardadas num frigorífico. A polícia de Hong Kong revelou detalhes importantes sobre o assassinato da modelo, socialite e influenciadora Abby Choi, dias depois de ela ter sido dada como desaparecida a 21 de Fevereiro. Os investigadores disseram à imprensa no domingo que localizaram o que se crê serem partes do corpo desmembrado da jovem de 28 anos, incluindo um crânio, costelas e cabelo, num dos dois grandes potes de sopa de aço inoxidável recuperados numa casa de aldeia em Lung Mei Tsuen, no distrito de Tai Po. Outras partes do corpo, incluindo pernas desmembradas, foram encontradas cozinhadas e armazenadas dentro de um frigorífico na casa, que aparentemente tinha sido montada como um talho equipado com uma serra eléctrica e um moedor de carne. Uma investigação adicional, que envolverá a descoberta de partes de corpo restantes, bem como testes de ADN, é necessária para confirmar se os restos mortais recuperados pertencem à suposta vítima. Choi, que partilhava uma filha e um filho com o seu ex-marido, Alex Kwong, foi envolvidaa numa disputa financeira com a família de Kwong sobre uma propriedade de luxo no monte Kadoorie em Hong Kong. Também conhecidaa como Cai Tianfeng, Choi foi dada como desaparecida na terça-feira e foi vista pela última vez através de imagens de CCTV no distrito de Tai Po, onde os seus restos mortais foram supostamente descobertos. Durante a audiência, Alex, 28, o seu irmão Anthony Kwong, 31, e o seu pai Kwong Kau, 65, foram acusados do assassinato, enquanto a mãe de Alex Kwong, Jenny Li, 63, foi acusada de perverter o curso da justiça. A todos os quatro arguidos foi negada a fiança pelo Tribunal de Kowloon. A audiência para o caso foi adiada até 8 de Maio para permitir que a investigação prosseguisse. Horror na lixeira Entretanto, a polícia de Hong Kong iniciou ontem buscas num aterro sanitário na investigação do homicídio da modelo Abby Choi, assassinada e desmembrada, com partes do corpo encontradas num frigorífico. Ontem, mais de uma centena de agentes da polícia, com equipamento de protecção, estiveram no aterro sanitário de Ta Kwu Ling, Novos Territórios, num local situado a cerca de 15 minutos de carro da fronteira com a Região Administrativa Especial de Shenzen. A operação policial teve como objetivo procurar “outras partes do cadáver” de Abby Choi. “Na manhã do dia 22 de Fevereiro, os suspeitos deitaram fora vários sacos contendo provas importantes. Podem ser algumas partes do corpo ou podem ser as roupas e o telefone da vítima, ou mesmo armas”, disse aos jornalistas o superintendente Alan Chung, da Polícia de Hong Kong. Chung disse ainda que ainda não foi encontrado “nenhum vestígio importante” até ao momento no aterro sanitário dos Novos Territórios. Membros da família de Abby Choi, vestidos de preto em sinal de luto, mantiveram-se hoje perto da casa onde as partes do corpo foram encontradas para renderem homenagem à modelo, declinando qualquer comentário sobre o caso que está a chocar Hong Kong desde a semana passada. O ex-marido, Alex Kwong, esteve num tribunal a responder por um caso de roubo ocorrido anteriormente, não lhe tendo sido concedida fiança. Razões de um crime horrendo Abby Choi, uma popular modelo de Hong Kong de 28 anos “com milhares de seguidores” nas redes sociais, desapareceu “oficialmente” no passado dia 21 de fevereiro, de acordo com um relatório da Polícia de Hong Kong. A última publicação na rede social Instagram tem a data de 19 de fevereiro: uma fotografia para a revista de moda L’Officiel Monaco. Segundo as autoridades, Choi enfrentou vários diferendos financeiros envolvendo dezenas de milhões de dólares de Hong Kong com o ex-marido, além de que “algumas pessoas” estavam descontentes com a forma como a modelo geria a fortuna. Bernard Cheng, amigo de Choi, disse à Associated Press que, na semana passada, pensava que a modelo tinha sido raptada. Cheng recordou ainda em entrevista à Associated Press que Choi tem quatro filhos com idades entre os três e os dez anos de idade. O ex-marido, Alex Kowng, é o pai das duas crianças mais velhas. Os outros são filhos de Chris Tam, com quem Choi casou depois de se divorciar de Kwong. A família da modelo Abby Choi Tin-fung identificou com lágrimas os restos mortais da menina de 28 anos na morgue pública de Fu Shan, pois cerca de 130 agentes da polícia continuaram ontem a procurar as partes do corpo desaparecidas no aterro de Ta Kwu Ling. Isto aconteceu quando uma quinta pessoa foi presa no horrível assassinato da jovem mãe de quatro filhos – a esposa de 47 anos do ex-pai de Choi – foi libertada sob fiança. A amante, Ng, foi detida no domingo por alegadamente ter ajudado a alugar uma casa na aldeia de Tai Po – onde Choi foi desmembrada – e um apartamento em Tsim Sha Tsui para abrigar o ex-marido de Choi, Alex Kwong Kong-chi. Ela é obrigada a apresentar-se à polícia no final do mês. A família de Choi – a sua mãe, marido Chris Tam e sogros – estiveram na morgue durante duas horas para identificar os seus restos mortais antes de irem ao local do crime na aldeia Lung Mei para um ritual para prestar os seus respeitos no sétimo dia da sua morte, uma vez que ela foi aparentemente morta na terça-feira passada. “Estou muito grato por a ter conhecido”, disse Tam. A mãe de Choi, apoiando-se no seu genro, chorou: “Nunca mais te poderei ver”. A mãe de Tam desabafou: “A tua bondade foi desperdiçada em pessoas que não valem a pena”. Ela acrescentou que a família tomará conta dos quatro filhos da modelo. Imagens fatais Entretanto, cerca de 130 polícias revistaram o Aterro de North East New Territories para procurar as mãos e o tronco desaparecidos de Choi, pois os quatro acusados – o seu ex-marido Kwong e três ex-parentes – são suspeitos de despejar as partes de corpo desaparecidas num ponto de recolha de lixo. Embora os oficiais tenham encontrado ossos no aterro, desconhecia-se se eram restos humanos ou animais. Foram enviados para laboratórios para testes. O superintendente Alan Chung Nga-lun da unidade de crime regional de Kowloon West espera que sejam necessários três dias para os oficiais completarem a busca, mas está confiante de que serão encontradas mais provas. As imagens das câmaras de vigilância mostram que os arguidos despejaram provas – incluindo partes do corpo de Choi, roupas, telefone e a arma do crime – num ponto de recolha de lixo na aldeia de Lung Mei, disse Chung. Após contactar o condutor que lá recolheu o lixo, a polícia localizou uma pequena área do aterro onde suspeitavam que as partes de corpo e os pertences de Choi tinham sido despejados. “Iremos procurar principalmente na encosta abaixo do aterro, que é do tamanho de um campo de futebol”, disse Chung, acrescentando que o lixo foi amontoado até cinco metros de profundidade. Na segunda-feira, os quatro ex-familiares de Choi foram detidos, enfrentando acusações de homicídio e perversão do curso da justiça. Kwong, 28 anos, desempregado, compareceu ontem no Tribunal Distrital para enfrentar sete acusações de roubo que alegadamente cometeu entre 2013 e 2015. O Juiz Justin Ko King-sau adiou o processo para 9 de Maio, uma vez que a acusação irá rever as provas e considerar a apresentação de acusações adicionais. Ko disse que Kwong se tinha declarado inocente das acusações em 2015 e que estava agendado um julgamento. Mas Kwong ignorou a fiança e o tribunal emitiu um mandado. Kwong parecia calmo no tribunal e disse que não tinha nada a dizer. O tribunal soube que Kwong roubou 39 colares, 32 pulseiras, mais de 13 barras de ouro, 102 paletes de ouro e seis pingentes de sete pessoas em Mong Kok, Yau Ma Tei e Hung Hom entre 12 de Maio de 2013 e 14 de Janeiro de 2015. De acordo com as autoridades, atualmente, o número de “crimes violentos” na região administrativa especial baixou mas o caso de Abby Choy recorda vários assassinatos que chocaram Hong Kong. Em 2013, um homem matou os pais e as cabeças foram mais tarde encontradas em frigoríficos. Num outro caso, em 1999, uma mulher foi raptada e torturada por três membros de grupos de crime organizado (tríades) que a mataram tendo decapitado o corpo. A cabeça da mulher foi encontrada dentro de um brinquedo de peluche. Director televisivo condenado a 10 meses de prisão por tentativa de extorsão Um famoso realizador de televisão de Hong Kong foi condenado a 10 meses atrás das grades por causa de uma tentada extorsão a partir de fotos eróticas, tiradas sem o conhecimento da vítima, pretendendo depois forçá-la a ser sua escrava sexual. Law Chun-wai, o realizador de 43 anos da TVB, recebeu a sua sentença no Tribunal de Kowloon na quarta-feira depois de se ter declarado culpado de uma acusação de ter ameaçado a publicação de imagens íntimas sem consentimento. De acordo com o tribunal, em Janeiro do ano passado, Law conheceu uma anfitriã de uma discoteca e teve sexo com ela duas vezes na sua casa. Law enviou-lhe então mensagens com as fotografias da vítima nua através do WhatsApp a 26 de Março e ameaçou-a que ou ela passava a ser sua escrava sexual ou ele publicaria as suas fotografias. Law pediu ainda à vítima para tirar mais fotos das suas partes privadas e obrigou-a a trazer outras mulheres para o servir, soube o tribunal, o que levou a vítima a apresentar-se à polícia e Law foi então detido. Durante o inquérito da polícia, Law alegou que estava bêbado quando efectuou a extorsão sobre a vítima e não tinha intenção de publicar as fotografias. No tribunal, a magistrada principal interina Peony Wong Nga-yan criticou as acções de Law como “sujas e sem vergonha”. Wong disse que Law estava aparentemente num estado consciente durante a chantagem da vítima, porque enumerou múltiplos requisitos e ameaçou-a, o que era totalmente contra a sua afirmação de que estava “bêbado”. Mas, dada a alegação de Law, o juiz decidiu que a sua pena de prisão fosse reduzida de 15 meses para 10 meses.
