Andreia Sofia Silva EventosConcerto | Tom Jones chega à região vizinha em Março O cantor galês com uma longa carreira musical, pautada por sucessos como “Sex Bomb” ou “What’s New, Pussycat?” traz a Hong Kong a sua digressão mundial “Ages & Stages Tour” que passa por várias salas de espectáculo na Ásia, Europa e América Latina. Na região vizinha, actua na sala do AsiaWorld Expo dia 16 de Março “Ages & Stages Tour” é o nome da digressão que o músico galês Tom Jones, nome artístico de Thomas Jones Woodward, traz a vários países da Ásia e também a Hong Kong. No dia 16 de Março, no recinto da AsiaWorld Expo, os fãs de um dos mais aclamados músicos pop e dono de uma voz poderosa poderão ouvir os seus maiores êxitos, nomeadamente “Sex Bomb”, “It’s Not Unusual”, “She’s a Lady” ou “What’s New, Pussycat?”, mas também novas músicas do seu mais recente álbum, “Surronded by Time”, lançado em 2021. A digressão, anunciada em finais do ano passado, faz um périplo por várias cidades asiáticas, nomeadamente Kuala Lumpur, na Malásia, Singapura, Taipei e Tailândia, partindo depois para a Austrália onde uma série de concertos decorrem nas principais salas de espectáculo do país entre Março e Abril, sem esquecer a Nova Zelândia. Segue-se depois a América Latina, com concertos em países como o Chile, com regresso às principais cidades europeias até Agosto. Esta é a oportunidade para o público ouvir e ver ao vivo o cantor de 83 anos de idade que já conta com uma carreira de 60 anos. “Ages & Stages Tour” marca também o regresso de Tom Jones à Austrália, onde esteve a última vez em 2016. Tom Jones irá partilhar o palco em algumas datas com a banda pop Germein. O seu último álbum foi produzido por outro ícone da música, Elton John, que colaborou com Tom em músicas mais recentes, nomeadamente “Long Lost Suitcase”, de 2015, “Spirit in the Room”, de 2012, ou “Praise & Blame”, de 2010. Ao longo da sua carreira Tom Jones já vendeu mais de 100 milhões de discos e venceu vários prémios Grammy. Voz de tenor Considerado por muitos críticos como tendo uma voz de tenor, Tom Jones começou a sua carreira nos anos 60 e não mais deixou os palcos. A primeira experiência aconteceu em 1963 com um grupo galês de Beat “Tommy Scott and the Senators”, que chegou a gravar alguns álbuns, sem grande sucesso. Foi então que se deu o contacto de Tom Jones com Gordon Mills, que lhe atribuiu o nome artístico, e levou-o para Londres após se tornar seu empresário. A partir desse momento a carreira de Tom não mais deixou de escalar até atingir a fama: o primeiro single, lançado em 1964, “Chills and Fever”, não teve um grande sucesso, mas “It’s Not Unusual” bateu recordes de vendas, atingindo o primeiro lugar no Reino Unido e chegado ao top dos dez singles mais vendidos nos EUA naquele ano. Ainda em 1965 Tom Jones gravou um tema para um filme de James Bond, “Thunderball”, além de ter lançado “What’s New, Pussycat?”. O primeiro Grammy da sua carreira, obtido na categoria de “Melhor Novo Artista” foi obtido logo em 1966. Ao longo dos anos o artista soube manter-se nas tabelas e nas pistas de dança. Já nos anos 90, saiu mais um êxito, “Sex Bomb”, que ganhou versões remixadas e que marca presença em qualquer festa. Em Março, poderá ser a vez de ouvir esta e outras canções na pista e no palco do AsiaWorld Expo.
Andreia Sofia Silva Entrevista MancheteHong Zhang, académica: “Não há uma crise chinesa iminente” Hong Zhang, bolseira de pós-doutoramento em política pública da China no Ash Center da Harvard Kennedy School, defende que a economia chinesa poderá abrandar a curto prazo, embora uma possível crise económica não seja algo “iminente” nem comparável à crise do subprime de 2008. Sobre os investimentos no sector das infra-estruturas, Hong Zhang fala de um novo posicionamento das empresas chinesas como principais investidoras O seu trabalho foca-se no estudo da política económica chinesa em torno dos investimentos em infra-estruturas e na relação com a diplomacia do país. Que análise faz à evolução desta relação nos últimos anos? Na era maoísta, entre os anos 50 a 70, a China começou a recorrer a diversos projectos estrangeiros para construir ligações com países desenvolvidos ou com as nações que tinham obtido a sua independência recentemente. Depois da transição económica da China nas décadas de 70 e 80, alguns destes apoios concedidos no estrangeiro tornaram-se práticas comerciais, sendo que as entidades que concederam estes apoios tornaram-se nas primeiras a terem permissão para fazer negócios a nível mundial. Tal significa que foram as primeiras a terem presença noutros países e a desenvolverem projectos de construção de infra-estruturas, o que levou experiência estrangeira para a China, muito necessária na altura. De um ponto de vista histórico, esses projectos com ajuda [da China] tornaram-se próximas daquilo que temos hoje em dia. Nos últimos anos a China concedeu vários empréstimos para países em desenvolvimento, pretendendo promover a sua indústria nesses países. Traço também um olhar sobre a estrutura desta indústria [de infra-estruturas] porque é muito dominada por empresas do Estado que competem bastante entre si e que não estão muito coordenadas. Por isso é que, em muitos mercados estrangeiros, vemos empresas que, a fim de competir pela obtenção de contratos, se anulam mutuamente. Claro que os empréstimos concedidos pela China desempenharam um importante papel para que as grandes empresas chinesas pudessem ganhar projectos de infra-estruturas de larga escala, nomeadamente a construção de auto-estradas ou centrais de energia hidroeléctrica. São projectos que acarretam elevados riscos e, por norma, não são financiados por outras fontes, tal como o Banco Mundial ou outros apoios bilaterais. Isso tornou-se num nicho de mercado para as empresas chinesas, daí que tenhamos visto, nos últimos anos, tantos projectos de larga-escala apoiados pela China. Contudo, devemos ter em atenção que este modelo se baseia em empréstimos governamentais, muitos deles concedidos [directamente] entre Governos. Este modelo vai, provavelmente, chegar ao fim dado o elevado número de empréstimos concedidos nos últimos dez anos, pois muitos países em desenvolvimento terão atingido o seu limite de endividamento. Pode assistir-se cada vez mais a processos de reestruturação de dívida? A grande preocupação reside no facto de muitos países se terem endividado tanto que terão de reestruturar as suas dívidas. Vamos começar a ver cada vez mais modelos alternativos [de financiamento] da parte de algumas empresas líderes da China, com estas a irem directamente para os países investir o seu capital. Penso que o Governo chinês está interessado em trabalhar com empresas europeias ou instituições financeiras para promover [o know-how chinês em matéria de infra-estruturas] e para fazer esta indústria crescer em todo o mundo. Ter a fonte de financiamento é uma coisa, mas ter empresas com capacidade para construir estes projectos é outra coisa. Este modelo alternativo de financiamento também existe na estratégia “Uma Faixa, Uma Rota”? Esta estratégia depende de muita mobilização, e não funciona apenas se Pequim tiver uma ideia concreta, programas e linhas de financiamento para a promover. Só funciona se forem mobilizadas numerosas empresas e actores nacionais para trabalharem em conjunto nesta direcção. Claro que funciona porque há muitos interesses envolvidos e estas empresas têm interesse em ir para mercados estrangeiros, obter novos contratos e ganhar determinados projectos. Há uma espécie de modelo de negócio em torno da estratégia “Uma Faixa, Uma Rota”. Além disso, o novo modelo [de financiamento] que referi é relativamente novo neste sector [das infra-estruturas]. Hoje em dia só as grandes empresas chinesas podem passar para a posição de investidores em projectos de infra-estruturas e não apenas partes contratantes. Porquê? Porque, por definição, os projectos de infra-estruturas acarretam elevados riscos. Qualquer investidor mostra–se reticente em investir neste tipo de projectos e espera, primeiro, que funcionem a longo prazo. Normalmente esse papel [de investimento] é do Governo, certo? Nas últimas duas décadas verificou-se, sobretudo nos países em desenvolvimento, a tendência global de apostar nas parcerias público-privadas. Tal implica que o Governo trabalha juntamente com investidores no financiamento e planeamento de projectos, existindo ajustes para que os privados se sintam mais seguros para investir e possam esperar um retorno a longo prazo. Isso está a acontecer com as empresas chinesas, que procuram aderir a esta tendência, mas é algo novo, não tendo ainda conhecimento suficiente ou ferramentas para operar como investidores. Isto é algo novo para quem estuda políticas económicas, como eu, porque vemos as empresas chinesas a desempenharem um papel diferente quando envolvidas em projectos de longo curso, podendo ter uma relação diferente com os accionistas locais, comparada com a que tinham sendo apenas partes contratadas de um projecto. Mas a percentagem de empresas chinesas que tem este novo papel a nível mundial é ainda muito baixa. A China sofre o risco de uma crise económica com impacto mundial, tendo em conta o panorama verificado no sector imobiliário? Se pensarmos numa crise como a que tivemos em 2008 na Europa e nos EUA, a situação na China é muito diferente. Provavelmente não iremos ver este tipo de crise, em que há uma grande instituição financeira a colapsar, com impactos a nível mundial. Na China há muitas questões económicas que são estruturais, ao contrário do que se passa nos EUA e Europa, em que algumas crises se relacionam especificamente com o sistema financeiro. O mais preocupante é que as empresas imobiliárias têm sido, nas últimas três décadas, um importante sector na economia chinesa, e isso está relacionado com inúmeras questões. Quais? Uma delas é que a urbanização da China tem estado muito ligada com o desenvolvimento do imobiliário de duas formas: uma delas é, claro, o facto de as pessoas irem para as cidades e comprarem e construírem casas. Outra, deve-se ao facto de grande parte da receita fiscal dos Governos locais ser oriunda da venda de terrenos, pois todos são do Estado. Para que os construtores consigam desenvolver algum tipo de projecto têm de adquirir terra às autarquias locais, sendo que no sistema fiscal chinês o Governo central fica com uma grande percentagem dessas vendas, deixando os Governos locais com uma pequena percentagem de receitas. As autarquias locais são responsáveis por disponibilizar uma série de serviços à população, como é o caso da educação, existindo um desfasamento entre as receitas obtidas e as suas necessidades de despesa. Por isso é que essas autarquias têm estado cada vez mais dependentes das receitas provenientes da venda de terrenos. Daí que os Governos locais promovam o desenvolvimento do sector imobiliário, o que explica a existência de muitas cidades-fantasma. É um problema estrutural, receando-se que, com o abrandamento do imobiliário, as autarquias locais não tenham receitas suficientes para salários ou outras necessidades sociais da população. Daí o sector imobiliário ser tão importante e gerador de tantas preocupações. Não há também uma ligação à banca? Claro que há um grande apoio dos bancos em relação ao imobiliário, pois os Governos locais apoiam-se em empréstimos. O abrandamento do imobiliário afectaria, sem dúvida, outras áreas da economia chinesa, mas como o sistema financeiro chinês não está tão interligado como o da Europa ou EUA, provavelmente não assistiremos a uma crise como a que se registou em 2008, do subprime, com a falência do Lehman Brothers, que levou ao colapso de outras instituições. Contudo, esta crise será um processo lento, pois as dívidas das autarquias locais vão sempre existir, mantendo-se o modelo da conexão estrutural entre o sector do imobiliário, as receitas dos Governos locais e o desenvolvimento económico em geral. É necessário um novo modelo económico? Sem dúvida que a China precisa de transitar para um modelo diferente do anterior, que é altamente insustentável e a origem de muitos problemas. Mas não vai aparecer uma solução rápida num ano ou dois. Sempre houve este apelo e o Governo sempre teve políticas de reestruturação económica em prol de uma menor dependência das exportações, que era o principal modelo de crescimento antes da crise financeira, ou de um menor afastamento dos investimentos em infra-estruturas ou desenvolvimento urbanístico. Daí que grande parte do que está em causa [a nível económico] se relaciona com o imobiliário. A grande preocupação reside no facto de, como este sector tem sido tão importante na economia, as autoridades não se dariam ao luxo de o deixar abrandar demasiado. Nos últimos anos, devido ao aumento dos preços da habitação, as autoridades adoptaram uma série de medidas para limitar a compra de novas casas, para tentar abrandar o sector. Mas agora que todos falam desta situação [o caso da Evergrande], existe a preocupação de que o Governo possa adoptar medidas de curto prazo que façam com que a economia regresse aos problemas estruturais que sempre enfrentou, e aí não haverá medidas suficientes para reestruturar a economia a longo prazo. A implementação de melhores políticas de reestruturação económica, com, por exemplo, a promoção do consumo interno, para que a economia não se baseie tanto num modelo de exportações e investimento, tem existido. Mas agora há restrições no consumo porque há falta de crescimento salarial e isso relaciona-se com o mercado de trabalho, sobretudo para os jovens que, hoje em dia, têm muita dificuldade em encontrar emprego. Daí que, provavelmente, possamos ver um abrandamento da economia chinesa nos próximos dois anos. Não é uma crise iminente, mas temos de nos preparar para esse abrandamento. Como explica o elevado desemprego jovem no país? É consequência da pandemia ou é um cenário mais estrutural? Penso que é mais estrutural. Claro que a pandemia atingiu as pessoas de forma muito dura, sobretudo as empresas, tendo em conta que as pequenas e médias empresas são principais criadoras de emprego. O nível salarial está a aumentar o que faz com que muitas destas empresas não possam contratar mais, e há um desajustamento, pois muitos jovens têm hoje formação universitária, mas esta pode não ser a qualificação certa para eles. São questões de longo prazo que foram aceleradas pela pandemia.
