Hoje Macau SociedadeCompetição “929 Challenge” atraiu mais de 300 equipas chinesas e lusófonas A quarta edição da 929 Challenge em Macau atraiu mais de 300 equipas e ’startups’ chinesas e dos países de língua portuguesa, disse à Lusa um dos organizadores da competição de empreendedorismo. Marco Duarte Rizzolio, cofundador da 929 Challenge, sublinhou que 45% dos inscritos vêm de mercados lusófonos, um aumento em comparação com edições anteriores, que registaram um maior domínio das equipas chinesas. O também professor da Universidade Cidade de Macau destacou “uma participação muito maior” do Brasil e de Portugal, de onde vêm 30 equipas, mas lamentou que não tenha havido projetos de Timor-Leste ou de São Tomé e Príncipe. A edição de 2023 tinha atraído cerca de 1.500 participantes em mais de 280 equipas de todos os nove países lusófonos e da China. Rizzolio admitiu que o aumento do número de inscritos surpreendeu os organizadores, mas sublinhou que o objetivo final “não é a quantidade, mas sim projetos com qualidade que sejam depois aplicados comercialmente”. As mais de 300 equipas começaram na sexta-feira um ‘bootcamp’ ‘online’, todos os dias, das 19:00 às 21:00 em Macau, “para apanhar todos os fusos horários”, explicou o académico. Durante duas semanas, até 11 de outubro, as equipas terão uma série de palestras, sessões de mentoria e workshops para criar planos de negócio sustentáveis. “Damos a conhecer às ‘startups’ chinesas a realidade e o ambiente de negócios dos países de língua portuguesa, que são muito diferentes”, disse Rizzolio. Para as equipas lusófonas, a meta é criar planos de negócios a pensar na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, acrescentou o organizador. A Grande Baía é um projeto de Pequim para criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, numa região com cerca de 80 milhões de habitantes e com um produto interno bruto (PIB) superior a um bilião de euros, semelhante ao PIB de Austrália, Indonésia ou México, países que integram o G20. Os melhores 16 planos – oito de empresas e oito de universitários – terão 10 minutos para convencer o júri da 929 Challenge e potenciais investidores na final, em 9 de Novembro. A quarta edição registou uma subida dos prémios monetários para os três melhores: 300 mil patacas e quatro mil dólares em serviços e ferramentas da gigante tecnológica chinesa Alibaba. De seguida, haverá um programa de apoio às empresas que se queiram estabelecer em Macau e na Grande Baía, que inclui, durante duas semanas, visitas a incubadoras e encontros com fundos de capital de risco. Este ano, pela primeira vez, haverá ainda um programa de ‘soft landing’ (aterragem leve), com um máximo de três meses, para projetos que queiram abrir um negócio em Macau. Para as ‘startups’ que precisem de capital, a competição tem acordos com possíveis investidores, incluindo a Portugal Ventures, sociedade de capital de risco do grupo estatal Banco Português de Fomento. O concurso é coorganizado pelo Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau) e por várias instituições da região administrativa especial chinesa, incluindo todas as universidades.
Hoje Macau SociedadeNúmero de imigrantes em Macau subiu quase 31.400 desde Janeiro de 2023 No final de Agosto, mais de 183 mil trabalhadores não residentes estavam registados em Macau, o que significa um aumento de quase 31.400 desde o fim da política ‘zero covid’, em Janeiro de 2023. Segundo dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), divulgados pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, Macau tinha 183.230 trabalhadores sem estatuto de residente. Este número, representa um aumento de 31.352 desde Janeiro de 2023, mês que a mão-de-obra vinda do exterior, incluindo do Interior, caiu para menos de 152 mil, o número mais baixo desde Abril de 2014. Desde o pico máximo de 196.538, atingido no final de 2019, no início da pandemia, e até Janeiro de 2023, a cidade perdeu quase 45 mil trabalhadores não residentes, que correspondiam a 11,3 por cento da população activa. O número de não residentes tem vindo a aumentar há 19 meses seguidos. O sector da hotelaria e da restauração foi o que mais contratou desde Janeiro de 2023, ganhando 15.104 trabalhadores não residentes, seguido dos empregados domésticos (mais 3.611) e da construção civil (mais 3.436). A área da hotelaria e restauração tinha sido precisamente a mais atingida pela perda de mão-de-obra durante a pandemia, tendo despedido mais de 17.600 funcionários não residentes desde Dezembro de 2019. Turismo a recuperar Com o fim da política de ‘zero covid’, a cidade acolheu nos primeiros oito meses de 2024 quase 23,4 milhões de turistas, mais 32,7 por cento do que em igual período do ano passado, e a taxa de ocupação hoteleira foi de 85,5 por cento, uma subida de 4,6 pontos percentuais em termos anuais. Em Agosto, Macau recebeu 3,65 milhões de visitantes, um novo recorde mensal. A crise económica criada pela pandemia levou a taxa de desemprego a atingir 4 por cento no terceiro trimestre de 2022, o valor mais alto desde 2006. Mas, e apesar da subida do número de trabalhadores não residentes, a taxa de desemprego está há três meses seguidos em 1,7 por cento, igualando o mínimo histórico atingido antes do início da pandemia. A economia de Macau cresceu 15,7 por cento na primeira metade de 2024, em comparação com igual período do ano passado, graças à retoma do jogo, de acordo com dados oficiais.
João Santos Filipe Manchete SociedadeJogo / Receitas | Setembro com o valor mais baixo do ano Apesar do montante mais reduzido de 2024, alguns analistas consideraram que o cenário foi “melhor do que aquele que chegou a temido” e antecipam um mês de Outubro “forte”, principalmente devido à Semana Dourada Os casinos registaram receitas brutas de 17,3 mil milhões de patacas em Setembro, de acordo com os números divulgados pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), na sexta-feira. Este foi o montante mais reduzido de 2024, mas representa um aumento de 15,5 por cento face a Setembro do ano passado. Quando a comparação é feita com 2019, o último ano antes dos efeitos da pandemia da covid-19, os números mais recentes de Setembro equivalem a 78,1 por cento do montante pré-pandémico. Em comparação com os valores de Agosto, os 17,3 mil milhões de patacas significam uma redução das receitas de 12,7 por cento face aos 19,6 mil milhões de patacas. Todavia, Setembro tende a ser um mês em que os casinos registam um menor movimento, por anteceder Outubro, que tradicionalmente é uma das épocas altas da indústria. Até Setembro deste ano, o pior mês em termos das receitas brutas do jogo tinha sido Junho, quando os casinos encaixaram 17,7 mil milhões de patacas. Estes dois meses têm ainda em comum o facto de terem sido os únicos até agora em que as receitas ficaram abaixo dos 18 mil milhões de patacas. Nos primeiros nove meses do ano, a indústria Macau arrecadou 169,4 mil milhões de patacas, mais 31,3 por cento do que no mesmo período do ano passado, quando o montante era de 128,9 mil milhões de patacas. Acima das expectativas Após terem sido divulgados os resultados de Setembro, o banco de investimento JP Morgan Securities (Asia Pacific) considerou o cenário foi “melhor do que aquele que chegou a temido”. Na nota para os investidores, citada pelo portal GGR Asia, consta ainda a expectativa antes dos resultados oficiais era de que os casinos encaixassem 17,1 mi milhões de patacas. Apesar deste aspecto positivo para a indústria, os analistas DS Kim, Mufan Shi e Selina Li reconhecem que as expectativas “continuam muito baixas”. Carlo Santarelli, analista no Deutsche Bank Securities, afirmou que os resultados de Setembro ficaram dentro do esperado, em comparação com a realidade de 2019. Por sua vez, o analista Vitaly Umansky, que pertence aos quadros da Seaport Research Partners, afirmou que as indicações apontam para uma Semana Dourada “forte” e previu que em Outubro as receitas atinjam os 21,5 mil milhões de patacas, no que seria um aumento de 10,3 por cento face ao período homólogo.