Hoje Macau China / ÁsiaG20 | MNE chinês em reunião com homólogos norte-americano e russo O ministro dos Negócios Estrangeiros da China vai participar na reunião entre os chefes da diplomacia dos países do G20, que arranca na quinta-feira em Nova Deli, confirmou ontem o governo chinês. Na reunião vão também estar presentes o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov. A participação dos chefes da diplomacia das três potências ocorre num período de fortes tensões geopolíticas suscitadas pela guerra na Ucrânia e pelo deteriorar da relação entre Pequim e Washington. “A convite do ministro dos Negócios Estrangeiros da Índia, Subrahmanyam Jaishankar, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Qin Gang, vai participar na reunião entre os ministros dos países membros do G20, em Nova Deli”, confirmou a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em conferência de imprensa. Segundo Mao, Pequim vai encorajar o G20 a “enfrentar os desafios pendentes” na economia global e está disposta a “trabalhar com todas as partes” para “enviar um sinal positivo sobre o multilateralismo”. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, cancelou, no início de Fevereiro, a viagem que tinha planeado à China, após a descoberta de um balão de espionagem da China no espaço aéreo norte-americano, não tendo agendado qualquer encontro bilateral com Gang, embora vá manifestar a sua preocupação, no encontro com Jaishankar, por este incidente, e pelos empréstimos de Pequim a países na órbita da Índia. “Tivemos conversas sérias com a China, tanto antes do último escândalo do balão de vigilância, quanto depois. Portanto, espero que essas conversas continuem”, disse o secretário de Estado assistente dos EUA para assuntos da Ásia do Sul e Central, Donald Lu, na semana passada. Guerra e desenvolvimento O homólogo russo, Serguei Lavrov, também anunciou que pretende encontrar-se com Wang à margem da reunião. Face à pressão dos países ocidentais sobre a guerra na Ucrânia, cujo primeiro aniversário coincidiu na semana passada com a reunião entre os ministros das finanças do G20, na cidade indiana de Bangalore, Pequim mostrou o seu apoio a Moscovo e a reunião terminou sem um acordo conjunto. A Índia, país anfitrião do G20, multiplicou as suas compras de petróleo russo após o início do conflito e tem insistido na necessidade de resolver a guerra na Ucrânia por meio do diálogo. Nova Deli é uma aliada histórica da Rússia, mas goza crescente aceitação do Ocidente, em oposição à vizinha China. A reunião entre os chefes da diplomacia começa oficialmente esta quarta-feira, com a chegada dos ministros dos Negócios Estrangeiros à capital indiana, mas as principais reuniões estão marcadas para quinta-feira, com uma agenda centrada no multilateralismo, cooperação para o desenvolvimento e segurança alimentar e energética.
Hoje Macau EventosCasa Garden | Fernando António dos Santos em concerto sexta-feira A Casa Garden, sede da Fundação Oriente em Macau, acolhe, esta sexta-feira, a partir das 20h30, o concerto do compositor e pianista português Fernando António dos Santos. Radicado em Taiwan, onde abriu o Piano Café, o músico é conhecido pelas suas colaborações com músicos como Carlos Paião, Lena D’ Água, Raúl Indipo e o grupo Da Vinci, muito populares em Portugal nos anos 80. O espectáculo de sexta-feira será uma primeira apresentação do seu trabalho no território, tratando-se de um concerto intimista. Fernando António dos Santos apresentará um repertório de piano, cruzando temas clássicos com originais, incluindo o Fado, que se mistura com poesia e temas originais. O concerto acontece com as colaborações dos músicos Paulo Pereira, Paula Monteiro e Luís Bento, entre outros. A ligação de Fernando António dos Santos à música começou bem cedo, aos cinco anos, quando começou a estudar piano na escola “Bracur”, na Figueira da Foz. Fez parte do conhecido grupo “Beatnicks”, ligada ao rock sinfónico, integrando depois a banda alemã “WAVEBAND”. Chegou a gravar um LP, com a chancela da Polygram, com o grupo “DOYO”. Colaborou com a cantora Ana no trabalho “Sou Laranja Laranjinha”, tendo produzido a música “Vamos lá cambada” com Carlos Paião. Com Raúl Indípuo colabora no trabalho discográfico “Sô Santo”. António Fernando dos Santos compôs ainda inúmeros temas para programas de entretenimento em televisão
Hoje Macau SociedadeUSJ quer ajudar brasileiros com covid-19 prolongada Um novo laboratório da Universidade de São José (USJ) vai investigar a potencial utilização de neurociências aplicadas para ajudar doentes que sofrem de covid-19 prolongada no Brasil, disse um académico à Lusa. O director do laboratório de neurociências aplicadas da USJ, Alexandre Lobo, falava à margem da cerimónia de inauguração do Centro. Cerca de 145 milhões de pessoas em todo o mundo sofreram sintomas de covid-19 de longo prazo nos primeiros dois anos da pandemia, incluindo fadiga com dores no corpo, alterações de humor, problemas cognitivos e falta de ar, segundo um estudo divulgado em Setembro. Alexandre Lobo disse acreditar que a tecnologia de neurociências aplicadas já desenvolvida pelos investigadores da USJ pode ajudar a mitigar os “enormes impactos cognitivos nos pacientes” com covid-19 prolongada. De acordo com dados oficiais, o Brasil registou mais de 36,9 milhões de casos confirmados de covid-19. Um estudo brasileiro concluiu que quase 60 por cento das pessoas que contraíram a doença tiveram sintomas de longo prazo. Acordo com Brasil A investigação, que nasceu de um acordo já existente entre a USJ e a Universidade Federal do Ceará (UFC), no nordeste do Brasil, “ainda está muito numa fase inicial, na fase de design”, sublinhou Lobo. A USJ tem alunos de doutoramento na área de neurociências aplicadas na UFC e “a ideia é que possam dar apoio” ao Hospital Universitário Walter Cantídio, explicou o académico. O director lembrou que a universidade com sede em Macau já tinha lançado, com a UFC e o Instituto da Primeira Infância, com sede em Fortaleza, um projecto de pesquisa com famílias carentes brasileiras, “submetidas a stress crónico”. O projecto usou equipamento de monitorização das ondas cerebrais, para avaliar a reacção dos membros de famílias carentes quando eram submetidas a sessões de relaxamento, referiu o director do laboratório. A USJ pretende “incrementar mais ainda” a investigação sobre o stress crónico das famílias carentes brasileiras, nomeadamente através da utilização de tecnologia de realidade virtual, disse Alexandre Lobo.
