Livraria portuguesa | Sonia Leung em Macau para falar da sua obra

Sonia Leung, poetisa e escritora de Hong Kong, estará em Macau este fim-de-semana para uma série de eventos em torno da sua escrita, com foco no livro “The Girl Who Dreamed – A Hong Kong Memoir of Triumph against the Odds”. Na Livraria Portuguesa esperam-se conversas com a autora e workshops de escrita criativa

 

Os amantes da literatura que se faz em Hong Kong, em inglês, podem desfrutar este fim-de-semana do contacto com a autora Sonia Leung, que vem à Livraria Portuguesa para dois eventos onde irá falar da sua obra, nomeadamente do seu mais recente livro, “The Girl Who Dreamed – A Hong Kong Memoir of Triumph against the Odds”.

Sonia Leung é uma poetisa e escritora que já ganhou diversos prémios, nomeadamente o “Wordview 2023”, concurso anual de poesia do Reino Unido, sem esquecer as edições de 2015 e 2016 dos prémios Hong Kong Top Story. Sonia Leung estreou-se em 2020 na área da literatura com uma colecção de poesia bilingue, escrita em inglês e chinês, intitulada “Don’t Cry, Phoenix”.

“The Girl Who Dreamed: A Hong Kong Memoir of Triumph against the Odds” é o seu segundo livro, sendo que o terceiro, “Three-inch Heaven – Chinese Women’s Stories of Resilience and Determination” já está a ser ultimado.

Este sábado, a partir das 17h, decorre o evento “Confissões Corajosas – Parte I”, que conta com a presença da autora e de Julia Ying Zhu, docente da Universidade Politécnica de Macau. Segundo um comunicado da Livraria Portuguesa, esta sessão convida o público “a acompanhar a autora enquanto ela observa o que aprendeu no caminho para se tornar uma escritora de memórias, na esperança de a ajudar na sua própria viagem”.

“The Girl Who Dreamed” é, assim, um livro sobre as memórias de Sonia, descrevendo “as suas dificuldades e tristezas com um enorme detalhe”. A obra é, acima de tudo, “uma história de aventuras e um conto do triunfo”, proporcionado a quem o lê, “uma exploração rica das alegrias da leitura, escrita, bem como dos actos de comer e viver no contexto cultural chinês”. Este livro leva, portanto, os leitores não chineses a emergir “neste mundo de uma forma perfeita”.

Escreve com ela

No domingo, dia 5, a partir das 15h, é dia de escrever em parceria com a autora de Hong Kong. “Confissões Corajosas – Parte 2” leva os participantes a realizar exercícios de escrita em torno do conceito de memórias, além de querer dar uma nova visão a este género literário, “frequentemente menosprezado” pelos críticos. O menosprezo revela-se ainda mais se se tratar de “livros de mulheres”, pois estas memórias passam a ser rotuladas de “confessionais”, aponta o mesmo comunicado.

“Este workshop pretende resgatar a noção de ‘confessar’ para todos os que passem por momentos difíceis e desejem escrever sobre eles com franqueza. Muitos críticos, e também o público em geral, ainda não compreendem que, quando nos ‘confessamos’, procuramos a comunhão das nossas experiências, aumentando o conjunto do que significa ser profundamente humano.”

Sobre este workshop, descreve-se ainda que “através da escrita corajosa de memórias, compreendemos as nossas próprias narrativas de vida e aprendemos com as dos outros”, pois “quanto mais escrevemos de forma artística, mais reconhecimento obtemos”. “O workshop ‘Confissões Corajosas’ permitir-vos-á fazer ouvir as vossas vozes”, refere-se ainda.

O workshop inicia-se com um exercício de 15 minutos em que se pede aos participantes para compararem a escrita a comida, estabelecendo uma ligação com os cinco sentidos, a fim de perceber quais os que podem estar a ser negligenciados. Isto porque “quando falamos de comida, evocamos todos os sentidos”.

Segue-se um exercício de 35 minutos em que se pretende responder à questão “Porque é que importa escrever sobre a vida”, onde se recriam memórias de infância num permanente diálogo com os sentidos, como se de um puzzle se tratasse. Criam-se também personagens em torno dessas memórias. Depois, irá escrever-se uma carta para alguém que se ama ou odeia, se teme ou alguém que provoca divertimento. Contudo, o destinatário deve ser alguém a quem nunca confessamos os nossos sentimentos.

A sessão irá ainda abordar técnicas da escrita de memórias, nomeadamente para a escolha de temas e estilos de escritas, propondo-se depois um exercício de escrita em torno de uma fotografia da infância, em que se pede para “usar a voz e sensibilidade de quem se era quando a fotografia foi tirada”, em comparação com a personalidade actual do autor do texto.

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