Hoje Macau Manchete PolíticaPonte Macau | Inauguração da quarta ligação acontece amanhã A obra arrancou com um orçamento de 5,2 mil milhões de patacas, mas as contas não estão ainda fechadas. A DSAT espera que a nova ponte possa desviar cerca de 30 por cento do trânsito da Ponte da Amizade A quarta ponte marítima a ligar a península de Macau à ilha da Taipa vai ser inaugurada amanhã, dia da Implementação da República Popular da China, às 14h. O anúncio foi feito numa conferência de imprensa, na sexta-feira, entre a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) e a Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOPT). Localizada no leste da península de Macau, a nova ponte parte da zona A dos novos aterros, junto ao posto fronteiriço da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, e faz a ligação com a Taipa, junto ao terminal marítimo da Taipa e do aeroporto internacional de Macau. O chefe da divisão de Planeamento de Tráfego da DSAT previu que a ponte irá permitir aliviar cerca de 30 por cento do tráfego durante as horas de pico na vizinha ponte da Amizade e reduzir em cerca de três quilómetros o percurso entre a zona A e o Cotai, onde se localizam os maiores casinos. Un Chao Wa sublinhou que a nova ponte vai ter faixas exclusivas para motocicletas. A infra-estrutura tem cerca 3,1 quilómetros de comprimento e oito faixas de rodagem, incluindo duas faixas no meio para motocicletas. A DSAT disse que irá ser lançada uma nova carreira de autocarros, entre o posto fronteiriço da Ponte Hong Kong–Zhuhai–Macau e o terminal marítimo da Taipa, “facilitando a transferência” para o metro ligeiro. Dúvidas sobre tufão O chefe da divisão de Construção de Infra-estruturas da DSOPT recordou que foram instaladas barreiras de protecção que permitem “reduzir a velocidade do vento”. Mas, Wong Kuok Heng reiterou que é necessário “recolher mais alguns dados” no terreno, em época de tufão, para decidir se a ponte poderá permanecer aberta em caso de nível de alerta 8, o terceiro mais elevado. Quando isso acontece, as três pontes que actualmente ligam Macau à Taipa são encerradas ao trânsito. Wong acrescentou que a DSOPT ainda está “a fazer a liquidação em concreto” das obras, para fixar o custo definitivo, sendo que o orçamento era de 5,2 mil milhões de patacas. Macau possui três pontes que ligam a península à ilha da Taipa, a primeira das quais, a Nobre de Carvalho, foi inaugurada há quase 50 anos, a 5 de Outubro de 1974. Considerada na altura a ponte contínua de betão armado pré-esforçado mais longa do mundo, foi um dos últimos empreendimentos do Estado Novo no território, projectada pelo engenheiro português Edgar Cardoso (1913-2000). Hoje, a Nobre de Carvalho, conhecida também por ponte velha, permite apenas a circulação de transportes públicos ou veículos autorizados e é a única que se pode atravessar a pé. Vinte anos depois, as autoridades portuguesas de Macau inauguraram a ponte da Amizade, e em Dezembro de 2004 foi inaugurada a ponte Sai Van.
Hoje Macau PolíticaExportações para a China com novo recorde até Julho As exportações dos países lusófonos para a China registaram o melhor arranque de ano de sempre, ao atingir 82,9 mil milhões de dólares nos primeiros sete meses de 2024. Este é o valor mais elevado para o período entre Janeiro e Julho desde que o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) começou a apresentar este tipo de dados dos Serviços de Alfândega da China, em 2013. As exportações aumentaram 6,5 por cento em termos anuais sobretudo devido ao maior fornecedor lusófono do mercado chinês, o Brasil, cujas vendas cresceram 6,1 por cento, para 69,2 mil milhões de dólares, um novo máximo para os primeiros sete meses do ano. As vendas de mercadorias de Angola para a China aumentaram 11,8 por cento para 10,4 mil milhões de dólares, enquanto as exportações de Portugal subiram 9,2 por cento para 1,75 mil milhões de dólares. Pelo contrário, as exportações da Guiné Equatorial para o mercado chinês desceram 7,4 por cento, para 673,5 milhões de dólares, enquanto as vendas de Timor-Leste (menos 99,3 por cento), Cabo Verde e São Tomé e Príncipe (ambos menos 86 por cento) também caíram em comparação com o período entre Janeiro e Julho de 2023. Outras trocas Na direcção oposta, os países lusófonos importaram mercadorias no valor de 49,3 mil milhões de dólares da China, um aumento anual de 17,1 por cento e um novo recorde para os primeiros sete meses do ano. O Brasil foi o maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, com importações a atingirem 41,6 mil milhões de dólares, seguido de Portugal, que comprou à China mercadorias no valor de 3,6 mil milhões de dólares. Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 132,2 mil milhões de dólares entre Janeiro e Julho, mais 10,2 por cento do que em igual período de 2023 e um novo máximo para os primeiros sete meses do ano. A China registou um défice comercial de 33,5 mil milhões de dólares com o bloco lusófono no período entre Janeiro e Julho deste ano.
Hoje Macau SociedadeMercadorias | Aumento de exportações em 17,2% Dados da Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC) revelam que as exportações de mercadorias, só no mês de Agosto aumentaram 17,2 por cento em termos anuais, tendo alcançado um valor de 1,16 mil milhões de patacas. Já o valor da reexportação foi de 1,03 mil milhões de patacas, crescendo 22,1 por cento também em termos anuais. O destaque vai para a reexportação de joias que subiu 178,6 por cento. A DSEC revela também que o valor da reexportação de bebidas alcoólicas e de produtos associados a casinos desceram 68,3 e 50,6 por cento, respectivamente. No que diz respeito às importações realizadas em Agosto, o valor total de mercadorias adquiridas ao exterior foi de 10,41 mil milhões de patacas, uma quebra de 7,4 por cento em termos anuais, com destaque para a queda de 49,5 por cento das importações em joalharia em ouro. Contudo, o valor importado de artigos para casinos e automóveis de passageiros aumentou 91,3 e 12,9 por cento, respectivamente. Desta forma, registou-se um défice da balança comercial, em Agosto, de 9,26 mil milhões de patacas.