Hoje Macau Grande Plano MancheteHong Kong | Fim da obrigatoriedade do uso da máscara a partir de hoje Hong Kong dá hoje por terminada a obrigatoriedade de uso da máscara. Mas as coisas não são simples. O regresso à normalidade traz consequências polémicas, incluindo o que se passa com as crianças. Vozes locais acusam John Lee de só agir depois de Macau ter eliminado a recomendação de uso de máscaras desde segunda-feira A partir de hoje, quarta-feira, após 3 anos de face tapada, as máscaras não serão mais necessárias em Hong Kong, tanto no interior como no exterior, incluindo nos transportes públicos, mas ainda terão de ser usadas em casas de repouso, hospitais. Cidadãos locais e turistas podem andar sem máscara a partir de hoje, já que a cidade finalmente levanta a sua última grande restrição após quase três anos. Numa conferência de imprensa antes da reunião do Conselho Executivo na terça-feira, o Chefe do Executivo John Lee Ka-chiu anunciou que os requisitos da cidade em matéria de máscaras interiores e exteriores, bem como de transportes públicos, seriam eliminados a partir de 1 de Março. “Mas será ainda necessário o uso de máscaras faciais em algumas instalações com funções administrativas, tais como lares para idosos e hospitais”, acrescentou. Lee também se esquivou repetidamente a perguntas sobre se o seu anúncio foi motivado pela decisão da cidade vizinha de Macau de levantar as suas regras gerais de uso de máscaras ao ar livre desde segunda-feira. “Foi devido à avaliação global e aos factores tidos em conta que tomei a decisão”, afirmou. “Disse às pessoas há dois meses que esta era uma questão que eu iria acompanhar activamente e também examinar quando seria o momento apropriado [para levantar o mandato]”. O líder da cidade disse que a mudança se baseava na situação do coronavírus local e no encerramento de um surto de gripe e outros vírus respiratórios. “Os dados mostraram que a situação da epidemia local estava sob controlo. Hong Kong já construiu uma barreira imunitária ampla e abrangente”, disse Lee, acrescentando que não tinha havido surtos entre populações de alto risco, tais como doentes e pessoal hospitalar, ou escolas e lares para idosos. Lee disse também que a situação epidémica de Hong Kong não se tinha agravado em resultado de quaisquer mutações do coronavírus. “O risco global está sob controlo. É agora um momento adequado para cancelar totalmente a encomenda da máscara”, concluiu. ‘Olá Hong Kong’ O ministro da Saúde Lo Chung-mau disse que o fim do mandato da máscara significava que Hong Kong estava a regressar a um estado de normalidade. “O levantamento do mandato de máscara significa o fim oficial de todas as medidas de distância social”. Esperamos que amanhã, 1 de Março, seja um dia melhor”. Todos podemos mostrar o nosso sorriso e dizer ‘Olá Hong Kong'”, disse Lo, referindo-se à recente campanha global do governo para atrair visitantes para a cidade. Lo explicou que as autoridades tinham decidido mudar a política de uma só vez em vez de gradualmente, devido ao efeito mínimo que tal abordagem traria. “O efeito anti-epidémico de manter a ordem das máscaras [em alguns locais] não é grande. Além disso, seria bastante complicado e difícil aplicar as regras, e inconveniente para o público”, disse ele. O ministro acrescentou que o Centro de Protecção da Saúde emitiria directrizes às pessoas com sintomas respiratórios ou doenças de longa duração sobre o uso de máscaras em locais mal ventilados. O mandato de máscaras de Hong Kong entrou em vigor em Julho de 2020 e tem sido regularmente renovado, com a última revisão a conceder uma prorrogação da política até 8 de Março. De acordo com a política que em breve será revogada, as pessoas que visitavam parques ou que realizavam actividades físicas extenuantes estavam isentas do uso de máscaras ao ar livre. Lee disse anteriormente que o mandato de máscara deveria permanecer em vigor até que a estação mais quente chegasse por receio de um ressurgimento de casos de gripe. Antes do anúncio oficial de Lee, o conselheiro governamental para a pandemia, Professor Lau Yu-lung, disse que o levantamento “há muito esperado” da política seria “bem recebido por toda a Hong Kong”. Manifestando o seu apoio à decisão do governo de suspender o mandato de uma só vez, argumentou que a medida seria mais fácil de implementar e de compreender pelo público do que uma flexibilização passo a passo. Lau acrescentou ainda que acreditava que as pessoas usariam máscaras nos transportes públicos sem serem incitadas pelas autoridades. “Deveríamos acreditar na capacidade dos residentes para gerir a sua saúde e avaliar a sua segurança”, disse. E as crianças? No entanto, o perito em saúde disse que se deveria dar mais atenção à ajuda às crianças para se adaptarem à mudança, uma vez que alguns jovens tinham crescido a usar máscaras. “É preciso tempo para lhes explicar que é realmente normal não usar máscaras”, disse ele. “Eles podem estar ansiosos e devemos deixá-los decidir se a usam ou não, em vez de os forçar”. Lau também apelou aos residentes para respeitarem as escolhas uns dos outros sobre se usavam ou não máscaras. Segundo estudos científicos, o uso de máscara reduz em absoluto a empatia entre as pessoas, criando muito mais tensão social até, eventualmente, provocar situações de violência e incompreensão entre as pessoas. “A face do outro é a coisa mais interessante para um ser humano”, disse um especialista ao Hoje Macau. “É na face que damos conta da humanidade do outro e isso é um grande empecilho à violência. Não ver a face dos outros causa, no mínimo, depressão. Ainda estamos para ver que consequências emergirão depois de três anos de caras tapadas”, concluiu. Tóquio e Seul levantam restrições a vôos de Hong Kong O Japão e a Coreia do Sul levantaram as restrições de voo que anteriormente tinham feito com que as companhias aéreas de Hong Kong eliminassem centenas de voos para os dois países do sudeste asiático. Desde o final de Dezembro, o governo japonês impôs um limite ao número de voos que cada companhia aérea podia operar de Hong Kong para o Japão. Mas o governo da RAEHK disse ontem que tais restrições serão levantadas a partir de hoje. O governo sul-coreano só autorizou voos de Hong Kong a aterrar no Aeroporto Internacional de Incheon desde 10 de Janeiro. O governo da RAEHK disse que esta restrição também será cancelada a partir de hoje. “Congratulamo-nos com a decisão tomada pelo governo japonês de retirar o número máximo de voos que cada transportadora pode operar de Hong Kong para o Japão”, disse um porta-voz da Cathay Pacific. “Planeamos operar 83 voos por semana para o Japão em Abril e 94 voos por semana em Maio – um aumento em relação aos 72 voos por semana em Março”, acrescentou a companhia aérea. A HK Express afirmou que “continuará a rever o seu horário de voos com base nas últimas medidas do governo japonês e nas condições de mercado”. O Japão a partir de amanhã também aliviará as suas restrições Covid aos viajantes provenientes da China, abandonando a exigência do teste Covid à chegada. Em vez de testes aos viajantes do continente, o Japão apenas testará amostras seleccionadas, embora os viajantes ainda tenham de apresentar um teste negativo antes de voarem para o país, disse ontem o Secretário Hirokazu Matsuno. Entretanto, os motoristas que se tenham candidatado a licenças de circulação internacional para veículos que atravessem para o continente ou Macau terão de esperar pelo menos sete dias úteis, pois o Departamento de Transportes tem um atraso de 6.000 candidaturas desde que a fronteira foi reaberta. O departamento disse que os pedidos de autorização de circulação internacional aumentaram significativamente, juntamente com o número de pedidos de Autorização de Circulação Internacional por veículos transfronteiriços locais que aumentaram de uma média diária de 300 pedidos em Janeiro para 800 pedidos recentemente, resultando numa acumulação de pedidos em atraso. Para facilitar as viagens dos cidadãos de Hong Kong entre o continente e Macau, o departamento disse que irá empregar mão-de-obra e recursos para acelerar o tempo de processamento dos pedidos de Licença de Circulação Internacional a partir de hoje para, pelo menos, sete dias úteis.