João Santos Filipe Manchete SociedadeRua da Felicidade | IC vai fazer mudanças na Zona Pedonal Até ao final do mês, o IC promete reabrir a Travessa do Aterro Novo e a Travessa do Mastro ao trânsito. Mas, antes, os comerciantes têm de esperar pelo fim das celebrações da implementação da República Popular da China A presidente do Instituto Cultural, Deland Leong, prometeu que a Zona Pedonal na Rua da Felicidade vai sofrer alterações, após a Semana Dourada. A posição foi tomada pela responsável do IC, depois dos últimos dias de Setembro terem ficado marcados pela insatisfação dos comerciantes, que afixaram nas portas artigos de jornais a pedir mudanças na zona. “Vamos anunciar e concretizar as mudanças do âmbito da zona pedonal depois dos feriados de comemoração do aniversário da República Popular da China”, assegurou Deland Leong, à margem da cerimónia da inauguração da Biblioteca do Bairro da Ilha Verde. Leong explicou igualmente que o consenso entre o Governo e os comerciantes daqueles bairros vai levar a que a Travessa do Aterro Novo e a Travessa do Mastro voltem a abrir à circulação do trânsito. O objectivo passa por retomar a circulação até ao final do mês. “Antes de avançarmos com as mudanças, no mínimo, temos de concluir as actividades que estão planeadas para aquela zona durante a Semana Dourada”, justificou Leong, sobre o agendamento dos trabalhos. Deland Leong considerou ainda “oportunas” as mudanças, dado que a zona foi criada de forma experimental há cerca de um ano, pelo que houve tempo para avaliar a implementação de “melhoramentos”. Por outro lado, a presidente do IC destacou que o Governo sempre se mostrou atento e disponível para ouvir as vozes dos comerciantes, tanto daqueles que elogiaram a medida, como dos que se mostraram contra. Final feliz O consenso para promover as alterações na zona próxima da Rua da Felicidade não é novo, mas a situação evoluiu para um protesto com a afixação de folhas de jornais com as promessas do Governo, na semana passada, na sequência da falta de alterações. Antes disso, como os comerciantes consideram que a medida de fechar as ruas ao trânsito não teve os efeitos esperados para o comércio local, tinha sido entregue uma petição na sede do Governo com cerca de 41 assinaturas. A mesma petição foi igualmente entregue a Sam Hou Fai, futuro Chefe do Executivo, que vai ser eleito por uma comissão eleitoral com 400 membros a 13 de Outubro deste mês. Também o deputado Ron Lam esteve no local na semana passada para perceber os pedidos dos comerciantes, tendo considerado que estes esperam que o Governo os apoie na criação “de um ambiente de negócio normal”.
Hoje Macau PolíticaMetro Ligeiro | Suspensão sob investigação O Governo ainda está a investigar o motivo que levou a que o funcionamento do Metro Ligeiro ficasse suspenso durante cerca de duas horas no domingo, dia em que se registou um aumento do número de passageiros. Em declarações à comunicação social, à margem das celebrações do dia da implementação da República Popular da China, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, admitiu que o motivo ainda não era conhecido, mas que estava a ser investigado e terá que ver com um problema técnico. Rosário explicou também que existe um mecanismo que faz com que todo o metro fique suspenso, para garantir a segurança deste meio de transporte, e afastou a possibilidade de a paragem ter sido causada pelo excesso de passageiros. Também na segunda-feira, foi anunciado que a extensão do metro para a Ilha da Montanha foi concluída e entregue à Sociedade do Metro Ligeiro de Macau, que deverá começar os testes nos próximos dias.
Hoje Macau PolíticaChefe do Executivo | Neto Valente declara apoio a Sam Hou Fai Foi com os dois polegares para cima em sinal de aprovação, num gesto repetido várias vezes, que o advogado Neto Valente declarou apoiar a candidatura de Sam Hou Fai a chefe do Executivo, na manhã de 1 de Outubro. Os relatos sobre as declarações de apoio de Neto Valente foram feitas pelo jornal Ou Mun e pelo All About Macau. Questionado pela imprensa em língua chinesa sobre as críticas que tinha feito a Sam Hou Fai, no passado, devido ao facto do ex-presidente do Tribunal de Última Instância (TUI) se ter pronunciado na abertura do ano judiciário 2020/2021 sobre um caso que ainda iria decidir no futuro, Neto Valente argumentou que foram apenas “sugestões destinadas ao tribunal”. No entanto, Neto Valente também considerou que actualmente não precisa de fazer qualquer sugestão ao candidato e futuro Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, porque entende que este está preparado e tem os conhecimentos necessários para a função que vai assumir. Neto Valente destacou ainda ter muita esperança sobre o futuro trabalho de Sam Hou Fai, como líder do Governo, e justificou esta esperança com o facto de actualmente não se ouvirem vozes críticas da candidatura. O ex-presidente da Associação dos Advogados de Macau foi ainda questionado sobre a possibilidade de Song Man Lei se tornar na futura presidente do Tribunal de Última Instância. Na resposta, Neto Valente afirmou apoiar essa escolha, se for tomada, e desvalorizou ainda o facto de poder ser considerado que Song Man Lei, juíza do TUI, tem falta de experiência.
João Santos Filipe Manchete PolíticaVistos | China isenta portugueses para turismo e negócios A medida, anunciada na segunda-feira à tarde, em Pequim, quando se esperava que Portugal ficasse mais uma vez fora da lista de novos países abrangidos pelas isenções de visto, foi recebida com satisfação pela comunidade e autoridades portuguesas em Macau A partir de 15 de Outubro, os cidadãos portugueses vão poder entrar no Interior, sem precisarem de visto. A informação foi divulgada na segunda-feira, e ao contrário da expectativa inicial, Portugal foi incluído no grupo mais recente de países da União Europeia, cujos cidadãos passam a poder entrar na China, sem necessidade de visto, para viagens de 15 dias para turismo, negócios ou trânsito. Em Macau, o anúncio foi recebido com satisfação, como reconheceu o cônsul de Portugal em Macau e Hong Kong, Alexandre Leitão, em declarações ao Canal Macau. “É uma reacção de natural satisfação porque trabalhámos para isso, cada um à sua maneira e no local próprio. Vemos com muito gosto esta possibilidade que agora se abre aos cidadãos portugueses que não são residentes [permanentes] aqui, de poderem visitar a China”, afirmou Alexandre Leitão. “No fundo, é um visto de turismo e vai ao encontro de algo que é muito importante para nós e para o qual temos trabalhado, que é recuperar os fluxos turísticos entre Portugal e a China, para níveis anteriores aos da pandemia e até ultrapassá-los”, vincou. Alexandre Leitão deixou também a esperança que com esta a medida, mais chineses visitem Portugal. “A nossa economia, em particular, tem um forte peso do turismo no seu produto [interno bruto] e entendemos isso como uma vontade das autoridades chinesas de equiparar Portugal à maioria dos países da União Europeia e de querer ver os nossos concidadãos a visitar a China. E nós queremos isso e queremos também o contrário, queremos cada vez mais cidadãos chineses a visitar Portugal”, destacou. Fim do mal-estar Por sua vez, a presidente da Casa de Portugal, Amélia António, reconheceu estar “muito contente” e admitiu que com a inclusão de Portugal no grupo de 17 países isentos de visto, chega ao fim uma situação que estava a causar um certo “mal-estar”. “Fiquei muito contente, acho que já não era sem tempo. Estava a causar um certo mal-estar, vermos os países todos serem abrangidos pela medida, e Portugal, enfim com as relações amigáveis e de longa data, continuar de fora”, reconheceu. “Estou muito contente que finalmente esse quid por quo tenha sido resolvido”, sublinhou. Também ao canal em língua portuguesa da emissora da RAEM, Carlos Cid Álvares, director do Banco Nacional Ultramarino, destacou o possível impacto para as ligações comerciais da medida. “É com grande satisfação [que se recebe a medida], é importantíssimo para Portugal que os portugueses possam viajar apenas com o passaporte para a China”, afirmou o responsável pela instituição bancária. “Os portugueses de Macau de certeza que esperam por isto há muito tempo […] Acho que [a medida] só pode beneficiar as transacções comerciais, o que é importante, e também o turismo. É importante que as pessoas conheçam a China e a realidade do que está a acontecer na China nos últimos 25 anos, é realmente qualquer coisa que vale a pena conhecer”, destacou.
Hoje Macau PolíticaZona norte | Sam Hou Fai defende mais infra-estruturas O candidato ao cargo de Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, defendeu ontem de manhã que devem ser construídas mais infra-estruturas na zona norte da península. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o candidato lembrou que esta é uma zona de grande densidade populacional, com cerca de 100 mil pessoas, e que quando houver terrenos disponíveis vai ponderar aumentar as instalações de lazer caso seja eleito. Sam Hou Fai prometeu também olhar para a renovação do bairro do Iao Hon e fomentar o ambiente comercial da zona, tendo referido que a visita a esta área lhe trouxe sentimentos diferentes daqueles proporcionados pelo antigo trabalho como presidente do Tribunal de Última Instância. Ainda sobre o Iao Hon, Sam Hou Fai lembrou que actualmente é uma zona com edifícios mais antigos e outros com 40 ou 50 anos de construção, existindo problemas de propriedade. Assim, com o futuro Executivo, será procurado um consenso com todos os sectores sociais para que se aposte na reconstrução dos prédios mais antigos, declarou o candidato. Durante a visita, Sam Hou Fai lembrou também aos jornalistas que faltam espaços de lazer e de prática desportiva no bairro do Iao Hon, uma zona com estradas apertadas, um trânsito denso e falta de lugares de estacionamento. Assim sendo, o candidato pensa que a requalificação desta zona deve focar-se em mais infra-estruturas junto das zonas habitacionais e de restauração.
Hoje Macau Manchete PolíticaNova ponte | Inaugurada quarta passagem entre a península e a Taipa Foi inaugurada esta terça-feira a quarta travessia entre a península de Macau e a ilha de Taipa, a Ponte Macau, exactamente 50 anos depois da inauguração da primeira travessia, a Ponte Nobre de Carvalho. Na cerimónia de inauguração, que também assinalou os 75 anos da fundação da República Popular da China (RPC), o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, discursou, referindo que se trata de uma obra que “permite o aperfeiçoamento da configuração geral dos transportes de Macau e a criação de mais facilidades de mobilidade para residentes e visitantes”. O governante entende ainda que a nova ponte contribui “para a construção de Macau como Centro Mundial de Turismo e Lazer, para o reforço contínuo do bem-estar da população e para o desenvolvimento da diversificação adequada da economia”. Iniciada em Março de 2020, esta quarta ponte “também representa uma boa prenda para assinalar o ano da dupla celebração”: os 75 anos da fundação da RPC e os 25 anos da transferência da administração de Macau de Portugal para Pequim, afirmou. Localizada no leste da península, a nova ponte parte de aterros da zona A junto ao posto fronteiriço da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau e liga à nova zona de aterros junto do terminal marítimo da Taipa e do aeroporto internacional de Macau. A infraestrutura tem cerca 3,1 quilómetros de comprimento e oito vias de rodagem, incluindo duas vias no meio para motociclos. Com um orçamento de 5,2 mil milhões de patacas, as autoridades disseram estar “a fazer a liquidação em concreto” das obras, para fixar o custo definitivo. No discurso, Ho Iat Seng acrescentou que Pequim “tem estado atento ao desenvolvimento da RAEM e ao bem-estar dos compatriotas de Macau”, destacando que o Executivo pretende “promover e concretizar os diversos projectos de infra-estrutura de interesse para o desenvolvimento a longo prazo de Macau”.
Hoje Macau Manchete PolíticaRPC 75 anos | Ho Iat Seng quer “melhor desenvolvimento” de Macau Esta terça-feira, celebrou-se na RAEM o 75.º aniversário da República Popular da China. Na cerimónia, que contou com diversas personalidades, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, defendeu um “melhor desenvolvimento” do território para que a contribuição para as políticas de Pequim seja mais efectiva O chefe do Governo de Macau considerou na terça-feira que a região precisa de alcançar “um melhor desenvolvimento” para “dar maiores contributos” para o fortalecimento da China. Ho Iat Seng discursava na cerimónia do 75.º aniversário da fundação da República Popular da China (RPC), numa intervenção em que apresentou um balanço dos cinco anos de mandato, que termina em 20 de Dezembro, quando também abandona o cargo. O governante enumerou os principais aspectos que, nas diferentes áreas de governação, permitiram “superar as dificuldades e desafios sem precedentes” e impulsionar “o alcance do desenvolvimento de Macau a um novo patamar em todos os aspectos”, como a revisão da lei da defesa da segurança nacional e diplomas conexos, ou a elaboração do primeiro plano da “diversificação adequada” da economia, com menor peso do jogo. Neste aspecto, o Chefe do Executivo indicou que, no ano passado, a indústria do jogo representou menos de 40 por cento do produto interno bruto (PIB) da região, concluindo que “a proporção de indústrias prioritárias está a ganhar mais peso na estrutura económica de Macau, a qual se torna cada vez mais diversificada e estável”. O responsável referiu que os principais indicadores económicos de Macau melhoraram constantemente, com o PIB a atingir, no primeiro semestre, 204,3 mil milhões de patacas, ultrapassando pela primeira vez o nível de 200 mil milhões de patacas do primeiro semestre do ano desde 2019. Balanço de mandato Referindo que, logo no início do mandato, o Governo enfrentou três anos de combate à pandemia da covid-19, o Chefe do Executivo afirmou que foram aplicados os princípios ‘Um país, dois sistemas’ e ‘Macau governada por patriotas’, ao mesmo tempo que foi salvaguardado o poder do Governo central e defendidos “a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento” da China. No ano em que Macau assinala os 25 anos da transferência de administração de Portugal para a China, Ho Iat Seng afirmou que a história da região mostra que “a prática bem-sucedida de ‘um país, dois sistemas’ (…) funciona, é viável e é o melhor arranjo institucional para o povo”. Governar em prol do bem-estar da população, aumentar a eficácia da governação e avançar na promoção da reforma na administração pública foram também destacados por Ho Iat Seng, que lembrou ainda, os investimentos de cerca de 80 mil milhões de patacas em diversas obras públicas nos últimos cinco anos.
