China / ÁsiaHong Kong | Governo promete mais educação patriótica e segurança nacional Hoje Macau - 18 Set 2025 O líder de Hong Kong apresentou ontem, nas quartas Linhas de Acção Governativa, um plano para promover a educação patriótica e reforçar a lei de segurança nacional, para consolidar a estabilidade e a identidade chinesa O Executivo de Hong Kong vai manter a aposta na promoção do nacionalismo, através da educação patriótica e reforço da lei de segurança nacional, para consolidar a estabilidade na região e a identidade chinesa dos residentes. Ao contrário dos anos anteriores, não houve protestos em frente ao parlamento local, onde John Lee Ka-chiu proferiu o discurso, após a dissolução da esmagadora maioria dos grupos de oposição e perante uma maior presença policial. O Chefe do Executivo enfatizou a importância de aprofundar as reformas, fomentar o crescimento económico e melhorar as condições de vida, capitalizando os pontos fortes da região. O dirigente reflectiu ainda sobre os cinco anos desde a implementação da lei de segurança nacional, afirmando que Hong Kong ultrapassou um período de “caos e desordem” e caminha em direcção à prosperidade. No entanto, John Lee prometeu continuar a melhorar a lei – imposta por Pequim sem passar pelo Conselho Legislativo local – e os seus mecanismos de implementação para punir qualquer acto que ameace a segurança nacional. O líder do Governo sublinhou que mais de um milhão de pessoas já visitou uma exposição sobre segurança nacional inaugurada em 2024 e que mais de 3.300 instrutores foram formados para promover o assunto. Lee reafirmou o compromisso com o modelo ‘Um País, Dois Sistemas’, que descreveu como a melhor opção para garantir a prosperidade e a estabilidade de Hong Kong a longo prazo. Regresso às origens Originalmente proposto pelo líder chinês Deng Xiaoping (1904-1997), o conceito ‘Um País, Dois Sistemas’ prometeu a Macau e Hong Kong um elevado grau de autonomia a nível executivo, legislativo e judiciário por um período de 50 anos. Este princípio foi aplicado em 1997 e 1999, com a transferência de soberania de Hong Kong e da administração de Macau, respectivamente. John Lee comprometeu-se ainda a manter a ordem constitucional estipulada na Constituição chinesa e na Lei Básica, a ‘mini-constituição’ de Hong Kong. Em relação à educação, o Chefe do Executivo anunciou um impulso à educação patriótica, promovendo instalações na China continental como “bases para a educação patriótica” para estudantes e jovens. Dezenas de polícias patrulhavam ontem a zona em redor do Conselho Legislativo, em forte contraste com 2024, quando os membros da Liga dos Sociais-Democratas protestaram exigindo o sufrágio universal. O grupo de oposição, um dos últimos bastiões da dissidência em Hong Kong, anunciou a dissolução definitiva em Junho, citando a “imensa pressão política” resultante da implementação da lei de segurança nacional. Organizações internacionais denunciaram a lei como uma “emergência de direitos humanos”, que acusaram de ter criminalizado a dissidência pacífica e levado a mais de 1.800 detenções políticas arbitrárias, minando as liberdades de expressão e de associação.