Hoje Macau EventosUng Choi Kun expõe obras inspiradas nos atletas olímpicos chineses na FRC Pode ser vista até ao dia 12 de Outubro, a exposição de caligrafia de Ung Choi Kun, intitulada “Contando a História da China”. Trata-se de uma mostra baseada nas frases inspiradoras dos atletas olímpicos chineses da autoria do presidente da associação Incentivar Políticas das Humanidades e Sabedorias de Macau, e antigo deputado. Reúnem-se nesta mostra mais de 30 peças de caligrafia alusivas ao tema da participação vitoriosa da China nos Jogos Olímpicos de Paris deste ano, com um total de 91 medalhas conquistadas. O sentimento de orgulho pelo sucesso dos atletas chineses enquadra-se igualmente no espírito das celebrações do 75.º aniversário da República Popular da China, a ter lugar já no próximo dia 1 de Outubro. Citado por um comunicado, Ung Choi Kun referiu que “ao longo dos últimos 75 anos, através de provações e tribulações, a China ascendeu no Oriente a uma velocidade surpreendente, fazendo uma trajectória épica”. Assim, foi planeada esta exposição “com as palavras motivadoras dos nossos orgulhosos atletas olímpicos, com o objectivo de mostrar o comportamento excepcional dos heróis desportivos chineses, através da união perfeita da arte e do desporto, promovendo o patriotismo e inspirando todo o povo a lutar pelo grande rejuvenescimento da Nação Chinesa”. Tocha presente Para Ung Choi Kun, “o desporto é uma linguagem universal que transcende fronteiras, raças e culturas”. “Os Jogos Olímpicos de Paris foram mais uma vez palco onde os atletas chineses mostraram ao mundo a capacidade, a presteza e o espírito da China. Nesta exposição de caligrafia seleccionámos cuidadosamente citações inspiradoras de atletas que alcançaram resultados notáveis nas Olimpíadas de Paris, gravámo-las em papel através da arte tradicional da caligrafia, permitindo a cada espectador sentir a força interior e a persistência do seu exemplo”, é referido. Igualmente exposta na Galeria da FRC irá estar a tocha olímpica original dos Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim, que Ung Choi Kun carregou no percurso da chama pelas ruas de Macau, uma das muitas cidades eleitas a caminho da capital chinesa.
Hoje Macau China / ÁsiaChina / Defesa | Lei revista para “reforçar a formação dos estudantes” A China reviu a Lei da Educação para a Defesa Nacional que passa a incluir a partir de agora “formação militar dos estudantes” e a promoção de eventos militares “unificados”, divulgou ontem o Ministério da Defesa. O porta-voz do ministério, Zhang Xiaogang, disse ontem que a lei alterada, que entrou em vigor na semana passada após ter sido ratificada numa sessão legislativa, procura “reforçar a educação para a defesa nacional nos ‘campus’ universitários” e “alargar o seu âmbito e divulgação na sociedade”. A Lei do Ensino da Defesa Nacional foi aprovada em 2001 e alterada anteriormente em 2018, recordou o porta-voz. “Um país não pode subsistir sem Defesa, e um povo não pode viver em paz sem Defesa. A lei foi revista para manter a liderança do Partido Comunista da China (PCC) no trabalho de educação para a defesa nacional e para unificar as actividades relacionadas, coordenando o exército e os governos locais”, disse Zhang, em conferência de imprensa. O porta-voz acrescentou que o objectivo é “melhorar ainda mais o sistema escolar de educação para a defesa nacional” e “sensibilizar os estudantes para o serviço militar, em conformidade com a lei”. “Os departamentos competentes irão conceber a formação militar dos estudantes e as universidades e escolas secundárias irão implementar a formação em conformidade. Reforçarão a formação em matéria de competências militares e melhorarão a disciplina organizacional”, especificou. O porta-voz afirmou ainda que a lei alterada procura “alargar o âmbito e os canais educativos para a defesa nacional”, de modo a que “todas as regiões e departamentos aproveitem os festivais, aniversários e actividades temáticas relacionadas para acolher actividades que incutam o amor pela defesa nacional”. Apelou também aos intelectuais para que deixassem de “expressar uma insatisfação irrealista com o país” e reforçassem a sua “consciência política”, melhorando o seu sentido de identidade com o Partido Comunista e a nação.
Hoje Macau EventosIIM | Historiadores distinguidos com Prémio Identidade O Instituto Internacional de Macau (IIM) acaba de atribuir o Prémio Identidade 2023 a dois historiadores e autores que se têm debruçado sobre o estudo de Macau, nomeadamente a professora e investigadora Celina Veiga de Oliveira e o jornalista e escritor João Guedes. Segundo um comunicado, são vencedores “ex-aequo”, devendo agora receber o prémio numa sessão pública. A escolha dos vencedores foi decidida em assembleia-geral do IIM em Maio, sendo que o principal objectivo desta iniciativa reside na “preservação e valorização da memória e da identidade macaense”. O prémio foi criado “com o propósito de distinguir entidades que, pela sua acção, obra e exemplo, tenham contribuído para o reforço, preservação e valorização da Identidade de Macau”. Assim, o prémio “corporiza o mais nuclear espírito do IIM, consagrado nas suas vocação e finalidades estatutárias, e contempla aquelas personalidades, individuais e colectivas, que, nos campos da Cultura em geral, nas Artes, no Pensamento, na Antropologia, nas Ciências Jurídicas e na Educação e Ensino tenham contribuído relevantemente para a substanciação dos factores de identidade de Macau”, lê-se numa nota. Múltiplos contributos No caso de Celina Veiga de Oliveira, foi docente em Macau entre 1980 e 1999, tendo leccionado no Liceu Nacional Infante D. Henrique, Escola do Magistério Primário e antigo Instituto Politécnico de Macau. Além disso, foi coordenadora do Gabinete do Ambiente e assessora para a Cultura do Gabinete do Governador de Macau. Foi ainda co-autora e apresentadora dos “Arquivos do Entendimento”, série de episódios televisivos sobre a História de Macau, e autora de obras sobre temas de Macau e da presença portuguesa no Oriente, matéria que continua a ser objecto da sua atenção. Actualmente é vice-presidente da Comissão Asiática da Sociedade de Geografia de Lisboa. Já João Guedes, ex-jornalista da TDM, reside em Macau desde 1980 e foi protagonista de muitos documentários sobre a história de Macau e a presença de Portugal no Oriente. O IIM considera que “constituem um acervo incontornável para investigadores e outros interessados”, sendo “também notável a sua produção literária sobre temas de Macau, que foi estudando e divulgando nas últimas décadas”. Criado em 2003, o Prémio Identidade já contemplou figuras como o monsenhor Manuel Teixeira, o escritor e advogado Henrique de Senna Fernandes, o comendador Arnaldo de Oliveira Sales, o arquitecto e investigador António Manuel Pacheco Jorge da Silva, o arquitecto, artista, gestor e produtor cultural Carlos Marreiros, e ainda o designer Victor Hugo Marreiros, entre outros. Foram também reconhecidas instituições como a Diocese de Macau, a Santa Casa da Misericórdia de Macau ou a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses.
