Livraria Portuguesa | Jason Wordie apresenta segunda edição de livro sobre Macau

Depois de uma primeira sessão, Jason Wordie, jornalista e historiador de Hong Kong, estará hoje novamente na Livraria Portuguesa para apresentar a segunda edição do livro “Macao, People and Places, Past and Present”, lançado há 11 anos. Eis a oportunidade para rever uma obra em inglês sobre o território e partilhar experiências de leitura com o autor

 

Jason Wordie lançou há 11 anos uma obra que explora a essência de Macau, intitulada “Macao, People and Places, Past and Present”. Agora, numa altura em que acaba de ser lançada uma segunda edição, o autor está em Macau para falar hoje do projecto na Livraria Portuguesa, a partir das 15h, depois de uma primeira sessão que decorreu ontem no mesmo local.

Esta obra é descrita como um guia sobre o território, mas, ao mesmo tempo, “um trabalho académico, acompanhado de uma bibliografia exaustiva”. Todos os recantos e segredos de Macau são aqui contados em mais de 400 páginas de textos e fotos, onde, num denso livro de consulta, se incluem diversas narrativas sobre a península e ilhas, que remontam aos primórdios da chegada dos portugueses a Macau, em meados do século XVI.

Segundo um artigo da Revista Macau de 2014, Jason Wordie visitou Macau pela primeira vez em 1988, tendo voltado sempre para revisitar memórias e lugares. O livro que agora ganha uma segunda edição começa nas Portas do Cerco, e segue pelos bairros, que o autor descreve como sendo “aparentemente semelhantes, mas na verdade muito diversos”.

Há ainda passos dados por lugares classificados pela UNESCO, nomeadamente o Centro Histórico, ou ainda bairros que são menos explorados por turistas, nomeadamente o Fai Chi Kei, Ilha Verde ou Areia Preta.

Sobre este livro, o crítico Nigel Collett escreveu que a sua leitura foi “um prazer absoluto”, tendo ficado “encantado” em todo o tempo de leitura, passando das Portas do Cerco a Coloane, devorando páginas.

Nigel Collett, também ele autor, descreveu esta obra como um “livro soberbo”, com imagens do professor Anthony Headley e edição de Colin Day. Referiu ainda que “a história e as culturas chinesa e portuguesa predominam naturalmente neste livro, tal como em Macau”.

“Quer se trate de igrejas, templos, fortalezas, edifícios governamentais, praças e jardins públicos, bibliotecas e a mais antiga casa de luz da costa chinesa, Jason Wordie acompanha-o a vê-los a todos”, descreveu Collett na mesma recensão crítica.

Cantos da casa

Logo no primeiro capítulo do livro, com o nome “Portas do Cerco – Barrier Gate, Amaral and Other ‘Border Incidents’ – and Cross-Boundary Trade”, Jason Wordie descreve como a zona norte da península era um espaço bastante longínquo em termos culturais da restante zona da cidade, onde grande parte dos macaenses e portugueses viviam.

“Até meados do século XIX, grande parte da zona norte de Macau, além das zonas muralhadas, não era mais do que uma série de terrenos meio baldios, remotos, com casas isoladas e aldeias com zonas de cultivo. Desde Mong Há até à fronteira chinesa das Portas do Cerco, (…) esta zona de Macau era uma zona remonta e assombrada de vagabundos e fugitivos da cidade”, escreve Wordie. Segue-se depois o segundo capítulo dedicado à Ilha Verde e bairro de Toi San, com descrições das antigas fábricas e presença religiosa.

Jason Wordie é um historiador e escritor consagrado de Hong Kong. Licenciado em História pela Universidade de Hong Kong, criou reputação na criação de percursos pedonais onde se vão contando estórias de Macau, Hong Kong e Cantão. Escreve também em jornais, nomeadamente no South China Morning Post, vivendo na zona dos Novos Territórios há mais de duas décadas.

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