Hoje Macau EventosPérez-Reverte: Todas as revoluções foram traídas, “inclusive a portuguesa” O escritor Arturo Pérez-Reverte escolheu a Revolução Mexicana (1910-1920) para cenário do seu novo romance, “A Revolução”, por ter sido “uma causa boa que foi perdida, uma revolução traída, como todas, inclusive a portuguesa”, disse o autor. Em entrevista à agência Lusa, Pérez-Reverte assegurou que o seu olhar é “cético e crítico”, em relação ao mundo em que vivemos. “Não posso ser ingénuo e acreditar em certos discursos políticos, pois conheço-os” afirmou o antigo jornalista, ex-correspondente de guerra, que acompanhou grandes conflitos mundiais desde os anos de 1970 a meados da década de 1990. Afirmando-se “um homem sem ideologia”, porque já viveu muito e “tem uma grande biblioteca”, sente-se uns dias de Direita outros de Esquerda, “conforme as circunstâncias”. A escolha da Revolução Mexicana prefigurou-se para o autor de “O Clube Dumas”, como algo inevitável, no seu mais recente romance. “A Revolução Mexicana era, para mim, interessantíssima, pois foi uma causa boa que foi perdida, uma revolução traída, como todas as revoluções, inclusive a portuguesa, e era um cenário muito adequado para o que queria contar”, disse à Lusa o escritor espanhol, de 73 anos. Sobre o crescimento da Extrema-Direita na Europa aponta o dedo à União Europeia “que se preocupa em legislar sobre as tampas do leite para não se perderem, e as emissões de monóxido de carbono dos carros, e não para os cidadãos”. “O continente europeu tem 3.000 anos de cultura que estão a ser destruídos pelos próprios europeus”, argumentou. O escritor espanhol considera que, no Ocidente, “fomos educados num mundo de regras, normas, leis e respeito pelos Direitos Humanos, mas o mundo não é assim, África não é assim, a guerra as tragédias [naturais] fazem estalar o verniz cultural e a educação, surgindo o ser humano elementar que quer sobreviver, comer, reproduzir-se, e que mata”. Arturo Pérez-Reverte criticou a forma como os jovens estão a ser preparados “para um mundo perfeito, quando o mundo é cada vez mais um lugar perigoso e hostil”. “Acreditamos que as orcas são boas, que os malvados se podem regenerar com boas palavras e boas intenções, com bons sentimentos, mas o mundo não é assim”, afirmou. “Estamos a educar os jovens para um mundo que não é real, e deixá-los indefesos nas mãos do mal”, insistiu. O autor defendeu os seus argumentos com base na experiência, nomeadamente como repórter de guerra durante 21 anos, que foram “essenciais” para os seus romances. Uma experiência que lhe deu “serenidade”, referindo que “a guerra é uma escola de lucidez sobre o ser humano”. “Quando falo de violência e tortura, não aprendi no cinema ou nos bares. Eu vi e vivi, tenho recordações pessoais, que uso depois nos meus romances”. Neste novo livro, Pérez-Reverte queria contar o crescimento de um jovem através da violência. Para tal serviu, entre outros materiais de pesquisa, um espólio epistolar da sua família: um jovem engenheiro de minas que viveu esse período revolucionário no México e que se correspondeu com o seu avô. Estava assim encontrado o protagonista do romance, Martín Garrett Ortiz, de 24 anos, espanhol, engenheiro de minas, a residir em Ciudad Juárez, que se vê evolvido e fascinado pelos movimentos em curso, no tempo dos líderes revolucionários Emiliano Zapata e Francisco ‘Pancho’ Villa que lutavam contra as tropas federais do Presidente Porfirio Díaz. Para o autor, “o mais fascinante” na literatura é a parte de preparação da escrita. A narrativa inclui vários termos típicos do México, acentuando assim o contexto local. A este propósito, Pérez-Reverte realçou “a excelente tradução” para português de Cristina Rodriguez e Artur Guerra, que já tinham traduzido outras obras do autor, distinguido, em 2017, com o Prémio literário Jacques Audiberti. “Odeio escrever, o ato mecânico de escrever é muito desagradável, é rotina, é como ir para o escritório. Mas a primeira parte, documentar-me, viajar, ler, conhecer, falar com as pessoas, imaginar, é muito bonita. O romance concretiza-se porque a primeira parte me seduz e faz-me muito feliz. Eu sou um escritor feliz por isso”, declarou. Ao escrever sobre a Revolução Mexicana o autor foi recuperar a memória de um acontecimento “que quase ninguém se lembra hoje, apesar de ter sido muito importante e interessante”. “A Revolução Mexicana foi uma grande esperança. O México era um país muito pobre, muito miserável, nas mãos das oligarquias poderosas, e a revolução foi uma luz de esperança. Pensou-se até que o México ia mudar, mas não mudou. Cometeram-se os erros de sempre e hoje vai-se ao México, e pergunta-se, ‘aqui houve uma revolução? Não parece’. Criou-se o Partido Revolucionário Institucional”, que continua a preponderar na política mexicana e que esteve mais de 50 anos no poder. Para o escritor, o que se passou no México, passou-se noutros territórios latino-americanos. Citou Nicarágua, Cuba, Venezuela. “Quando chegam ao poder, todos se convertem em classe dirigente”. A Revolução Mexicana foi “um fracasso absoluto, como outras revoluções”, afirmou Pérez-Reverte, sem esquecer porém fatores externos, nomeadamente a influência do vizinho norte-americano. “Os Estados Unidos nunca permitiram que o México fosse um país poderoso e estável, sempre procuram destabilizá-lo, sempre intervieram. Há uma velha frase que afirma: ‘Pobre México tão longe de Deus e tão próximo dos Estados Unidos’, e isso é verdade. A tragédia do México é estar demasiado próximo dos Estados Unidos [com o qual faz fronteira a norte]”. Referindo-se ao seu livro “Revolução”, que define como um romance histórico, Pérez-Reverte afirmou: “Os livros de História são essenciais, sou um grande leitor de livros sobre História. A minha filha é historiadora, mas é verdade que a literatura permite coisas que a História não permite. O romancista pode chegar onde o historiador não consegue. Se o romancista está preparado, é conhecedor [do contexto histórico] pode, em alguns aspetos, ir mais longe que o historiador, não substitui-lo, nem melhorá-lo, mas fazer com que o leitor, depois de ler o romance, queira conhecer a História real”, disse. “O romancista pode ir mais além, nomeadamente na construção psicológica das personagens”, acrescentou, enfatizando: “A literatura [de ambiente histórico] e a História são complementares”. “A Tábua de Flandres”, “A Ponte dos Assassinos”, “Um Dia de Cólera”, “Limpeza de Sangue”, “O Pintor de Batalhas”, “A Pele do Tambor”, “Linha da Frente”, “Uma História de Espanha”, assim como o seu romance de estreia, “O Hussardo”, de 1986, contam-se entre os quase 30 títulos da sua obra literária, publicados em Portugal.
Hoje Macau EventosAssociação de Macau lança 2a edição de concurso de contos em português Uma associação de Macau lança, na segunda-feira, a segunda edição do concurso infantojuvenil de contos e ilustração entre escolas dos países e regiões da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), foi anunciado. Com o tema “A Minha Língua”, a Somos!-Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (Somos-ACLP) pretende estimular, através dos contos, “a imaginação dos mais novos” para a escrita em português, e através das ilustrações, o “despertar da curiosidade” para as artes visuais. Este tema visa celebrar “a diversidade linguística presente na comunidade lusófona”, bem como histórias e experiências “que podem ser partilhadas através da língua portuguesa e, após tradução, a chinesa”, acrescentou na mesma nota. A escolha dos vencedores nas duas categorias, conto e ilustração, vai caber, respetivamente, à escritora portuguesa Adélia Carvalho e ao cartunista brasileiro Cau Gomez, “padrinhos do concurso”, em conjunto com um painel de seis jurados, referiu. A iniciativa destina-se a alunos do 5.º e do 6.º anos de escolaridade (10 aos 12 anos) das escolas participantes, sendo que cada país ou região será representado por uma instituição de ensino, que tenha o português como língua veicular, num total de nove instituições. O conto a concurso, original e um por escola, pode ser criado individualmente ou em grupo. Posteriormente, os contos vão ser distribuídos aleatoriamente por todas as nove escolas participantes para a respetiva ilustração. O prémio na categoria de conto é de 7.500 patacas para a escola vencedora, enquanto cinco mil patacas serão atribuídas à instituição vencedora na categoria de ilustração, adiantou. De Luanda, participa a Escola Primária 1501 “Dom Moisés”, distrito urbano do Rangel, bairro Vila Alice; de São Paulo (Brasil), a Escola Tiê; da Cidade da Praia, a Escola Básica de Ponta d’Água; de Bissau, o Centro de Formação Doze Pedras; de Maputo, a Escola Primária da Maxaquene Khovo; de Macau, a Escola Oficial Zheng Guanying. De Portugal, participa a Escola Básica Dr. Vasco Moniz de Vila Franca de Xira; de São Tomé e Príncipe, a Escola Secundária Patrice Lumumba; e de Timor-Leste, a Escola CAFE Liquiçá. A Somos–ACLP vai publicar os contos e as ilustrações em livro, com textos traduzidos e adaptados para a língua chinesa.
