Como Gu Bing Iluminou a História da Pintura

Michal Piotr Boym (Bu Migé, 1612-1659), o missionário jesuíta polaco, no seu infatigável labor de mostrar à Europa a língua, os costumes, a fauna e a flora que encontrava no Império do Meio, incluiu entre as inumeráveis revelações que acompanhavam o inédito mapa da Magna Cathay, cinco figuras desenhadas por um autor local e impressas em xilografias.

Entre ela a flor mu furong, o hibiscus mutabilis, ou rosa da China, que possui a admirável capacidade de, a cada manhã apresentar uma cor branca ou rosada e no fim do dia, ao entardecer, revelar a cor vermelha como se fora um prémio outorgado à sua existência sob a luz solar.

O autor dessas figuras, o pintor de Hangzhou Gu Bing, activo entre 1594 e 1603, realizara uma proeza notável e inédita na história da arte em qualquer lugar do mundo, ao juntar à enumeração dos nomes e biografias breves de pintores, poemas, comentários e ilustrações exemplares do seu estilo e modo de proceder. Reproduzidas em xilogravuras, no formato portátil de 26,9 x 41,9 cm, tinham o potencial de mostrar a um muito maior número de observadores uma arte até então reservada a um número limitado de pessoas.

A esse conjunto de cento e seis pintores, apresentados de modo cronológico, desde o lendário Gu Kaizhi à corrente dinastia Ming, editado em 1603, deu-lhe o nome de Lidai minggong huapu, «Álbum de senhores famosos através de sucessivas dinastias». De notar a palavra huapu, «registo de figuras» já usada antes para designar um tratado, uma colecção, um guia ou um manual. E o mais raro uso da palavra laudatória e reverencial gong, «senhores», para referir os pintores.

O álbum alcançaria grande divulgação, chegando até às ilhas do Japão onde foi particularmente acarinhado pelos pintores proíbidos de viajar ao estrangeiro. Conhecido também como Gushi Huapu, «Álbum de pinturas do mestre Gu», mesmo quando a figura do seu autor, que seguiu um percurso incomum, foi por vezes esquecida.

Gu Bing ficara orfão desde muito cedo mas tivera a sorte de ter um avô que o quis poupar ao fastidioso trabalho de decorar os clássicos, imprescindível para se apresentar aos exames imperiais e em vez disso lhe deu a ver os mais excelentes exemplos de caligrafias e pinturas. E depois, ele mesmo se deslocou às mais veneradas montanhas e visitou ilustres literatos, acabando por fixar a sua morada numa cabana no sopé da montanha Wu, a sudeste do Lago do Oeste.

Em 1599 aceitou, brevemente, uma posição na Cidade Proíbida no Wuying dian, o «Pavilhão do valor militar», na altura usado pelo imperador para se reunir com literatos como pintores ou poetas e onde terá tido oportunidade de observar reconhecidas obras da história da pintura. Que depois usou na sua obra, onde os traços esquemáticos na madeira jamais poderiam imitar a complexidade das pinturas mas seriam um precioso auxiliar da memória.

14 Jul 2025

UNESCO | Governo garante que vai responder a preocupações

Macau vai dar “seguimento às resoluções relevantes” da UNESCO. Em questão está a exigência de avaliação de impacto ambiental à construção do viaduto entre as zonas A e B dos Novos Aterros e informações sobre a Linha Leste do Metro Ligeiro. Especialistas salientam que o reconhecimento da UNESCO impulsionou o turismo cultural no território

 

Amanhã, celebram-se os 20 anos da entrada do centro histórico de Macau na lista do património mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO na sigla em inglês). Decorre até à próxima quinta-feira, em Paris, a 47.ª convenção do Comité do Património Mundial, onde a RAEM está representada pelo Instituto Cultural.

No final da semana passada, durante a convenção da UNESCO, o comité emitiu uma resolução de acompanhamento ao estado da conservação patrimonial de Macau. Além de alguns elogios, a instituição internacional pede a avaliação de impacto ambiental abrangente em relação à construção do viaduto que irá ligar as zonas A e B dos Novos Aterros, em especial uma parte que poderá violar as restrições de altura em torno do Farol da Guia.

A questão dos prédios por acabar na Calçada da Guia e a construção da Linha Leste do Metro Ligeiros foram também temas sobre os quais o Comité do Património Mundial pediu informações adicionais, apontando como prazo de entrega de toda a documentação o dia 1 de Dezembro de 2026, noticiou o Jornal Tribuna de Macau (JTM).

Num comunicado divulgado na noite de sexta-feira, o Instituto Cultural indica que “dará seguimento às resoluções relevantes e submeterá ao Comité do Património Mundial da UNESCO os documentos relativos ao acompanhamento dos projectos relevantes para análise, de acordo com o mecanismo geral de comunicação existente no passado”.

A entrega da documentação será feita através da Administração Estatal do Património Cultural da China.

Sem dar cavaco

O JTM indicou também que o comité da UNESCO realça os compromissos e esforços assumidos no Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico, com vista a implementar os pedidos anteriores da organização internacional. Porém, lamenta não ter sido ouvido, como fora solicitado, antes de ter entrado em vigor, no início de Junho do ano passado.

No comunicado na sexta-feira, o IC não menciona o reparo do comité da UNESCO, mas que este congratulou as autoridades da RAEM pela entrada em vigor formal e a implementação do plano de salvaguarda e gestão e pelo trabalho de conservação, monitorização, interpretação e exposição do património de Macau.

História e jogo

Especialistas consideram que a classificação do centro histórico de Macau pela UNESCO impulsionou o turismo cultural no território, apoiando a diversificação de uma economia tradicionalmente dependente dos casinos, mas alertam para desafios na promoção do património.

O templo de Na Tcha e as Ruínas de São Paulo encontram-se lado a lado no centro histórico de Macau. Logo pela manhã, famílias posam para a câmara, na parte inferior da emblemática escadaria de pedra das ruínas.

“Gosto da calçada [portuguesa], é especial”, diz à Lusa Alina Wang, turista de Xangai. O filho, de oito anos, York Xiong, complementa: “Os edifícios são bonitos”. Nem todos na família, porém, conhecem a história por detrás do ‘ex-líbris’ de Macau, reduzido à fachada após incêndios. O patriarca, Li Zijian, ia jurar que tinha sido destruído durante a II Guerra Mundial. Ao lado, outra família, esta de Xi’an, associa a imagem das ruínas a um bombardeamento japonês na Grande Guerra.

Há 20 anos, no dia 15 de Julho de 2005, o centro histórico de Macau, um conjunto de 22 monumentos que combina arquitectura portuguesa e chinesa, entrou para a lista do património mundial da UNESCO.

Esse marco para o património da cidade, refere à Lusa a Direcção dos Serviços de Turismo (DST), trouxe mais turistas a Macau, alterando o perfil do visitante, que deixou de cruzar a fronteira apenas para jogar.

“Isto mudou a imagem de Macau de uma ‘cidade do jogo’ para um destino cultural, diferenciando-o na região Ásia-Pacífico”, sublinhou a DST.

