MNE iraniano diz que primeiro israelitas e agora EUA “fizeram explodir a diplomacia”

O ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros reagiu aos apelos da União Europeia e Londres para voltar ao diálogo afirmando que os Estados Unidos e Israel “decidiram fazer explodir” a diplomacia ao bombardearem o Irão.

“Estávamos a negociar (sobre o programa nuclear iraniano) com os Estados Unidos quando Israel decidiu fazer explodir essa diplomacia”, afirmou Abbas Araghchi, através da plataforma X e depois em declarações em Istambul, acrescentando que, depois, quando estavam em diálogo com países da União Europeia – referindo-se às negociações em Genebra esta semana -, “os Estados Unidos decidiram, por sua vez, reverter esta diplomacia”.

“Que conclusões se podem tirar disto?”, respondeu Araqchi aos apelos feitos ontem pela chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, e pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

A alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, apelou para que “todas as partes” dêem “um passo atrás”, regressem à mesa de negociações e evitem uma nova escalada”, depois do bombardeamento, na passada madrugada, dos EUA contra as principais instalações nucleares do Irão.

O primeiro-ministro britânico, por seu turno, apelou para que o Irão “regresse à mesa das negociações”, sublinhando que “a estabilidade na região é uma prioridade”. Na resposta dura a estes apelos para voltar à mesa de negociações, o chefe da diplomacia iraniano sustentou ainda: “Como poderia o Irão voltar a algo que nunca abandonou, e muito menos destruiu?”.

Ao ataque

O Presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou na passada madrugada que as forças armadas dos Estados Unidos atacaram três centros nucleares no Irão, incluindo Fordo, juntando-se directamente a Israel para travar o programa nuclear do país.

“Concluímos o nosso bem-sucedido ataque às três instalações nucleares no Irão, incluindo Fordo, Natanz e Esfahan”, disse Trump numa publicação nas redes sociais. A guerra começou na madrugada de dia 13 de Junho, com Israel a lançar uma vasta ofensiva militar contra o país persa, alegadamente para impedir o avanço do programa nuclear iraniano para fins militares.

Os ataques dizimaram infraestruturas militares e nucleares do Irão, que tem respondido com vagas de mísseis sobre as principais cidades israelitas, incluindo Tel Aviv e Jerusalém, assim como várias instalações militares espalhadas pelo país.

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