Andreia Sofia Silva China / ÁsiaChina | Condenada passagem de contratorpedeiro norte-americano pelo Estreito de Taiwan A China condenou ontem a passagem de um contratorpedeiro norte-americano pelo Estreito de Taiwan como uma provocação que “prejudica a paz e a estabilidade” na região, afirmando que as suas forças militares monitorizaram o navio e responderam aos movimentos. “O [contratorpedeiro] Arleigh Burke USS John Finn navegou pelas águas do Estreito de Taiwan a 24 de Janeiro com o objectivo de provocar problemas e procurar notoriedade”, disse ontem o porta-voz Shi Yi, numa declaração publicada na conta oficial do Teatro de Operações Oriental do exército chinês na rede social Weibo. Shi disse que o Exército de Libertação Popular da China organizou tropas para seguir e avistar o navio norte-americano e actuou “de acordo com a lei e os regulamentos”. O porta-voz acusou os EUA de “frequentes actos de provocação” que “minam maliciosamente a paz e a estabilidade regionais”. Assegurou ainda que as forças do Comando do Teatro Oriental da China estão “sempre em alerta” e “defenderão resolutamente a soberania e a segurança nacionais e a paz e a estabilidade regionais”. Rotinas e exercícios O porta-voz do ministério da Defesa chinês, Wu Qian, afirmou ontem que as Forças Armadas chinesas efectuaram recentemente patrulhas conjuntas de rotina no espaço aéreo e marítimo em torno de Taiwan. O porta-voz afirmou que os exercícios militares têm como objectivo “elevar o nível de treino realista das tropas e reforçar a capacidade de defender a soberania e a integridade territorial do país”. Wu sublinhou que a situação real no Estreito de Taiwan é que “a soberania e o território da China nunca foram divididos, e o estatuto legal e o facto de Taiwan fazer parte da China nunca mudaram”. A passagem do USS John Finn pelo Estreito de Taiwan marca o primeiro movimento de um navio de guerra norte-americano na zona desde 13 de Janeiro, data em que se realizaram eleições na ilha.
Andreia Sofia Silva SociedadeIAM | Licenciamento de bares e restaurantes simplificado O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) criou uma nova plataforma para o licenciamento de bares, cafés e restaurantes com o objectivo de “elevar a eficácia do regime de agência única para o licenciamento de estabelecimentos de comidas e bebidas, respondendo às solicitações do sector”. Assim, através da nova secção “Plataforma de apreciação conjunta”, integrada na já existente “Plataforma para Empresas e Associações”, poderão ser feitos todos os procedimentos para o licenciamento destes espaços de restauração, nomeadamente para a obtenção da licença prévia de obra ou da realização da inspecção contra incêndios, a fim de “resolver os problemas enfrentados pelo sector”, esclarece o IAM em comunicado. De frisar que estas mudanças surgem no contexto da entrada em vigor, ontem, do novo regulamento administrativo relativo ao “Procedimento de licenciamento de estabelecimentos de comidas e bebidas segundo o regime de agência única”, originalmente de 2003. Este diploma determina que os empresários que abrem novos negócios nesta área podem tratar online de todos os requerimentos para a obtenção de licenças numa só plataforma. Os documentos submetidos na plataforma única serão transferidos para todos os serviços públicos envolvidos no licenciamento destes espaços. Desta forma promete-se uma gestão sincronizada dos processos, reduzindo o tempo gasto com burocracias. Esta medida inclui ainda a criação do regime de licenciamento prévio de obra, em que os requerentes, mediante a entrega da apólice de seguro, a lista de verificação técnica e declaração na plataforma, recebem um recibo válido com a licença de obra, podendo iniciar os trabalhos no dia seguinte ao da emissão do papel. A nova plataforma promete ainda simplificar os processos de vistoria.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeIC | Cancelado espectáculo com nudez e “linguagem obscena” O Instituto Cultural (IC) cancelou o espectáculo “Made by Beauty” [Feito pela Beleza] que integrava o cartaz deste ano do festival Fringe, e que teve a sua primeira sessão esta terça-feira. Segundo a TDM Rádio Macau, a presidente do IC, Leong Wai Man, o conteúdo do espectáculo não estava de acordo com o que foi apresentado inicialmente pela companhia de teatro Miss Bondy’s Utopia na fase de candidatura ao Fringe, tendo sido sugeridas alterações ao conteúdo da peça. Contudo, a companhia não terá aceite fazer mudanças e o IC avançou para a suspensão do espectáculo. Citada pelo jornal Ou Mun, a presidente do IC lamentou o cancelamento, mas destacou que está em causa o princípio de justiça e que não pode haver situações injustas em relação a outras companhias. No website do Fringe lê-se que a peça foi cancelada devido a “circunstâncias imprevistas”. Ligada ao teatro físico, “Feito pela Beleza” era uma peça com algumas cenas de nudez, que questionava certos valores estéticos da actualidade, como os “lábios vermelhos, costas profundamente decotadas, minissaia, meias de vidro pretas, saltos altos”, num “mundo disparatado, em que é preciso ser-se atraente”. O espectáculo explorava, assim, “os conceitos universais da atracção fisica”, deixando de lado “a moralidade e a racionalidade”, numa fuga “de todos os problemas do mundo através do sarcasmo”. A ideia era “votar na beleza definida por nós e inspirar o mundo em redor com uma atitude astuciosa”. O espectáculo estava classificado como sendo para maiores de 18 anos, tendo a nota “contém linguagem obscena e nudez que poderão ofender a sensibilidade de alguns espectadores”.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaJockey Club | Leong Hong Sai questiona aproveitamento do terreno Várias vozes da sociedade têm questionado o futuro aproveitamento do terreno onde se situa o Macau Jockey Club. Desta vez, é o deputado Leong Hong Sai que pede explicações ao Governo e alerta para que se evitem os erros cometidos na gestão do terreno do Canídromo O fim do Macau Jockey Club deixou várias incertezas quanto ao uso que se dará ao enorme terreno situado no centro da Taipa. O deputado Leong Hong Sai, ligado à União Geral das Associações de Moradores de Macau (UGAMM) pede, em interpelação escrita, que o Governo anuncie o mais cedo possível como será aproveitado o terreno, defendendo o seu uso para a realização de espectáculos de teatro e índole artística. O deputado sugeriu também que poderia ser criado um museu para contar a história das corridas de cavalos em Macau. Leong Hong Sai recorda que, segundo o Plano Director, o terreno fica numa zona destina a habitação, turismo e diversões, pelo que existem limitações quanto ao seu aproveitamento. “Caso se faça o planeamento segundo o Plano Director, o uso do terreno será limitado, mas caso o Governo queira outras condições para a utilização do solo, será inevitável alterar o Plano Director. Qual é então a posição do Governo quanto ao uso do terreno do Jockey Club?”, questionou. Evitar repetições O deputado ligado à UGAMM lembrou ainda a situação do terreno do Canídromo, onde existiram, durante décadas, apostas em corridas de galgos e que fechou portas em 2018, estando ainda sem qualquer utilização definitiva. Nesse sentido, Leong Hong Sai defende um uso provisório para o terreno do Jockey Club. “Sugiro que o Governo alugue parte dos terrenos para fins comerciais para facilitar a gestão, a fim de não se repetir a história do Canídromo, evitando perder-se claros benefícios económicos”, acrescentou. O deputado entende que, uma vez que o terreno do Jockey Club tem uma boa localização na Taipa, numa zona com muita densidade populacional, pelo que, se o aproveitamento do espaço correr bem, pode “trazer benefícios sociais e económicos consideráveis”. Leong Hong Sai revela ainda preocupação com a situação dos cavalos usados nas corridas, um total de 290, lembrando que o Governo colocou a possibilidade de os animais serem enviados para o interior da China para serem utilizados por clubes de hipismo. Contudo, o deputado lembrou que, em Macau, também há uma escola de equitação, ligada ao Jockey Club, questionando se as autoridades podem comunicar com a concessionária para que parte dos cavalos fiquem no território. Recorde-se que a empresa gestora do Jockey Club e o Governo acordaram a cessão do contrato de concessão, que termina em Abril.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeOrquestra | Secretária ignora decisão do tribunal e extingue concurso A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura extinguiu o concurso público para o preenchimento de uma vaga na Orquestra Chinesa de Macau depois do tribunal ter dado razão a uma candidata que contestou os resultados. Tribunal de Segunda Instância obriga agora Elsie Ao Ieong U a republicar lista final com nova classificação de candidatos Elsie Ao Ieong U, secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, extinguiu um concurso público para o preenchimento de uma vaga na Orquestra Chinesa de Macau (OCM) a 15 de Junho de 2022 ignorando a decisão, de 12 de Maio do mesmo ano, do Tribunal de Segunda Instância (TSI), que deu razão a uma das candidatas que contestou a classificação final obtida nesse mesmo concurso. A decisão do TSI, que à data da extinção do concurso já transitava em julgado, obrigava a secretária a publicar nova lista de classificações em que seria atribuída à candidata recorrente “uma classificação final mais elevada do que a da contra-interessada”. Um novo acórdão do TSI, ontem divulgado, vem agora obrigar a secretária a publicar uma nova lista de candidatos seleccionados com as novas classificações. O caso remonta a 17 de Março de 2021, quando o IC publicou, em Boletim Oficial, a lista classificativa final dos candidatos ao concurso para o preenchimento de uma vaga na categoria de técnico superior de segunda classe, primeiro escalão, na área da música chinesa da OCM. Uma das candidatas recorreu da nota obtida, um recurso que foi rejeitado pela secretária. A mulher em questão recorreu depois da decisão de Elsie Ao Ieong U junto do TSI, tendo este tribunal entendido que, ao analisar os currículos dos candidatos ao trabalho, “a Administração não ponderou que, entre 2012 e 2017, [a candidata] tinha prestado serviços ao IC em regime de contrato de prestação de serviços”. Desta forma, o tribunal entendeu que o IC fez “um erro manifesto no exercício de poderes discricionários”, algo que constituiu “o vício de violação de lei”. O facto de a secretária ter decidido extinguir o concurso sem cumprir a decisão do tribunal levou a candidata a interpôr, em Outubro, novamente junto do TSI, uma acção execução para que a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura cumprisse a ordem do tribunal. O caminho certo Na altura em que a secretária declarou extinto o concurso já a decisão do TSI tinha transitado em julgado, pelo que os procedimentos de avaliação dos currículos teriam de ser revistos pelo Governo, publicando-se uma nova lista de candidatos. A segunda decisão do TSI cita um parecer emitido pelo Ministério Público que, baseando-se no Código de Processo Administrativo Contencioso, declara que “as decisões dos tribunais em processos do contencioso administrativo, quando transitadas em julgado, devem ser espontaneamente cumpridas pelos órgãos administrativos no prazo máximo de 30 dias”. Além disso, no caso em questão “não se verificou a causa legítima para o incumprimento da decisão judicial” por parte do Executivo. O cumprimento da decisão implicava, portanto, “a retoma do procedimento concursal no momento imediatamente anterior ao do acto que foi anulado”, ou seja, a publicação da lista de classificação final. O TSI esclarece que mesmo com as mudanças na gestão da OCM, que desde 2021 é gerida pela empresa Sociedade Orquestra de Macau, Limitada, “o procedimento concursal é o mesmo”, pelo que “o correcto caminho” a adoptar pelo Governo seria “continuar com a conclusão do procedimento em causa e, depois, o melhor classificado [do concurso] ser contratado pela nova entidade que passara a gerir a Orquestra Chinesa de Macau”. Cabe agora à secretária publicar a nova lista com classificações dos candidatos no prazo de 20 dias.