C-PLPEX | Empresas alimentares lusas querem chegar ao Interior

As empresas portuguesas Pudim da TV e PortugalFoods estão a participar na C-PLPEX e tentam penetrar no mercado do Interior. A tarefa não é encarada como fácil, mas os apoios em Macau e de parceiros do outro lado da fronteira podem ajudar

Uma empresa de Fafe disse ontem que está a investir em robots para conseguir produzir, por ano, um milhão de pudins inspirados no pudim abade de priscos e começar a exportar para a China. O criador do Pudim da TV, Paulo Fernandes, anunciou à Agência Lusa que, até ao final do ano, a fábrica da empresa no distrito de Braga terá quatro robots a operar, atingindo assim a capacidade para produzir um milhão de pudins por ano.

A unidade fabril, criada há dois anos e meio, já fornece sobremesas a mais de 400 restaurantes em Portugal e exporta para nove países na Europa e América do Sul, disse Fernandes. O empresário falava aos jornalistas durante o segundo dia da 2.ª Exposição Económica e Comercial China–Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), que está a decorrer em simultâneo com a 30.ª Feira Internacional de Macau.

Fernandes trouxe o Pudim da TV ao território “acima de tudo para tentar perceber como é que é o palato daqui dos chineses, se o pudim é bem aceite ou se nós temos que fazer alguma afinação ao sabor”. A empresa, cujo volume de negócios atinge “umas centenas de milhares de euros”, pretende também “arranjar parceiros” para fazer a distribuição do pudim e repetir “o crescimento exponencial” do pastel de nata no estrangeiro.

Paulo Fernandes disse estar a analisar a possibilidade de aderir a um programa do Governo de Macau, que irá entrar em vigor em Novembro, para ajudar empresas estrangeiras a internacionalizar-se a partir da região. O chef revelou que tem reuniões marcadas com potenciais parceiros. Dependendo do interesse, Macau pode ser a “porta de entrada” do Pudim da TV para mercados como a vizinha Hong Kong e a China continental.

Aposta no Online

Por sua vez, a empresa PortugalFoods revelou ter assinado um acordo com a Tmall para ter “uma forte presença portuguesa” numa das maiores plataformas de comércio electrónico da China.

A directora executiva da PortugalFoods considerou “muitíssimo interessante” o protocolo de cooperação assinado durante a 2.ª C-PLPEX, em Macau. “O nosso objectivo é começarmos a trabalhar realmente na constituição de – eu não digo uma loja – uma forte presença portuguesa nesta plataforma”, explicou Deolinda Silva.

“Não é fácil, mas eles estão ali prontos para nos ajudar, e nós também já vamos cada vez mais adquirindo mais conhecimento sobre o desafio que nos espera”, admitiu a dirigente. A cooperação arrancou ontem, com uma apresentação dos produtos das empresas associadas da PortugalFoods junto de empresas chinesas “das mais variadas categorias”, revelou Silva.

A associação trouxe produtos de 12 companhias à C-PLPEX, mas conta com mais de 200 associados entre empresas, entidades do sistema científico e da fileira agroalimentar e outras actividades conexas. A apresentação faz parte de uma estratégia da Tmall para promover os produtos agroalimentares portugueses “de uma forma agregada, para se ganhar alguma dimensão”, explicou a directora executiva da PortugalFoods.

“O trabalho que tem de ser feito junto destes parceiros chineses é imenso, porque praticamente não existe uma presença de produtos portugueses”, lamentou Silva. A China “é um mercado com um potencial brutal mas que deve ser trabalhado de forma faseada e por regiões”, acrescentou Silva, que apontou o sul da China como prioridade.

Subscrever
Notifique-me de
guest
0 Comentários
Mais Antigo
Mais Recente Mais Votado
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários