Livre Comércio | Pequim e Manágua querem finalizar acordo este mês

China e Nicarágua esperam concluir as negociações de um Acordo de Livre Comércio, no final de Julho, após um ano e meio de negociações, informou o ministério do Comércio do país asiático, na sexta-feira.

A porta-voz do ministério, Shu Jueting, disse em conferência de imprensa que as duas nações têm “forte complementaridade económica, com grande potencial para o comércio e investimento”, de acordo com o jornal oficial Global Times.

“O Acordo de Livre Comércio entre a China e a Nicarágua vai facilitar e aprofundar a cooperação empresarial e comercial, estabelecendo as bases para um maior desenvolvimento das relações”, disse a porta-voz.

A quarta ronda de negociações do acordo foi realizada no início deste mês em Manágua liderada pelo vice-ministro do Comércio chinês, Wang Shouwen, e pelo chefe do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do país centro-americano, Jesús Bermúdez.

Entre os assuntos discutidos, está a emissão de vistos temporários para empresários e o comércio bilateral em geral e serviços financeiros, além do comércio de matérias-primas.

Segundo dados oficiais, as trocas entre a China e a Nicarágua no ano passado totalizaram 760 milhões de dólares.

O país asiático exportou principalmente produtos têxteis e equipamento de informática e comunicação para a Nicarágua, e importou produtos agrícolas, açúcar, couro e madeira.

China e Nicarágua retomaram as relações diplomáticas em Dezembro de 2021, depois de o país centro-americano ter rompido os seus laços oficiais com Taiwan.

16 Jul 2023

Automóveis | Exportação cresce 75,7% até Junho

A exportação de automóveis da China para o resto do mundo aumentou 75,7 por cento no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados da associação patronal da indústria automóvel citados ontem pela agência de notícias estatal Xinhua.

Os números da Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis mostram que, entre Janeiro e Junho, a China exportou um total de 2,14 milhões de veículos.

Desse número, cerca de 534 mil unidades eram carros eléctricos, cujas vendas para o exterior aumentaram 160 por cento em relação ao mesmo período de 2022.

Os dados da Administração Geral das Alfândegas mostram que, no primeiro trimestre, a China tornou-se o maior exportador mundial de automóveis, ultrapassando o Japão.

“Os automóveis fabricados na China tornaram-se cada vez mais competitivos no mercado mundial graças a um controlo de qualidade rigoroso, a uma cadeia industrial sofisticada e a serviços de manutenção avançados”, afirmou o engenheiro geral adjunto da associação de fabricantes chinesa, Xu Haidong, citado pelo jornal oficial Global Times.

De acordo com um relatório recente da associação patronal, divulgado pela imprensa local, os principais destinos internacionais dos veículos chineses são a Rússia, o México e a Bélgica. No caso dos veículos eléctricos, os três primeiros são a Bélgica, o Reino Unido e a Tailândia.

16 Jul 2023

Justiça | Executada educadora de infância que envenenou alunos

A justiça chinesa executou uma professora de jardim de infância que envenenou 25 crianças e matou uma delas, anunciou um tribunal no centro do país, na passada sexta-feira.

O Tribunal Intermédio nº 1 da cidade de Jiaozuo, na província de Henan, divulgou que a sentença de Wang Yun foi executada na quinta-feira.

Wang, de 40 anos, foi condenada por colocar nitrito de sódio tóxico em papa servida às crianças no jardim de infância Mengmeng, no dia 27 de Março de 2019, após discutir com um colega, identificado apenas pelo sobrenome Sun, sobre a “gestão dos alunos”.

Enquanto outros alunos recuperaram rapidamente, uma criança, identificada apenas pelo sobrenome Wang, morreu ao fim de 10 meses de tratamento com falência múltipla de órgãos, de acordo com o aviso do tribunal.

Wang já tinha anteriormente envenenado o marido com a mesma substância, adquirida via ‘online’ dois anos antes. O marido sobreviveu.

Não ficou claro se pretendia matar ou fazer com que adoecessem. Wang foi inicialmente condenada a nove meses de prisão, mas a sentença foi posteriormente convertida em pena de morte. O recurso de Wang foi rejeitado pelo tribunal e foi levada para um campo de execução.

16 Jul 2023

Pedido à UE clarificação de posição sobre relação com Pequim

O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, instou a União Europeia a esclarecer a sua posição sobre as relações com a China, numa reunião com o responsável da política externa da UE.

“A UE deve (…) esclarecer a sua posição na parceria estratégica entre ambos os lados e incentivar as relações China-UE para que avancem”, disse Wang a Josep Borrell num encontro à margem da reunião dos países do Sudeste Asiático, realizada em Jacarta, na sexta-feira, segundo um comunicado da diplomacia chinesa divulgado no sábado.

E prosseguiu: “Não se deve hesitar e muito menos encorajar palavras e acções para voltar atrás”.

“Não há conflito de interesses fundamentais entre a China e a UE”, acrescentou Wang, a principal autoridade de relações externas do Partido Comunista Chinês, um cargo que é mais importante do que o de ministro dos Negócios Estrangeiros.

Estas declarações por parte da China surgem depois de Berlim ter revelado na quinta-feira a sua nova estratégia de emancipação em relação à China, com o objectivo de “atenuar os riscos, sem cortar os laços” com Pequim.

A China advertiu imediatamente a Alemanha contra qualquer atitude susceptível de “prejudicar a cooperação e a confiança mútua”.

Em busca do equilíbrio

Esta nova estratégia alemã surge num contexto de preocupações crescentes na Europa e nos Estados Unidos sobre as ambições da China.

Mas, enquanto alguns Estados-membros da UE temem hostilizar Pequim e desencadear uma guerra comercial, outros defendem uma maior protecção.

Bruxelas quer definir a sua própria abordagem em relação a Pequim, para encontrar um equilíbrio entre o receio de uma dependência excessiva e o desejo de manter laços fortes com a segunda maior economia do mundo.

A 4 de Julho, a China cancelou uma visita do chefe da diplomacia europeia a Pequim, prevista para a semana seguinte.

Um dos assuntos que causa maior tensão com Pequim tem a ver com a ambiguidade da posição da China em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Para reduzir a dependência económica da União Europeia em relação a Pequim, a Comissão Europeia apresentou no final de Junho uma estratégia para responder com mais firmeza aos riscos para a segurança económica europeia.

16 Jul 2023

EUA | John Kerry em Pequim para retomar as conversações sobre o clima

Enquanto os efeitos desastrosos das alterações climáticas se fazem sentir de uma forma cada vez mais dramática por todo o mundo, o enviado norte-americano para as questões do clima chega a Pequim com vista a encontrar pontos de convergência para a diminuição de poluição gerada pelos dois países

 

O enviado dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, chegou ontem a Pequim com a ambição de retomar o diálogo sobre as alterações climáticas, uma questão crucial para os dois principais poluidores do mundo.

Kerry, que faz a sua terceira viagem à China desde que assumiu o cargo em 2021, chega numa altura em que o impacto das alterações climáticas se faz sentir particularmente em todo o mundo, com ondas de calor em muitas partes do globo.

A China não é excepção e a capital, Pequim, tem registado temperaturas de cerca de 40 graus Celsius desde há semanas. John Kerry, que estará na China até quarta-feira, deverá encontrar-se com o homólogo Xie Zhenhua.

A partir de segunda-feira, “a China e os Estados Unidos terão uma troca de pontos de vista aprofundada” sobre questões climáticas, noticiou a televisão estatal chinesa CCTV após a chegada de Kerry a Pequim, mas sem adiantar pormenores.

Nos últimos meses, tem havido um número crescente de visitas de Washington para melhorar as relações diplomáticas: o secretário de Estado, Antony Blinken, visitou o país em Junho, seguido pela secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, no início deste mês.

Os dois maiores poluidores do mundo não discutem as alterações climáticas há quase um ano, depois de, em Agosto de 2022, Pequim ter suspendido as conversações sobre este assunto em protesto contra a visita a Taiwan de Nancy Pelosi, então Presidente da Câmara dos Representantes dos EUA.

As discussões sobre o clima parecem agora ser retomadas após meses de tensão, sobretudo porque Kerry, antigo secretário de Estado norte-americano, tem uma relação bastante cordial e ininterrupta com a China e ocupa agora uma posição-chave, tendo em pano de fundo a ideia de que a administração de Joe Biden considera que as alterações climáticas são um dos domínios em que as duas potências, ferozmente competitivas, podem cooperar.

Mau tempo, pouco tempo

O tempo está a esgotar-se: globalmente, Junho foi o mês mais quente de que há registo, segundo a agência europeia Copernicus e as norte-americanas NASA e NOAA.

A primeira semana completa de Julho foi, por sua vez, a mais quente de que há registo, segundo dados preliminares da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

Uma nota do Departamento de Estado norte-americano refere que o objectivo de Kerry é “encetar um diálogo” com a China “sobre a resolução da crise climática”, como o aumento da ambição e da implementação” dos regulamentos sobre o clima e “a promoção de uma COP28 bem-sucedida”. A conferência da ONU sobre alterações climáticas (COP28) está marcada para o Dubai no final do ano.

A China é o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa, responsáveis pelas alterações climáticas, e prometeu atingir o seu pico de emissões de dióxido de carbono (CO2) até 2030 e atingir a neutralidade carbónica até 2060. O Presidente Xi Jinping também prometeu que o seu país reduzirá a utilização de carvão a partir de 2026.

16 Jul 2023

DST promove o destino turístico Macau ao mercado sul-coreano

Termina hoje a promoção de rua “Sentir Macau Sem Limites”, que começou na passada sexta-feira. Durante quatro dias, a iniciativa mostrou ao público de Seul, na Coreia do Sul, “os ricos elementos de “turismo + de Macau”, indicou na sexta-feira a Direcção dos Serviços de Turismo (DST).

A aposta do Governo da RAEM tem como objectivo atrair visitantes internacionais para as férias de Verão. A DST recorda que em 2019, Macau recebeu mais de 740 mil visitantes da Coreia do Sul, volume de turistas que destacou o país como o primeiro mercado internacional de visitantes.

A cerimónia de abertura da promoção de rua teve lugar no complexo comercial Times Square, em Seul, e contou com a presença da directora da DST, Helena de Senna Fernandes, o presidente da Associação de Agentes de Viagem da Coreia, Henry Oh, assim como representantes dos sectores da aviação e turismo da Coreia do Sul. Além de membros do Governo, viajaram de Macau “representantes da indústria turística e das seis grandes empresas integradas de turismo e lazer”, indicou na sexta-feira a DST.

Na cerimónia de abertura, Helena de Senna Fernandes, referiu que o número de voos entre Macau e a Coreia do Sul tem aumentado nos últimos meses e que o objectivo da acção de promoção seria mostrar as últimas novidades do menu de novos elementos turísticos de Macau.

Prémios e influências

Como não poderia deixar de ser no actual paradigma de marketing, a DST procurou atrair a colaboração e influência digital de uma grande plataforma sul-coreana. Portanto, “além da promoção contínua nas redes sociais, a representação da DST na Coreia do Sul convidou vários influenciadores digitais sul-coreanos para apoiarem a promoção.

Uma das iniciativas foi realizada em parceria com a plataforma de viagem no Instagram Yeomi.travel, que tem mais de 1,2 milhões de seguidores, através de um sorteio, intitulado “Teleport to Macao”. Quem apareceu na abertura na Times Square, munido de passaporte, habilitou-se a ser um dos quatro felizardos que ganharam bilhetes de avião e pacotes de estadia gratuitos, com partida imediata.

Além disso, o Governo promoveu encontros entre operadores turísticos de ambos os territórios, e lançou uma campanha publicitária para atrair turistas sul-coreanos.

16 Jul 2023

Sudão | Encontradas valas comuns com pelo menos 87 mortos

Pelo menos 87 pessoas foram enterradas em duas valas comuns na região de Darfur, no Sudão, depois de mortos pelos paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF), anunciaram ontem as Nações Unidas.
“Os habitantes locais foram obrigados a desfazer-se dos corpos em valas comuns, negando aos mortos um enterro decente num dos cemitérios da cidade”, diz a ONU num comunicado emitido ontem a partir de Genebra.
Segundo a mesma fonte, 87 pessoas de etnia Masalit, incluindo sete mulheres e sete crianças foram enterradas em duas valas comuns, depois de terem sido mortas em Junho pelas RSF e pelas milícias que apoiam este grupo paramilitar que tem combatido o exército desde que a violência eclodiu neste país africano, a 15 de Abril.
“Condeno, nos termos mais fortes, a morte destes civis, e estou ainda mais chocado pela maneira desrespeitosa como os mortos, juntamente com as suas famílias e comunidades, foram tratados”, disse o alto-comissário para os Direitos Humanos, Volker Türk, citado no comunicado.
“Tem de haver uma investigação independente, rápida e exaustiva a estas mortes, e os mandantes têm de ser responsabilizados”, acrescentou.
De acordo com os relatos recolhidos pela ONU, que os considera credíveis, os corpos dos combatentes mortos são deixados nas ruas e os familiares são proibidos de os recolher pelas RSF, por vezes durante mais de uma semana, ao mesmo tempo que os feridos são impedidos de receber assistência médica.
As regras humanitárias internacionais e de direitos humanos definem que todas as partes num conflito têm de garantir que os feridos recebem assistência médica, lembra a ONU, concluindo que a liderança das RSF tem de imediata e inequivocamente condenar e parar a matança de pessoas, a violência e o discurso de ódio com base na sua etnicidade.

14 Jul 2023

Itália | Autoridades bloqueam navio de resgate Ocean Viking

O navio Ocean Viking, da Organização Não Governamental (ONG) Sos Mediterranee, foi retido ontem pela guarda costeira italiana por “irregularidades relacionadas com a segurança da navegação”, após desembarcar no porto de Civitavecchia com 57 migrantes resgatados.
A ONG francesa, que se dedica à busca e resgate de migrantes no Mediterrâneo central, explicou ontem em comunicado que está “a trabalhar para levantar o bloqueio o mais rapidamente possível”.
A guarda costeira afirma que o bloqueio do navio ocorreu devido a “irregularidades relacionadas com a segurança da navegação, verificadas após actividades de verificação a bordo realizadas por inspectores especializados”.
“Parte da tripulação não tinha as qualificações necessárias para a gestão dos dispositivos de salvamento a bordo”, que “são essenciais para fazer face a uma eventual situação de emergência como o abandono do navio”, segundo a guarda costeira italiana.
A ONG francesa chegou na terça-feira ao porto da região de Lácio depois de resgatar 57 migrantes e denunciar que foram atacados com tiros de metralhadora pela Guarda Costeira da Líbia.
“A detenção do Ocean Viking ocorre cinco dias após um incidente de segurança enfrentado pela sua tripulação. Na sexta-feira, 7 de Julho, a guarda costeira da Líbia disparou tiros a 100 metros da equipa de resgate humanitário e dos náufragos, incluindo uma mulher e cinco crianças desacompanhadas, quando tentavam regressar ao barco”, denunciou a ONG.

Mar vermelho
A co-fundadora e CEO da ONG, Sophie Beau, disse que a situação no Mediterrâneo é muito preocupante com ataques a trabalhadores humanitários e taxas de mortalidade alarmantes.
“A actual detenção está a afectar significativamente a nossa capacidade de salvar vidas em águas internacionais”, salientou Sophie Beau.
Já em Janeiro de 2022, o Ocean Viking tinha ficado retido no porto de Trapani após uma inspecção de 11 horas pela guarda costeira devido a problemas estruturais na popa do navio.
Desde o início do ano já desembarcaram nas costas italianas 72.387 migrantes, mais do dobro dos 30.939 que o fizeram no mesmo período do ano passado, segundo dados oficiais.

14 Jul 2023

Exportações da China caem 12,4% em Junho face a queda na procura global

As exportações da China caíram 12,4 por cento, em Junho, em termos homólogos, face à queda na procura global, suscitada pelo aumento das taxas de juros na Europa, Estados Unidos e outros países, visando conter a inflação.
Os dados divulgados ontem pelas alfândegas da China revelaram também uma queda de 6,8 por cento nas importações.
A contracção no comércio externo aumenta a pressão sobre a segunda maior economia do mundo, num período de abrandamento na sua recuperação, após Pequim ter abolido, em Dezembro, as medidas de prevenção contra a covid-19, que no ano passado empurraram o país para um ciclo de bloqueios que paralisaram a actividade económica.
Entre Janeiro e Junho, o comércio total da China, incluindo importações e exportações, caiu quase 5 por cento, em relação ao primeiro semestre de 2022. As exportações caíram 3,2 por cento e as importações caíram 6,7 por cento, uma vez que os preços de matérias-primas como o petróleo diminuíram e a procura na China também enfraqueceu.
O comércio foi também abalado pelas fricções entre Pequim e Washington, que impôs restrições sobre a exportação para a China de ‘chips’ semicondutores, visando abrandar os avanços do país em tecnologias com uso militar. A dificuldade no acesso a semicondutores dificulta, no entanto, a produção de telemóveis e outros produtos electrónicos.
O excedente comercial da China ascendeu a 70,62 mil milhões de dólares, em Junho, acima do valor atingido em Maio, de 65,81 mil milhões de dólares.

Quedas americanas
As exportações da China para os Estados Unidos caíram 23,7 por cento, em relação ao mesmo mês do ano anterior, para 42,7 mil milhões de dólares, enquanto as importações de produtos norte-americanos caíram 4,1 por cento, para 14 mil milhões de dólares. O excedente comercial da China com os Estados Unidos, politicamente sensível, diminuiu 30,6 por cento, para 28,7 mil milhões de dólares, em termos homólogos.
“A desaceleração global na procura por bens continua a pesar sobre as exportações. Acreditamos que as exportações vão cair ainda mais, antes de atingirem um ponto mínimo, no final do ano”, disse Zichun Huang, da consultora Capital Economics, num relatório.
O crescimento económico nos primeiros três meses do ano acelerou para 4,5 por cento, em comparação com igual período de 2022, mas os analistas dizem que o pico da recuperação provavelmente já passou. O ritmo de crescimento ficou aquém da meta estabelecida pelo Partido Comunista Chinês para este ano: “cerca de 5 por cento”.

14 Jul 2023

China pede à NATO para não desestabilizar Europa e Ásia-Pacífico

A China pediu na quarta-feira que a NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) pare imediatamente de difamar e mentir sobre o país, interrompa a perigosa tentativa de desestabilizar a Europa e a Ásia-Pacífico e pare de encontrar pretextos para sua expansão contínua.
Wang Wenbin, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, fez as observações em resposta a um comunicado emitido durante a Cimeira da NATO em Vilnius, onde se afirmou que as políticas da China representam “desafios sistémicos à segurança euro-atlântica”.
“O que foi dito no comunicado da NATO é completamente oposto da verdade e o produto da mentalidade da Guerra Fria e do viés ideológico. A China opõe-se fortemente a isso”, exaltou Wang, citado pelo Diário do Povo.
“A China tem o melhor histórico de paz e segurança. Nunca invadimos nenhum país nem nos envolvemos em nenhuma guerra por procuração. Nunca conduzimos operações militares globais, ameaçamos outros países com força, exportamos ideologia nem interferimos nos assuntos internos de outros países. Não criamos nem participamos de grupos militares e nos opomos ao uso da força ou à ameaça da força nas relações internacionais. Como a China poderia representar ‘desafios sistémicos’ para a NATO?” Perguntou Wang.
O país é uma força para a paz mundial, uma contribuinte para o desenvolvimento global, uma defensora da ordem internacional e uma fonte de bem público. A China está comprometida com o sistema internacional com a Organização das Nações Unidas (ONU) no seu núcleo, com a ordem internacional sustentada pelo direito internacional e com as normas básicas que regem as relações internacionais decorrentes dos propósitos e princípios da Carta da ONU, garantiu o responsável.

Presos no tempo
O oficial acrescentou que, mais de 30 anos após o fim da Guerra Fria, o seu legado, a NATO, permanece preso numa mentalidade de soma zero e vê o mundo como blocos opostos. Apesar do apelo da comunidade global pela paz, pelo desenvolvimento e pelo progresso comum, a organização militar continua a agir contra a tendência predominante e a procurar inverter a roda da história.
“O mundo não aceitará isso”, alertou.
A NATO afirma ser uma organização regional. Então por que está a ir além do escopo geográfico estabelecido no seu tratado, fazendo uma incursão na Ásia-Pacífico num ritmo mais rápido e procurando tornar-se uma “NATO Global”? Questionou Wang.
A organização afirma ser uma aliança defensiva. Então por que está a incentivar os países membros a aumentarem o orçamento militar? Por que continua a ultrapassar os limites e expandindo o mandato, além de estimular o confronto na Ásia-Pacífico?

Paz regional
Wang salientou que a prosperidade e a estabilidade que a região Ásia-Pacífico desfruta há muito tempo dependem do respeito mútuo, da cooperação aberta, do benefício recíproco e da capacidade de resolver adequadamente as diferenças entre os países locais. A incursão da NATO na Ásia-Pacífico apenas aumentará a tensão e levará a um confronto entre blocos e até mesmo a uma “nova Guerra Fria” na região, indica o Diário do Povo
“Os países da Ásia-Pacífico não aceitam e muitos países da NATO não aprovam isso. A região não precisa de uma ‘versão Ásia-Pacífico da NATO'”, ressaltou Wang.
“Pedimos à NATO que pare imediatamente de difamar e mentir sobre a China. A organização deve abandonar a mentalidade ultrapassada da Guerra Fria e a mentalidade de soma zero, renunciar à sua fé cega no poderio militar e na prática equivocada de procurar segurança absoluta, pôr fim à perigosa tentativa de desestabilizar a Europa e a Ásia-Pacífico e deixar de encontrar pretextos para a sua expansão contínua. Pedimos que a NATO desempenhe um papel construtivo para a paz e a estabilidade mundiais”, sublinhou.

Questões nucleares
Em resposta ao comunicado alegando que a China não tem “transparência” no arsenal nuclear, Wang comentou que a NATO, como aliança militar, é conhecida por ter o maior e mais poderoso arsenal nuclear do mundo e, ainda assim, acusa irresponsavelmente a China de representar ameaças nucleares e faz isso através de uma diplomacia de megafone.
“Isso é simplesmente errado e hipócrita. A China está seriamente preocupada e opõe-se fortemente a isso”, exclamou Wang, que lembrou ainda que o país sempre foi extremamente prudente e responsável em relação às questões de armas nucleares. A China está comprometida com uma estratégia nuclear defensiva e mantém as capacidades nucleares no nível mínimo exigido pela segurança nacional.
“Nunca tivemos a intenção de nos envolver em uma corrida armamentista nuclear. A China segue uma política de “não usar primeiro” armas nucleares em nenhum momento e sob nenhuma circunstância. O país comprometeu-se incondicionalmente a não usar ou ameaçar usar armas nucleares contra Estados sem armas nucleares e zonas livres de armas nucleares. A China é o único Estado com armas nucleares que adoptou tal política. Algum estado-membro da NATO assumiria esse compromisso?” Indagou Wang.

14 Jul 2023

Automóveis | Rússia torna-se maior importador mundial de fabricantes chinesas

A Rússia tornou-se este ano no principal importador de carros de marcas chinesas, ao adquirir cerca de 287 mil unidades nos primeiros cinco meses de 2023, segundo dados divulgados pela Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM).
“A saída das marcas automóveis ocidentais do mercado russo deixou um nicho que as empresas chinesas conseguiram preencher. Isto combinado com a crescente competitividade dos veículos chineses fez com que a Rússia aumentasse as importações de carros chineses”, explicou o secretário-geral da Associação Chinesa de Carros de Passageiros (CPCA), Cui Dongshu, citado pelo jornal oficial Global Times.
Os dados difundidos pela CAAM revelam uma grande diferença em relação aos outros dois países que completam o ‘top 3’ de importadores de veículos chineses: o México, com 159 mil unidades, e a Bélgica, com 120 mil.
No entanto, a Rússia não aparece no topo dos destinos de veículos eléctricos, dos quais a China vendeu 673 mil para o exterior, entre Janeiro e Maio. A Bélgica, Reino Unido e a Tailândia foram os principais destinos.
As fabricantes alemãs, japonesas e norte-americanas enfrentam concorrência crescente de marcas chinesas que se estão a desenvolver rapidamente, conquistando participação nos mercados doméstico e globais.
Fabricantes chinesas de veículos eléctricos, incluindo a BYD e a unidade Zeekr, do grupo Geely Group, iniciaram as vendas este ano no Japão e na Europa. A Geely também é dona da sueca Volvo Cars e da sua marca de luxo totalmente eléctrica, a Polestar.
Estimativas do banco russo Otkritie, citadas pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua, apontam para que as vendas de carros chineses possam atingir entre 380.000 e 400.000 unidades na Rússia até ao final deste ano.

13 Jul 2023

Taiwan | Exercício de evacuação em larga escala em preparação

Taiwan vai fazer este mês o primeiro exercício de evacuação em larga escala em várias décadas, num sinal de que está a tentar reforçar as defesas civis contra um possível ataque.
O exercício vai abranger diferentes partes do território, que abrigam, no total, três milhões de pessoas. A ilha tem 23 milhões de habitantes.
A polícia e os funcionários da defesa civil vão conduzir para abrigos antiaéreos todas as pessoas que estiverem nas ruas no momento do exercício, afirmou o Ministério da Defesa do território.
Os planos marcam uma mudança significativa em relação a edições anteriores do chamado exercício de ataque aéreo de Wan’an, que Taiwan faz anualmente.
O ministério da Defesa de Taiwan disse que 34 aeronaves militares chinesas operaram perto de Taiwan na terça-feira, entre as quais 29 cruzaram a linha mediana não oficial do Estreito de Taiwan.
“[Vamos] testar a paragem do trânsito e a retirada de pessoas para instalações reais de evacuação de defesa aérea”, disse Chu Sen-tsun, funcionário da Agência de Mobilização de Defesa Total do Ministério da Defesa.
O exercício visa fazer com que as pessoas “se acostumem a retirar imediatamente após o alarme soar, para que possamos consciencializar a sociedade sobre a defesa aérea”.
As autoridades instruíram as pessoas a descarregar uma aplicação da polícia para localizar abrigos próximos e sugeriram que guardem um mapa que funciona sem ligação à rede, para localizá-los em caso de emergência se as comunicações forem cortadas.

13 Jul 2023

Mercado | Vice-presidente chinês dá boas-vindas a empresas dos EUA

O vice-presidente chinês, Han Zheng, disse esta terça-feira que empresas de todo o mundo, incluindo dos Estados Unidos, são bem-vindas para aprofundar a sua presença no mercado chinês.
Han fez os comentários ao reunir-se com representantes dos EUA que participavam na 14.ª ronda de diálogo entre líderes empresariais chineses e americanos e ex-funcionários séniores em Pequim, indica a agência estatal Xinhua.
As relações China-EUA são as relações bilaterais mais importantes do mundo. Para promover o desenvolvimento sólido e constante das relações, a chave é seguir os princípios de respeito mútuo, coexistência pacífica e cooperação ‘win-win’ apresentados pelo Presidente Xi Jinping, observou Han.
A competição está em todos os lugares do mundo actual, mas deve ser uma competição saudável que promova resultados positivos para ambas as partes, em vez de um jogo de soma zero, destacou Han, citado pela Xinhua.

“A China avançará inabalavelmente com a sua reforma e abertura, e dará as boas-vindas a empresas de todo o mundo, incluindo os Estados Unidos, para aprofundar a sua presença no mercado chinês visando contribuir para a estabilidade e a operação ininterrupta das cadeias industriais e de suprimentos globais e para o crescimento económico mundial”, salientou Han.
Os representantes norte-americanos disseram que os Estados Unidos e a China têm laços económicos e comerciais estreitos, e as dificuldades e incertezas actuais são preocupantes.
Os responsáveis disseram ainda que a comunidade empresarial dos Estados Unidos está disposta a continuar a expandir a cooperação com a China e a desempenhar um papel activo para promover o desenvolvimento sólido e constante das relações bilaterais.

13 Jul 2023

Pyongyang dispara míssil balístico não identificado

A Coreia do Norte disparou um míssil balístico não identificado, depois de Pyongyang ter ameaçado abater aviões espiões norte-americanos no espaço aéreo norte-coreano, anunciaram ontem as forças armadas da Coreia do Sul.
O Estado-Maior Interarmas sul-coreano indicou que “a Coreia do Norte disparou um míssil balístico não identificado em direção ao mar de Leste”, nome dado pelas duas Coreias ao mar do Japão.
Também o Ministério da Defesa do Japão registou o novo disparo de um aparente míssil balístico norte-coreano, no primeiro deste tipo desde 15 de Junho, indicando estar a reunir dados para avaliar se apresenta algum tipo de risco para o seu território.
Na segunda-feira, Kim Yo-jong, irmã do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, advertiu os Estados Unidos que Pyongyang responderá com “acções claras e contundentes” ao que qualificou como operações de “espionagem aérea”.
A também vice-directora de propaganda do regime sublinhou que as ações de Washington são “claramente uma grave violação da soberania e segurança norte-coreana”.

Provocações graves
Kim Yo-jong afirmou que “um avião de reconhecimento estratégico da Força Aérea dos EUA realizou novamente o reconhecimento aéreo da parte oriental da RPDC [República Popular Democrática da Coreia, o nome oficial da Coreia do Norte] ao entrar nos céus da Zona Económica Especial (ZEE) acima da Linha de Demarcação Militar (MDL)”, de acordo com um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal KCNA.
O dispositivo “executou uma grave provocação militar ao realizar o reconhecimento aéreo” sobre as águas da ZEE norte-coreana, chegando a estar a cerca de 400 quilómetros da costa sudeste do país, acrescentou.
Depois de o fracasso das negociações de desnuclearização de 2019, as tensões aumentaram novamente na península coreana.
Pyongyang rejeitou qualquer iniciativa de diálogo e realizou um número recorde de testes de mísseis, enquanto Seul e Washington retomaram as grandes manobras militares conjuntas e mobilizaram regularmente meios estratégicos dos EUA na região.