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCAM | Previsto aumento de passageiros superior a 20% Simon Chan, presidente da comissão executiva da CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau, disse ontem esperar que o número de passageiros este ano seja superior em 20 por cento face ao tráfego registado no ano passado. Quanto às receitas de 2023, registou-se uma recuperação de 65 por cento em relação aos valores de 2019 O turismo tem vindo a recuperar desde Janeiro do ano passado e a prova disso mesmo é que a CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau espera números ainda mais positivos no tráfego de passageiros para este ano. Num almoço de Primavera com órgãos de comunicação social, Simon Chan, presidente da comissão executiva da CAM, disse que este ano pode registar-se um aumento anual no número de passageiros e tráfego aéreo em 20 por cento face ao ano passado, ainda que a situação internacional em matéria de segurança seja complicada. “A situação da segurança internacional e do desenvolvimento económico global é complexa, mas estimamos que o movimento de passageiros e do tráfego aéreo do aeroporto aumentem em mais de 20 por cento”, disse o responsável. Há cerca de duas semanas, o responsável pelo departamento de marketing da CAM, Eric Fong Hio Kin, estimou um aumento do número de passageiros entre 10 e 15 por cento para 2024. Tal significa, com base nesses números, que o número anual de passageiros pode aproximar-se dos seis milhões, acima dos 5,15 milhões de passageiros registados em 2023. Contudo, com os números apontados por Simon Chan, o Aeroporto Internacional de Macau poderá receber este ano 6,3 milhões de visitantes. No que diz respeito às aeronaves executivas, o presidente da comissão executiva da CAM falou de uma subida de 40 por cento, com o volume da carga transportada a poder aumentar nove por cento. Mais voos em vista Tendo em conta a chegada do período de férias associado ao Ano Novo Chinês, Simon Chan referiu também que haverá 13 voos fretados adicionais, incluindo sete para o interior da China, três para Taipei, Taiwan, e mais três para as cidades de Banguecoque, Cam Ranh e Phnom Penh, no sudeste asiático. Estão também previstas várias obras preparatórias do aterro de ampliação do aeroporto. “Vamos lançar muitos concursos públicos para obras de optimização da zona de estacionamento de aviões antes [da construção] do aterro e [respectiva] ampliação do aeroporto. Já começamos a monitorização ambiental e dos recursos hídricos, pelo que prevemos arrancar com as obras do aterro na segunda metade deste ano”, disse. Recorde-se que o pedido do aterro para a ampliação do aeroporto feito pelas autoridades locais obteve aprovação do Conselho de Estado da China em Outubro de 2022. No encontro de ontem com os media, houve ainda tempo para falar da previsão das contas da CAM no ano passado. Estima-se que a receita total seja de 1,18 mil milhões de patacas, um aumento anual de 178 por cento, com Simon Chan a prever que as receitas atinjam 65 por cento dos valores registados em 2019. Tendo em conta que, no ano passado, o aeroporto registou 5,15 milhões de passageiros, o responsável fala numa recuperação de 54 por cento face a 2019. O número global do tráfego aéreo foi de 42,5 mil voos, uma recuperação de 55 por cento face ao ano anterior à pandemia.
Andreia Sofia Silva EventosLiteratura | Sara F. Costa lança o seu primeiro livro de ficção em Fevereiro Conhecida pela sua poesia e proximidade com a língua chinesa, Sara F. Costa decidiu aventurar-se num novo género literário e o resultado está aí: “Cidade Cinza” é o seu primeiro romance, apresentado como “experimental”, e será lançado na edição deste ano do Festival Correntes d’Escritas que acontece na Póvoa do Varzim Maddy vive na cidade de Cinza, da qual pouco ou nada sabe. Para ela, este território é uma novidade. Segue-se uma busca pela urbanidade do lugar, os seus mistérios e complexidades, “num trilho de descobertas e reencontros”, tratando-se também de “um desafio aos limites na busca de laços familiares perdidos no tempo”. “Cidade Cinza”, novo livro da autora portuguesa Sara F. Costa, prestes a ser lançado em Portugal, vagueia pelas categorias de fantasia, fantástico ou ficção científica, sendo a estreia da escritora, habitualmente poetisa e tradutora, no género literário da ficção. Com a chancela da editora Labirinto, “Cidade Cinza” será lançado em Fevereiro e também na próxima edição do festival literário Correntes d’Escritas, que decorre na cidade portuguesa Póvoa do Varzim. A história interliga-se com as próprias vivências da autora, que residiu em Pequim, onde estudou mandarim. Segundo um comunicado, este é um “romance experimental”, onde os elementos da história não são colocados ao acaso e todos “são, de alguma forma, autobiográficos, embora dificilmente o leitor conseguisse decifrar tais elementos porque a história parece passar-se num sítio sem tempo nem espaço”. Descreve-se ainda que o estilo narrativo é inspirado “na própria prosa contemporânea chinesa e em escritoras um tanto desconhecidas para a maior parte do público português como Can Xue ou Shen Dacheng”. Mas há espaço também para as influências de nomes como Jorge Luís Borges, Samuel Beckett ou Italo Calvino. No primeiro capítulo de “Cidade Cinza”, descreve-se um condomínio como “uma espécie de criança impossível, atravessada entre os dentes”, onde “nenhum rosto humano [está] ao abrigo da dialéctica”. Foi para este condomínio que se mudaram os pais de Maddy, a personagem principal que tenta descobrir os meandros desta cidade de cor cinza. Uma certa “essência” O enredo de “Cidade Cinza” apresenta ainda uma “intrínseca interconexão entre o destino dos seus habitantes e a própria essência da cidade”, sendo que a narrativa de Sara F. Costa se caracteriza “por uma dissolução das fronteiras entre o real e o fantástico, onde a atmosfera é impregnada por um aroma que mescla elementos urbanos com vislumbres de uma fauna surreal”. É nesta “metrópole” que se apresenta o percurso de Madddy, em que a cidade se apresenta como “fusão de tradições ancestrais e avanços tecnológicos”, manifestando-se como “um labirinto de experiências alucinatórias, confundindo e cativando os seus moradores com a incerteza sobre as suas identidades”. Assim, “Maddy empreende uma jornada para desvendar os mistérios da sua origem e reconectar-se com uma família distante, ultrapassando os limites desta cidade enigmática, enfrentando desafios inesperados”. Na cidade, a melancolia “assume a forma de um cão depressivo e os ambientes de trabalho convertem-se em espaços que remetem a jardins tropicais”, pelo que Maddy “atravessa um universo repleto de simbolismos”. Desta forma, “cada elemento [do livro] apresenta um convite à reflexão, espelhando a complexidade da condição humana”. Maddy procura sempre, “através de uma jornada repleta de realidade e ficção, atenuar a sua ansiedade existencial, procurando uma compreensão mais profunda no meio do caos que a circunda”. Esta cidade cinza é reflexo da “contínua procura do ser humano por entendimento e serenidade num mundo fracturado e misterioso”. Percurso premiado Nascida em 1987, Sara F. Costa já marcou presença em Macau por diversas vezes, tendo sido uma das convidadas da última edição do festival literário Rota das Letras, dada a sua proximidade à literatura e cultura chinesas. A obra da autora tem sido galardoada com diversos prémios literários. O seu último livro, “A Transfiguração da Fome”, obteve o Prémio Literário Internacional Glória de Sant’Anna para melhor obra de poesia publicada em países de língua portuguesa em 2018. Como poeta europeia emergente, Sara F. Costa participou no Festival Internacional de Poesia e Literatura de Istambul 2017 e, no ano seguinte, fez parte da organização do Festival Literário de Macau e do Festival Internacional de Literatura entre a China e a União Europeia em Shanghai e Suzhou, China. Em 2019, foi autora convidada da segunda edição do “Chair Poetry Evenings” em Calcutá, India. Para além da poesia, escreve também ficção e traduz literatura chinesa para português e inglês. Em 2020, Sara F. Costa lançou ainda uma antologia de poesia contemporânea chinesa por si seleccionada e traduzida, intitulada “Poética Não Oficial“ e também editada pela Labirinto. Publicou várias crónicas no HM e foi membro da direcção da associação APWT – Asian-Pacific Writers and Translators). Obteve em 2021 uma bolsa de criação literária do Governo português. Dessa bolsa surgiu o livro “Ser-Rio, Deus-Corpo”, traduzido também para castelhano e inglês.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaImprensa | CE diz que media estrangeiros estão “virados para o mundo” Ho Iat Seng, Chefe do Executivo, defende que os órgãos de comunicação social em português e inglês, “por estarem sediados na RAEM, estão próximos da China e virados para o mundo”. Palavras proferidas no almoço de Ano Novo Chinês com os representantes dos media de língua não chinesa Mais um ano, mais uma ronda de almoços do Governo com os representantes dos órgãos de comunicação social do território a propósito da chegada do Ano Novo Chinês. Desta feita, foi com os profissionais dos jornais, revistas, rádio e televisão em português e inglês, tendo o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, falado das vantagens destes títulos estarem sediados em Macau. O governante falou da “vantagem singular dos órgãos de comunicação social de língua portuguesa e inglesa de Macau, pois estando sediados na RAEM, estão próximos da China e virados para o mundo”. Isto a propósito das últimas viagens oficiais organizadas com jornalistas a cidades da Grande Baía e também ao Tibete. Segundo o Chefe do Executivo, os repórteres que participaram puderam “apresentar aos leitores o desenvolvimento actual e de alta qualidade da China, a longa história da cultura chinesa e a vida do povo chinês”. De resto, não faltaram elogios a Ho Iat Seng aos títulos em língua portuguesa e inglesa existentes no mercado. Estes são “veículos importantes de proximidade para a comunidade portuguesa e inglesa local e no exterior aceder à informação”, além de que “têm vindo a noticiar extensivamente as novas dinâmicas e os novos desenvolvimentos na RAEM, bem como as actividades de intercâmbio do Governo com o exterior”. Além disso, “os profissionais dos órgãos de comunicação social de língua portuguesa e inglesa de Macau assumem as suas responsabilidades com profissionalismo”, tendo “desempenhado o papel de ponte, reflectindo as vozes da população, apresentam sugestões e achegas e dão colaboração, o que contribui relevantemente para o trabalho do Governo nas diferentes tutelas”, adiantou. O governante acredita que os media de língua não chinesa ajudam ainda a “contribuir de forma mais empenhada para a exploração de mercados de turistas no estrangeiro”, bem como de oportunidades na área económica. Em preparação Falando aos representantes destes media, Ho Iat Seng não deixou de destacar a visita oficial feita a Portugal em Abril do ano passado, a primeira de três viagens a países europeus. Tratou-se de uma visita com “um significado muito importante, pois para além de ter intensificado o contacto de Macau com o exterior, reflectiu ainda mais o papel de Macau como plataforma entre a China e os países de língua portuguesa”. Foram ainda concretizados os “objectivos de reforçar as relações amigáveis, aprofundar a cooperação em diferentes áreas e explorar novas oportunidades de cooperação”. O governante destaca que, este ano, se celebram os 75 anos da implantação da República Popular da China, mas também o 25.º aniversário da transição da administração portuguesa de Macau para a China. Nesta fase, o Executivo diz estar a “participar, de forma activa, nos trabalhos preparatórios da VI Conferência Ministerial do Fórum Macau”, além de se empenhar “na organização de actividades importantes, nomeadamente a 7.