Hoje Macau EventosClube Militar | Festival de gastronomia e vinhos de Portugal até 6 de Outubro O Clube Militar de Macau receber, desde sexta-feira e até 6 de Outubro, dois chefs portugueses para o Festival de Gastronomia e Vinhos de Portugal – “Sabores e Aromas do Outono 2024”. “Sentimo-nos muito honrados e felizes de organizar este festival (…), já com uma tradição de mais de duas décadas”, disse na quinta-feira, num comunicado, o presidente da direcção do clube, Ambrose So. O festival, que se prolonga durante 10 dias, está também integrado nas celebrações do 154.º aniversário do Clube Militar, “uma das mais antigas associações sociais de Macau”, sublinhou. Esta é a terceira vez que o Clube Militar recebe os irmãos Óscar e António Geadas, os chefs do restaurante G, na Pousada de São Bartolomeu, em Bragança, no nordeste de Portugal, distinguido com uma estrela Michelin, acrescentou. A cozinha do restaurante G aposta em “sabores marcadamente transmontanos”, com destaque para as raças autóctones da região, como o porco bísaro, a vitela mirandesa, assim como a castanha, de acordo com a mesma nota. Em Junho, o Clube Militar de Macau recebeu outros dois chefs portugueses para o Festival de Gastronomia e Vinhos de Portugal – “Primavera-2024”, que integrou também o programa Junho – Mês de Portugal em Macau.
Hoje Macau PolíticaMacau teve “papel insubstituível” na diplomacia da China O comissário dos Negócios Estrangeiros chinês em Macau destacou o “papel insubstituível” do território na diplomacia da China nos últimos 25 anos, lembrando as ligações com os países lusófonos. Liu Xianfa afirmou que Macau pode “retirar mais oportunidades” da estratégia de desenvolvimento da China, incluindo da iniciativa “Uma faixa, uma rota” – enorme projecto de infraestruturas internacionais lançado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em 2013 -, bem como da Grande Área da Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e da zona de cooperação aprofundada de Hengqin. A Grande Baía é um projecto de Pequim para criar uma metrópole mundial a partir das regiões administrativas especiais de Macau e de Hong Kong e nove cidades da província de Guangdong, além de Hong Kong e Macau, onde vivem cerca de 86 milhões de pessoas. A Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin é um projecto lançado por Pequim em 2021, gerido pela província de Guangdong e Macau, com uma área de cerca de 106 quilómetros quadrados e uma população de mais de 53 mil habitantes. Reforço das qualidades Por outro lado, o responsável assinalou, num artigo enviado à Lusa por ocasião do 75.º aniversário da fundação da República Popular da China, que a região semiautónoma vai continuar a reforçar-se como “centro mundial de turismo e lazer”, como plataforma de cooperação comercial entre a China e os países lusófonos e uma base de intercâmbio e coexistência de diferentes culturas, “com a cultura chinesa como ‘mainstream'”. “Macau tem sido um importante centro da Rota Marítima da Seda desde a Antiguidade. Durante os últimos 25 anos, com a sua especial localização geográfica e a grande vantagem de [o princípio] ‘Um país, dois sistemas’, bem como as suas estreitas ligações com os países lusófonos em termos de língua, regulamentos, leis e cultura, Macau desempenhou um papel insubstituível no empreendimento diplomático da China e obteve resultados impressionantes nas suas relações externas”, afirmou, no mesmo documento.
André Namora Ai Portugal VozesA parvoíce das presidenciais tão longe Gouveia e Melo é o preferido dos portugueses Portugal ainda não sabe se terá orçamento de Estado para 2005. Ninguém sabe se entramos numa crise política que nos leve, infelizmente, a novas eleições legislativas antecipadas. Ainda temos eleições autárquicas para o próximo ano e as eleições presidenciais serão somente em 2026. Neste sentido, não se entende a “loucura” de se andar constantemente a falar em nomes de candidatos a Presidente da República, incluindo sondagens contínuas. Ainda nem sabemos o que irá acontecer ao mundo com a escalada de violência no Médio Oriente, na Ucrânia-Rússia e quem será o novo presidente(a) nos Estados Unidos da América, uma eleição importantíssima para o futuro de todos nós. Permitam-me o aparte, mas se a vitória cair para as hostes de Trump, não temos dúvidas de que o fascismo regressará a muitos países e que durante quatro anos não serão respeitados os direitos humanos nos Estados Unidos. As televisões, jornais e empresas de sondagens não cessam de falar em quem poderá ser o novo Presidente da República. Será porque estão fartos de Marcelo Rebelo de Sousa? O que se passa chega a ser caricato. Por exemplo, Marques Mendes é comentador na SIC e não cessa de dar a entender que não será candidato, quando se observa plenamente que o ex-líder do PSD quer é ser candidato a Presidente da República. Depois, vêm outros comentadores falar em Passos Coelho, um político de triste memória para todos os portugueses, especialmente para os pensionistas e reformados. Igualmente falam em André Ventura, o “hitlerzinho” português que até queria um referendo para expulsar os imigrantes de Portugal. O mais falado é, sem dúvida, Gouveia e Melo, o almirante que o ex-primeiro-ministro António Costa chamou para salvar milhares de portugueses durante a pandemia da Covid 19. E este facto foi importantíssimo para que os portugueses nunca mais tivessem esquecido Gouveia e Melo, apesar de parecer-nos que o povo anda com um pouco de nostalgia de Ramalho Eanes e consequentemente a preferir um militar no Palácio de Belém. Obviamente que neste estado de espírito para a escolha de um Chefe de Estado, o almirante Gouveia e Melo pedirá em Dezembro para passar à reserva. Nem aceitará um convite para Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. Obviamente, segundo as nossas fontes, que Gouveia e Melo será um dos candidatos a Presidente da República. Obviamente que Gouveia e Melo já iniciou a preparação da sua máquina de “guerra” para quando chegar o tempo de campanha eleitoral. Obviamente que Gouveia e Melo tem apoios no Chega, no PSD, no CDS, no PS e até Francisco Louçã não irá esquecer que o seu pai era o comandante do navio de guerra que no dia 25 de Abril de 1974 se negou, em frente ao Terreiro do Paço, a disparar contra as tropas de Salgueiro Maia. Obviamente que o povo gosta de Gouveia e Melo e este militar poderá ter a maior vantagem no resultado final. A surpresa maior está na propaganda balofa que o Presidente Marcelo anda a fazer contra o almirante Gouveia e Melo, ao ponto de lhe chamar populista, quando nunca vimos um português mais populista que Rebelo de Sousa. Tudo, para que o seu “querido” Marques Mendes fosse eleito Presidente. Nas últimas sondagens vindas a público, o país confirmou que não está virado para Marques Mendes, Passos Coelho, André Ventura ou mesmo para o socialista Mário Centeno, um político sem dignidade de Estado que passou directamente de ministro das Finanças para o maior “tacho” como governador do Banco de Portugal. Neste particular, o Partido Socialista sairá derrotado das eleições presidenciais caso não consiga convencer António Guterres a candidatar-se. E naturalmente, que não podemos esquecer que o PCP e o Bloco de Esquerda apresentarão os seus candidatos próprios. Quanto à última sondagem divulgada, apresentou o almirante Gouveia e Melo como o preferido dos eleitores a longa distância do segundo. A sondagem deu como resultado, 21 por cento das intenções de voto para Gouveia e Melo, 14,7 para Passos Coelho, 10,6 para Marques Mendes, 8,8 para André Ventura, 8,3 para Mário Centeno, 7,9 para Ana Gomes e 5,0 para Augusto Santos Silva. Tudo isto, acreditem, tem um pouco o sabor a absurdo. Quando as eleições presidenciais apenas terão lugar em 2026 confesso não entender a preocupação dos políticos e analistas políticos, vulgo comentadores de televisão, em andarem preocupados com os eventuais candidatos à Presidência de Portugal. Com a agravante de eventualmente acontecer até 2026 algumas surpresas. Quem não nos diz que o Partido Socialista consegue quase o impossível de trazer à baila António Costa, este sim um candidato ganhador. Os políticos deviam preocupar-se com o presente, com o Orçamento de Estado para 2025 quando se adivinha uma ruptura completa entre o Governo e os socialistas. Montenegro já afirmou que não abdica do IRS Jovem e da baixa do IRC, dois pontos onde os socialistas estão completamente em desacordo. Montenegro já afirmou que não governará em duodécimos. Sendo assim, teremos uma crise política e, para mal de todo o povo, eleições legislativas antecipadas. Um cenário altamente gravoso para a economia do país e para a redução do investimento estrangeiro num quadro de instabilidade. Obviamente que não somos parvos e que já vimos há muito tempo que Montenegro pretende imitar em tudo Cavaco Silva e que, neste sentido, pretende eleições antecipadas, convencido que obterá uma maioria absoluta roubando grande parte do eleitorado do Chega, partido que está em decadência. Ao fim e ao cabo, Portugal apenas tem de mostrar ao mundo que o descontentamento popular irá ser resolvido com bom senso e união de esforços. Caso contrário, iremos sem dúvida para o abismo.