13 Jul 2023

Oposição sul-coreana quer alternativas para descargas de Fukushima

Políticos da oposição sul-coreana e grupos de pescadores do país defenderam ontem, em Tóquio, o fim do plano do Governo nipónico para libertar água tratada da central nuclear japonesa de Fukushima, apelando ao estudo de alternativas.
“O Governo japonês deve parar com esse plano, pois a descarga será mortal para os oceanos e isso vai afectar-nos a todos”, disse Seong Gon-wi, membro do Partido Democrático da Coreia do Sul, durante uma conferência de imprensa no Clube de Correspondentes Estrangeiros do Japão (FCCJ, na sigla inglesa).
A oposição apontou que a libertação das águas representa “uma séria ameaça para os oceanos” e que, por se tratar de um acontecimento sem precedentes, terá também “consequências sem precedentes”, além de violar vários tratados internacionais.
“Apesar das alternativas que existem, eles insistem na descarga e vão colocar toda a humanidade em perigo só por dinheiro. Por que não despejam a água no Japão se é tão seguro?”, questionou Yoon Jae-kab, do mesmo partido.
Também a associação de pescadores de Jeolla do Sul, no sudoeste da Coreia do Sul, que esteve presente na conferência, manifestou descontentamento com as consequências que o derrame pode ter para a indústria e para a possível diminuição do consumo de peixe e marisco local devido à desconfiança da população.
“A indústria pesqueira sul-coreana vai sofrer grandes danos e, por isso, devem adiar a decisão até que a segurança seja garantida”, sugeriu Park Yeon-hwan, representante do grupo, acrescentando que “o oceano não é um depósito de resíduos nucleares”.

Padrões de segurança
A resposta sul-coreana ocorre depois de a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) ter apoiado a 04 de Julho o plano japonês para libertar no mar água tratada da central nuclear de Fukushima, dizendo que as medidas tomadas pelo país asiático estão “de acordo com os padrões de segurança internacional”.
A água altamente contaminada gerada pela central é processada nos chamados circuitos ALPS (Sistema Avançado de Processamento de Líquidos), para remover a maior parte dos elementos radioactivos, com excepção do trítio, sendo novamente armazenada antes de ser lançada ao mar.
O Governo japonês e a Tokyo Electric Power (TEPCO), proprietária da central de Fukushima, tomaram a decisão devido à impossibilidade de continuar a armazenar água em tanques instalados em terrenos da central, por falta de espaço físico.

13 Jul 2023

Tailândia | Candidato a primeiro-ministro afirma-se alvo de manobra ilegal

O candidato a primeiro-ministro da Tailândia, Pita Limjaroenrat, que venceu as eleições legislativas de maio e corre o risco de ser suspenso da Assembleia Nacional, afirmou ontem estar a ser alvo de uma “manobra ilegal”.
“Estou a manter o ânimo”, disse aos jornalistas na Assembleia Nacional, denunciando o que considera como um processo injusto desencadeado pela Comissão Eleitoral, que no limite o pode impedir de formar um novo Governo.
A Comissão Eleitoral da Tailândia concluiu que existem provas de que Pita Limjaroenrat violou a lei eleitoral e remeteu o assunto para o Tribunal Constitucional, que poderá ordenar que Pita seja suspenso de funções como deputado até ao anúncio do acórdão.
Em teoria, esta decisão não exclui a possibilidade de Pita ser nomeado primeiro-ministro pelo Parlamento amanhã, uma vez que o cargo não tem de ser ocupado por um deputado, mas é possível que o país venha a enfrentar mais uma crise política.
Pita Limjaroenrat, líder do partido de inspiração social-democrata Mudança para o Futuro (MFP, até agora na oposição), venceu as eleições gerais de Maio, conquistando 151 lugares na Câmara dos Representantes com 500 membros e a maioria dos votos populares.
O MFP formou uma coligação de oito partidos, abrangendo 312 lugares, e tinha previsto consolidar o poder, mas a aprovação dos membros do Senado conservador composto por 250 lugares (não eleito) e que participa na votação para a escolha do primeiro-ministro, dificulta também as aspirações de Pita Limjaroenrat.
O processo contra Pita está relacionado com a alegada posse de ações de uma empresa de comunicação social, o que o impediria de se candidatar a cargos públicos.

Manobras duvidosas
A queixa contra o líder do MFP, apresentada por um membro de um partido político rival, aplica-se à factos alegadamente ocorridos nas eleições gerais de 2019.
Pita já tinha contestado a queixa que se referia ao facto de não ter incluído as ações numa declaração de bens obrigatória.
O caso que a comissão remeteu para o tribunal “vai além de uma violação técnica da lei eleitoral” sendo que Pita é acusado de se ter candidatado “em consciência” de que era inelegível: uma violação criminal punível com uma pena máxima de prisão de três anos e/ou uma multa até 60.000 baht (1.720 dólares).
O vice-primeiro-ministro Wissanu Krea-ngam, principal conselheiro jurídico do Governo, foi citado como tendo dito que se o líder do partido fosse considerado não qualificado, as eleições poderiam ser anuladas e convocada nova votação.
Desde as eleições que os opositores políticos temem que o poder conservador tailandês recorra ao que consideram “truques sujos”.
Durante uma década e meia, os conservadores, apoiados pelos militares, utilizaram repetidamente os tribunais e organismos como a Comissão Eleitoral para emitir decisões controversas com o objectivo de paralisar ou afastar adversários políticos.
A dissolução, em 2019, do partido Futuro em Frente, precursor do actual Mudança para o Futuro, desencadeou protestos de rua por parte de activistas pró-democracia, que só abrandaram durante a pandemia de covid-19.

Nação atribulada
A Comissão Eleitoral considerou que existiam provas suficientes para remeter para o Tribunal Constitucional o caso de Pita, acusado de possuir acções de um canal de televisão, contrariando a lei.
Entretanto, O presidente da Comissão Eleitoral, Ittiporn Boonprakong, disse à Agência France-Presse que recomendava a suspensão de Pita, de 42 anos, que enfrenta prisão, perda de mandato e risco de inelegibilidade durante vinte anos.
O reino da Tailândia espera um novo primeiro-ministro após quase uma década de regime militar que viu as liberdades fundamentais serem restringidas e o crescimento económico estagnar.
A Comissão Eleitoral é um organismo que está implicado em várias das crises que caracterizam a vida política tailandesa, entre a interferência do Exército e do poder judicial no processo democrático e as manifestações, por vezes violentas.
Desde o fim da monarquia absoluta, em 1932, a Tailândia enfrentou mais de dez de golpes de Estado.
A decisão do Tribunal Constitucional de dissolver o partido da oposição levou milhares de jovens para as ruas a favor de uma reforma profunda da monarquia.
O programa do partido de Pita inclui uma nova Constituição, o fim do serviço militar obrigatório para os homens, a abertura do país a novos mercados e a legalização do casamento para todos.

13 Jul 2023

Portugal perdeu 1,2 MME com benefícios e isenções a companhias aéreas

Portugal perdeu 1,2 mil milhões de euros (MME) em receitas fiscais por “subtributação” das companhias aéreas em 2022, segundo um estudo ontem divulgado pela organização ambientalista Zero, que defende que se aplique ao sector o princípio do poluidor-pagador.
Segundo os mesmos dados, além da perda de receita fiscal, a concessão de isenções e benefícios fiscais ao sector da aviação levam ainda a um acréscimo de 34,8 milhões de toneladas de emissões de dióxido de carbono para a atmosfera.
“Em 2025, caso os governos nacionais e da UE não acabem com estes benefícios, o buraco fiscal aumentará para 47,1 mil milhões de euros na Europa, e 35,7 mil milhões de euros na UE”, refere, acentuando que isto significa também um “buraco crescente na redução de emissões de dióxido de carbono”.
No caso de Portugal, refere a Zero, a “borla fiscal” que em 2022 ascendeu a 1,2 mil milhões de euros, irá atingir mais de 1,4 mil milhões de euros, caso não haja uma revisão dos benefícios atribuídos às companhias aéreas que operam no país.
Num apanhado da situação em Portugal, a Zero aponta à isenção fiscal no combustível dos aviões, a isenção do IVA nos bilhetes ou a aplicação da taxa reduzida de 6 por cento nos voos domésticos continentais ou a “inexpressiva taxa de carbono fixa de dois euros por bilhete”.