Hoje Macau China / ÁsiaJapão | Absolvição de Iwao Hakamada, o preso mais antigo no corredor da morte Um tribunal japonês absolveu ontem Iwao Hakamada, que passou 47 anos no corredor da morte, de acordo com o veredicto do novo julgamento por homicídio a que foi submetido, depois de o primeiro ter sido anulado. Hakamada, de 88 anos, foi condenado à morte em 1968 pelo assassínio de uma família e permaneceu na prisão até 2014, altura em que o tribunal anulou a sentença devido a dúvidas sobre a veracidade das provas e ordenou um novo julgamento, algo muito pouco habitual no país asiático. A nova sentença, anunciada pelo juiz Koshi Kunii, do Tribunal de Shizuoka, reconhece que houve “falsificação de provas”, pelas quais Hakamada foi incriminado pela acusação e pelas autoridades encarregadas da investigação do caso. Considerado o réu que mais tempo passou no corredor da morte em todo o mundo, o antigo pugilista profissional nascido em Shizuoka em 1936, foi condenado pelo homicídio, em 1966, do proprietário da fábrica onde trabalhava, a mulher e os dois filhos do casal, incendiando depois a casa. O tribunal de Shizuoka concordou em voltar a julgar Hakamada depois de este ter insistido que as provas que o incriminavam tinham sido fabricadas contra ele. Este veredicto marca a quinta vez no Japão do pós-guerra que um condenado à morte é absolvido após um novo julgamento. A última decisão judicial do mesmo género tinha sido tomada há 35 anos. Com um estado mental debilitado após quase meio século atrás das grades, o antigo pugilista vai receber uma indemnização a determinar com base nos anos de prisão, desde que não haja recurso por parte da acusação. O novo veredicto pode ser objecto de recurso no prazo de duas semanas a contar do anúncio.
Hoje Macau China / ÁsiaBRICS | Putin quer ver Erdogan na Rússia em Outubro O Presidente russo, Vladimir Putin, declarou na quarta-feira esperar o homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, em Kazan, na Rússia, em Outubro, para a cimeira dos BRICS, um bloco económico a que a Turquia, Estado-membro da NATO, quer aderir. “Envio os melhores votos ao Presidente da República da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Aguardo-o na Rússia, em Kazan. Penso que marcámos uma reunião bilateral para 23 de Outubro”, disse Putin ao Presidente do parlamento turco, Numan Kurtulmus, de visita a Moscovo. “Estamos muito satisfeitos por desenvolver as nossas relações com a República da Turquia em todas as áreas”, acrescentou o chefe de Estado russo, classificando Rússia e Turquia como “bons vizinhos”. A última visita de Erdogan à Rússia foi em Setembro de 2023, quando esteve em Sochi, nas margens do mar Negro. Porta aberta A Turquia, cujas relações com os aliados ocidentais são por vezes tensas, anunciou no início de Setembro que tinha apresentado oficialmente o seu pedido de adesão aos BRICS. Com quatro membros (Brasil, Rússia, Índia e China) quando foi fundado em 2009, este grupo de economias emergentes acolheu a África do Sul em 2010 e foi este ano alargado a vários outros Estados: Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Egipto e Irão, parceiro económico e diplomático da Rússia. Ancara, que manteve relações estreitas com Moscovo apesar da invasão russa da Ucrânia e da guerra ali travada desde Fevereiro de 2022, é o único membro da NATO que bateu à porta deste bloco económico. Uma cimeira dos BRICS está agendada para entre 22 e 24 de Outubro, na cidade russa de Kazan. Além de Erdogan, é esperada a participação do Presidente chinês, Xi Jinping, do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e do Presidente iraniano, Massud Pezeshkian. Juntamente com a ONU, a Turquia ajudou a estabelecer um acordo sobre cereais no Verão de 2022, que visava permitir as exportações dos cereais ucranianos através do mar Negro, apesar da guerra com a Rússia, que denunciou o acordo um ano depois.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim “vai enriquecer” a sua parceria com Moscovo, defende MNE O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, disse ontem ao homólogo russo, Serguei Lavrov, que Pequim vai “enriquecer” a sua parceria com Moscovo, durante uma reunião à margem da Assembleia Geral da ONU. No mesmo dia, num encontro com o homólogo ucraniano, Andrii Sybiha, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês assegurou que Pequim vai continuar a “envidar esforços para alcançar a paz o mais brevemente possível”, segundo um comunicado da diplomacia chinesa. Durante a reunião com Lavrov, Wang disse que a China e a Rússia devem “continuar a erguer bem alto a bandeira do multilateralismo” e promover “um sistema mais justo e racional de governação global”. O ministro chinês afirmou ainda que a China “apoiará plenamente” a Rússia para garantir o êxito da cimeira dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Kazan, a fim de “abrir um novo capítulo de cooperação” no âmbito deste grupo de países emergentes. Lavrov afirmou que a Rússia está “pronta a trabalhar com a China para promover um maior desenvolvimento das relações bilaterais”. Por outro lado Wang encontrou-se também com o seu homólogo ucraniano, Andrii Sybiha, a quem transmitiu que Pequim procura “manter o desenvolvimento estável das relações bilaterais”. O diplomata chinês sublinhou que Pequim sempre defendeu “a resolução pacífica dos conflitos”, algo que “continua a ser verdade para a questão ucraniana”. “Também continuamos a acompanhar de perto a situação humanitária na Ucrânia. A China forneceu quatro lotes de ajuda até à data e está pronta a oferecer assistência adicional, dependendo das necessidades dos ucranianos”, disse. Wang referiu ainda que a China “está pronta a manter a comunicação com todas as partes, incluindo a Ucrânia, num esforço para alcançar a paz numa data próxima”. Sybiha, de acordo com a declaração chinesa, manifestou a vontade de construir uma parceria forte com a China, acrescentando que “a Ucrânia valoriza muito a posição da China relativamente à crise e os seus esforços de paz”. Desde o início do conflito, a China tem mantido uma posição ambígua, durante a qual tem apelado ao respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e à atenção às “preocupações legítimas de todos os países”, referindo-se à Rússia. Pequim também procurou contrariar as críticas de que apoia a Rússia na sua campanha na Ucrânia e apresentou um documento de posição de 12 pontos sobre o conflito em 2023 que foi recebido com ceticismo pelo Ocidente e por Kiev.
