EventosCCCM | “A China Multissecular vista Através de Formas e Cores” para ver até Abril Andreia Sofia Silva - 17 Mar 2025 Antigo embaixador na China, José Manuel Duarte de Jesus lançou-se na pintura e volta a apresentar as suas obras naquela que é a sua segunda exposição. “A China Multissecular vista Através de Formas e Cores” pode ser vista no Centro Científico e Cultural de Macau até ao dia 11 de Abril Depois de uma longa carreira dedicada à diplomacia, na qualidade de embaixador, com passagens por Pequim e Pyongyang, mas também Kinshasa ou Brazzavile, entre outras, José Manuel Duarte de Jesus é agora um homem dedicado aos livros e às artes. A sua veia artística tem-se expressado através da pintura, cujos trabalhos podem agora ser vistos na mais recente exposição patente no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM). “A China Multissecular vista Através de Formas e Cores” foi inaugurada na última sexta-feira, em Lisboa e, ao HM, o antigo embaixador explica que grande parte dos quadros “inspiram-se em caracteres chineses, poesias antigas chinesas e até uma poesia de Mao”, escrita em 1925, e que tem como título “Alone I stand in the autumn cold”. São mais de 20 quadros, um deles “sobre a evolução do carater sheng – vida”, ou outro “baseado numa poesia de Niu Xi Ji, poeta do sec. X e.c.”. Há ainda quadros, como o número 14, “baseado em frases do Dao De Jing, de Lao Zì, inspirado numa frase ‘O espírito do vale é imortal, é chamado o Subtil ou a Vagina Profunda'”. Questionado sobre as percepções da China, ou da própria cultura chinesa, que o público poderá ter com esta mostra, José Manuel Duarte de Jesus assume não conseguir responder de forma concreta. “Algumas pessoas que conheçam um pouco da milenar cultura chinesa poderão talvez percepcionar, pela via da pintura, aspectos fundamentais das duas linhagens básicas da cultura chinesa, a confucionista e a de Lao Zi”, disse. Feito de viagem O antigo embaixador confessou ter viajado muito e vivido em muitos países por força do seu trabalho diplomático, mas a passagem pela China marcou-o bastante. “Como diplomata e embaixador passei por muitos países da europa da ásia e da américa, mas talvez nenhum me tenha marcado tanto como a China. Percorri muitas regiões, muito diversas, daquele enorme país. Procurei conhecer a sua população e as suas diversas culturas. Apaixonei-me de tal modo que estudei e continuo a estudar o pensamento filosófico e a sua notável tradição poética.” A exposição patente no CCCM é a primeira do responsável em Portugal, mas a segunda na qualidade de pintor, pois já expôs em Pequim. “O facto de ter sido embaixador na China está em parte na origem desta exposição”, disse ainda. Actualmente, embaixador jubilado, José Manuel Duarte de Jesus esteve também ligado à carreira docente no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, bem como de outras universidades portuguesas. Tem-se dedicado a estudos e publicações na área da Ásia, com foco na China, a política externa chinesa, África e relações internacionais. Um dos livros que escreveu sobre a China foi “O Jardim no Pensamento Mítico Chinês”, em 2002 ou ainda “Faces da China”. Numa veia mais auto-biográfica, editou, em 2007, “O Outro Lado da Diplomacia – 1960 a 2007”.