Contas mal feitas
Segundo a Zero, só a TAP beneficiou em 2022 de 450 milhões de euros em isenções e subsídios fiscais, sendo “270 milhões de euros por via directa de impostos sobre o combustível e sobre o preço do carbono e 180 milhões por via indirecta do IVA e taxas de que os seus passageiros beneficiam”.
Para a associação ambientalista é, por isso, urgente aplicar o princípio do poluidor-pagador na aviação, colocando as companhias e os passageiros “a custear todos os prejuízos climáticos e ambientais que originam”.
Assim, defende, no curto prazo, Portugal deve aplicar taxas que lhe permitam reduzir o ‘buraco’ fiscal, com a Zero a precisar que a taxa deveria rondar, em média, os 20 euros por viagem doméstica, os 48 euros por viagem intraeuropeia e os 281 nos voos intercontinentais, e equacionando uma diferenciação no valor consoante o número de viagens por passageiro.

13 Jul 2023

Segurança | Pequim e Ilhas Salomão assinam acordo de cooperação

A assinatura do novo acordo em matérias securitárias solidifica a influência da China na região

 

As Ilhas Salomão assinaram ontem um acordo com a China para aumentar a cooperação em “assuntos de segurança e aplicação da lei”, suscitando preocupações entre os parceiros tradicionais da ilha, incluindo Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos.

O acordo, cujos detalhes não foram divulgados imediatamente, consta de uma declaração conjunta divulgada ontem, após uma reunião realizada na segunda-feira, em Pequim, entre o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e o homólogo das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare.

Como parte dos esforços para construir uma “parceria estratégica abrangente”, os dois lados concordaram em “melhorar a cooperação em questões de segurança e aplicação da lei”, lê-se no comunicado, citado pela imprensa chinesa.

Localizadas a 2.000 quilómetros a nordeste da Austrália, as Ilhas Salomão representam o maior sucesso da China na sua campanha para expandir a presença no Pacífico Sul.

O governo de Sogavare rompeu em 2019 as relações diplomáticas com Taiwan e estabeleceu relações com Pequim.

A China e as Ilhas Salomão assinaram um acordo de segurança em 2022 que suscitou preocupações na Austrália e nos Estados Unidos, sobre a possibilidade de o tratado permitir a construção de uma base militar chinesa no país, uma possibilidade negada por Honiara.

A China já treinou agentes da polícia das Salomão e doou armas e equipamento de controlo de distúrbios, como veículos com canhões de água.

Com 700.000 pessoas, as Salomão são compostas por seis ilhas principais e cerca de 900 ilhas menores. O território passou por períodos de tensão étnica, durante os quais Austrália, Nova Zelândia e outras nações insulares do Pacífico enviaram forças para ajudar a restaurar a ordem.

Jogo da corda

Após a aproximação de Sogavare a Pequim, os EUA comprometeram-se a reabrir uma embaixada em Honiara e os países aliados aumentaram o envolvimento com a região como um todo.

Biden convocou uma cimeira de líderes das Ilhas do Pacífico em Setembro para revelar uma estratégia que inclui a cooperação em questões de alterações climáticas, segurança marítima e prevenção da pesca predatória.

O governo norte-americano também prometeu doar 810 milhões de dólares às nações insulares do Pacífico na próxima década, incluindo 130 milhões para lidarem com os efeitos das alterações climáticas.

Sogavare também reuniu com o Presidente chinês, Xi Jinping, na segunda-feira, e a declaração conjunta incluiu uma referência à cooperação de “alta qualidade” sob o projecto “Uma Faixa, Uma Rota”, que visa construir portos, rodovias, e outras infraestruturas financiadas por empréstimos chineses.

As Ilhas Salomão já garantiram um empréstimo de 66 milhões dólares do Banco de Exportação e Importação da China para erguer 161 torres móveis construídas e administradas pela gigante chinesa das telecomunicações Huawei.

Em 2018, as Salomão concederam à Huawei um contrato para uma rede subaquática de cabos de telecomunicações, financiada em conjunto pela Austrália. A China também está a construir instalações para as ilhas sediarem os Jogos das Ilhas do Pacífico de 2023.

12 Jul 2023

Coreia do Norte adverte EUA sobre “espionagem aérea”

As autoridades norte-coreanas deram conta da passagem de uma aeronave dos Estados Unidos a cerca de 400 quilómetros da costa e ameaçam retaliar com “acções claras e contundentes” se a situação se repetir

 

A irmã de Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, advertiu segunda-feira os Estados Unidos pelas alegadas operações de “espionagem aérea” que aeronaves norte-americanas realizaram nos últimos dias sobre a costa leste daquele país asiático.

Kim Yo-jong sublinhou que “um avião de reconhecimento estratégico da Força Aérea dos EUA realizou novamente o reconhecimento aéreo da parte oriental da RPDC [República Popular Democrática da Coreia, o nome oficial da Coreia do Norte] ao entrar nos céus da Zona Económica Especial (ZEE) acima da Linha de Demarcação Militar (MDL)”, de acordo com um comunicado divulgado pela agência de notícias estatal KCNA.

As Nações Unidas (ONU) definem ZEE como as águas que se estendem até 200 milhas náuticas (cerca de 370 quilómetros) das costas de um país, que tem o direito de explorá-las, enquanto o espaço aéreo costuma estar associado às águas territoriais, que atingem até a 12 milhas náuticas (cerca de 22 quilómetros) da costa.

De acordo com Kim, o avião, que “se retirou antes da chegada da Força Aérea do Exército do Povo Coreano”, cruzou novamente a MDL – que divide a península coreana e as suas águas circundantes – rumo ao norte por volta das 8:50.

O dispositivo, acrescentou, “executou uma grave provocação militar ao realizar o reconhecimento aéreo” sobre as águas da ZEE norte-coreana, chegando a estar a cerca de 400 quilómetros da costa sudeste do país.

 

Outras violações

A mensagem de Kim Yo-jong surge horas depois do regime norte-coreano ter acusado Washington, numa outra declaração, de violar o seu espaço aéreo com um avião de reconhecimento estratégico.

Kim insistiu que as acções dos EUA são “claramente uma grave violação da soberania e segurança norte-coreana”.

A irmã do líder, que é vice-directora de propaganda do regime, alertou que Pyongyang responderá com “acções claras e contundentes” se um avião dos EUA sobrevoar as suas águas da ZEE novamente.

Em 1969, o regime abateu, matando todos os 31 ocupantes, um avião de reconhecimento norte-americano EC-121 que alegadamente sobrevoou a ZEE.

Após o fracasso das negociações de desnuclearização de 2019, as tensões aumentaram novamente na península coreana.

Pyongyang rejeitou qualquer iniciativa de diálogo e realizou um número recorde de testes de mísseis, enquanto Seul e Washington retomaram os seus grandes exercícios conjuntos e mobilizaram regularmente meios estratégicos dos EUA na região.

12 Jul 2023

Direito de Resposta

Exmo. Senhor,

Carlos Morais José

Director do Jornal Hoje Macau

Pátio da Sé, Nº 22, Edf. Tak Fok, R/C, Macau

 

Assunto: Pedido de publicação de um Direito de Resposta acerca do artigo “Tudo tem o seu tempo”, da autoria do Sr. João Santos Filipe – Jornal Hoje Macau 10 de Julho de 2023.

 

Exmo. Senhor,

 

Ao abrigo do Direito de Resposta consignado na Lei de Imprensa, e enquanto membros do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas, para os devidos efeitos concernente à publicação mencionada no assunto em epígrafe, vimos por esta via solicitar a publicação deste esclarecimento relativamente ao conteúdo do artigo Tudo tem o seu tempo, da autoria de João Santos Filipe, publicado no Jornal Hoje Macau no dia 10 de Julho de 2023.