Hoje Macau China / ÁsiaFinanças | China anuncia pacote de ajuda monetária para os mais pobres A China anunciou ontem um “pacote de assistência em dinheiro” para pessoas em situação de pobreza extrema, órfãos e outros cidadãos necessitados, por ocasião do 75.º aniversário da fundação da República Popular, a 1 de Outubro. Uma declaração emitida pelos Ministérios dos Assuntos Civis e das Finanças indica que o subsídio só pode ser utilizado uma vez, mas não especifica o montante nem a forma de o obter. “Pedimos aos departamentos locais dos assuntos civis e das finanças que atribuam grande importância à emissão deste subsídio de subsistência único. Devem reforçar a coordenação para uma implementação conscienciosa”, de acordo com a nota. De acordo com o Ministério dos Assuntos Civis, o “subsídio de subsistência único” deve ser atribuído antes de 1 de Outubro, para “transmitir prontamente o amor e a preocupação do Partido Comunista (PCC) para com os necessitados”. As autoridades chinesas anunciaram na terça-feira um pacote de estímulos com medidas de apoio aos sectores financeiro e imobiliário e ao mercado bolsista, para relançar a recuperação da segunda maior economia do mundo, num contexto de receios quanto à capacidade de cumprir o objectivo de crescimento para este ano. De acordo com os especialistas, o pacote de medidas anunciado é “um passo na direcção certa”, embora “seja insuficiente” para relançar a recuperação económica da China, a menos que acompanhado por um aumento da despesa pública, uma questão que poderá colidir com as preocupações sobre a sustentabilidade da dívida. Um dos principais problemas da economia chinesa é o fraco consumo. Este pacote foi anunciado poucos dias antes do Dia Nacional, um período de férias de uma semana que permite a centenas de milhões de chineses viajar.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim diz que relações militares com EUA estão a estabilizar-se pelo diálogo A China afirmou ontem que as suas relações militares com os Estados Unidos estão a estabilizar, uma vez que as duas forças armadas estão novamente a manter diálogos estratégicos de alto nível para evitar erros de cálculo. “As duas forças armadas mantêm uma comunicação de alto nível, mas também a nível político, e diálogos e intercâmbios institucionalizados em domínios especializados. Estes contactos têm como objectivo melhorar a compreensão mútua, evitar erros de cálculo e gerir e controlar os riscos”, disse o porta-voz do ministério da Defesa chinês, Zhang Xiaogang, em conferência de imprensa. O governo dos Estados Unidos disse na quarta-feira que a China informou com antecedência sobre o primeiro lançamento público de um míssil balístico de longo alcance em décadas e agradeceu o aviso, dizendo que foi um passo na direcção certa. O porta-voz Zhang afirmou que a política nuclear da China é “estável, consistente e previsível” e reiterou que o país sempre seguiu uma política de “não utilização prévia de armas nucleares e uma estratégia nuclear centrada na auto-defesa”. “A China não se envolve em corridas ao armamento e compromete-se a não utilizar ou ameaçar utilizar armas nucleares contra Estados sem armas nucleares ou em regiões sem armas nucleares e mantém as suas capacidades nucleares ao nível mínimo necessário para a segurança nacional”, afirmou. Rumo certo A extrema opacidade do programa nuclear chinês suscitou críticas de países como os Estados Unidos, que estimam que o país asiático possui mais de 500 ogivas nucleares operacionais e poderá duplicar este número até 2030. A porta-voz do Pentágono considerou positivo o facto de Pequim os ter informado: “É positivo e vai na direcção certa. Reduz o risco de quaisquer equívocos e erros de cálculo”, afirmou. No final de Setembro, os altos responsáveis militares chineses e norte-americanos realizaram uma ronda de conversações em Pequim, depois de terem retomado as reuniões em Janeiro, que tinham sido suspensas durante dois anos devido à deterioração das relações.
Hoje Macau China / ÁsiaChina | PCC compromete-se a apoiar privados e sector imobiliário O Partido Comunista Chinês comprometeu-se ontem a apoiar a economia privada, estabilizar o sector imobiliário e assegurar as despesas fiscais necessárias, durante um encontro entre os membros do Politburo. “É necessário ajudar as empresas a ultrapassarem dificuldades”, afirmou-se no comunicado, divulgado pela imprensa estatal, após o encontro entre a cúpula do poder na China. A reunião de alto nível, presidida pelo Presidente chinês, Xi Jinping, realizou-se depois de o banco central da China ter adoptado uma série de medidas de estímulo na terça-feira. “É necessário olhar para a actual situação económica de forma abrangente, objectiva e calma”, afirmou o comunicado. “Temos que enfrentar as dificuldades, reforçar a confiança e aumentar efectivamente o sentido de responsabilidade e a urgência de fazer um bom trabalho económico”, acrescentou. Durante a reunião, Xi advertiu também contra a inércia dos quadros na luta pelo crescimento económico. “O grande número de membros do Partido e de quadros deve ter a coragem de assumir a responsabilidade e ousar inovar”, afirmou. Os dirigentes chineses reconheceram novos “obstáculos” para o crescimento da segunda maior economia mundial, mas destacaram que os “fundamentos da economia não mudaram”, nomeadamente “um vasto mercado e um grande potencial”. “Ao mesmo tempo, surgiram novas situações e novos problemas” para a economia chinesa, lê-se no relatório sobre a reunião publicado pela agência noticiosa oficial Xinhua. As autoridades chinesas comprometeram-se a reanimar o sector imobiliário do país, em resposta às “preocupações” expressas pelo público. “Temos de dar resposta às preocupações das pessoas, ajustar as restrições à compra de casa, baixar as taxas de juro das hipotecas existentes (…) e promover a construção de um novo modelo de desenvolvimento imobiliário”, lê-se no documento oficial. Cortes e medidas O sector da habitação e da construção representa há muito mais de um quarto do PIB da segunda maior economia do mundo, mas desde 2020 que tem vindo a sofrer com o endurecimento das condições de acesso ao crédito por parte de Pequim para os promotores imobiliários, a fim de reduzir o endividamento. Esta situação levou alguns promotores à falência, enquanto a queda dos preços está a desencorajar os chineses de investir em imóveis. A realização de uma reunião do Politburo para discutir assuntos económicos em Setembro é uma medida rara. “A mensagem é forte e pretende reavivar a confiança e reforçar as expectativas”, afirmou Li Xuenan, professor de finanças na Cheung Kong Graduate Business School, em Pequim, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post. “Pequim está ansioso para evitar que os riscos de queda se tornem auto-realizáveis”, observou. No âmbito das medidas divulgadas na terça-feira, o banco central da China anunciou cortes de meio ponto percentual na taxa de juro das hipotecas e no rácio de reservas obrigatórias – o montante de dinheiro que os bancos comerciais devem manter como reservas. Também reduziu a taxa directora de referência em 0,2 por cento e revelou novos instrumentos para impulsionar os mercados de capitais. Após o comunicado do Politburo, o índice Hang Seng de Hong Kong alargou os seus ganhos para 3,6 por cento na tarde de ontem, e o índice Hang Seng Tech subiu até 6,7 por cento. O Índice Composto de Xangai também subiu 2,9 por cento.