ª reunião da Comissão Mista Macau-Portugal”. Ficou prometida a defesa “com um esforço acrescido e firmeza, a segurança nacional e a estabilidade social”, além de se apostar na contínua melhoria “do bem-estar da população” e “promoção da harmonia social”. Ho Iat Seng não esqueceu a continuação da salvaguarda da liberdade de imprensa bem como o apoio “à comunicação social no exercício das suas funções e responsabilidades, dando apoio de forma activa ao trabalho de cobertura noticiosa”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeGlobal Media | José Leitão em silêncio sobre representação do fundo Coube ao advogado José Leitão, dos escritórios de advogados MdME em Portugal, a representação do World Opportunity Fund, sediado nas Bahamas, na compra do capital maioritário do grupo Global Media. Informação foi divulgada por Marco Galinha, ex-presidente da comissão executiva do grupo, no parlamento português, mas, ao HM, o causídico não prestou mais esclarecimentos O advogado José Leitão, do escritório de advocacia MdME em Portugal, foi o representante legal na aquisição do capital maioritário do grupo Global Media por parte do World Opportunity Fund (WOF), sediado nas Bahamas e do qual pouco se sabe, isto numa altura em que o grupo enfrenta uma grave crise financeira. Contudo, ao HM o causídico não quis prestar mais esclarecimentos face ao que já foi dito na Assembleia da República portuguesa. “Estou deontologicamente impedido de fazer quaisquer comentários, nos termos dos Artigos 92o No. 1, alínea a) e 93o No. 1, ambos do Estatuto da Ordem dos Advogados Portugueses, que, respectivamente, sujeitam a sigilo profissional qualquer informação de clientes e suas transacções e impedem a discussão pública de assuntos profissionais, nomeadamente nos meios de comunicação social.” Recorde-se que, segundo o Jornal Económico, o nome de José Leitão como representante do WOF no negócio foi avançado no passado dia 9 por Marco Galinha, ex-presidente da comissão executiva da Global Media, por ocasião da sua ida à Assembleia da República para prestar declarações sobre a situação que o grupo, detentor de títulos como o Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo, Açoriano Oriental ou a rádio TSF, vive. Na sessão com os deputados, Marco Galinha disse que “o normal nestas situações é falar com os representantes destes fundos”. “Neste caso foi o José Leitão, do MdME, o segundo maior escritório de Macau”, disse o fundador do grupo BEL, que até ao passado mês de Outubro foi o maior accionista da Global Media. Conversas antigas Os trabalhadores da Global Media estão com salários em atraso e sem um calendário para os cumprimentos salariais por parte da empresa. O facto de não se conhecerem os rostos por detrás do WOF tem sido uma das grandes questões desta polémica que coloca em risco a sobrevivência de vários órgãos de comunicação social em Portugal. Tal levou a Entidade Reguladora para a Comunicação Social a abrir um processo de averiguações sobre a identidade dos detentores deste fundo sediado num território offshore. Na sessão parlamentar, Marco Galinha acusou o WOF de não cumprir os compromissos prometidos, prometendo agir legalmente contra o fundo. O empresário disse ainda que as conversações com o WOF começaram em Outubro de 2022, tendo o negócio sido concretizado em Julho do ano seguinte após Marco Galinha vender o controlo da holding Páginas Civilizadas ao WOF. Numa entrevista concedida ao HM em Outubro de 2022, José Leitão, responsável pelas áreas de compliance e Direito público da MdME, explicou os planos de um escritório que, depois de anos a operar em Macau, decidiu estabelecer-se em nome próprio em Portugal. “Queremos recrutar mais profissionais, crescer e fazer o percurso normal de uma sociedade de advogados internacional em expansão”, disse o causídico, referindo o “ADN chinês e português, quer pela proximidade dos dois países e pelo fluxo de investimento que existe nos dois sentidos”. “Achamos que uma sociedade internacional nascida em Macau está tendencialmente posicionada nestes dois fluxos de investimento”, rematou. De frisar que o grupo Global Media está também ligado a Macau graças ao empresário Kevin Ho, actual administrador e um dos investidores.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeTeatro | Peça sobre suicídio cancelada em dia de caso concretizado e de tentativa A associação Artistry of Wind Box Community Development Association planeava apresentar este mês a peça de teatro “The Morning As Usual”, com foco na temática do suicídio. Contudo, o espectáculo acabou cancelado, num dia em que ocorreu um suicídio e houve também uma outra tentativa Foi cancelada a peça de teatro “The Morning As Usual”, um projecto da associação Artistry of Wind Box Community Development Association [Associação de Desenvolvimento das Artes Comunitárias Windy Box] que abordava o suicídio e que seria apresentada entre os dias 26 e 28 deste mês. O cancelamento aconteceu num dia em que ainda antes de ser anunciado o cancelamento houve uma tentativa de suicídio, e depois do cancelamento houve um caso concretizado. Segundo o jornal Ou Mun, uma mulher de 60 anos decidiu pôr termo à vida saltando de um edifício na Estrada do Governador Albano de Oliveira, na Taipa. Os bombeiros chegaram ao local e ainda colocaram uma rede protectora para amparar a queda, sem sucesso. A mulher, que estava bastante agitada psicologicamente, acabou por se desequilibrar e cair, tendo ainda chegado ao hospital com fracos batimentos cardíacos, acabando por falecer momentos depois, com o diagnóstico de múltiplas fraturas no corpo e insuficiência respiratória. Horas antes, tinha sido registado uma tentativa de suicídio na zona norte da península, junto à Avenida do Hipódromo, e envolveu um homem de 40 anos que acabou por desistir de se atirar de um prédio. O caso obrigou à suspensão temporária de uma paragem de autocarro e mudanças no trânsito. A divulgação do espectáculo já estava a gerar controvérsia antes das duas situações, o que obrigou a Windy Box a reagir com um comunicado logo na sexta-feira. “Recentemente apercebemo-nos que a nossa peça tem suscitado a preocupação do público. Em primeiro lugar, ninguém da equipa de produção conhece quaisquer pessoas envolvidas neste tipo de incidente e não são reveladas no espectáculo histórias pessoais concretas ou informações privadas.” A associação adianta também que a peça de teatro não fazia “a reconstituição de uma história ou caso específicos, não sendo esse o objectivo do espectáculo”. “O objectivo inicial do projecto é, simplesmente, demonstrar a nossa tristeza e preocupação sobre os casos ocorridos nos últimos anos. Esperamos que haja uma discussão e que, através do teatro, possamos abrir um campo comum [de debate] junto da sociedade e estabelecer uma comunicação positiva. Pedimos desculpa por qualquer perturbação ou ofensa que este espectáculo possa ter causado junto do público devido à falta de clareza no seu conteúdo e na publicidade feita ao mesmo”, lê-se ainda. Do cancelamento AA associação decidiu mesmo avançar para o cancelamento da peça, tendo divulgado no sábado, nas redes sociais, uma segunda nota. “O espectáculo ‘The Morning As Usual’, inicialmente previsto para as datas de 26 a 28 de Janeiro, foi cancelado. Após a sua divulgação, a atenção prestada ao espectáculo por parte do público ultrapassou a nossa capacidade e experiência, pelo que, após discussão no seio da equipa, decidimos cancelá-lo.” A associação agradece ainda “o encorajamento e conselhos profissionais” recebidos, afirmando também que o cancelamento da peça “não põe termo à preocupação sobre o fenómeno do suicídio em Macau”. “Temos reflectido sobre a situação. Esperamos que mais organizações colaborem connosco no futuro, para que possamos prestar mais atenção às almas escondidas na nossa sociedade que não são encontradas a tempo, permitindo que o público se solidarize com esta dor inexplicável. A Windy Box pede desculpas por todo o incómodo causado por este incidente”, remata o comunicado de sábado. Todos aqueles que estejam emocionalmente angustiados ou considerem que se encontram numa situação de desespero devem ligar para ligar para a Linha Aberta “Esperança de vida da Caritas” através do telefone n.º 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional.
Andreia Sofia Silva EventosCCCM | Macau antigo patente em exposição virtual “Macau: Diferentes olhares em tempos diferentes. Fotografias de Raquel Soeiro de Brito e da colecção do Centro Científico e Cultural de Macau” é a mostra online patente nesta entidade sediada em Lisboa. Trata-se de uma exposição virtual com imagens de Macau dos anos 60 organizada em parceria com a Universidade de Lisboa Consegue imaginar a Macau do período da Administração portuguesa, mas na década de 60, quando não havia qualquer ponte entre a península de Macau e as ilhas e as travessias eram feitas de barco? Esse exercício de memória visual é o mote para a mais recente exposição virtual disponível no website do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM). “Macau: Diferentes olhares em tempos diferentes. Fotografias de Raquel Soeiro de Brito e da colecção do Centro Científico e Cultural de Macau” é o nome da mostra que pode ser visitada a partir de qualquer lugar e à distância de um clique, sendo organizada em parceria com o Centro de Estudos Geográficos do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa. A ideia é destacar as imagens captadas pela geógrafa portuguesa Raquel Soeiro de Brito no início dos anos 60 juntamente com outras fotografias feitas por outros profissionais entre os anos de 1980 e 1990. A exposição divide-se nas categorias “Vistas”, “Ruas e Gente”, “As Hortas” e a “Vida Marítima”, convidando quem a vê a conhecer melhor uma Macau que hoje em dia apenas vive no imaginário de alguns. Em “Ruas e Gente”, por exemplo, percepciona-se “a vida urbana de Macau” centrada no “Bairro do Bazar” e prolonga-se até às zonas do Porto Interior e Rua do Almirante Sérgio. Comercializava-se artigos de pesca e outros artigos marítimos tendo em conta a proximidade do Delta do Rio das Pérolas, e na área ainda viviam pessoas nos barcos. Logo ali, bem perto, permanecia a avenida Almeida Ribeiro, o coração da península, a borbulhar de comércio. Segundo a descrição da exposição, a geógrafa portuguesa registou, em 1961, “as últimas imagens do antigo aldeamento chinês de Mong-Há, espaço agrícola recém-sacrificado pela abertura de novas avenidas”. Os restantes profissionais que trouxeram imagens para esta exposição são Álvaro Tavares, Eduardo Tomé, Cheong Io Tong e o jornalista Rogério Beltrão Coelho, mostrando uma Macau mais contemporânea, mas talvez já distante da actualidade. Mostram-se, ainda assim, novas roupas e modos de vida mais urbanos que substituem “as cabais e os grandes chapéus de palha”, mantendo-se “muita da ambiência de rua dada pelo comércio tradicional chinês, seja nas lojas, seja nas inúmeras vendas ambulantes”. Vida a Oriente Raquel Soeiro de Brito, actualmente com quase 100 anos de idade, é uma reputada geógrafa portuguesa da chamada “Escola de Geografia de Lisboa”, tendo realizado a sua primeira viagem a Macau em 1961 na qualidade de investigadora do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa. A mostra virtual patente no CCCM constrói-se a partir de uma selecção de 90 imagens retiradas de um conjunto de 300 fotografias e dispositivos dessa viagem realizada nos anos 60. Macau tinha, à data, pouco mais de 150 mil habitantes, cuja economia já era marcada pelo jogo, mas onde havia bastante actividade marítima, muitas hortas e habitações ilegais graças à vinda de muitos refugiados do continente. A descrição da exposição aponta para o facto de “o olhar fotográfico da geógrafa” sobre “a duradoura imutabilidade do mundo tradicional chinês”. Existem ainda outras 66 fotografias que fazem parte do acervo do CCCM, já dos anos 80 e 90, destacando-se “o enquadramento da cidade, o pormenor das ruas e das gentes, os espaços rurais periféricos e, por último, as áreas portuárias e a pesca”. Outra exposição virtual que pode ser vista no website do CCCM é da autoria de Jorge Veiga Alves, fotógrafo amador que viveu e trabalhou no território na década de 80. “À Procura de Macau – I, II e III” é a selecção de imagens também de uma Macau de outrora, feitas pelo próprio Jorge Veiga Alves.
