Jiangsu | Artistas de Macau em mostra colectiva no Museu de Arte de Nantong

Chama-se “Exposição Colectiva de Artistas Contemporâneos de Macau” e está patente, desde sexta-feira, no Museu de Arte de Nantong, em Jiangsu, China. Esta iniciativa apresenta trabalhos de 19 artistas, com nomes como Adalberto Tenreiro ou Giulio Acconci, e nasce do “Programa de Cooperação e Intercâmbio Cultural com o interior da China”

 

Primeiro vieram a Macau artistas do interior da China, nomeadamente de Jiangsu. Agora é a vez de se realizar o percurso contrário, e mostrar o que de melhor se tem feito, em termos artísticos, nos últimos anos em Macau. A “Exposição Colectiva de Artistas Contemporâneos de Macau”, patente no Museu de Arte de Nantong, em Jiangsu, abriu ao público na última sexta-feira, dia 20.

Assim, o público desta região da China continental poderá ver trabalhos de 19 artistas de Macau, nomeadamente de Adalberto Tenreiro, Alexandre Marreiros, Cai Guo Jei, Cindy Ng Sio Ieng, Denis Murrell, Eva Mok, Giulio Acconci, Ieong Man Pan, James Chu ou Kit Lei Ka Ieng.

Esta exposição é organizada pelo CAC – Círculo dos Amigos da Cultura de Macau e nasce do “Programa de Cooperação e Intercâmbio Cultural com o Interior da China”. Pretende-se não só celebrar os 75 anos da implantação da República Popular da China como também, ao abrigo desse intercâmbio, “dar a conhecer os artistas de Macau ao público de diferentes cidades da China e, reciprocamente, convidar artistas contemporâneos do Interior da China a expor em Macau, para uma interação e intercâmbio saudável e enriquecedor”.

Com esta mostra, o CAC pretende “apresentar a mais recente e diversificada criatividade dos artistas contemporâneos de Macau e também mostrar o cenário contemporâneo das artes visuais de Macau”, descreve um comunicado. Esta não é uma novidade em termos de iniciativas do CAC, que desde os anos 80 que tem vindo a organizar muitas exposições e palestras nas cidades mais importantes do Interior da China, nomeadamente Pequim, Xangai ou Guangzhou, a fim de conectar mais Macau com o país.

Esta mostra apresenta 30 obras de arte “com uma variedade de temas e suportes”, com “diferentes abordagens, conceitos, idades e etnias”, reflectindo-se, assim, os “atributos dinâmicos e diversificados construídos sobre o ambiente cultural muito rico e pluralista de Macau”. Lam Kong Chuen, co-curador da exposição, afirma que a inauguração desta mostra em Nantong levou à construção de uma “ligação de intertextualidade e inter-pintura”, sendo que a conexão de artes das duas regiões “continuará a reverberar”.

Ligações históricas

Lam Kong Chuen descreve o legado histórico destas conexões artísticas entre Macau e a China, indicando que, ao longo dos tempos, “a arte contemporânea de Macau tem sido sempre uma componente única da arte mundial”. O território tornou-se, segundo o curador, “numa zona importante para o desenvolvimento e exploração da arte, altamente respeitada no domínio da arte contemporânea”, cuja mobilidade de pessoas constituiu “um estímulo constante para o desenvolvimento da arte local”, formando “um sistema artístico complexo e variado”.

O curador recorda a chegada de Matteo Ricci, missionário jesuíta italiano a Macau em 1582, considerando-o “um marco na história do intercâmbio cultural entre a China e o Ocidente”, tendo sido esse o ponto de partida para a chegada ao Oriente da arte ocidental e das instituições de ensino.

Esta mostra constitui, para Lam Kong Chuen, “um estudo com amostras sobre a evolução multigeracional, reunindo obras de um conjunto de artistas representativos de Macau dos últimos 40 anos”. Renova-se, assim, “as discussões em torno das identidades dos artistas” que fazem parte do CAC.

Esta entidade foi criada em 1985, tendo como membros fundadores Carlos Marreiros, Mio Pang Fei, Kwok Woon, Un Chi Iam, Ung Vai Meng e Victor Marreiros.

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