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim isenta de visto mais quatro países mas Portugal continua ausente A China vai alargar a política de isenção de vistos para cidadãos de mais quatro países europeus – Eslovénia, Grécia, Dinamarca e Chipre -, uma medida que exclui Portugal, anunciou nos últimos dias a diplomacia chinesa em comunicados separados. O alargamento surge depois de, no início do mês, Pequim ter incluído a Noruega na lista de países cujos cidadãos poderão permanecer no país asiático para turismo, negócios ou trânsito durante 15 dias, isentos de visto. Os anúncios deste mês significam que no total 16 países europeus beneficiam agora da medida de Pequim, que está a tentar estimular o turismo internacional e o investimento estrangeiro, abalados pela pandemia da covid-19, durante a qual a China impôs um encerramento quase total das fronteiras. Em Novembro passado, a China anunciou que os nacionais de França, Alemanha, Itália, Países Baixos e Espanha beneficiariam de uma isenção de visto unilateral. Em Março, alargou a política para estadias de até 15 dias a mais seis países europeus — Suíça, Irlanda, Hungria, Áustria, Bélgica e Luxemburgo. Portugal, no entanto, continua ausente. Mais facilidades Nos últimos meses, o país asiático adoptou uma série de medidas para ajudar os viajantes internacionais. Os serviços de pagamento electrónico WeChat Pay e Alipay anunciaram no último ano várias medidas para disponibilizar os seus sistemas de pagamento aos utilizadores estrangeiros que visitam a China, que por vezes têm dificuldade em pagar no país e em utilizar determinados serviços. Os estrangeiros que visitaram a China no primeiro semestre de 2024 mais do que duplicaram para 14,64 milhões, o equivalente a uma subida de 152,7 por cento em relação ao mesmo período de 2023. Os dados da Administração Nacional de Imigração do país asiático revelaram que as entradas sem visto ultrapassaram 8,5 milhões, representando 58 por cento das viagens e um aumento de 190 por cento em relação ao ano anterior. No entanto, o número de estrangeiros continua aquém dos registos pré-pandemia, quando a China era visitada por cerca de 15 milhões de visitantes por ano.
Hoje Macau China / ÁsiaAustrália enaltece esforços de Pequim para estimular economia O responsável pelo Tesouro australiano saudou na sexta-feira os esforços da China para estimular a economia, cujo abrandamento “é prejudicial” para a Austrália, fornecedor de várias matérias-primas para o país asiático. Jim Chalmers terminou, em Pequim, a primeira visita de um funcionário australiano de nível ministerial à China em sete anos, sinalizando uma melhoria nas relações bilaterais. Na capital chinesa, Chalmers afirmou que a economia australiana está a abrandar devido à incerteza económica global, às elevadas taxas de juro e ao abrandamento da economia da China. “Quando são tomadas medidas para impulsionar a actividade económica e o crescimento da economia chinesa, sujeitas aos pormenores que serão divulgados atempadamente, consideramos que se trata de um desenvolvimento muito, muito bom para a Austrália”, adiantou. A China é o maior comprador das exportações mais lucrativas da Austrália: minério de ferro e carvão. “A nossa resiliência e prosperidade estão intimamente ligadas à economia da China e à economia global”, escreveu Chalmers num artigo de opinião publicado no jornal The Australian. O político australiano referiu que o seu departamento prevê que o crescimento económico anual chinês seja inferior a 5 por cento nos próximos três anos, a expansão mais fraca desde o final dos anos de 1970. Durante a estada em Pequim, as duas partes reuniram-se no âmbito do Diálogo Económico Estratégico Austrália-China, reavivando as conversações outrora anuais destinadas a aumentar o comércio e o investimento, depois de um hiato de sete anos. Em 2020, a China introduziu uma série de proibições comerciais oficiais e não oficiais sobre matérias-primas australianas, incluindo o carvão, o que custou aos exportadores australianos mais de 20 mil milhões de dólares australianos por ano. O comércio bilateral atingiu um recorde de 327 mil milhões de dólares australianos, no ano passado, mais do dobro do valor registado em 2015, quando foi celebrado um acordo de comércio livre. Oxigénio financeiro No início desta semana, a China anunciou uma série de novas medidas para impulsionar a economia e reanimar o sector imobiliário em dificuldades. O banco central reduziu o rácio de reservas obrigatórias dos bancos em 0,5 por cento, permitindo uma injecção de um bilião de yuan nos mercados financeiros. Também reduziu as taxas de juro dos empréstimos aos bancos comerciais e reduziu os pagamentos mínimos de entrada para algumas hipotecas.
Hoje Macau China / ÁsiaPequim “profundamente preocupada” com escalada das tensões no Médio Oriente A China afirmou ontem estar “profundamente preocupada” com a situação no Médio Oriente, após a morte do líder do movimento islamita armado libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, em bombardeamentos israelitas no Líbano. “A China está a acompanhar este caso com grande atenção e está profundamente preocupada com a escalada das tensões na região”, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em comunicado. “A China apela às partes envolvidas, em particular a Israel, para que tomem medidas imediatas para acalmar a situação e evitar que o conflito se alastre ainda mais ou fique fora de controlo”, sublinhou. O exército israelita anunciou ontem estar a preparar “dezenas” de novos ataques contra o Hezbollah no Líbano. No total, 33 pessoas morreram e 195 ficaram feridas em ataques israelitas no Líbano no sábado, anunciou o Ministério da Saúde ao final da tarde. O Hezbollah confirmou no sábado a morte do líder do movimento, Hassan Nasrallah, horas depois de o exército israelita ter anunciado que o líder xiita pró-iraniano tinha morrido no bombardeamento da sede da organização na sexta-feira, nos subúrbios sul de Beirute. Israel já tinha matado este mês o chefe das operações militares e das forças de elite, Ibrahim Aqil, num outro ataque em Beirute. Extremos tocam-se Israel e Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado diário desde 7 de Outubro de 2023, após o ataque do Hamas em solo israelita que desencadeou a actual guerra na Faixa de Gaza, levando a que dezenas de milhares de pessoas tenham abandonado as suas casas em ambos os lados da fronteira israelo-libanesa. Os ataques de Israel contra o Hezbollah intensificaram-se de forma substancial nos últimos dias, após as autoridades militares de Telavive terem anunciado uma deslocação das operações da Faixa de Gaza para o norte do país. O Hezbollah integra o chamado “Eixo da Resistência”, uma coligação liderada pelo Irão de que fazem parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes Huthis do Iémen.
