China / ÁsiaJack Ma reaparece cinco anos depois num evento público com o Presidente Hoje Macau - 18 Fev 2025 Jack Ma, fundador do gigante do comércio eletrónico Alibaba, reapareceu ontem, num evento oficial promovido pelo Presidente chinês, Xi Jinping, após se ter mantido longe dos holofotes desde 2020, na sequência de atritos com as autoridades. Um vídeo divulgado pelo canal de televisão estatal CCTV mostra Ma a aplaudir, antes da entrada de Xi e de outros líderes do Partido Comunista da China (PCC), no início de um simpósio invulgar com executivos do sector privado, incluindo empresas como a Tencent, BYD, Huawei e DeepSeek (ver texto principal). A queda de Ma remonta ao final de 2020, quando proferiu um discurso polémico, no qual atacou a estratégia de Pequim para minimizar os riscos no sistema financeiro e os bancos tradicionais, que, segundo ele, eram geridos como “casas de penhores”. Dias depois, os reguladores chineses forçaram a suspensão da entrada em bolsa da subsidiária ‘fintech’ da Alibaba, a Ant Group, operadora da popular plataforma de pagamentos Alipay. O negócio, que descarrilou apenas 36 horas antes da data prevista para a sua realização, deveria ter sido a maior entrada em bolsa da história, permitindo à empresa arrecadar 34,5 mil milhões de dólares. Até então, Ma era o homem mais rico da China – é agora o oitavo com uma fortuna de 27,2 mil milhões de dólares, menos 44 por cento do que em 2021. O empresário não só era o grande rosto visível do desenvolvimento do sector privado no país asiático, como também era considerado praticamente intocável. Na sombra Depois das disputas com Pequim, Ma manteve-se discreto, a ponto de se especular que as autoridades o teriam proibido de sair do país ou que teria sido detido. A mudança, segundo os especialistas, chegou no início de 2023, quando o Ant Group cumpriu uma das principais exigências de Pequim: dissolver o poder de voto de Ma, o que muitos analistas interpretaram como o fim de uma campanha reguladora que tinha resultado em multas anti-monopólio contra a Alibaba e outras empresas proeminentes como a Tencent ou a Didi, a “Uber chinesa” . Nas palavras da empresa de consultoria Trivium China: “A campanha começou com Jack Ma e termina com Jack Ma”. Em Março do mesmo ano, o empresário reapareceu na China após notícias de que se tinha mudado para o exterior, e os especialistas anteciparam que Pequim esperava que o seu regresso servisse para estimular os esforços do Governo para recuperar a confiança do sector privado.