Desporto MancheteGP Macau: Primeiros nomes e primeiras dúvidas Sérgio Fonseca - 10 Out 2025 Outubro é habitualmente o mês de preparativos para o Grande Prémio de Macau. Com os campeonatos a chegarem ao fim um pouco por todo o mundo, as atenções viram-se para o grande evento da RAEM, que este ano decorrerá de 13 a 16 de Novembro Depois de Marcos Cheong e Vernice Lau terem corrido na prova do Campeonato da China de Fórmula 4, este fim-de-semana é a vez de Tiago Rodrigues voltar a pegar no capacete para disputar a prova de encerramento da temporada da competição chinesa, no circuito da cidade vizinha de Zhuhai. O ex-campeão chinês da disciplina tem estado afastado das corridas de monolugares desde que participou no Campeonato de Fórmula 4 do Médio Oriente, no início do ano, mas a sua experiência poderá revelar-se uma mais-valia na defesa das cores do território no Circuito da Guia. Vinte dos monolugares Mygale M21-F4 do campeonato chinês serão revistos após esta prova no Circuito Internacional de Zhuhai e entregues a técnicos nomeados pela Federação Francesa do Desporto Automóvel (FFSA), que os colocarão em pista na primeira edição da Taça do Mundo de Fórmula 4 da FIA, em Macau. Trata-se do mesmo modelo utilizado no Campeonato de França de Fórmula 4. Alguns nomes das motos A ausência de Michael Rutter da lista de inscritos da edição deste ano do Grande Prémio de Motos de Macau é já uma certeza. No entanto, começam a ser conhecidos, através da imprensa especializada, os primeiros nomes que darão corpo à única prova de estrada do continente asiático. Praticamente confirmadas estão as presenças de Davey Todd, vencedor da edição do ano passado, e de Peter Hickman, o motociclista que persegue o recorde de vitórias de Rutter e que deverá estar praticamente recuperado das lesões sofridas no acidente da Ilha de Man. Ambos irão pilotar as competitivas BMW M1000RR oficiais da 8TEN Racing. Rob Hodson, piloto da SMT Racing, também tem garantido a sua presença na RAEM, sendo habitualmente um dos fortes candidatos ao Top 5 da corrida. Mas nem só de nomes consagrados se faz a prova. Entre os estreantes já confirmados está o piloto de rampas Maurizio Bottalico. O piloto de São Marino, que subiu ao pódio no Manx Grand Prix, segue os passos de outros grandes nomes italianos das corridas de estrada do século XXI — como Stefano Bonetti, Luca Gottardi ou Alex Polita — ao enfrentar a mais célebre e temida corrida do Oriente. Segundo o portal Road Racing News, haverá mais estreantes no Circuito da Guia este ano, como Mitch Rees, piloto com vários títulos na Nova Zelândia, Ryan Whitehall, um piloto oriundo da Ilha de Wight, e o novo detentor do recorde da volta em Frohburger Dreieck na categoria Supersport, Paul Jordan. Dúvidas nos GT Stéphane Ratel, fundador e CEO do SRO Motorsports Group — a empresa que co-organiza a Taça do Mundo de GT da FIA do Grande Prémio de Macau — tem sido uma das vozes mais críticas em relação à introdução dos sensores de binário nas provas de GT3. Contudo, a FIA decidiu a favor da sua utilização na Taça do Mundo do Circuito da Guia, e o empresário francês falou pela primeira vez sobre o assunto. “As equipas que competem em Macau são maioritariamente da Ásia, onde os sensores de binário nunca foram utilizados. A falta de experiência poderá afectar o equilíbrio desportivo, e foi por isso que me opus à sua utilização”, referiu Stéphane Ratel à revista alemã Motorsport Aktuell, acrescentando que não acredita que este seja o caminho a seguir. Apesar de o SRO Motorsports Group ser co-organizador da prova e de dispor de um Balance of Performance (BoP) reconhecido a nível mundial, nos dois últimos anos o BoP de Macau foi determinado pela própria FIA. No ano passado, o BoP da FIA valeu uma série de críticas, com equipas e pilotos – particularmente da Audi, Porsche e Lamborghini, os principais prejudicados – a manifestarem publicamente o seu desagrado face às diferenças de andamento. Por essa razão, a FIA decidiu introduzir estes dispendiosos sensores, instalados nos veios de transmissão dos carros, que representam a ferramenta mais precisa para medir a potência transmitida às rodas. “Alguns construtores apoiaram a ideia, mas outros, como a Mercedes, foram contra”, afirmou Stéphane Ratel. “Como resultado, perdemos alguns carros da lista de inscritos. Para ser claro: encaro esta questão de forma pragmática, não dogmática. No ano passado, em Macau, três ou quatro construtores poderiam ter vencido sem estes sensores de binário. Em 2025 veremos se esta tecnologia é realmente útil”, concluiu.