Hoje Macau China / ÁsiaDiplomacia | Índia admite deterioração das relações com a China A Índia admitiu ontem que as relações diplomáticas com a República Popular da China estão gravemente afectadas pelo avanço militar de Pequim, há quatro anos, no território reclamado entre as duas potências vizinhas. Com vários pontos de fricção e uma grande presença de tropas dos dois países na linha de fronteira, “o desafio é ver como resolvemos as nossas diferenças porque, neste momento, as relações (entre a Índia e a China) estão significativamente muito perturbadas”, reconheceu o Ministro dos Negócios Estrangeiros indiano, Subrahmanyam Jaishankar. A posição do ministro dos Negócios Estrangeiros indiano foi manifestada durante um debate que decorreu na terça-feira à noite no Asia Society Policy Institute, em Nova Iorque, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas. As declarações do membro do Governo de Nova Deli surgem numa altura em que decorrem negociações entre os dois países, na sequência de um violento impasse fronteiriço, em 2020, que a Índia diz ter sido desencadeado pelo avanço ilegal de Pequim em território disputado. O avanço da República Popular da China provocou a reacção da Índia levando a um confronto fronteiriço nos Himalaias ocidentais: tratou-se do pior conflito entre os dois países vizinhos em 45 anos e que causou a morte de pelo menos 20 soldados indianos e 76 feridos. Desde essa altura, e na presença de um grande destacamento de tropas, a situação tem-se mantido tensa, apesar das numerosas rondas de negociações no sentido de fazer diminuir as tensões e reduzir o número de militares na região. A Índia e a República Popular da China mantêm um confronto histórico em relação a algumas regiões dos Himalaias, como Aksai Chin, zona administrada por Pequim e que é reclamada pela Índia. O último confronto ocorreu no início de Abril, quando Pequim alterou unilateralmente o nome de 11 locais na região de Arunachal Pradesh, controlada por Nova Deli e reivindicada pela República Popular da China.
Hoje Macau China / ÁsiaTailândia / Cheias | Criador abate 125 crocodilos para evitar fuga Uma quinta de crocodilos na Tailândia abateu 125 répteis por recear que estes fugissem durante as actuais inundações no país e pusessem em perigo a população, disse ontem o proprietário. “A chuva provocou a erosão das paredes da quinta e, infelizmente, tivemos de matar os 125 crocodilos”, disse Natthapak Khumkad, um criador da província de Lamphun, no noroeste do país. O proprietário disse ter, juntamente com os funcionários, electrocutado os crocodilos, que criavam “há 17 anos”, para evitar que escapassem e vagueassem pelo campo, livres para atacar pessoas e gado. Fotos publicadas na conta da rede social Facebook mostram uma escavadora a retirar os restos dos répteis do recinto. O crocodilo siamês, que pode atingir os três metros de comprimento, é uma espécie endémica do Sudeste Asiático e está criticamente ameaçada na região. No entanto, continua a ser criado na Tailândia pela pele. O criador acrescentou ter contactado as autoridades para colocar aqueles répteis num abrigo temporário até que as cheias abrandassem, mas o pedido foi rejeitado por os animais serem demasiado grandes.
Hoje Macau Perspectivas VozesO futuro da memória (II) “A people without the knowledge of their past history, origin and culture is like a tree without roots. Our greatest glory is not in never falling, but in rising every time we fall.” Marcus Garvey A Europa tem, portanto, um grave problema de memória, mas nunca deve esquecer o quanto os seus problemas estão enraizados na história, o quanto sempre teve de enfrentar tanto inimigos internos (Ugo Foscolo, na sua “Lettera apologética”, via no conluio interessado dos intelectuais com o estrangeiro o perigo supremo) como inimigos externos (nunca ninguém quis que uma península colocada no centro do Mediterrâneo tivesse demasiada autonomia geopolítica, por exemplo). O paradoxo é que a Europa, que é tida em consideração no estrangeiro precisamente devido à profundidade do seu património histórico, tem enormes dificuldades em se reconciliar com o seu próprio passado. A nossa atitude é esquizofrénica. Instituímos um grande número de dias comemorativos, o que, em abstracto, é muito bonito, mas, na prática, coloca o problema de que cada um desses dias recorda alguma coisa, mas desvia a memória de outra e escusado será dizer que nenhuma escolha comemorativa é politicamente inocente e corre o risco de dar origem a divisões e controvérsias. A questão é que na Europa se faz pouco esforço para compreender o passado. O problema insistimos, é a enorme dificuldade de contextualizar o passado, a mesma dificuldade que está também subjacente à chamada “cultura woke”, cujo objectivo é tentar promover formas de igualdade, mas sem perceber a dimensão progressista e histórica da igualdade. O que a “cultura woke” e a “cultura cancell” promovem é, de facto, uma espécie de igualização neutralizadora, que elimina o contexto histórico e apela a práticas consideradas francamente absurdas, como (entre muitas outras) a demolição, por racismo (não importa se real ou imaginário), das estátuas erguidas em honra de Abraham Lincoln. A consequência é a criação de um sentimento de culpa no coração do Ocidente, a ser alimentado não só em regimes ou Estados, mas até em indivíduos. Um verdadeiro suicídio do Ocidente, que convida à pergunta se é realmente razoável odiarmo-nos tanto uns aos outros? O discurso sobre o tema das culturas de anulação, que também está a emergir na Europa como uma tendência que não é passageira, é objecto de diferentes leituras. Poder-se-á definir a primeira visão como “catastrofista” e autores como Stefan Rebenich ou Edith Hall defendem que ela conduzirá a uma destruição sem remédio da história, com o objectivo de elidir uma certa visão do nosso passado, suprimindo-a ou reescrevendo-a. A segunda, por outro lado, com Giusto Traina entre outros, tende a redimensionar o fenómeno, contextualizando-o, o que seria uma moda (o woke) puramente americana, com influência limitada na Europa. Além disso, acredita-se que dado o classicismo próprio da nossa história e memória nunca poderia afirmar-se na Europa. Há ainda uma terceira via, uma opinião que defendemos que segundo a qual é preciso manter um elevado limiar de atenção. O fenómeno está a estabelecer-se na Europa mais lentamente por várias razões, mas a nossa sensibilidade às tendências do exterior coloca-nos certamente em risco. A nossa sociedade, embora marcada por tensões de vária ordem, não é caracterizada por um passado recente e um presente de conflitos à excepção das duas guerras mundiais, discriminações e marginalizações. Se, os nossos antepassados tivessem escravos negros a trabalhar nas suas plantações e os seus descendentes vivessem nos países europeus, as suas estátuas também estariam em risco. Como afirmaram estudiosos do departamento de Estudos Clássicos em Princeton, uma universidade muito atenta às minorias, nos Estados Unidos, um primeiro problema diz respeito ao papel da cultura clássica na justificação do domínio da “cultura ocidental” (europeia e americana) no resto do mundo (basta pensar na utilização de Aristóteles ou Cícero para justificar o fenómeno da escravatura). Outra ordem de problemas é a necessidade do estudo das línguas antigas para quem se quer inscrever nos cursos clássicos e como nem o latim nem o grego são ensinados nas escolas secundárias, se quer atrair estudantes, é preciso apresentar os textos em tradução e ter em conta as sensibilidades daqueles que, enquanto minoria (não brancos, mulheres), se sentem discriminados na possibilidade de aceder ao conhecimento das matérias clássicas, dado que os requisitos de entrada nos cursos foram decididos, regra geral, por homens brancos. Normalmente, aqueles que entram na universidade sem terem frequentado escolas de elite talvez com uma bolsa de estudo têm de ser de alguma forma aproximados dos clássicos. Apresentar esta disciplina de uma forma próxima da sensibilidade destes estudantes e de uma forma simplificada (por exemplo, com traduções dos textos em inglês), poderia induzir um maior número de estudantes a inscreverem-se nos cursos de Estudos Clássicos. Esta tendência não é nova e regra geral, os americanos traduzem as fontes e raramente citam directamente o original grego ou latino. Deste ponto de vista, portanto, os professores americanos do ensino superior tendem a redimensionar as tendências extremistas do politicamente correcto ou, pelo menos, o papel e as responsabilidades da universidade a este respeito. Na verdade, a situação é bastante preocupante, porque desencadeia um círculo vicioso, pois para aceder ao estudo da Antiguidade, ou mais genericamente ao estudo da História, é preciso simplificações (textos antigos traduzidos, resumos cada vez mais sucintos das matérias em exame). Mas a simplificação reduz a possibilidade de contextualização e de compreensão, o que implica que os futuros professores estarão cada vez mais distantes do seu objecto de estudo e progressivamente incapazes de transmitir aos seus alunos a complexidade e o fascínio dos temas históricos e da antiguidade. Daí a progressiva despreocupação em os pôr de lado. Se, pelo menos na Europa, estivermos mais atentos às nossas raízes, o risco de simplificação (considerando também a complexidade da aprendizagem do latim, do grego e da aquisição de um sentido da história) está longe de ser remoto. (continua)
Hoje Macau EventosFIMM | Mais bilhetes à venda para concerto de Mariza O Instituto Cultural (IC) decidiu colocar à venda, a partir de hoje, mais bilhetes para o concerto da fadista Mariza na edição XXXVI Festival Internacional de Música de Macau, que decorre entre os dias 4 de Outubro e 4 de Novembro. Segundo um comunicado, “dada a resposta entusiástica ao programa ‘Mariza e a Orquestra Chinesa de Macau desde a abertura de bilheteiras e a rapidez com que esgotou, serão colocados à venda alguns bilhetes adicionais”. Espera-se, neste festival, “um banquete musical repleto de estrelas, com uma profusão de melodias intemporais”, onde se inclui o pianista Ivo Pogorelich, que actua no dia 20 de Outubro apresentando obras do chamado “Período Romântico” da música clássica, com composições de Chopin, Schumann, Sibelius e Schubert. No dia 12, é a vez de actuar a aguardada pianista francesa Hélène Grimaud e a Camerata Salzburg, que interpretarão clássicos da Escola Vienense, da autoria de Mozart e Beethoven. Até domingo, decorre a actividade “E Reluzem as Estrelas”, tema principal do FIMM, no Largo Camões, junto ao templo de Pak Tai, na Taipa, entre as 8h e as 20h, apresentando-se a imagem visual principal do Festival e cenas clássicas da ópera “Tosca”.
Hoje Macau China / ÁsiaAutomóveis | Pequim contra a proibição dos EUA às tecnologias chinesas O ministério do Comércio chinês declarou-se ontem contra o projecto do governo norte-americano de proibir a venda nos Estados Unidos de veículos conectados equipados com tecnologia chinesa e russa, alegando razões de segurança nacional. O texto revelado na segunda-feira pelo departamento do Comércio dos Estados Unidos abrange programas informáticos e terminais que permitem a um veículo comunicar com o mundo exterior, nomeadamente para a assistência ao condutor e a condução autónoma. “Esta decisão dos EUA não se baseia em quaisquer factos e viola os princípios da economia de mercado e da concorrência leal. É um caso típico de proteccionismo”, afirmou o ministério do Comércio chinês, em comunicado. “Isto vai contra as regras da concorrência, na medida em que os Estados Unidos estão a usar o seu poder para interferir” no comércio, sublinhou o ministério, referindo-se à “coerção económica”. O governo norte-americano não especificou quais os construtores ou modelos susceptíveis de serem abrangidos pelo âmbito de aplicação desta legislação, cujo texto será submetido a consulta durante 30 dias antes de ser finalizado. Actualmente, não existem veículos de marca chinesa no mercado dos Estados Unidos, mas alguns construtores ocidentais, como a Volvo (grupo sueco controlado pela empresa chinesa Geely), a Polestar, a Buick (grupo GM) e a Lincoln (filial da Ford), vendem automóveis fabricados na China. O fabricante americano Tesla também produz veículos eléctricos na China para exportação. A electrónica está cada vez mais integrada nos automóveis modernos e a maioria dos veículos está agora ligada à Internet através de um sistema de navegação. O aparecimento de ‘software’ de assistência ao condutor e de condução autónoma aumenta ainda mais o risco de intervenção externa indesejada no controlo de um automóvel na estrada. “O acesso malicioso a estes sistemas pode permitir que os adversários acedam e recolham os nossos dados mais sensíveis e manipulem os veículos nas estradas americanas”, explicou o governo dos EUA.
Hoje Macau China / ÁsiaResponsável pelo Tesouro da Austrália visita Pequim O responsável pelo Tesouro da Austrália, Jim Chalmers, vai visitar Pequim esta semana, na primeira deslocação de nível ministerial do governo australiano à China em sete anos, sinalizando uma melhoria nas tensas relações bilaterais. Chalmers parte para Pequim na quinta-feira para uma visita de dois dias. O último responsável pelo Tesouro australiano a visitar a China foi Scott Morrison, em 2017. Chalmers disse ontem que o principal objectivo da sua visita é co-presidir o Diálogo Económico Estratégico Austrália-China com He Lifeng, presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, órgão máximo de planificação económica do país asiático. As discussões centrar-se-ão no crescimento do comércio e do investimento com a China e nas oportunidades de cooperação entre as empresas australianas e chinesas, segundo documentos governamentais. “Este é outro passo muito importante para estabilizar a nossa relação económica com a China”, disse Chalmers, citado pela imprensa australiana. “Fará parte dos esforços metódicos e coordenados do governo de Albanese para restabelecer o diálogo com a China, o maior parceiro comercial da Austrália”, acrescentou Chalmers. O diálogo foi realizado pela última vez em 2017. Tempestade e bonança As relações bilaterais atingiram o seu ponto mais baixo em 2020, depois de o governo de Morrison ter apelado a uma investigação independente sobre as origens da covid-19. Em 2020, a China impôs uma série de proibições oficiais e não oficiais aos produtos australianos, incluindo carvão, algodão, vinho, cevada, carne de bovino, lagostas e madeira, que custaram aos exportadores australianos até 20 mil milhões de dólares australianos, por ano. A maior parte desses obstáculos comerciais foram eliminados desde que o governo conservador foi destituído, após nove anos de mandato. Em Novembro, Albanese tornou-se o primeiro primeiro-ministro australiano a visitar a China em sete anos. Em Junho, Li Qiang tornou-se o primeiro primeiro-ministro chinês a visitar a Austrália em sete anos. A Austrália tem um acordo de comércio livre com a China desde 2015.
Hoje Macau China / ÁsiaWall Street | Estímulos devem desencadear grande recuperação de acções A gigantesca operação financeira levada a cabo pelo Banco Central da China deverá levar à estabilização do mercado e a um salto positivo na economia do país O mais ambicioso pacote de estímulos para as praças financeiras chinesas desde a crise de 2015 levou alguns bancos e gestores de Wall Street a prever uma recuperação dos títulos mobiliários do país, após três anos em queda. O Banco Popular da China (banco central) anunciou na terça-feira a compra de 800 mil milhões de yuan em acções, juntamente com a redução das taxas de juro, redução do rácio de reservas e outras medidas de apoio. As medidas, sem precedentes na história recente do mercado bolsista chinês, de acordo com analistas, suscitaram uma valorização de 4,2 por cento na bolsa de Xangai, e de 4,1 por cento na bolsa de Hong Kong. “Consideramos as medidas anunciadas como um passo absolutamente positivo, dada a sua natureza sem precedentes e os valores do financiamento prometido”, afirmou Laura Wang, estratega de acções do banco de investimento Morgan Stanley, numa nota. “As medidas surpreendentes de apoio ao mercado [pelo Banco Popular da China] devem ajudar a melhorar o sentimento e a liquidez dos investidores e levar os mercados doméstico e estrangeiro a reagir positivamente no curto prazo”, acrescentou. Na terça-feira, o banco central informou que as companhias de seguros, os gestores de activos e as empresas de valores mobiliários vão poder utilizar obrigações, fundos de acções negociados em bolsa e acções individuais de empresas do CSI 300, o índice com as principais empresas do país, como garantia para adquirir obrigações do tesouro. As empresas públicas vão também poder recorrer a um novo mecanismo de empréstimo de 300 mil milhões de yuan criado pelo banco central para efeitos de recompra de acções. O governador da instituição, Pan Gongsheng, afirmou que está também a ser preparado um fundo de estabilização do mercado. Os 800 mil milhões de yuan do pacote de estímulos equivalem aproximadamente a 3 por cento da actual capitalização bolsista do mercado de acções da China, de acordo com um relatório do Morgan Stanley. “O sentimento de urgência pode convencer os investidores de que mais apoio político está a caminho”, observou Chaoping Zhu, estratega de mercado global da JP Morgan Asset Management, com sede em Xangai. “Vemos oportunidades de valor e de diversificação nas acções chinesas, tendo em conta a valorização dos mercados em todo o mundo”, apontou. Salto positivo O débil consumo doméstico, a queda dos lucros e a longa crise imobiliária têm corroído a confiança dos investidores na segunda maior economia mundial. O índice CSI 300 caiu cerca de 2 por cento este ano, após três anos de quedas sem precedentes, para negociar ao nível mais baixo em comparação com os pares mundiais. O anúncio de estímulos pode desencadear um salto “maior do que o habitual” agora que as avaliações estão a níveis deprimidos, indicou Richard Tang, estratega da China e chefe de investigação do Julius Baer em Hong Kong. “O apoio à liquidez sem melhorias macroeconómicas contínuas tem mais probabilidades de resultar em recuperações de curta duração”, apontou o documento do Morgan Stanley. “Gostaríamos de ver uma trajectória diferente desta vez, mas aconselhamos que é necessária mais paciência”, notou.
Hoje Macau SociedadeDST | Senna Fernandes espera que bom tempo ajude turismo A directora dos Serviços de Turismo, Maria Helena de Senna Fernandes, acredita que, com a ajuda do bom tempo, o número de visitantes durante a Semana Dourada pode ultrapassar a barreira dos 100 mil por dia. As declarações foram prestadas ontem pela responsável da DST à comunicação social. Segundo Senna Fernandes, em Agosto o número de visitantes ficou acima das estimativas iniciais, devido ao efeito do bom tempo. Por isso, a responsável acredita que se o tempo estiver bom nos dias da Semana Dourada, a fasquia dos 100 mil visitantes por dia pode ser ultrapassada. A Semana Dourada corresponde ao período por volta de 1 de Outubro, com vários feriados no Interior, para assinalar o estabelecimento da República Popular da China. Quanto às reservas nos hotéis, Senna Fernandes indicou que no final da semana passada a taxa de reservas era de 70 por cento, com os hotéis de cinco estrelas a estarem totalmente reservados. Porém, a directora explicou que os turistas tendem a deixar as reservas para os últimos dias, antes das deslocações, pelo que se acredita que a taxa ainda vá continuar a aumentar nos próximos dias. Maria Helena de Senna Fernandes revelou também que a indústria de hoteleira está confiante para esta fase do ano. Além do ambiente de optimismo, a DST promete também continuar a realizar mais trabalhos de promoção do turismo local em Cantão, Hong Kong e Indonésia, para atrair mais visitantes internacionais.