Hoje Macau SociedadeHotelaria | Taxa de ocupação mais elevada desde início da pandemia A taxa de ocupação hoteleira em Macau foi de 71,2 por cento em Janeiro, o valor mais elevado desde o início da pandemia, após o fim da política ‘zero covid’ na região chinesa, foi ontem anunciado. Num comunicado, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelou que a taxa de ocupação dos hotéis do território aumentou 27,3 pontos percentuais em comparação com o mesmo mês de 2022. A cidade registou em Janeiro 819 mil hóspedes, ou seja, mais 59,6 por cento em termos homólogos, nos cerca de 38 mil quartos disponíveis nos 125 hotéis. O preço médio dos quartos de hotel em Macau atingiu também o valor mais elevado desde Janeiro de 2020, de acordo com dados da Associação de Hotéis de Macau, que reúne 43 hotéis locais. Um relatório, divulgado na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), revelou que o preço médio se fixou em 1.181 patacas, mais 41,8 por cento do que no mesmo mês de 2022. Os hotéis de Macau tinham fechado 2022 com uma taxa de ocupação de 38,4 por cento, o segundo valor mais baixo em mais de duas décadas, e menos 11,7 pontos percentuais do que em 2021. O pior momento Segundo dados oficiais que remontam a 1997, o pior ano para os hotéis do território foi 2020, no início da pandemia, com uma taxa de ocupação de 28,6 por cento, devido à proibição que durante vários meses a China impôs às viagens para Macau. Com o alívio das restrições, após quase três anos, a média da taxa de ocupação hoteleira durante a semana do Ano Novo Lunar foi de 85,7 por cento, com um pico no terceiro dia (24 de Janeiro), de 92,1 por cento, avançou a DST. No mesmo comunicado, a DSEC revelou que em Janeiro o número de visitantes que participaram em excursões organizadas foi de 4.800, mais 80,4 por cento face ao mês homólogo de 2022, mas ainda longe dos 543 mil registados antes do início da pandemia. A China levantou a 6 de Fevereiro o fim de todas as restrições devido à pandemia de covid-19 nas deslocações para Hong Kong e Macau, permitindo o reinício das excursões organizadas para as duas cidades. O Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado confirmou o cancelamento da necessidade de registo e das quotas para atravessar as fronteiras que ligam as duas regiões à China continental, de acordo com um comunicado.
Hoje Macau China / ÁsiaInvestigação | Fundador do China Renaissance está a “cooperar” Bao Fan, o empresário chinês do sector tecnológico que desapareceu há duas semanas, está a “cooperar” numa investigação aberta pelas autoridades chinesas, anunciou ontem o grupo China Renaissance, do qual é fundador. Bao, de 52 anos, é o fundador do China Renaissance, um grande banco de investimento privado chinês especializado no setor tecnológico. O grupo supervisionou a entrada em bolsa de vários gigantes do sector da Internet, incluindo o grupo de comércio electrónico JD.com, ou a fusão, em 2015, entre as empresas de serviços de transporte partilhado Didi e Kuaidi Dache. O China Renaissance informou que “Bao está, actualmente, a cooperar com uma investigação aberta pelas autoridades” chinesas. “A empresa vai cooperar devidamente e atender a qualquer solicitação legal das autoridades relevantes da República Popular da China”, acrescentou o grupo. O China Renaissance, que informou a 16 de Fevereiro, que não conseguia “entrar em contacto com o (chefe-executivo) Bao Fan”, não especificou a natureza da investigação. O grupo China Renaissance, que conta com mais de 700 funcionários em todo o mundo, está presente na Singapura e nos Estados Unidos. De acordo com a revista chinesa Caixin, as autoridades chinesas detiveram o presidente do China Renaissance, Cong Lin, em Setembro passado, depois de uma investigação ter sido aberta sobre o seu trabalho anterior, no banco estatal ICBC. Após ascender ao poder, em 2012, o Presidente chinês, Xi Jinping, lançou uma ampla campanha contra a corrupção, que resultou na prisão de líderes empresariais, principalmente nos sectores financeiro e de novas tecnologias, e de centenas de altos quadros do Partido Comunista Chinês.
Hoje Macau PolíticaTrânsito | Ron Lam teme fuga de infractores O deputado Ron Lam mostrou-se ontem preocupado com as consequências do reconhecimento mútuo das cartas de condução e a possibilidade de os infractores fugirem para o Interior. O legislador deu como exemplo o caso de um condutor que depois de ter um acidente no território, e de ter sido condenado, fugiu para o Interior, e evitou a justiça de Macau. “A sociedade receia que o reconhecimento mútuo das cartas de condução possa contribuir para o agravamento do problema dos TNR a prestarem trabalho não autorizado, pois, no passado, houve vários acidentes graves e mortais causados por condutores não residentes do Interior da China”, afirmou Ron Lam “Houve outro caso, em que o autor do crime era um cidadão do Interior da China que acabou por ser condenado, mas, como nunca mais voltou a Macau, pode estar à margem da lei”, acrescentou. Neste sentido, Ron Lam avisou também que a justiça local não vai ter qualquer forma de trazer de volta os fugitivos. “O Governo limitou-se a repetir que, em caso de acidente de viação e se o autor sair de Macau, serão notificadas as autoridades competentes do Interior da China e o autor será punido pelas autoridades locais”, destacou. “Isto significa que não há quaisquer medidas para evitar a ocorrência de tragédias semelhantes!”, concluiu.
Hoje Macau Grande Plano MancheteUcrânia | Apesar do plano de paz chinês, o Kremlin não vê fim da guerra por agora Moscovo diz que não é momento para parar com o conflito e o Ocidente insiste na sua posição belicista, rumo a uma “vitória final” pela força das armas. Na qual poucos acreditam. A mortandade e a destruição são para continuar. O enriquecimento de alguns também O Kremlin afirmou ontem que ainda não existem as condições necessárias para uma solução pacífica, referindo-se ao plano proposto na semana passada pela China para resolver o conflito na Ucrânia. “Qualquer esforço que ajude a trazer este conflito para um caminho pacífico merece atenção. Nós consideramos o plano dos nossos amigos chineses com muita atenção (…). É um longo processo. No momento, não vemos as premissas para que esta questão possa tomar um caminho pacífico”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em declarações à imprensa. “A operação militar especial (na Ucrânia) vai continuar”, acrescentou Peskov. Moscovo e Kiev não demonstraram ainda uma vontade forte de iniciar negociações de paz nesta fase, reagindo com cautela à proposta da China. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou necessário trabalhar com Pequim para alcançar a resolução do conflito. Zelensky também disse que planeia se encontrar em breve com o seu homólogo chinês, Xi Jinping. A diplomacia russa declarou também que apreciava os esforços chineses, ao mesmo tempo que insistiu na necessidade do reconhecimento da anexação de quatro regiões ucranianas pela Rússia. Irão apoia pax sínica Entretanto, o Irão declarou no domingo à noite que apoia a proposta de paz da China para a Ucrânia, que aponta como prioridades o “diálogo e as negociações” e que foi recebida com cepticismo pelo Ocidente. “O Irão considera que os elementos reflectidos neste documento são suficientes para iniciar negociações com vista a encontrar um quadro operacional para o fim das actividades militares na Ucrânia”, indicou, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano. O departamento da diplomacia de Teerão destacou a necessidade de pôr fim às “medidas unilaterais”, em referência às sanções aplicadas pela comunidade internacional a Moscovo, na sequência da invasão na Ucrânia, e a Teerão, pela entrega de drones à Rússia para uso no conflito. O Irão também mostrou vontade de “contribuir para uma resolução pacífica da crise”, lê-se na nota que faz referência à Rússia apenas uma vez. Visitas de líderes Mais líderes europeus estão a planear visitar a China na próxima semana ou meses, concentrando-se em retomar as conversações e procurando cooperação prática no meio da recuperação pós-pandémica do país, e mais importante ainda, na crise da Ucrânia. Embora a China e os países europeus não partilhem a mesma posição sobre a questão, funcionários e peritos chineses acreditam que as duas partes podem encontrar um terreno comum para melhorar a comunicação e a coordenação com o objectivo de fazer avançar as conversações de paz. A convite do presidente chinês Xi Jinping, o presidente da Bielorrússia Alexander Lukashenko fará uma visita de Estado à China de 28 de Fevereiro a 2 de Março. Entretanto, o Presidente francês Emmanuel Macron disse que