Andreia Sofia Silva PolíticaZonas marítimas | Consulta pública destaca segurança nacional Até ao dia 16 de Fevereiro, será possível opinar sobre a forma como serão geridas as zonas costeiras de Macau. Uma coisa é certa: no documento de consulta disponibilizado pelo Governo relativo à definição do “Zoneamento Marítimo Funcional”, o “Plano das Áreas Marítimas” e a “Lei de Uso das Áreas Marítimas” coloca-se a segurança nacional como questão primordial para a definição de políticas. Quanto ao futuro “Plano das Áreas Marítimas”, o Executivo propõe que este deve “salvaguardar a segurança da defesa nacional e garantir o uso do mar para fins militares e de segurança interna”. Já o “Zoneamento Marítimo Funcional”, traçado até 2040, deve “aderir ao conceito geral de segurança nacional”, dando-se “prioridade às necessidades do uso das áreas marítimas no âmbito da defesa nacional e militar”. Deve-se, sobretudo, “promover uma conjuntura global de cooperação de benefícios mútuos entre Guangdong e Macau, dando prioridade à salvaguarda dos interesses nacionais, tendo também em consideração os interesses de todas as partes envolvidas, promover a estabilidade socioeconómica e união entre Guangdong e Macau”. Ecologia importa O plano prevê a distinção de zonas consoante funções económicas, turísticas, sociais e de construção, mas importa destacar a vontade das autoridades em preservar o meio marítimo junto à ilha de Coloane, pois a parte sul surge classificada como zona especial protegida, enquanto para a zona costeira junto ao Cotai, e perto do campus da Universidade de Macau em Hengqin, é proposta a classificação de zona natural protegida. Pretende-se, assim, assegurar “a protecção de seres marinhos raros e ameaçados e seus habitats, bem como paisagens naturais marítimas, ecossistemas e sítios históricos de grande valor científico, cultural, paisagístico e ecológico”. Quanto às zonas naturais protegidas, deve-se “limitar rigorosamente os usos que afectem e interfiram nos objectos da conservação, como por exemplo mangais e colhereiros-de-cara-preta”, bem como “autorizar a execução adequada de obras que tenham como fins a conservação e restauro dos ecossistemas típicos, como por exemplo mangais e zonas húmidas costeiras”. Nestas zonas não são ainda permitidos projectos que “poluam o ambiente ou danifiquem a paisagem”, sendo também proibido o lançamento de “efluentes ou outras fontes poluidoras” nas águas, sendo que “as águas residuais, industriais ou domésticas só podem ser lançadas depois de atingir um critério definido”, entre outros critérios.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaZonas marítimas | Criticada baixa percentagem de áreas ecológicas A associação Macau Green Student Union, liderada pelo ambientalista Joe Chan, afirma que a percentagem territorial destinada às zonas ecológicas protegidas na proposta do Governo para a gestão das zonas marítimas do território é baixa. Joe Chan defende ainda a criação de ostras e questiona a ilha destinada a resíduos a sul de Coloane O documento sobre a gestão das áreas marítimas de Macau, em consulta pública até ao dia 16 de Fevereiro, prevê a definição de duas zonas ecológicas protegidas, nomeadamente a sul de Coloane e na zona costeira perto do Cotai e do campus da Universidade de Macau em Hengqin. Contudo, ouvido pelo jornal Ou Mun, Joe Chan, presidente da associação Macau Green Student Union, entende que a percentagem de terrenos com preservação ambiental e de espécies é mínima, abaixo dos dez por cento e das tendências mundiais. O responsável entende que as zonas ecológicas protegidas representam cerca de três por cento dos 85 quilómetros quadrados de zona marítima cedidos a Macau por Pequim, sendo uma área de pequenas dimensões. Para Joe Chan, apenas se pode garantir que esta zona não será poluída, não sendo garantida a melhoria do sistema ecológico marítimo em prol da recuperação de espécies que venham a desaparecer gradualmente. Joe Chan criticou também o facto de as propostas do Governo não incluírem medidas concretas para a protecção dos golfinhos brancos chineses, fazendo pouca menção ao intercâmbio com a província de Guangdong relativamente à protecção destas espécies. Sim à aquacultura O representante da Macau Green Student Union considera ainda que o Governo deveria promover a criação de ostras em frente à praia de Hac-Sá, apesar das autoridades admitirem que a qualidade da água em Macau não é adequada para o desenvolvimento da aquacultura. Contudo, Joe Chan acredita existirem condições para desenvolver a produção interna argumentando que a má qualidade da água advém da poluição, e a criação de ostras poderia promover a sua purificação. Joe Chan pensa ainda que se podem usar estas zonas ecológicas para produzir bentos, comunidade de organismos vivos que vivem em ambientes aquáticos. Na visão do ambientalista, Macau fica numa zona com a junção de água doce e salgada, sendo que, no passado, era um território conhecido pela produção de ostras. Além de ajudar a purificar as águas do delta do rio das pérolas, Joe Chan crê que a criação de ostras em Coloane pode ainda servir como experiência pedagógica com crianças, para que estas conheçam mais sobre a vida marítima e a história deste tipo de cultura em Macau. Contra a ilha A proposta do Governo para a gestão das áreas marítimas de Macau prevê ainda a construção de uma ilha artificial a sul de Coloane, perto da praia de Hac-Sá, para depósito de resíduos. Joe Chan pensa que o ideal era evitar, a todo o custo, poluir as águas com este projecto, uma vez que a ilha vai travar o curso natural da corrente da água do rio, levando a uma degradação da sua qualidade. O ambientalista diz entender que o Governo quis ir buscar o exemplo de Singapura, uma vez que a cidade Estado apostou na construção de ilhas artificiais para gerir os resíduos, mas o Joe Chan destaca que a região não tinha mais alternativas em termos de espaço. O responsável recorda que há cerca de dez anos as autoridades já admitiam o esgotamento da capacidade de gestão de resíduos, mas nunca foram aplicadas medidas. “Caso esta ilha atinja o limite máximo da capacidade de resíduos, vai o Governo continuar a depositar lixo? A ilha não recebeu ainda aprovação da parte do Governo central, nem há dados científicos que sustentem o projecto. Será que os grupos ambientais apoiam esta proposta?”, questionou.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCorredor que liga ponte às Portas do Entendimento apresentado ontem Foi ontem anunciado pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) que o Corredor Verde da Margem Sul, que liga a ponte Governador Nobre de Carvalho e o monumento das Portas do Entendimento, junto ao lago Sai Van, vai começar a ser construído no final deste ano, devendo estar concluído em dois anos. A ideia é, segundo um comunicado do IAM, corresponder “às exigências da sociedade sobre o aproveitamento adequado do espaço costeiro”, sendo que este novo corredor verde terá 60 mil metros quadrados e “três eixos principais”, com “diversões para pais e filhos, lazer e recreio, interacção com a água e [aproveitamento da] paisagem aquática”. O projecto divide-se em zonas funcionais interligadas com uma zona pedonal à beira-rio, sem barreiras arquitectónicas, e ainda uma ciclovia. O passeio tem uma largura mínima de cinco metros e a ciclovia 1300 metros de comprimento, quatro metros de largura por uma faixa e, no total, uma volta de cerca de 2600 metros de comprimento. O IAM promete ainda construir “um espaço de diversão infantil”, com equipamentos urbanos e de diversão como escorregas, zonas de escalada e ainda passagens superiores, incluindo ainda pistas de bicicletas para toda a família, “com condições para proporcionar percursos mais longos, com um comprimento total de 250 metros”. No local, serão ainda edificadas uma zona de campo livre, outra para a prática de ginástica, uma pista de skate polivalente e uma praça multifuncional. A praça multifuncional, situada junto à entrada principal do corredor, terá também um palco para a realização de espectáculos à beira-rio e diversos corredores paisagísticos. Pretende-se que nesta praça se possam realizar eventos como o Festival de Gastronomia, podendo o espaço ficar definido como “zona de queima de panchões em determinados dias do Ano Novo Lunar”. Será também construído um campo de futsal, de basquetebol e de treino, com zonas de manutenção física e de convívio para idosos, entre outras. Observar a água O projecto apresentado ontem pelo IAM inclui a edificação de diferentes espaços de observação de água, incluindo a praça central e o miradouro, ficando a plataforma superior ligada à ponte para bicicletas, enquanto o piso inferior irá destinar-se a espaços multifuncionais ou comerciais. O corredor terá, assim, um espaço de restauração e um miradouro, sendo ainda criadas zonas de pesca “em locais apropriados ao longo da costa”, a fim de garantir uma maior interacção com a zona costeira. Serão também instalados espaços para refeições leves, com quiosques e máquinas automáticas de venda, mesas e cadeiras para refeições ao ar livre e sanitários públicos. O IAM pretende construir também uma via provisória no lado norte da zona de lazer, com entrada e saída pela Rua da Torre de Macau, passando depois para as entradas e saídas principais e secundárias da zona de lazer. Ao mesmo tempo, serão disponibilizados cerca de 80 lugares de estacionamento nas bermas das vias públicas, lugares adequados de estacionamento para motociclos e uma zona de tomada e largada de passageiros para autocarros.
Andreia Sofia Silva EventosFestival Fringe | Actividades para todos os gostos este fim-de-semana Arrancou a 22.ª edição do Festival Fringe. Este fim-de-semana não faltam espectáculos e actividades para participar, como projectos de dança com idosos, teatro físico, que explora a relação com o corpo e com a inteligência artificial, ou ainda concertos com músicos locais em vários recantos do território Realizado em vários pontos do mundo, a organização do festival Fringe em Macau já faz parte do cartaz cultural do território. A 22.ª edição arrancou esta semana e para os próximos dias estão agendados vários espectáculos que oferecem ao público diversas mensagens e expressões artísticas. Um dos pontos de atracção desta edição do Fringe é a “Exposição de Arte para Todos” [Art Exhibition for All], onde os participantes são convidados a realizar obras de arte à sua escolha depois de uma inscrição prévia junto do Instituto Cultural. A organização do festival considera que “qualquer um é um artista único, podendo ser pintores, fotógrafos ou escultores”, sendo que “não há limite em termos de formatos ou temas, e a criatividade é a chave”. A ideia é que os participantes realizem as suas obras nos locais de exposição. Numa primeira fase, a mostra com todos estes trabalhos pode ser vista na antiga Fábrica de Panchões Iec Long, na Taipa velha, até segunda-feira, passando depois, entre terça e o dia 28, para o Parque Urbano da Areia Preta, junto ao Centro de Saúde. Até sexta-feira decorre, no espaço “Laika Land”, a actividade “Likewise”, entre as 11h e as 20h, repetindo-se depois no fim-de-semana, sábado e domingo, entre as 11h e as 22h. Os participantes são convidados a levarem os seus animais de estimação e a contar as suas histórias através da fotografia. Com ligação a esta actividade acontece, até sábado, no “Laika Land”, às 20h30, o espectáculo de teatro, música ao vivo e multimédia “Goodbye, See You Soon”, com a actriz e autora Lei Sam I. Sobre este espectáculo, Lei Sam I descreve a história em torno da descoberta de Taro, um gato vadio. “Através da minha voz interior, quero partilhar a nossa história com o público. A existência é como um raio de luz, cujo brilho por vezes partilhamos, e outras vezes recebemos quando nos falta o brilho. Quando a luz de Taro regressar finalmente à natureza, a sua sombra permanecerá no meu coração e continuará a fazer-me companhia, enquanto sigo em frente. Os animais de estimação têm uma vida curta, e nós somos o mundo aos seus olhos”, descreve-se no website do Fringe. Depois de uma primeira sessão esta quarta-feira, decorre hoje a última sessão do espectáculo “25Pés” [25Feet], que mistura dança, teatro físico e interacção com o público. Trata-se de uma produção das equipas de “The100Hands”, da Holanda, com adaptação chinesa pela “More Production”, acontecendo às 19h45 no teatro Black Box II do Centro Cultural de Macau (CCM). Trata-se de uma peça inteiramente falada em mandarim que explora os conceitos em torno de relações e sentimentos envolvidos. “Dois bailarinos vão transportar o público a explorar as noções de intimidade, individualidade e privacidade” num pequeno espaço, onde “acontece o contacto físico, a confrontação e a proximidade”. O espectáculo “25Pés” terá corpos nus em palco, mostrando-se “a relação entre o espaço e o corpo humano”, sendo que a audiência será convidada a “jogar jogos” com os bailarinos. Haverá ainda um debate posterior ao espectáculo, protagonizado por Liao Shuyi e Wu Xiaobo. Sonhos e danças Com a assinatura de Su Wei-Chia, coreógrafa de Taiwan, chega-nos para esta edição do Fringe o espectáculo de dança “FreeSteps – Swinging Years”, que acontece amanhã às 20h no Teatro Caixa Preta I no CCM, numa sessão dedicada a escolas secundárias. Seguem-se dois espectáculos para o público em geral no sábado e domingo, primeiro às 20h e depois às 15h. Neste projecto, lançado em 2013, a coreógrafa decidiu “explorar novas possibilidades físicas e coreográficas”. “Usando puramente a dança física como material, Su explora uma relação entre a performance e o público na área da dança contemporânea, pretendendo revelar uma experiência visual alternativa”, lê-se na descrição do espectáculo. Depois de uma colaboração com cerca de 100 idosos numa versão do espectáculo de 2022, a coreógrafa traz de Taiwan dez idosos que vão dançar em palco, mostrando as histórias dos seus corpos. Convida-se o público a tirar os sapatos quando entrar na sala. Também esta sexta-feira, mas na Casa do Mandarim, às 16h e 19h30, decorre o evento de dança “Let the Flower in Your Heart Bloom”, com coreografias de Stella Ho e Leong Iek Kei. A mensagem deste espectáculo, de apenas 35 minutos, é que “todos os momentos na vida são igualmente belos”. O espectáculo explora a vontade de dançar dos mais velhos que nunca tiveram essa oportunidade, levando-os a concretizar alguns dos seus sonhos. “Através desta nova experiência os participantes terão a oportunidade de expressar os sentimentos através da arte da dança.” O espectáculo, com a participação de Kou Ngok Chun, Chan In, Choi Soi Chan, Chan Chi Oi, U Kit Fong, Chan Sio Mel, Cheng Ching Han, Lai Fong I, Fong Sin Man e Choi Weng Lai, conta com o apoio da associação Soda-City Experimental Workshop Arts. Com concepção e direcção de Stanley Ma, em colaboração com Cheang Hio Lam, apresenta-se ainda no Fringe a peça de teatro “Hello, Welcome, Goodbye!”, amanhã às 20h30 e no sábado às 14h30, 17h e 20h30, no espaço “2 Legit Ltd”. Aqui explora-se, através dos cortes de cabelo, a relação entre a humanidade e a tecnologia, com a inteligência artificial a assumir um papel de destaque de forma experimental. Durante 45 minutos o público pode optar por participar no evento ou simplesmente observá-lo, existindo dois tipos de bilhetes à venda. Explosões musicais O cartaz do Fringe apresenta também, este fim-de-semana, a realização da exposição “At Your Doorstep”, patente no Pavilhão Branco do Jardim da Flora. Incluem-se ainda sessões musicais com o instrumento handpan este domingo, às 12h e 16h. Esta exposição revela “os versos e letras incluídos em ‘Travelling at Your Doorstep’, espectáculo de dança e narração de voz que integra esta edição do Fringe, bem como pinturas e imagens criadas em conjunto por jardineiros e residentes”. Depois de cada performance artística, haverá uma sessão musical com o handpan, onde os participantes são convidados a mergulhar numa junção de arte com música. O conceito e coordenação deste evento são da autoria de Chole Lao. “A City of Visible Music” é o nome da iniciativa artística e musical que também se realiza este fim-de-semana da autoria de Vincent Cheang, artista local, Guo Xiaohan e Kang Meow. No sábado o evento acontece às 12h e 14h junto à Ponte 16, seguindo-se a apresentação, às 16h, na praça junto ao anfiteatro romano na Doca dos Pescadores. Às 20h, o espectáculo decorre na Broadway Food Street, no empreendimento Broadway Macau, no Cotai. Neste evento “três almas para sempre jovens encontram-se”, nomeadamente “uma rainha do punk, um influencer musical e uma estrela de rock local”. A ideia é que num só dia haja uma explosão de sonoridades musicais, com concertos ao vivo e música a tocar numa estação de rádio pop-up, em que o trio de artistas irá relacionar-se com a cultura local e as respectivas comunidades. Vários músicos locais participam, nomeadamente Ari Calangi às 12h, IronSon às 14h, Julio Acconci às 16h e Bye Bye Fish às 20h. Os falantes de mandarim ou cantonês que queiram explorar outro tipo de actividade dentro do Fringe podem ainda, este domingo, participar na mesa-redonda em torno do tema “Dançando e Vivendo com o Corpo ao Longo dos Anos” [Dancing and Living with the Body Through the Years], que conta com artistas de Macau, Hong Kong e Taiwan que vão falar das suas ideias e processos criativos através do trabalho desenvolvido com idosos. O debate será moderado por Stella Ho e decorre domingo no auditório do Museu de Arte de Macau às 12h e 13h30. O cartaz do Fringe deste fim-de-semana completa-se com mais espectáculos.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeCasinos | Actualizações salariais e bónus considerados insuficientes As operadoras de jogo anunciaram recentemente aumentos salariais e pagamento de bónus aos trabalhadores depois de anos de congelamentos, mas um deputado e uma dirigente associativa entendem que os valores estão longe de ser suficientes tendo em conta a crise económica gerada pela pandemia e a inflação Os trabalhadores do jogo em cargos de não gestão vão passar a ganhar mais este ano, sendo que as operadoras de jogo decidiram também atribuir bónus salariais a uma grande percentagem dos funcionários. Trata-se da maior ronda de actualizações desde a pandemia, tendo em conta que apenas a Sands aumentou os ordenados em 2020. Contactados pelo HM, um deputado e uma dirigente associativa do sector consideram que estes aumentos são insuficientes tendo em conta a crise económica prolongada originada pela pandemia e a inflação. “A decisão de aumentar os salários é uma boa notícia, tendo em conta que as empresas de jogo tinham os salários congelados há cerca de cinco anos. Mas sinto-me desapontada em relação à percentagem do aumento, porque os bónus estiveram suspensos e os preços subiram muito durante a pandemia, o que significa que os salários reais anuais sofreram uma redução”, disse Cloee Chao, presidente da Associação Novo Macau pelos Direitos dos Trabalhadores do Jogo. A responsável frisou também que nos anos de pandemia as concessionárias “cortaram muito nos recursos humanos e colocaram mais trabalhadores a tempo parcial. Sei que actualmente os recursos humanos ainda não registaram uma recuperação e os funcionários têm um maior volume de trabalho. Recordo-me da expressão usada durante a pandemia pelas empresas de jogo, ‘enfrentarmos o mau tempo juntos’. E agora que as empresas voltaram a ganhar dinheiro, será que podem partilhar os frutos com os funcionários?”, questionou. Questão de percentagem No caso de Leong Sun Iok, deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), os aumentos não são ainda suficientes, na sua óptica. “A maioria das empresas de jogo aumentaram os salários em cerca de 2,5 por cento, mas algumas posições na mesma empresa têm maiores aumentos. A decisão de aumentar salários pode ter um papel positivo e servir de incentivo para que empresas de outros sectores sigam o exemplo”, frisou. O deputado destaca que o aumento salarial de 2,5 por cento está ainda longe da fasquia dos 3,3 por cento de aumento anunciado na Função Pública. Leong Sun Iok destacou os casos das empresas que prestam serviços de utilidade pública ou ainda as operadoras de autocarros, que já anunciaram aumentos salariais, sendo algo que “pode elevar a moral da população e dos funcionários”. “Neste ambiente económico duro, apesar do negócio das empresas de jogo ter melhorado e de as operadoras terem regressado aos lucros, [os trabalhadores] passaram um período difícil.” O responsável adiantou que os trabalhadores do jogo enfrentam maior stress no trabalho, dada a recuperação do número de turistas e jogadores e a escassez de recursos humanos, uma problemática que tem vindo a ser solucionada pelas operadoras graças à reabertura de fronteiras e consequente melhoria económica. “Os funcionários pedem uma melhoria ao nível dos recursos humanos”, referiu Leong Sun Iok. As concessionárias Galaxy e MGM foram as últimas a anunciar, esta segunda-feira, aumentos a partir de Abril. No caso da Galaxy, por exemplo, os aumentos abrangem cerca de 98 por cento dos trabalhadores, sendo que aqueles que receberem cerca de 16 mil patacas mensais são aumentados em 2,5 por cento. No caso da MGM, os aumentos entram em vigor a 25 de Março e são de 600 patacas para quem ganhe 16 mil patacas ou menos, e também de 2,5 por cento para quem ganhe acima desse valor. No passado dia 5 a Sands China anunciou aumentos a partir de Março, tal como a Wynn, sendo que também a Sociedade de Jogos de Macau vai atribuir bónus salariais aos funcionários.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaMacau Jockey Club | O fim esperado e as preocupações com os cavalos Marcado há muito por sucessivas perdas financeiras, o Macau Jockey Club tentava aguentar-se há vários anos até que esta segunda-feira foi anunciada a rescisão do contrato de concessão. Especialistas jurídicos na área do jogo falam num desfecho há muito esperado, enquanto a ANIMA promete estar atenta ao bem-estar dos cavalos Macau vai deixar de ter apostas em corridas de cavalos ao fim de 40 anos de actividade em virtude da rescisão do contrato de concessão deste tipo de jogo ao Macau Jockey Club, anunciada esta segunda-feira. Há muito que o burburinho negativo em torno da situação financeira da empresa se fazia sentir na comunicação social tendo em conta a quebra sucessiva das receitas. O fim destas apostas tradicionais é agora uma realidade, e segundo o docente universitário, e especialista em Direito do jogo, Jorge Godinho, já nada havia a fazer por parte do Governo e entidade reguladora para salvar a empresa. “A procura [pelas apostas] foi diminuindo ao longo dos anos, uma tendência com cerca de 20 anos, e neste momento [o encerramento] era completamente previsível. Os reguladores, em algumas jurisdições, decidem encerrar o negócio, que foi o que aconteceu, ou salvar a operação, juntando uma tipologia de jogo altamente lucrativa a uma tipologia de jogo já moribunda. Mas penso que estas manipulações de salvamento não salvam nada. Em termos racionais o Governo fez a única coisa que era possível”, defendeu ao HM. O docente universitário entende que “é uma parte da história [de Macau] que se apaga”, embora seja necessário encarar o assunto “de forma filosófica”. “Onde não há procura não há nada que se possa fazer. O sector do jogo é um pouco dinâmico e as preferências vão mudando, além de que surgiram as novas tecnologias. No caso das corridas de cães [no Canídromo] houve mesmo uma oposição frontal”, recordou. Jorge Godinho deu o exemplo da Pelota Basca, que funcionava no casino Jai Alai, “que teve interesse nos primeiros anos e em que depois as pessoas se foram desinteressando”. Com história As apostas em corridas de cavalos começaram a realizar-se em Macau em 1842. Contudo, só em 1927, com a inauguração do Hipódromo no bairro da Areia Preta é que começaram a organizar-se corridas de maior dimensão, tendo a concessão sido entregue à empresa “Club Internacional de Recreio e Corridas de Macau, Limitada”. Em 1989, a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau passou a estar ligada às apostas em corridas de cavalos, “que sempre foram influenciadas pela tradição inglesa”, tendo de competir “ao lado das grandes corridas de cavalo como as de Hong Kong, uma das maiores operações de jogo do mundo”. Na hora de rescindir o contrato, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, referiu que desde 2002 que o Macau Jockey Club, liderado pela deputada Angela Leong, registava perdas financeiras, não tendo conseguido encontrar “uma solução para a operação”, sobretudo durante os três anos da pandemia de covid-19, altura em que “as apostas desceram muito”, sublinhou. De acordo com dados oficiais, citados pela Lusa, nos primeiros nove meses de 2023, as apostas em corridas de cavalos atingiram 32 milhões de patacas. Em 2019, antes do início da pandemia, as apostas fixaram-se em 98 milhões de patacas. O Macau Jockey Club detinha o monopólio das corridas de cavalos até Agosto de 2042, depois de se ter comprometido em 2018 a fazer investimentos até 3,4 mil milhões de patacas. Que destino? Estava previsto construir, até 2026, no extenso terreno concessionado à empresa no centro da Taipa, um projecto turístico com, pelo menos, dois hotéis, zonas verdes, áreas desportivas, restaurantes, lojas, um museu e uma escola de equitação. Agora, tudo cai por terra, questionando-se qual será o destino do terreno. Jorge Godinho gostaria que o espaço fosse entregue à expansão do ensino superior. “Trata-se de um espaço enorme, bem localizado, com bons transportes públicos. É possível fazer variadíssimas coisas e imagino que o destino do terreno não seja um só, criando-se um espaço com várias valências. Vejo ali um terreno para expandir o sector da educação, pois sem boas instalações não podem existir universidades, que precisam de um espaço que não seja completamente urbano. Poderá haver alguma componente turística. Deveria haver consultas públicas e debates” sobre o tema, apontou. O advogado Carlos Coelho entende que “será muito interessante ver os futuros planos para este espaço prime no centro da Taipa”, que deveria ser usado “como espaço de lazer e recreativo para a população”. “O nosso Governo estará a olhar para o que se passou muito recentemente em Singapura, quando o Governo da cidade-Estado decidiu terminar com as apostas em corridas de cavalos a partir deste ano. O propósito assumido foi o de desenvolver o terreno do hipódromo para finalidades habitacionais, incluindo de construção de habitação pública, estando a ser também considerados propósitos de lazer e recreacionais”, lembrou. Desinteresse geral Carlos Coelho considera que este é um “desfecho há muito antecipado e que faz sentido”, tendo em conta que “a operação das corridas de cavalos era deficitária há muito tempo, existindo um claro desinteresse do público nesta modalidade de apostas e uma concorrência muito feroz do Hong Kong Jockey Club”. Carlos Coelho disse ainda ao HM que a própria concessionária parecia ter algum “desinteresse em reavivar esta operação”. “O plano de investimentos extremamente ambicioso apresentado pela concessionária em 2018, quando foi renovada a concessão por mais 24 anos, implicava que determinados projectos imobiliários com uma escala relevante estivessem desenvolvidos a partir do final do presente ano, como a construção de bancadas públicas ou restaurantes, seguindo-se a construção de dois hotéis, dois blocos de apart-hotéis e campo de ténis até final de 2026.” O advogado entende que “se a exploração comercial das corridas já era deficitária, o cumprimento de tais obrigações contratuais poderia colocar a concessionária numa situação líquida ainda mais difícil”, pelo que “a concessionária tomou a decisão comercial que lhe fazia mais sentido ao apresentar voluntariamente um pedido de rescisão do contrato de concessão”. Aguenta os cavalos Contactada pelo HM, Zoe Tang, presidente da ANIMA, considera ser importante dar agora atenção ao destino que será dado aos cavalos de corrida. “Estamos muito contentes [com a rescisão do contrato], pois segundo a ANIMA há muito tempo que não fazia sentido manter esta concessão. Foi uma boa decisão para a comunidade e para os cavalos, que estavam em condições muito más, sobretudo os cavalos reformados” das pistas. Zoe Tang acredita que o próximo encerramento deve ser o do Matadouro de Macau, a funcionar na zona da Ilha Verde e “uma actividade sem sentido”, lembrando também o processo do fecho do Canídromo. “O encerramento [do Macau Jockey Club] é obviamente mais adequado em relação ao tratamento dado aos galgos aquando do encerramento do Canídromo em 2018, pois há um ano para tratar dos processos de exportação dos cavalos. No entanto, estamos mais preocupados com o consenso que se irá gerar entre os donos dos animais e o Macau Jockey Club, sobretudo quanto ao risco de os cavalos reformados e feridos poderem ser eutanasiados.” Zoe Tang questiona se um ano será suficiente para exportar 289 cavalos, que sempre foram tratados por veterinários profissionais que fazem uma avaliação regular de saúde aos animais. Cabe ao Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) dar uma segunda opinião no caso da morte de cavalos, existindo um protocolo que define a presença de veterinários da empresa e do IAM para a eutanásia destes animais. “Acredito que os cavalos saudáveis não serão submetidos a eutanásia”, declarou Zoe Tang, que também chamou a atenção para a existência de centenas de gatos vadios no terreno do Jockey Club. Estes animais não são esterilizados, existindo o risco de reprodução. “Tanto quanto sabemos, nos últimos anos os funcionários do Macau Jockey Club têm alimentado regularmente estes gatos vadios. A ANIMA irá contactá-los rapidamente para tentar ajudar a resolver os problemas relacionados com esta questão”, disse. Segundo informações disponíveis no website da empresa, o Macau Jockey Club tem cerca de 800 empregados, mais de 300 pessoas a tempo parcial. O ano de corridas começa em Setembro e termina em Agosto, com duas corridas por semana. Para Carlos Coelho, com o fim das corridas de cavalos e galgos, seria interessante se as autoridades “se focassem no apoio ao desenvolvimento das operações das restantes concessionárias que não aquelas de jogos de fortuna ou azar”. O causídico destaca os casos da Macau SLOT, que opera as lotarias desportivas, com “uma operação lucrativa e que emprega centenas de residentes”. A ideia é que “se mantenha alguma variedade nas modalidades de jogo oferecidas em Macau”. Sugerido parque temático no terreno Lei Chun Kwok, vice-presidente da Associação Económica de Macau, sugeriu a criação de um parque temático no terreno actualmente destinado ao Macau Jockey Club, que esta segunda-feira firmou a rescisão do contrato de concessão das apostas em corridas de cavalos com o Governo. O terreno será revertido para a Administração no dia 1 de Abril e, segundo o jornal Ou Mun, o dirigente da associação destaca o Plano Director para o território, que refere o terreno em causa como pertencendo à zona Taipa Central – 1, destinada a ser uma zona turística e de diversões. Tal significa que grande parte dos projectos a desenvolver na zona devem estar ligados às áreas do turismo, entretenimento e restauração. Lei Chun Kwok entende que a edificação de um parque temático no terreno é a melhor opção tendo em conta que naquela zona da Taipa já existem muitas instalações desportivas, como o estádio ou uma piscina municipal. O vice-presidente da associação considera que o futuro parque temático pode ser mais um exemplo da presença lusófona em Macau e uma ponte cultural entre a China e o Ocidente.
Andreia Sofia Silva EventosCONTEMPO | Primeira edição do festival japonês entre Fevereiro e Março A primeira edição do CONTEMPO – Festival da Primavera do Japão de Macau decorre entre os dias 1 de Fevereiro e 30 de Março com diversas iniciativas culturais, que passam por uma aposta na música, arte e gastronomia. Apoiado pelas autoridades locais e de Quioto, e organizado por diversas empresas, este festival pretende criar uma nova dinâmica de intercâmbio cultural Celebrar as várias valências da cultura japonesa em Macau é aquilo a que se propõe o CONTEMPO – Festival da Primavera do Japão de Macau, que terá a primeira edição a decorrer entre os dias 1 de Fevereiro e 30 de Março em vários locais e salas de espectáculos. A ideia, segundo um comunicado, é que este novo evento de cariz anual possa “combinar turismo e cultura para criar uma nova plataforma de intercâmbio cultural”. O CONTEMPO é organizado pela empresa Silk Entertainment Limited e por diversas empresas locais, nomeadamente a Macau Beer ou a Air Macau, recebendo não só apoio da Direcção dos Serviços de Turismo e da Sands China como também das próprias autoridades da cidade de Quioto, no Japão. O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) está também envolvido no evento. Pretende-se que este seja “um grande evento anual durante a época da Primavera”, celebrando “a uma escala sem precedentes o turismo e a cultura japonesa”, construindo-se, assim, “uma ponte cultural entre Macau e o Japão, mostrando ao mundo o rico património cultural, as tendências, a moda, a música, as artes culinárias e o património cultural” japonês. O cartaz do CONTEMPO promete incluir “famosos grupos de ídolos japoneses, colecções únicas de arte contemporânea de galerias de renome e experiências gastronómicas”, revelando-se ainda “o cativante património cultural de Quioto”, cidade conhecida pelas tradicionais gueixas e pelas árvores em flor que desabrocham precisamente na Primavera. Serão, assim, convidados vários representantes de “marcas japonesas bem conhecidas, bem como empresas, coleccionadores e investidores para virem a Macau”, existindo o objectivo de “atrair muitos turistas japoneses para experienciarem esta festa cultural”. Música no Londoner O programa do CONTEMPO arranca logo no dia 1 de Fevereiro com a cerimónia de abertura a ser marcada pelo espectáculo “CONTEMPO Volume 1”, com o grupo musical Takane No Nadeshiko, formado em Agosto de 2022 e que fez a sua estreia no Festival Toky Idol 2022. Durante todo o festival irá decorrer uma exposição com peças de arte contemporânea seleccionadas pela galeria UG5, apresentada na Sands Gallery. Entre os dias 24 e 25 de Fevereiro, o grupo musical Karen Na Ivory irá actual no Londoner Theatre, seguindo-se uma experiência gastronómica no restaurante HIRO, no Venetian, comissariada pelo proprietário e chefe do Hyotei1, um restaurante em Quioto com mais de 400 anos de existência e detentor de estrelas Michelin. Também no Venetian, acontece uma outra actividade entre os dias 15 e 30 de Março que mistura arte, moda, cultura e artes culinárias de Quioto, apresentando-se os mais característicos quimonos e a cultura muito própria das gueixas. Entre os dias 22 e 24 de Março decorre o evento “Art Japan @ Macao 2024” com a presença do embaixador da Agência de Turismo do Japão e diversas personalidades japonesas. Finalmente, o cartaz encerra com o concerto “CONTEMPO Volume 2”, com dois espectáculos entre os dias 23 e 24 de Março no Venetian Theatre, novamente com os Takane No Nadeshiko, tendo em conta a “sua ascensão astronómica no Japão”, potenciada pela nova editora discográfica, a HMV/Victor Entertainment. Citada pelo comunicado sobre o evento, Helena de Senna Fernandes, directora da Direcção dos Serviços de Turismo, considerou que o Japão “é um destino turístico popular em todo o mundo”, além de que o festival “irá atrair os residentes locais e os turistas que gostam da cultura japonesa”. Tendo em conta que a DST pretende divulgar o turismo de Macau além-fronteiras, este festival “irá promover o intercâmbio e a compreensão mútua dos recursos turísticos do Japão e de Macau, o que poderá reforçar a publicidade e a promoção no futuro, fomentar o intercâmbio de fontes turísticas e optimizar a estrutura diversificada de visitantes”, rematou. Adrian Ngan, co-presidente e director-executivo da Silk Entertainment, disse que o CONTEMPO foi criado “para unir a cultura cativante do Japão com o palco global de Macau, encantando os visitantes de todo o mundo”.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeEstudo | PIB recuperou 80 por cento face aos níveis de 2019 A Associação Económica de Macau acredita que o Produto Interno Bruto de 2023 já registou uma recuperação em cerca de 80 por cento para níveis pré-pandemia. As previsões falam num cenário de estabilidade económica para o primeiro trimestre deste ano O mais recente Índice de Prosperidade da Associação Económica de Macau entende que o Produto Interno Bruto (PIB) relativo ao ano de 2023 já registou uma recuperação de cerca de 80 por cento para níveis pré-pandemia. Além disso, tendo em conta que Macau continua a ser o principal destino turístico para os visitantes do interior da China, a associação estima ainda que o primeiro trimestre deste ano será marcado por um cenário de estabilidade económica. No Índice ontem divulgado, e tendo em conta cálculos preliminares, a associação apontou que o PIB do último trimestre de 2023 terá rondado as 98,9 mil milhões de patacas, um aumento de 88 por cento face ao último trimestre de 2022. Por sua vez, em comparação com o quarto trimestre de 2019, o PIB de 2023 terá atingido 87 por cento do PIB registado nesse período pré-pandemia. Desta forma, a associação acredita que o PIB do ano passado seja de 350 mil milhões de patacas, mais 80 por cento em relação a 2022, e também cerca de 80 por cento do PIB registado em todo o ano de 2019. Relativamente ao jogo, a associação destacou o facto de as receitas brutas do sector terem sido melhores em Dezembro face a Novembro, com cerca de 600 milhões de patacas de receitas brutas diárias, o que constituem números bastante positivos para o final de 2023. Quanto ao sector turístico e hoteleiro, as previsões apontam para o facto de o mercado de consumo do interior da China, principal fonte de visitantes de Macau, bem como os investidores internacionais, não registar ainda sinais de estabilidade. As previsões recordam que o índice de confiança do consumidor no interior da China e os valores das acções das operadoras de jogo em bolsa estão ainda num nível baixo. Tendo em conta este cenário, a associação atribuiu 6,1 pontos, de zero a dez, ao índice de prosperidade de Macau em Novembro, enquanto o índice de Dezembro ficou-se pelos 6,2 pontos, estando numa situação considerada “estável”. A entidade considera ser possível que Macau continue a ser o destino principal de visitas para os turistas do interior da China este ano, prevendo que o Índice de Prosperidade no primeiro trimestre deste ano seja de 6,3 pontos em Janeiro, 6,4 para Fevereiro e ainda 6,5 pontos para Março, atingindo um nível de “estabilidade”. Alerta mundial As previsões da associação completam-se ainda com as influências da economia global, tendo em conta as “imensas incertezas que podem impedir a sua evolução”, nomeadamente o conflito israelo-palestiniano que tem levado ao aumento dos custos de transporte e dos preços. Foi também referido o exemplo da Reserva Federal (FED) dos EUA que se tem mostrado prudente quanto à redução das taxas de juro, o que faz com que estas se mantenham mais tempo elevadas do que o previsto inicialmente. Segundo a associação, a FED poderá descer as suas taxas de juro apenas no segundo trimestre deste ano. Mesmo com todas estas incertezas económicas a nível mundial, a associação entende que os dados económicos de Macau revelam um cenário de estabilidade e evolução positivas, sem esquecer que o Governo tem explorado os mercados internacionais de turistas e promovido a diversificação do sector.
Andreia Sofia Silva Manchete PolíticaJunkets | Diploma sobre crédito é “prego no caixão” para sector O advogado Rui Pinto Proença entende que o regime jurídico da concessão de crédito para jogos de fortuna ou azar em casino, em análise no hemiciclo, constitui “o último prego no caixão” para o sector dos junkets. O causídico participou ontem num debate na Fundação Rui Cunha sobre o primeiro ano das novas concessões de jogo O novo regime jurídico da concessão de crédito para jogos de fortuna ou azar em casino, actualmente em análise pelos deputados da segunda comissão permanente da Assembleia Legislativa (AL), constitui “o último prego no caixão” para o sector os junkets em Macau. A ideia é defendida pelo advogado Rui Pinto Proença, que foi um dos oradores na conferência de ontem promovida pela Fundação Rui Cunha (FRC) a propósito do balanço do primeiro ano após a entrada em vigor das novas concessões de jogo às seis operadoras. “A grande questão que se coloca relativamente à lei sobre o crédito ao jogo é saber se os junkets serão proibidos de conceder crédito ao jogo. Esta questão não constava da proposta de lei original apresentada à Assembleia, mas sabemos que está a ser considerada. Na minha opinião, este é o último prego no caixão da indústria de junkets, mas provavelmente não terá um grande impacto no que diz respeito às receitas dos operadores”, destacou. O advogado destacou ainda, quanto aos diplomas em processo legislativo este ano, a lei do jogo ilegal, que não foi ainda admitida na AL. “O objectivo [do Governo] parece ser o de criminalizar certos tipos de actividades ou comportamentos associados ao desaparecimento dos junkets, como as apostas paralelas e a exploração de jogos em linha, bem como permitir que as forças policiais tenham poderes de investigação reforçados e impor sanções mais pesadas. A grande questão que se coloca é se a actividade de troca não autorizada de dinheiro por jogos de azar será criminalizada, tal como indicado pelo secretário da Segurança em Setembro do ano passado”, frisou. Virar de página Sobre o primeiro ano passado sobre as novas concessões, Rui Pinto Proença destacou que estão a ser atingidos “os objectivos de política pública que foram definidos”, percorrendo-se “o caminho em prol de uma indústria mais limpa e sustentável, o que contribui para a diversificação da economia”. Além disso, relativamente à aplicação das disposições da nova lei e dos contratos, o advogado entende que tanto o Governo como as concessionárias “ainda estão a aprender e a encontrar um equilíbrio entre o que é a letra da lei e dos contratos, bem como a realidade da sua aplicação no dia a dia”. Olhando para o passado da indústria, Rui Pedro Proença destaca que “podemos discordar da forma como as coisas foram feitas ou de algumas decisões tomadas, mas não podemos negar que agora o caminho é mais claro”. “Todas as partes interessadas sabem qual a direcção que a indústria deve seguir e o quadro em que operam. Assim, o sector do jogo virou uma esquina, mas é apenas o começo”, rematou. Sobre a vontade do Governo em diversificar as fontes de turistas além da China continental, o responsável pensa que está na hora de se apostar numa “estratégia de longo prazo” e que Macau tem de “competir na cena mundial com muitos outros destinos turísticos”. “As operadoras já estão a investir recursos significativos para atrair jogadores de outros mercados, mas a concorrência é feroz. Acredito que aqui o Governo deveria fazer mais. Claro que há infra-estruturas, transportes ou vistos de trabalho, e tudo leva o seu tempo, exigindo-se alguns investimentos substanciais. Mas há também outras medidas que o Governo poderia facilmente adoptar e que apenas requerem papel e caneta”, concluiu. A conferência na FRC, moderada pelo jornalista José Carlos Matias e também promovida pela revista Macau Business, contou com as participações de Davis Fong, ex-deputado e académico especialista em jogo, o analista Niall Murray e o economista José I. Duarte.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeSSM | Alertas de pico de gripe e aumento de casos de covid-19 Os Serviços de Saúde de Macau alertam que Macau já está a enfrentar um pico de gripe, estando ainda previsto um aumento do número de casos. Além disso, as ocorrências de covid-19 registam também uma tendência de subida Um comunicado dos Serviços de Saúde de Macau (SSM) emitido na sexta-feira dá conta de que o território está a enfrentar um pico de gripe, registando-se uma tendência de aumento do número de casos. Os SSM referiram o exemplo da primeira semana do ano, quando se registou um aumento do número de doentes com sintomas de gripe que se dirigiram às urgências, cuja proporção foi de cerca de 12,5 pessoas, em média, por cada 100 doentes, enquanto na urgência pediátrica esse número foi de 37,7 utentes por cada 100 crianças. Os SSM dão conta de que estes dados são mais altos do que os números registados habitualmente fora dos picos de gripe, “estes dados são mais altos do que os números registados habitualmente fora dos picos de gripe, representando mais oito por cento face ao mês de Dezembro do ano passado e mais 33 por cento em relação à semana passada”. De frisar que, segundo as autoridades de saúde, o vírus A H3N2 representa a maioria dos casos de gripe, com 73,4 por cento, enquanto os restantes casos dizem respeito ao vírus influenza B, com 25,2 por cento, enquanto o vírus influenza A H1N1 constitui apenas 1,4 por cento das ocorrências. Desde o início de Janeiro, já ocorreram em Macau 43 casos de infecções colectivas de gripe em jardins de infância e escolas, envolvendo 360 pessoas, sendo que 22 dos casos foram provocados pela infecção com o vírus influenza A, seis causados pelo vírus influenza B, quatro causados por adenovírus e apenas um caso de covid-19. Os restantes dez casos tiveram resultados negativos ou estão ainda a ser analisados. Ocorreram ainda oito casos de doença grave gerada pela gripe, em que apenas três pessoas estavam vacinadas. Covid a subir Relativamente à covid-19, os SSM alertaram também para a tendência de aumento do número de casos, passando a taxa de detecção positiva da doença de zero para 11 por cento na última semana. A variante XBB do vírus que gera a covid-19 ocupou 69 por cento dos casos, enquanto a variante BA.2.86 representou 31 por cento. Já a variante JN.1, significou 13 por cento dos casos detectados pelas autoridades em Dezembro. Os SSM voltam a fazer um apelo à vacinação, sobretudo da parte de doentes de alto risco, idosos, mulheres grávidas ou já com doenças crónicas. Entre 2023 e as primeiras semanas de Janeiro, foram administradas cerca de 161 mil vacinas da gripe, enquanto a taxa de vacinação nos lares ultrapassou os 90 por cento. Já a taxa de vacinação de crianças e jovens, também foi de cerca de 80 por cento, enquanto a taxa de vacinação de idosos com mais de 65 anos ou de crianças com menos de três anos atingiu os 50 por cento. Os SSM oferecem a vacina monovalente de mRNA contra a variante XBB da covid-19 aos indivíduos com idade igual ou superior a 12 anos, destacando ainda que esta vacina tem mais efeitos preventivos contra as diversas variantes da covid, sobretudo quando existe o risco de ocorrer doença com sintomas graves que podem levar à morte.
Andreia Sofia Silva PolíticaCentro Histórico | Concluída análise do Plano de Salvaguarda e Gestão Está concluída, da parte do Conselho Executivo, a análise ao Plano de Salvaguarda e Gestão do Centro Histórico de Macau, proposto pelo Governo, após a realização de duas consultas públicas em 2014 e 2018. A proposta de regulamento administrativo define o território por fases consoante o seu património e zonas históricas, propondo-se 11 corredores visuais, 19 “ruas pitorescas” e ainda 24 “zonas de tecido urbano”, sendo ainda definidos os princípios orientadores para a preservação das características destes locais. São também estabelecidas “condições restritivas de construção” tendo em conta o valor cultural de cada edifício, bem como os “critérios para o restauro arquitectónico”, que abrangem 22 edifícios históricos que fazem parte do Centro Histórico de Macau. No regulamento, determinam-se ainda medidas de salvaguarda e gestão relativas à “avaliação dos impactos sobre o património” e “sustentabilidade”. No âmbito de “outras medidas”, definem-se 11 aspectos relacionados com a gestão do Centro Histórico para uso corrente, equipamentos municipais, arborização ou sistema de transportes. O regulamento administrativo vai ter de ser votado no hemiciclo para entrar em vigor a 1 de Junho deste ano.