Hoje Macau SociedadeSemana Dourada | Trânsito e transportes ajustados Devido à chegada dos feriados da chamada Semana Dourada, a partir do dia 1 de Outubro, e com a movimentação de milhares de pessoas, as autoridades locais fizeram ajustes à circulação de trânsito e transportes públicos. Assim, a partir de domingo e segunda-feira serão reservadas, nos postos fronteiriços, áreas para o estacionamento dos autocarros dos casinos, além de ser alargado o espaço para filas de espera. Nos dias 1 e 2 de Outubro, as carreiras de autocarros públicos deixam de fazer escala na paragem “Zona P/ Passageiros-Este P. do Cerco”, passando a fazer escala na paragem provisória junto da sede da Unidade Táctica de Intervenção da Polícia. Entre os dias 1 e 7 de Outubro as carreiras 3BX, 17T, 21AT e 26AT operarão todos os dias em horários determinados, sendo que a carreira especial n.º 101X (101XS) operará das 9h às 20h no dia 1, e o horário da carreira 25B também será prolongado nesse dia. Destaque ainda para alterações na disposição de trânsito junto à Avenida de Almeida Ribeiro e as zonas circundantes, sendo vedado, entre 1 e 7 de Outubro, o cruzamento da Rua do Dr. Pedro José Lobo com a Avenida do Infante D. Henrique, e instaladas filas de espera para os passageiros com destino às Portas do Cerco. As carreiras 3 e 3X deixarão de parar na paragem “Almeida Ribeiro / OCBC”, passando a fazer escala na paragem provisória da Avenida do Infante D. Henrique, junto da Rua do Dr. Pedro José Lobo, seguindo o seu itinerário original. Haverá ainda alterações noutras paragens de autocarro no centro da cidade.
Hoje Macau PolíticaMark Six | Ron Lam pede legalização da lotaria O deputado Ron Lam considera que o Governo deve legalizar a venda de bilhetes da Lotaria Mark Six de Hong Kong, por ser um enraizado e inofensivo costume popular dos residentes de Macau, que esbarra nas consequências legais que podem ser impostas pela lei de combate aos crimes de jogo ilegal, que se encontra em fase de análise na especialidade. Com a legislação em fase de revisão, as penalizações actuais para infractores implicam penas de prisão até 2 anos ou multa. Porém, Ron Lam salienta que os vendedores têm margens de lucro muito reduzidas com a venda de bilhetes da lotaria de Hong Kong e que este negócio não tem impacto negativo na sociedade. Como tal, pede que o Governo legalize a venda de lotaria Mark Six ou, pelo menos, não penalize os vendedores. O deputado indicou ainda que, recentemente, a polícia recebeu denúncias e foram detidos comerciantes de bancas e lojas que vendiam bilhetes de lotaria. Há cerca de duas semanas, as autoridades policiais anunciaram a detenção de uma mulher que revendia bilhetes da Lotaria Mark Six do Hong Kong Jockey Club numa banda de jornais na Taipa. A mulher vendia por cada bilhete por 52 patacas, com valor facial de 47 dólares de Hong Kong, obtendo um lucro de cerca de 3,5 dólares de Hong Kong por cada bilhete.
Hoje Macau EventosSotheby’s | Colar de diamantes único do século XVIII à venda A casa de leilões Sotheby’s anunciou na segunda-feira a venda de um impressionante colar composto por 500 diamantes datado do século XVIII, uma peça de domínio técnico inigualável para a época e com origens misteriosas. Proveniente de uma colecção privada asiática, esta joia estará à venda em 11 de Novembro, em Genebra. Os leilões ‘online’ serão abertos no dia 25 de Outubro no ‘site’ da leiloeira. Composto por três fiadas de diamantes terminando numa borla de diamantes em cada extremidade, este colar, que será apresentado ao público pela primeira vez em 50 anos, está avaliado entre 1,8 e 2,8 milhões de dólares (entre 1, 6 e 2,5 milhões de euros, à taxa de câmbio actual). “É uma descoberta maravilhosa, porque normalmente as joias do século XVIII eram partidas para serem reutilizadas (…) Portanto, é absolutamente fabuloso ter uma peça intacta desta importância da era georgiana”, sublinhou à agência France-Presse (AFP) Andrés White Correal, responsável da secção de joalharia da Sotheby’s. “A joia passou de família em família. Podemos recuar até ao início do século XX, quando fazia parte da coleção do Marquês de Anglesey”, adiantou ainda. Diz-se que esta família de aristocratas usou a joia duas vezes. Uma vez durante a coroação do Rei Jorge VI (1937) e a segunda durante a coroação da Rainha Isabel II (1953), filha mais velha de Jorge VI.
Hoje Macau China / ÁsiaShenzhen | Pequim pede a Tóquio reacção calma ao homicídio de rapaz japonês O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, disse ontem ao homólogo japonês esperar que Tóquio reaja “calma e racionalmente” ao homicídio de um rapaz japonês de 10 anos em Shenzhen. Depois do ataque da semana passada na cidade do sul da China, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, exigiu uma explicação e pediu a Pequim a garantir a segurança dos cidadãos japoneses. Numa reunião com a ministra dos Negócios Estrangeiros japonesa, Yoko Kamikawa, em Nova Iorque, Wang afirmou que Pequim vai investigar e tratar o caso “de acordo com a lei”. “O Japão deve considerar esta questão de forma calma e racional e evitar politizar ou agravar o problema”, afirmou Wang, citado num comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Pequim “vai, como sempre, garantir a segurança de todos os cidadãos estrangeiros na China”, acrescentou. O rapaz de 10 anos foi esfaqueado a caminho de uma escola japonesa. Embora o motivo ainda não tenha sido confirmado, o ataque ocorreu num dia altamente simbólico, o 93.º aniversário do “Incidente de Moukden”, um ataque japonês a uma linha de caminho-de-ferro que serviu de pretexto para a invasão da Manchúria pelo Japão, em 1931, e foi um prelúdio para a longa guerra sino-japonesa. O dia 18 de Setembro é conhecido como o “Dia da Humilhação” na República Popular da China. O Ministério dos Negócios Estrangeiros japonês declarou que Kamikawa “exigiu firmemente” que a China esclarecesse o caso, incluindo o motivo do homicídio, e punisse severamente o autor do crime. Kamikawa pediu ainda que Pequim tome medidas contra “mensagens maliciosas e antijaponesas nas redes sociais, incluindo as mensagens sobre escolas japonesas, sem qualquer base factual”.