Graça Morais e Júlio Pomar na galeria AMAGAO partir de quinta-feira

Chama-se “Diálogos de Criatividade” e é o nome da nova mostra promovida pela galeria AMAGAO e que abre ao público esta quinta-feira, a partir das 18h30. Segundo uma nota da galeria, apresenta-se “uma selecção excepcional de artistas portugueses contemporâneos”, sendo que cada um traz uma “perspectiva única e inovadora sobre o panorama artístico actual”.

São, ao todo, 24 artistas, sendo que alguns deles já expuseram o seu trabalho em Macau. “Diálogos de Criatividade” integra um total de 50 trabalhos. Do rol de artistas destaque para os grandes nomes da pintura portuguesa contemporânea, como é o caso de Graça Morais e Júlio Pomar. Seguem-se nomes como Abílio Febra, escultor e artista; Alfredo Luz, Ana Cristina Dias, Ana Pimentel, André Pedro, Cunha Nery, Fernando Direito, Francisco Geraldo, João Paulo, Jorge Francisco, José́ Luís Tinoco, Lara Roseiro, Luís Jesus, Luzia Lage, Madalena Pequito, Maria Dulce Martins, Maria João Franco, Maria Leal da Costa, Númparo, Pedro Proença, Raquel Gralheiro e Susana Bravo.

Vultos da pintura

A pintora Graça Morais, com nome completo Maria da Graça Pinto de Almeida Morais, nasceu no dia 17 de Março de 1948 em Trás-os-Montes. Concluiu o Curso Superior de Pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP) em 1971. Entre os anos de 1976 a 1979 viveu em Paris, como bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian. Actualmente reside e tem o seu ateliê em Trás-os-Montes e em Lisboa.

Desde 1974 realizou e participou em mais de uma centena de exposições individuais e colectivas, em Portugal e no estrangeiro. Destaca-se a representação de Portugal na XVII Bienal de São Paulo (1983) e as exposições individuais no Museu de Arte Moderna de São Paulo (1984) e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1985).

Já Júlio Pomar, outro grande nome da pintura portuguesa, nasceu em Lisboa, a 10 de Janeiro de 1926, e faleceu a 22 de Maio de 2018 na mesma cidade. Instalou-se em Paris em 1963. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e as Escolas de Belas-Artes de Lisboa (1942-44) e do Porto (1944-46), a qual abandonou depois de uma suspensão disciplinar por actividades estudantis.

Fez parte, a partir de 1946, da Comissão Central do Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUD), de resistência à ditadura do Estado Novo em Portugal, tendo sido uma actividade pela qual foi detido no ano seguinte e condenado em tribunal. Em 1949, por ocasião da participação na candidatura presidencial de Norton de Matos, de quem desenhou um retrato muito divulgado, foi afastado do lugar de professor de desenho no ensino técnico.

Expôs pela primeira vez em 1942, em Lisboa, numa mostra de grupo no seu atelier, e realizou a primeira exposição individual em 1947, no Porto, na Galeria Portugália, apresentando desenhos que seriam no ano seguinte editados num álbum prefaciado por Mário Dionísio.

No início da sua carreira, foi um dos animadores do movimento neo-realista, desenvolvendo uma larga intervenção crítica em jornais e revistas: “A Tarde” (diário publicado no Porto, onde coordenou a página semanal “Arte”, em 1945), “Mundo Literário”, “Vértice”, “Seara Nova”, “Horizonte”, “Portucale”, “Comércio do Porto”, etc. Participou na organização das Exposições Independentes, em 1944-45, no Porto, e depois na da Exposição da Primavera (Porto, Ateneu Comercial, 1946), sendo um dos principais organizadores das Exposições Gerais de Artes Plásticas (Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa, 1946/1956). Em 1956, foi um dos fundadores e primeiros membros da direcção da Cooperativa “Gravura”. Pomar dedicou-se especialmente à pintura, mas realizou igualmente trabalhos de desenho, gravura, escultura e “assemblage”, ilustração, cerâmica e vidro, tapeçaria, cenografia para teatro e decoração mural em azulejo.

Subscrever
Notifique-me de
guest
0 Comentários
Mais Antigo
Mais Recente Mais Votado
Inline Feedbacks
Ver todos os comentários