Um estudo aos visitantes conduzido pela DST este ano revela que 53,3 por cento dos turistas chegam ao território para visitar o património, ultrapassando aqueles que querem fazer compras (33,7 por cento) e os que estão mais interessados na gastronomia (18,5 por cento).

Para Lei Ip Fei, historiador e ex-membro do conselho do Património Cultural de Macau, o estatuto UNESCO elevou o perfil global de Macau. “O jogo impulsionou a economia a curto prazo, a cultura deve impulsionar o crescimento a longo prazo”, disse à Lusa.

Parque de diversões

Mas se, por um lado, a inscrição do património veio ajudar a diversificar o perfil do turista, há que pensar naqueles que vivem na cidade diariamente, notou Ka Nok Lo, vice-presidente da Associação dos Embaixadores do Património de Macau.

Em entrevista à Lusa, o responsável alertou para a necessidade de não transformar Macau “numa Disneylândia”, defendendo o equilíbrio entre turismo e as necessidades dos residentes. “Os museus devem servir a comunidade, assim como as bibliotecas, as livrarias, e não apenas os turistas”, considerou.

Ka sublinhou, por outro lado, que ainda falta entregar aos visitantes a narrativa que une os vários locais distinguidos pela UNESCO. “Não há uma história que ligue estes monumentos”, disse.

O Governo de Macau tem como um dos principais objectivos procurar a diversificação económica, com a finalidade de reduzir a sua dependência em relação à indústria do jogo através do desenvolvimento de novos sectores.

Mas o apelo dos casinos é incontornável, como as famílias de Xangai e Xi’an deixaram em evidência. No dia seguinte ao passeio pela zona histórica de Macau, a visita à região iria continuar nas estâncias modernas do jogo concentradas no Cotai, realçando o duplo papel de Macau como destino de jogo e património cultural. Lusa / JL

14 Jul 2025

WeChat | Burlão desfalca mulher em grupo de pais

Na passada quinta-feira, a Polícia Judiciária recebeu uma denúncia de burla num grupo de WeChat que uma escola de Macau criou para manter pais e encarregados de educação em contacto com os professores. Um burlão, que se faz passar por um agente policial, desfalcou uma mulher num total de 480 mil renminbis.

Na sequência deste caso, a Associação de Educação de Macau pediu às pessoas que gerem os grupos de conversação entre pais e docentes que denunciem situações anormais para manter a ordem e proteger os direitos de pais e estudantes.

O vice-presidente da associação, Vong Kuoc Ieng, apontou ao jornal Ou Mun que os grupos de WeChat entre escolas e pais são cada vez mais comuns, principalmente para fazer notificações importantes das actividade das turmas. Porém, acrescentou que frequentemente nestes grupos os pais tentam vender produtos ou bilhetes para concertos, e pedir dinheiro emprestado.

14 Jul 2025

Air Macau | Avião regressa à pista após levantar voo

Um avião da Air Macau com destino a Tóquio regressou na quinta-feira ao território pouco depois de levantar voo, informou a Teledifusão de Macau, dando conta de versões diferentes apresentadas pela companhia aérea e a empresa gestora do aeroporto.

“O voo NX862 de Macau para Tóquio foi atingido por um raio durante um voo”, disse, em resposta à Teledifusão de Macau (TDM), a Air Macau, notando que, para garantir a segurança da ligação aérea foi ordenado ao avião que “retornasse para inspecção de acordo com os procedimentos”.

A justificação não coincide com a dada pela empresa gestora do aeroporto à emissora, que disse que se tratou de um “problema no motor” do aparelho que se dirigia ao aeroporto de Narita, em Tóquio, e que descolou às 09:40.

Também nas redes sociais, esta foi a versão apresentada no primeiro relato sobre o sucedido. No grupo Macau Buses and Public Transport Enthusiastic (Entusiastas de Autocarros e Transportes Públicos de Macau) explica-se que, pouco depois de o avião da Air Macau levantar voo, quando se encontrava perto de Taichung, no centro de Taiwan, o aparelho teve de regressar a Macau, aterrando em segurança.

14 Jul 2025

DSAMA | Garantida qualidade do fornecimento de água

A Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) garante que “a qualidade da água fornecida em Macau cumpre os padrões”. A posição foi tomada em resposta ao jornal Macau Daily Times, na consequência das dúvidas sobre a qualidade de água da rede pública de Jiangmen.

Nos últimos dias surgiram várias queixas no Interior devido ao facto de a água da torneira fornecida em Jiangmen surgir com uma cor amarela ou acastanhada. A questão foi explicada pelas autoridades locais com a adopção de novos procedimentos na desinfecção e tratamento das águas. As explicações não impediram que várias imagens circulassem online e nos meios de comunicação social oficiais.

Em Macau, indica o Macau Daily Times, 90 por cento da água é proveniente da hidrovia de Xijiang Modaomen, localizada em Zhuhai. Contudo, estra hidrovia estende-se a uma secção de rio Ri, que passa através de Jiangmen.

Sobre estes aspectos, a DSAMA assegurou que em conjunto com o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) controla a qualidade da água fornecida e que existe um mecanismo de segurança conjunto com o Interior, para os casos de emergência sobre a qualidade da água. Este mecanismo de alerta, explicaram as autoridades, funciona por classificação das emergências em diferentes graus, que exigem diferentes respostas.

14 Jul 2025

Finanças | Contas públicas com prejuízo antes do reforço de apoios sociais

As contas públicas apresentaram em Junho perdas de 289,4 milhões de patacas, um registo contrário à tendência verificada desde o início do ano. Entre Janeiro e Junho, a RAEM apresenta um excedente de 11,4 mil milhões de patacas

 

As contas públicas mostram uma perda de 289,4 milhões de patacas em Junho, ainda antes de uma revisão do orçamento para reforçar os apoios sociais. No entanto, quando é considerado o período entre Janeiro e Julho, os dados da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) mostram um excedente nas contas públicas de 11,4 mil milhões de patacas. Este valor representa uma queda de 2,5 por cento em comparação com o final de Maio, quando Macau tinha um excedente de 11,7 mil milhões de patacas.

Ainda assim, o excedente da cidade entre Janeiro e Junho foi 40,3 por cento maior do que no mesmo período do ano passado e já é maior do que a previsão do Governo para todo o ano de 2025: 6,83 mil milhões de patacas.

Macau fechou 2024 com um excedente de 15,8 mil milhões de patacas, mais do dobro do registado no ano anterior.

A despesa pública de Macau caiu 8,2 por cento na primeira metade do ano, em comparação com o mesmo período de 2024, para 41,4 mil milhões de patacas. A única razão para a queda foram os gastos em apoios e subsídios sociais, que diminuíram 17,7 por cento para 20,7 mil milhões de patacas.

Mas a Assembleia Legislativa aprovou na quarta-feira uma proposta do Governo para aumentar em 2,86 mil milhões de patacas as despesas previstas no orçamento, para reforçar os apoios sociais. A revisão inclui a criação de um subsídio, no valor total de 54 mil patacas, para as crianças até 3 anos, para elevar a mais baixa natalidade do mundo.