visitaria a China no início de Abril e apelou a Pequim para “nos ajudar a pressionar a Rússia” a acabar com a guerra na Ucrânia, disse a AFP. Embora a natureza das duas visitas não seja a mesma, o conflito Rússia-Ucrânia será um dos principais focos. “A Bielorrússia é um aliado da Rússia e poderá aumentar o seu envolvimento no conflito. Dado o seu estatuto geopolítico e localização, a China pode apreender o papel que a Bielorrússia pode desempenhar no avanço das conversações de paz”, disse Cui Hongjian, director do Departamento de Estudos Europeus do Instituto de Estudos Internacionais da China. Um dia antes do anúncio da visita de Lukashenko, o Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês Qin Gang falou ao telefone com o Ministro dos Negócios Estrangeiros bielorrusso Sergei Aleinik, afirmando que a China está disposta a implementar o importante consenso alcançado pelos dois chefes de Estado e a aprofundar a confiança mútua política. Sobre a crise da Ucrânia, Qin apresentou o documento de posição da China com 12 pontos, a Posição da China sobre a Resolução Política da Crise da Ucrânia, que enfatiza que a China está sempre do lado da paz e insta ao reatamento das negociações o mais rapidamente possível, evitando ao mesmo tempo uma nova escalada. Aleinik disse que a Bielorrússia concorda completamente e apoia o documento de posição da China, observando que as propostas relevantes da China têm grande significado para a resolução da crise. “Para resolver a crise da Ucrânia, não podemos simplesmente exercer pressão sobre a Rússia ou Putin como o Ocidente quer. Precisamos de descobrir se a China e a Bielorrússia podem encontrar algum terreno comum e desempenhar em conjunto um certo papel, que será um dos principais focos desta visita”, disse Cui. Ursula antes, Michel depois Também a Presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen e o Presidente do Conselho Europeu Charles Michel poderão visitar a China na primeira metade de 2023 com os preparativos já em curso, disse o Embaixador chinês no Fu Cong da UE. “Espera-se que a China e a UE iniciem em breve frequentes visitas mútuas de alto nível”, disse afirmou. “Esta tendência positiva de crescentes intercâmbios de alto nível entre a China e a Europa mostra que a Europa não quer ver um prolongado conflito Rússia-Ucrânia, uma vez que a economia e a competitividade do bloco foram enfraquecidas pelo mesmo”, disse Wang Yiwei, director do Instituto de Assuntos Internacionais da Universidade de Renmin da China. “A Europa está gradualmente a sair de algum sentimento irracional em relação à China, uma vez que eles lentamente compreendem a posição da China e levantam mais suspeitas em relação aos EUA, especialmente após a sabotagem do Nord Stream”, disse Wang. Macron, questionado sobre se vai pedir a Pequim que ajude a pressionar a Rússia, foi citado como tendo afirmado em reportagens dos meios de comunicação social que a medida visa assegurar que o Kremlin nunca utilize armas químicas ou nucleares – os principais pontos mencionados no documento de posição da China – e “parar esta agressão antes das negociações”. “Há certamente grandes diferenças nas posições da China e da Europa sobre a crise da Ucrânia, principalmente devido a uma compreensão diferente da natureza do conflito. Como muitos países europeus são também membros da OTAN, não aceitam que o conflito se deve à expansão da OTAN para leste”, disse o perito. No entanto, peritos chineses acreditam que as divergências existentes não devem impedir a China e a Europa de trabalharem em conjunto e encontrarem uma solução prática. “A China valoriza a defesa da França para que a Europa seja estrategicamente independente, e a França tem uma tradição relativamente independente em matéria de política externa. Para evitar um confronto em bloco, é importante avançar com o desenvolvimento multipolar”, disse Cui. Um ano depois, já se sabe que as sanções não produzem na Rússia o efeito desejado Observadores chineses consideram que a última ronda de sanções contra a Rússia por parte dos países ocidentais “reduz ainda mais a perspectiva de conversações de paz, e apenas levará a mais derramamento de sangue, mais sacrifícios durante o conflito Rússia-Ucrânia, e mais perdas de propriedade em todo o mundo”. Para proporcionar uma solução para o actual impasse, a China revelou na sexta-feira um plano de paz para resolver a crise. Mas o plano foi classificado pelos EUA como “não racional”, o que levou comentadores chineses a concluir que “estas acusações infundadas expuseram o desejo egoísta dos EUA de não quererem que o conflito termine, e a sua tentativa de diminuir a influência da China na negociação de assuntos globais”. Entretanto, a União Europeia e alguns países ocidentais, incluindo os EUA e o Reino Unido, decidiram-se por uma nova ronda de sanções contra a Rússia, incluindo novas proibições de exportação no valor de mais de 11,6 mil milhões de dólares, sanções a cerca de 120 indivíduos e entidades russas e uma nova obrigação de informação sobre os activos do Banco Central russo, de acordo com um documento publicado pela UE. Efeito limitado Os media chineses, contudo, prevêem que a quantidade de sanções tenha um impacto muito limitado na Rússia. “São apenas gestos diplomáticos e simbólicos dos países ocidentais para desabafar as suas frustrações”, disse Li Ziguo, um investigador sénior do Instituto de Estudos Internacionais da China, ao Global Times, na medida em que “as nações ocidentais já esgotaram o seu repertório de sanções contra a Rússia, incluindo sanções sobre o petróleo e o gás natural da Rússia”. “A dissociação da energia e do comércio entre a Rússia e a Europa e os EUA foi formada há muito tempo após as primeiras rondas de sanções”, observou Li Ziguo. A Rússia, por outro lado, está também a trabalhar em formas de compensar o impacto das sanções do Ocidente, disse Li. A economia da Rússia contraiu-se em 2,1% em 2022, disse o serviço federal de estatísticas em 20 de Fevereiro, diminuindo menos do que o previsto apesar das sanções. “Isolar ainda mais a Rússia na cena internacional e aplicar sanções só tornaram mais difíceis as perspectivas de conversações de paz ou utilizar meios políticos para resolver o conflito”, disse Zhang Hong, um investigador associado do Instituto de Estudos Russos da Academia Chinesa de Ciências Sociais. “Tais acções impulsivas podem ajudar os países ocidentais a desabafar a sua frustração e a sentir-se melhor por um minuto, mas causarão mais derramamento de sangue, mais sacrifício e maior perda de propriedade à medida que alimentam ainda mais o conflito”, disse Zhang. Paz não satisfaz Entretanto, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy disse estar aberto a considerar alguns aspectos do plano de paz chinês e o presidente francês Emmanuel Macron também aplaudiu o plano no sábado. Foi citado pela AFP como tendo dito que “o facto de a China estar empenhada em esforços de paz é uma coisa boa”. O Presidente dos EUA Joe Biden parecia ser um dos raros sabotadores do plano de paz da China. Numa entrevista à ABC na sexta-feira, o presidente dos EUA disse que “a ideia de que a China vai negociar o resultado de uma guerra que é uma guerra totalmente injusta para a Ucrânia não é racional”. “O plano chinês defende a paz, enquanto que o que os EUA pretendem é que o conflito seja arrastado, uma vez que se enquadra no interesse de Washington, pelo que, naturalmente, Biden atira lama ao plano chinês”, disse Zhang. Outra razão, de acordo com Zhang, é que “os EUA querem diminuir a influência da China na negociação de assuntos internacionais importantes”. O Pentágono anunciou na sexta-feira um novo pacote de assistência de segurança a longo prazo para a Ucrânia, marcando o primeiro aniversário do conflito com um compromisso de 2 mil milhões de dólares para enviar mais munições e uma variedade de pequenos drones de alta tecnologia para a luta, informou a Associated Press. De acordo com um relatório publicado pela CNN em Janeiro de 2023, os EUA e os seus aliados já enviaram quase 50 mil milhões de dólares em ajuda e equipamento para as forças armadas da Ucrânia durante o ano passado, e que a Ucrânia está a queimar através de munições mais rapidamente do que os EUA e a OTAN a podem produzir. “A ajuda de armamento do Ocidente provou ser inútil para alterar o status quo do conflito durante o ano passado e, pelo contrário, apenas alimentou a crise”, disse Li Haidong, professor no Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Negócios Estrangeiros da China. “O actual impasse provou que o plano da China de reunir as partes relevantes para conversações de paz é uma forma mais viável de sair do atoleiro”, disse.
