Manchete SociedadeJogo | Jefferies reduz em 2% estimativas de crescimento João Santos Filipe - 11 Mar 2025 O início do ano levou o banco de investimento a moderar as perspectivas de crescimento do mercado do jogo, mas ainda assim é adoptada uma previsão mais optimista do que a da generalidade dos analistas O banco de investimento Jefferies reduziu em 2 por cento as estimativas de crescimento do jogo, para 240 mil milhões de patacas. Antes desta revisão em baixa, as estimativas apontavam para que as receitas rondassem os 245 mil milhões de patacas, previsões semelhantes às do Governo. “Após os resultados do quarto trimestre de 2024, e com base na tendência de Janeiro/Fevereiro, revimos as estimativas das receitas do jogo”, pode ler-se no relatório mais recente sobre o mercado de Macau, citado pelos portais Inside Asian Gaming e GGR Asia. O número revisto em baixa, significa ainda assim um crescimento de 5,8 por cento em comparação com 2024. No relatório para os investidores é indicado que este número representa, no entanto, uma estimativa mais elevada em 2 por cento, do que as expectativas consensuais entre os diferentes analistas. Segundo a Jefferies, a diferença explica-se com o facto de esperarem de o mercado de massas apresentar um crescimento de 6,9 por cento ao longo deste ano, enquanto a maioria das análises é mais conservadora, apontando para um crescimento de 4,8 por cento. As maiores facilidades ao nível de vistos para turistas do Interior são utilizadas para explicar o optimismo: “Esperamos que o visto de entradas múltiplas para os residentes de Zhuhai, que entrou em vigor em Janeiro de 2025, juntamente com o visto de entradas múltiplas para grupos de turismo, que passou a vigorar em Maio de 2024, continue a impulsionar as visitas a Macau e as receitas do jogo em massa”, foi justificado. Em comparação com o ano passado, o volume das receitas entre Janeiro e Fevereiro foi semelhante, com um crescimento de 0,5 por cento para 38 mil milhões de patacas. No entanto, os analistas esperam uma aceleração das receitas entre Março e Dezembro. Mudanças no mercado Além da revisão das estimativas em baixa, os analistas avançaram com diferentes estimativas face às quotas do mercado local. No que diz respeito a este ano e ao próximo, os analistas acreditam que as concessionárias Sands China, responsável por casinos como o The Venetian ou Sands, e a Galaxy, que gere o casino com o mesmo nome, vão aumentar a proporção de receitas, face à competição. Todavia, a velocidade do aumento vai ser mais reduzida do que a inicialmente esperada: “No entanto, como a tendência dos visitantes nos dois meses do ano não foi tão elevada como previsto, abrandámos o ritmo do aumento da quota de mercado da Sands China e Galaxy”, observou a instituição. “Com o número de visitantes em 2025 a regressar a 94 por cento do nível de 2019, deve ser um bom presságio para os operadores com grande capacidade hoteleira, como a Sands China e a Galaxy”, indicou a Jefferies. Em termos do mercado bolsista, o banco de investimento considera que é uma boa altura para investir em acções de todas as concessionárias à excepção da SJM, que ainda necessita de “mais tempo para reforçar a sua margem de lucro no Grande Lisboa Palace” e também devido à incerteza ligada aos casinos satélites. Os casinos satélites são casinos explorados por empresas independentes das concessionárias, mas com os meios destas, como mesas de jogo, empregados e mesas de jogo. O Governo quer encerrar estes casinos até ao final do ano, ou, pelo menos, que a gestão seja assumida na totalidade pelas concessionárias.