A posição expressa no artigo intitulado “A Oportunidade Perdida”, que foi publicada nas redes sociais, a que o Jornal Hoje Macau teve acesso, e se baseou para tecer considerações sobre as alterações à Lei que regulam o Conselho das Comunidades Portuguesas, aprovada na última sexta-feira, 7 de Julho de 2023, não é da autoria dos Conselheiros das Comunidades Portuguesas do Círculo China, Macau e Hong Kong, nem a reacção à votação pode ser atribuída individualmente à Conselheira Rita Santos, conforme referido no artigo supra mencionado, porquanto se trata de um comunicado emitido pelo Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas, composto por membros representantes das diversas comunidades Portuguesas espalhadas pelo Mundo, cuja lista segue abaixo, para referência desse jornal e do autor do artigo.

Agradecendo ao Jornal Hoje Macau a atenção dispensada na elaboração do artigo referente ao comunicado do CP do CCP (A Oportunidade Perdida), julgamos de elementar justiça que o texto seja publicado na íntegra, juntamente com a publicação deste direito de resposta, por forma a não suscitar qualquer dúvida em relação à posição colectiva do Conselho Permanente, cujo conteúdo passo a citar:

 

A OPORTUNIDADE PERDIDA

 

Hoje, após meses em espera, finalmente a Assembleia da República aprovou, com os votos do grupo parlamentar do PS e da deputada do PAN o texto com alterações para a Lei 66-A, que regulamenta o CCP.

Infelizmente deixaram de avançar com diversos temas e acabaram por aprovar outros que jamais foram objeto de diálogo prévio com o CCP como, por exemplo, a limitação de mandatos aos conselheiros; o que não se exige dos deputados.

O PS talvez tenha considerado que a maioria absoluta permite decidir mesmo sem levar em causa as históricas pautas do CCP e a manifestação de outros grupos parlamentares. Aprovação houve, é verdade, mas com declarações das mais variadas tendências naquela Casa da Democracia. PSD, Chega, IL, PCP e Bloco de Esquerda, todos manifestaram pública e contundentemente seu descontentamento com o processo.

Ratificadas as alterações, o texto, em breve, irá à apreciação do Presidente da República. Vamos continuar a acompanhar atentamente, relembrando que a oportunidade perdida, expressão repetida por quase todas as intervenções, continuará a ser objeto de radical crítica do atual CCP.

Poderíamos ter avançado com a adopção de políticas que melhor servissem às Comunidades e a sua ligação no sentido de reforçar a coesão nacional, com uma melhor estrutura, com o plenário a meio de mandato, com o piloto do voto eletrónico descentralizado, com deveres e direitos dos conselheiros mais detalhados e com uma regulamentação que desse ao CCP uma verdadeira autonomia, como deve ter qualquer órgão de consulta do Governo.

Tivemos um revés, mas não desanimaremos. Que a responsabilidade seja de quem efetivamente deixou passar essa oportunidade.

Lisboa, 07 de Julho de 2023.

 

Pelo: Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas

 

◦        Amadeu José Santos Batel – Suécia (Vice-Presidente)

◦        Ângelo Leite Horto – Rio de Janeiro, Brasil

◦        António Manuel Mota da Cunha – Londres e Manchester e Dublin, Reino Unido

◦        Flávio Alves Martins – Rio de Janeiro, Brasil (Presidente)

◦        Maria de Lurdes Almeida Traça, Caracas, Venezuela

◦        Maria Lígia Gonçalves Sardinha

◦        Fernandes – Cabo, África do Sul

◦        Nelson Ponta Graça – São Francisco, EUA

◦        António Paulo Neves Marques – Paris, França

◦        Paulo Jorge de Jesus Martins – Boston, EUA

◦        Pedro Cláudio Caldeirinha Rupio – Bélgica

◦        Rita Botelho dos Santos – China, Macau, Hong Kong

 

Finalmente, e tendo em consideração que o artigo publicado pelo Jornal Hoje Macau, inicia o texto com referência inadequada aos Conselheiros das Comunidades Portuguesas do Círculo China, Macau e Hong Kong, vai esta solicitação de publicação de um Direito de Resposta assinado pelos três conselheiros que compõem o Conselho das Comunidades Portuguesas do Círculo China, Macau e Hong Kong.

 

O Gabinete dos Conselheiros das Comunidades Portuguesas do Círculo da China, Macau e Hong Kong, aos 11 de julho de 2023.

 

Pel´o Gabinete

 

Comendadora Rita Santos

Membro do Conselho Permanente do Conselho das Comunidades Portuguesas

Presidente do Conselho Regional da Ásia e Oceânia do Conselho das Comunidades Portuguesas

 

 

Armando de Jesus

Conselheiro do Conselho das Comunidades Portuguesas

 

 

Gilberto Camacho

Conselheiro do Conselho das Comunidades Portuguesas

 

 

Nota da Redacção

 

O texto a que se refere o Direito de Resposta foi publicado na página de Facebook “Conselho das Comunidades Portuguesas da China, Macau e HK – 葡國委員會(中國、澳門、香港)” que tem sido utilizada para partilhar comunicados dos Conselheiros das Comunidades Portuguesas do Círculo China, Macau, Hong Kong, encontros de Rita Santos com amigos e que apresenta o seguinte endereço electrónico: rsantos@atfpm.com. Sendo verdade que a publicação em causa atribui no final o comunicado ao “Conselho Permanente do CCP”, do qual Rita Santos faz parte, também é verdade que na publicação, e ao contrário do que acontece neste Direito de Resposta, não surgem identificados os outros membros.

12 Jul 2023

Pelo menos 1.350 migrantes chegaram à ilha entre domingo e segunda-feira

Cerca de 1.350 migrantes chegaram à ilha italiana de Lampedusa entre domingo e segunda-feira sendo que o centro de acolhimento aloja mais de duas mil pessoas depois dos contínuos desembarques dos últimos dias.

De acordo com a imprensa italiana, durante a noite a Guarda Costeira localizou sete embarcações precárias com cerca de 350 pessoas e que foram desembarcadas em Lampedusa.

Na segunda-feira ocorreram 23 desembarques com 1.007 pessoas no total.

Nas últimas barcaças resgatadas durante a última noite, as autoridades referem que foram desembarcadas entre 45 a 70 pessoas de origem síria, marroquina, tunisina, senegalesa além de cidadãos da Costa do Marfim e da Libéria.

Alguns grupos informaram que partiram de Sfax, em Tunes e uma outra embarcação com 70 pessoas a bordo, entre as quais nove mulheres e 11 menores de idades, zarparam da localidade de Kerkennah, também na Tunísia.

O centro de acolhimento da ilha italiana volta a encontrar-se lotado.

De acordo com o Ministério da Administração Interna italiano, a delegação regional do governo em Agrigento, a que pertence Lampedusa, ordenou a transferência de 600 migrantes para os portos de Messina e Reggio Calabria e outros 300 embarcaram num ferry em direção a Porto Empedocle.

A subir

No domingo, chegou ao ancoradouro de Brindisi, região da Apulia (sul de Itália), o navio da organização não-governamental espanhola Open Arms que nos dias anteriores resgatou, em seis operações, 299 pessoas, entre as quais 90 menores de idade e 23 mulheres.

Os migrantes resgatados pela Open Arms são oriundos do Sudão, Eritreia, Egipto, Etiópia, Síria, Tunísia, Costa do Marfim, Senegal, Nigéria, Burkina Faso e Mali.

Dados actualizados na segunda-feira, publicados pelo Governo de Itália, indicam que 71.601 migrantes chegaram às costas italianas desde o princípio do ano.

Em igual período do ano passado desembarcaram 30.939 pessoas em Itália.