Hoje Macau China / ÁsiaBancos chineses aumentam limite de idade para hipotecas Alguns bancos chineses aumentaram a idade máxima permitida para os clientes contraírem crédito à habitação, numa tentativa de reanimar o mercado imobiliário do país, afetado por uma crise de liquidez. Segundo o jornal de Hong Kong South China Morning Post, bancos nas cidades de Hangzhou, Ningbo ou Xiamen elevaram o limite de idade para contrair crédito à habitação de 65 para 70 ou 80 anos. Em Nanning, a capital da região de Guangxi, o banco estatal Citic elevou de 20 para 30 anos o período máximo de crédito à habitação que pode ser concedido a alguém na casa dos 50 anos. Até agora, apenas pessoas com menos de 40 anos eram geralmente elegíveis para hipotecas de imóvel com prazo de 30 anos na China, disse Tyran Kam, da agência de classificação de dívida Fitch. A medida causou polémica nas redes sociais do país, depois de a construtora C&D Group ter anunciado que os bancos com quem tem parcerias vão aumentar a idade máxima para “100 anos”, com a condição de que os filhos dos mutuários também assinem a hipoteca com os pais idosos. Depois de os internautas terem apontado que os idosos vão deixar hipotecas não pagas, em vez de riqueza, para a próxima geração, a empresa rapidamente apagou a mensagem. Em 2022, as vendas de imóveis novos na China caíram quase 40 por cento, no contexto da crise que afeta o setor há mais de dois anos. Pequim avançou, este ano, com várias medidas para melhorar as condições de financiamento das construtoras, visando estimular um setor chave para a recuperação da economia chinesa que foi fortemente atingido, nos últimos dois anos, por uma campanha que visou reduzir os níveis de alavancagem, resultando numa crise de liquidez, e pela política de ‘zero casos’ de covid-19, que pesou sobre a atividade económica do país. Em 2022, as construtoras chinesas falharam o pagamento de um total de 149,6 mil milhões de yuan, em títulos emitidos ‘onshore’, e de 30 mil milhões de dólares, em obrigações emitidas ‘offshore’, segundo um relatório da corretora chinesa GF Securities. Um total de 26 construtoras chinesas entraram em incumprimento no mercado de dívida chinês. Com um passivo superior a 300 mil milhões de dólares, o grupo Evergrand tornou-se emblemático da crise de liquidez que afeta o setor imobiliário da China. A crise no imobiliário tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o setor concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas — cerca de 70%, segundo diferentes estimativas.
Hoje Macau DesportoJürgen Klinsmann sucede a Paulo Bento como selecionador da Coreia do Sul O antigo futebolista alemão Jürgen Klinsmann, que foi selecionador da Alemanha e dos Estados Unidos, é o novo treinador da Coreia do Sul, cargo no qual sucede ao português Paulo Bento, informou hoje a Federação sul-coreana. Klinsmann, de 58 anos, foi contratado com vista ao Mundial2026 e deverá estar em Seul na próxima semana, assumindo já a equipa no jogo particular com a Colômbia, em 24 de março, disse também a federação. O antigo avançado, que enquanto jogador foi campeão europeu e mundial com a Alemanha (108 internacionalizações e 47 golos), foi treinador da Alemanha e dos Estados Unidos, mas também teve curtas passagens pelo Bayern Munique e Hertha Berlim. Na Coreia do Sul, Klinsmann sucede a Paulo Bento, que esteve à frente dos sul-coreanos entre 2018 e 2022, saindo após o último Mundial, realizado no Qatar, numa decisão que estava tomada desde setembro e que não se deveu à eliminação da equipa. No Qatar, a Coreia do Sul foi afastada nos oitavos de final, ao perder com o Brasil por 4-1.
Hoje Macau China / ÁsiaCinco mortos em segundo acidente em mina na China no espaço de uma semana Pelo menos cinco trabalhadores morreram na sequência do colapso do topo de uma mina no sudoeste da China, no segundo acidente do género a ocorrer no país asiático no espaço de uma semana. O colapso da mina, situada na província de Sichuan, deixou 25 mineiros soterrados, na manhã de domingo. Cinco dos mineiros morreram, três ficaram gravemente feridos e os outros escaparam ilesos, informou o Departamento de Gestão de Emergências da província. Os órgãos estatais chineses não detalharam que tipo de mina está em causa, apontando apenas que não é uma mina de carvão. O acidente sucede enquanto os esforços de resgate prosseguem na mina a céu aberto que desabou, na região da Mongólia Interior, norte da China. Seis pessoas foram encontradas mortas e outras seis foram resgatadas com vida, mas 47 mineiros continuam soterrados sob toneladas de escombros. A causa do colapso de uma parede da mina, há seis dias, está sob investigação. Um número desconhecido de pessoas foi detido. O presidente chinês, Xi Jinping, pediu um esforço “total” nos trabalhos de resgate. As autoridades locais ordenaram inspeções e melhorias nas condições de segurança das outras minas da região, que produz grande parte do carvão, metais e terras raras vitais para a economia chinesa. Mais de mil socorristas foram enviados para o local, assim como equipamento de deteção de vida e cães de resgate. Horas após o desmoronamento inicial, outro deslizamento de terra interrompeu os esforços de resgate por várias horas, durante um período crucial para resgatar os sobreviventes. A China depende predominantemente do carvão para gerar energia, mas tem-se esforçado para reduzir o número de acidentes fatais em minas, pondo maior ênfase na segurança e no encerramento de operações menores, que careciam do equipamento necessário. A maioria das mortes na mineração é atribuída a explosões causadas pela acumulação de metano e pó de carvão. A China registou uma série de acidentes industriais e de construção mortais nos últimos meses como resultado de falta de treino e regulamentos de segurança deficientes, corrupção e uma tendência de redução dos custos por empresas que buscam maximizar lucros. Em 2015, duas explosões nas instalações químicas da zona portuária da cidade de Tianjin, nordeste da China, provocaram pelo menos 165 mortos e causaram prejuízos de mais de mil milhões de dólares.
Hoje Macau China / ÁsiaCoreia do Norte faz rara reunião sobre agricultura com país à beira da fome O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, deu início a uma rara reunião política para melhorar o setor agrícola, avançou hoje a imprensa estatal, numa altura em que observadores sugerem que o país está à beira da fome. Na reunião plenária maior, que começou no domingo, o Comité Central do Partido dos Trabalhadores reviu os trabalhos do ano passado para concretizar a “revolução rural na nova era”, referiu a Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA, na sigla em inglês). A KCNA disse que a reunião do Comité Central do partido único norte-coreano irá identificar tarefas “imediatas e importantes” sobre questões agrícolas e “tarefas urgentes decorrentes do atual situação do desenvolvimento económico nacional”. Além de ser raro a Coreia do Norte convocar uma reunião plenária sobre um único tópico, esta foi a primeira reunião a dedicar-se à agricultura. Especialistas sul-coreanos estimam que a Coreia do Norte tem menos cerca de 1 milhão de toneladas de cereais do que o necessário para alimentar a população, o que representa 20% das necessidades alimentares anual. A Administração para o Desenvolvimento Rural da Coreia do Sul estimou em dezembro que no ano passado o Norte produziu 4,5 milhões de toneladas de cereais, menos 3,8% em comparação com 2021. Pyongyang precisa todos os anos de cerca de 5,5 milhões de toneladas de cereais para alimentar uma população de 25 milhões de habitantes, que sofre de desnutrição crónica. Nos últimos anos, metade da lacuna era geralmente preenchida com compras não oficiais de arroz vindo da China, de acordo com Kwon Tae-jin, economista sénior do Instituto GS&J, na Coreia do Sul. A emergência da pandemia da covid-19 forçou Pyongyang a proteger o sistema de saúde com controlos fronteiriços rigorosos que estrangularam o comércio com a China, o principal aliado económico do país. Kwon Tae-jin adiantou que as restrições prejudicaram as compras não oficiais de arroz da China e que os esforços das autoridades norte-coreanas para apertar os controlos e restringir a revenda privada de cereais também fizeram piorar a situação. A Coreia do Norte foi ainda atingida por tufões e inundações devastadoras em 2020, que dizimaram as colheitas. A invasão russa da Ucrânia terá agravado a situação ao fazer subir os preços globais dos alimentos, energia e fertilizantes, dos quais a produção agrícola da Coreia do Norte está fortemente dependente. O Ministério da Unificação sul-coreano, encarregado das relações com o Norte, alegou na semana passada, sem divulgar dados específicos, que a situação alimentar no país vizinho estava a piorar e mencionou mortes por fome em algumas regiões. “Acreditamos que a escassez de alimentos é grave”, disse o porta-voz do ministério, Koo Byoung-sam, acrescentando que Pyongyang terá pedido a ajuda do Programa Alimentar Mundial. Num estudo publicado no mês passado no ‘site’ 38 North, focado na Coreia do Norte, o analista Lucas Rengifo-Keller afirmou que a insegurança alimentar no país estava no pior ponto desde a fome que matou centenas de milhares de pessoas nos anos 90.