Menor receitas

A receita corrente de Macau também caiu 0,95 por cento na primeira metade do ano, para 52,3 mil milhões de patacas. A principal razão para a diminuição foi uma queda de 62,3 por cento, para 520 milhões de patacas, nos “rendimentos da propriedade”, rubrica que inclui a receita das concessões de terrenos.

Pelo contrário, as receitas dos impostos sobre o jogo – que representam 86,4 por cento do total – subiram 1 por cento, para 45,3 mil milhões de patacas.

As seis operadoras de jogo da cidade pagam um imposto directo de 35 por cento sobre as receitas do jogo, 2,4 por cento destinado ao Fundo de Segurança Social e ao desenvolvimento urbano e turístico, e 1,6 por cento entregue à Fundação Macau para fins culturais, educacionais, científicos, académicos e filantrópicos.

As receitas totais dos casinos de Macau atingiram 118,8 mil milhões de patacas na primeira metade do ano, mais 4,4 por cento do que no mesmo período de 2024. Em 15 de Abril, Sam Hou Fai admitiu recear um défice orçamental em 2025, devido à desaceleração nas receitas do jogo.

14 Jul 2025

Jogo | Leona Lee acredita que dependência vai continuar

A académica Leona Lee acredita que os grandes projectos do Governo não vão ser suficientes para inverter a dependência da economia face ao jogo. A opinião foi partilhada pela professora da Economia à Rádio Macau.

“O que Governo está a tentar fazer é apenas aumentar o tamanho do bolo. Sabemos que o rendimento da actividade dos casinos está a aumentar, mas também há as outras coisas. Mas, concordo que se olharmos para a composição do PIB [Produto Interno Bruto], também temos a política 1 mais 4 há tantos anos, e em termos de cálculo do PIB, não devemos esperar uma mudança muito óbvia ou efectiva da composição do PIB”, afirmou Lee.

Os projectos visam a construção do Bairro Turístico Internacional, a extensão do aeroporto, a aposta num centro de investigação e desenvolvimento e o alargamento da Universidade de Macau à Ilha da Montanha.

A académica defendeu também que não é recomendável que o Governo queira intervir na composição do PIB, porque pode colocar em causa outras políticas, como a atracção de quadros qualificados do exterior, devido à necessidade de ajustar as fontes de receitas da Administração à futura realidade: “O Governo não tem de impor a sua própria visão sobre a estrutura das receitas. Porque o jogo tem uma taxa fixa. Assim, se as receitas do jogo forem elevadas, a tributação do Estado, a tributação do jogo, aumentará proporcionalmente”, explicou. “Mas se pensarmos nas outras fontes de receita do Governo, estas seriam os impostos sobre o rendimento, os impostos sobre as sociedades. Penso que se aumentarem esses impostos, isso vai contra a vontade de quererem atrair pessoas para investir em Macau”, acrescentou.

14 Jul 2025

Transportes | Ron Lam quer nova avaliação de táxis especiais

Com as licenças de táxis especiais atribuídas em 2017 e 2018 a terminarem em 2028, o deputado Ron Lam pretende que o Governo faça uma nova avaliação sobre se o modelo adoptado é o que melhor serve a população de Macau. O assunto é abordado através de uma interpelação escrita do deputado.

Os táxis especiais visam permitir a marcação de um veículo de transporte por telefone, ou através da central de táxis, e também servir pessoas que precisam de cuidados especiais de deslocação.

Segundo Ron Lam, o Governo deve repensar o modelo e ponderar se haverá alternativas mais benéficas para a população. No caso de se concluir que a eliminação do sistema de licenças especiais é mais benéfica, Lam pretende que o Governo aponte alternativas.

Sobre as queixas dos taxistas, o deputado aponta que os condutores queixam-se da obrigação de chegar a serviços marcados com uma antecedência mínimas de 30 minutos, medida imposta pela concessionária depois da divulgação do relatório do Comissariado da Auditoria. Antes disso, a antecedência mínima era de 10 minutos, o que permitia atender mais clientes.

Além destas questões, Ron Lam aponta que as autoridades de Hong Kong vão aprovar legislação para permitir legalizar o transporte através das aplicações móveis. O deputado quer saber se há intenção em Macau de seguir o mesmo caminho e planos para avançar com uma consulta pública.

14 Jul 2025

São Tomé e Príncipe | Relação com China é discreta, mas estratégica

Celebraram-se no sábado 50 anos da independência de São Tomé e Príncipe. O futuro avança ao ritmo das relações diplomáticas com os outros países falantes de português. Para a académica Cátia Miriam Costa, o país africano e a China são parceiros estratégicos, apesar da descrição pautar as relações entre ambos

 

A investigadora Cátia Miriam Costa considera que a relação entre São Tomé e Príncipe e a China mantém-se discreta, apesar de estar quase a celebrar uma década, com crescente interesse estratégico de Pequim na posição do arquipélago no Atlântico Sul.

“Como nem um país nem outro fala muito sobre o assunto, acabamos por não perceber bem a profundidade da relação. Mas creio que não é ainda uma relação muito profunda”, observou à agência Lusa a investigadora do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa.

A posição geoestratégica do arquipélago, situado no Golfo da Guiné, alimenta, no entanto, o interesse de Pequim, nomeadamente no contexto da aposta chinesa na expansão de corredores logísticos e marítimos no Atlântico Sul.

“São Tomé, se não é um porto muito importante em termos logísticos, é um porto relevante para controlo, por exemplo, de pirataria, de ameaças. Portanto, essa posição também de certeza que foi reflectida por Pequim”, explicou.

O restabelecimento de laços formais em 2016, após duas décadas de reconhecimento de Taiwan por parte de São Tomé, foi uma decisão “pragmática” do país africano, e um trunfo para a diplomacia de Pequim, que manteve sempre “canais abertos”, mesmo durante o período de afastamento, explicou Cátia Miriam Costa.

“A relação com a China é mais frutífera porque traz outras contrapartidas”, explicou a investigadora. “Também foi por essas contrapartidas, que [em 1997] São Tomé trocou a República Popular da China por Taiwan, porque nessa altura a República Popular da China era um país em desenvolvimento. Portanto, não tinha para oferecer aquilo que Taiwan tinha, que estava perfeitamente integrado no mercado internacional”, contou.

Um volte-face

Em Dezembro de 2016, São Tomé anunciou oficialmente o estabelecimento de relações com a República Popular da China, pondo fim ao reconhecimento de Taiwan.

A decisão provocou o cancelamento imediato das bolsas de estudo oferecidas por Taiwan a estudantes são-tomenses, muitos dos quais acabaram por ser integrados nas restantes universidades chinesas. A China tornou-se rapidamente um dos principais parceiros de cooperação de São Tomé, com promessas de investimento e apoio em áreas como a educação, formação técnica, agricultura e infra-estruturas.