12 Jul 2023

Moçambique | “Somos!” angaria 30 mil patacas para minibiblioteca

Uma campanha de solidariedade em Macau angariou perto de 30 mil patacas para a construção de uma minibiblioteca na escola Matchik-Tchik, em Moçambique, disse ontem à Lusa a associação local responsável pela iniciativa.
A primeira tranche do valor angariado no evento “Moçambique: um conto solidário”, organizado pela Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (ACLP), seguiu na segunda-feira para Maputo, capital moçambicana.
“Nesta primeira tranche transferimos cerca de 11.300 patacas para suportar os custos do arquitecto e a compra do material necessário para se arrancar com a obra”, notou a presidente da Somos-ACLP, Marta Pereira.
O envio do restante montante vai ser efectuado à medida que as obras forem avançando. Para erguer a minibiblioteca na escola primária, deverão ser necessárias cerca de 28 mil patacas, estimou a responsável, realçando que “há sempre alterações e imprevistos”.
“Gostaríamos de ajudar com a compra de secretárias e a remodelação das instalações sanitárias. Todavia, auscultámos os professores da escola e outros agentes intervenientes neste processo e, desde o início, a escolha recaiu sobre a estrutura da minibiblioteca”, acrescentou Marta Pereira, notando que o espaço de leitura não vai servir apenas as crianças do estabelecimento de ensino, mas a zona que este serve, o bairro de Polana Caniço.

Historial de ajuda
A Somos-ACLP, que está a trabalhar no projecto com a associação cultural moçambicana Hodi Maputo Afro Swing, calcula que a biblioteca esteja concluída antes do início do próximo ano lectivo.
“Seria um grande arranque para todos os meninos e professores daquele bairro de Moçambique”, referiu a presidente da associação.
Em 2020, a Somos-ACLP lançou uma campanha de solidariedade com vista a apoiar crianças desfavorecidas em São Tomé e Príncipe na compra de material escolar.
No ano seguinte, a ajuda iria chegar às mulheres da Guiné-Bissau, mas “a pandemia trocou as voltas” e o projecto acabou por não avançar.
O objectivo passava por “ajudar com roupa ou pensos higiénicos reutilizáveis meninas de casas de acolhimento, contraceptivos para meninas deficientes”, além de “alimentação para mulheres que trabalham na escavação de pedras e na apanha de areias para sustentar famílias, nas zonas rurais”.
À Lusa, Marta Pereira diz que gostaria de recuperar a ideia para a próxima “iniciativa solidária”, em 2024.

12 Jul 2023

PCC | Xia Baolong assume supervisão das directrizes em Macau

O chefe do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Executivo chinês, Xia Baolong, foi nomeado ontem director de um novo órgão encarregue de vigiar a aplicação das políticas do Partido Comunista (PCC) em Macau e Hong Kong.
Segundo a imprensa local, Xia presidiu a uma reunião do novo gabinete, que tem sede em Pequim.
O novo escritório vai reportar directamente ao Partido Comunista Chinês (PCC), e não ao Conselho de Estado, como ocorreu até agora.
Em Março passado, o PCC aprovou a integração do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado chinês (Executivo) num novo órgão, chamado Escritório Central de Trabalho para Hong Kong e Macau, sob alçada do Comité Central do Partido e encarregue de concretizar os planos de Pequim para os territórios.
Este novo escritório vai supervisionar se as regiões administrativas especiais estão a “proteger a segurança nacional e o princípio ‘um país, dois sistemas’” e apoiar a “integração de Hong Kong e Macau nos planos de desenvolvimento nacional”.
Pequim reforçou o seu controlo político sobre Hong Kong desde os protestos em massa em 2019, aos quais respondeu com a lei de segurança nacional que pune com prisão perpétua acusações como “terrorismo”, “secessão” ou “conluio com forças estrangeiras”.
Pequim defende que recolocou Hong Kong “no caminho democrático correcto” e que “salvou a região do caos” com a lei de segurança nacional, à qual também foi adicionada uma reforma eleitoral destinada a garantir que o território é governado por “patriotas”.

12 Jul 2023

EUA | Pequim pede medidas concretas para atenuar preocupações com sanções

A recente visita da secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen foram classificadas como positivas pelas autoridades chinesas que pedem agora que os progressos alcançados nas negociações sobre sanções se façam agora sentir no terreno

 

A China qualificou ontem como construtiva a visita da secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, a Pequim e pediu a Washington que adopte medidas concretas para responder às suas preocupações com sanções impostas contra empresas do país asiático.

“As reuniões foram francas e construtivas e espera-se que Washington mantenha uma atitude pragmática e racional. Os Estados Unidos devem tomar medidas concretas para responder às preocupações da China sobre sanções e restrições”, disse ontem o ministério das Finanças do país asiático, em comunicado.

O ministério referiu que, nos últimos anos, os EUA introduziram “sanções e medidas restritivas contra a China, que lesaram os interesses e direitos legítimos das empresas chinesas”.

“Durante as reuniões com Yellen, o lado chinês reiterou as suas preocupações e pediu que os EUA removem as taxas alfandegárias punitivas impostas sobre bens importados da China, parem de reprimir empresas chinesas, tratem o investimento bilateral de maneira justa, não imponham controlos nas exportações para a China e cancelem a proibição de importação de produtos oriundos da região de Xinjiang”, é indicado no comunicado.

A nota sublinhou que para uma relação económica bilateral ser saudável ambas as partes devem “respeitar os respectivos direitos e interesses legítimos da outra parte”.

“A concorrência saudável deve seguir os princípios da economia de mercado e as regras da Organização Mundial do Comércio. A China está empenhada em continuar a abrir-se e sempre esteve empenhada em acelerar a criação de um ambiente de negócios baseado na Lei”, acrescentou o comunicado.

As divergências entre os dois países “não devem ser motivo de distanciamento de ambas as partes”, mas antes “motivo para fortalecer os intercâmbios e o diálogo”.

Segundo Pequim, o desenvolvimento da China constitui “uma oportunidade e não um desafio para os Estados Unidos”.

“A China e os EUA devem buscar o consenso. O desenvolvimento chinês traz benefícios, não riscos. O fortalecimento da cooperação é a opção certa para os dois países”, concluiu o ministério.

As reuniões com Yellen “mostraram que a China está disposta a cooperar para enfrentar os desafios globais, incluindo a estabilidade macroeconómica e financeira global, as alterações climáticas ou problemas de dívidas soberanas”, lê-se na mesma nota.

A visita de Yellen terminou com reuniões de alto nível para melhorar a comunicação entre os dois lados, especialmente na parte económica, embora ambos os países reconheçam que continuam a existir diferenças importantes.

 

Regras da competição

Nos quatro dias que passou na capital chinesa, Yellen reuniu-se com os principais formuladores de política económica do país asiático, entre eles o primeiro-ministro, Li Qiang, o novo chefe do Partido Comunista Chinês (PCC) no banco central, Pan Gongsheng, o ministro das Finanças, Liu Kun, e o vice-primeiro-ministro, He Lifeng.

Yellen afirmou durante a visita que “uma separação entre as duas maiores economias do mundo seria desastrosa para ambos os países e desestabilizadora para o mundo”, mas também expressou preocupação “com acções coercivas contra empresas norte-americanas” e pediu uma competição saudável “baseada em regras”.

Os dois lados abordaram as restrições que os EUA impuseram no ano passado à exportação de ‘chips’ semicondutores para a China, uma medida que visa limitar a capacidade de Pequim de desenvolver supercomputadores, sistemas militares avançados ou sistemas de inteligência artificial.

Pequim respondeu com limitações à exportação de gálio e germânio, dois metais fundamentais para o fabrico de semicondutores, produto que está no centro das tensões comerciais e tecnológicas entre os dois países.

11 Jul 2023