Hoje Macau China / ÁsiaAcusada família de ex-marido após descoberta de partes do corpo de modelo de Hong Kong A polícia de Hong Kong acusou de homicídio o antigo sogro e cunhado de Abby Choi Tin-fung, depois de encontrar partes do corpo da modelo e um crânio que se acredita ser da modelo. As autoridades detiveram ainda o ex-marido de Choi, no sábado, e acusaram-no de homicídio no domingo à noite, disse o superintendente Alan Chung. O ex-marido de Choi irá comparecer em tribunal hoje, ao lado de outros três membros da família: o pai e irmão mais velho, acusados de homicídio, e a mãe, acusada de perverter o curso da justiça, disse a polícia numa declaração. Choi teve disputas financeiras que envolviam dezenas de milhões de dólares de Hong Kong com o ex-marido e a família deste, notou Chung, acrescentando que “algumas pessoas” estavam insatisfeitas com a forma como a mulher de 28 anos geria as próprias finanças. Choi partilhava uma vida glamorosa de sessões fotográficas e desfiles de moda com mais de cem mil seguidores na rede social Instagram. De vestido de tule, a modelo assistira recentemente a um desfile da Dior na semana de moda em Paris. A última publicação tinha uma semana, com uma sessão fotográfica com a L’Officiel Monaco, uma revista de moda. Choi estava desaparecida há vários dias quando a polícia descobriu, na sexta-feira, partes do seu corpo desmembrado e também alguns documentos. Os restos mortais encontravam-se num frigorífico numa casa na aldeia de Tai Po, nos subúrbios de Hong Kong. O superintendente Alan Chung revelou no domingo que o crânio de uma jovem, que a polícia acredita ser Choi, foi encontrado numa das panelas apreendidas pelas autoridades, juntamente com costelas, cabelo e tecidos. Médicos forenses encontraram um pequeno número de ossos humanos numa segunda panela, acrescentou. “Existe um buraco do lado direito atrás no crânio, por isso o patologista acredita que esse deve ser o ataque fatal à vítima”, referiu Chung. O superintendente notou que tudo leva a crer que a mulher foi atacada dentro de uma viatura, estando inconsciente quando chegou à casa. A polícia ainda está a tentar determinar a hora exata da morte e localizar as mãos e o tronco da vítima. No domingo, a polícia deteve ainda outra mulher, que se acredita ter tido um caso com o pai do ex-marido, por alegadamente ter ajudado os suspeitos. A mulher terá arrendado a casa, juntamente com o pai, bem como outro local para esconder o ex-marido de Choi.
Hoje Macau EventosCinema | João Canijo diz que prémio de Festival de Berlim “significa uma nova vida” O realizador João Canijo disse hoje à Lusa que o prémio atribuído ao seu filme “Mal Viver” pelo Festival de Cinema de Berlim “significa uma nova vida” e “prova que o cinema português tem qualidade”. “Mal Viver” venceu no sábado o Urso de Prata para prémio do júri do 73.º Festival de Cinema de Berlim. À Lusa, o cineasta afirmou que a distinção “significa uma nova vida”. “Pelo menos tenho a certeza de que consigo fazer mais um filme”, assinalou, apontando “Mal Viver” como o seu “melhor filme”. Para João Canijo, o prémio recebido no Festival de Berlim foi a recompensa de um trabalho em equipa. “Foi uma equipa muito dedicada, deu tudo, o que tinha e não tinha, para fazer este filme, foram recompensados”, frisou, expressando que “a equipa está toda delirante” com a distinção. Depois do Urso de Prata, “mais um prémio que prova que o cinema português tem qualidade”, João Canijo admite “ter eventualmente melhores condições para fazer um próximo filme”. E o próximo, ainda em projeto, será sobre a encenação de uma peça de teatro, tendo como protagonistas mulheres, novamente. “Mal Viver” é, segundo a sinopse, “a história de uma família de várias mulheres de diferentes gerações, que arrastam uma vida dilacerada pelo ressentimento e o rancor, que a chegada inesperada de uma neta vem abalar, no tempo de um fim de semana”. O elenco conta com as atrizes Rita Blanco, Anabela Moreira, Madalena Almeida, Cleia Almeida, Vera Barreto, Filipa Areosa, Leonor Silveira, Lia Carvalho, Beatriz Batarda, Leonor Vasconcelos e Carolina Amaral, às quais se juntam os atores Nuno Lopes e Rafael Morais. O filme estreia nas salas portuguesas em 11 de maio. Com a longa-metragem “Sangue do Meu Sangue” (2011), que conta igualmente com Rita Blanco e Anabela Moreira no elenco, João Canijo ganhou diversos prémios em festivais de cinema europeus.
Hoje Macau China / ÁsiaComissário do MNE traça três linhas vermelhas para o Consulado Geral dos EUA em Hong Kong O Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros em Hong Kong encontrou-se recentemente com o Cônsul Geral dos EUA em Hong Kong, Gregory May, e fez uma representação solene sobre uma série de palavras e actos errados que interferem nos assuntos de Hong Kong, e traçou três linhas de orientação para o Consulado Geral dos EUA em Hong Kong. Liu Guangyuan, comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros, expressou uma forte insatisfação sobre uma série de palavras e actos errados que interferem nos assuntos de Hong Kong. Algumas reportagens dos media locais descreveram a reunião como sendo “rara”. O diplomata chinês também exortou May a respeitar a ética profissional como diplomata e a não seguir “caminhos errados”. Liu também elaborou três linhas de orientação para os funcionários dos EUA e o Consulado Geral dos EUA em Hong Kong, nomeadamente “não pôr em perigo a segurança nacional da China”, “não se envolver em infiltrações políticas e “não difamar e prejudicar as perspectivas de desenvolvimento da cidade”. O novo aviso foi feito depois da China ter notado alguns factos sobre as palavras e actos do funcionário norte-americano que eram prejudiciais à segurança nacional, à prosperidade e estabilidade de Hong Kong e à sua reputação internacional, revelou Lau Siu-kai, consultor da Associação Chinesa de Estudos de Hong Kong e Macau e também conselheiro político sénior. “Com os desordeiros anti-China a serem responsabilizados ao abrigo da Lei de Segurança Nacional (LSN) de Hong Kong, o governo chinês não tolerará que o Ocidente liderado pelos EUA substitua esses desordeiros para instigar os residentes locais ou dividir a sociedade de Hong Kong”, disse Lau Siu-kai. May chegou ao Consulado Geral dos EUA em Hong Kong em Setembro de 2022, tendo anteriormente servido como Cônsul Geral dos EUA em Shenyang, província de Liaoning, no Nordeste da China, de 2016 a 2019, e como chefe de missão adjunto na embaixada dos EUA em Ulaanbaatar, na Mongólia, a partir de 2019. May criticou a LSN de Hong Kong durante um evento online em Janeiro, dizendo que muitos residentes de Hong Kong não concordam com a forma como foram tratados os casos do magnata dos media Jimmy Lai Chee-ying e outros arguidos acusados ao abrigo dessa lei. May também comentou a interpretação da lei pela alta legislatura chinesa em Dezembro, dizendo que “aumentou o poder da administração sem ser devidamente controlado por um órgão judicial”, de acordo com relatórios dos meios de comunicação locais. O Gabinete do Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros rebateu essas alegações, criticando May por “ignorar as perspectivas promissoras da sociedade de Hong Kong e difamando o Estado de direito e a liberdade da cidade, bem como mostrando apoio aos desordeiros anti-China”. O antecessor de May, Hanscom Smith, é recordado por muitos residentes de Hong Kong como uma figura política que tentou interferir nos assuntos internos da China, sabotar o princípio “Um país, dois sistemas” e incitar à subversão, depois de ter assumido o seu posto de cônsul geral em Hong Kong e Macau em 2019. Alguns funcionários de Hong Kong disseram que “Smith chegou à cidade há três anos com tarefas escondidas do governo dos EUA, sendo uma delas apoiar as forças da oposição em Hong Kong para assembleias ilegais e minar a segurança nacional”.