A investigadora recordou que, mesmo antes de haver relações formais, Pequim nunca rompeu completamente com São Tomé, mantendo o país envolvido nas actividades do Fórum de Macau, ainda que apenas como observador, estratégia que considera “típica da diplomacia chinesa”. “A China não fecha totalmente as portas. Pode suspender relações, mas se for algo do interesse nacional, normalmente volta a ser renegociado”, afirmou.

“Resultados limitados”

Apesar disso, Cátia Miriam Costa reconheceu que os resultados concretos da cooperação ainda são limitados. “Há mais projectos no papel do que propriamente obras em curso”, apontou, atribuindo parte da responsabilidade à fraca capacidade institucional de São Tomé, que só recentemente começou a criar estruturas para atrair e negociar investimento externo.

Entre os sectores com potencial para o aprofundamento da cooperação, a investigadora destacou as pescas, os recursos marinhos e, eventualmente, o cacau. Já a exploração petrolífera levanta “riscos elevados”, tanto pela complexidade técnica como pelas limitações ambientais.

“A China tem interesse na região, mas não é por São Tomé ser um mercado atractivo – porque não é -, é, sim, pela sua localização, estabilidade e capacidade de integração num projecto regional mais amplo”, afirmou.

A investigadora salientou ainda o investimento chinês no ensino da língua chinesa em São Tomé, que visa também “criar uma rede de pessoas com domínio da língua, familiarizadas com a cultura e potencialmente úteis para o futuro das relações bilaterais”. “A China mantém um interesse estratégico na relação, mesmo que não o expresse com grande visibilidade. E para um país como São Tomé, qualquer pequena ajuda pode ter um impacto significativo”, concluiu.

Relatos de quatro são-tomenses que seguiram cursos na China

Denise, Lucineidy, Reginaldo e Aithysa cresceram sob o signo de uma aliança com Taiwan, até que a vida e o trajecto académico acabaram redefinidos pela ruptura dos laços diplomáticos entre São Tomé e Taipé, em 2016.

Denise Aragão Fortes ainda se lembra de apertar a mão a Tsai Ing-wen. Era Novembro de 2016, celebrava-se, com meses de atraso, o dia de África em Taiwan, e a responsável marcava presença na ocasião.

É muito provável que nos bastidores se esboçasse já o fim da diplomacia entre Taiwan e São Tomé e Príncipe, mas para esta estudante de Relações Internacionais da Universidade de Ming Chuan, em Taoyuan, norte taiwanês, a notícia, que chegou um mês depois dessas celebrações, em 21 de Dezembro, foi uma surpresa.

“Não havia rumores, nada”, recorda à agência Lusa Denise, hoje com 29 anos, a trabalhar em marketing e a viver em Almada, Portugal.

Quando terminou o secundário, também os laços entre a ilha e a nação africana, acordados em 1997, tinham alcançado há pouco a maioridade. Havia “muita proximidade” entre as partes, com amizades taiwanesas no seio familiar.

Normalidade abalada nesse Dezembro de 2016. A estudarem com uma bolsa concedida por Taipé, a Denise e a outros alunos são-tomenses em Taiwan foi dada a opção de aí prosseguirem os estudos, sem assistência financeira, ou serem transferidos para a China como bolseiros. Por se encontrar no final do percurso académico, Denise permaneceu em Taoyuan. A maioria, porém, mudou de geografia, de universidade e de vida.

País “cheio de oportunidades”

Lucineidy Almeida, hoje com 28, viu a chegada a Tianjin, norte da China, como “um novo recomeço” num “país cheio de oportunidades”. A frequentar o segundo ano de Biotecnologia em Taichung, esta natural de Santo António sentia alguma dificuldade em acompanhar a licenciatura em mandarim. Uma limitação que eventualmente ultrapassaria, avalia hoje, mas, na China, teve a possibilidade de estudar em inglês Ciências Farmacêuticas.

Diz que soube da ruptura diplomática através das redes sociais e, à semelhança de todos os estudantes que falaram à Lusa, deixou críticas à condução do processo, com “muitas incertezas”, informações dadas “em cima da hora”, “um sentimento de desrespeito”, e, pelo meio, a suspensão das bolsas.

Dois meses após o anúncio, aterrou em Hong Kong, onde tratou do visto, embora ainda sem saber qual o destino final. Só à chegada a Pequim foi-lhe dito que ia para Tianjin, recorda Lucineidy, a viver hoje também em Portugal, no Cacém, e a trabalhar como intérprete de inglês e português na área médica.

Sobre a interrupção diplomática, nota que “pelo que se percebeu na altura”, tratou-se de “uma questão monetária”: “No sentido em que a China ofereceu mais [a São Tomé] do que Taiwan na altura poderia proporcionar”.

O primeiro-ministro são-tomense de então, Patrice Trovoada, considerou a ruptura unilateral das relações como “a mais acertada”, tendo em conta a visão das autoridades para o desenvolvimento do país. “Decidimos o princípio de aderir a uma só China e ao aderir implica o corte das relações com Taiwan. O cenário internacional, há 20 anos, não é o mesmo de hoje”, acrescentou.

Mas a nova ordem política não demoveu os estudantes de avançarem na carreira académica. Aithysa Ramos, 32 anos, ainda hoje está em Pequim, onde, após deixar Taiwan, concluiu o mestrado em Gestão de Empresas.

Se naquela manhã de 2016, a história não tivesse tomado este rumo, provavelmente teria ficado em Taiwan, onde já vivia há sete anos. Na altura, lembra agora a professora de inglês do ensino infantil, ficou “devastada e revoltada”: “Era como se fosse a minha segunda casa, passei aí [parte da] minha adolescência, fases de crescimento”.

Reginaldo encontrava-se no segundo ano de Gestão de Empresas, na Universidade de Yuan Ze, em Taoyuan, quando ficou ao corrente das notícias. Percebeu que “não tinha poder” para alterar o curso da história.

O choque inicial, assume hoje, foi mesmo o frio. Apesar de admitir ter “sido um processo sempre de dúvidas”, a China, para onde se mudou dois meses após o corte de relações, “foi uma surpresa para melhor”. “Pelo facto de ainda estar aqui, de não ter voltado, posso dizer que sim, foi a melhor coisa que aconteceu”, diz.

14 Jul 2025

Direito | Lançado livro bilingue sobre a Constituição de 1982

Acaba de ser editado, em português e chinês, o livro “A Constituição de 1982 e a Iniciação do Caminho Constitucional do Socialismo com Características Chinesas”, da autoria de Wang Yu, membro da Comissão da Lei Básica de Macau do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional da República Popular da China e professor da Faculdade de Direito da Universidade de Macau. A edição está a cargo da “Hall de Cultura”, situada em Macau.

Segundo uma nota de imprensa, este livro “traça as três grandes fases e os sete períodos do desenvolvimento constitucional da China nos tempos modernos, analisando em profundidade as cinco relações fundamentais entre o povo e o Governo, entre os poderes e os direitos, centrais e locais, entre partidos políticos e o poder político, e entre o Estado e a sociedade”.

Citado pela mesma nota, Wang Yu referiu que a Constituição de 1982 marcou “o início do caminho constitucional do Socialismo com Caraterísticas Chinesas, sendo a garantia jurídica fundamental para a realização do renascimento da nação chinesa e a promoção da modernização ao estilo chinês”.

11 Jul 2025

CUT | Cinema Experimental na Ilha Verde

Fechado durante vários anos, o Convento da Ilha Verde prepara-se agora para receber um dos seus primeiros eventos culturais: o Festival de Cinema Experimental de Macau, organizado pela Associação Audiovisual CUT. Entre 24 de Julho e 2 de Agosto, o público poderá ver cinema local e uma nova exibição do documentário “999”, de António Nuno Júnior

 

De um espaço abandonado e perdido na história, o Convento da Ilha Verde, antiga casa dos jesuítas em Macau, tornou-se agora um espaço de cultura, acolhendo a partir do dia 24 de Julho o seu primeiro evento: o Festival de Cinema Experimental de Macau, organizado pela Associação Audio-visual CUT. Haverá também exibições na Cinemateca Paixão.

A edição deste ano tem como tema “The Grass Is Always Greener On The Other Side” [A relva é sempre mais verde do outro lado], no sentido de descoberta de outras imagens nem sempre visíveis.

“O que queremos dizer quando dizemos que a relva é mais verde? Que verdades se escondem por trás desta imagem sedutora do outro lado? Com este foco temático, o festival deste ano apresenta oito programas com novas encomendas locais, exibições temáticas, cinema interactivo e apresentações ao vivo”, é descrito no cartaz. A organização convida, assim, o público a “desafiar a relação privilegiada entre o público e o ecrã, estimulando a reflexão sobre o papel das imagens em movimento, os mecanismos de produção de imagens e os seus diálogos com o mundo que nos rodeia”.

Destaque para três séries da secção “Made in Macao”, que este ano apresenta a comissão “Transparent Landscape Project”, em que quatro artistas e cineastas locais foram convidados a explorar “‘paisagens’ tangíveis e intangíveis através de experiências pessoais e pesquisas sobre a história local”, tratando-se de filmes que “questionam as dinâmicas de poder entre a câmara e a cidade, a presença e a ausência, o colonialismo e a transferência de soberania, o humano e o não humano”.

Nesta comissão, podem ver-se os filmes “Have You Still Remember Me?”, de Veronique Wong, que digitalizou as imagens da sua câmara Super 8 ao fim de 25 anos. Trata-se de um trabalho que “examina directamente a fase de transição da transferência de soberania a partir de um ponto de vista popular, relembrando a atmosfera fervorosa de vários eventos comemorativos na véspera do regresso de Macau”.

Segue-se “A Way To The End”, de Ao Ieong Mike; “Flor de Panchão”, de Kate Ao Ngan Wa, actualmente a residir na Polónia e que aborda também a questão da identidade de Macau. Na sinopse deste filme, lê-se a história de alguém que deixou Macau e tenta procurar a sua terra natal sem viajar para ela, “procurando vários artigos ‘Made in Macao’ através da Internet e de mercados de artigos em segunda mão, desencadeando uma busca por experiências de crescimento pessoal e suscitando reflexões sobre a identidade num contexto pós-colonial”.

Destaque também para o filme “Portal Below”, de Tang Chi Fai, centrado no encerramento do Canídromo. “O Canidrome Yat Yuen de Macau fechou e o som dos cães a ladrar desapareceu da noite para o dia. Centenas de galgos desapareceram sem deixar rasto, sem que se saiba o seu paradeiro, com excepção de um cão, chamado ‘New Spirit’, que ainda vagueia pela zona”, revela a sinopse do filme.

O regresso de 999

Na segunda série de “Made in Macau” dá-se o nome de “Made in Macao II – 999 Interactive Cinema” e traz de volta o documentário “999”, feito pelo realizador português António Nuno Júnior há 25 anos e que até já pode ser visto em plataformas de streaming como a Filmin.

Esta é a obra que mostra os momentos em que o realizador ia deixar Macau e voltar a Portugal, com a câmara a adoptar “uma perspectiva familiar, mas ao mesmo tempo desconhecida, do viajante, observando as ruas quotidianas de Macau e a grandiosidade das suas celebrações, captando as cenas das ruas das áreas vizinhas”.

“Este programa apresenta duas exibições: a primeira é um cinema interactivo, onde vários segmentos serão incorporados durante o processo de visualização, convidando o público a interagir com o ecrã através de imagens, texto e sons fornecidos no local. O realizador também se juntará ao público através de uma transmissão ao vivo para apreciar o filme em conjunto. A segunda exibição seguirá um formato tradicional, permitindo ao público assistir ao filme sem qualquer intervenção”, revela o cartaz.

Por sua vez, a terceira série de “Made in Macao” ganha o nome de “Made in Macao III – Urban Illusion”, em que haverá uma performance com o artista local Jason Fong, o grupo de música experimental Guia Experimental e o animador John Wong. Assim, “a antiga fachada do edifício, o espaço do jardim e o miradouro serão transformados num local experimental para os artistas, apresentando uma palestra performativa e uma mostra audiovisual para todos”.

Em foco

Este festival tem ainda como artistas em foco Deborah Stratman e Patrick Bokanowski, grandes nomes do cinema experimental e figurativo. Lao Keng U é o director e curador do festival.

A primeira sessão decorre no dia 24 de Julho na Cinemateca Paixão, tendo como filme de abertura, às 19h30, “Levianthan”, do grupo Sensory Ethnography Lab. Na sexta-feira, 25, é tempo de rumar ao convento para ver os filmes integrados na série “Made in Macao I – Transparent Landscape Project”, seguindo-se, no sábado, a exibição dos filmes da segunda série de “Made in Macao”, a partir das 20h; a série “New Vision I: Unearthing Memory”, a partir das 14; e depois a série “New Vision II: I’m a Cyborg, But That’s Ok?”, a partir das 16h.

Dia 27 de Julho, um domingo, as exibições começam às 14h no convento, com a segunda série de “Made in Macao”, seguindo-se os artistas em foco. A 1 de Agosto os filmes passam na Cinemateca Paixão, nomeadamente a série “Spotlight: de ‘Humani Corporis Fabrica'”, do grupo Sensory Ethnographic Lab. No dia 2 de Agosto o convento abre portas para o evento de encerramento, a partir das 19h30, com a série “Made in Macao III – Urban Illusion” e “Made in Macao I – Transparent Landscape Project”.

11 Jul 2025

Ucrânia | Pequim pede respeito pelos direitos de dois cidadãos chineses detidos

O Governo chinês pediu ontem que “se respeitem os direitos e interesses” dos seus cidadãos, depois de as autoridades ucranianas terem informado da detenção de dois cidadãos chineses, um homem de 24 anos e o seu pai.

Os dois homens foram detidos por alegadamente tentarem transmitir à China documentação sobre os mísseis Neptuno das Forças Armadas da Ucrânia.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning declarou em conferência de imprensa que as autoridades chinesas ainda estão a “verificar as informações”, sem fornecer mais detalhes.