Hoje Macau China / Ásia Manchete75º Aniversário | Xi Jinping reafirma compromisso com a paz mundial O Presidente chinês reafirmou ontem o compromisso do país para com a estabilidade mundial e o progresso partilhado, numa cerimónia por ocasião do 75.º aniversário da fundação da República Popular da China, a 1 de Outubro. Xi Jinping, também secretário-geral do Partido Comunista da China (PCC), sublinhou que o povo chinês está disposto a trabalhar com pessoas de todos os países para “salvaguardar a paz mundial e promover o desenvolvimento conjunto”, num contexto marcado por crescentes tensões geopolíticas, como as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente. Estas declarações surgiram poucas horas depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, ter denunciado na Assembleia-Geral da ONU, no sábado, que “a força não pode substituir a justiça”, na sequência dos bombardeamentos israelitas no Líbano, nas últimas horas, e do agravamento da guerra na Faixa de Gaza. Desde a invasão russa da Ucrânia, Pequim tem mantido uma posição ambígua, apelando ao respeito pela integridade territorial de todas as partes e às “legítimas preocupações de segurança”, ao mesmo tempo que reafirma o apoio à “solução dos dois Estados” e manifesta “consternação” pelos ataques israelitas em Gaza, mantendo reuniões com países árabes e muçulmanos. Modelos a seguir Na cerimónia, que teve lugar no Grande Salão do Povo, Xi atribuiu medalhas e diplomas honorários a líderes notáveis nos domínios do espaço, da medicina e da genética. Entre os galardoados encontrava-se Wang Yongzhi, um pioneiro do programa espacial tripulado da China, que recebeu a título póstumo a Medalha da República, a mais alta condecoração estatal, sublinhando a ênfase da China na promoção do avanço científico e tecnológico do país. Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento e antiga Presidente do Brasil, foi galardoada com a Medalha da Amizade, a mais alta condecoração para estrangeiros, em reconhecimento do papel no desenvolvimento das relações entre a China e o Brasil. O Presidente chinês sublinhou a contribuição de amigos internacionais, como Dilma, para a amizade e o desenvolvimento da China. Sublinhou ainda a importância da “unidade e cooperação internacionais” para enfrentar desafios globais e reiterou que a China manterá o foco no “desenvolvimento pacífico”. Xi pediu aos cidadãos chineses para aprenderem com os heróis e os modelos a seguir, de modo a formarem “uma força poderosa para construir um país forte”, num discurso em sintonia com os relatos de ameaças crescentes vindas do exterior. Além de reconhecer os cientistas militares e da genética agrícola mais destacados, a cerimónia reflectiu as prioridades estratégicas da China no processo de modernização e na procura da estabilidade social, num momento-chave para o desenvolvimento do país.
Andreia Sofia Silva EventosLançado em Lisboa livro com poemas traduzidos de Han Shan Acaba de ser editado, com a chancela da Grão-Falar, mais um livro de poesia chinesa traduzida. Trata-se de “Han Shan – Poemas”, com tradução, selecção, notas e prefácio de António Graça Abreu. O lançamento decorreu na última quinta-feira no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM). O poeta Han Shan terá vivido no século VIII, mas, segundo o prefácio da obra, é um nome misterioso, provavelmente um pseudónimo, pois “ninguém sabe ao certo quem foi o poeta, quando viveu, ninguém sabe onde o encontrar”. “O seu nome, que significa ‘Montanha Fria’, corresponde por certo a um pseudónimo, e, por detrás destes dois caracteres, esconde-se um letrado estranho, evanescente, quase ignorado pelas muitas e desvairadas gentes que têm vivido debaixo do céu”, lê-se. Tendo em conta que, na China, “pelo menos desde o século II a.c. se acostumou a biografar os seus filósofos, poetas, letrados e mandarins, Han Shan acabou também por ser objecto de uma curiosa nota biográfica”, lê-se ainda no prefácio. “Pobre diabo com juízo” Han Shan foi, assim, uma figura que despertou alguma estranheza. Graça Abreu, ao traduzir palavras de Liu Qiuyin, Governador de Taizhou, um mandarim dos séculos VIII ou IX, revela um “testemunho com múltiplos detalhes sobre a figura excêntrica de Han Shan, um pobre diabo com juízo que habitava as montanhas Tiantai”, que, com referências actuais, “não é longe da actual cidade de Linhai, no nordeste da província de Zhejiang”. O poeta “deve ter tido uma vida longa”, vivido “em datas incertas entre os anos de 650 e 850”. “Se a vida de Han Shan se prolongou até 780, o poeta poderá ter conhecido e convivido com alguns dos maiores poetas da China de sempre, homens como Wang Wei, Li Bai e Du Fu”, descreve-se ainda. Ainda no prefácio, é referido que Han Shan era, até há bem pouco tempo, “completamente desconhecido em Portugal, o que de resto acontecia com quase todos os poetas chineses”, apesar de “Macau e de uma continuada presença portuguesa de quatrocentos e cinquenta anos em terras da China”. O livro, com cerca de 160 páginas, inclui dezenas de poemas de Han Shan, que escreveu versos como “Habito a montanha, / Ninguém me conhece. / Entre nuvens brancas, / O silêncio, sempre o silêncio”.
Andreia Sofia Silva EventosCCCM | Celina Veiga de Oliveira recordou autores de Macau Foi com a palestra “Um Colar de Pérolas – Perspectiva Global da Literatura de Macau em Língua Portuguesa no Século XX” que a historiadora Celina Veiga de Oliveira apresentou, em Lisboa, alguns dos mais icónicos autores de Macau. Na sessão, couberam os escritos de Camões, Deolinda da Conceição, Henrique de Senna Fernandes ou Maria Ondina Braga No ano em que se comemoram os 500 anos do nascimento de Luís de Camões, o maior poeta português, o Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) promoveu, na última quinta-feira, uma conversa sobre a literatura que se fez no território ao longo de todo o século XX, na habitual sessão “Conversas Sábias”, organizada todas as semanas. Coube a Celina Veiga de Oliveira, historiadora, docente e antiga residente em Macau, protagonizar esta palestra, que recordou “vultos que, em Macau, produziram obra literária de considerável valor no século XX”. Intitulada “Um Colar de Pérolas – Perspectiva Global da Literatura de Macau em Língua Portuguesa no Século XX”, a sessão começou com a definição de Ferreira de Castro, autor que um dia intitulou Macau como uma “cidade liliputiana”, descrevendo o Rio das Pérolas como o “Rio Pérola”. “Para mim é a forma mais poética para designar o rio que banha Macau”, disse Celina Veiga de Oliveira, que fez a relação com a literatura ali realizada, “o vasto rio literário de Macau”. Foi também destacada Deolinda da Conceição, autora do livro de contos “Cheong Sam – A Cabaia”, alguém que foi “jornalista feminista, com opinião própria, uma mulher muito avançada para a sua época”. Para Celina Veiga de Oliveira, este livro constituiu “um marco na literatura macaense em que uma mulher se assumiu como autora”. Maria Ondina Braga, autora portuguesa que deu aulas em Macau no Colégio Santa Rosa de Lima, foi outra das autoras referenciadas. Celina Veiga de Oliveira destacou dois livros que têm o território como cenário: “A China vive ao lado” e “Nocturno em Macau”. Falou-se “de uma grande escritora”, que “reporta na sua obra os costumes e modos de vida chineses e macaenses, em especial em desassossego interior”, demonstrando “uma mulher muito ansiosa”. Em “A China vive ao lado” são “contos de inspiração chinesa” em que o primeiro deles “fala-nos do aborto que uma jovem chinesa fez e a descrição do ambiente em que o fez”. Era uma vida difícil, pois a jovem refugiou-se em Macau com a avó, e “vivia varrendo o chão do templo, sustentando-se com a comida das oferendas”. Já em “Nocturno em Macau” retrata-se “a vida das professoras do Colégio de Santa Fé, um microsmo das relações pessoais em espaço fechado”. Destacam-se as professoras Ester, “muito provavelmente o alter ego de Maria Ondina Braga”, Chiao, a professora chinesa, a professora goesa e um “muro fora do colégio”. Para Celina Veiga de Oliveira, trata-se de um “livro difícil de resumir e maduro”. “É a sua alma que espelha no desenvolvimento da narrativa que tem de ser lida para ser apreciada. A certa altura fala dos chineses, e diz algo interessante: que eram completamente indiferentes às procissões católicas de Macau, mas que davam muita atenção ao 10 de Junho. Para o chinês, o seu amor era os pais, os filhos e os seus antepassados, a vida e a morte”, apontou Celina Veiga de Oliveira. Os filhos da terra Além do destaque a Henrique de Senna Fernandes, um dos grandes autores de Macau, Celina Veiga de Oliveira lembrou ainda Maria Pacheco Borges, com o livro “Chinesinha”, “contos que Maria Borges escreveu com carinho, agilidade e subtileza”. Houve ainda tempo para falar de José Santos Ferreira, mais conhecido por Adé, amigo pessoal de Celina. Para esta, foi “um filho da terra e representante do patuá local, nunca esquecendo a língua portuguesa”, pois Adé considerava “o português como sendo a sua língua mátria”. No final da palestra, Celina Veiga de Oliveira apresentou ainda uma lista de autores que considera importante por serem contemporâneos em Macau, nomeadamente Dora Nunes Gago, com “Palavras Nómadas” ou “Floriram por engano as rosas bravas”, que têm Macau como espelho de fundo, e também Carlos Morais José, com a obra “Anastasis”. Couberam nomes que, no essencial, viveram em Macau ou que escreveram sobre o território.
