União Europeia | China apela à cooperação apesar de divergências

António Costa e Ursula von der Leyen chegam esta quinta-feira a Pequim para encontros com Xi Jinping e Li Qiang com vista a estabelecer uma maior aproximação entre as duas partes face à instabilidade global

 

A China apelou ontem à cooperação com a União Europeia, apesar das divergências, e criticou o que classificou como exageros sobre disputas comerciais e acusações infundadas quanto à sua posição face à guerra na Ucrânia.

“O Governo chinês espera que a UE avance na mesma direcção, ultrapasse as diferenças e planeie em conjunto a cooperação para os próximos 50 anos”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Guo Jiakun, em conferência de imprensa.

Guo criticou o que descreveu como insistência, por parte de “algumas pessoas na Europa”, na chamada “tripla caracterização” da China – como parceiro, concorrente e rival sistémico – e acusou-as de “exagerar unilateralmente questões económicas e comerciais” e de lançar “acusações infundadas” sobre a Ucrânia, o que, segundo Pequim, tem gerado “perturbações desnecessárias” na relação bilateral.

O porta-voz destacou que, após meio século de relações diplomáticas, a ligação entre a China e a UE “acumulou experiência e energia positiva suficientes para resistir às mudanças e ultrapassar desafios”.

“A realização da cimeira China – UE neste momento tem grande significado e despertou ampla atenção da comunidade internacional”, afirmou, sublinhando que ambas as partes são “grandes forças que impulsionam o multilateralismo, grandes mercados que sustentam a globalização e grandes civilizações que promovem a diversidade”.

Conversas construtivas

A cimeira entre a China e a UE realiza-se esta quinta-feira, 24 de Julho, em Pequim, para assinalar o 50.º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas. Estão previstas as participações do Presidente chinês, Xi Jinping, da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do presidente do Conselho Europeu, António Costa.

Segundo fontes comunitárias, Bruxelas procurará promover um diálogo construtivo sobre temas globais e bilaterais, incluindo comércio, a guerra na Ucrânia e a transição energética.

A UE deverá reiterar que a actual relação económica com a China é insustentável, devido à falta de acesso recíproco e de concorrência justa, e poderá avançar com medidas correctivas caso não sejam alcançados reequilíbrios.

Líderes confirmados

A China confirmou ontem que os líderes da União Europeia (UE) vão deslocar-se ao país na quinta-feira para a cimeira bilateral, numa altura em que as duas partes procuram atenuar uma série de diferendos.

“O presidente do Conselho Europeu, António Costa, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, deslocar-se-ão à China em 24 de Julho”, anunciou o ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, em comunicado. “O Presidente Xi Jinping vai reunir-se com ambos. O primeiro-ministro Li Qiang e os dois líderes da UE copresidirão à 25.ª cimeira China–UE”, acrescentou.

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