O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) informou que os dois cidadãos “tentaram exportar ilegalmente para a China documentação secreta” relativa aos sistemas R-360 Neptuno, um míssil de cruzeiro antinavio fabricado pela empresa de armamento ucraniana Oficina de Design Estatal de Kiev, mais conhecida como “Luch”.

O homem de 24 anos foi estudante universitário até 2023, ano em que perdeu esse estatuto devido aos seus maus resultados académicos, o que não o impediu de continuar a viver em Kiev.

O seu pai foi detido nesta quarta-feira “no âmbito de uma investigação pré-julgamento”, informou a Procuradoria. O progenitor vivia na China, mas viajava regularmente para Kiev, cidade onde chegou na segunda-feira desta semana.

11 Jul 2025

China está a construir 74 por cento de todos os projectos solares e eólicos em curso

Quase três quartos de todos os projectos de energia solar e eólica em construção no mundo estão na China, segundo um relatório ontem divulgado, que destaca a rápida expansão das fontes renováveis no país asiático.

A China está a construir 510 gigawatts (GW) de projectos solares e eólicos de grande escala, de um total de 689GW em todo o mundo, indicou a organização não-governamental norte-americana Global Energy Monitor (GEM), que monitoriza infraestruturas energéticas a nível global.

“A China está a liderar a expansão global de energias renováveis”, lê-se no relatório. O país asiático “continua a adicionar capacidade solar e eólica a um ritmo recorde”, vincou.

O crescimento das energias limpas no país é crucial para o combate às alterações climáticas, dado o papel dominante da China na produção industrial mundial. O país é responsável por cerca de um terço das emissões globais de gases com efeito de estufa.

Segundo a GEM, a China deverá adicionar pelo menos 246,5GW de energia solar e 97,7GW de eólica apenas este ano. Até final de Março, o país já contava com 1,5 terawatts de capacidade instalada de energia solar e eólica.

No primeiro trimestre de 2025, estas fontes representaram 22,5 por cento do consumo total de eletricidade, de acordo com a Administração Nacional de Energia chinesa.

Apostas fortes

Embora continue a desenvolver novas centrais a carvão – tendo iniciado a construção do maior número de unidades da última década em 2024 –, a China tem apostado fortemente nas renováveis, tanto para reforçar a segurança energética como para reduzir a dependência de combustíveis fósseis importados.

Segundo a GEM, cerca de 28GW da capacidade renovável em construção provêm da energia eólica ‘offshore’, que pode ajudar a descarbonizar centros industriais e megacidades nas regiões costeiras.

“Apesar de representar apenas uma fracção da capacidade total de energia eólica do país, a energia eólica ‘offshore’ está a ganhar força, à medida que as províncias costeiras estabelecem metas ambiciosas de descarbonização”, referiu o relatório.

A expansão da energia eléctrica também está a transformar o modelo energético do país. O aumento do uso de automóveis e comboios eléctricos significa que uma parcela crescente da energia consumida é fornecida por electricidade, levando alguns analistas a descrever a China como o primeiro ‘Estado electrificado’ do mundo.

Pequim deverá anunciar novos compromissos climáticos antes da próxima Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que decorrerá em Novembro em Belém, no Brasil.

11 Jul 2025

Livre comércio | China e ASEAN preparam nova versão de acordo

O novo acordo de livre comércio entre países do Sudeste Asiático deverá estar concluído até ao final do ano

 

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do Sudeste Asiático manifestaram ontem, em Kuala Lumpur, a intenção de reforçar a cooperação económica com a China e modernizar o acordo de livre comércio com Pequim, assinado em 2010.

O encontro bilateral entre os chefes da diplomacia dos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, decorreu à margem do fórum regional da ASEAN, que conta também com a presença do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.

“Através da actualização deste acordo, a ASEAN e a China vão fortalecer a sua cooperação económica e resiliência, durante este período difícil e no futuro”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Malásia, Mohamad Hasan, antes da reunião com Wang Yi, marcada pelo contexto da guerra comercial com os Estados Unidos. A nova versão do tratado, conhecida como “versão 3.0”, deverá ser concluída até ao final do ano.

O chefe da diplomacia da Malásia, país que detém este ano a presidência rotativa da ASEAN, sublinhou ainda que o bloco regional deve “manter-se vigilante perante ameaças a um sistema comercial aberto, justo e baseado em regras”, numa alusão indireta às taxas impostas por Washington.

Fundada em 1967, a ASEAN é composta por Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Filipinas, Singapura, Tailândia, Vietname e Myanmar (antiga Birmânia).

Jogo das tarifas

Ao longo do dia, os ministros deverão também reunir-se com Marco Rubio, num momento em que os Estados Unidos anunciaram novos aumentos de tarifas para vários países do Sudeste Asiático.

As novas taxas, que entram em vigor a 01 de Agosto, aumentam as tarifas sobre produtos oriundos da Malásia (de 24 por cento para 25 por cento), Filipinas (de 17 por cento para 20 por cento) e Brunei (de 24 por cento para 25 por cento). Para a Indonésia (32 por cento) e Tailândia (36 por cento), os valores mantêm-se face ao anunciado em Abril.

Washington reduziu, por outro lado, as taxas sobre importações do Camboja (de 49 por cento para 36 por cento), Laos (de 48 por cento para 40 por cento) e Myanmar (de 44 por cento para 40 por cento).

Singapura mantém a taxa base de 10 por cento, enquanto o Vietname é o único país da região que chegou a um acordo com os Estados Unidos, beneficiando de uma redução para 20 por cento face aos 46 por cento inicialmente anunciados.

11 Jul 2025

Droga | Homem detido por consumir metanfetaminas

Um homem com cerca de 30 anos foi detido pela Polícia Judiciária, e está indiciado pelos crimes de consumo ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas e posse indevida de utensílio ou equipamento. O caso foi divulgado ontem pela PJ e o detido é um trabalhador não-residente da Indonésia empregado numa empresa de limpezas.

A situação foi descoberta depois de a PJ ter detido outro homem e uma mulher, no início do ano, que traficavam estupefacientes. A investigação mostrou que o detido mais recente era um dos clientes das outras duas pessoas. A detenção foi feita na passada terça-feira, na zona central da cidade.

Na casa do indivíduo foi encontrado um saco com metanfetaminas, numa dose reduzida, e ainda instrumentos para fumar. O teste à urina também apresentou um resultado positivo. Às autoridades o homem confessou ter por hábito drogar-se.

PJ | Croupier detida por ser cúmplice em burla

Uma croupier foi detida por burlar o casino onde trabalha em conjunto com dois jogadores do Interior da China.

O golpe causou perdas de 123 mil dólares de Hong Kong para o casino, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau, que citou a informação da Polícia Judiciária (PJ). O caso foi descoberto depois da croupier ter sido denunciada por alegadamente permitir que os dois jogadores fizessem apostas depois do resultado ser conhecido, jogadas que renderam 6 mil dólares de Hong Kong aos apostadores.

A suspeita ajudou ainda um dos suspeitos a deixar uma aposta de 60 mil dólares de Hong Kong, em vez de recolher as fichas, originando um ganho de 120 mil dólares de Hong Kong na jogada seguinte. Os suspeitos foram detidos na quarta-feira e estavam em posse de 118 mil dólares de Hong Kong em fichas de jogo. Os suspeitos confessaram os factos, afirmando que o dinheiro das burlas ainda não tinha sido dividido. No entanto, a PJ acredita que havia, pelo menos, mais uma pessoa envolvida, que se encontra a monte.

Jogo | Detidos depois de serem apanhados a trocar dinheiro

Dois homens foram detidos depois de terem sido apanhados a fazer uma troca ilegal de dinheiro. O caso foi revelado ontem pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) e citado pelo jornal Ou Mun. Os homens do Interior da China foram apanhados a trocar dinheiro por um agente, numa operação de rotina.

A troca envolveu uma quantia total de 213,9 mil dólares de Hong Kong e 400 patacas que se destinavam ao jogo, o que constitui um crime. Os dois suspeitos foram acusados pela prática de exploração de câmbio ilícito para jogo, que pode ser punido com pena até aos 5 anos de prisão. O caso foi encaminhado para o Ministério Público.

11 Jul 2025

Cultura | Arrancam em Setembro cursos de formação

O Fundo de Desenvolvimento da Cultura (FDC) irá organizar, entre Setembro e Outubro deste ano, e em colaboração com a Universidade de Turismo de Macau (UTM), “cursos de formação em negócios nas áreas culturais e criativas”, sendo que as inscrições decorrem entre os dias 14 de Julho e 8 de Agosto.

O objectivo destas formações é “ajudar empresas e associações locais dos sectores culturais e criativos a adquirirem conhecimentos sobre o funcionamento empresarial, melhorando assim gradualmente o grau de profissionalismo e as capacidades práticas nas indústrias culturais”.

Estes cursos de formação foram criados em 2022, visando uma “articulação com as tendências de desenvolvimento dos sectores culturais e criativos”, existindo 30 vagas por curso, sendo que todos são financiados pelo FDC.

Nos dias 15 e 16 de Setembro, decorre o curso “Aprender competências de gestão com mestres da teoria”, seguindo-se “Gestão das Indústrias Culturais e Criativas” entre os dias 22 e 29 de Setembro. O curso “Psicologia do Turismo e Estratégias de Gestão do Turismo Individual” decorre entre os dias 2 e 4 de Setembro. O último curso, “Expansão das Empresas de Macau nos Mercados Internacionais” acontece de 14 a 16 de Outubro.

11 Jul 2025

FSS | Retroactivos dos apoios sociais pagos este mês

O Fundo de Segurança Social (FSS) vai pagar este mês os retroactivos aos seus beneficiários relativos aos aumentos nos montantes dos apoios sociais atribuídos.

Os retroactivos vão até Janeiro deste ano, sendo que “a diferença referente à pensão para idosos e à pensão de invalidez” entre os meses de Janeiro e Junho deste ano, incluindo a diferença relativa à prestação extraordinária de Janeiro, vai ser paga conjuntamente com as pensões de Julho a Setembro a atribuir em meados deste mês, explicou o FSS.

Em relação aos restantes subsídios, são pagos este mês também, com o FSS a alertar para o facto de os valores da diferença das prestações variarem de caso para caso, sobretudo para o cálculo da pensão para idosos, cujo valor é diferente consoante aplicação do regime antigo ou regime novo, a idade para apresentação de requerimento bem como o número de meses de contribuições efectivamente realizadas”.

11 Jul 2025

Estágios | Candidaturas terminam dia 17

As candidaturas ao Plano de Estágio para Criar Melhores Perspectivas de Trabalho, organizado pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), terminam na próxima quinta-feira, 17 de Julho.

O objectivo do programa da DSAL inclui oportunidades de estágio em Macau e no Interior e tem como objectivo “proporcionar aos finalistas do ensino superior a oportunidade de três meses de experiência profissional, ajudando-os a elevar as suas capacidades de trabalho, a fim de reforçar a sua competitividade no emprego”.

O programa prevê um total de 850 vagas de estágio, das quais 808 em Macau e 42 no Interior, em nove ramos de actividade como o turismo, finanças, tecnologia, saúde, serviços sociais, comércio a retalho, construção civil, serviços públicos e aviação civil.

Os candidatos devem ser titulares de Bilhete de Identidade de Residente e ter obtido uma licenciatura, ou grau académico superior, depois de 2023. Durante este período, os estagiários “podem” receber mensalmente um subsídio de estágio atribuído pela empresa no valor de 8 mil patacas, ou de um valor em renminbis equivalente.

O prazo de candidatura começou a 18 de Junho, e os interessados podem candidatar-se através da Conta Única de Macau, na área deste programa, tendo de submeter online os formulários e os documentos exigidos. As informações sobre o programa no portal da DSAL apenas estão disponíveis em chinês.

11 Jul 2025

Jovens de Macau partilharam “espírito da guerra” em Shanxi

“Devemos promover o espírito da guerra e activamente contribuir para a construção da Grande Baía quando regressarmos a Macau”, afirmou Tan Wei Hang, residente de Macau durante a sua primeira viagem à província de Shanxi, onde aprofundou o conhecimento histórico sobre a Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa.

Tan Wei Han foi um dos jovens adultos que participaram na visita a Shanxi de quatro dias organizada pela Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), no final do mês de Junho, em jeito de celebração do 80.º aniversário da vitória na guerra.

Citado num artigo publicado ontem no China Daily, Tan Wei Han destacou o profundo orgulho na forma como o exército chinês lutou, apesar das difíceis condições de vida, falta de medicamentos e equipamento militar de qualidade inferior.

O vice-director da DSEDJ, Wong Ka Ki, que liderou a comitiva da RAEM na actividade “Juventude de Macau explorando a mãe-pátria”, indicou ter-se sentido transportado no tempo para os anos tumultuosos da guerra ao entrar no salão memorial do oitavo destacamento do exército de caminho (Route Army na tradução em inglês), na zona montanhosa de Taihang.

“Estamos profundamente conscientes das dificuldades para conquistar a paz e dedicação altruísta dos nossos antecessores na luta pela independência e à libertação nacionais é inspiradora”, afirmou o dirigente, citado pelo China Daily. O vice-director da DSEDJ salientou que “este espírito é um bem precioso que a geração mais jovem deve herdar e promover quando confrontada com dificuldades e desafios”.

Emoções ao alto

Wong Ka Ki destacou a forma corajosa como os soldados lutaram na região montanhosa de Taihang para defender as suas casas e o país, demonstrado “o espírito nacional do povo chinês unido contra os invasores estrangeiros”.

“Apesar de Macau também ter locais históricos relacionados com a revolução, ao visitar os antigos aquartelamentos do exército chinês em Shanxi tive sentimentos diferentes”, contou Calvin Fong, um residente de Macau com 33 anos.

