HK | Caso de subornos envolve Don Don Donki de Macau

Uma empregada de uma consultora de Hong Kong confessou em tribunal ter recebido subornos de empresas contratadas para renovar duas lojas de produtos japoneses. Os dois projectos ultrapassaram 25 milhões de dólares de Hong Kong, dos quais 23,4 milhões foram para o projecto da Don Don Doki, no Fai Chi Kei

 

No próximo dia 21 de Julho, o Tribunal de Kowloon City, em Hong Kong, irá revelar a sentença de um julgamento que coloca no banco dos réus uma empregada de uma empresa de consultadoria de design e dirigentes de duas companhias num caso em que as autoridades da região vizinha alegam um esquema de subornos para conseguir contratos de renovação de duas lojas: a Tokyo Lifestyle em Kowloon e o supermercado da cadeia Donki Japan em Macau.

Segundo um comunicado da Independent Commission Against Corruption (ICAC) de Hong Kong, na passada segunda-feira, Pian Pang Ka-shin, gestora de marketing da K&C Creation Limited (KCL), declarou-se culpada em tribunal de receber 230 mil dólares de Hong Kong para garantir que as duas empresas conseguiam os contratos de renovação das lojas mencionadas, que valeriam um total de 25 milhões de dólares de Hong Kong.

O caso conta com mais três arguidos, dirigentes das duas empresas que conseguiram os contratos, e começou a ser julgado no Tribunal de Kowloon City no passado mês de Fevereiro.

Estilos de vida

Em 2019, a KLC ficou encarregue dos dois projectos de renovação e, nessa altura, Pian Pang Ka-shin era a responsável da empresa por coordenar os concursos para encontrar as empresas que seriam responsáveis pelos trabalhos nas duas lojas. A arguida estava encarregue de apresentar as propostas e orçamentos de empresas concorrentes para selecção da KLC e Donki Japan.

Segundo o ICAC, Pang confessou ter recebido entre Junho de 2019 e Janeiro de 2022 subornos superiores a 230 mil dólares de Hong Kong de três dirigentes das empresas para as ajudar a conseguir contratos para os projectos.

No concurso para a renovação da Tokyo Lifestyle, Pian Pang Ka-shin submeteu duas propostas, mas seguindo a recomendação da gestora, a RNK acabou por ficar com o contrato no valor de 1,7 milhões de dólares de Hong Kong. O projecto de maior volume foi mesmo o do espaço comercial no Fai Chi Kei. Aí, Pang ajudou a empresa que acabaria por ficar com o contrato, a FEL, a submeter a proposta para conseguir o projecto no valor 23,4 milhões de dólares de Hong Kong.

Os três dirigentes das empresas que terão, alegadamente, subornada a gestora declararam-se inocentes em tribunal.

O Don Don Donki no Fai Chi Kei abriu Setembro de 2021, em plena pandemia. Com fortes restrições fronteiriças, a abertura do supermercado de produtos japoneses foi encarada pela população como uma oportunidade de viajar sem sair de Macau. Durante largas semanas, a imposição de medidas de prevenção e controlo de multidões não foi o suficiente para originar longas filas de clientes para entrar na loja aberta 24 horas por dia. Em Fevereiro do ano passado, a marca abriu uma segunda loja em Macau no Studio City.

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