Exportações chinesas para PLP sobem 0,9% até Outubro

As exportações chinesas para os países de língua portuguesa (PLP) subiram 0,9 por cento nos primeiros dez meses de 2025, em comparação com igual período do ano passado, de acordo com dados oficiais divulgados ontem.

De acordo com informação dos Serviços de Alfândega da China, as mercadorias vendidas para os mercados lusófonos até Outubro atingiram 72,6 mil milhões de dólares. Este valor representa um aumento de 0,9 por cento em comparação com o mesmo período de 2024, ano em que as exportações chinesas para os países fixaram um novo recorde: 85,5 mil milhões de dólares.

Os dados compilados e divulgados pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau) revelam que Angola foi a principal razão para a subida. As mercadorias chinesas vendidas para Angola atingiram 4,04 mil milhões de dólares até Outubro, um aumento homólogo de mais de metade (51,1 por cento).

Apesar de uma descida homóloga de 2,9 por cento, o Brasil continua a ser o maior comprador no bloco lusófono, tendo comprado à China produtos no valor de 59 mil milhões de dólares. Em segundo na lista – e no sentido contrário – surge Portugal, cujas importações vindas da China aumentaram 14,8 por cento para 5,88 mil milhões de dólares.

Na direcção oposta, as exportações dos PLP para a China caíram 5,9 por cento, para 112,2 mil milhões de dólares nos primeiros dez meses.

De acordo com dados oficiais, este é o valor mais baixo para o período entre Janeiro e Outubro desde 2020, no início da pandemia de covid-19.

A descida deveu-se, sobretudo, ao Brasil – de longe o maior fornecedor lusófono do mercado chinês – cujas vendas caíram 4,7 por cento para 94,9 mil milhões de dólares.

Além disso, também o segundo maior parceiro comercial chinês no bloco lusófono, Angola, viu as exportações caírem 12,8 por cento, para 12,9 mil milhões de dólares.

Rota descendente

As vendas de mercadorias de Portugal para a China diminuíram 7,6 por cento, em comparação com os primeiros dez meses de 2024, para 2,39 mil milhões de dólares. Aliás, seis dos nove países de língua portuguesa diminuíram as exportações para o mercado chinês. As vendas de Moçambique para o mercado chinês desceram 8 por cento, para 1,35 mil milhões de dólares, enquanto as exportações da Guiné Equatorial encolheram 28,5 por cento, para 634,3 milhões de dólares.

As remessas de Cabo Verde diminuíram 37,1 por cento, com o país a vender à China apenas cerca de oito mil dólares em mercadorias entre Janeiro e Outubro. Timor-Leste destacou-se pela positiva, com as exportações para a China a dispararem de apenas 632 mil dólares para 26,8 milhões de dólares no espaço de um ano.

Também as vendas de São Tomé e Príncipe cresceram nove vezes, para 51 mil dólares, enquanto o valor das exportações da Guiné-Bissau passou de zero para oito mil dólares. A China continua a registar um défice comercial com o bloco lusófono, que atingiu 39,6 mil milhões de dólares nos primeiros dez meses de 2025.

Ao todo, as trocas comerciais entre os países de língua portuguesa e a China atingiram 184,8 mil milhões de dólares, menos 3,4 por cento do que no mesmo período do ano passado.

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