Andreia Sofia Silva Manchete SociedadeRua da Felicidade | Protestos para a suspensão de zona pedonal Vários comerciantes da Rua da Felicidade lançaram uma acção conjunta no último fim-de-semana afixando papéis às portas das lojas onde exigem o cancelamento da zona pedonal no local conforme prometido pelo Governo Os comerciantes da Rua da Felicidade exigem que o Governo, através do Instituto Cultural (IC), cumpra a promessa de cancelar a zona pedonal localizada entre a Travessa do Aterro Novo e Travessa do Mastro. Para isso, lançaram uma acção conjunta, que decorreu nos últimos dois dias, com a afixação de papéis e folhas de jornal sobre o assunto, exigindo acções concretas após a reunião levada a cabo entre o IC estes comerciantes. Segundo o jornal All About Macau, o deputado Ron Lam U Tou, que tem acompanhado o caso, explicou que a acção conjunta dos comerciantes visa demonstrar que “apenas querem que o Governo não cause problemas, tratando-se de um pedido simples”. “Querem apenas um ambiente de negócios comum”, adiantou. Além disso, o IC tem demorado a reagir ao pedido dos comerciantes. Ron Lam disse que foi pedida uma resposta concreta no prazo de uma semana, mas não houve ainda reacção, sendo que os comerciantes pediram a suspensão da zona pedonal antes da chegada da Semana Dourada. Assim, nas palavras do deputado, os comerciantes sentem-se desapontados por considerarem sincera a atitude do Executivo, pensando que as autoridades queriam, de facto, manter uma comunicação aberta com eles. Sem efeitos Além da colocação de papéis nas portas das lojas, os comerciantes, um total de 41, assinaram uma petição a pedir o cancelamento da zona pedonal, a qual foi entregue ao Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, e a Sam Hou Fai, candidato ao cargo, logo depois da reunião com o IC. Lançado a 29 de Setembro do ano passado, o plano de criar uma zona pedonal na Rua da Felicidade foi realizado em conjunto com a operadora de jogo Wynn, responsável pela organização de actividades e decoração. Entre as 11h e a 1h é proibida a circulação de carros em algumas zonas, sendo apenas permitido o acesso com motociclos. Os comerciantes ouvidos pelo All About Macau dizem que o plano pedonal não tem grandes efeitos nos negócios. O dono de um antiquário participou na acção conjunta, mas tem uma postura neutra sobre a criação de uma zona pedonal, explicando que pode atrair mais visitantes, mas que estes nem sempre compram, e tiram fotografias em vez de consumirem. Outra comerciante que participou na campanha, afirmou que, inicialmente, estava de acordo com a criação de uma zona pedonal, mas que não notou um grande aumento de visitantes tendo em conta a Semana Dourada do ano passado. Esta proprietária sugeriu mudar os horários de funcionamento da zona pedonal e também evitar a ocorrência de obras viárias durante os feriados.
Hoje Macau PolíticaCooperação | Macau assina acordo de geminação com Dilí Macau e Díli assinaram um acordo de geminação para reforçar a cooperação, anunciou o Governo da RAEM. O acordo de geminação foi assinado na quinta-feira pelo chefe do Executivo de Macau, Ho Iat Seng, e o ministro da Administração Estatal de Timor-Leste, Tomás do Rosário Cabral, de acordo com um comunicado divulgado na sexta-feira à noite. Ho Iat Seng disse que Timor-Leste e Macau são ambos importantes pontos da Rota Marítima da Seda, esperando que ambas as partes possam agarrar, em conjunto, as oportunidades de desenvolvimento trazidas pela iniciativa chinesa “Uma Faixa, Uma Rota”, de acordo com a mesma nota. Lembrou que a amizade entre Macau e Timor-Leste é de longa data, com contactos frequentes a nível da economia e do comércio, educação, cultura e entre a população. Em 2019, especialistas médicos de Macau deslocaram-se a Timor-Leste para desenvolver projectos de cooperação na área da saúde e, em Abril de 2024, a Autoridade Monetária de Macau e o Banco Central de Timor-Leste assinaram um novo “Acordo de Cooperação”, referiu. Tomás do Rosário Cabral afirmou esperar que esta parceria entre as duas cidades, empresas e comunidades represente “uma relação madura e consolidada”. O ministro timorense indicou que ambas as partes estão a desenvolver mais parcerias, direccionadas aos sectores da educação, da cultura e da juventude.
João Santos Filipe Manchete SociedadeTáxis | Previsão de 1.700 a 1.800 veículos a circular no futuro O director da DSAT, Lam Hin San, garante que a decisão sobre o número de táxis depende das “necessidades sociais” e que vai fazer tudo para cumprir as orientações do futuro Governo Nos próximos anos, o número de táxis a circular na RAEM pode chegar a 1.800 viaturas, quando actualmente está nos 1.500 veículos. A previsão foi adiantada ontem por Lam Hin San, director da Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), à margem da caminhada na nova ponte. Segundo as previsões de Lam, citadas pelo canal chinês da Rádio Macau, nas próximas semanas deverão começar a circular mais 50 táxis no território. O responsável apontou também que o número de veículos a circular pode chegar aos 1.700 ou 1.800 de “forma progressiva”, mas que o número concreto vai depender do que o Governo entender serem as “necessidades sociais”. O director da DSAT confirmou também que as autoridades optaram por recorrer da decisão tomada pelo Tribunal Administrativo, em relação ao concurso público lançado no ano passado, para atribuir 500 licenças de táxis com uma validade de oito anos. Com um concurso realizado apenas para empresas, o caso acabou no tribunal, devido à exclusão de três propostas. Em Julho deste ano, foi tornado público que o Tribunal Administrativo considerou que as propostas não deviam ter sido excluídas. Ontem, Lam Hin San confirmou que o Governo recorreu da decisão do Tribunal Administrativo para o Tribunal de Segunda Instância e que agora aguarda um desfecho para o caso, para depois agir de acordo com o julgado. A escassez de táxis foi um dos problemas indicado pelo candidato a Chefe do Executivo, Sam Hou Fai, na apresentação do seu programa. O ex-magistrado afirmou mesmo que apanhar um táxi em Macau “é uma lotaria”. Preparado para o futuro Lam Hin San também não fugiu de comentar as declarações de Sam Hou Fai, que além de falar dos táxis, considerou que o trânsito é um dos principais problemas da RAEM que é necessário resolver. Face às declarações, o director da DSAT garantiu que tudo vai ser feito para respeitar e cumprir as orientações do futuro Governo, de acordo com as políticas que forem adoptadas. Sobre a futura Lei do Trânsito, que está a ser discutida na Assembleia Legislativa, o director da DSAT afirmou que o Governo está aberto a ouvir a opinião de todos os envolvidos e que quando se der a reabertura do hemiciclo, a 15 de Outubro, vai prestar todos os esclarecimentos necessários. Em relação à proposta de criar um sistema de carta de condução por pontos, para punir os infractores, Lam Hin San afirmou que nesta altura tudo pode ser modificado e que está aberto a propostas.