Zhao Yuan destacou o fervor revolucionário que se sente ainda hoje em Shanxi. “Quase chorei. A geração mais nova daquele tempo sacrificou a sua família pelo país e lutou pela independência. Esse espírito deve ser levado como exemplo”, indicou a jovem ao China Daily.

A viagem organizada pela DSEDJ faz parte de uma série de medidas para marcar o 80º aniversário da vitória contra as forças japonesas. Em Setembro, serão introduzidos nos currículos do ensino primário e secundário materiais didáctico suplementares centrados na vitória da China na guerra de 1931-1945.

11 Jul 2025

Taiwan | Pequim aplica controlos de exportação a empresas militares

A China impôs ontem controlos de exportação a oito empresas de defesa de Taiwan, numa medida que visa, segundo Pequim, proteger a segurança nacional, no dia em que arrancam as maiores manobras militares da ilha.

As restrições afectam entidades como a Aerospace Industrial Development Corporation (AIDC), fabricante do caça de combate IDF, a maior construtora naval de Taiwan, a CSBC Corporation, e o principal centro de investigação em defesa da ilha, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Chung-Shan, entre outras companhias dos sectores aeroespacial e naval.

As novas regras, com efeito imediato, proíbem a exportação para estas empresas de “bens de uso duplo”, ou seja, com aplicações civis e militares, segundo um comunicado do Ministério do Comércio chinês. A decisão insere-se também, segundo a mesma fonte, nas obrigações internacionais de não-proliferação assumidas por Pequim.

O anúncio surge no dia de arranque dos exercícios militares Han Kuang, que simulam uma resposta a uma eventual invasão da China e que, este ano, decorrem ao longo de dez dias, envolvendo 22 mil reservistas, no maior e mais longo exercício militar alguma vez realizado pela ilha.

Apesar das sanções, as empresas visadas asseguraram que o impacto sobre as suas operações será limitado, uma vez que a maioria das cadeias de abastecimento não depende da China continental.

10 Jul 2025

UE | China rejeita interferências na relação com a Rússia

O Governo chinês rejeitou ontem as interferências nas suas relações com a Rússia, depois de a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ter apelado a Pequim para pôr fim ao seu “apoio inabalável” a Moscovo na guerra contra a Ucrânia.

“A cooperação normal entre a China e a Rússia não admite interferências de terceiros”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, em conferência de imprensa. Mao garantiu que os laços entre Pequim e Moscovo “não são dirigidos contra nenhuma terceira parte”.

As declarações surgem em resposta às críticas de von der Leyen, que afirmou na véspera, durante um debate no Parlamento Europeu, que “o apoio inabalável da China à Rússia está a criar uma grande instabilidade e insegurança para a Europa”.

“Podemos afirmar que, na prática, a China está a permitir a economia de guerra da Rússia – e isso não é aceitável”, disse a líder do executivo comunitário, sublinhando que a forma como Pequim continuar a interagir com a guerra de Vladimir Putin será determinante para o futuro das relações entre a União Europeia (UE) e a China.

Von der Leyen deverá visitar Pequim no final de Julho, acompanhada pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa, para uma cimeira que assinalará os 50 anos de relações diplomáticas entre as duas partes.

10 Jul 2025

Cheque | IAS vai fazer distribuição a idosos e pensionistas

O Instituto de Acção Social (IAS) vai fazer a distribuição da comparticipação pecuniária de 2025 aos residentes qualificados para receber os subsídios para Idosos e de Invalidez.

De acordo com a informação indicada ontem pelo IAS, os “beneficiários qualificados do subsídio para Idosos que residem fora de Macau e os beneficiários qualificados do subsídio de Invalidez” vão receber o “cheque”, ou a transferência bancária, em Julho se tiverem concluído a prova de vida até 22 de Junho.

No caso de não terem efectuado a prova de vida até essa data, o IAS apela que tratem dela “o mais brevemente possível”, para receber o cheque no mês seguinte ao da prova de vida. Além da distribuição do cheque, o IAS diz que “para gestão do erário público e acompanhamento da situação dos beneficiários” vai continuar os “trabalhos de verificação dos beneficiários do Subsídio para Idosos”.

10 Jul 2025

Literatura | Associação de Escritores de Macau visita Lisboa

Arranca no próximo domingo uma visita oficial da Associação dos Escritores de Macau, fundada em 11 de Novembro de 2011, a Lisboa.

Segundo uma nota do seu vice-presidente, Miguel de Senna Fernandes, esta visita, apoiada pela Fundação Macau, tem como “objectivo estabelecer e aprofundar as relações com instituições de cariz cultural em Portugal, tais como o Instituto Camões, O Centro Científico e Cultural de Macau, a Fundação Jorge Álvares, a Casa de Macau, entre outras”.

Além disso, será feita “uma visita de cortesia à Embaixada da China em Lisboa”. Da parte da associação, viajam 12 membros que vão aproveitar esta viagem para “melhor conhecer a vida portuguesa e sentir a sua cultura sob variadíssimas formas”.

10 Jul 2025

Halftone | Nova edição da revista apresentada hoje na FRC

A Halftone – Macau Photographic Association apresenta hoje, a partir das 18h30, na Fundação Rui Cunha, a 12.ª edição da sua revista Halftone, uma publicação dedicada à fotografia. O novo número apresenta seis projectos visuais, dois deles a preto e branco, que abrem e fecham a revista.

O primeiro, de Jane Xu, que se intitula “Black enlivened by colors”, oferece um retrato da intimidade feminina, em linha com a prática visual da artista e sua pesquisa temática.

De uma forma diversa, mas ainda a preto e branco, João Palla conclui neste número da revista a segunda parte do seu projecto “Sussurros do Ouro Branco”. “A expressão poética da sua proposta visual articula-se perfeitamente com o efeito estético obtido com o contraste entre o preto e o branco”, indica a organização do evento

Os quatro demais projectos visuais, a cores, testam diferentes abordagens de composição cromática e temática. Jorge Veiga Alves apresenta “Memórias de Macau”, procurando reforçar o efeito de memória na aproximação à contemplação de espaços tradicionais, designadamente de natureza religiosa.

Campo e cidade

O segundo projecto a cores, de José Luís de Sales Marques, é dedicado à famosa Procissão do Senhor dos Passos, que se realiza em Macau, sublinhando o papel deste evento, não só no contexto social e cultural da cidade, como também na sua integração no espaço público de Macau.

No terceiro projecto, António Duarte Mil-Homens apresenta-nos um tempo contemplativo em “Sunset, Moonrise”, abordando a natureza e essência da paisagem alentejana. A sucessão de cores marca as horas e diferencia impressões, que conformam a imensidão da planície alentejana e a sua morfologia.

No quarto projecto, a cor também desempenha um papel fundamental na sua expressividade e conformação visual: “Fotossíntese”, de Tang Kuok Hou, propõe uma exploração social e estética da cidade de Macau, reforçando o seu papel como local de estudo fotográfico por excelência, que tem justificando uma multitude de diversas abordagens, tanto temáticas como sociológicas ou formais, dada a sua riqueza expressiva.

10 Jul 2025