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Zelensky planeia encontro com Xi Jinping O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, revelou que planeia encontrar-se com o homólogo chinês Xi Jinping, lembrando que a China “respeita a integridade territorial” dos países e deve “fazer os possíveis para retirar a Rússia” da Ucrânia. “Antes de mais, tenho planos para me encontrar com Xi Jinping”, sublinhou Zelensky numa conferência de imprensa com jornalistas estrangeiros em Kiev, no dia em que se assinalou um ano desde o início da invasão russa da Ucrânia. O governante considerou o encontro “positivo” para os dois países e “para a segurança do mundo”, noticiou a agência Efe. Zelensky acrescentou que “a China respeita a integridade territorial” dos países e que, “por isso, deve fazer todo o possível para retirar a Rússia” do território ucraniano. O chefe de Estado ucraniano manifestou também esperança de que a China não envie armas para a Rússia, decisão que os Estados Unidos consideram que Pequim está a ponderar, garantindo que está a trabalhar para impedir essa realidade. Sem dar detalhes sobre o local ou o momento em que este encontro pode ocorrer, Zelensky sublinhou novamente a “fórmula para a paz” apresentada pela Ucrânia, que prevê uma cessação das hostilidades que passa pela retirada russa e enfatiza o cumprimento dos princípios da Carta da ONU. Macron em Pequim O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que vai visitar a China no início de Abril e apelou a Pequim para tentar convencer a Rússia a parar a guerra contra a Ucrânia. No dia seguinte à China ter divulgado uma posição sobre o conflito, Macron disse que a paz só será possível se implicar “uma paragem da agressão russa, a retirada das tropas e o respeito pela soberania territorial e pelo povo ucraniano”. “O facto de a China estar empenhada em esforços de paz é muito bom”, disse Macron durante uma visita ao Salão da Agricultura, em Paris, citado pela agência francesa AFP. Macron apelou a Pequim “para não entregar quaisquer armas à Rússia” e para ajudar a pressionar Moscovo a nunca utilizar armas químicas ou nucleares. Pediu também que a China, que tem mantido uma posição próxima de Moscovo, ajude a convencer Rússia a parar os combates como condição prévia para negociações. Lukashenko na China entre terça e quinta-feira O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, realiza uma visita oficial à China entre terça e quinta-feira, anunciou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. “A convite do Presidente chinês, Xi Jinping, o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, vai realizar uma visita de Estado à China de 28 de fevereiro a 2 de março”, disse a porta-voz do ministério Hua Chunying, citada pela agência France-Presse (AFP). O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, informou o seu homólogo bielorruso, Sergueï Aleïnik, numa conversa telefónica na sexta-feira, da vontade de Pequim de trabalhar com a Bielorrússia para aprofundar a sua confiança política mútua, lê-se num comunicado do ministério chinês. Em setembro, Xi Jinping e Lukashenko anunciaram uma parceria estratégica durante uma reunião no Uzbequistão.
Hoje Macau China / ÁsiaUcrânia | Ocidente desvaloriza plano de paz chinês e Nato afirma querer “solução militar” Pequim marcou o primeiro aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia com a apresentação de um plano de paz para a região, em doze pontos. Contudo, os EUA, a União Europeia e a NATO desvalorizaram o esforço chinês para terminar com a mortandade. A Rússia gostou do plano e Zelensky pretende encontrar-se com Xi Como era esperado, os Estados Unidos criticaram o “plano de paz” chinês e destacaram o fracasso militar da Rússia face à resistência das forças ucranianas. O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, declarou que Washington está a observar “de perto” os movimentos de Pequim e sublinhou que o gigante asiático poderia estar a preparar-se para “entregar armas letais à Rússia”, o que foi descartado pela China como sendo uma “difamação”. Sullivan afirmou, no entanto, que a ideia de que os dois países se tornem “aliados inseparáveis” não foi comprovada, dado que a China tem mantido “cautela” em relação ao conflito e absteve-se de apoiar Moscovo no âmbito da recente votação na ONU. “Tentaram mostrar que, de alguma forma, não apoiam totalmente a Rússia em relação a esta guerra”, declarou o conselheiro norte-americano. Nato só vê fim militar para o conflito Por seu lado, a presidente da Comissão Europeia e o secretário-geral da NATO desvalorizaram o plano de paz chinês para a guerra na Ucrânia, considerando que Pequim “não tem credibilidade”, pois “tomou partido” e assinou uma “parceria ilimitada” com Moscovo. Numa conferência de imprensa conjunta em Tallin, num evento para assinalar o aniversário da independência da Estónia, mas também o primeiro aniversário da guerra lançada pela Rússia na Ucrânia, Ursula von der Leyen e Jens Stoltenberg desvalorizaram assim o plano de 12 pontos de Pequim. “Não é propriamente um plano de paz, mas antes princípios que a China partilha. E eu penso que temos de ver esses princípios contra um pano de fundo específico. E esse pano de fundo é que a China tomou partido, ao assinar por exemplo uma amizade ilimitada imediatamente antes de a invasão ter começado. Portanto, olharemos para os princípios, claro, mas vamos analisá-los tendo em conta esse pano de fundo de que a China tomou partido”, declarou a presidente da Comissão, que muitos criticam na EU pela sua postura belicista. Por seu lado, o secretário-geral da Aliança Atlântica comentou que “a China não tem muita credibilidade”, porque, segundo frisou, as autoridades chinesas “não foram capazes de condenar a invasão ilegal da Ucrânia e assinaram dias antes da invasão um acordo entre o Presidente Xi [Jinping] e o Presidente [Vladimir] Putin sobre uma parceria ilimitada com a Rússia”. Quanto a um acordo de paz, Stoltenberg disse que o mesmo, actualmente, joga-se no campo de batalha, advogando que “uma solução de paz negociada” só poderá ser garantida com superioridade ucraniana no campo de batalha, razão pela qual é fundamental que seja reforçado o apoio a Kiev. “O apoio militar é a única forma de criar as condições para fazer Putin ver que não vai ganhar no campo de batalha e que precisa de se sentar à mesa da negociação. Portanto, apoio militar hoje é a forma de assegurar um acordo de paz amanhã”, defendeu. A posição russa Já a Rússia congratulou-se com o plano de paz para a Ucrânia divulgado pela China e partilha a perspectiva de Pequim, declarou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, num comunicado. “Valorizamos fortemente a sincera aspiração dos nossos amigos chineses de oferecer o seu contributo à solução do conflito na Ucrânia por meios pacíficos”, afirmou a porta-voz. Zakharova assegurou que a Rússia “mantém o seu compromisso com os princípios da Carta da ONU, das normas do Direito Internacional, incluindo o humanitário, da indivisibilidade da segurança, com base na qual não se deve fortalecer a segurança de um país em detrimento da segurança de outro”. “À semelhança dos nossos amigos chineses, consideramos ilegítima qualquer medida restritiva não aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU. São ferramentas imbuídas de competência desleal e de guerra económica”, acrescentou. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo assinalou que a Rússia “está disposta a procurar a solução dos objetivos da operação militar especial pelas vias político-diplomáticas”. “Isso implica o fim do fornecimento à Ucrânia de armamento ocidental e de mercenários, o fim de todas as acções bélicas, o regresso da Ucrânia ao estatuto de não-alinhado, o reconhecimento das novas realidades territoriais” surgidas após os referendos de anexação organizadas pela Rússia em quatro regiões ucranianas, disse a porta-voz. A responsável russa exigiu ainda “a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia, e a eliminação de todas as ameaças que partem” do território ucraniano. A representante da diplomacia russa frisou que os direitos das populações russófonas da Ucrânia devem ser respeitados, incluindo o direito de falar a sua língua, e pediu que sejam eliminadas todas as sanções contra a Rússia e todas as iniciativas judiciais internacionais. “Estamos convencidos que o avanço por este caminho conduzirá a uma paz total, justa e estável”, concluiu. Em paralelo, e durante uma conversa telefónica, os chefes da diplomacia da Bielorrússia e da China, Serguei Aleynik e Qin Gang, respetivamente, sublinharam o seu apoio à realização de negociações de paz na Ucrânia, defendendo este caminho como a única forma para solucionar o conflito entre Moscovo e Kiev. Os dois responsáveis “verificaram a coincidência das suas posições de que não existem outras alternativas para a solução do conflito na Ucrânia para além da via pacífica”, informou a diplomacia bielorrussa citada pela agência noticiosa oficial BELTA.